Índice EDITORIAL
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ENTREVISTA: Attilio Leardini
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10 LINHA DE CRÉDITO: Custeio para pesca de captura 12 POLÊMICA: Reserva do Arvoredo 14 EMPRESA QUE FAZ: NETUNO 18 20 INICIATIVA: Setor produtivo cobra SEAP HOMENAGEM: Jantar dos Anunciantes 22 EVENTO: Marejada 2005 24 SEGURANÇA: NEPOM, segurança nos mares 26 ECONOMIA: Os vilões do crescimento da pesca
MEMÓRIAS DA PESCA: Concurso de fotos e Exposições REIVINDICAÇÃO: Defeso da sardinha
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AGENDE-SE: Feiras e Eventos no Brasil LEGISLAÇÃO: Observador de bordo
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INCENTIVO: Crianças aprovam peixe na merenda
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A ARTE DE CANTAR EM GRUPO: O talento do Coral PROARTE NOTAS: Registros da pesca MENSAGEM: Seicho-no-ie
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CULINÁRIA: VOL-AU-VENT com patê de atum
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Capa: Peu Japiassu / Foto: Marcello Sokal
REVISTA SINDIPI A REVISTA SINDIPI é uma publicação do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO Diretoria do SINDIPI : Antônio Carlos Momm (presidente), Dario Vitali (vice-presidente), João Manoel da Silva (tesoureiro) – Departamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini (OAB/SC 15.939) – Departamento Comercial: João Manoel da Silva – Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina – CEP: 88301-030 – SINDIPI @SINDIPI .com.br – Fone: (47) 348-1083 – Envie suas cartas para: cartas@SINDIPI .com.br Coordenação editorial: Antônio Carlos Momm. Produção: GRUPO ALPHA SUL COMUNICAÇÃO: Jornalista responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Projeto gráfico e diagramação: Gerson Reis; Coordenação gráfica: Peu Japiassu; Reportagens: Rogério Pinheiro; Fotos: João Souza e Marcello Sokal; Revisão: Neusa Japiassu; Impressão: Gráfica Coan – Tubarão, SC – www.coan.com.br – Tiragem desta edição: 5.000 exemplares – Circulação: setor pesqueiro nacional
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Editorial
Mais um encontro FOTO MARCELLO SOKAL
cheio de novidades... A nossa equipe está feliz com os resultados. Recebemos muitos elogios da edição 13 e estamos abertos a receber críticas também. Afinal, aprendemos a crescer profissionalmente com cinco pontos básicos: ouvir, ser humilde, aprender com as dificuldades, sempre estar aprimorando e estar feliz com o trabalho. E é assim que nós conduzimos as reportagens, matérias especiais, registros fotográficos. Nesta edição 14 vamos dividir com vocês a entrevista do empresário Attilio Leardini, que fala das estratégias de crescimento e da força da união no setor. Uma reportagem especial com opiniões de armadores e do analista ambiental do IBAMA sobre o polêmico plano de manejo em torno da
Reserva do Arvoredo. Na editoria EMPRESA QUE FAZ, a Netuno apresenta a nova linha de produtos, com receitas personalizadas. Vocês vão conhecer as ações do NEPOM, os guardiões do mar, da Polícia Federal. Na editoria A ARTE DE, crianças carentes do coral infantil da Proarte demonstram o valor da música como inspiração de vida. Um artigo especial do Claudionor Gonçalves, que fala sobre linhas de créditos para a pesca. A nova editoria AGENDE-SE com informações das principais feiras nacionais. Na receita da nossa colaboradora Olga Hipólito, uma ótima dica para saborear neste verão e aprovadíssima pela nossa equipe. Escrevam para a REVISTA SINDIPI no endereço: cartas@sindipi.com.br. Antes de terminar gostaria de compartilhar um trecho da MENSAGEM desta edição: “... quem desejar ser feliz deve tornar-se, antes de tudo, uma pessoa alegre”. Uma boa leitura e até a próxima.
Daniela Maia, editora
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Entrevista: Attilio Leardini
Estratégias de crescimento Daniela Maia
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Leardini Pescados assume a posição de empresa destaque no cenário da pesca. Uma conquista comprovada ao longo do tempo.
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ão 17 anos de trabalho e dedicação, fruto da persistência do empresário ATTILIO LEARDINI, diretor-presidente da indústria. A Leardini iniciou na pesca com a comercialização de pescados frescos e hoje alcança um faturamento de 80 milhões ano e emprega 750 pessoas. Para 2006, a previsão é aumentar para mil funcionários. Attilio é conhecido no setor como um grande estrategista, sempre apostando em inovação. No início da entrevista, Attilio se mostrou uma pessoa reservada, mas aos poucos, o empresário foi desvendando valores que o levaram a ser um grande empreendedor: a valorização do ser humano e incentivador da união do setor pesqueiro.
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Confira a entrevista e veja a opinião do empresário sobre o setor e as estratégias de crescimento.
SINDIPI – De que forma o senhor age como administrador para aumentar a produtividade da sua empresa? Leardini – São diversos processos, sempre investindo em novas máquinas e tecnologia. Mas a principal estratégia é a satisfação dos funcionários. Eles precisam estar satisfeitos para produzirem bem. Temos um setor de recursos humanos atuante, que realiza diversas ações, são feitas pesquisas de satisfação, entrevistas para saber quais os problemas, cursos de liderança para os supervisores e conferentes, promoção de festas, eventos nas datas comemorativas. No dia 12 de outubro fizemos uma festa no pátio da empresa em comemoração ao Dia das Crianças, um evento que envolveu toda a comunidade e participaram cerca de dez mil pessoas. Na área da saúde também inves-
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timos em ginástica laboral e temos profissionais da saúde dentro da empresa, como médica, enfermeira e fisioterapeuta. Faz parte da nossa missão, ter qualidade nos produtos e dar satisfação aos clientes. Achamos que para dar satisfação aos clientes temos que, primeiro, alcançar a satisfação interna. SINDIPI – Os altos tributos são sinônimos de crise? Leardini – Imposto não é crise, é Brasil, corrupção, desperdício do dinheiro público. O que temos que fazer é nos unir e convencer o setor da grandeza desta união e debater com as autoridades: impostos, fiscalização das nossas águas, unindo-nos ao Ministério da Agricultura, IBAMA e INMETRO para rever a atual legislação que está totalmente desatualizada e hoje, apesar da boa intenção dos órgãos, muitas vezes atrapalha e é muito burocrática. Também fazer um cadastro de mal pagadores, trabalhar forte com a SEAP para investimentos na frota, indústrias, máquinas, eleger uma pessoa honesta do setor para ter
uma participação política. É fundamental que as leis decretadas pelo IBAMA sejam discutidas, inclusive com o setor produtivo. Muitas vezes ficamos sabendo de um decreto após a publicação e que não teve a participação do setor. SINDIPI – Na sua avaliação a união resolveria estas questões? Leardini – Com certeza este é o primeiro passo. Por exemplo, o Ministério da Agricultura é um órgão muito bom, o que desfavorece muitas vezes é a legislação, sem sintonia com as empresas. Precisamos unir o setor, sentar junto ao Ministério da Agricultura e rever ponto por ponto, o que pode melhorar a produção, qualidade, satisfação dos funcionários. Muitas vezes o Ministério da Agricultura vai para um lado e o setor para o outro e na verdade todos os dois querem a mesma coisa. A mesma ação poderia ser feita com o INMETRO e IBAMA. O IBAMA não está para atrapalhar, está para ajudar, para preservar, mas precisa sentar com o setor produtivo. É essencial o setor da pesca estar unido e ser ouvido.
