JORNAL AMOR IMPRESSO N.3

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ASDA - Associação Síndrome do Amor Ribeirão Preto SP Brasil Julho/2015

Amor que percorre o mundo

Nº 3

Luiza Grynfogiel

A Associação Síndrome do Amor provou não ter limiO apoio da Associação foi vital nesse momento. tes e já chegou até o outro lado do mundo. A reporta“Apesar de ter sido criada há pouco tempo [na época], gem conversou com duas mães que compartilharam havia casos semelhantes e o que mais me surpreendeu suas histórias, repletas de coincidências: ambas moram foi que um era diferente do outro. Ao mesmo tempo no Japão e receberam auxílio e cuidados via redes sociais em que ficava muito triste, parecia que me fortalecia e internet. para o dia seguinte. Desde então, Tânia Toda mora há 24 anos no descobri que eu não estava soJapão e diz que a mudança de país frendo sozinha”, conta Tânia. foi um desejo de mudar de vida após dificuldades financeiras e proLis, a luz de Eliana blemas familiares. “O Japão nos Eliana Tieko Gondo tinha um proporcionou paz, segurança e plano de trabalhar no Japão por estabilidade financeira. Por esses dois anos. Isso já faz sete anos e motivos, decidimos ficar por aqui”, nesse tempo ela construiu uma conta Tânia, que atualmente mora família em Fukuroi, província de na cidade de Ogaki, província de Shiozuoka-ken. Casada, tem dois Gifu. filhos, Cauã, 2 anos, e a Lis, com Já com uma filha, Juliana, na épo- O aconchego de Carol nos braços de Gelson e Tânia seis meses, portadora da ca com 15 anos, a gravidez de Síndrome de Edwards. Carol ocorreu num momento complicado de carga Com 30 semanas de gravidez, o médico observou que excessiva de trabalho. No sétimo mês de gestação, pera barriga do bebê não estava crescendo e era necessário cebeu algo diferente: sua barriga crescia mais do que na ir a um hospital maior para realizar exames específicos. primeira gestação. O médico da época dizia que era algo Com 32 semanas de gestação, o obstetra deu 90% de comum, até cancelar a cesárea um dia antes do procedichance de Lis ser portadora da Trissomia 18. mento, alegando que o bebê poderia nascer com riscos e Por meio de um grupo na internet de mães do Japão, o hospital não teria suporte. contou sobre a suspeita do médico e assim conheceu Tânia finalmente encontrou um novo médico disposto Tânia Toda. As duas trocaram histórias e Eliana recebeu a ajudá-la. “O novo obstetra ficou indignado desde o indicações para conhecer o site da Síndrome do Amor. começo quando pegou meu caso. Ele não entendia “Fui apresentada a outras mães que têm e tiveram filhos porque não fui transferida quando o primeiro médico com a mesma anomalia genética de Lis, assim fui tirandesconfiou de riscos”, conta. do minhas dúvidas e me sentindo O bebê nasceu com peso menor amparada com todo o apoio que que o esperado e, no segundo dia eles dão”. de vida, a Síndrome de Edwards Eliana conta que possui ajuda foi confirmada. “Eu só pedia a financeira no Japão, pois não Deus para ouvir o choro dela... foi existem hospitais públicos como quando escutei um chorinho, não no Brasil. “O mais difícil é o fato muito forte, mas chorava... e eu de não entender direito a língua chorava junto... até quando a troujaponesa e, se tratando de termos xeram para mim... o choque foi tão médicos, é ainda mais grande de ver aquele bebê tão complicado”, afirma Eliana. pequenino que sumiram as lágriLis nasceu de 38 semanas e mas”, relata Tânia. quatro dias, no dia 5 de novemAo sair do hospital, Tânia comebro de 2014 e desde então luta A pequena Lis sob os olhos de Eliana, Cauã e Márcio çou a pesquisar na internet sobre para sobreviver ao lado de uma Trissomia 18, termo médico para equipe de médicos atenciosos e Síndrome de Edwards, e encontrou a Associação. Comqualificados. Para Eliana, a filha é uma lição de vida. partilhou o conteúdo com seu médico, Dr. Tanashi, que "Ensinou que, apesar de todo o sofrimento, podemos não estava familiarizado com a anomalia genética. “A achar alegria. Que mesmo com tanta dificuldade, nada é Síndrome do Amor fez um papel importantíssimo ao maior do que o amor! Levarei o sorriso e a vontade de pediatra, pois como ele não tinha experiência no caso, viver que meu bebê tem!", conclui Eliana. queria saber dos procedimentos no Brasil”.


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