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50 anos depois



50 anos depois

Cinemateca Brasileira 10 a 20 de novembro CineSesc 28 de novembro a 6 de dezembro 2022



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Entretempos cinematográficos Danilo Santos de Miranda

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Cinema e memória Maria Dora G. Mourão e Gabriela Sousa de Queiroz

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50 anos depois: permanência e relevância Paulo Sacramento

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8 maneiras de pensar 1972 e seu contexto Sérgio Alpendre

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Mostra internacional

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Mostra brasileira

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Programação



Entretempos cinematográficos Surgido no final do século XIX, desde suas primeiras sessões o cinema já demonstrava vocação para sensibilizar os públicos. Nas décadas subsequentes, com a combinação de sonoridades, cores e outros elementos, a linguagem artística seguiu seu rumo como tradutora das impressões da vida, despertando reflexões sobre as experiências humanas. Para além dos recursos técnicos, decorre da capacidade expressiva das pessoas engajadas na criação cinematográfica a lida com assuntos sobre as conjunturas sociais sob as quais vivem. As metragens produzidas podem, assim, serem compreendidas como fragmentos multifacetados da história. Desdobramento desse fator, a importância da memória do cinema se destaca como tarefa a englobar uma série de práticas. Nesse rol de atividades, compreende-se desde a preservação das películas e arquivos digitais até um trabalho sistemático de divulgação, inclusão de públicos e fomento às reflexões que têm as obras audiovisuais como objeto de estudo.

Ao encontro do trabalho permanente que o Sesc realiza enquanto instituição educativa, comprometida com a melhoria da sociedade, a mostra representa uma oportunidade ímpar de expansão das perspectivas e sentidos da atualidade por meio de olhares dirigidos ao passado. Na interlocução imaginária entre ontem e hoje, suscita-se a criação de um porvir que inspire novos horizontes, definidos pela valorização da cultura e da partilha de conhecimentos que tal perspectiva mobiliza. Danilo Santos de Miranda Diretor do Sesc São Paulo

Ao realizar a Mostra 1972 – 50 Anos Depois em parceria com a Cinemateca Brasileira – com projeto idealizado pelo curador Paulo Sacramento –, o Sesc reitera suas atividades de valorização do cinema e sua consequente potência socioeducativa. O formato híbrido desta realização, que abrange a veiculação de produções por meio da plataforma Sesc Digital, bem como sessões no CineSesc, pretende ampliar o acesso às produções que marcaram o período. 5



Cinema e memória

Em 2022 teve início o processo de reconstrução institucional da Cinemateca Brasileira e a consequente retomada de seus trabalhos, depois de uma sucessão de crises que ameaçou um dos mais importantes patrimônios audiovisuais do país. Sob a gestão de sua Sociedade de Amigos (SAC), que completou 60 anos, a Cinemateca tem sido gradualmente reavivada. É um momento de celebração e de resgate de parcerias históricas da instituição com a comunidade e com seus pares em prol da memória e da cultura audiovisual. É com grande satisfação que a Sociedade Amigos da Cinemateca, Organização Social gestora da Cinemateca Brasileira, apresenta a mostra 1972 — 50 anos depois em parceria com o Sesc-SP e a produtora Olhos de Cão. A mostra celebra o cinquentenário de obras da filmografia brasileira e internacional. A seleção apresentada na sala Grande Otelo da Cinemateca Brasileira reúne desde clássicos até filmes pouco conhecidos ou vistos pelo público – longas e curtas-metragens, além de cinejornais. As cópias exibidas provêm do nosso acervo, do arquivo do Eye Filmmuseum (instituição parceira e membro da FIAF) e de realizadores conscientes da importância e dos esforços necessários para a manutenção da memória audiovisual do país. A produção fílmica de 1972 foi notadamente prolífica e diversa. Dramas, comédias, suspense, ação, filmes de época, experimentações. A mostra abre

com o sucesso de crítica e público, Toda Nudez Será Castigada, em homenagem ao cineasta Arnaldo Jabor, que nos deixou neste ano. Vencedor do primeiro Festival de Gramado, também ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim e foi a quarta maior bilheteria daquele ano. As sessões seguem com filmes em 35 mm e 16 mm, títulos digitalmente restaurados (S. Bernardo e a versão 2K de A Faca e o Rio), materiais únicos (Quando os Deuses Adormecem de José Mojica Marins e Corrida em Busca do Amor de Carlos Reichenbach) e os arquivos digitais de O Grande Xerife e Imagens que, mesmo não estando nas condições ideais de exibição, consideramos ser uma experiência importante que deve ser oferecida ao público. A programação desses filmes, cinco décadas depois, ilumina o papel de uma Cinemateca na manutenção de uma memória cinematográfica, alinhando ações de conservação e difusão – um verdadeiro sistema de preservação audiovisual. Completando a experiência das sessões, o evento apresenta uma exposição de documentos, com destaque para os cartazes dos filmes. Uma oportunidade de conhecer a amplitude do patrimônio audiovisual salvaguardo pela Cinemateca Brasileira. Maria Dora G. Mourão Diretora Geral da Cinemateca Brasileira Gabriela Sousa de Queiroz Diretora Técnica da Cinemateca Brasileira 7


