BalnearioAsAguasDoPinheiros_Capa.pdf

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(Estúdio Laborg)

A nascente do rio Pinheiros, mais distante da sua foz, fica na Serra do Mar, em Paranapiacaba, no município de Santo André, a poucos metros das divisas com Mogi das Cruzes e Santos.


Existem incontáveis nascentes na bacia do rio Pinheiros. São elas que formam os milhares de cursos d’água que afluem para o rio Pinheiros, contribuindo para aumentar o seu volume.

Trajeto do rio Pinheiros desde sua nascente mais distante, em Paranapiacaba.


Quantos nomes tem um rio? Os rios possuem nomes populares, variando de acordo com a época e a cultura de cada comunidade que habita seu entorno. O rio Pinheiros é conhecido por muitos nomes, como Rio Grande, Jeribatiba, Geribativa, Jerubatuba, Jurubatuba e Rio dos Pinheiros. Atualmente, segundo a Prefeitura de São Paulo, é chamado de rio Pinheiros apenas o pequeno trecho entre a usina elevatória da Pedreira e sua foz no rio Tietê.


Antes, Jeribatiba. Hoje, Pinheiros.

(Ernesto Pierburg / Erwin Englisch)

Encontre no mapa os diferentes nomes do Pinheiros.

Mapa dos arredores da cidade de São Paulo, 1927


Quantos rios formam um rio?



Não sujar, limpar ou descontaminar? Não sujar - O esgoto precisa

Limpar - Hoje, a limpeza do canal

Descontaminar - Para

ser coletado e tratado antes

Pinheiros é feita pela dragagem

complementar o processo

de chegar aos afluentes e ao

de sedimentos presentes no

de limpeza do rio Pinheiros, é

próprio rio Pinheiros. A poluição

fundo do canal e pela oxigenação preciso descontaminar suas

difusa necessita ser impedida de

das águas.

águas das diversas substâncias

chegar ao rio com ações como

químicas presentes hoje, como

varrição pública, descarte e

medicamentos, agrotóxicos,

disposição adequada de resíduos

produtos de limpeza e resíduos

sólidos, implantação de jardins

industriais.

de chuva e redução da poluição

(Estúdio Laborg)

atmosférica.


“É necessário entender que a despoluição não é um projeto, e sim um processo. O projeto tem um fim, uma hora termina. O processo é algo contínuo, que não termina.”

(Estúdio Laborg)

Gustavo Veronesi - Observando os Rios (SOS Mata Atlântica)

“Para a despoluição, é necessária a criação de um vínculo de apropriação entre a população e o rio. Quando existe esse sentimento, sua manutenção passa a ser parte do cotidiano.” Luciano Zanella - Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)


RIACHOS DESCOBERTOS EM SANTO AMARO Durante a exploração de campo, a equipe de pesquisa da exposição encontrou três riachos, afluentes do rio Pinheiros, desconhecidos pela maioria dos santamarenses, o Dom Bosco, o Paulo Eiró e o Iguatinga. Riacho Dom Bosco – Com um bom trecho ainda visível, corre a céu aberto ao lado da casa do senhor Zeca, antigo morador do bairro. Riacho do Paulo Eiró – Tem as nascentes nas encostas ao fundo da Escola Estadual Paulo Eiró e corre pela rua Prof. Leme da Fonseca. Riacho Iguatinga – Tem as nascentes próximas à rua Iguatinga e corre, canalizado, por baixo da rua Benedito Fernandes.


O que você acha de sair a campo e encontrá-los?

A - Transamerica Expo Center

1 - Riacho Dom Bosco

B - Largo Treze de Maio

2 - Riacho do Paulo Eiró

C - Sesc Santo Amaro

3 - Riacho Iguatinga

D - Estação Santo Amaro E - Estação Socorro


ÁGUAS ESPRAIADAS Assim como muitos rios de São Paulo, o Águas Espraiadas é totalmente urbano, ou seja, da nascente à foz, ele está dentro da mancha urbana da cidade, com todo o seu entorno ocupado por humanos. Ele nasce com o nome de riacho Jabaquara, no bairro de Americanópolis. Quando o riacho Jabaquara se junta ao ribeirão Pinheirinho, ele passa a se chamar rio Águas Espraiadas. Ele é um exemplo de como um rio em área urbana, ao atravessar diferentes territórios, sofre a influência do tipo de urbanização do entorno. Suas águas vão se degradando ao longo de seu curso, por receber esgoto e poluição difusa dos bairros, até desaguar no dreno do Brooklin, sob a avenida Eng. Luís Carlos Berrini.

(Google Street View)

(Google Street View, 2022)

Águas Espraiadas, outubro de 2021


O dreno do Brooklin Em 1973, foi inaugurado o dreno do Brooklin, um canal artificial que corre paralelo ao rio Pinheiros, sob a avenida Eng. Luís Carlos Berrini, para aumentar a capacidade de escoamento dos rios Cordeiro, Águas Espraiadas

(O Estado de S. Paulo)

e Traição, com o objetivo de diminuir as enchentes na região.

