ARQUITETURA PARA TODOS
Autor desconhecido – Acervo Instituto Lina Bo e P. M. Bardi
Em maio de 1982, um novo lugar desponta em São Paulo. Esse lugar, o Sesc Pompeia, foi fruto de um longo e dedicado trabalho de projeto iniciado quase seis anos antes, quando a arquiteta Lina Bo Bardi entrou pela primeira vez na antiga fábrica de tambores dos irmãos Mauser, no coração da Pompeia, bairro operário não distante do centro de São Paulo. A convite do Sesc, que havia adquirido o imóvel anos antes e ali pretendia construir um novo Centro Cultural e Desportivo, Lina foi contratada para realizar o projeto que viria a mudar a vida cultural da cidade e do país. A arquiteta trazia na bagagem a experiência de ter projetado, no final dos anos 1950, o Museu de Arte Popular da Bahia, no Solar do Unhão, e o Museu de Arte de São Paulo, na avenida Paulista. Paris acabara de inaugurar o Centro Georges Pompidou, o Beaubourg, no Marais, bairro que ainda guardava as características de uma cidade que havia sido radicalmente transformada no final do século XIX, na esteira das grandes transformações políticas e econômicas do final daquele século. Ao contrário daquela iniciativa que demoliu alguns quarteirões para a construção do novo Centro, o Sesc resolve manter a velha fábrica e
5
[1], [2] e [3] A fábrica onde hoje é o Sesc Pompeia foi construída em 1938 pela empresa alemã Mauser & Cia Ltda. Em 1945, a Indústria Brasileira de Embalagens Ibesa, fabricante de tambores, comprou-a e posteriormente instalou ali a Gelomatic, indústria de geladeiras a querosene. [4] Anúncio da indústria de geladeiras Gelomatic. [5] O bairro da Pompeia, c. 1940.