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Entrevista: Attilio Leardini SINDIPI – As exportações na sua empresa estão prejudicadas com a oscilação do câmbio? Leardini – Atrapalha bastante, mas estamos exportando os mesmos volumes de quando o câmbio era alto. Para driblar esta situação, nós substituímos alguns produtos, outros conseguimos melhorar o preço em dólar e eliminamos alguns que estavam nos dando prejuízos. Abrimos novos mercados, melhoramos preços agregando valor ao produto, enfim sempre investindo em qualidade. Estamos exportando 30% dos nossos produtos, mas a meta é chegar a 50%. Hoje os produtos com maior destaque na exportação são o peixe-sapo, o calamar e a arraia. SINDIPI – As perspectivas para o setor da pesca? Leardini – O mercado é grande, há espaço para todos crescerem e as perspectivas são as melhores possíveis, mas desde que haja uma união do setor e de seriedade no trabalho. O negócio da Leardini é alimento saudável. Se vocês perguntarem para qualquer funcionário da Leardini
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qual é o negócio dele, com certeza não é comprar, não é vender, não é cortar, não é descarregar: é alimento saudável. Se o negócio dos armadores, das indústrias virarem pescados com mais qualidade, o setor vai crescer, ganhar e prosperar. SINDIPI – O governo incentiva linhas de crédito para investimentos na pesca? Leardini – Existem linhas de crédito para financiar caminhões, algumas máquinas e equipamentos que são produzidas em mercado nacional. Mas a competição da indústria brasileira com as indústrias da América do Sul ou com as indústrias americanas, européias, chinesas é desumana. Normalmente nos outros países a importação de uma máquina que gera produção, a alíquota do imposto é zero e ainda existe capital de giro disponível com valor alto e juros baixíssimos, um grande incentivo à produção. No Brasil há uma burocracia absurda, os incentivos são muito mal esclarecidos. O governo ajuda pouco e as indústrias brasileiras só
crescem porque os empresários são persistentes. O governo estadual inseriu uma política de lucro presumido igual a de outros setores, isso alavancou a indústria da pesca. Em contrapartida o governo federal aumenta o PIS, COFINS, o combustível e a energia elétrica aumentam a cada dois ou três meses. A situação é assim: sobe o combustível, mas não consigo aumentar o frete; sobe a luz, mas não consigo aumentar meu preço. A carga tributária é desumana, absurda, o governo não consegue entender que, quanto menos impostos cobrar, mais ele vai arrecadar. SINDIPI – As ações da SEAP estão trazendo resultados? Leardini – Na Leardini se nota muito pouco, com exceção do estímulo a participação das indústrias em feiras internacionais. Acredito que a SEAP e os assessores deveriam estar mais unidos com os Sindicatos, ouvir o setor pesqueiro. Na Leardini, nós resolvemos problemas na empresa ouvindo os funcionários. Eu acho que um go-
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verno surdo, que não escuta, e para escutar alguma coisa precisa estar amarrado, e que promete crescimento, acaba sendo um governo desordenado. É importante que os políticos e os assessores estejam reunindo com os setores, avaliando a situação. O governo tem que ser um facilitador. Não pode ser um “atrapalhador” de atividades, ações e crescimento. SINDIPI – Como o senhor avalia as embarcações estrangeiras na costa brasileira? Leardini – No Brasil houve um assalto de barcos estrangeiros aos nossos produtos. Uma competição desigual com a frota e indústria nacional. O governo deixava que os barcos estrangeiros entrassem no Brasil e capturassem nossos produtos. Os produtos capturados nos barcos estrangeiros, como por exemplo, o peixe-sapo, quando exportado para a Espanha, chega ao seu destino com imposto zero. Além de não ter imposto de exportação no Brasil, não há imposto de importação na Espanha. Uma condição desigual e desumana.
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Na Espanha, como na maioria dos outros países, o óleo é mais subsidiado do que o nosso. Eles importam equipamentos do mundo inteiro a custo zero e com dinheiro subsidiado, e nós, brasileiros, pagamos altos impostos. Quando um barco espanhol pesca no Brasil e expor ta para a Espanha, país de origem, a taxa de imposto é zero. Em contrapartida, se um barco nacional vende para a Espanha, é pago 25% de imposto. Além disso, os nossos trabalhadores são regidos por uma lei trabalhista que é altamente tributável. Os barcos estrangeiros têm alta tecnologia de pesca e equipamentos, mas infelizmente nada é compartilhado ou dividido entre nós. A grande maioria das pessoas que arrenda barcos estrangeiros com o fim de trazer tecnologia para o Brasil é na verdade laranja que recebe gordas comissões em cima do faturamento, isso deveria acabar. Fora isso se um barco brasileiro passa uma milha para dentro do Uruguai, a marinha uruguaia pára, prende e multa. Aqui no Brasil, às vezes têm barcos uruguaios, argentinos, chineses
pescando no Brasil que não têm licença. Outro dia vários barcos uruguaios estavam pescando caramujo em águas brasileiras, chineses capturando calamar etc. As águas não são fiscalizadas. SINDIPI – Qual a sua avaliação sobre a atuação do SINDIPI? Leardini – O sindicato deve ser fortalecido. Infelizmente os armadores e as indústrias ainda não conseguiram sentir a força que eles teriam se a adesão e a união fossem 100%. Os grandes setores da economia brasileira só crescem com sucesso e só têm voz no governo, em função da união, da força que eles representam juntos. O Sindicato é essencial para a perpetuação e crescimento do setor. A atual diretoria do SINDIPI conseguiu coisas que jamais foram alcançadas, como o subsídio do óleo, o crédito pre s u m i d o d o ICMS, ações que mantêm o setor em pé. São várias atitudes que o Sindicato está tomando para a melhoria da pesca e a tentativa de manter, não só Santa Catarina, mas o Brasil unido.
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Economia
Indústrias e armadores reclamam da
falta de incentivo dólar,, as dificuldades na eexportação, A baixa do dólar xportação, os altos tributos, aumento do óleo diesel são índices apontados como vilões do crescimento da pesca industrial. Umas das alternativas é a importação de pescado, o que representa perda no mercado interno. Daniela Maia
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umento, aumento e aumento. Parece ser redundante, mas é a realidade. A cada tentativa de buscar fôlego para investir nas embarcações ou indústrias, os empresários são surpreendidos com um novo preço do óleo diesel, altos tributos e a falta de política para incentivar as exportações no Brasil. O universo da pesca é enorme. Se o setor está bem, os resultados positivos refletem diretamente na economia e na vida de empresas, trabalhadores e pessoas que, direta ou indiretamente, dependem da pesca. Só no SINDIPI
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– Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região – estão cadastradas 465 embarcações de pesca industrial. Calculando uma média de 16 tripulantes a bordo, só a frota de barcos equivale a 7,5 mil trabalhadores embarcados. Nas indústrias de processamento e beneficiamento do pescado, a contratação de mão-de-obra também é grande. “A pesca em Santa Catarina, principalmente na região de Itajaí, é a grande propulsora na geração de emprego e renda na região”, garante o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm.
Atualmente, a preocupação do Sindicato é com o reflexo da política econômica. Segundo Momm, o último aumento do óleo diesel, anunciado pela Petrobrás, foi de 12%, e teve um dos maiores impactos no setor pesqueiro. O sindicalista explica que as indústrias só não param porque têm contratos a cumprir e estão esperançosos de que haja uma ação emergencial por parte do governo federal. De acordo com o presidente, os pescadores da frota de atuneiros que trabalham na captura de gaiado (tipo de atum), reivindicam
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um aumento de cerca de 40% no valor do atum pago pelas indústrias. O gaiado é capturado para atender principalmente a demanda das indústrias de enlatados. Segundo Momm, a negociação com as principais empresas da região é fundamental, mas a atual situação é desfavorável para a concessão de reajustes. “A reivindicação dos atuneiros por melhores preços é justa, mas esbarra nas dificuldades do setor diante do cenário econômico do Brasil. Para conceder o reajuste à categoria, as empresas precisam avaliar o valor de exportação. Portanto, tudo depende do preço internacional do pescado”, destaca. O preço do quilo do atum capturado, hoje, é R$ 2,00. Com o aumento, o preço poderia chegar a R$ 2,80 o quilo. Segundo Momm, com a paralisação dos trabalhadores, as empresas enlatadoras podem recorrer à importação de países como o Equador. “Com o câmbio pressionando o lucro das empresas, aliado à falta de pescado, por conta da paralisação, a alternativa seria importar, afetando ainda mais o mercado interno”, alerta.
