


4 bilhões no bolso não bastam: é hora de mobilização
Os trabalhadores e trabalhadoras de Sorocaba e Região conquistaram cerca de 4 bilhões de reais em 2024, resultado das negociações salariais, acordos coletivos e da ampliação da produção industrial. Esse valor, fruto direto da luta sindical e do esforço diário de milhares de homens e mulheres, representa melhor qualidade de vida de muitas famílias e um fôlego a mais para o consumo na região. No entanto, há uma pergunta que precisa ser feita: esse dinheiro é suficiente para garantir uma melhora real e duradoura na vida da classe trabalhadora? A resposta, infelizmente, é não.
Enquanto a taxa de juros no Brasil continuar em patamares elevados, a renda do trabalhador seguirá sendo corroída. O Banco Central mantém uma política de juros altos que beneficia banqueiros e especuladores, mas estrangula o crédito para o consumo e os investimentos produtivos. O resultado disso é um país onde o trabalhador recebe aumentos salariais, mas vê grande parte do seu dinheiro escorrer pelos dedos na forma de juros abusivos, preços elevados e dificuldades para financiar sua moradia, seu transporte e até mesmo sua alimentação.
É preciso compreender que a economia não pode ser definida apenas pelos interesses do mercado financeiro. Os trabalhadores e trabalhadoras, que são a base da produção nacional, precisam ter voz ativa na definição das políticas econômicas do país. Não podemos aceitar que decisões que impactam diretamente nossas vidas sejam tomadas apenas por tecnocratas, banqueiros e empresários.
Os trabalhadores e trabalhadoras, que são a base da produção nacional, precisam ter voz ativa na definição das políticas econômicas do país
Por isso, a conquista dos 4 bilhões não pode ser um ponto final, mas sim um ponto de partida. A luta sindical e popular precisa ir além das negociações salariais e avançar para pautas estruturais, como a redução da taxa de juros, a ampliação do crédito para a classe trabalhadora e o fortalecimento da indústria nacional.
A mobilização deve continuar e se intensificar. É nossa responsabilidade fazer com que nos escutem. Os metalúrgicos de Sorocaba e Região, assim como do resto do Brasil, devem se unir a outras categorias, construir frentes de luta e exigir que a política econômica do país seja feita para a maioria da população, e não apenas para uma minoria que lucra com a exploração e a especulação financeira.
Os R$4 bilhões que chegam ao bolso dos trabalhadores são uma vitória, mas não podemos nos contentar com empatar o jogo. Queremos um país onde quem produz riqueza também tenha o direito de decidir os rumos da economia. E essa mudança só virá com organização, unidade e luta!
Leandro Soares Presidente do SMetal
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente Leandro Candido Soares
Vice-presidente Valdeci Henrique da Silva
Secretário-Geral
Silvio Luiz Ferreira da Silva
Secretário de Administração e Finanças
Tiago Almeida do Nascimento
Secretário de Organização Izídio de Brito Correia
Diretor Executivo Francisco Lucrécio Junior Saldanha
Diretor Executivo Antonio Welber Filho
Mesmo com cerca de R$4 bilhões conquistados, juros altos ameaçam os sonhos da categoria
Vale-alimentação, Programa de Participação nos Resultados (PPR), vale-compras e reajuste nos salários acima da inflação são conquistas que dependem de negociação sindical. Isso sem falar em outros direitos que são impactados por estes resultados.
Para se ter uma ideia, em 2024, os acordos das 14 cidades da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), somaram cerca de R$4 bilhões, considerando-se benefícios como vale-alimentação, e Programa de Participação nos Resultados (PPR), além da massa remuneratória, 13º salário e abonos. Isto é, a soma do salário e do salário indireto.
Além dessas conquistas, diversas empresas da nossa base, como a Toyota, Metalac, JCB e Nal do Brasil, têm anunciado suas ampliações, o que tem gerado mais postos de trabalho. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), mais de 2.300 vagas de emprego foram criadas no segmento metalúrgico entre janeiro e outubro de 2024. A nossa base já chega perto de 49 mil trabalhadores.
“Isso é o resultado de políticas públicas voltadas para a industrialização e a confiança de que em Sorocaba há um Sindicato de respeito, que dialoga e que não deixa ninguém na mão”, afirma o presidente do SMetal.
A expectativa da diretoria do SMetal é que os avanços sejam ainda maiores neste ano. Entretanto, para Leandro Soares, as conquistas negociadas são ofuscadas pela alta taxa de juros, a Selic.
“Contamos com a participação de todos e todas na luta pelo avanço nos direitos e pela redução dos juros, pois só tem conquista com luta e união dos trabalhadores e Sindicato”, afirma. Saiba mais sobre como a alta da Selic afeta o trabalhador na entrevista com Leandro ao lado.
Jornalista responsável Érica Aragão
Redação e reportagem Gabriela Guedes
Projeto Gráfico e Editoração
Cássio
Lucas Delgado
Ilustração Capa Luiz Terra
Sindicato do Metalúrgicos de Sorocaba e Região
Sede Sorocaba: Tel. (15) 3334-5400
Cel. (15) 99714-9534 (WhatsApp)
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Atendimento: Segunda a sexta-feira das 8h às 18h
O BC divulgou no dia 29 de janeiro o aumento da taxa básica de juros, a Selic, de 12,25% para 13,25% ao ano, mantendo o país com a segunda maior taxa de juros no mundo.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os juros altos encarecem o crédito, dificulta o acesso a financiamentos para consumo por parte dos trabalhadores e para o investimento produtivo das empresas.