Matéria de 7 de outubro de 1978

A obra mudou a foz desses três rios, que hoje desaguam no dreno, para mais adiante, após a usina da Traição, chegar juntos ao rio Pinheiros.


Procure saber onde e como está o rio mais perto da sua casa. Sinta-o. Tente ouvi-lo, enxergá-lo, sinalize-o para os demais moradores. Procure nascentes — elas brotam cristalinas de canos no meiofio, em terrenos baldios ou até mesmo nos quintais. Forme redes que sonhem, inventem e façam pequenos e grandes gestos para

(Estúdio Laborg)

“desCobri-los”.


(Acervo Rios e Ruas)


Do que é feita a poluição do rio Pinheiros? Poluição difusa

O esgoto é toda a água residual resultante da utilização em residências, comércio e indústrias. O esgoto doméstico é composto pelo escoamento da água do banho, da descarga do vaso sanitário e da lavagem de roupas e louças.

É a poluição formada por lixo espalhado, resíduos de freios e pneus de automóveis, recipientes plásticos, fezes de animais, materiais de construção, fuligem, compostos químicos, entre outros materiais que são descartados nos cursos d’água, ou que se encontram na superfície e na atmosfera e são carregados pelas chuvas aos rios.

(Estúdio Laborg)

Esgoto


(Caio Ferraz)


Os rios cobertos Hoje, diversos afluentes do rio Pinheiros estão canalizados e correm invisíveis sob famosas avenidas de São Paulo, conhecidas como avenidas de fundo de vale. • Rio Iguatemi Av. Nove de Julho

• Rio Pirajuçara Av. Eliseu de Almeida

• Rio Sapateiro Av. Juscelino Kubitschek

• Rio Zavuvus Av. Eng. Alberto de Zagottis

• Rio Traição Av. dos Bandeirantes

• Rio Água Espraiada Av. Jornalista Roberto Marinho

• Rio Cordeiro Av. Ver. João de Luca

• Rio Antonico Av. Jorge João Saad

• Rio Jaguaré Av. Escola Politécnica

• Rio Pirajuçara Mirim Av. Corifeu de Azevedo Marques

(Renato Stockler)

Obras na linha de bonde Santo Amaro, no rio, cujo leito foi ocupado, a partir da década de 1990, pela avenida Águas Espraiadas, atual Jornalista Roberto Marinho, 26/9/1912


Um dos grandes problemas de canalizar os rios e tamponá-los sob as avenidas é que, em épocas de muita chuva, suas águas não cabem nas galerias e sobem à superfície, ocupando seu vale e causando, assim, as inundações.

“As cheias são um fenômeno do rio; as inundações, um fenômeno social.”

Odete Seabra, Os Meandros dos Rios nos Meandros do Poder. Tietê e Pinheiros: Valorização dos Rios e das Várzeas na Cidade de São Paulo, 1987


Qualidade das águas da bacia do rio Pinheiros

QUALIDADE DA ÁGUA EXCELENTE

CLASSE ESPECIAL

USOS MAIS EXIGENTES

CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3

Mapa do Comitê UGRHI 6 - Classificação por classes, consulta em 2022

QUALIDADE DA ÁGUA RUIM

CLASSE 4

USOS MENOS EXIGENTES


QUALIDADE DA ÁGUA

ENQUADRAMENTO ESPECIAL USOS MAIS EXIGENTES

CLASSE 1

CLASSE 2

CLASSE 3

CLASSE 4

ENDEMISMO DE PEIXES UNIDADE DE CONSERVAÇÃO PRESERVAÇÃO DAS COMUNIDADES AQUÁTICAS

Mandatório em terras indígenas

RECREAÇÃO DE CONTATO PRIMÁRIO AGRICULTURA E PESCA ABASTECIMENTO PARA CONSUMO HUMANO IRRIGAÇÃO

Após desinfecção

Após tratamento simplificado

Após tratamento convencional

Hortaliças consumidas cruas e frutas ingeridas com película

Hortaliças, frutiferas, parques, jardins e campos de esporte

Após tratamento convencional ou avançado Culturas arbóreas, cerealÍferas e forrageiras

RECREAÇÃO DE CONTATO SECUNDÁRIO DESSEDENTAÇÃO DE ANIMAIS

No Brasil é adotado o enquadramento por classes de qualidade. Este sistema faz com que os padrões de qualidade estabelecidos para cada classe sejam formados pelos padrões mais restritivos dentre todos os usos contemplados naquela classe.

