architecture portfolio | Sofia Gregório

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architecture

PO RT FOLIO sofia gregório ’16



É essencial para um arquiteto saber ver de tal forma que a sua visão não seja dominada pela racionalidade. Luis Barragán, México, 1902-1988


table of contents


[01]

[01]

CURRICULUM VITAE

CAIXA DOS SONHOS

Sofia Santos Gregório

2010 . ISCTE-IUL, Lisboa

[02]

[03]

[04]

CASA BENVINDO

CENTRO CIÊNCIA VIVA

ESCOLA DE TEATRO

2011. Almada

[05] JUNTA DE FREGUESIA . HABITAÇÃO 2014 . Portela, Loures

2013. Setúbal

[06]

ESTUDOS DE URBANISMO EM PENICHE

2013. São Paulo, Brasil

[07]

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL 2015-2016


curriculum vitae


Sofia Santos Gregório 5 de Setembro de 1991 Rua da estrada nacional, nº74, Abelheira. 2530-059 Lourinhã 914478557 arq.sofiasantos@gmail.com

experiência profissional (professional experience) data

Junho 2015 - actualidade

local

Tomás Taveira e Associados - Arquitetura Lda.

date

local

projetos desenvolvidos

projects developed

June 2016 - today

Planeamento urbano, habitação colectiva, habitação unifamiliar, hotéis, estádios de futebol, escolas e hospitais Urban planning, collective housing,housing, hotels, stadiums , schools and hospitals

habilitações académicas (academic qualifications) data date

universidade university

curso class

classificações

classifications

dissertação dissertation

2009-2014 ISCTE - Instituto universitário de Lisboa ISCTE – Lisbon University Institute

Mestrado Integrado em Arquitetura Integrated Master in Architecture

15/20 (licenciatura); 17/20 (mestrado); 16/20 (final) 15/20 (bachelor); 17/20 (master); 16/20 (final)

“Estudos de Urbanismo em Peniche: A Obra do Arquiteto Paulino Montez”. Defendida em apresentação pública, com o argumento do Prof. Arq. José Neves e do Prof. Arq. Carlos Dias Coelho, presidida pela Prof. Rosália Guerreiro e orientada pela Prof. Arq. Teresa MaratMendes,com uma classificação final de 19 valores (num total de 20). Dissertation: “Estudos de Urbanismo em Peniche: A Obra do Arquiteto Paulino Montez”. It was defended in a public presentation, with argument by Prof. Arq. José Neves and Prof. Arq. Carlos Dias Coelho, presided over by Prof. Rosália Guerreiro and orientated by Prof. Arq.Teresa Marat-Mendes, with a classification of 19 (out of 20).

data date

universidade university

data date

ensino secundário high school

curso class

média final final average

Fevereiro - Junho 2013 February to June 2013

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Brasil Faculty of Architecture and Urbanism - University of São Paulo, Brazil

2006-2009

Escola Secundária de Peniche Ciências e Tecnologias Science and Technology

15/20

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competências pessoais competências psicológicas

psychological skills

competências linguísticas

linguistic skills

(personal skills)

Profissionalismo, dedicação, organização, metodologia, auto-didacta, dinâmica professionalism, dedication, organization, methodology, self-taught, dynamic

Português (língua mãe) Portuguese (mother tongue)

Inglês (compreensão - elementar; expressão - elementar) English (understanding - elemental, expression - elemental)

Espanhol (compreensão - elementar; expressão - básico) Spanish (understanding - elemental, expression - basic)

competências informáticas

computer skills

publicações (publications) Outubro, 2014 October, 2014

Autores (authors) Gregório, Sofia Santos; Marat-Mendes, Teresa Título (title) Estudos de Urbanismo para Peniche: A obra de Paulino Montez Publicado em (published in) Arquiteturas do mar, da terra e do ar: arquitetura e urbanismo na geografia e na cultura - Vol. III

workshops (workshops) Abril, 2012 April, 2012

Título (title) Habitação Colectiva

Local (local) Tamera (Monte do Cerro, Alentejo)

Descrição (description)

No âmbito da Unidade Curricular Optativa de “Habitação Coletiva”, coordenada pela Prof.Teresa Madeira da Silva, realizou-se um workshop em Tamera, entre o ISCTE-IUL, a Tamera Community e a Faculty of Design and Technology do Technische Universitat Darmstadt, no qual os alunos de ambas as universidades desenvolveram projetos no âmbito das respetivas Unidades Curriculares. As part of the curricular optional unit of “ Public Housing” , coordinated by Professor Teresa Madeira da Silva , was made a workshop in Tamera between ISCTE-IUL , the Tamera Community and the Faculty of Design and Technology Technische Universitat Darmstadt ‘s, in which students from both universities have developed projects within their respective curricular units.

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exposições (exhibitions) Junho, 2011 June, 2011

Título (title) O Arco Ribeirinho Sul

Local (local)

Edifício dos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal

Setembro, 2013 September, 2013

Título (title) Trabalhos dos alunos seleccionados do MIA, ano lectivo 2012/2013

Local (local) Sala de exposições do Edifício 2 do ISCTE-IUL

Dezembro, 2013 Fevereiro, 2014

Dezember, 2013 - February, 2014

Título (title) África – visões do Gabinete de Urbanização Colonial

Local (local) Garagem Sul – Centro Cultural de Belém, Lisboa

Setembro, 2014 September, 2014

Título (title) “Meu Pátrio Sado”

Local (local) Museu do Trabalho Michel Giacometti em Setúbal

voluntariado (volunteer experience) Outubro, 2012

October, 2012

Evento (event) Open House - Trienal de Arquitetura de Lisboa

Descrição (description) Acompanhamento de visitas guiadas ao Edifício Sede da RTP (Radio e Televisão de Portugal) Monitoring visits guided to the RTP building.

