Um Jardim na Margem do Orontes surgiu na Revue des Deux Mondes nas edições de 1 até 15 de Abril [1922], assumindo o formato de livro no mês seguinte. Este texto começou por querer-se uma novela que integraria um volume, mas viu-se com as dimensões de um romance. Repleto da energia e do ritmo de uma ópera (e Barrès dizia: «Vou contar umas das pequenas óperas que tenho no espírito.»), compõe o cenário de uma tragédia; e dele foi, de facto, retirada uma ópera pelas mãos de Alfred Bachelet. Mas essa estrutura que se constrói sobre uma tragédia é percorrida por uma linguagem enérgica que não se demora em tornar vivos os cheiros, as cintilações, as texturas de que o texto está cheio — são palavras de sábia escolha que chegam ao leitor à custa de uma pureza de estilo que confere ao romance uma qualidade de cápsula do tempo, onde os amores de um cristão e de uma rainha sarracena vão decorrendo com a consistência de uma lenda. […]
Tradução e apresentação de Diogo Ferreira