Revista Médico 132

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Médico

SindMédico 3.0: cada vez mais perto de você

Ano XX - Nº 132 JULHO/AGOSTO 2019 Tiragem: 12 mil exemplares Distribuição gratuita e dirigida


O SindMédico mais perto de você! Faça parte da no s s a l is ta de tra n s m is s ã o :

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Editorial

Expediente Presidente: Dr. Gutemberg Fialho Vice-presidente: Dr. Carlos Fernando da Silva Secretário-geral: Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso 2º Secretário: Dr. Ronaldo Mafia Cuenca Tesoureiro: Dr. Luis Sales Santos Diretor Jurídico: Dr. Antonio José Francisco Pereira dos Santos Diretor de Ação Social: Dr. Eloadir David Galvão Diretor de Relações Intersindicais: Dr. Augusto Dê Marco Martins Diretor de Assuntos Acadêmicos: Dr. Jair Evangelista da Rocha Diretora de Imprensa e Divulgação: Dra. Adriana D. Graziano Diretora de Cultura: Dra. Lílian Suzany Pereira Lauton Diretor de Medicina Privada: Dr. Francisco Diogo Rios Mendes Diretores adjuntos: Dr. Antônio Evanildo Alves Dr. Antônio Geraldo da Silva Dr. Baelon Pereira Alves Dr. Bruno Vilalva Mestrinho Dr. Cezar de Alencar Novais Neves Dr. Filipe Lacerda de Vasconcelos Dr. Flávio Hayato Ejima Dr. Gustavo Carvalho Diniz Dr. Paulo Roberto Maranhas Meyer Dr. Ricardo Barbosa Alves Dr. Tiago Neiva Conselho Fiscal: Dr. Cantídio Lima Vieira Dr. Francisco da Silva Leal Júnior Dra. Josenice de Araujo Silva Gomes Dr. Jomar Amorim Fernandes Dr. Regis Sales de Azevedo Revista Médico Conselho Editorial: Dra. Adriana Graziano Dr. Carlos Fernando Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso Dr. Gutemberg Textos: Carla Rodrigues e Nicolas Bonvakiades Fotografia: José Roberto da Câmara Belmont Direção de arte e editoração: Luís Henrique Medeiros Fale com a redação: imprensa@sindmedico.com.br +55 (61) 3244-1998 Contato comercial: Rogério Mendes +55 (61) 3244-1998 gerencia@sindmedico.com.br Tiragem: 12.000 exemplares Ed. Centro Clínico Metrópolis SGAS 607, Cobertura 01 CEP: 70200-670 Tel.: +55 (61) 3244-1998 sindmedico@sindmedico.com.br www.sindmedico.com.br

A defesa do SUS está no nosso DNA Por iniciativa da deputada distrital Arlete Sampaio, a Câmara Legislativa realizou, em junho, uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do SindMédico-DF. A história do Sindicato se confunde com a história da cidade, como lembrado pelo presidente fundador, Dr. Carlos Saraiva e Saraiva. Junto a outros sindicatos já existentes à época, o nosso exercia o papel de caixa de ressonância das vozes da sociedade civil organizada, antes mesmo da existência da Câmara Legislativa. Esses sindicatos participaram do processo de emancipação e da estruturação política do Distrito Federal na época da redemocratização. Os tempos são outros, mudaram as demandas. Os anseios tanto da classe médica quanto da população não se concentram necessariamente no mesmo campo político das décadas passadas. Não se perdem os méritos da história, mas eles também não se constituem em amarras à instituição. Passados 40 anos, ainda hoje nos deparamos com questionamentos sobre a atuação do sindicato diante dos problemas da saúde pública do DF. O vínculo do SindMédico com a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) é anterior à própria existência do sistema – os fundadores da entidade tiveram participação ativa na luta pela criação dele e o sindicato nunca deixou de defendê-lo. Mesmo quando ex-dirigentes passaram a exercer cargos de gestão passaram a ser cobrados pelos que assumiram a comando da luta sindical. A defesa do SUS e as denúncias contra o desmonte do serviço público de saúde no Distrito Federal não visam o confronto ideológico com governador A, B ou C, do partido de direita, de esquerda ou de centro. Visam à garantia de serviço público de saúde ao conjunto da população, independentemente da situação socioeconômica de cada indivíduo, e à garantia de condições de trabalho e segurança jurídica para o exercício da atividade médica.

Dr. Gutemberg presidente do SindMédico-DF

Quando o sindicato publica por meios próprios ou divulga à imprensa os problemas existentes em uma e outra unidade ou na gestão da Saúde não é para constranger gestores ou governos. É porque, infelizmente, os problemas só recebem a devida atenção quando se tornam de conhecimento geral e os governos se vêm pressionados pela opinião pública. E só com a correção das falhas administrativas que se criam as condições para melhor atender à população. A melhora na oferta da assistência à saúde da população interessa aos profissionais, sindicatos, conselhos profissionais e outras instituições de classe tanto porque é uma questão de humanidade e cidadania quanto porque cria o cenário adequado para o melhor desempenho da atividade médica e para uma possível e desejada realização profissional. São objetivos convergentes. Evidentemente, essa atuação tem incomodado sucessivos governantes, especialmente nos momentos em que escolhem usar os servidores públicos como bodes expiatórios para desviar para eles o peso da cobrança popular – como se não bastasse a pressão na ponta do atendimento das unidades de saúde. Condições dignas de trabalho são indispensáveis para a prestação adequada de serviços à população e vamos continuar democraticamente perseguindo esses objetivos. Está no nosso DNA.

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Sumário 17 Política

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Sindicato propõe mudanças para suavizar efeitos da reforma entre os médicos

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Jurídico Precatórios: demora, formas de correção e o deságio na antecipação do pagamento

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Especial SindMédico dá posse a novo Conselho Consultivo

Destaque Dr. Gutemberg assume presidência da Fenam Sindicais Força Tarefa: grupo composto por órgãos de controle e entidades representativas começa trabalho em Ceilândia Regionais Sindicato Itinerante completa dez anos Aconteceu Em 2ª edição, PUB SindMédico reúne mais de cem médicos Capa Inovação e tecnologias chegam para ficar no SindMédico Crônica “Estratégia x brutalidade” é a crônica assinada por Dr. Evaldo Alves Suplementar SindMédico entrevista presidentes de sociedades de especialidades Entrevista Professora e pesquisadora da UFRJ, Lígia Bahia fala dos interesses que pressionam as definições de políticas de saúde no Brasil


DE DESCONTO

NA COMPRA DE ÓCULOS DE GRAU OU SOLARES. PARA MÉDICOS SINDICALIZADOS

EM CASO DE DÚVIDA: SCS QUADRA 05, BLOCO C, LOJA 18/22 - ASA SUL - BRASÍLIA/DF

(61) 3043-8300 20% de desconto válido na compra de óculos de grau completos (armação + lentes) ou óculos de sol. Exceto: lentes, lentes de contato e acessórios. Para realizar a compra com desconto, médicos sindicalizados devem levar a declaração de quitação de mensalidade ( válido somente para médicos sindicalizados ). Formas de pagamento: dinheiro ou nos cartões de débito/crédito. Para compras nos cartões de crédito, consulte as bandeiras disponíveis antecipadamente e as possibilidades de parcelamento. Algumas lojas Óticas Diniz, por razões burocráticas, podem não oferecer todas as bandeiras de cartão de crédito. Em caso de dúvida, ligar para o número sinalizado neste material (61) 3043-8300. Desconto válido em toda a rede Óticas Diniz/DF e GO ( Luziânia, Valparaiso, Águas Lindas de Goiás e Formosa ), válido até vigência do contrato. Eventuais erros têm preservado o direito de retificação. Imagens meramente ilustrativas. Desconto válido somente na loja física, não cumulativo com outro desconto da rede Óticas Diniz.