Interesses (interests) Viagens (Travel)

2009 . Visita de Estudo: Coimbra 2011 . Madeira 2012 . Visita de Estudo: Portimão, Sagres, Tavira 2013 . Brasil: São Paulo, Santos, Brasília, Rio de Janeiro 2014 . Visita de Estudo: Porto, Viana do Castelo, Motosinhos . Barcelona 2015 . Cote D’Azur: Nice, Cannes, Monaco 2016 . Holanda: Amesterdão

Fotografia (Photography)

Musica (Music)

Flauta, na Sociedade Filarmónica União 1º de Dezembro de 1902 de Atouguia da Baleia, Peniche

Design Voluntariado Social (Volunteering) Maquetismo (Modelling)

. Banco Alimentar contra a fome . Centro de Apoio a Doentes profundos, Fátima . Missão servir, Peniche

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[01] caixa dos sonhos 2010 . ISCTE-IUL, LISBOA


Proponha-se a realização de uma maqueta à escala real, que derivasse da manipulação de uma massa cúbica de 3mx3m. Foi escolhido o sonho de Fraçois Villon descrito no livro “Sonhos de Sonhos” de António Tabucchi como ponto de partida. Através desta leitura foi absorvida a ideia chave de metamorfose, processo descrito no sonho como a transformação de uma lesma em borboleta. São retiradas outras 5 ideias chave: a procura, simbolismo da constante procura que a personagem principal tem, quando tenta encontrar o seu irmão; o mistério, que representa todo enigma presente ao longo do sonho; a temperatura fria, representação do meio nocturno em que a história é passada, e expressão da sensação de tristeza; a relação directa com a natureza, caracterizada pela floresta onde o sonho se passa, expressão da relação entre a vida e a natureza; por fim, o Homem, onde surge a possibilidade de ser habitado o espaço, visto que é realizado à escala real. O local de implantação situa-se no pátio da universidade, um espaço amplo, pontuado com algumas árvores e bancos.

A escolha dos materiais deve-se ao facto de o grupo pretender evidenciar a sensação de frio e de noite. Assim foi escolhido o light steel frame como estrutura, revestido em chapas de zinco pelo exterior. Para o interior o revestimento é feito através de uma cortina branca, simbolizando a leveza do sonho. Quanto ao chão, este é inteiramente de tábuas de madeira irregulares, não tratadas, que indica uma relação constante com a natureza em todo o percurso. 2010 Professores orientadores: Alexandra Paio e Helena Botelho

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[02] casa benvindo 2011 . ALMADA


Como ponto de partida, foi proposta uma habitação unifamiliar destinada ao coreógrafo Benvindo Fonseca e a mais 8 visitantes deste. O Local de intervenção encontra-se relativamente perto do centro histórico da cidade de Almada. A sua envolvente é caracterizada por pequenas habitações unifamiliares, excepto a Sul, onde se localizam prédios que pela altura que possuem (correspondendo esta a 5 andares) destacam-se, dificultando ainda que a luz solar atinja o local de intervenção a todas as horas do dia. O projeto desenvolve-se em torno de uma ideia inicial, que pretende acentuar o eixo existente que conecta o local de intervenção a um largo próximo através da criação de um percurso público e de um grande volume suspenso a este. É também criado um espesso muro, sustentando este todo o volume superior, ao mesmo tempo que cria uma separação interior entre espaços públicos e privados, tal como acontece na envolvente, onde estes elementos caracterizam a relação (inexistente) da habitação com a cidade. Todo o programa é organizado em torno deste muro e de um pátio, localizado na área de terreno mais privilegiada pela exposição solar.

1000 2000 0

E

A D

B

Localização

C

A. Local de intervenção | B. Largo José Alaiz | C. Largo Luís de Camões | D. Largo dos bombeiros | E. Rio Tejo

2011 | Professor orientador: Mafalda Sampaio

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(17m²) ;

(17m²) ;

(17m²) ;

7.Sala de estar

7.Sala de estar

7.Sala de estar

(28m²) ;

(28m²) ;

(28m²) ;

8. Instalações sanitárias comuns

8. Instalações sanitárias comuns

8. Instalações sanitárias comuns

(5m²);

(5m²);

(5m²);

9. Cozinha e sala exterior

9. Cozinha e sala exterior

9. Cozinha e sala exterior

(58m²) ;

(58m²) ;

(58m²) ;

1

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2

4

4

Habitação Unifamiliar | Planta piso 0 | Esc. 1/50

1

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Habitação Unifamiliar | Planta piso 0 | Esc. 1/50

1

Habitação Unifamiliar | Planta piso 0 | Esc. 1/50

03

03

03

5 6. Sala de jantar

6. Sala de jantar

6. Sala de jantar

Planta 1º piso

Planta de cobertura A. Entrada | B. Sala de estar | C. Sala de Jantar | D. I.S. | E. Cozinha | F. Sala de tratamento de roupa | G. Cozinha exterior

H. Biblioteca | I. Quarto Benvindo Fonseca | J. I.S. | L. Vestiário M. Quarto hóspedes | N. I.S. | O. Quarto hóspedes |. P. I.S.