PESCA ESPORTIVA HARMONIA PAISAGÍSTICA NAVEGAÇÃO APROVEITAMENTO ENERGÉTICO CAPTAÇÃO INDUSTRIAL

USOS MENOS EXIGENTES

SEM CLASSIFICAÇÃO

CAPTAÇÃO PARA MINERAÇÃO

OS REQUISITOS (PADRÕES) DE QUALIDADE DE ÁGUA SÃO DEFINIDOS DE ACORDO COM AS CLASSES PREVISTAS NA RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005.


Divisão das bacias


Um rio, três lagos Após as intervenções humanas, a bacia hidrográfica do rio Pinheiros foi dividida em três bacias independentes: represa Billings, represa de Guarapiranga e canal do Pinheiros. Onde antes havia rios fluindo agora existem três lagos de água praticamente parada, com seus

Barragem e Represa de Guarapiranga (Bas Lammers)

fluxos controlados por barragens e estações de bombeamento. O rio Embu-Guaçu, ou Guarapiranga, foi represado e hoje forma a represa Guarapiranga; e o rio Jurubatuba, ou Grande, foi dividido na represa Billings e no canal Pinheiros, após a construção da usina elevatória de Pedreira.

Usina elevatória de Pedreira e represa Billings (Caio Ferraz)

Canal do Pinheiros (Caio Ferraz)


ONTEM

Bairro Choruroca Onde o rio Guarapiranga encontrava o rio Grande

(Caio Ferraz)

HOJE

Estação Santo Amaro Encontro do canal Guarapiranga com o canal Pinheiros


(Fundação Energia e Saneamento)

O RIO PINHEIROS ESTÁ MORTO?

Rio Pinheiros, obra de retificação

(Caio Ferraz)

ONDE HAVIA UM RIO HOJE EXISTE UM CANAL

Canal superior do Pinheiros


(Canal do rio Pinheiros, 1957 - Fundação Energia e Saneamento - autoria desconhecida)

Ao fundo é possível ver a fumaça saindo da chaminé do antigo incinerador de lixo de Pinheiros, localizado na rua Sumidouro, hoje, praça Victor Civita. E, mais ao fundo, desponta a igreja Nossa Senhora do Monte Serrate, no Largo de Pinheiros


(Ponte Cidade Jardim sobre canal do rio Pinheiros, 26/4/1947) Acervo Fundação Energia e Saneamento

A ponte Cidade Jardim


(Callegari, Bruna - Farol invisível: fenômeno urbano e paisagem no bairro do Jaguaré, 2017.)

Um farol no rio Pinheiros

Farol do Jaguaré, início da década de 1940. A seus pés, seu construtor, H. Dumont Villares, de acordo com reconhecimento da família

“Nos planos de retificação do Tietê e Pinheiros, ora em execução, tudo está previsto para a navegação comercial; e as barragens construídas nas obras da serra já deixam ver os vãos, que devem receber elevadores necessários à passagem dos batelões. É, pois, fora de dúvida que o transporte sobre água tomará entre nós grande incremento.” H. Dumont Villares, 1939.


Na época em que o farol foi construído havia o plano de usá-lo como sinalizador náutico para o planejado — e nunca construído — porto fluvial do rio Pinheiros. Como a construção não foi utilizada como farol, seu nome oficial acabou se tornando Mirante do Jaguaré, tombado, em 2000, como patrimônio histórico da cidade.

Mapa do Centro Industrial Jaguaré, com a indicação do planejado porto fluvial H. Dumont Villares, 1937.



E ssemat er i al épar t ei nt egr ant edae xposi çãoRi osDesCober t os-Dos Jer i v ásaosPi nhei r os. Ousodessemat er i al est áper mi t i dosoment enocont e xt oeducaci onal , par afinse x cl usi v ament edi dát i cos, nosest abel eci ment osdeensi no, não hav endoemqual quercasoi nt ui t odel ucr o. Év edadaasuadi st r i bui çãoou publ i cação, i nt egr al oupar ci al , semaut or i z açãopr é vi aee xpr essados r espect i v osdet ent or esdosdi r ei t osaut or ai s. Osdocument os, cont eúdosecr i açõescont i dosnest emat er i al per t encem aosseuscr i ador esecol abor ador es. Aaut or i adoscont eúdos, mat er i ai se i magense xi bi dassãopr ot egi dasporl ei snaci onai sei nt er naci onai s. Não podemsercopi ados, r epr oduz i dos, modi ficados, publ i cados, at ual i z ados, post ados, t r ansmi t i dosoudi st r i buí dosdequal quermanei r asem aut or i z açãopr é vi aeporescr i t odosaut or es. Osdi r ei t osaut or ai ssobr easi magensper t encemaosr espect i v osdonos. Emat ençãoàl ei 9. 61 0/ 1 998, t odososes f or çosf or amf ei t ospar al ocal i z ar osdet ent or esdosdi r ei t osdasobr asaqui e xpost as. Emcasodepossí v ei s omi ssões, porf av orent r eemcont at ocom: cont at o@est udi ol abor g. com. br .


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