50 anos depois: permanência e relevância Em 1991 eu estudava na Escola de Comunicações e Artes da USP e me preparava para dirigir um curta-metragem em 16 mm, dando meus primeiros passos na realização cinematográfica. Lembro-me vivamente do impacto e da importância que um filme realizado exatamente 50 anos antes exercia sobre mim, meus colegas e nossas reflexões sobre o cinema. Falo do Cidadão Kane de Orson Welles, considerado por muitos o maior filme de todos os tempos (se é que algo assim possa existir). Recentemente, foi minha vez de completar 50 anos. E entre muitas reflexões veio em mim a forte recordação daquele momento em que me entregava ao cinema e que definiu os rumos de minha vida. Pensei então nos filmes que chegam hoje ao seu cinquentenário, e de que maneira eles ainda influenciam ou impactam o público e os cineastas atuais. E assim surgiu a ideia da presente mostra.

tativos da linguagem e das preocupações sociais e políticas da época, uma seleção em que a diversidade de gêneros, países e estéticas pudesse dar conta de entregar ao público uma parcela significativa do caldo cultural que ebulia naquele ano. Impossível contemplar todas as facetas, e alguns filmes de diretores seminais não puderam integrar esta breve seleção. Bertolucci, Fellini, Pasolini, Syberberg, Peckinpah, Allen, Anger, Mekas e Waters são desfalques incontornáveis e poderíamos citar dezenas de outros diretores cujos filmes lamentamos não apresentar na presente edição desta mostra.

Ao iniciar minha pesquisa fiquei chocado com a quantidade de obras-primas e de filmes marcantes na história do cinema que haviam sido produzidos e apresentados pela primeira vez ao público no ano de 1972. Para viabilizar uma mostra, no entanto, escolhas teriam que ser feitas.

Não obstante, será curioso ver lado a lado exuberâncias tão distintas como as de Herzog, Tarkovsky, Costa-Gavras e Bruce Lee. Será possível constatar como eram ainda numericamente parcas (embora luminosas) as contribuições femininas ou negras, para citar dois movimentos de afirmação que ainda batalham ferrenhamente para ocupar plenamente seu espaço nos dias atuais. Ou mesmo cineastas LGBTQIA+ que, naquele momento, nem sonhavam que esta sigla um dia existiria, mas já lutavam para colocar nas telas suas narrativas.

Os critérios para a seleção dos títulos a serem apresentados foram diversos. Objetividade e subjetividade se misturaram para compor um amplo panorama em que não apenas obras-primas estivessem presentes, mas também filmes represen-

No Brasil o início da década de 1970 foi também um momento de grande diversificação. Os anos fulgurantes do Cinema de Invenção ou Marginal já se esgotavam e algo novo estava por surgir. Se no Rio de Janeiro, por exemplo, Arnaldo Jabor encontrava 8


enfim sua caligrafia com Toda Nudez Será Castigada e Leon Hirszman fazia, baseado em Graciliano Ramos, uma de suas obras-primas, Glauber buscava atônito sintonizar o desespero para além das paredes do Cinema Novo. Em São Paulo a Boca do Lixo ensaiava passos bastante diversos, buscando o público popular por meio da afirmação do cinema de gênero: comédias eróticas, filmes de ação, faroestes. À margem das tendências, Mazzaropi mantinha sua trajetória entregando um sucesso por ano, Khouri e Mojica seguiam fiéis à sua forte e prolífica marca autoral. E Carlos Coimbra, por sua vez, surpreendia com o retumbante sucesso do ufanista Independência ou Morte. Ao contrário dos títulos internacionais que se encontram hoje em sua grande maioria restaurados e disponíveis em vistosas cópias digitais, o acervo de filmes brasileiros carece de um urgente e vultoso investimento para que uma importante parte de nossa riqueza audiovisual não se perca nos próximos anos. Na prospecção de títulos salta aos olhos a quantidade de filmes indisponíveis sequer para serem visionados pela curadoria. A estreia de Vera Fischer nas telas de cinema (Sinal Vermelho – As Fêmeas, de Fauzi Mansur), por exemplo, não pôde ser programada por dispor unicamente de um raro e sofrível DVD copiado de uma matriz em VHS, parca sombra do que possa ter sido o filme. Outro exemplo que escancara nossa precariedade é O Grande Xerife, produzido e estrelado pelo fenômeno popular Amácio Mazzaropi que, mesmo sendo há 60 anos um dos maiores sucessos de nosso cinema, também precisa urgentemente de investimentos de digitalização para que possa seguir existindo no meio digital. Boa parte de sua produção não está disponível digitalmente nem mesmo em telecines HD, um atraso de pelo menos 15 anos em termos tecnológicos.