A. Entrada | B. Sala de estar | C. Sala de Jant Cozinha | F. Sala de tratamento de roupa |

2

(6m²);

(6m²);

(6m²);

Planta térreo

.

0

5. Sala de tratamento de roupa

5. Sala de tratamento de roupa

5. Sala de tratamento de roupa

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(18m²) ;

(18m²) ;

(18m²) ;

esc. 1/50

E F

4. Cozinha

4. Cozinha

4. Cozinha

Maqueta final

P

H O

N M D

I J L G A

B

C


PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODU

A habitação desenvolve-se em torno de 3 níveis. O primeiro, corresponde à cave, cujo acesso automóvel se efetua a sudoeste, numa cota inferior à da entrada principal da habitação, a noroeste. É também nesse nível, que se localiza a adega, espaço este desejado pelo cliente, e cujas condições de armazenamento de vinhos, requerem pouca iluminação e uma temperatura mais controlada. No piso térreo, onde se efetua a entrada principal da habitação, localizam-se todos os espaços de caráter mais publico, nomeadamente as salas de estar e de comer, a cozinha, a sala de tratamento de roupa e as instalações sanitárias. No piso superior localiza-se a biblioteca assim como o espaço privado da habitação, correspondendo este aos quartos. A nível material destaca-se o grande muro central, em betão, que tanto a nível exterior, como interior, pretende-se que se assuma como um elemento de ligação de todos os volumes e espaços.

AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT 0

4

4

Corte longitudinal

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[03] centro ciência viva 2013 . SETÚBAL


1 1

2

2

3

3 4

3

4

4 5

2

1. Pinhal Novo 2. Setúbal 3. Poceirão 4. Marateca

1. Rodoviária 2. Quebedo 3. Acesso Av. Luísa Todi 4. Fábricas - Estrada da Graça

linha férrea

estratégia de intervenção

edifícios demolidos e vias rodoviárias reestruturadas

1. Estação central ( Interface) 2. Quebedo Norte 3. Quebedo Sul 4. Estrada da Graça 5. Parque da Bela Vista

Acesso pedonal da cota inferior, junto ao rio, à cota superior, junto ao Parque da Bela Vista

estratégia de intervenção

localização linha do eléctrico e apeadeiros

Como ponto de partida era proposta uma alteração ao funcionamento da linha férrea que serve a cidade de Setúbal, entre Pinhal Novo e Marateca. Os comboios que servem o Sul do país deixariam de passar no centro da cidade de Setúbal, permitindo que o percurso entre a estação central e universidade fosse feito exclusivamente de eléctrico. Este meio de transporte, mais lento que o comboio, permite uma travagem mais rápida, sem a necessidade de barreiras que protejam a linha. Assim, a relação da cidade com o rio, atualmente perdida devido ao desnível e às barreiras criadas por segurança, passa a ser fluida, onde é possível atravessar sem dificuldades, e ao longo de toda a linha. Foi elaborada uma estratégia para a reconversão da área compreendida entre o Quebedo e o Parque da Bela Vista, e na frente urbana das Fontainhas foi realizado o projeto. 2012 | Professores orientadores: Pedro Botelho e Pedro Mendes

alçado bairro das fontainhas

alçado bairro das fontainhas - esquena

corte - processo evolutivo

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ideia base - esquiços

Todo o projeto se desenvolve em torno da ideia inicial que partiu da observação no local do Bairro das Fontainhas, onde as habitações são caracterizadas pela sua verticalidade. São assim criadas bandas (tiras) de construção, que unindo o Jardim Camilo Castelo Branco à Estrada da Graça permitem resolver os problemas urbanos que essa frente atualmente representa, ao mesmo tempo que cria uma “parede” que respira, que permite ventilações, vistas cruzadas tanto entre edifícios, como para o jardim e para o Rio, e passagens pedonais. Todo o jardim passa a ter uma relação de transparência em relação ao rio, ao mesmo tempo que possui uma barreira construída de separação, mantendo assim o seu carácter de resguardado, calmo, sossegado. Como programa foi escolhido um Centro de Ciência Viva. Estes são caracterizados como “espaços interativos de divulgação científica e tecnológica”. Este divide-se entre o Centro de Ciência Viva propriamente dito (com acesso pela recepção) e um espaço

Rua Camilo Castelo Branco

Avenida Jaime Rebelo

Rua das Fotainhas

Avenida Jaime Rebe

lo

0

5

10

Planta de Implantação

1. planta implantação | esc. 1/400

SETÚBAL . Projecto de Arquitectura I . Sofia Santos Gregório nº34170

do Rua das Fontainhas / Estrada da Graça | Esc. 1/400

0

5

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10

Alçado Rua das Fontarinhas / Estrada da Graça


de acesso livre, exterior ao centro (a biblioteca e o café), com acesso independente do Centro de Ciência Viva. O Centro é constituído por grandes áreas expositivas que mantêm uma forte relação visual e espacial entre si, como se todas as exposições fizessem parte de uma maior. Existem vários espaços exteriores entre os grandes volumes que permitem um prolongamento das exposições para o exterior, ao mesmo tempo que permite uma ventilação cruzada. Estas áreas possuem uma vedação que permite a sua visão do exterior mas que só permite a passagem quando desejado pela administração. Maquetas de Estudo: Evolução da Proposta

exposição “MEU PÁTRIO SADO” 27 de Setembro de 2014 Museu do Trabalho Michel Giacometti em Setúbal Mostra Colectiva de Desenho, Design, Fotografia, Instalação Video e Arquitectura - integrado nas Jornadas Europeias do Património 2014.