O presidente do SMetal, Leandro Soares, fala sobre o tema e diz que os juros são o bicho-papão no bolso do trabalhador.
Em entrevista exclusiva, Leandro convoca a categoria para denunciar e lutar contra a alta taxa de juros.
A quem interessa esta decisão do Copom sobre a alta do juros?
Os juros altos garantem lucros enormes para quem já tem dinheiro para investir, enquanto os impostos pesam mais no bolso dos mais pobres. Isso acontece porque o sistema de cobrança de impostos no Brasil faz com que quem ganha menos acabe pagando proporcionalmente mais do que os mais ricos. No fim das contas, essa combinação de juros altos e impostos injustos favorece as elites e transfere dinheiro dos trabalhadores para os bancos e os mais ricos, aumentando ainda mais a desigualdade no país. É um verdadeiro sequestro dos nossos rendimentos
Quais são os efeitos dessa política para a população?
Os juros altos deixam o crédito mais caro, dificultam tanto a vida dos trabalhadores que querem financiar algo quanto das empresas que precisam investir para crescer. Além disso, quando os juros sobem, o governo gasta mais pagando a dívida pública, e esse dinheiro vai principalmente para quem já é rico e tem investimentos. Com isso, sobra menos dinheiro para áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, que são fundamentais para a população mais pobre.
Qual sua opinião sobre a ausência de representantes de trabalhadores nessa decisão feita pelo Copom?
Vivemos em uma sociedade extremamente desigual. Percebemos isso quando um dos espaços que muda a vida de todos nós, como o Copom, que define as taxas de juros, não há uma representação da sociedade civil. O resultado disso é essa política econômica desastrosa que, como sempre, beneficia quem já tem muito dinheiro e prejudica o trabalhador.
Como o Sindicato pode ajudar a diminuir o impacto da alta taxa de juros?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e é referência para os demais juros, como os cobrados em empréstimos, financiamentos e até rendimentos de investimentos. A Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), formado por nove membros, sendo eles, o presidente do Banco Central (BC) e seus respectivos diretores, que são ligados ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). Não há nenhuma representação dos trabalhadores neste grupo.
Além de denunciar essa situação e lutar para que o BC diminua a taxa, também buscamos acordos por meio de nossas negociações, sejam os benefícios, reajustes nos salários ou por melhores condições de trabalho para a nossa categoria ter uma vida mais digna
Como o SMetal está se organizando para conquistar avanços para a categoria neste ano?
Será mais um ano de muito trabalho e luta intensa. Queremos que a categoria participe ativamente do sindicato e continue se mobilizando. Já sabemos que o diálogo com as fábricas e uma categoria fortalecida serão fundamentais para mais vitórias.
Processo eleitoral acontece nos dias 12, 13 e 14 de março
Os associados ao SMetal aprovaram, por unanimidade, as regras para a eleição sindical que acontece nos dias 12, 13 e 14 de março, em assembleia eleitoral realizada no dia 31 de janeiro na sede do Sindicato. Para o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, a a maior responsabilidade da diretoria é convocar a categoria para participar do processo eleitoral
“Prezamos pela inovação, inclusão e por um processo democrático. A legitimidade que
conquistamos é fruto do trabalho da nossa diretoria, da assessoria e, especialmente, dos metalúrgicos que estão na base todos os dias”, ressalta Silvio, que convoca a categoria para contribuir com os debates e na votação.
O Processo eleitoral vai eleger a nova diretoria do SMetal para gestão 2025/2029, que irá compor a diretoria plena, a direção executiva, o conselho da direção executiva e o conselho fiscal, além dos Comitês Sindicais de Empresa (CSEs).
A negociação e conquista de benefícios para a categoria metalúrgica seguem a todo vapor. Acordos de calendário de dias pontes, que permitem a emenda de feriados, foram aprovados na IFFA, Apex Tool, YKK, Nal do Brasil, Sanoh, Kanjiko. Na Metalac, os trabalhadores conquistaram a redução do intervalo intrajornada, que garante que a jornada de trabalho seja de 40 horas semanais. Uma nova jornada para o setor de cabos e fibra ótica foi aprovada pelos trabalhadores da DPR. E na Revo, o acordo de banco de horas foi renovado.
Inscrição para se hospedar na Colônia em março está aberta
Quer curtir uma praia em março? As inscrições para a hospedagem na Colônia de Férias do SMetal estão abertas até às 17h da segunda-feira, 10. Para reservar uma vaga, acesse smetal.org.br ou (15) 3334-5400.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, destinou mais de duas toneladas de alimentos frescos e saudáveis ao Banco de Alimentos de Sorocaba (BAS), entidade mantida pelo SMetal. Com a ação, cerca de 8.500 pessoas serão beneficiadas
Vereador e diretor do SMetal, Izídio de Brito, divulga canal de comunicação
O vereador e diretor de organização do SMetal, Izídio de Brito, deu início a um novo canal de comunicação com a população de Sorocaba, reforçando o compromisso de manter um diálogo constante e eficiente com os cidadãos. Os sorocabanos podem enviar suas demandas, reclamações ou solicitar informações e outros assuntos de interesse público diretamente para o número (15) 99265-3231 via WhatsApp
Ex-ministro de comunicação participa de debate sobre Fake news no SMetal
No dia 31 de janeiro, o ex-prefeito de Araraquara e ex-ministro de comunicação, Edinho Silva, esteve na sede do Sindicato para o bate-papo ‘Quanto custa uma Fake news?’. Confira entrevistas inéditas com Edinho no Portal do SMetal smetal.org.br