Entrevista

Os interesses difusos na definição da saúde pública brasileira Entrevista com a professora e pesquisadora Ligia Bahia Docente Associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lígia Bahia fez sua graduação em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado em Saúde Pública e doutorado em Saúde Pública na Fundação Oswaldo Cruz. Sua área de atuação é a Saúde Coletiva, com ênfase em Políticas de Saúde Planejamento, principalmente nos temas: sistemas de proteção social e saúde, relações entre o público privado no sistema de saúde brasileiro, mercado de planos e seguros de saúde, financiamento público e privado e regulamentação dos planos de saúde. Lígia participou do I Seminário SindMédico, realizado em maio deste ano. Sua palestra sobre “A atividade médica no cenário da indústria da saúde no Brasil” está disponível no canal do YouTube do SindMédico.

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Entrevista

Revista Médico - Há quem diga que os ideais que orientaram o movimento sanitarista estão descolados da realidade, que a economia brasileira não suporta o SUS e que o Estado não tem capacidade para sustentar esse modelo de atenção à saúde. Você pode comentar isso? Lígia Bahia - Sim, essas críticas acompanharam os debates na Constituinte de 1988 e têm sido retomadas mais recentemente. Sem dúvida, nada no Brasil é fácil. Um país imenso e desigual desafia teorias simplistas. Me parece que, sob um enfoque realista a economia

...o entrecruzamento entre os interesses políticos locais/regionais com o de grandes grupos econômicos da educação viabilizou a abertura de mais de 100 faculdades de medicina, a maioria privadas.

brasileira, considerando suas bases de tributação e alocação atuais, de fato não se coaduna com um sistema publico universal de qualidade. Ocorre que essa mesma economia é totalmente incompatível com um sistema baseado no mercado. Somos um país em recessão, renda média e baixa, portanto as soluções têm que ser corajosamente debatidas. Revista Médico - Existe um meio termo possível nessa tensão dos interesses de mercado na área da saúde e a prestação de assistência em saúde pública gratuita? Lígia Bahia - Sim, claro, mas tem que ser um meio termo e não um “jeitinho” para enriquecer ainda mais empresários do setor. O bom senso é sempre útil. Temos uma rede pública razoável, santas casas e médicos que poderiam se dedicar ainda mais ao SUS desde que tives-

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Entrevista

sem boas condições de trabalho e remuneração. O meio termo é não necessariamente estatal, mas obrigatoriamente atendimento universal. Revista Médico - Você tem críticas ao Programa Mais Médicos. Quais são? Lígia Bahia - A principal falha foi não negociar com as entidades médicas. Não houve diálogo, sequer aviso sobre a vinda de médicos cubanos. Instalou-se uma falsa polarização entre uma “esquerda revolucionária” e médicos “inimigos da população” que perdurou e se intensificou nas eleições

de 2018, quando o então candidato e agora presidente eleito, apoiado por entidades médicas, prometeu que mandaria os cubanos de volta para casa. Outras críticas ao Mais Médicos decorreram da singularidade da negociação Brasil-Cuba. Diversos países que contam com médicos cubanos realizaram convênios diretos (via diplomacia). Sob essa modalidade, o trabalho dos médicos é recompensado coletivamente com recursos monetários ou combustíveis (por exemplo) repassados diretamente para Cuba. O Brasil mobilizou a Organização Pan Americana de

Hoje o Reino Unido está fazendo o caminho inverso na saúde e já existe um razoável consenso sobre a importância do público como núcleo forte dos sistemas de saúde. Ou seja, as experiências de privatização não foram bem-sucedidas.

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Saúde (que na época tinha um representante cubano no país) para intermediar o pagamento de bolsas (uma tentativa de contornar o problema de médicos cubanos não terem validação do diploma para trabalhar no Brasil). Bastante confuso porque os contratos passaram a ser individualizados, mas nem tanto. Ao assumir o status de estudantes, os cubanos deixaram de ser exatamente médicos, tornaram-se estudantes bolsistas. Estudantes requerem supervisores e tutores, o que exigiu recrutar outras tantas pessoas, também pagas por bolsas. Adicionalmente, o programa alocou parte significativa dos cubanos em municípios com mais de 5 médicos/1000 habitantes como, por exemplo, em São Paulo e Rio de Janeiro. Ou seja, cidades nas quais não faltavam médicos, mas com locais de trabalho inóspitos, nos quais as lacunas assistenciais poderiam ser solucionadas por uma gestão eficiente. Houve acusações do uso do Mais Médicos para fins eleitoreiros. O Mais Médicos não foi uma política voltada apenas para suprir lacunas em vazios sanitários. Processos de negociação com prefeitos redundaram na inclusão de cidades de maior porte, localizadas em regiões metropolitanas como destinatárias de recursos humanos e físicos. E o entrecruzamento entre os interesses políticos locais/regionais com o de grandes gru-


Entrevista

pos econômicos da educação viabilizou a abertura de mais de 100 faculdades de medicina, a maioria privadas. Revista Médico - A questão da certificação dos diplomas estrangeiros e a qualidade dos cursos de medicina abertos nos últimos anos preocupa muito as entidades médicas. Como você, que tem uma trajetória acadêmica densa, vê a questão da formação do profissional da medicina? Lígia Bahia - Não estudo especificamente essa temática, temos especialistas no país que poderiam responder com maior profundidade essa pergunta. Me preocupo como médica com a abertura de novos cursos e com a necessidade de ensino permanente dos médicos. É angustiante observar que nossos colegas estão se matando de trabalhar em plantões e dedicando muito pouco tempo aos estudos e aprimoramento profissional. Revista Médico - Que reflexo teremos na assistência diante do quadro atual da formação médica? Lígia Bahia - Temos hoje médicos que se inserem no mercado de trabalho acriticamente e são submetidos a condições árduas e, às vezes, arriscadas de trabalho. Quem são os responsáveis? Os médicos? E os empregadores? Vínculos de trabalho pejotizados, precarizados terminam por jogar para cima dos médicos responsabilidades e atribuições que deveriam ser dos empregadores.