Exposição dos trabalhos dos alunos do Mestrado Integrado em Arquitetura do DAU _ ano letivo (2012/2013) 18 e 26 de Setembro de 2013 Sala de Exposições do Edifício 2 (Piso 1) do ISCTE-IUL

Maqueta final de apresentação | esc. 1/200

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corte transversal

20

0

1

2

alรงado rua Camilo Castelo Branco

0

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2

corte longitudinal

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corte transversal

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2º PISO

cafetaria; sala de exposições; administração

1º PISO

biblioteca; sala de exposições; sala de exposições

PISO TÉRREO

recepção; instalações sanitárias; sala de exposições; pátio exterior; sala de exposições

O trabalho completo encontra-se disponível em: http://issuu.com/sofiasantosgregorio/docs/centro_ciencia_viva_caderno

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[04] escola de teatro 2013 . SÃO PAULO, BRASIL


A cidade e o seu centro Em 120 anos, São Paulo vê a sua pequena cidade de 64 mil habitantes transformada numa grande metrópole de mais de 11 milhões de habitantes. O seu centro, vê as suas funções serem consequentemente alteradas. De área de residência da elite paulistana o centro transformou-se, gradualmente, em centro de negócios, acolhendo sedes de instituições bancárias e serviços financeiros. Contudo, o uso residencial migrou para a periferia em expansão. A sede da Prefeitura (Câmara Municipal) altera também a sua localização, e a formação de negócios na Avenida Paulista leva consigo as grandes sedes de instituições e serviços financeiros. O centro fica assim livre, em que os grandes volumes desocupados acolhem profissionais liberais, o que fez com que este não perdesse o seu dinamismo, embora o baixo número de residências tivesse impacto na vitalidade da região no período noturno e aos fins-de-semana. Assim sendo, a “Operação Urbana Centro”, tem como principal objetivo trazer a população para residir nesta área central, oferecendo esta emprego e as infraestruturas necessárias. Compreende um conjunto de ações que nos últimos anos têm procurado requalificar os espaços públicos, recuperar o património histórico e cultural, requalificar moradias e promover novas habitações.

São Paulo: centro (fotografia de Ana Paula Hirama Perímetro da Operação Urbana centro. A vermelho, a área de intervenção

O Bairro do Bexiga: proposta de intervenção O conjunto de vazios escolhidos, em grupo, para local de intervenção, situamse no perímetro sul definido pela “Operação Urbana Centro”, o bairro do Bixiga, marginal à Av. Radial Leste-Oeste. O local é caracterizado pelo forte impacto visual e sonoro que o viaduto apresenta. Este surge como elemento de desqualificação do local, dividindo o bairro de tradição italiana em dois, sendo que a área a norte (onde se elabora a proposta de intervenção) se encontra mais degradada. O projeto procura a ampliação e articulação dos espaços públicos, bem como a abertura de praças e passagens para pedestres no interior do quarteirão e na área inferior ao viaduto. Como programa, todos os grupos eram desafiados a desenvolver uma proposta de habitação colectiva, um equipamento publico e um espaço público. Sendo assim, surge a intenção de se criar um polo de cultura e educação por meio de uma escola destinada à formação de profissionais para os bastidores dos teatros e de uma biblioteca temática direcionada a essa arte, uma vez que se verificou uma forte presença de teatros na região, sendo o mais famoso, o Teatro Oficina, da autoria de Lina Bo Bardi, sem que se verificasse no local o equipamento necessário à formação técnica dos seus profissionais. Bairro do Bexiga: Localização dos teatros existentes e da futura escola de teatro.

2013 | Professor orientador: Maria Luiza Corrêa

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Ramalho

go Rua Major Dio

Rua Conselheiro

habitação

escola de teatro

livraria

A Vi v. R ad ad ut ial oJ L úl est io e M es qu

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lh

o

Rua Quatorze

de Julho

biblioteca

parque público

planta de implantação

0

10

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Local de Intervenção: Habitação colectiva e Espaço público

A partir de uma praça central, tem-se os acessos à escola, ao teatro da escola e à biblioteca, além de um café. Uma vez que a entrada da biblioteca e da escola se faz nesta pequena praça interna, tornando este local bastante frequentado, surge o interesse de se criar adjacente a este uma livraria, aberta visualmente para este exterior, aumentando a sua rentabilidade. Neste mesmo quarteirão onde se implanta os equipamentos públicos, irão surgir também os volumes destinados à habitação, ocupando uma área atualmente utilizada como estacionamento. Por esta região se encontrar bem infraestruturada, próxima a importantes estações de metro (Liberdade, Anhangabaú e República), e próxima de artérias importantes no descongestionamento da cidade (como a Av. 9 de Julho) a proposta de habitação de interesse social por meio de edifícios de uso misto justifica-se e vem colaborar com as novas dinâmicas desejadas para a região.