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A empresária Maria de Fátima Santos Silva, disse que o setor atuneiro está enfrentando uma crise. “Em virtude dos elevados custos de produção, em função do aumento do óleo diesel, mais a manutenção das embarcações e a valorização do Real, hoje estamos vendendo nosso produto pelo preço mais caro do mundo, aproximadamente 869 dólares a tonelada”, explica. Segundo Maria de Fátima, o preço internacional do atum é cerca de 750 dólares a tonelada, 15% mais barato do que no Brasil, e ainda é congelado. “Os custos para que uma embarcação tenha condições de trabalho e segurança aos pescadores, exigem das empresas muito mais do que arrecadam”, lamenta. O Coordenador da Câmara Setorial do Atum, Evaldo Kowalsky, disse que tudo isso é motivado por uma política econômica voltada a cobrar e aumentar tributos, penalizando o empresário e facilitando aos bancos. Se este quadro não mudar, será o caos econômico, financeiro e principalmente social”, opina. Na avaliação do empresário, o momento é de unir forças, do
empresariado e da classe trabalhadora e cobrar ações do governo. “Devemos seguir os exemplos da União e dos Estados quando ferem frontalmente a constituição e não obedecem a Lei Kandir: a União em não repassar aos Estados a reposição devida pelos incentivos à exportação, o Estado, com a recente decisão do CONFAZ firmada por alguns, ameaçando não reconhecer o incentivo, ou seja, a manutenção do crédito do ICMS incidente sobre o produto exportado, conforme determina aquela lei complementar”, cita. Disse, ainda, que a não mudança na política econômica, tributária e social dos governantes impossibilita o aumento de empregos, salários e ajustes de parceria. O presidente do Sindicato acredita que a alternativa é mobilizar todo o setor. “Se o governo federal não tomar nenhuma atitude, uma das soluções é fazer uma ação na terra e no mar: vamos sugerir aos armadores, trabalhadores das indústrias, pescadores e até caminhoneiros uma paralisação de toda região sul e sudeste”, alerta.
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Linha de crédito
CRÉDITO DE CUSTEIO PARA PESCA DE CAPTURA COMERCIAL
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” PARA QUEM NÃO TINHA NADA, ISTO JÁ É UM PRATO CHEIO ”
Até o ano passado, a pesca de captura não estava incluída na linha de crédito de custeio pecuário tradicional e isto só ocorreu agora, graças ao esforço do esca de Itajaí, que chamou os SINDIPI – Sindicato das Indústrias de PPesca empresários do setor (armadores) para preencher suas propostas de crédito, atendendo à solicitação da Superintendência do Banco do Brasil.
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levantamento da necessidade do volume de recursos, como as atividades a serem financiadas e prazo necessário para amortização, foi entregue ao agente financeiro para estudos de viabilidade. Com apoio da SEAP/PR e Banco do Brasil, o setor pesqueiro conseguiu a linha de crédito, embora precise urgentemente de algumas correções pois o “Programa Banco do Brasil de Aqüicultura e Pesca” no Custeio Pecuário Tradicional – Aqüicultura e Pesca de Captura Comercial não contemplou o nosso armador de pesca quando incluiu nas “exigências” a obrigatoriedade de ser associado de cooperativa. Outra falha do programa é oferecer o teto único de R$150.000,00 em recursos controlados (8,75% ao ano) para todas as categorias de pescador. Desta forma o crédito deixa de ser “adequado, oportuno e suficiente”.
A Secretaria de Aqüicultura e Pesca de Itajaí, através de sua diretoria de Planejamento e Desenvolvimento mobilizou o setor através das suas entidades representativas e elaborou um documento de apoio à viabilização
Por que discriminar a pesca obrigando o beneficiário a ser sócio de cooperativa? da linha de crédito de custeio pecuário da pesca de captura comercial do “Programa Banco do Brasil de Aqüicultura e Pesca”, propondo correção na redação da norma do crédito com referência ao beneficiário excluindo a exigência de que seja associado de cooperativa. Por que discriminar a pesca obrigando o beneficiário a ser sócio de cooperativa, se tal exigência não ocorre para nenhuma outra atividade produtiva? Outra proposição do documento modifica o teto único
de financiamento com recursos controlados (8,75% ao ano) em valores diferenciados por categoria: Pescador Artesanal (Rec. Bruta anual até R$433.755,00) = R$73.500,00 Microarmador (Rec. Bruta anual até R$ 433.755,00) = R$73.500,00 Pequeno Armador (Rec. Bruta anual até R$ 2.088.000,00) = R$182.700,00 Médio Armador (Rec. Bruta anual até R$8.000.000,00) = R$639.450,00 A SEPESCA, na função de fomentar o desenvolvimento do setor pesqueiro, tomou a iniciativa de mobilizar o setor tentando eliminar as barreiras. Este documento foi protocolado na última reunião da Câmara Setorial da Pesca – CEDERURAL, em Florianópolis, solicitando que sejam tomadas as devidas providências junto à Secretaria de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República – SEAP/PR, ao Conselho Monetário Nacional, ao Banco Central e ao Banco do Brasil. Claudionor Gonçalves, Diretor de Planejamento e Desenvolvimento da SEPESCA
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Polêmica
Plano de manejo em torno da
Reserva do Arvoredo gera dúvidas
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Armadores temem o impacto do plano. Não havendo alterações a tempo, a frota pesqueira poderá diminuir e deixar de ser produtiva. Analista ambiental do IBAMA acredita que a mobilização pode ter resultados positivos para o setor.
Ong APRENDER é a entidade responsável pela iniciativa da elaboração do plano de manejo da Reserva do Arvoredo. O Projeto foi financiado pela FNMA – Fundação Nacional do Meio Ambiente. A partir da elaboração do plano criou-se a zona de restrição, aprovada em setembro de 2004. O estudo contou com a participação do IBAMA e da empresa Sócio Ambiental Consultores Associados. A grande polêmica é que nesta área, na zona de amortecimento,
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é permitida a pesca artesanal de principalmente alevinos e larvas de arrasto, de malhar e outros tipos de camarão. Para esclarecer as dúvidas barcos com menos de 10tab, e dos armadores, participou da proibida a pesca de embarcações reunião o analista ambiental do acima de 10 toneladas de IBAMA, Mário Pereira, responsável arqueação bruta. pela Reserva do Arvoredo desde Segundo os armadores há maio de 2004. Segundo Pereira embarcações com menos de 10tab, que têm rede de malhar que chega a cinco quilômetros de extensão, com permissão de pesca. Os armadores perguntam: “Por que esta descriminação? Por que uma traineira que não mexe no fundo do mar não pode pescar, e uma embarcação artesanal, com menos de 10 tab e rede de malha miúda, com cerca de 15 mm que causa impacto ambiental, pode? Estas Mário Pereira, analista ambiental do IBAMA, indagações demonstram a responsável pela Reserva do Arvoredo inconformidade do setor. Todas essas questões foram tanto a pesca de arrasto, quanto a levantadas em reunião no CEPSUL/ pesca de cerco, têm impacto. IBAMA, realizada em setembro, em O analista ainda reforça que a Itajaí. As primeiras colocações dos pesca de arrasto está fadada a armadores é que a pesca artesanal acabar e cita como exemplo as de arrasto, é uma atividade que licenças de pesca. De acordo com além de ser diária e ininterrupta, Pereira, na atual legislação nenhum revolve o fundo marinho e captura barco pode ser licenciado como indiscriminadamente animais de barco de arrasto, a permissão só é qualquer tamanho ou espécie, válida para quem já tem a licença.