Longe de qualquer derrotismo, quero saudar a atuação decisiva de nossos parceiros não só para a realização desta mostra, mas também para o próprio cenário cultural brasileiro. De um lado o SESC-SP, que com sua pujança estabeleceu-se como o maior pólo apoiador da cultura em nosso país, admirado em todo o mundo por sua ampla, diversa e afirmativa atuação. De outro lado, a Cinemateca Brasileira, instituição que vem sendo a principal responsável pela preservação de nossa cinematografia desde a década de 1950. Sem sua ação decisiva ao longo de mais de 70 anos estaríamos à míngua, sumariamente. É um orgulho que possa ser apresentada em suas dependências esta pequena parcela de seu inestimável acervo, neste momento em que a instituição renasce após dois anos criminosamente fechada. Enfim, será projetada nesta mostra uma parte significativa da geleia geral que caracterizou a produção cinematográfica e cultural do princípio da década de 1970. Convidamos o público a desfrutá-la, buscando nesta imersão no ano de 1972 semelhanças e dessemelhanças com a nossa realidade atual. Aproveitemos esta oportunidade para descobrir ou reencontrar filmes que à sua maneira ainda têm muito a dizer e revelar sobre nós, nesta antevéspera de dias mais luminosos. Paulo Sacramento Cineasta e curador da mostra

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8 maneiras de pensar 1972 e seu contexto 1. Um ano que começa, já no primeiro dia, com a morte de Maurice Chevalier anuncia sua vocação para a tensão e a seriedade. Impossível pensar em outra imagem do astro francês que não a de uma incrível alegria de viver, eternizada em diversos musicais de Hollywood. Obviamente, essa imagem é apenas cinematográfica, ficando de lado os percalços que o astro enfrentou em sua vida pessoal. Mas é uma imagem forte, de alguém capaz de se movimentar com leveza pelas ruas de Paris à espera de sua viúva alegre, numa das operetas que imortalizou o cantor e ator francês. 2. Mês que começa triste, termina triste. No dia 30 de janeiro, em Derry, na Irlanda do Norte, tropas britânicas partiram para cima de manifestantes pró-direitos civis, matando 13 pessoas. O episódio ficou conhecido como Bloody Sunday (Domingo Sangrento) e inspirou, dez anos depois, um dos maiores sucessos da banda irlandesa U2. As inspirações vieram bem antes, na verdade. Dois dias depois do incidente, Paul McCartney gravou o single “Give Ireland Back to the Irish”, e no disco duplo Some Time in New York City, gravado por John Lennon e Yoko Ono ainda em 1972, o lado B do disco abre com duas canções emblemáticas: “Sunday Bloody Sunday” e “The Luck of the Irish”. Os dois beatles, então em carreira solo por causa da separação da banda dois anos antes, são descendentes de irlandeses e o rock continuava a refletir, como nos anos 1960, os acontecimentos sociopolíticos mundiais. A chamada “inocência” do rock, se algum dia existiu, estava sepultada nos

anos 1970. “O sonho acabou”, teria proclamado Lennon ao anunciar o fim de sua banda. Do Bloody Sunday vamos ao Black September (Setembro Negro), período em que a facção da Organização Libertária da Palestina (OLP) sequestrou atletas israelenses durante as Olimpíadas de Verão de Munique, no início de setembro. O ano de 1972 se mostrava inaugurador de um tipo de tensão política que perduraria durante toda a década de 1970. Onze atletas israelenses foram assassinados pelo Black September, num dos atentados terroristas mais drásticos da década. Sinais dessa tensão teriam vindo nos anos anteriores, notadamente, na área cultural, com o Festival de Altamont, em dezembro de 1969, quando, durante o show dos Rolling Stones, um membro da plateia foi assassinado a facada por um membro dos Hell’s Angels. Em Gimme Shelter, filme de Albert Maysles que documenta esse show, é possível perceber o clima de iminente tragédia que dominava o ambiente, com Mick Jagger rebolando sob os olhares de ódio de alguns Hell’s Angels que estavam no palco. Para o crítico e historiador francês Jean-Baptiste Thoret, a tragédia de Altamont representou o fim do sonho da contracultura. Podemos até entender que os anos 1960 terminavam de fato com os resultados tristes desse festival. A década que viria seria pesada. 3. Do final histórico dos anos 1960 ao final histórico dos anos 1970 as datas são difíceis de precisar, 10