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Assim, por meio de um piso térreo, continuo e público, é criada uma ligação pedonal, interior ao quarteirão, permitindo uma interconexão entre três vias e o espaço livre do viaduto. Como espaço público propõem-se ainda uma praça, que localizada na área inferior ao Viaduto Júlio de Mesquita Filho, servirá como o elemento de ligação do bairro dividido pela existência daquela grande infraestrutura. Hoje, este espaço encontra-se cercado e funciona apenas como depósito de carros inutilizados da Polícia. A partir da definição das linhas orientadoras para cada projeto, o grupo divide-se, ficando à responsabilidade de cada elemento deste a definição de um projeto especifico. Viaduto Júlio de Mesquita Filho

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775.5

771

775.5

766.5

771

762

766.5

762

750.5

Corte transversal 750.5

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775.5

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750.5 757.5

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Corte longitudinal

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ESCOLA

Escola de Teatro: o projeto A escola técnica tem como objetivo formar profissionais que trabalhem nos bastidores de teatro (como iluminadores e cenógrafos), assim como os próprios atores. Todo o acesso se realiza a partir de um piso térreo, maioritariamente livre, que permite a conexão entre praças exteriores, e onde a nível interno, se encontra a administração da escola e os acessos internos. Num primeiro nível, encontra-se a oficina, tendo esta uma área ampla, pode ser seccionada em áreas menores, por meio paredes removíveis, conforme a necessidade. No segundo nível, surgem as salas de aula (com áreas inferiores) assim como os laboratórios e estúdios. Por se tratar de uma escola de teatro, onde os alunos estão em constante ensaio, surgem muitas áreas livres ao longo do programa, podendo estas serem utilizadas para esses fins. Todos os níveis possuem uma forte relação visual entre si, por meio de grandes aberturas, possibilitando estas melhores condições de ventilação e iluminação. A escola também conta com um teatro, num nível subterrâneo, para que os alunos dos diversos cursos possam realizar experimentações interdisciplinares. O seu acesso principal localiza-se na praça interna do equipamento, sendo assim independente da escola de teatro.

laboratórios sala de aulas

TEATRO

oficinas

administração

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[05] junta de freguesia. habitação 2014 . PORTELA, LOURES


O Plano de Urbanização da Portela A Urbanização da Portela, da autoria do arquitecto Fernando Silva (1914-19839), vê o seu Ante-Projecto aprovado a 11 de Janeiro de 1965. Implicou a expropriação dos terrenos referentes às Quintas da Vitoria, Casquilho, Ferro, Carmo e Alegria, perfazendo um total de 50 hectares, onde seriam construídos 4500 fogos e o respectivo equipamento urbano. Verifica-se, na essência do plano, a aplicação das 4 funções definidas pela Carta de Atenas: habitar, trabalhar, repousar e circular. Do conflito e da impossibilidade de conciliar a velocidade natural de um pedestre, com a velocidade mecânica de um automóvel, tal como defende a Carta de Atenas, Fernando Silva concebe um esquema de circulação centralizado e propõe uma hierarquização das vias de circulação em função dos meios de deslocação das suas velocidades: vias principais; ruas de trânsito secundário; ruas residenciais de acesso às habitações; e caminhos de passeio para peões terão tratamentos diferenciados.

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É criada uma zona central definida por um parque urbano e uma zona comercial e de serviços. Consiste numa zona de trabalho e comércio concentrada, configurada por um “disco” de 3 pisos onde se encontra o Centro Comercial, e uma Torre de escritórios, que se destaca volumetricamente no conjunto, assinalando o centro. Se, à data da construção a Portela funcionava como um núcleo urbano satélite, hoje, após os territórios envolventes terem sido preenchidos, este aglomerado sofre uma profunda alteração na forma como de relaciona consigo próprio e com as áreas urbanas que o circundam. 2014 | Professor orientador: José Neves

[D]

[ F]

[ A]

[ B]

[ C]

Estratégia de intervenção - planta proposta [A] Estação de Meyro e Zona comercial

0

25

50

100

[G]

[ E]

[B] Igreja

[C] Junta de Freguesia da Portela. Habitação

[D] Escola Básica e Jardim de Infância da Portela

[E] Piscinas Municipais

[F] Biblioteca

[G] Escritórios

0

50

100

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Maqueta esquemática: Portela ententida como uma ilha

Projetos de referência

30

Gijón, Espanha, 1990 Eduardo Cillida

Elogio do Horizone

Coimbra, Portugal, 2006 Cristina Castel-Branco

Colina de Camões

São Paulo, Brasil, 1952 Oscar Niemeyer e Carlos A.C.Lemos

Edifício Copal

Caldas da Rainha, Portugal, 1992-97 Vitor Figueiredo

Escola Superior de Artes e Design

Robin Hood Gardens

Londres, Reino Unido, 1972 Alison & Peter Smithson

Estratégia de Intervenção O enunciado do exercício coloca os alunos perante a situação hipotética de destruição total do atual centro da Portela, por um incendio. É assim necessário repensar todos os princípios inerentes ao projeto inicial de Fernando Silva. Apesar das fortes relações de proximidade com a envolvente, a Portela é entendida como uma ilha, onde as grandes estruturas viárias quebram o contacto com os núcleos urbanos próximos. Pretende-se que o modelo actual de uma Portela voltada para si mesma mude para um modelo em que este território interage com os territórios periféricos, em que o seu centro, apesar de importante, não concentra em si todas as actividades e serviços. É assim proposta a requalificação do espaço público ao longo de um eixo, periférico à Portela, onde se geram novos fluxos e novas vontades. O eixo em estudo tem uma extensão de percurso desde o Parque do Tejo e do Trancão até à Portela sendo este o elo de ligação entre os vários equipamentos propostos.


