2 minute read

Corrente do bem: trabalho conjunto potencializa gestão escolar

Coordenações de ensino mais democráticas conseguem maior assertividade na tomada de decisões no dia a dia

Por Jorge de Souza

A comunicação é uma das habilidades primordiais ao ser humano, mas nem sempre ela é bem aplicada nas relações diárias. Dentro das escolas, esse aspecto também pode ser um desafio quando ocorrem falhas no diálogo entre diretores e gestores com professores e entre educadores e alunos.

“A escuta dentro da escola é fundamental. Seja dentro do grupo de educadores, de maneira geral, como também dos professores com os alunos. Quando a gente consegue estabelecer diálogos, a gestão do processo educacional torna-se mais democrática e assertiva. Precisamos ter um tempo reservado para que esses diálogos aconteçam. Com os professores, por exemplo, é necessário implantar uma rotina de organização e planejamento, incluindo momentos de trocas e conversas significativas”, explica Ana Paula Detzel, coordenadora da Educação Infantil do Marista Santa Maria.

É fundamental que os gestores compreendam a importância da relação democrática em todos os níveis das escolas. Quando diferentes pontos de vista são ouvidos e considerados, muitos problemas cotidianos podem ser solucionados de forma mais efetiva e a tomada de decisão se torna mais inteligente. “Conforme as coisas vão acontecendo dentro da escola e as necessidades vão surgindo, é importante que o gestor tenha o hábito de fazer as trocas, envolvendo a opinião dos professores. Hoje em dia temos muitos recursos para isso, mesmo não estando presencialmente, podemos utilizar a tecnologia a nosso favor, possibilitando o debate em encontros presenciais ou virtuais”, prossegue Detzel.

E essa prática também se estende aos estudantes: é fundamental que as escolas abram espaço para que os alunos possam se manifestar. Esse retorno auxilia na resolução de conflitos, que muitas vezes os gestores e educadores não conseguem sequer observar, tornando o ambiente escolar mais harmônico e saudável.

“A democratização de ideias só traz resultados positivos. Gestões fechadas sem espaço para diálogos resultam em decisões unilaterais. Quando envolvemos todas as pessoas que fazem parte do processo, as decisões são mais justas, ricas e próximas da realidade da escola, trazendo à tona questões do dia a dia da sala de aula”, complementa.

A troca de ideias também é benéfica para os estudantes, que podem construir uma visão mais crítica sobre a escola, compreender melhor o papel que exercem como alunos e até planejarem e desenvolverem ações para melhorar o ambiente escolar, a relação com os colegas e professores e a conservação dos espaços comuns. Esse aprendizado também tem grande importância para o dia a dia dos jovens, afinal, o fomento de uma consciência coletiva desenvolve cidadãos ativos e preparados para a construção de uma sociedade justa e igualitária. “Quando realizamos a escuta ativa com os alunos, garantimos uma parceria de trabalho. Eles se sentem pertencentes ao espaço e, consequentemente, passam a se comportarem de forma mais próxima, prazerosa e até afetiva com o ambiente escolar. A grande lição da escuta ativa dentro da escola é que todos fazem parte do mesmo processo e não estão de lados opostos. Mesmo com funções diferentes, caminhamos em prol do bem comum”, finaliza a coordenadora.