Revista Médico - Como você avalia a recorrente criação de programas de saúde quase em paralelo à estrutura fundamental do SUS? Lígia Bahia - Penso que o SAMU preencheu uma lacuna assistencial. As UPAS foram um erro desde o início. Nós criticamos o modelo, mas não fomos ouvidos. Revista Médico - Você coordenou em estudo feito por equipes de diversas universidades a respeito da indústria da Saúde no Brasil. O que foi abrangido nesse trabalho e o que ficou de fora? Lígia Bahia - Estudamos hospitais, redes de diagnóstico, empresas de planos de saúde, farmácias e drogarias, Organizações Sociais da Saúde, escolas médicas privadas e indústrias farmacêuticas. O estudo não inclui clínicas oncológicas, oftalmológicas e dermatológicas, indústrias de equipamentos e distribuidores. Revista Médico - Quais são as principais conclusões desse estudo? Lígia Bahia - Que essas empresas, grupos empresariais e organizações participam do padrão financeirizado da economia, ou seja, possuem parte importante de seus interesses conectados ao mundo das finanças, ações, títulos da dívida pública, variações cambiais etc. Revista Médico - Você pode comentar a sua linha de pesquisa so-

bre a financeirização dos hospitais privados brasileiros? Lígia Bahia - Os maiores hospitais têm participação de fundos internacionais, precisam ter retornos financeiros atraentes para manter e expandir investimentos rentáveis. São interesses desconectados com o perfil epidemiológico e condições de trabalho de profissionais de saúde. Revista Médico - Quais são os impactos visíveis e os que ainda podem sobrevir da abertura das instituições de saúde para os interesses de mercado? Lígia Bahia - Os impactos já são visíveis: concentração de serviços nos grandes centros, remuneração elevada para alguns médicos-diretores-sócios e, para a maioria, pagamento de valores insuficientes e não parametrizados por experiência e mérito e sim por tabelas. Revista Médico - Desde os anos 1980, muito se privatizou no mundo e hoje se faz um caminho inverso em setores como energia, limpeza e transporte. Como é esse movimento no campo da saúde? Lígia Bahia - Excelente pergunta. Hoje o Reino Unido está fazendo o caminho inverso na saúde e já existe um razoável consenso sobre a importância do público como núcleo forte dos sistemas de saúde. Ou seja, as experiências de privatização não foram bem-sucedidas.

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Política

DE OLHO NA VIOLÊNCIA CONTRA OS TRABALHADORES DA SAÚDE Está pronto para ir ao plenário o Projeto de Lei (PL) nº 6749/2016, que altera o Código Penal para tipificar de forma mais pesada os crimes de lesão corporal, contra a honra, ameaça e desacato, quando cometidos contra médicos e pro-

fissionais da saúde no exercício de suas profissões. O texto que será apreciado pelos deputados é o substitutivo aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, do relator, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR)

ao texto original do deputado Goulart (PSD-SP) e ao PL 7269/17, que foi apensado (anexado). Hiran, que é presidente da Frente Parlamentar da Medicina (FPMed), esperava a votação ainda no primeiro semestre.

É SEGREDO, MAS NEM TANTO Publicada no dia 8 de julho, a Lei 13.853/19 consolidou alteração promovida na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Com isso, operadoras de planos e seguros de saúde conseguiram margem para fazer um uso de informações pessoais em função dos próprios interesses: a vedação de comunicação ou uso compartilhado de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com objetivo de obter vantagem econômica, exceto

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no caso de portabilidade de dados consentia pelo titular foi flexibilizada. Com o texto atual, também se libera os dados por “necessidade de comunicação para a adequada prestação de serviços de saúde suplementar”. A pergunta que não quer calar é quem define essa “adequada prestação de serviços” e o que isso representa no pagamento da fatura do usuário do plano de saúde ou na portabilidade do plano de saúde.


Política

SINDICATO TENTA PROTEGER APOSENTADORIAS O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) foi a única entidade médica a apresentar emenda à proposta de reforma da Previdência em tramitação no Congresso Nacional. A alteração no texto foi proposta por meio do presidente da Frente Parlamentar da Medicina (FPMed), deputado Hiran Gonçalves (PP-RR). Nessa emenda, o sindicato tentou resguardar direitos como:

A emenda, elaborada pela especialista em Direito Previdenciário Thaís Riedel, foi parcialmente acatada na Comissão de Constituição e Justiça, mas o substitutivo da Comissão Especial da Reforma da Previdência fez novas alterações, refratário a praticamente todos os destaques apresentados. A luta pela preservação das aposentadorias dos médicos vai continuar na tramitação pelo Senado.

• Aposentadoria especial para médicos e demais profissionais da saúde cujas atividades sejam exercidas em condições especiais prejudiciais à saúde, excluindo o limite de idade; • Abrandamento das regras de transição relacionadas aos regimes próprios de previdência; • E ajustes para as regras de aposentadoria dos servidores públicos em geral, mudando o texto da PEC para, inclusive, manter a diferenciação do limite de idade entre homens e mulheres professores.

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Política

bastidores da política

NÓS, QUE NUNCA FOMOS TANTOS, SOMOS MAIS FORTES JUNTOS Ao longo dos anos, por termos alcançado no Distrito Federal condições salariais e outros benefícios que os médicos de outras unidades federativas buscam, o Sindicato dos Médicos do DF tomou frente de diversas discussões em que normalmente as categorias profissionais são representadas por suas federações, confederações ou centrais sindicais. Sindicatos de base, via de regra, estão limitados à atuação na sua área geográfica de abrangência e questões municipais ou estaduais. O SindMédico-DF, tanto por se situar na capital da República quanto pelos avanços obtidos para a categoria tem fugido a essa regra. Foi assim, por exemplo na questão da separação dos vínculos empregatícios legais para aplicação do teto constitucional, quando em julgamento no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal e quando da tramitação dessa mesma questão no Congresso Nacional. Outro exemplo que podemos listar é mais recente: fomos a única entidade médica a apresentar proposta de emenda ao projeto da reforma da Previdência. Por essas e outras, ganha mais importância ainda o fato de

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o comando da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) estar nas mãos do SindMédico-DF: maior legitimidade para a defesa dos direitos já incorporados aqui, que ainda diferenciam o emprego público no DF em relação a outras localidades e mais força para defender junto à União e à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) os médicos que atuam no serviço público federal e que lidam com as operadoras de planos de saúde. Estão aí para enfrentarmos as questões da defesa da profissão médica: uma formação com qualidade, um sistema rígido para avaliação da formação dos profissionais que obtiveram diplomas no exterior, a recuperação e valorização do sistema de residência médica, a criação da carreira médica de Estado e os estabelecimento de limites aceitáveis de convivência na medicina suplementar, tanto no que diz respeito ao uso das novas tecnologias de informação quanto aos honorários e às relações de trabalho.

para o financiamento do movimento sindical. Mas nossa disposição não esmorece. Como levamos as lutas da classe médica em Brasília, não vamos nos furtar de defender os interesses da coletividade da classe em nível nacional. O Brasil nunca teve tantos médicos. Somos mais de 500 mil médicos com registro ativo em todo o país e vamos lutar juntos pelas prerrogativas do médico, por uma Medicina de qualidade e por um sistema de saúde com equanimidade.

O desafio é grande, até pelas limitações impostas na reforma trabalhista, que foi um golpe

Carlos Fernando, Vice-presidente do SindMédico-DF


Jurídico

Atenção ao abono permanência! Ainda existem médicos sindicalizados que reúnem os quesitos (a partir de 25 anos de exercício no serviço público, e idades mínimas de 55 para mulher e 60 para homem), e não fizeram o pedido do abono permanência. Esse benefício equivale ao desconto de 11% da contribuição previdenciária nos contracheques – o valor é considerável.

PRECATÓRIOS I O Governo do Distrito Federal (GDF) lançou novo edital para antecipação de pagamento de precatórios com deságio de 40%. Sobre o valor a ser recebido pelo credor do título ainda incidem desconto de Imposto de Renda e recolhimento previdenciário. “Com o que ainda se paga das custas processuais que ainda não tenham sido quitados, o valor cai para menos de 50% do valor total do precatório”, revela a advogada Vanessa Diniz, da área de recuperação de créditos da Advocacia Riedel. Via de regra, o programa não é interessante para quem tem uma boa colocação na fila normal e pode esperar para receber o valor integral devido pelo GDF. A fila dos precatórios tem mais de 35 mil inscritos e o governo tem que destinar pelo menos 1,5% da Receita Corrente Líquida para quitação dos títulos. Este ano, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDF) estipulou o valor de R$ 500 mil esse fim. A lista com nomes dos credores e indicação da colocação na fila para recebimento está disponível para consulta no site do TJDFT, fotografando o QR CODE ao lado:

Revista interativa Fotografe com seu aplicativo QR CODE!