Junta de Freguesia e Habitação: Local de intervenção O local de intervenção, determinado em estratégia de grupo, localiza-se no terreno mais a oeste da estratégia, recentemente desocupado de antigas habitações precárias. A nível topográfico, o local caracteriza-se por se desenvolver, a sul, a oeste e a norte, em torno de uma cota inferior, a este, como se de um anfiteatro natural se tratasse. É a partir desta cota inferior que se faz a ligação à Portela, e a partir das superiores que se liga com a restante envolvente. Pretende-se assim que este local se assuma como elemento central na união da Portela com os bairros que a delimitam, perdendo o atual caráter de elemento periférico.

RODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT Local de intercenção

Av .d

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ali

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70

65.00

Estratégia de intervenção - planta proposta

Av. Almirante Reis

0

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65.4


A volumetria estudada, tem como base a integração do desenho paralelepipédico da Portela e dos prédios da comunidade cigana (a sul), como que prolongando ainda o desenho definido pelas 4 torres habitacionais (a norte) também estas periféricas ao local a intervir. É assim criado um volume circular, envolvendo um centro vazio, onde tudo pode acontecer, aproveitando claramente a questão topográfica. O facto de metade do volume estar praticamente suspenso, apoiando-se em pilares exageradamente espessos, permite um maior fluxo de percursos e que todo o espaço central se abra para a Portela, não constituindo o volume uma barreira visual. Caracteriza-se o projeto pelas suas 3 “personagens”: a fachada, as lajes, e a parede. O desenho da fachada, em módulos de 2metros de betão, pretende intensificar, ou quebrar relações com o exterior, dependendo estas do programa interior. As lajes, ao sair 50cm do limite da fachada, e ao se expressarem no seu exterior como tendo 1m de espessura, pretendem acentuar a horizontalidade do projeto, como se de uma referência à horizontalidade das fachadas dos prédios da Portela se tratasse. Por último, “a parede”, diz respeito à grande parede em betão, central e estrutural à secção do edifício dedicada à Junta de Freguesia, que não sendo paralela aos limites, pretende guiar, separar a circulação dos espaços de estar, e ainda, unir não só fisicamente, mas também visualmente, todos os níveis. Como que se separando deste volume, surge a Sala de Atos, em género de auditório para 110 pessoas, onde no piso térreo da Junta de Freguesia. Pretende-se que este espaço se assume volumetricamente, saindo dos limites do restante volume, e onde o seu revestimento a madeira, o destaca das laminas da fachada, assim como das lajes em betão. É o espaço da comunidade, onde esta pode interferir nos assuntos burocráticos da Junta de Freguesia, ou onde se pode ir assistir a uma peça de teatro, a um filme, ... A secção do volume dedicada à habitação, revela uma forte referência do projeto estudado da autoria do casal Smithson, ao utilizar o mesmo sistema de módulos habitacionais, encaixados como que peças de tetris se tratassem, e ainda no desenho das entradas das habitações, que se localiza no piso intermédio. Assim sendo, o acesso à habitação realiza-se num piso intermédio, onde se localizam os espaços comuns, e é no piso superior, ou inferir a este que localizar-se-ão os quartos. É no piso térreo, o que mais se prolonga na curva, que se localiza, no seu extremo, a sala de condomínio.

0

10

32

20

sala de condomínio v

duplex - organização em módulos vio

Junta de Freguesiavio

habitação - organização esquemática

Alçado Rua Almirante Reis


[A]

tipologia: T4

[D]

tipologia: T4

[B]

tipologia: T3

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tipologia:T4

[C]

tipologia: T4

[F]

tipologia: T2

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corte transversal

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a de Freguesia da Portela - Cortes

ETURA OU REVOLUÇÃO . Proj. Final de Arquitetura . Sofia Santos Gregório PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT Planta Implantação | Esc. 1/1000

detalhes construtivos PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

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betão armado camada de forma impermeabilização isolamento geotextil camada dedrenagem: gravilha betão armado camada de forma impermeabilização isolamento geotextil camada dedrenagem: gravilha

betão armado camada de forma impermeabilização isolamento geotextil camada dedrenagem: gravilha

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betão armado camada de forma impermeabilização isolamento geotextil camada dedrenagem: gravilha

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betão armado regularização travessas de madeira soalho

betão armado regularização pedra calcária

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10. Junta de Freguesia da Portela - Corte e detalhes construtivos

ARQ UITETURA OU REVOLUÇÃO . Proj. Final de Arquitetura . Sofia Santos Gregório PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

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betão armado regularização travessas de madeira soalho

betão armado regularização travessas de madeira soalho

betão armado regularização travessas de madeira soalho

betão armado regularização pedra calcária

betão armado regularização pedra calcária

betão armado regularização pedra calcária

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O trabalho completo encontra-se disponível em: a da Portela 10. Cortede e detalhes Freguesia construtivos da Portela - Corte e detalhes construtivos P2 -Junta http://issuu.com/sofiasantosgregorio/docs/pfa_vertente_projectual/0 Ç Ã O . P r o j . FAi nRaQl Ud IeT EATr U q uRiAt eOt uUr aR E. VS O o fLiUa ÇSÃaOn t.oPs rGo rj .e gF ói nrai ol d e A r q u i t e t u r a . S o f i a S a n t o s G r e g ó r i o

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ARQ UITETURA OU REVOLUÇÃO . Proj. Final de Arquitetura . Sofia Santos Gregório

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10. Junta de Freguesia da Portela - Corte e detalhes construtivos