porque periodizações desse tipo, em história, costumam ser erráticas e imprecisas. Não foi à toa que Zuenir Ventura intitulou seu livro 1968: O ano que Não Terminou. Aqui no Brasil, em muitos aspectos ainda estávamos em 1968 enquanto toda a década de 1970 se desenrolava. E certamente estávamos no pior de 1968 durante praticamente todo o ano de 1972, bem no meio dos chamados “anos de chumbo” que se seguiram ao AI-5. O sanguinário General Emílio Garrastazu Médici governou de 1969 a 1974. Durante a ditadura militar, muitos brasileiros que faziam oposição ao regime militar foram torturados e assassinados. Médici representava a linha dura das forças armadas, e o país tem até hoje essa mancha de sangue. A corrupção provavelmente era grande, já que os militares proibiam qualquer investigação. Muitos querem esses tempos de volta, esquecendo-se de que a transparência e a democracia são fundamentais, até mesmo para esse querer. Vivíamos também o início do auge da MPB, com a volta do exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil em discos essenciais (Transa e Expresso 2222, respectivamente), e no ano em que Roberto Carlos lançou o disco mais tocante de sua carreira (com “O Divã”, “Por Amor”, “A Distância”, “A Janela”). Inúmeros artistas lançaram álbuns históricos em 1972: Jorge Ben (Ben, com o sucesso “Fio Maravilha”), Elis Regina (Elis, com sua versão para “Águas de Março”), Maria Bethania (Drama), Milton Nascimento (Clube da Esquina), Os Novos Baianos (Acabou Chorare), Os Mutantes (Mutantes e seus Cometas no País do Baurets), poucos anos após a guitarra ter invadido a bossa nova, sob protestos inúteis, e o advento da Tropicália. Globalmente estavam no auge o rock progressivo (de Pink Floyd, Yes, Jethro Tull e outros) e o heavy metal (Black Sabbath), enquanto o rock era extre11


mamente influenciado pelo jazz, na sequência de discos marcantes de Miles Davis (Bitches Brew) e Frank Zappa (Hot Rats). Certamente contribuiu para esse cenário o lançamento de uma versão brasileira da famosa revista Rolling Stone. Na época não era tão fácil saber das novidades do rock e do pop e a revista foi um marco nesse sentido. No cinema, a Embrafilme ainda não havia entrado em seu período mais produtivo (1974-1982), e o auge do chamado Cinema Marginal, o segundo grande momento do cinema moderno brasileiro após o Cinema Novo, tinha passado, com seus cineastas mais ousados enfrentando problemas para produzir filmes, mas já surgia um novo filme farol, um exemplo do que o cinema brasileiro poderia ser: S. Bernardo, de Leon Hirszman, era um dos cineastas mais emblemáticos do cinema novo desbravando o terreno de uma dramaturgia forte, com uma encenação rigorosa e inventiva.

formante dos jornalistas que desnudaram o caso foi eternizado no filme de Alan J. Pakula, Todos os Homens do Presidente (1976), e tinha a alcunha de Garganta Profunda. Esse nome era uma citação do filme pornográfico realizado em 1972 por Gerardo Damiano que desencadeou globalmente uma invasão do filme de sexo explícito nas salas de cinema convencionais. Trata-se de um marco histórico importante, que abriria de vez as portas do mainstream para representações mais frontais do sexo, influenciando no mercado cinematográfico de todo o mundo.

4. Nos Estados Unidos, o presidente republicano Richard Nixon surpreendia a todos ao visitar China e Rússia, num dos momentos mais inesperados da chamada Guerra Fria, justamente um conflito formado de tensões entre os dois impérios que se ergueram após a Segunda Guerra Mundial, os EUA e a URSS. No final do ano, Nixon se reelege para novo mandato. A Guerra do Vietnã já parecia um pesadelo interminável que não traria mais nada de positivo à nação. Pauline Kael, em 1972, escreve que não se surpreendia com a ausência de temas que falassem diretamente da Guerra no cinema americano, pois de um modo ou de outro o conflito asiático estava em todo e qualquer filme realizado na época. O escândalo de Watergate começava a ser investigado, sem uma noção clara de que atingiria o presidente Nixon em menos de dois anos. O in-

5. É inegável que o primeiro O Poderoso Chefão, lançado em 1972, representa a consolidação dos jovens diretores da Nova Hollywood em um outro patamar dentro da indústria. Um primeiro filme grandioso, adaptado do best seller de Mario Puzo e dirigido por um desacreditado e jovem Francis Ford Coppola. O filme ainda promovia uma interessante transição de estrelato, do rei da Hollywood clássica, Marlon Brando, ao astro em ascensão Al Pacino. Em 1972, alguns já viviam as benesses dessa abertura para jovens cineastas. É o caso de Bob Rafelson, 12


Hal Ashby, Peter Bogdanovich e William Friedkin. Outros ainda estavam em busca de prestígio dentro da indústria: Brian De Palma, Steven Spielberg, George Lucas e Martin Scorsese são os mais famosos deles e a fama viria no dobrar da esquina.

nando onde menos se esperava. No Brasil, tivemos a ideia de comunidade vivida com força por grupos de rock como Os Novos Baianos e Os Mutantes, e mesmo veteranos como João Gilberto, Marcos Valle e João Donato curtiram a onda.