PRECATÓRIOS II Uma das questões que mais cria dúvidas em relação aos precatórios é o índice para correção monetária dos valores devidos. Até 2009, o índice aplicado era o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor); daquele ano até 2013, era a TR (Taxa Referencial); e desde então, o índice aplicado é o IPCA-E (índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado Especial). Em julgamento de 2015, foi definido que a correção seria feita pelo IPCA-E, o mesmo do cálculo da inflação. Mas há outra tese de o índice a ser usado deve ser o da Taxa Referencial (TR), mais baixo, que é defendido pelos governos devedores e pelo INSS. O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) está previsto para o final de outubro, depois de novo adiamento. Estima-se que existem mais de 90 mil julgamentos pendentes da repercussão da decisão que o STF venha a tomar.

Julgamento Sobre Reajustes Protelado O STF também jogou para o segundo semestre o julgamento sobre a questão dos reajustes: tanto sobre o registro nos projetos de Lei Orçamentária das parcelas previstas em acordos escalonados quanto sobre a multa aos governos que deixarem de cumprir a revisão geral anual dos salários para reposição de perdas inflacionárias previstos na Constituição Federal. Da repercussão desse julgamento depende uma série de julgamentos sobre reajustes (inclusive do SindMédico-DF contra o GDF), suspensos desde 2017.

Desconto indevido Chegou ao conhecimento da diretoria do SindMédico-DF que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-DF) teria voltado a descontar dos contracheques em períodos de licença dos médicos valores referentes ao adicional de insalubridade. Esse desconto é irregular, pois o SindMédico tem decisão judicial mandando o GDF se abster de fazê-lo. Por isso, o médico que tiver sofrido o desconto deve procurar a assessoria jurídica do sindicato para as medidas de cobrança cabíveis. Agendamento pelo 3244-1998.

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I n o va ç ã o em destaque O diálogo com seus associados sempre foi uma das prioridades da atual gestão do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF). E, atendendo a pedidos, mais uma vez, a instituição inovou. Apenas no primeiro semestre deste ano, a diretoria da entidade lançou mais quatro serviços para se aproximar dos seus associados. O primeiro deles foi a lista de transmissão do WhatsApp: ferramenta que facilita a divulgação de notícias e ações do sindicato. Em seguida, foi a vez do PUB SindMédico, criado com a ideia de tirar os médicos da rotina de hospitais e de consultórios. Em maio, o I Seminário da associação deu voz e vez a debates atuais da Medicina. Durante o evento, algumas palestras foram transmitidas ao vivo pelo Facebook, o que permitiu a interação mesmo à distância. No total, foram mais de 6,6 mil visualizações. A diretora de Imprensa e Divulgação do SindMédico-DF, Adriana Graziano, explica que as novidades tiveram como objetivo principal envolver o médico sindicalizado nas atividades da instituição e, além disso, mantê-lo informado sobre as ações e atividades da entidade. “Há algum tempo, vínhamos organizando essas ideias para, finalmente, tirá-las da caixinha. Agora, conseguimos levá-las adiante e o retorno tem sido muito positivo. Com o WhatsApp, esse retorno fica mais fácil. Tudo o que publicamos vai direto para o celular do médico”, diz. E acrescenta: “Já o PUB, veio da necessidade que observamos de o médico se distrair e ter um momento dele com os colegas, mas fora do ambiente de trabalho”. Desde que foi lançada, a lista de transmissão do WhatsApp conseguiu agregar mais de 780 médicos em um único meio de comunicação. Através dela são enviadas notícias, ações, resumos e memorandos de interesse da classe, como agenda de reuniões e resultados de deliberações. “O WhatsApp aproximou. E a

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ideia era exatamente essa. Sempre fui da opinião que nós, como diretoria, temos que fazer nosso papel e fazer a informação chegar até o sindicalizado. E o aplicativo corrobora com isso”, salienta o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg. Segundo ele, o programa também tem facilitado a entrega de informações sobre falecimentos e velórios de médicos sindicalizados. “É um momento de dor para os familiares. E a gente sabe o quão importante é o apoio dos amigos e colegas nessas horas”, afirma o médico. As transmissões ao vivo de debates e encontros, via Facebook e Youtube (facebook.com/sindmedico), entraram para a rotina da instituição em maio, com uma Mesa Redonda sobre a Portaria 272/19, que reedita as normas de atendimento aos pacientes no DF. “Percebemos que, para muitos médicos, seja por conta da agenda ou até problemas pessoais, é mais fácil ter acesso a esses debates online”, diz o vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando. Entretanto, ressalta, “não é possível fazer assembleias via internet. A tomada de decisões exige presença física no sindicato”. Ao todo, desde maio, mais de 6,6 mil internautas assistiram as transmissões da entidade, incluindo o I Seminário SindMédico.

Mais de 6.600 espectadores do 1º Seminário SindMédico e de reuniões no sindicato

Aproximadamente 250 médicos na sede do sindicato

Ao longo do primeiro semestre deste ano, a diretoria do SindMédico trouxe novidades aos seus sindicalizados Perspectivas para o exercício da Medicina Após a inclusão de transmissões ao vivo na rotina do sindicato, o I Seminário SindMédico, cujo tema foi “Perspectivas para o exercício da atividade médica no Brasil”, teve uma audiência bem maior do que permitiriam as instalações físicas da entidade. Ao todo, as palestras atingiram um público de mais de 4 mil pessoas via online. Apenas uma delas, a primeira, sobre remuneração dos médicos na saúde suplementar e pejotização, não teve divulgação ao vivo via internet. Para apresentar a palestra sobre o tema, em 9 de maio, foram convidados o presidente da Associação dos Médicos de Hospitais Privados do DF (AMHP), Dr. Joaquim de Oliveira Fernandes, e o advogado Marcos Vinícius Barros Ottoni. Aproximadamente 20 médicos assistiram à exposição, na sede do sindicato. O representante da AMHP ressaltou, durante o encontro, a concentração do mercado nas mãos das operadoras mais ricas, que, segundo ele, estão promovendo uma verticalização, criando estruturas próprias de atendimento aos seus beneficiários e descredenciando a rede de prestadores de serviço.