P3


espaço saúde

banco do tempo

recepção e sala de espera

3º PISO

gabinetes de explicações

espaço saúde. banco do tempo

banco do tempo

espaço saúde

banco do tempo

gabinetes de explicações

gabinetes médicos

banco do tempo atelier livre

banco do tempo salas de aulas

sala informática

banco do tempo sala de dança

2º PISO

banco do tempo

i.s.

banco do tempo

recepção e sala de convívio

banco do tempo vestiários

j. freguesia recepção

j. freguesia

sala presidência sala de reuniões

1º PISO

junta de freguesia

j. freguesia

secretaria e tesouraria

j. freguesia

i.s., arquivo, sala funcionários

PISO TÉRREO

auditório

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[06] estudos de urbanismo em Peniche


Resumo Este estudo promove uma análise sobre o trabalho desenvolvido pelo notável Arquiteto Paulino Montez no âmbito do urbanismo, destacando-se o trabalho proposto para alguns aglomerados do concelho de Peniche, assim como para a própria vila, entre as décadas de 1930 e de 1970. Verifica-se a ausência de um estudo sistematizado sobre a obra do Arquiteto, até à data, cujo espólio se encontra disperso e não disponibilizado ao público. Pretende-se averiguar de que forma é que essas propostas influenciaram o planeamento urbano da Cidade de Peniche e das praias do Concelho. Para tal, além de se analisar toda a obra teórica, referente à temática do urbanismo, da autoria do Arquiteto Paulino Montez, analisa-se, ainda, a cartografia disponível, no Museu Municipal de Peniche, referente aos planos, assim como à situação urbana referente ao período imediatamente anterior à realização dos mesmos, e ao período atual. Verifica-se que nenhum dos planos urbanos da autoria do Arquiteto Paulino Montez, para o Concelho de Peniche, chegou a ser realizado na sua integra, contudo, a sua matriz urbana, com principal destaque para o seu traçado urbano, serviram de linhas orientadoras para o município, hoje presentes, por exemplo, no desenho urbano que caracteriza a península de Peniche e a Praia da Consolação. O trabalho realizado permite uma reflexão acerca de como é que os aglomerados em questão, podem vir a evoluir urbanisticamente, face ao planeado anteriormente pelo Arquiteto em análise. Permite ainda refletir acerca da realidade urbanística do local, e de como é que certos problemas atuais eram resolvidos no desenho do Arquiteto Paulino Montez. Palavras-chave: Peniche, Desenho Urbano, Paulino Montez, Transformação, Permanência

Introdução Paulino António Pereira Montez (1897-1988), importante personalidade penichence e nacional, frequentou o Curso Especial de Arquitectura Civil na Escola de Belas-Artes em Lisboa, concluindo-o em 1923. O seu percurso está essencialmente ligado ao ensino e ao urbanismo. Foi funcionário da Câmara Municipal de Lisboa, pertenceu à Assembleia da Republica e ao Ministério das Obras Públicas. Entre 1946 e 1967 voltou à Escola de Belas-Artes, inicialmente como professor, sendo que em 1949 ocupou o lugar de seu diretor. Da obra teórica que deixou, destaca-se a colecção “Estudos de Urbanismo em Portugal”, publicada entre 1933 e 1978, onde desenvolve planos de extensão, regularização e embelezamento de alguns aglomerados urbanos portugueses, defendendo um urbanismo pensado e urganizado, considerando uma perspectiva estética e artística. Objetivo Tomando como baliza temporal a data do primeiro desenho delineado pelo Arquiteto P. Montez para o concelho de Peniche, 1931, e o ano atual, 2014, pretende-se entender a influência do desenho urbano delineado pelo Arquiteto P. Montez no traçado atual da cidade e nas praias do concelho de Peniche, através do entendimento dos ideais defendidos pelo arquiteto aquando da realização das diferentes propostas de planos, da análise gráfica dos planos e da análise da produção teórica da autoria deste acerca dos diferentes casos de estudo. Metodologia A metodologia adoptada pelo presente estudo, consiste na (i) recolha, consulta e análise de bibliografia e cartografia em arquivo, nomeadamente, do Museu Municipal de Peniche e das bibliotecas da Fundação Calouste Gulbenkian e da Ordem dos Arquitetos; (ii) Análise critica sob cartografia original, demonstrativa da evolução urbana dos diferentes aglomerados em estudo; (III) Interpretação dos resultados. A análise gráfica é realizada através do redesenho de toda a cartografia disponível, e que se considere necessária ao estudo, e da respectiva comparação, sobrepondo-se os diferentes resultados, e realizando-se uma planta síntese, onde se reflete as situações de semelhança entre o planeado pelo Arquiteto P. Montez e a realidade urbana do local.