6. O blaxploitation cresceu enormemente em 1972. O cinema feito geralmente por negros (embora diretores brancos como George Armitage e Larry Cohen tenham feito filmes importantes) e para negros, com música soul e funk e especialmente de gêneros como policial ou terror, tinha suas limitações no embate antirracista, mas foi importante para estabelecer uma série de nomes, como Gordon Parks Jr, Pam Grier, Richard Roundtree e Melvin Van Peebles. A revolução antirracista no cinema americano viria de fato na segunda metade da década, com os jovens diretores da L.A. Rebellion.

Se os anos 1960 acabaram mesmo em Altamont, os anos 1970 são uma espécie de readaptação ao sonho, agora disfarçado de farsa. Ser hippie deixou de ser moda para ser uma catalogação. Na Europa e nos Estados Unidos, os hippies existiam à margem da sociedade, sofrendo o preconceito que cabe àqueles que se recusam a jogar o jogo do capitalismo. No Brasil, estavam em sítios nas serras, comendo do que plantavam, jogando futebol e fumando maconha numa espécie de sociedade alternativa. Para eles, a contracultura não tinha morrido, só havia saído dos holofotes. Mas, se prestarmos atenção, veremos que boa parte do que foi feito nos anos 1970 tinha ainda a marca hippie, direta ou indiretamente.

7. Com o cinema moderno europeu dos anos 1960, a política dos autores dos anos 1950 se revelou muito frutífera para os mercados cinematográficos, iniciando uma era do cinema autoral que, como vimos, contaminou também o cinema americano. O ano de 1972 foi ótimo para os chamados grandes autores da Europa, cineastas como Luis Buñuel, Ingmar Bergman, Bernardo Bertolucci, Federico Fellini ou Werner Herzog, que costumam atrair bastante público até hoje, e na época estavam sendo enquadrados na terrível prateleira do “cinema de arte”. Não mereciam isso, pois procuraram resistir à uniformização. Mas foram embalados para consumo, e de certa forma tiraram proveito. Em 1972, essa embalagem artística já era devidamente comercializável, quisessem ou não os cineastas mais inventivos. 8. Finalmente, vale pensarmos nos resquícios da era hippie. Se o sonho da contracultura foi enterrado com o desastre de Altamont, em dezembro de 1969, seus estilhaços permaneciam fortes, germi-

Nos Estados Unidos, claro, é impossível dissociar a era hippie da Guerra do Vietnã. Talvez uma forma de fazer com que a população não se revoltasse tanto com uma guerra que já se percebia perdida era jogar os hippies, esses caras alternativos, para escanteio, varrê-los para debaixo dos tapetes dos rednecks que pregavam uma América limpa, sem cabeludos sujos de roupas rasgadas e sandálias. Mas a arte tinha esse espírito de recusa herdada da contracultura. Melhor a crítica ficar no subterrâneo, sem ser notada a não ser por mentes atentas. Ela se tornava mais forte assim, embora também muito mais melancólica. Em suma, a contracultura não morreu, e 1972 provou isso. Sérgio Alpendre Jornalista e crítico de cinema

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Mostra internacional


Aguirre, a cólera dos deuses Aguirre, der Zorn Gottes 1972 95 minutos Cor Alemanha Ocidental / México

Direção e roteiro Werner Herzog Fotografia Thomas Mauch Montagem Beate Mainka-Jellinghaus Trilha sonora Popol Vuh Elenco Klaus Kinski, Helena Rojo, Del Negro, Ruy Guerra, Peter Berling

Exibição em DCP 2K

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No século XVI, o cruel e louco Don Lope de Aguirre lidera uma expedição espanhola pela Amazônia em busca de El Dorado, a lendária cidade de ouro.

A despeito de sua grandiosidade, o filme foi realizado com uma equipe mínima e em grande parte improvisado pelos atores. Toda a filmagem ocorreu em ordem cronológica, de forma que a equipe também incorporasse em seu trabalho a evolução dramática da história. Aguirre é a primeira colaboração da conturbada parceria do ator Klaus Kinski com o diretor Werner Herzog, da qual resultariam ainda outros clássicos como Nosferatu, o Vampiro da Noite e Fitzcarraldo, além do documentário Meu Melhor Inimigo.

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Amor à tarde L’amour l’après-midi 1972 97 minutos Cor França

Direção e roteiro Éric Rohmer Fotografia Néstor Almendros Montagem Cécile Decugis Produção Pierre Cottrell e Barbet Schroeder Elenco Bernard Verley, Zouzou, Françoise Verley, Daniel Ceccaldi

Exibição em DCP 2K

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Frédéric é sócio de um pequeno escritório em Paris e considera-se feliz em seu casamento com Hélène. Apesar disso, sonha todas as tardes com outras mulheres. Um dia a sedutora Chloé aparece em seu escritório, causando-lhe um forte dilema moral.