785 médicos na lista de transmissão

4 encontros, 5 palestrantes e mais de 50 espectadores na sede do sindicato. Aproximadamente 4 mil visualizações no Facebook


Capa

Já o advogado Marcos Vinícius Ottoni avisou que, depois da votação da reforma da Previdência, a Receita Federal vai voltar os holofotes para a questão da pejotização. Médicos que têm pessoa jurídica constituída apenas para substituir relação de emprego continuarão entre os alvos preferenciais do Fisco. Antes das palestras, tanto o Dr. Joaquim Fernandes quanto o advogado Marcos Ottoni, cederam entrevista ao SindMédico-DF. Para conferir a reportagem, basta ler o QR Code abaixo com o seu celular:

Médicos na política A primeira transmissão ao vivo das palestras ocorreu na apresentação do deputado federal Hiran Gonçalves (PP-RR), sobre a atuação dos médicos na política. Em entrevista ao SindMédico, o parlamentar destacou que: “a participação do médico na política ainda é muito modesta. Em especial, se considerarmos que temos 460 mil médicos no Brasil e a nossa representação no Congresso Nacional ainda é de menos de 10% dos parlamentares. Nós temos muitos médicos que não têm o apoio do movimento médico”. De acordo com Hiran Gonçalves, há, hoje, no Congresso mais de 1,2 mil

Projetos de Lei de interesse do movimento médico. No entanto, salientou, “para sintetizar, eu diria que nós temos que concentrar nossas forças naquilo vem do XIII Encontro Nacional das Entidades Médicas (ENEM): a carreira médica de Estado, a não proliferação de novos cursos de medicina e temos ainda algo que vai estar em debate na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) agora que é o Projeto Revalida”. A palestra completa do deputado Hiran Gonçalves está no link do QR Code:

Indústria da saúde O terceiro dia de discussões teve à frente a pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ligia Bahia, que falou sobre a atividade médica no cenário da indústria da saúde no Brasil. Considerada, hoje, uma das referências no assunto, ela afirmou, em entrevista ao SindMédico, que “antes, os grupos econômicos eram restritos aos medicamentos e equipamentos. Unidades assistenciais como ambulatórios e hospitais costumavam pertencer a governos ou a profissionais de saúde”. Mas, ressaltou, “ao longo do tempo, perderam suas características puramente médicas e passaram a integrar conglomerados financeiros”.

Para assistir todo o debate, passe o leitor de QR Code no seu celular na imagem abaixo:

Burnout Por fim, o SindMédico-DF transmitiu, ao vivo, a palestra da psicóloga Lilian Graziano, com o tema “O médico e o Burnout: uma nova abordagem para um velho problema”. Em entrevista, ela destacou que a Síndrome de Burnout é resultado do excesso de trabalho. Contudo, observou, “as coisas não são tão simples assim. Pressões no trabalho, bem como a sensação de controle (ou não) que se tem sobre as variáveis ligadas a ele também são importantes”. No caso do médico, observou a especialista, “o simples acúmulo de estresse, ainda que não se configure no que chamamos de burnout, pode impactar negativamente a sua relação com o paciente, ainda que ele próprio – o médico – não perceba”. Para ver a íntegra da apresentação, leia o QR Code ao lado com o seu celular.

Coordenação de Inovação As inovações trazidas ao SindMédico foram resultado, também, da criação da Coordenação de Inovação. Quem está à frente da área é o médico ortopedista Juracy Barbosa. Em junho, ele afirmou, em entrevista, que para ele, a responsabilidade “é um novo desafio”. Juracy Barbosa contou ter aceitado de prontidão o convite para estar à frente da nova coordenação do sindicato. “Eu não poderia negar o pedido. O Gutemberg me convidou e falei para ele que estaria presente no que puder ajudar”.

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Especial

Conselho Consultivo do sindicato tem nova formação Com mandato de um ano, 35 médicos sindicalizados compõem o Conselho Consultivo do SindMédico no período 2019/2020 Carlos Fernando, vice-presidente do SindMédico-DF

Composto por 35 médicos, o Conselho Consultivo do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), do período de 2019/2020, tomou posse, no dia 26 de junho. Todos os médicos do grupo são sindicalizados, escolhidos pela dedicação às lutas da classe e compromisso com a categoria.

Ao longo dos anos, os integrantes do Conselho Consultivo tiveram papel importante no acompanhamento de matérias em tramitação no Congresso Nacional e na Câmara Legislativa. Também exerceram, em diversas solenidades, a função de representantes do sindicato.

“Ficamos honrados pela aceitação do convite por cada um desses profissionais”, afirma o presidente do SindMédico, Dr. Gutemberg, que junto com o vice, Carlos Fernando, fizeram a diplomação dos novos conselheiros em evento realizado no auditório do sindicato.

O conselho consultivo foi instituído como órgão auxiliar da presidência do SindMédico, com mandato de um ano, após o qual os conselheiros podem ser automaticamente reconduzidos ou sucedidos por outros médicos sindicalizados.

VOCÊ SABIA? Um Conselho Consultivo é uma espécie de suporte à diretoria de um sindicato ou qualquer outro órgão: auxiliando e ajudando na solução de problemas. No caso do SindMédico-DFa participação dos médicos nas lutas pela classe é quesito fundamental para serem escolhidos para compor o grupo.

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Destaque

Brasília assume a presidência da Fenam Os quatro últimos presidentes da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) prestigiaram a cerimônia de transmissão de cargo do Dr. Jorge Sale Darze para o atual presidente da Federação, Dr. Gutemberg Fialho, no dia 4 de julho. O novo mandato se estenderá até 2023, ano do cinquentenário da Fenam.

no dia a dia.” Além disso, salientou, “vamos tentar representar cada vez melhor. Uma coisa que me deixa feliz é que as entidades médicas, apesar de toda a dificuldade, parecem que agora, após tantas perdas, estão se reencontrando. E a única saída é a união através de entidades”.

Darze destacou que o principal objetivo de seus dois anos à frente da Federação (nos dois anos anteriores, Otto Baptista presidiu) foi alcançar a unificação das entidades médicas nacionais. “Superadas as dificuldades, falamos a mesma língua, que é a língua da defesa dos médicos”, afirmou. Dr. Gutemberg afirmou que as ações já desenvolvidas pelo Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) na esfera federal e que reverberam para o resto do país ganham maior legitimidade agora que ele assume a presidência da Fenam e Carlos Fernando, que é vice-presidente do SindMédico-DF, ocupa a Secretaria Geral da Federação. Para o momento, listou Dr. Gutemberg, as prioridades da atual gestão da Fenam são: o sistema de revalidação de diplomas de Medicina emitidos por instituições de ensino superior estrangeiras; a abertura indiscriminada de cursos de Medicina; a questão da tele consulta, que figura entre os temas abrangidos nas discussões da telemedicina; e a pejotização, situação que coloca em cheque as relações de trabalho do profissional que atua na medicina suplementar. Em seu discurso, Carlos Fernando lembrou que o grupo não teria vencido a eleição se não fosse “todo um conjunto de pessoas que está com a gente

Composição da diretoria da Federação Nacional dos Médicos para o período 2019/2023: Presidente: MARCOS GUTEMBERG FIALHO DA COSTA Vice-Presidente: OTTO FERNANDO MOREIRA BAPTISTA Secretário-Geral: CARLOS FERNANDO DA SILVA Diretor de Finanças: GERALDO FERREIRA FILHO Diretora de Assuntos Jurídicos: LÚCIA MARIA DE SOUSA AGUIAR DOS SANTOS Diretor de Comunicação: MARLONEI SILVEIRA DOS SANTOS Diretor de Relações Institucionais e Sindicais: JORGE SALE DARZE Diretor de Formação Profissional, Residência Médica e Educação Permanente: ADHEMAR DE FIGUEIREDO NETO Diretor de Relações Trabalhistas: ROBSON PAIXÃO DE AZEVEDO Diretor de Benefício e Previdência: VALDIR SHIGUEIRO SIROMA Diretor de Saúde Suplementar: MÁRCIO COSTA BICHARA Diretor de Direitos Humano: JOSÉ MARIA ARRUDA PONTES Segundo Secretário Geral: MANOEL MARQUES DE MELO Segundo Diretor de Finanças: ANTÔNIO GERALDO DA SILVA Diretora Adjunta: FRANSCINE LEÃO RODRIGUES ACAR PEREIRA Conselho Fiscal Conselho Fiscal T1: FRANCISCO DA SILVA LEAL JUNIOR Conselho Fiscal T2: DALZO LACERDA FILHO Conselho Fiscal T3: JOSÉ ANTÔNIO ALEXANDRE ROMANO Suplentes: Conselho Fiscal S1: ALBERTO TOSHIO OBA Conselho Fiscal S2: JOSÉ ROBERTO CRESPO DE SOUZA Conselho Fiscal S3: MAURO MUNIZ PERALTA

