Sextante 2013/2 - Ruas Inquietas

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rádio. E nós lidávamos com isso botando a boca no trombone, xingando todo mundo. Heron: O nosso primeiro disco tinha 13 músicas, 9 não podiam tocar no rádio. Então ainda era… 85, que saiu nosso primeiro LP. Situando isso em Porto Alegre, o que era underground há 30 anos atrás era o Ocidente, era o Lola… O Ocidente existe até hoje então ele tem toda uma carga… O Opinião era uma casinha na José do Patrocínio… Cléber: Era um corredor. Heron: A gente era jovem, e tinha o Scalpi, que era um cabeleireiro famoso que tinha ali na Ramiro, frequentador do Ocidente, aquelas locurama… Aí nós fizemos um festivalzinho, puxando a luz lá da casa do Walter, do Salão dele lá. Vai tentar fazer isso hoje em dia na cidade de Porto Alegre! A cidade era diferente, o Bom Fim era diferente… Gerbase: Quem lançou (o punk no Brasil) foram as bandas de São Paulo, em 78, o Festival do Fim do Mundo, o Grito Suburbano, que acho que é de 80, 81. Mas esse movimento punk do ABC não chegou com força aqui, o que chamou a atenção foi o lançamento dos discos punks tardiamente aqui em Porto Alegre. “Nevermind the Bollocks”, foi lançado em 79, e depois “Clash” e um pouquinho depois “Ramones”. A música que nos chamou atenção pros aspectos estéticos e políticos do punk. E o Camisa de Vênus é uma banda precursora. Isso aí abriu caminho pra gente começar a ouvir outras coisas. Cláudio: Eu não sei se não é no mundo todo parecido, é, e foi, porque a gente tava começando a fazer

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