Sexto e último filme da série de longas-metragens do diretor intitulada Seis Contos Morais. “O que torna os filmes de Rohmer tão brilhantes e inteligentes é a maneira como ele observa seus personagens. Nada lhe escapa, e ele usa o ângulo de um olhar, a inclinação de uma cabeça, o ajuste preciso de uma boca, para criar personagens maravilhosamente complexos.” (Roger Ebert)

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Avanti... Amantes à italiana Avanti! 1972 138 minutos Cor Itália / EUA

Direção Billy Wilder Roteiro Billy Wilder e I.A.L. Diamond Fotografia Luigi Kuveiller Montagem Ralph E. Winters Elenco Jack Lemmon, Juliet Mills, Clive Revill, Edward Andrews

Exibição em DCP HD

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Um empresário americano de sucesso vai à Itália providenciar a extradição do corpo de seu recém-falecido pai e descobre que ele morreu na companhia de uma amante de longa data. Progressivamente, e com forte incentivo do staff do hotel, ele inicia um romance com a filha da amante de seu pai.

Adaptação de uma peça da Broadway de Samuel Taylor que foi um grande fracasso. Este é provavelmente o filme mais esperançoso e positivo do diretor, autor de obras-primas como Crepúsculo dos Deuses e conhecido por seu rigor e humor ácido. Avanti! foi a quinta das sete colaborações entre Jack Lemmon e Billy Wilder, parceria que rendeu clássicos como Quanto Mais Quente Melhor e Se Meu Apartamento Falasse.

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Cabaret Cabaret 1972 124 minutos Cor EUA Exibição em DCP 2K

Direção Bob Fosse Roteiro Jay Presson Allen Fotografia Geoffrey Unsworth Montagem David Bretherton Música John Kander e Ralph Burns Elenco Liza Minnelli, Michel York, Helmut Griem, Joel Grey, Fritz Wepper

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Durante a ascensão do nazismo na Alemanha, uma cantora e dançarina americana se envolve ao mesmo tempo com um professor inglês e um nobre alemão.

O filme recebeu os prêmios de Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Fotografia e mais 5 Oscars, mas perdeu o de Melhor Filme para O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola. Em sua primeira exibição televisiva na rede americana ABC, todas as referências à bissexualidade do personagem de Helmut Griem foram suprimidas, alterando totalmente as motivações do personagem.

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A câmara de horrores do abominável Dr. Phibes Dr. Phibes Rises Again! 1972 89 minutos Cor Reino Unido

Direção e roteiro Robert Fuest Roteiro Robert Fuest e Robert Blees Fotografia Alex Thomson Montagem Tristam Cones Elenco Vincent Price, Robert Quarry, Valli Kemp, Hugh Griffith

Exibição em DCP HD

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Após três anos de sono induzido, Dr. Phibes acorda determinado a ressuscitar sua falecida esposa para compartilharem a vida eterna.

Continuação do filme O Abominável Dr. Phibes, do mesmo diretor. Vincent Price encarna mais uma vez o mítico personagem inconformado com a finitude humana, dando prosseguimento à narrativa que mistura elementos de terror com toques de humor e romantismo, em uma atmosfera pop.

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Cidade das ilusões Fat City 1972 97 minutos Cor EUA

Direção John Huston Roteiro Leonard Gardner Fotografia Conrad L. Hall Montagem Walter Thompson Elenco Stacy Keach, Jeff Bridges, Susan Tyrrell, Candy Clark

Exibição em DCP 4K

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Longe do seu auge, um ex-campeão de boxe de 30 anos torna-se uma espécie de mentor de um jovem pugilista que busca iniciar uma carreira de sucesso.

Baseado no romance homônimo de Leonard Gardner. Com interpretações marcantes de Stacy Keach e Susan Tyrrell, John Huston trabalha com muita profundidade a decadência e a falta de perspectivas daqueles que estão ao largo do sonho americano. Nas palavras de seu diretor, é um filme sobre “aqueles que perdem antes mesmo de tentar”.

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O discreto charme da burguesia Le charme discret de la bourgeoisie 1972 102 minutos Cor França / Itália / Espanha Exibição em DCP 4K

Direção Luis Buñuel Roteiro Luis Buñuel e Jean-Claude Carrière Fotografia Edmond Richard Montagem Hélène Plemiannikov Elenco Fernando Rey, Paul Frankeur, Delphine Seyrig, Bulle Ogier, Stéphane Audran, Jean-Pierre Cassel

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Seis pessoas de classe média se reúnem para jantar, mas são constantemente interrompidas por estranhos acontecimentos que misturam realidade e devaneios.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro “O surrealismo de Buñuel não pertence ao passado: antes, é a pré-consciência do homem latino, é revolucionário na medida em que liberta pela imaginação o que é proibido pela razão. Diante da opressão, Buñuel representa uma moral libertária, uma abertura de caminho, um constante processo de rebeldia clarificadora.” (Glauber Rocha)

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Estado de sítio État de siège 1972 121 minutos Cor França / Itália / Alemanha Ocidental

Direção Costa-Gavras Roteiro Costa-Gavras e Franco Solinas Fotografia Pierre-William Glenn Montagem Françoise Bonnot Elenco Yves Montand, Renato Salvatori, O. E. Hasse, Jacques Weber

Exibição em DCP 2K

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Em Montevidéu, um funcionário do governo americano é raptado por um grupo de guerrilha urbana de extrema-esquerda que pretendia trocá-lo por presos políticos. Durante o interrogatório, ele é confrontado com evidências de que sua missão real é instruir policiais em ditaduras sul-americanas, ensinando métodos de tortura acobertados pelas autoridades.