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Sindicais

SindMédico questiona arquivamento de denúncia sobre HRBz O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédicoDF), Dr. Gutemberg, conversou sobre a situação do Hospital de Brazlândia (HRBz), no dia 12 de junho, com o Promotor de Justiça Clayton Germano, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Em março, o sindicato foi à unidade de

Saúde e constatou um verdadeiro cenário de guerra no local. Após conversar com médicos e outros servidores, a instituição enviou ao MPDFT denúncia sobre a situação e cobrou soluções para os problemas apontados. À época, Dr. Gutemberg observou que eram necessárias reformas na estrutura do hospital, contratação de servidores e, principalmente, “boa

Força Tarefa tem início no Hospital de Ceilândia

gestão”. A denúncia do SindMédicoDF foi protocolada no MPDFT dias após a visita, em 21 de março. No entanto, agora, ela foi arquivada pelo Promotor de Justiça da 2ª Prosus, que recebeu resposta às cobranças da Secretaria de Saúde (SES-DF), assinada pelo diretor do HRBz, Sérgio Luiz de Souza Cordeiro. No texto, ele aponta que vários problemas já foram solucionados e o trabalho continua

Grupo é formado por órgãos de controle e entidades representativas de categorias da Saúde divisão entre áreas destinadas a homens e mulheres. A Sala Amarela vive ocupada no limite de sua capacidade e a Sala Vermelha, em geral, tem sua capacidade extrapolada. Além das macas, cilindros de oxigênio dos bombeiros e do Samu

Com o objetivo de fiscalizar as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal, órgãos de controle e entidades representativas de servidores da área, incluindo o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), iniciaram, em 14 de maio, o trabalho do projeto “Força Tarefa”. O primeiro local visitado foi o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Lá, foi feito levantamento do abastecimento de insumos, medicamentos, equipamentos, estrutura e recursos humanos.

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A observação preliminar mostrou insuficiência de profissionais de saúde e, também, inadequação da estrutura física para atendimento humanizado aos pacientes. Na unidade de emergência, por exemplo, os pacientes ficam espalhados pelos corredores do HRC, muitas vezes em macas do Serviço de Atendimento Móvel de urgência (Samu) ou do Corpo de Bombeiros, por falta de leitos hospitalares. Os socorristas têm até que carregar as macas, porque não há espaço para passar pelo chão de parte dos corredores. Não há privacidade nem


Sindicais

para que todas as pendências verificadas, in loco, pelo Sindicato dos Médicos, sejam resolvidas.

Na avaliação do Promotor de Justiça Clayton Germano, como o diretor do hospital respondeu a cada um dos

pontos da denúncia, o arquivamento se justifica porque vários problemas já foram solucionados e está sendo dada continuidade para resolução dos demais. Ainda assim, destacou Dr. Gutemberg, “continuaremos buscando uma saída para o caos, tanto em Brazlândia quanto em outros hospitais da rede pública. E, acredito, parte dessa solução está em valorizar o servidor e investir em gestões técnicas e preparadas dentro da SESDF. O profissional, que está ali na ponta do atendimento, não pode assumir a falência do Estado”.

ficam retidas quando paciente grave chega e todos os pontos de oxigênio fixos já estão ocupados. No centro obstétrico, a equipe foi informada de que pacientes chegam a ficar internadas pelo dobro do tempo necessário, porque não há pediatras em número suficiente todos os dias para avaliar os recém-nascidos e dar-lhes alta. Na neonatologia, a Unidade de Cuidados Intermediários (UCIN) costuma funcionar como alta complexidade e além da capacidade porque os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal costumam estar sempre lotados. Enquanto macas de serviços externos são retidas, nos corredores da área ambulatorial há camas hospitalares esperando conserto ou remoção.

FORÇA TAREFA A preparação dos trabalhos do grupo começou há um mês, em reuniões técnicas que definiram a abordagem e a composição da força tarefa. Ele é formado pelo Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF), pelos conselhos regionais de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Odontologia e Engenharia, pela 1ª Promotoria de Defesa dos Direitos da Saúde (ProSUS) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), pelos sindicatos dos enfermeiros e dos odontólogos e a Comissão de Direito à Saúde da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF). Por sugestão do vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando, neste ano será feita uma avaliação sistêmica verticalizada, abrangendo os três níveis de atenção à saúde dentro de uma mesma região. “Dessa forma,

além de mostrar os problemas de cada unidade, poderemos ter uma visão do fluxo da assistência aos pacientes desde o atendimento pela equipe da Estratégia Saúde da Família até a alta complexidade e definir os gargalos existentes”, explica. Para o presidente do SindMédicoDF, Dr. Gutemberg, o trabalho conjunto garante imparcialidade e enfatiza o caráter técnico da ação das entidades envolvidas. “Também é uma reafirmação da disposição das instituições em colaborar na construção de soluções para os problemas crônicos do sistema público de saúde do DF”, destaca. Em outros anos, lembrou o promotor Jairo Bisol, os relatórios da Força Tarefa foram utilizados para aperfeiçoamento da gestão e, também, no combate à corrupção. A de 2012, por exemplo, serviu de base para a denúncia que impediu desvios na aquisição das chamas “UPAs de lata” da Metalúrgica Valença – um esquema que tinha ramificações no Ministério da Saúde e outras unidades federativas.

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Regionais

Sindicato Itinerante

completa dez anos com seis visitas neste ano Um projeto que nasceu da vontade de fazer diferente: de fazer mais e melhor. Assim teve início o Sindicato Itinerante, lançado há 10 anos. Apenas em 2019, seis hospitais foram percorridos pelo presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg, e pelo vice, Carlos Fernando. Com o objetivo de verificar de perto as condições de trabalho e ouvir as demandas, ao fim de cada visita é feito um relatório, enviado à SES-DF e às autoridades de fiscalização e controle, retratando a situação encontrada em cada local. Neste ano, o trabalho do projeto foi iniciado em Ceilândia. O caos en-

contrado no local foi amplamente divulgado: no site do SindMédico-DF, na Revista e nas redes sociais. Agora, desde maio, entraram para a lista de hospitais visitados o Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB), Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o Instituto Hospital de Base (IHBDF), o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o Hospital Regional do Gama (HRG) e, por último, o Hospital Regional de Sobradinho (HRS).

do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg. Segundo ele, desde que teve início, o Sindicato Itinerante conseguiu, diversas vezes, solucionar problemas que impediam médicos e servidores de prestarem atendimento digno à população. “De conserto de ar-condicionado até a compra de remédios e equipamentos que eram necessários. Após as visitas, denunciamos e cobramos solução”, aponta.

