Aprender sempre para crescer na vida 2e3
Ano 1 • Edição n.º 2 • Outubro/2013
Boletim informativo do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) e do Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP) Plano Básico Ambiental (PBA) – Programa de Comunicação Social
Augusto Bispo Filho, armador.
Vaga para motoristas capacitados 3
Estaleiro melhora infraestrutura da região 4
Vivendo no presente, pensando no futuro D
o alto do morro Bela Vista, a visão panorâmica do canteiro é impressionante. O rio Paraguaçu, em sua imensidão e beleza, funciona como moldura perfeita para a obra – ela própria um organismo pulsante espalhada na área gigantesca de quase 115 hectares. O local em que homens e máquinas se movimentam hoje, construindo um dos maiores estaleiros da América Latina, era uma fazenda. Foi preciso abrir espaço para o progresso que, ao avançar, sempre interfere na paisagem. “Claro que causamos um impacto, mesmo seguindo todas as diretrizes dos órgãos ambientais. Em nossa reserva legal mantemos 32 hectares da floresta original e um viveiro, que recebe a visita de escolas. Há também o corredor verde, uma faixa de 14 a 17 hectares entre o canteiro e a comunidade da Enseada. Funciona como um filtro contra barulho, poeira”, explica a engenheira civil com especialização ambiental, Luciana Andréia Fernandes Santana, responsável de Meio Ambiente do Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP). Ela ressalta ainda a preocupação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) em investir no desenvolvimento social e econômico da região. “Queremos realizar um trabalho duradouro e, para isso, estamos envolvendo a comunidade em vários projetos”, conta. Sensibilização dos moradores
Um dos exemplos dessa visão de futuro é o programa Verde Novo, um conjunto de
Foto Bruno Pita
Foto marcelo gentil
Juntos Navegando
João Guilherme, de Salinas da Margarida, assistiu palestra, visitou o viveiro e se encantou com as mudas nativas.
vários projetos, entre eles o de semear diferentes espécies de árvores numa área de aproximadamente 60 hectares – cerca de 10 hectares compostos de manguezais. A bióloga Karla Barreto, coordenadora do programa, vem se empenhando em sensibilizar moradores dos arredores de Maragojipe sobre a importância de plantar (e manter viva a vegetação) nas nascentes e margens dos rios. Crianças, adolescentes e proprietários de terras participam de encontros e oficinas, onde ficam sabendo dos benefícios de se comprometer com a conservação de áreas verdes. O resultado é que muitas crianças (foto) já compreendem conceitos complexos, como os de mata
ciliar e erosão, e muitos adultos estão cedendo espaço em suas propriedades para o plantio. O criador de gado Jorge Guedes recebeu, em sua fazenda em Irriquitiá, a visita da equipe da bióloga e se entusiasmou com a possibilidade de ver recomposta parte da vegetação devastada pelo antigo proprietário. “Tenho cerca de 200 hectares e sei que, para o gado, a água é mais importante do que o capim. Mantendo as margens e a nascente do rio Irriquitiá sempre plantadas, o volume de água pode aumentar muito. É uma garantia contra a seca”, argumenta. O projeto também tem o mérito de empregar gente de diferentes distritos de Maragojipe. “Entre integrantes, mais
o pessoal que faz as cercas, que transporta as mudas, faz e leva os lanches e o almoço são 30 pessoas envolvidas”, conta Karla Barreto. Cuidado com os bichos
Grande parte das sementes e mudas que vão reflorestar a região foram coletadas na própria fazenda comprada pelo Estaleiro, antes da supressão. Na ocasião, também foi feito um complexo trabalho de afugentamento e resgate dos animais silvestres que viviam na fazenda. Biólogos, veterinários, engenheiros ambientais, técnicos com diferentes especializações se dedicaram à tarefa de capturar ou afugentar para a reserva legal perto de 18 mil animais. O maior grupo era formado por
anfíbios (sapos, rãs e pererecas). Ninhos de pássaros, famílias de aranhas, cobras, abelhas nativas, tudo foi catalogado nesse trabalho que se tornou referência internacional pelo cuidado envolvido no processo. Nessa atividade, que durou quatro meses, também foram envolvidos moradores da região. “Dos 62 profissionais da equipe, 30 eram de Enseada, nativos que tiveram nesta experiência a chance de seu primeiro emprego”, recorda Caroline Todt de Azevedo, Gerente de Sustentabilidade que coordenou o programa. “O padre chegou a celebrar uma missa onde todos levantaram a carteira de trabalho para uma benção. Uma cena emocionante!”, revela.