A história do filme baseia-se em fatos reais ocorridos em 1970, quando Dan Mitrione, agente da CIA, foi sequestrado e morto pelo Movimento de Libertação Nacional –- Tupamaros. Tupamaros. Impossibilitado de rodar no Uruguai por razões políticas, Costa-Gavras realizou as filmagens no Chile durante o curto governo de Salvador Allende, cerca de um ano antes do golpe de estado que interrompeu seu mandato e instituiu a ditadura chilena de Augusto Pinochet.

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Frenesi Frenzy 1972 116 minutos Cor Reino Unido

Direção Alfred Hitchcock Roteiro Anthony Shaffer Fotografia Gilbert Taylor Montagem John Jympson Elenco Jon Finch, Barry Foster, Barbara Leigh-Hunt, Anna Massey

Exibição em DCP 2K

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Londres está sendo aterrorizada por um maníaco sexual que estrangula suas vítimas utilizando-se de uma gravata. Sabendo que pode ser preso a qualquer momento, o assassino trama para incriminar um amigo, que fará de tudo para provar sua inocência.

Frenesi é o penúltimo filme do prolífico mestre do suspense Alfred Hitchcock, que dirigiu mais de 50 longas-metragens ao longo de sua carreira. Marca também seu retorno a Londres, após 20 anos filmando nos EUA. Avesso ao que chamava de “whodunit” (filmes ou romances que se estruturam sobre a dúvida acerca da identidade do assassino), Hitchcock revela aos 15 minutos do filme o autor dos crimes, centrando o suspense na figura do inocente, que pode ser culpabilizado.

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O grande golpe de Shaft Shaft’s Big Score! 1972 105 minutos Cor EUA

Direção e música Gordon Parks Roteiro Ernest Tidyman Fotografia Urs Furrer Montagem Moe Howard Elenco Richard Roundtree, Moses Gunn, Drew Bundini Brown, Kathy Imrie

Exibição em DCP HD

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Um amigo do detetive John Shaft é assassinado e deixa desaparecidos 250.000 dólares. Em busca do assassino e do dinheiro, ele envolve-se em uma guerra entre gangues rivais.

Segundo filme da trilogia Shaft, é um legítimo representante do movimento intitulado Blaxploitation, que trazia às telas de forma marcante o protagonismo negro, em filmes comandados por uma nova geração de diretores e atores. No ano anterior, pelo primeiro filme da série, Isaac Heyes ganhou o Oscar de Melhor Música Original (Tema de Shaft), mas neste segundo filme a trilha sonora foi composta pelo próprio diretor, Gordon Parks.

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Gritos e sussurros Viskningar och rop 1972 91 minutos Cor Suécia

Direção e roteiro Ingmar Bergman Direção de arte Marik Vos-Lundh Fotografia Sven Nykvist Montagem Siv Lundgren Elenco Harriet Andersson, Kari Sylwan, Ingrid Thulin, Liv Ullmann

Exibição na plataforma Sesc Digital

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Uma mulher que sofre de câncer recebe os cuidados de suas duas irmãs e de uma empregada da família, enquanto emergem lembranças, frustrações e sentimentos reprimidos.

Oscar de Melhor Fotografia para Sven Nykvist Além da intensa densidade psicológica tradicional na obra de Ingmar Bergman, este filme traz um forte impacto visual, marcado pela utilização onipresente da cor vermelha. O filme “é uma exploração da alma e, desde a infância, imagino que a alma seja uma membrana úmida em vários tons de vermelho”, segundo o diretor.

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As lágrimas amargas de Petra von Kant Die Bitteren Tränen der Petra von Kant 1972 124 minutos Cor Alemanha Ocidental

Direção e roteiro Rainer Werner Fassbinder Direção de arte Kurt Raab Fotografia Michael Ballhaus Montagem Thea Eymèsz Elenco Margit Carstensen, Hanna Schygulla, Katrin Schaake, Irm Hermann

Exibição na plataforma Sesc Digital

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Uma estilista estabelecida e arrogante apaixona-se perdidamente por uma jovem mulher que deseja ser modelo.