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“Eu acredito que a pesca de arrasto é a mais impactante. A resolução foi mais sócio-econômica do que ambiental. Foi chamado o pessoal representante do setor industrial para a discussão. A proposta partiu dos armadores artesanais. Foi a partir de uma solicitação da categoria (artesanal)”, justifica. Segundo Pereira, o SINDIPI – Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região, foi convidado a participar da reunião e não enviou nenhum representante. O presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, confirma o recebimento, mas rebate: “Primeiro, o convite foi para o Sindicato das Indústrias de Pesca de Santa Catarina e nós somos de Itajaí e Região. O convite era para participar de uma reunião, que o estudo já estava sendo elaborado há tempo. Nós do setor produtivo deveríamos ter sido convidados para fazer parte do processo desde o seu início. Essa reunião foi só para ratificar. O não comparecimento do Sindicato não justifica, para valer, uma lei sem análise mais criteriosa”, destaca. Setores interessados em resolver esta questão, tambizioém
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questionam a forma como foi decidida a lei. “Nós não recebemos nenhum convite para participar dessa reunião”, lembra Manoel Xavier de Maria, na época presidente do SITRAPESCA – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Pesca. Segundo Xavier, essa decisão é discriminatória. “Devemos lembrar que todos são iguais perante a lei”, enfatiza. A experiência de quem está em contato diretamente com a pesca em alto mar, silencia qualquer justificativa. O armador e coordenador da Câmara Setorial da Sardinha no SINDIPI, Wilson Cabral, que fica embarcado em média dez meses ao ano, argumenta: “Não pode capturar tainha com embarcações acima de 10 tab, mas pode arrastar camarão. A pesca artesanal de arrasto, mesmo que seja com pequenas embarcações, é a mais predatória, 90% do pescador artesanal trabalha com arrasto. A embarcação de traineira de 100 toneladas usa o mesmo tamanho de uma rede de uma embarcação de menos 10tab”.
O armador lembra que, se a decisão for baseada na preservação do sustento de pesca artesanal, é fundamental lembrar que os tripulantes dos barcos indústriais foram e certamente voltarão a ser artesanais, e os ganhos obtidos nas traineiras, por exemplo,
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Todo o litoral está tomado. Precisamos retomar este tempo perdido e avaliar, o quanto antes, as normas de proibição de pesca
“ voltam às suas comunidades. Diante destas colocações o analista do IBAMA alega que, independente da extensão da rede, outro ponto analisado é que as embarcações maiores são habilitadas a pescar em mar aberto, indo mais longe da costa, ao contrário dos pescadores artesanais. Segundo Cabral, esse impasse
se resume em injustiças, ironias e pontos que podem levar a conseqüências drásticas em todo o setor pesqueiro. “Daqui a pouco a frota terá que ser diminuída, e deixará de ser uma frota produtiva, geradora de renda e empregos, para ser uma embarcação de risco e de desemprego”, alerta. E ainda reforça: “temos que ter consciência que o mar é de todos.” Em contrapartida fica proibida a pesca de cerco acima de 10 tab que captura espécies demersais ou pelágicas em migração, principalmente sardinhas, tainhas, corvina, anchovas e outras espécies. A prática do cerco é efetuada no local do cardume, pequena área e permite devolver ao seu meio ambiente qualquer espécie juvenil, intacta. A área do Arvoredo é zona de ressurgência, atraindo espécies migratórias. Se o único critério de proibição da pesca de cerco é o tamanho das traineiras, acima de 10 toneladas, não há impacto ambiental. Diante desta situação, o analista ambiental Mário Pereira argumenta que o plano poderá ser ajustado mediante relatório de monitoria de
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implementação, aprovado pela avaliar o quanto antes as normas Presidência do IBAMA. “O prazo é de de proibição de pesca”, sintetiza. cinco anos e já se passou um ano. O empresário Jorge Seif, da JS O critério é mais sócio econômico Pecados, destaca que os prejuízos do que biótico, não poderia ser podem refletir nas questões sociais vedada a pesca de cerco (traineira), e atingir as indústrias. Seif cita mas há critérios para a exclusão da como exemplo sua empresa, que pesca industrial na ANPT”, destaca. tem uma fábrica de gelo, O analista reforça que o plano de manejo da Reserva Biológica é um documento onde, utilizando-se técnicas de planejamento ecológico, é determinado o Zoneamento da Reserva Biológica, caracterizando cada uma de suas zonas e propondo seu WILSON CABRAL, Coordenador da Câmara desenvolvimento Setorial da Sardinha físico, de acordo com suas finalidades. distribuidora e manipulação de Na opinião do Aluisio Vieira da pescados, empregando diversas Silva, diretor administrativo do pessoas direta e indiretamente. SITRAPESCA – Sindicato dos O Armador Pedro Leal, da Trabalhadores nas Empresas de Makopesca desabafa: “Não digam Pesca de Santa Catarina, é mais que as traineiras tenham que necessária uma mobilização. “Todo buscar alternativas. Daqui a o litoral está tomado. Precisamos pouco não sei mais aonde a gente retomar este tempo perdido e vai conseguir pescar”.
O SINDIFLORIPA – Sindicato das Indústrias de Pesca de Florianópolis entrou na justiça federal contra o IBAMA. O Sindicato relata na ação que não foi convidado a participar de nenhuma oficina pública para discutir o assunto e que o plano fere o princípio constitucional de igualdade. Segundo o analista do IBAMA, já foi realizada a primeira audiência conciliatória em setembro, mas não teve acordo. “Como está em questão judicial, é preciso aguardar a audiência para fornecer alguma resposta”, relata. Mesmo com tanta polêmica, na avaliação do analista ambiental, a mobilização pode ter um resultado positivo para a categoria. “Acredito que a restrição possa ser diminuída, mas terá que ter uma negociação com o setor da pesca artesanal e ser baseado em dados científicos (sócio econômico e biótico) para defesa do setor”, destaca. Segundo Pereira, o texto completo do Plano de Manejo da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo está a disposição no Centro Nacional de Informação Ambiental – CNIA/IBAMA e na página da internet.
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Empresa que faz
Empresa lança
embalagens e receitas personalizadas
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Netuno, empresa pernambucana, destaque na exportação de pescados, lança em novembro as novas embalagens de toda sua linha. Com design moderno, mais tecnologia e segurança, as embalagens à vácuo e fracionadas vão oferecer aos
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DIVULGAÇÃO
Chefs renomados participam da nova linha de produtos Netuno. A empresa inaugura ainda este ano mais duas unidades de processamento. consumidores receitas de chefs renomados do País em cada um dos seus produtos. As receitas estarão no verso das embalagens e quem comprar um camarão, ou um peixe, terá uma receita personalizada, explica o diretor de marketing e vendas, Eduardo Lobo. O lançamento das embalagens acontecerá durante a Fispal Nordeste 2005, Feira
Internacional de Produtos, Equipamentos, Embalagens e Serviços para Alimentação, que acontece de 8 a 11 de novembro, no Centro de Convenções no Recife. Para o consumidor e donos de restaurantes será possível, por exemplo, adquirir quantidades exatas de um determinado produto. “A compra poderá ser fracionada. E também teremos as embalagens à
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vácuo que vão permitir uma melhor conservação do produto, possibilitando suas propriedades durante mais tempo, minimizando o contato com o ar. A Netuno investiu nas embalagens à vácuo, por possuírem uma tecnologia de ponta e que será destinada inicialmente a produtos de sua linha premium, como lagosta, salmão, tilápia e camarão de águas profundas. Já as embalagens fracionadas, ou seja, em pacote, são destinadas a um público fixo. Para este formato, a Netuno inovou apresentando seus produtos com uma roupagem mais moderna, com preços variados.
objetivo incentivar o cultivo desse peixe em tanques-rede, a empresa terá a capacidade de processar 25 mil toneladas de tilápia por ano. Desse total, 80% serão destinados ao mercado exterior. A unidade industrial do Recife está sendo construída no bairro da Imbiribeira, ao lado da matriz da Empresa e a outra fica localizada no município de Itaporanga d’Ajuda, em Sergipe. Será também implantado em Pernambuco um moderno centro de alevinagem, com produção de 42 milhões de alevinos por ano. Além disso, haverá oito Centros de Apoio ao Produtor nas principais regiões produtoras, da Bahia ao Ceará. A Netuno, de acordo com o gerente de Projetos Especiais, Alexandre Castro e Silva, aposta na aqüicultura como uma das atividades de maior potencial para a Região. O gerente de Projetos Especiais diz que a idéia da iniciativa é que, com o aumento da escala de produção, a tilápia venha se tornar um peixe de forte consumo nacional e com preço competitivo, o que ajudará o País a diminuir as importações de pescados.
rojetos Novos PProjetos Para este ano a Netuno, presente há 16 anos no mercado, tem um novo desafio: a inauguração de uma das duas novas unidades de processamento que vão dar suporte à nova atividade da empresa: o Projeto Tilápia Netuno. A primeira indústria, localizada no Recife, será inaugurada em dezembro. Tendo como principal
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Iniciativa
Setor produtivo cobra ações
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O vice-presidente do SINDIPI, Dario Vitali entrega ofício ao ministro Fritsch na presença do prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni
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Um documento com reivindicações do setor foi entregue ao Ministro José FFristch, ristch, em Itajaí.