2014 | Professor Orientador: Terese Marat-Mendes Laboratório de Urbanismo | Projeto Final de Arquitetura

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O Concelho de Peniche: Planos Gerais de Urbanização Peniche e a sua região A povoação da antiga ilha de Peniche, começa por se fixar no extremo norte da orla da ilha voltada ao continente” (Montez, 1953,p.82), desdobrando-se posteriormente, no extremo sul. “ Ao primeiro destes dois aglomerados, se deu por isso a designação de Peniche-Velha, ao segundo, a de Ribeira, designações essas mais tarde substituídas, respetivamente, por Peniche-de-Cima, e Peniche-de-Baixo” (Montez, 1953, p.82). Nas imediações dos dois núcleos urbanos anteriormente identificados, foram levantadas, no reinado de Filipe III, as primeiras “estruturas defensivas da península” (CMP, 2009, p.39), nas imediações dos respectivos portos, sendo estas ligadas por uma muralha, erguida na segunda metade do século XVII. Segundo a Câmara Municipal de Peniche, “esse imponente pano de muralha de alguma forma delimitou o território de Peniche, integrando inclusivamente na área urbanizável algumas reentrâncias de mar e pequenas lagoas a este” (CMP, 2009, p.40). No inicio do século XX tem inicio a instalação de unidades industriais de conserva de peixe, que após o fim da guerra de 1914-18, se acentua, e que, segundo o Arquiteto P. Montez, leva a que se precipite “a construção de inúmeras fábricas, que se espalham por todos os sectores da Vila, sem respeito pela estética local e pela saúde dos habitantes” (Montez, 1953, p.99). O problema das acessibilidades à Vila é também referido pelo Arquiteto P. Montez. Este refere que, à data da realização do Plano Geral de Urbanização, “as portas atuais da Vila são, ainda, as mesmas de outrora: a de Peniche-de-Cima, única que dá passagem a viaturas automóveis que transitem pelo istmo; a da Porte (inicialmente considerada a principal); e a das Cabanas, fronteira às águas do fosso, no seu extremo sul” (Montez, 1935, p.134). Acrescenta, que deste modo, a Vila, como toda a península onde esta se insere, se encontra “tão fechada pelas muralhas como nos tempos antigos; e as viaturas que não possam rodar sobre areias, dispõem unicamente de uma entrada” (Montez, 1935, p.134). Estudos e Projetos de Paulino Montez para o Concelho de Peniche O Arquiteto P. Montez realiza entre 1931 e 1974 variados estudos para diferentes aglomerados do Concelho de Peniche. Destaca-se, agora, o Plano Geral de Urbanização da Vila de Peniche, de 1941. Da urbanização da Vila (Montez, 1943, p. 11-17): À data a Vila era constituída por dois aglomerados distintos. A evolução passada de Peniche indicava que as zonas excêntricas dos dois aglomerados em breve se iriam interceptar. É nesse sector central que se previa a criação do novo coração de Peniche, “constituído por um bairro administrativo e comercial lançado à volta dum grande espaço livre donde irradiarão largas artérias para os sectores restantes” (Montez, 1943, p. 23). Da rede de circulação (Montez, 1943, p.19): (i) Avenida de avesso à vila, lançada da Estação do caminho de ferro ao novo coração da urbe rasgando a muralha; (ii) Avenida de ligação das praias de Peniche-de-Cima e Peniche-de-Baixo, marginando o fosso; (iii) Avenida-eixo do novo coração da urbe; (iv) Avenida-eixo de Peniche-de-Cima; (v) Vias envolventes dos terrenos de extensão-oeste; (vi) Via de ligação direta do Porto da Areia do Sul,com o Forte das Cabanas; (vii) Via de ligação direta do Largo da Lagoinha com a Calçada da Ajuda (passando pelo edifício do mercado; (viii) Via de ligação da Rua do Cais com a praia de banhos.

Conclusão Referente ao Plano Geral de Urbanização da Vila de Peniche, destacam-se vários elementos identificados na sua integra, a nível da “rede planeada”, revelando assim uma forte influência do desenho delineado pelo Arquiteto P. Montez no traçado atual. Destes, há a destacar a realização das ligações com as suas marginais da península, assim como da “ligação dos três setores da vila”. O traçado correspondente ao setor central da Vila, o novo Bairro Administrativo e Comercial (fig. 4.7 e 4.8), que compreende a “ligação com a via longitudinal da península”, ficou apenas parcialmente realizado, no entanto, é perceptível através da análise da situação atual que faz parte das intensões autárquicas concluir este traçado. Destaca-se ainda, a realização da “via marginal ao canal”, assim como de “passagens superiores ao canal”, contudo, estas não respeitam o desenho delineado pelo Arquiteto, apenas a sua intensão. Embora não sejam descritas pelo Arquiteto, existem várias vias secundárias, que também se identificam no traçado atual, destacam-se, entre outras, a “Avenida das Escolas”, perpendicular à Escola nº1, assim como a praceta que emoldura esta (fig.4.9 e 4.10), tal como as vias contornantes da atual Escola Secundária.

O trabalho completo encontra-se disponível em: http://issuu.com/sofiasantosgregorio/docs/estudos_de_urbanismo_em_peniche

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[ C] [D] [I]

[H]

[ C] [H]

[ F] [ B]

[G]

[ C]

[ E] [G] [ F] [ A]

REDE PLANEADA

(elaborado a partir de informações lidas na carta referente à rede planeada pelo Arq. Paulino Montez, cedida para a investigação no Museu Municipal de Peniche)

A - Ligação com a via marginal à enseada do Norte B - Ligação com a via marginal à enseada do Sul C - Ligação com a via contornante da península (em parte, já existente) D - Ligação com a via longitudinal da península E - Ligação com a via longitudinal - centro do istmo F - Passagens superiores ao Canal G - Via marginal ao Canal H - Via de ligação dos três setores da Vila I - Via de ligação da Vila com a zona rural da península (reserva de extensão do aglomerado) J - Via de acesso direto ao Setor do Sul 0

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[07] experiĂŞncia profissional 2015-2016


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sofia santos gregรณrio lisboa . portugal (+351 914478557) arq.sofiasantos@gmail.com


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