“Para conhecer a realidade, não tem outra fórmula a não ser visitar, ir aos hospitais e unidades de Saúde e conversar com servidores e pacientes”, ressalta o presidente

No HRC, primeiro hospital visitado pelos representantes do SindMédico-DF, um dos servidores afirmou que “falta parede” para encostar pacientes no local. Depois,

HRC

HRAN

Faltam profissionais, insumos, medicamentos e estrutura física para comportar a demanda de pacientes

HMIB Falta de pediatras, medicamentos e equipamentos

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Déficit de profissionais, em especial médicos e enfermeiros. Demanda acima da capacidade do hospital


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no HMIB, a principal denúncia foi a escassez de pediatras na rede. No Hran, após as mudanças na gestão do Hospital de Base, o problema é absorver a demanda de pessoas que não conseguem atendimento no Instituto. “Infelizmente, alguns problemas se repetem ano a ano. Apesar de nossas denúncias, falta, sim, investimento e boa vontade de recorrentes governos. Contudo, é importante frisar essa questão da porta de entrada. Assim que o Hospital de Base foi transformado em Instituto, sabíamos que ele ficaria limitado. E aí começa o dominó”, avalia o vice-presidente do sindicato, Carlos Fernando. No Hospital de Base (IHBDF), gerido, agora, pelo Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF), o número insuficiente de leitos e de vagas para UTI é a principal reclamação dos servidores. Além disso, o déficit de

servidores também atrapalha a prestação de atendimento à população. “Aqui, contratações via CLT eram a promessa de solução para o problema do déficit. No entanto, gerou, na verdade, uma rotatividade muito grande que não pode acontecer na área de Saúde, em especial em um hospital deste tamanho”, afirmou uma servidora. No Gama, o cenário encontrado não foi menos caótico. A situação é de UTI de porta aberta na emergência. Exonerações em série apenas prejudicaram solução de problemas do hospital, que tem estrutura desgastada e quantidade insuficiente de servidores. A falta de condições de trabalho é tão gritante que médicos estão sendo obrigados a documentar em vídeo os problemas para fazer prova em eventual processo administrativo. Em Sobradinho, que completou 51 anos de existência, faltam

insumos, medicamentos, profissionais e estrutura física adequada para o atendimento da população local, de mais de 85 mil pessoas, e, também, de regiões do Entorno do DF. “Infelizmente, as locações da unidade não competem, há muitos anos, a quantidade de pessoas ali atendidas”, lamentou o vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando. Após todas as visitas realizadas neste ano, desde abril, foram feitos relatórios apontando a situação dos hospitais e as denúncias registradas pelo SindMédico-DF. Esses documentos são enviados para os órgãos de controle e fiscalização do DF, como o Ministério Público (MPDFT), o Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) e a seccional da Ordem dos Advogados (OAB-DF). A Secretaria de Saúde (SES-DF) e o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, também recebem o texto.

HRG IHBDF Déficit de profissionais e leitos de UTI

HRS

Emergência superlotada, faltam leitos e déficit de profissionais

Estrutura precária, faltam de materiais e déficit de médicos e enfermeiros

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Aconteceu

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Arraiá do Dotô

Pub SindMédico No dia 13 de junho, foi realizada a 2ª edição do PUB SindMédico. Com o objetivo de reunir médicos na sede da instituição em um momento de descontração, o evento contou com a presença da banda Marcel Carvalho Jazz. Aproximadamente 100 médicos compareceram ao PUB. Em breve, será divulgada a data do próximo encontro. Fique atento! 13 junho 2019

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Congresso da SGOB Entre os dias 13 e 15 de junho, ocorreu, em Brasília, o 51º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal. O encontro foi realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil.

8 junho 2019

13 e 15 junho 2019

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Valdir Ximenes está na Academia Brasiliense de Letras

O médico Valdir de Aquino Ximenes foi eleito, no dia 24 de junho, para a Academia Brasiliense de Letras, cadeira XXX, cujo patrono é Monteiro Lobato. Ele conquistou a vaga com 70% dos votos válidos e, vale 24 junho 2019

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O maior arraial dos médicos do Distrito Federal, o “Arraiá do Dotô”, realizado pela AMBr, ocorreu, neste ano, no dia 8 de junho. A festa ficou por conta do Trio Siridó, do cantor Flávio Leandro e da dupla Ricco & Rony. O SindMédico-DF participou da festa, representado pelo presidente, Dr. Gutemberg, o vice, Carlos Fernando e a diretora de imprensa, Adriana Graziano.

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ressaltar, é único médico da Academia. “Meu último livro, ‘Morte aos 53’, me ajudou nessa eleição, pela boa acolhida que ele teve”, disse ao SindMédico-DF. Parabéns, Dr.!


Aconteceu

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COQUETEL DA AMEB

No dia 29 de junho, a Academia de Medicina de Brasília (AMeB) preparou um coquetel para celebrar o encerramento das atividades do primeiro semestre deste ano. A convite do presidente da instituição, Marcos Vinícius Ramos, Dr. Gutemberg e Carlos Fernando participaram do evento.

29 junho 2019

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SINDICATO E TOTAL CERTO

Congresso de Pediatria O 13º Congresso de Pediatria de Brasília ocorreu entre os dias 13 e 15 de junho, na AMBr. Entre outros temas, o encontro debateu o desenvolvimento e comportamento infantil e, ainda, alergia alimentar.

No dia 8 de junho, o SindMédico-DF assinou parceria com o aplicativo Total Certo, desenvolvido para atender a demanda de profissionais de

saúde que precisam acompanhar sua produtividade. Para saber mais, entre em contato com o SindMédico-DF ou acesse www.totalcerto.com.br

15 dezembro 2018 13 e 15 junho 2019

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Eleições do CFM As eleições para escolha dos novos representantes da classe médica no Conselho Federal de Medicina (CFM) serão realizadas nos dias 27 e 28 de agosto, por meio do voto direto e presencial. Cada estado da Federação e o Distrito Federal elegerão um conselheiro federal efetivo e um suplente. O mandato dos novos membros do CFM terá a duração de cinco anos – de outubro de 2019 a setembro de 2024. Poderão votar apenas os médicos que estiverem quites com suas anuidades.

No Distrito Federal, duas chapas se inscreveram. A chapa 1, com o nome Médicos Unidos, é composta pelos médicos Rosylane Rocha e Sérgio Tamura, que integram o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) e são candidatos à reeleição no CFM. A chapa 2, Transparência e Experiência, é composta pelos médicos Jairo Martinez Zapata, que presidiu o CRM-DF de fevereiro de 2017 a setembro de 2018, e Antônio Carlos de Souza, que buscam o primeiro mandato federal.