A
irregularidade no pagamento da subvenção federal do óleo diesel marítimo, investimentos em módulos de manipulação de pescado no município, seguro-defeso aos pescadores profissionais, a implantação dos serviços de salvamento em alto-mar para atendimento das emergências – SALVAMAR – são algumas reivindicações do setor pesqueiro relatadas em um documento entregue no início de setembro, ao ministro José Fritsch, da SEAP/PR, Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca, durante sua visita à Itajaí para a inauguração do Escritório regional da SEAP/PR-SC e o lançamento em definitivo do programa PROFROTA. No documento, o setor ainda alerta sobre a pesca na Lagoa dos
Patos, solicitando a proibição da pesca de arrasto no local, já que a Lagoa, localizada no extremo sul do Brasil, é uma das maiores lagunas costeiras do mundo com 265 km de comprimento e 10 mil km² de superfície. A disponibilização de recursos para investimentos nas indústrias também foi cobrada pelo setor. “Não adianta investir apenas em embarcações. É preciso estruturar melhor as indústrias para atender a demanda, com qualidade”, diz o coordenador da Câmara Setorial da Indústria do SINDIPI, Dario Luiz Vitali. Outro ponto questionado é com relação o decreto Nº 5.320 de dezembro de 2004, que estabelece uma percentagem para a subvenção, de no máximo 20% do faturamento do óleo diesel na refinaria. Portanto, o decreto está em desacordo com o texto que determina a lei (9445). O setor alega que a diferença estabelecida em lei e os valores atualmente pagos são poucos, possibilitando, assim, futuras demandas judiciais, o que é desnecessário. A participação do setor produtivo em todas as discussões de normas e leis, tanto do
Ministério do Meio Ambiente quanto do Ministério da Agricultura, quando relacionada à pesca. “Os sindicatos, como representantes das indústrias pesqueiras, também têm o direito de participar nos comitês temáticos criados pelo Conape – Conselho Nacional de Aqüicultura e Pesca, juntamente com a SEAP/PR”, completa o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm. No documento o setor também cobrou alguns pontos discutidos cerca de cinco meses atrás (10 de junho, na Prefeitura Municipal de Itajaí), mas que ainda não foram solucionados, entre os quais: defeso da sardinha; importações de atum ralado; emissão de certificação para exportação; tributos federais; e afretamento de navio pesquisa. Em reunião com o ministro Fritsh, realizada em Brasília no último dia 11 de outubro, Momm recolocou todas essas questões e enfatizou sobre a aprovação do Código Nacional da Pesca, que ainda encontra-se no Senado para aprovação. As reivindicações foram assinadas pelo SINDIPI, SEPESCA e SITRAPESCA.
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Homenagem
Jantar dos Anu FOTOS JOÃO SOUZA
Os anunciantes da Revista Sindipi foram prestigiados com último dia 30 de setembro no Iate Clube Cabeçudas, em I também participaram do sorteio de DVDs e uma televisão No jantar, a diretoria do Sindicato apresentou o Grupo Alp que produz a Revista. A noite foi animada com o show do
OS GANHADORES DO
O vendedor Vilson Jean Luctemberg, representando a empresa Cabofer, recebeu a TV 29 polegadas.
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Francisco Gervásio, do Posto Ná premiado com DVD/Karaokê.
Anunciantes
stigiados com um jantar de confraternização no beçudas, em Itajaí. Os parceiros da Revista uma televisão 29 polegadas. u o Grupo Alpha Sul Comunicação, a nova equipe m o show do cantor Martins.
ORES DOS PRÊMIOS
Grupo Alpha Sul com a diretoria do SINDIPI.
ervásio, do Posto Náutico Farol, m DVD/Karaokê.
Marcio Xavier, da Imobiliária Xavier, ganhou um DVD.
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Evento
um show de gastronomia e cultura típica portuguesa
Durante 17 dias, Itajaí se transformou na capital nacional da cultura portuguesa. Um evento com comidas típicas, música, arte, cultura e, claro, muita diversão.
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sta é a Marejada, Festa Nacional Portuguesa e do Pescado, que há 19 anos é destaque no calendário turístico do Estado de Santa Catarina. Tudo começou em 1987 com o intuito de trazer turistas que passavam pela cidade, provenientes da Oktoberfest, em Blumenau. A 1ª edição teve apenas cinco dias de duração, mas foi o marco inicial do evento, considerado hoje, como
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referência nacional. Neste ano participaram do evento cerca de 170 mil pessoas. Na Feira Industrial, empresas como a Kowalsky, Pepsico, Femepe, Gomes da Costa, Mangueiras Schulz apresentaram ao público seus produtos. O aposentado Gilberto Macri, 60 anos, um dos turistas que freqüentou a festa neste ano, disse: “Esta festa é maravilhosa, principalmente a comida. Vim de Lages/SC para saborear um bom bacalhau”, comenta. Já para sua esposa Leni Macri, 58 anos, o que a surpreendeu na Marejada foram as cantoras de fado. “É tudo muito organizado e limpo, gostei de tudo, mas a melhor lembrança que levo da Marejada é as cantoras de fado. Elas são maravilhosas. Em Lages não existe isso”, conta entusiasmada. O carro-chefe da festa é a gastronomia. Entre os pratos mais apreciados estão: a sardinha na brasa, o bolinho de bacalhau, a tainha assada, o espeto de meca, o sanduíche de atum e a famosa caldeirada.
O mascote da festa é o Marejão, um peixe com características portuguesas que agrada principalmente as crianças.
A novidade neste ano foi o cachorro quente de peixe. Tudo isso regado com muito chope e vinho. Além da gastronomia típica portuguesa, a Marejada contou com uma ampla programação cultural. Foram mais de 30 atrações diferentes, entre elas: shows típicos do folclore português e brasileiro como o boi de mamão, pau de fita, cantigas de roda, fadistas, bailinhos, fandango português. Além dos artesanatos, a história dos engenhos portugueses é revivida em um espaço artesanal, onde o catarinense Milton da Silva, conhecido como “seu” Biju, prepara iguarias à base de farinha de mandioca.
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a segurança pública nos mares O Núcleo age no combate à pirataria, pesca predatória, crimes ambientais, presença de barcos estrangeiros irregulares, entre outras ações. Daniela Maia e Rogério Pinheiro
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título do Brasil de ter os portos mais perigosos para navegação mercante do mundo, caiu por água. Para os tripulantes e mestres de embarcações que vivem em alto mar, esta situação significa
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alívio, principalmente para quem foi vítima de pirataria. “O armador Vinícus Ferreira do Rio Grande (RS) lembra com detalhes a ação dos “piratas”. “Em pleno verão, às 10 horas da noite, o meu barco
Victoria Mar estava ancorado em frente à barra de Santos. Quatro homens encapuzados e armados encostaram na embarcação, com uma lancha pequena de alumínio, invadiram o barco, amarraram os
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Segurança
tripulantes (16) e levaram quatorze equipada com o mais moderno exemplo, embarcações estrangeiras, mil reais em dinheiro, além do equipamento de navegação pescando irregularmente”, explica sonar e o navegador”, lembra. eletrônica. Não existia nada igual no o delegado. O delegado Alciomar Fatos como este eram rotineiros Brasil. Está avaliada em 1 milhão e Goersh, da diretoria de nos portos de Santos (SP) e do Rio 900 mil reais”, esclarece Marcio Administração e Logística Pessoal de Janeiro (RJ) que registravam Christiansen, diretor-presidente da do Departamento de Polícia uma média de quatro assaltos ao Ferretti. Federal, reforça a atuação do mês. “Os portos brasileiros agora De acordo com o chefe da núcleo. “A Polícia Federal faz, tanto estão fora da lista negra da Delegacia da Polícia Federal de a prevenção, quanto a repressão, Organização Marítima Itajaí, delegado Antônio Borges com a prisão dos infratores e Internacional, em função de um Filho, o NEPOM também tem a apreensão dos materiais irregulares, trabalho preventivo”, comemora o atribuição de agir no combate à ou barcos clandestinos. Para delegado federal Ricardo Dottori, pesca predatória, crimes ambientais perseguições ou abordagem o do Rio de Janeiro. Segundo Núcleo, em Itajaí, conta Dottori, esse é o resultado do com três botes infláveis trabalho realizado pelo que atingem até 140 km NEPOM, Núcleo Especial de horários, fazendo toda a Polícia Marítima, um setor da segurança da costa e Polícia Federal que atua, além protegendo as do combate à pirataria, embarcações”, explica. também nas atividades antiPara o presidente do terroristas, na prevenção e SINDIPI – Sindicato das repressão ao tráfico de Indústrias de Pesca de entorpecentes, contrabando Itajaí e Região, Antônio de armas, controle de Carlos Momm, o imigração, entre outras ações. NEPOM será Bote inflável SR760 que alcança até 140km por hora Em Itajaí, o NEPOM está reconhecido como o atuando desde maio de 2005. guardião do mar, dos e, principalmente, inibir a presença No último dia 26 de setembro, tripulantes e mestres de barcos. de barcos estrangeiros que atuam recebeu mais uma embarcação: Na opinião do superintendente no litoral. “Eles poderão reclamar uma lancha especialmente do Porto de Itajaí, Décio Lima, o todas as vezes que constatarem construída pela Spirit Ferretti para NEPOM trará a garantia de eficiência algo de errado no mar. Por serviços especiais. “A lancha é da atividade portuária.
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lancha Mercúrio • Cabine de comando e proa blindadas
• UAIS – Sistema que identifica a • • • • • • • • • • • • •
bandeira do navio, a carga que está trazendo e localização. Piloto automático Sistema de comunicação por GPS Computador de bordo Estação meteorológica Bote orgânico, no caso de naufrágio Climatizada Velocidade: 32 nós Casco com fibra de carbono Motorização Scania Telas multifuncionais Carta náutica eletrônica Sistema de comunicação via VHF, SSB e via satélite Sistema de rampa para operação de baixo calado, com a lancha em movimento.
No município catarinense, o NEPOM conta com seis agentes e dois delegados. Eles foram treinados no CIAGA – Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, Rio de Janeiro, habilitando-se a pilotar embarcações no serviço público com instruções de
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abordagem às embarcações, salvatagem, tiro embarcado, entre outras atividades. Mesmo sendo uma nova atuação da Polícia Federal (com ações no mar e vias navegáveis), os policiais federais em Itajaí estão empenhados e Lancha ARGOS, em operação desde maio de 2005 motivados. efetivo deverá ser solucionada em O delegado chefe do NEPOM no 2006. “A gente está trabalhando município, Airton Rogério Takada com o recrutamento interno para disse que até agora o Núcleo este ano e também com a nova acompanhou as fiscalizações feitas turma da Academia Nacional de pelo IBAMA e fez um resgate em alto Polícia que vai ser treinada na mar, na primeira quinzena de Marinha do Rio de Janeiro. setembro, em Barra do Sul, litoral Devemos reverter este quadro até o norte catarinense. “Um pescador e ano que vem”, destaca. seu filho estavam numa Além de Itajaí outras cidades embarcação que tinha naufragado brasileiras possuem o núcleo da e não sabiam nadar. A equipe do polícia marítima: Paranaguá/PR, NEPOM estava fazendo um Rio Grande/RS, Sepetiba/RJ, treinamento na região, avistou os Salvador/BA, Itaqui/MA, Vitória/ES, dois na água e realizou o Foz de Iguaçu/PR, Rio de Janeiro e resgate”, conta. Santos. Ainda há previsão de novas Na avaliação do delegado, o instalações até o final do ano em efetivo do NEPOM de Itajaí ainda é Recife/PE, Manaus/AM, Belém/PA, pequeno, mas deverá aumentar em Guaira/PR, Macapá/AP. breve. Segundo Dottori a falta de
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Tecnologia da
Memórias da Pesca
Concurso de fotografias promove o
resgate cultural da pesca O concurso contará com a participação de pescadores, armadores, indústrias pesqueiras e a comunidade itajaiense. DIVULGAÇ
s registros de pescadores com suas memórias entrelaçadas no mar, a indústria pesqueira, os equipamentos de trabalho, os atracadouros, as embarcações, as atividades de pesca, são os cenários ideais para o concurso “Memórias da Pesca”. Serão escolhidas 70 fotografias, divididas em sete categorias, para participarem de duas exposições (veja quadro ao lado). A melhor foto de cada categoria receberá um prêmio. Segundo o secretário municipal da SEPESCA – Secretaria Municipal de Aqüicultura e Pesca de Itajaí, Manoel Xavier de Maria será criado um acervo no Centro de Documentação e Memória
ÃO
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Histórica e será publicado um livro sobre a história da pesca em Itajaí. De acordo com o projeto as fotos para as exposições devem ser entregues na Secretaria, do dia 1º a 30 de novembro. Para o livro serão aceitas as fotos recebidas até 28 de fevereiro de 2006, data da premiação dos vencedores. A ação é da SEPESCA – Fundação Genésio Miranda Lins, com apoio cultural do SINDIPI – Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região e SITRAPESCA – Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca em Santa Catarina.
Local de entrega das fotos: SEPESCA – Rua Tijucas, 505 Centro/Itajaí As fotos deverão ser identificadas com: data, local, nome das pessoas, das embarcações ou equipamentos e o nome, endereço e telefone do participante. Datas das exposições: 1ª – 12/12 a 23/12 de 2005, no hall de entrada do Museu Histórico de Itajaí. 2ª – 06/01 a 28/02 de 2006, no espaço do projeto “Verão de Emoções”. Informações pelos telefones: (47) 344-2308 / 344-6147
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Reivindicação
SETOR PRODUTIVO COBRA
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e acordo com a IN do no dia 20 de outubro na reunião do O pedido do setor Ministério do Meio Ambiente após o CGSS, Comitê de Gestão do Uso defeso da sardinha que encerrou no produtivo em adiar 15 Sustentável da Sardinha Verdadeira, último dia 20 de setembro, o próximo em Brasília. Segundo o diretor do dias o defeso da sardinha defeso estabelecido iniciou no dia CEPSUL, em Itajaí, Luís Fernando primeiro de novembro deste ano até xplicações Rodrigues, esta proposta não foi explicações ficou sem e 1º de março de 2006. A proposta do discutida, já que o objetivo da setor produtivo era adiar apenas 15 dias o início do reunião era primeiro formar o grupo de estudo. defeso da sardinha. O armador Konstantinos Meintanis, que representa Para o setor, neste período, criaria condições o setor produtivo no CGSS, lamenta que a outra econômicas para a quitação do 13º salário e férias da reunião, prevista em Brasília foi desmarcada e o setor tripulação. Além disso, esta decisão foi definida em ficou sem definições. Na avaliação do presidente do 2003, entre o setor produtivo e o IBAMA, mas SINDIPI, Antônio Carlos Momm, a falta de respostas é um provavelmente houve erro na redação da IN. De acordo desrespeito ao setor produtivo. “A última informação com a assessoria do IBAMA, em Brasília, o assunto seria que tive é que a reunião em Brasília estava programada discutido primeiramente na reunião do Subcomitê para o dia 10 de novembro. Uma ironia: neste período Científico da Sardinha, no final de setembro, em Itajaí e já iniciou o defeso”, destaca.