Votação no Distrito Federal:

Dias: 27 e 28 de agosto Local: Legião do Templo da Boa Vontade (LBV), SGAS 915, lote 74 - Asa Sul, Brasília - DF Horários: 8h às 20h. Confira a sua situação eleitoral: www.eleicoes.crmdf.org.br

Dra. Rosylane Rocha CRM 13019

Dr. Sérgio Tamura CRM 7434

Nossos compromissos: 1. Trabalhar ainda mais em defesa do ato médico. 2. Trabalhar ainda mais pela obrigatoriedade do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). 3. Trabalhar ainda mais pela proibição da abertura de novas escolas médicas. 4. Trabalhar ainda mais pela modernização da publicidade médica sem ferir a ética e o prestígio da profissão. 5. Trabalhar ainda mais pela promoção de campanhas de valorização do médico e combate à violência. 6. Trabalhar ainda mais pela criação da carreira de Estado para o médico. 7. Trabalhar ainda mais pela aprovação dos Projetos de Lei do interesse da categoria e pela rejeição dos Projetos prejudiciais. 8. Trabalhar para fortalecer a relação médico-paciente frente à incorporação de novas tecnologias. 9. Trabalhar para a criação de uma legislação que corrija a bitributação de PF e PJ. 10. Trabalhar pela criação de ações e campanhas de atenção à saúde do médico. Conheça mais sobre a Chapa 1 em https://bit.ly/30C7Tzm Acompanhe a campanha da chapa em: @conselheirosfederaisdf conselheirosfederaisdf

Dr. Jairo Martínez Zapata CRM-DF 2020

Dr. Antônio Carlos de Souza CRM-DF 8057

Bandeiras que defendemos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

A Renovação do CFM. O Ato Médico e a Medicina. O não exercício da telemedicina. A carreira de Estado do médico. O Revalida pleno e o médico brasileiro. A independência e autonomia do médico frente às operadoras de planos e seguros de saúde. Remuneração justa. O SUS e o financiamento da saúde. A qualidade do ensino médico. O controle e a certificação das escolas médicas.

Conheça mais sobre a Chapa 2 em https://bit.ly/2XQAG6u Acompanhe a campanha da chapa em: @chapa2cfm chapa2cfm


Suplementar

SindMédico entrevista presidentes de sociedades e associações de especialidades No dia 13 de maio, o SindMédico-DF deu início a uma série de entrevistas com presidentes de sociedades e associações de especialidades do Distrito Federal. Ao todo, foram 21 médicos. O objetivo é valorizar o trabalho das instituições e divulgar as principais atividades, conquistas, dificuldades e curiosidades sobre as especialidades. “É preciso dar espaço para esses médicos, que são referências em suas áreas, falem sobre elas. Isso também é enobrecer a Medicina”, diz o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg. Entre as sociedades, foram entrevistados representantes das áreas de endocrinologia; cirurgia plástica; oftalmologia; dermatologia; cirurgia bariátrica; angiologia e cirurgia vascular; urologia;

TV SINDMÉDICO

Os representantes das sociedades de especialidades da ginecologia e obstetrícia, pediatria e cirurgia geral foram entrevistados ao vivo, na TV SindMédico, que vai ao ar, pelo Facebook e YouTube do sindicato, toda terça-feira, às 19h45. Os programas e entrevistas continuam na página do YouTube e é possível assisti-los a qualquer momento.

patologia; terapia intensiva; reprodução assistida; doenças torácicas; geriatria e gerontologia; medicina intensiva e cirurgia cardiovascular. Das associações, foram as especialidades em otorrinolaringologia, a de médicos peritos, a de psiquiatria, a de medicina física e a de reabilitação e medicina do tráfego. “Tanto eu quanto os outros diretores do SindMédico acreditamos que a valorização da Medicina começa dando voz aos representantes de instituições médicas. E, quando pensamos nesse ciclo de entrevistas, foi justamente para isso. É uma enorme satisfação ouvirmos esses médicos e sabermos, deles, como é a realidade de cada especialidade aqui no DF”, salienta o vice-presidente do sindicato, Carlos Fernando.

I N OVA Ç Ã O

O médico Juracy Barbosa, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Medicina Intervencionista da Dor (SOBRAMID) e da Sociedade Brasileira para o estudo da Dor (SBED),

também participou das entrevistas. A partir de outubro, ele assumirá ainda a representação brasileira na Jr. Doctors Network (JDN), braço jovem da Associação Médica Mundial. Agora, ele é o coordenador de inovação do SindMédico-DF. Para assistir a alguma das entrevistas realizadas com os presidentes das sociedades e associações de especialidades, acesse o YouTube do SindMédico por meio do QR Code abaixo:

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Crônica

Estratégia x brutalidade Evaldo Alves de Oliveira Médico Pediatra A população precisava de um delegado de polícia intrépido, valente, com disposição e coragem. Afinal, a coletividade não podia continuar acuada, face às ameaças arrogantes dos facínoras da região e dos que, de cada vez mais longe, vinham desafiar a ordem e o respeito da vila. Era preciso frear o grupo, antes que o pior acontecesse.

uatro elementos deixavam a população em desespero e muito apreensiva. As pessoas sentiam-se incapazes de seguir as rotinas de seus labores. Era uma vida de grande sofrimento.

O delegado, não convencido de que deveria assumir tamanha responsabilidade, com poucos suportes além da coragem e da bravura sua e de seus comandados, mesmo assim disse o esperado “sim” e partiu para o que desse e viesse. A ordem e a justiça seriam mantidas a qualquer custo. Fosse quem fosse, teria de cumprir as leis e a ordem.

Fama é pouco, braveza tem de ser testada. E quanto mais depressa se testa uma nova autoridade, mais rápido ela é desmoralizada, e o campo �ica aberto para as diferentes leis e ordem reinarem, a serviço dos mais fortes. Assim pensavam os “fora-da-lei”. Fama é pouco, braveza tem de ser testada. E quanto mais depressa se testa uma nova autoridade, mais rápido ela é desmoralizada, e o campo �ica aberto para as diferentes leis e ordem reinarem, a serviço dos mais fortes. Assim pensavam os “fora-da-lei”. Certo dia, um dos elementos entrou na cidade fortemente armado, o que já era um desa�io. Carecia ganhar a primeira batalha com o delegado da vila. Observou e escolheu o dia; o lugar, a feira. Que delegado, naquela época, teria coragem de colocar o povo entre dois fogos? O fora-da-lei queria ganhar, economizar munição e desacatar o delegado diante dos habitantes da vila e das redondezas. O delegado ponderou riscos e forças. Não apareceu na feira, e as provocações dos meliantes não foram confrontadas. Caíram no vazio. Sua cruzada não fruti�icou. Fazer o que na feira, se não podia trocar tiros com os pretensiosos “homens da lei”? O bando deu um

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grito de guerra e saiu levantando poeira no rastro dos cavalos. E houve louvores a todos os santos, pelos que se viram livres de tão sinistra companhia.

Onde estava a bravura do Delegado de Polícia? O júbilo da liberação do perigo logo deu lugar à maledicência e à galhofa. “Cadê a brabeza do homem, que nem aparecer apareceu?”, tripudiavam.

Não demorou muito e um jegue esbaforido trazia um caboclo e uma notícia: o bando dos meliantes, mal acabara de gargalhar sua estrondosa vitória, e um tiro partiu de trás de umas pedras enormes que ladeavam a estrada. Apanhados de surpresa, os forasteiros ainda tentaram reação. Mas fugiram quase todos, sob a saraivada de tiros do delegado e seus homens. Foi um reboliço na feira. O delegado aumentou sua fama. O bicho era homem! Enfrentou e matou o temido fora-da-lei. Roteiro de um bang-bang americano? Não. Local: Serra do Teixeira, Paraíba. Ano: 1876

Delegado: Liberato Dantas

Os quatro elementos “fora-da-lei”: Manoel Rodrigues, Cirino, João e Juvino Guabiraba, procedentes de Pajeús de Flores.

Naquela época o Brasil já clamava por um retorno à lei e à ordem.

Fato real, baseado no livro Uma Família na Serra do Teixeira, de Fábio Lafaiete Dantas e Maria Leda de Resende Dantas, Editora Liber, Recife-2008, págs. 150/151.




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