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Agende-se
Fique informado sobre as principais
Feiras de Negócios do Brasil Fispal Tecnologia 2006 22ª Feira Internacional de Embalagens & Processos Industriais para a Indústria de Alimentos De 06 a 09 de junho de 2006 das 11h às 20h Local: Anhembi São Paulo/SP Informações: www.fispal.com
Fenacam Feira Nacional do Camarão De 21 a 24 de março de 2006 Local: Centro de Convenções Natal/RN Informações: www.fenacam.com.br Brasilpack Feira Internacional da Embalagem De 24 a 28 de abril de 2006 das 10h às 19h Local: Anhembi São Paulo/SP Informações: www.brasilpack.com.br Seafood Expo Latin America Feira Internacional de Pescados, Frutos do Mar e Tecnologia para Indústrias da Aqüicultura e Pesca De 24 a 26 de maio de 2006 das 13h às 21h Local: Expo Center Norte Pavilhão Amarelo São Paulo/SP Informações: www.seafood.com.br
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Fispal Food Service 2006 22ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação De 17 a 20 de Julho de 2006 das 10h às 20h Local: Anhembi São Paulo/SP Informações: www.fispal.com
Geobrasil Summit Congresso e Feira Internacional de Geoinformação De 18 a 20 de julho de 2006 Local: Imigrantes São Paulo/SP Informações: www.geobr.com.br
Food Safety & Hygiene Feira Internacional de Segurança e Higiene Alimentar para a Indústria Alimentícia De 12 a 14 de setembro de 2006 - das 13h às 20h Local: Transamérica Expo Center São Paulo/SP Informações: www.foodsafety.com.br Food Tech Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos para a Indústria Alimentícia De 12 a 14 de Setembro de 2006 - das 13h às 20h Local: Transamérica Expo Center São Paulo/SP Informações: www.foodtech.com.br Ffatia 2006 V Ffatia - Feira de Fornecedores e Atualização Tecnológica da Indústria de Alimentação De 24 a 27 de Outubro de 2006 - das 14h às 21h Local: Centro de Convenções de Goiânia - Goiânia/ GO Informações: www.ffatia.com.br
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Legislação
A minuta que trata da obrigatoriedade de contratar um observador de bordo nas embarcações nacionais é considerada inconstitucional e cabide de empregos no setor
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“Proprietário, armador ou arrendatário de embarcação pesqueira obrigado a manter, sem ônus para a União, observador de bordo durante os cruzeiros de pesca, conforme parágrafos 2º, 3º e 4º, do art. 1º, desta Instrução Normativa”. Esta redação é o que está disposta no inciso IV do art. 3º da minuta do observador de bordo, a ser editada pelo Ministério do Meio Ambiente e SEAP, Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca da Presidência da República. A minuta foi discutida entre os representantes da Intersindical Sul/ Sudeste. Participam o presidente do Sapesp, Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado de São Paulo, José Ciaglia; o presidente do SAPERJ, Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Espogeiro; a presidente do Sindifloripa, Sindicato das Indústrias de Pesca de Florianópolis, Ida Costa e o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm. Os integrantes da Intersindical encaminharam para advogados analisarem cada ponto
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da redação. “Há uma série de disposições na minuta de instrução normativa que nos fazem questionar a legalidade e constitucionalidade dos seus termos”, avalia Marcus Mugnaini, assessor jurídico do SINDIPI.
Para os representantes da Intersindical a intenção da minuta é monitorar, fiscalizar, quantificar e efetuar pesquisa diretamente nas embarcações pesqueiras, passando todo o custo aos armadores ou proprietários de embarcações. “Esta minuta pode vir a prejudicar todo o setor pesqueiro”, opina Alexandre Espogeiro, presidente do Saperj. “Será mais um fiscalizador a bordo”, rebate José Ciaglia, presidente do Sapesp. “É mais um cabide de emprego”, opina o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm. Esta foi a reação dos representantes do setor da pesca das regiões sul e sudeste ao lerem a minuta. Além da obrigatoriedade, a minuta ainda estabelece a
remuneração ao observador de bordo, em acordo com as diretrizes estabelecidas no Comitê Científico. “É de se questionar qual à natureza jurídica do contrato entre o armador de pesca ou proprietário da embarcação com o observador de bordo”, questiona o assessor. Segundo Mugnaini, todo o texto da minuta de instrução normativa demonstra a independência do observador de bordo em sua atividade, caracterizando ainda uma vinculação com uma gerência executiva ou uma central de observadores de bordo, e não com aquele (armador) obrigado a pagar todos os custos e demais ônus. “É relevante destacar o direito dos armadores de pesca de exercer a sua atividade econômica, que tem garantia constitucional, que somente por lei pode sofrer restrições, e não é legítimo o ato administrativo que obsta tal exercício mediante portaria”, argumenta. Na avaliação dos representantes da Intersindical, a minuta de portaria tem graves ilegalidades e inconstitucionalidades, por esses motivos, a atitude é lutar para inviabilizá-la.
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Incentivo
A proposta é expandir o consumo do peixe também para crianças menores de seis anos, nas creches de Itajaí
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Crianças comem peixe e
aprovam!
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“ m casa eu não gostava de comer peixe, tinha muita espinha. O peixe aqui na escola é bom, eu gosto”. Enquanto atendia a equipe de reportagem da Revista SINDIPI, o estudante Matheus Vanzuita, 10 anos, da 4ª série do Colégio João Duarte, em Itajaí/SC, esperava ansioso com o prato na
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mão, por mais uma porção de peixe ensopado. A satisfação das outras crianças na fila para provar o peixe, era visível. Twani Ariana da Silva, 10 anos, disse que é importante manter o hábito de comer peixe na escola. “Eu gosto de sardinha, cação, ensopado, frito, assado, eu gosto de tudo que é
peixe”, disse entusiasmada. Com essas declarações, vem à memória aquele velho ditado: “primeiro prova e depois diga o que achou”. E a resposta pode trazer resultados valiosos para a saúde, não só para os adultos, mas também para as crianças. O peixe, além de saboroso, é
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“EU GOSTO DE SARDINHA, CAÇÃO, ENSOPADO, FRITO, ASSADO, EU
”
GOSTO DE TUDO QUE É PEIXE
rico em nutrientes. Mas não basta ter tantos benefícios, se o hábito de incluir o peixe na alimentação não é incentivado desde cedo. A merendeira Eleonora dos Santos, 57 anos, conta que desde que o peixe foi implantado na merenda do João Duarte, aumentou o número de crianças que passaram a consumir o produto. O projeto INCLUSÃO DO PEIXE NA MERENDA ESCOLAR da SEPESCA – Secretaria Municipal de Pesca e Aqüicultura de Itajaí, está na fase de implantação, mas somente deve ser colocado em prática em 2006. A ação é supervisionada pelo Curso de Nutrição da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Na primeira etapa do programa, as crianças fizeram degustação do pescado. Foram servidos hambúrgueres e empanados de peixe. De acordo com a SEPESCA, a aceitação por parte dos 205 alunos da instituição que cuida de
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crianças carentes, foi positiva. Segundo o diretor de logística da SEPESCA, Luiz da Silva, embora já houvesse peixe na merenda, a quantidade atual ainda é insuficiente para suprir as necessidades dos alunos. “Incluir o peixe na merenda escolar é garantir os futuros consumidores. Comendo o peixe na escola, os alunos podem passar o hábito para os pais”, destaca. Nas escolas de Itajaí, o peixe servido é a pescada. O produto vem moído de fábrica, distribuído nas unidades escolares. Na merenda, o peixe entra no cardápio dos estudantes duas vezes ao mês. Normalmente é preparado um ensopado, mas a receita fica por conta das merendeiras. Além do atum, a Sepesca incluiu o fishburger – hambúrguer de peixe e
o steak, peixe empanado. De acordo com a responsável pelo cardápio dos 19 mil alunos da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, a nutricionista Sabrina Grambow, o peixe já é utilizado na merenda escolar desde o ano passado, mas de uma maneira muito tímida. A nutricionista disse que pretende expandir o consumo do peixe também para crianças menores de seis anos, nas creches do município. Para baratear o custo na compra do peixe utilizado na merenda escolar, as preferências na licitação serão oferecidas para empresas da região. O diretor de logística da Sepesca, Luiz da Silva, disse que no próximo ano será realizada a licitação pública para a compra dos peixes industrializados.
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A arte de cantar em grupo
FOTOS JOÃO SOUZA
O regente Jonathas Rosa à frente do Coral Infantil Proarte.
A música como
inspiração de vida
“Para mim a música é uma expressão de arte”, diz César Ariel Velaskis, de 13 anos
e estimulo à arte O Coral P roarte de Itajaí mostra o talento de crianças carentes Proarte de oito a 14 anos de idade. Com ações de voluntários, o Coral hoje é formado por 30 alunos de bairros periféricos e dos abrigos Lar Criança Feliz e P assos de Integração de Itajaí. Passos
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potencialidade das crianças é estimulada a cada ensaio do coral. A descoberta da música trouxe para o dia-a-dia dos alunos ânimo e inspiração de vida. Para César Ariel Velaskis de 13 anos, a música é uma forma de expressão ilimitada. César vem de uma família humilde, a mãe mora em Foz do Iguaçu e ele reside com a irmã em Itajaí. Desde pequeno César sonhava em ser cantor, mas a família não tinha condições de pagar uma escola de música. Hoje, o seu sonho é mais que real, tornou um projeto de vida. “Quem sabe este será o meu ganha-pão no futuro”, relata. A oportunidade de César cantar partiu da ajuda de voluntários que criaram o Coral Infantil da Proarte, a primeira escola de música de Itajaí. Os alunos têm aulas de musicalização, ritmo e teoria musical. Segundo a presidente da instituição, Eneida Liberato, a escola ensina gratuitamente um grupo de 30 crianças carentes. “Muitas crianças não têm família e se apegam à música como uma inspiração de vida”, narra.
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A regente Anthonnyella Laureano explica que a música contribui na disciplina, concentração, memorização e ritmo. “A maioria das crianças em apenas um mês tem uma evolução surpreendente, até o comportamento com a família e a timidez melhoram”, conta. Segundo a presidente da entidade, além do transporte das crianças, como um micro-ônibus, o coral infantil está precisando de instrumentos musicais, principalmente flautas, que ajudam na percepção musical, respiração e ritmo. “O coral depende da ajuda voluntária para continuar oferecendo a essas crianças uma oportunidade de crescimento cultural”, destaca. A última conquista do PROARTE foi os uniformes. “Estávamos há um ano procurando patrocinadores, mas com o apoio do SINDIPI, as crianças receberam a notícia, no início de outubro, que o uniforme será doado”, comemora. Segundo João Manoel da Silva, da diretoria do SINDIPI, o objetivo é contribuir com a arte e a
“A música me ajudou a diminuir a timidez”, revela a aluna Suliani Jaqueline Panca, 12 anos.
responsabilidade social. João disse que a idéia é incentivar a apresentação do Coral nas indústrias de pesca na hora dos intervalos. “Será uma operação “formiguinha”, de estímulo à arte”, destaca. Segundo Liberato, ações como estas são fundamentais para a continuação do trabalho no coral infantil.
PARA
TRABALHO DA
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PROARTE
Rua Almirante Tamandaré, 118, (próximo ao Sesc), Itajaí. Telefone: (47) 348-3889 Horário das aulas do coral infantil: terça-feira e sexta-feira, das 18 às 19h 30.
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Notas As exportações catarinenses de pescado, de janeiro a agosto deste ano, atingiram cerca de 7,2 toneladas, 7,67 % a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Um dos destaques foi o peixe-sapo: de 01/2004 a 08/2004 = 7.645 kg; de 01/2005 a 08/2005 =111.253 kg. (Fonte Cassex). Foto Marcello Sokal.
O SIF, Serviço de Inspeção Federal, está com escritório em Itajaí, junto à SEPESCA , Secretaria Municipal de Aqüicultura e Pesca. Segundo Antônio Fontelles, o novo espaço facilitará o trabalho de apoio aos industriais para informações e esclarecimentos. Na região de Itajaí são cinco fiscais federais e nove agentes de inspeção. Foto João Sousa.
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O presidente do S INDIPI , Antônio Carlos Momm, é reeleito coordenador da Câmara Setorial da Pesca, em Santa Catarina. A principal meta é colocar em prática o censo pesqueiro do Estado e lutar por uma linha de crédito específica para a pesca armadora e industrial. Foto João Sousa.
O amante da pesca. Registramos o brilho nos olhos do trabalhador Carlos Eduardo da Silva do barco Vô David, no trapiche da empresa Kowalsky. Foto Marcello Sokal.
O scanner móvel, fabricado na China, tem um dispositivo de raio-x que permite que a Receita Federal tenha acesso às mercadorias no interior dos contêineres com maior rapidez e eficiência. O equipamento será instalado no Porto de Itajaí e está sendo trazido para o Brasil pelo Teconvi (Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí). Para o delegado da Receita Federal em Itajaí, Jackson Corbari, a vinda do scanner representa maior segurança nos procedimentos e uma agilidade excepcional nos trabalhos. Foto divulgação.
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Seicho-no-ie
Mensagem
Tenha a mente alegre e proporcione alegria aos outros Saul Antonio Brandalise Supervisor administrativo da Seicho-no-ie do Brasil Regional SC Florianópolis
Se desejar tornar-se alguém cuja prpresença esença seja motivo de alegria para os
outr os, você deve, em primeir os. outros, primeiroo lugar lugar,, tornar-se uma pessoa que alegra os outr outros. Somente quem alegra os outr os torna-se pessoa benquista, pois tudo que outros ofer ecemos aos outr os rretorna etorna para nós. oferecemos outros Comece alegrando as pessoas que estão mais próximas de você. Depois, passe a alegrar os amigos e os vizinhos. Somente quem traz alegria é amado. Aquele que tem fisionomia carrancuda e desagradável é antipatizado por todos. Você deve irradiar luz e calor ao seu rredor edor edor,, tal qual o sol. Onde há luz, as pessoas rreúnem-se eúnem-se com alegria. Você não gosta de tomar banho de sol no inverno? As pessoas gostam de lugar onde há calor e ali se rreúnem. eúnem. Isso não acontece só no inverno. Mesmo no verão, grande númer númeroo de pessoas vai às praias ensolaradas. A luminosidade estimula as atividades. Pessoas alegr es conseguem fazer tudo de forma eficiente. alegres Quem deseja ser feliz deve tornar-se, antes de tudo, uma pessoa alegr e. alegre. Masaharu T aniguchi Taniguchi FOTO MARCELLO SOKAL
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Culinária
VOL-AU-VENT com patê de atum Uma das delícias que tem sucesso garantido no verão é o patê de atum. Nesta edição da REVISTA SINDIPI apresentamos uma das receitas que recebemos, que também promete ser um sucesso nesta temporada: vol-au-vent de patê de atum (vôo-ao-vento, em francês, que se pronuncia “vol-o-van”), uma receita normalmente feita com massa folhada. Nesta sugestão, o vol-au-vent é feito com fatias de pão de forma. Bom apetite!
Ingredientes 1 lata de atum sólido em óleo comestível 8 colheres (de sopa) de maionese 1 cebola média bem picadinha salsinha picadinha a gosto molho de pimenta molho inglês sal a gosto fatias de pão de forma (com ou sem casca) 2 cortadores redondos de tamanhos diferentes saco de enfeitar com bico grande maionese (para passar nas fatias de pão) queijo parmesão ralado
Prepare o patê de atum Escorra a maior parte do óleo do atum e misture a maionese, a cebola e a salsinha. Tempere com gotas de molho de pimenta e gotas de molho inglês a gosto. Misture bem e, se desejar, acrescente sal.
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VAL-AU-VENT Corte todas as fatias de pão usando o cortador maior. Separe metade das fatias redondas e corte-as no centro, usando a forma redonda menor. Cubra cada forma redonda inteira com maionese. Em cima de cada uma, coloque a fatia que tem o corte redondo no meio. Depois de montado, passe maionese por cima e em volta, e polvilhe o “vol-au-vent” com queijo parmesão ralado. Leve ao forno pré-aquecido até dourar. Depois de dourados, preencha os “vol-au-vent” com o patê de atum, usando o saco de enfeitar. As rodinhas de pão que foram retiradas das fatias também podem ser cobertas com maionese e queijo ralado, e assadas. Depois, enfeite com patê de atum usando o saco de enfeitar, e sirva como canapés. Cortesia de Olga Hipólito, de Itajaí. Fotos de Marcello Sokal
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