Baseado na peça homônima de Fassbinder, o filme restringe suas filmagens ao apartamento de Petra von Kant, potencializando a sensação de opressão e ausência de saídas para o trágico e obsessivo amor da personagem principal. Prolífico, Rainer Werner Fassbinder dirigiu cerca de 40 longas-metragens e inúmeros programas de TV antes de sua morte prematura, aos 36 anos. Intenso, provocador e incansável, certa vez declarou: “Posso dormir quando estiver morto”.

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O medo do goleiro diante do pênalti Die Angst des Tormanns beim Elfmeter 1972 103 minutos Cor Alemanha Ocidental / Áustria

Direção Wim Wenders Roteiro Wim Wenders e Peter Handke Fotografia Robby Müller Montagem Peter Przygodda Elenco Arthur Brauss, Kai Fischer, Erika Pluhar, Libgart Schwarz

Exibição na plataforma Sesc Digital

40


Um goleiro é expulso durante um jogo. Ele passa a noite com uma bilheteira de cinema, a quem depois mata de modo frio e sem motivo aparente.

Baseado no romance homônimo do escritor austríaco laureado com o Prêmio Nobel de Literatura Peter Handke. Embora este seja um tipo de filme de investigação criminal, é bem mais lento e contemplativo do que outros do gênero. Explora a monotonia da existência do assassino e, como em muitos dos filmes de Wenders, a esmagadora influência cultural norte-americana na Alemanha Ocidental do pós-guerra.

41


Mimi, o metalúrgico Mimi metallurgico ferito nell’onore 1972 113 minutos Cor Itália

Direção e roteiro Lina Wertmüller Fotografia Dario Di Palma Montagem Franco Fraticelli Elenco Giancarlo Giannini, Mariangela Melato, Agostina Belli, Luigi Diberti

Exibição em 35 mm e na plataforma Sesc Digital

42


Mimi vota no candidato do partido comunista em vez do candidato da máfia, sendo boicotado para que não mais encontre emprego. Forçado a sair da Sicília, deixa mulher e filhos para ir tentar a vida em Turim, onde passa a viver com uma ativista comunista. Ele terá de lidar com suas duas famílias e sua identidade falsa.

Lina Wertmüller é uma das principais diretoras do cinema italiano e a primeira mulher a ser indicada ao prêmio de Melhor Direção no Oscar (em 1977, pelo filme Pasqualino Sete Belezas). Foi assistente de direção de Federico Fellini em dois filmes seminais do diretor, La Dolce Vita e 8 1/2. Mais uma vez a diretora trabalha com seu ator fetiche, Giancarlo Giannini, com o qual faria seus principais filmes. Mariangela Melato também foi uma colaboradora constante da diretora.

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O poderoso chefão The Godfather 1972 175 minutos Cor EUA Exibição em DCP 4K

Direção Francis Ford Coppola Roteiro Mario Puzo e Francis Ford Coppola Fotografia Gordon Willis Montagem William Reynolds e Peter Zinner Música Nino Rota Elenco Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, Diane Keaton, Talia Shire, Robert Duvall

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Retrata a trajetória épica da mafiosa família Corleone, em Nova York. O primeiro filme da trilogia descreve a fase final de vida do poderoso Don Vito e a gradual mudança do controle de sua família e negócios para seu filho Michael, em meio a grandes transformações na estrutura de poder de diversas famílias ligadas à máfia.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Marlon Brando) e Melhor Roteiro Adaptado, esta é a primeira parte de uma trilogia que levou 18 anos para se completar. Um dos mais cultuados filmes de todos os tempos e apontado unanimemente como um dos mais importantes já realizados, inscreve de forma definitiva Coppola no panteão dos grandes cineastas mundiais.

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Solaris Solyaris 1972 167 minutos Cor / PB União Soviética Exibição em DCP 2K e na plataforma Sesc Digital

Direção Andrei Tarkovsky Roteiro Andrei Tarkovsky e Fridrich Gorenchtein Fotografia Vadim Yusov Montagem Lyudmila Feyginova Elenco Natalya Bondarchuk, Donatas Banionis, Jüri Järvet, Vladislav Dvorzhetskiy

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Um psicólogo é enviado a uma estação espacial na órbita de Solaris, um planeta distante, para investigar o estranho comportamento de seus integrantes.

Adaptação do romance de mesmo nome do escritor polonês Stanislaw Lem, o filme venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes. Tarkovsky propõe uma nova abordagem aos filmes de ficção científica, pois via nas obras ocidentais do gênero um exagerado foco na invenção tecnológica. “A ânsia infinita do homem por conhecimento é uma fonte de grande tensão, pois traz consigo ansiedade constante, sofrimento, pesar e desilusão, já que a verdade última nunca pode ser conhecida.” (Tarkovsky, sobre Solaris)

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Tintim e o lago dos tubarões Tintin et le lac aux requins 1972 75 minutos Cor França / Bélgica Exibição em DCP HD e na plataforma Sesc Digital

Direção Raymond Leblanc Produção BELVISION Roteiro Greg Criação dos personagens Tintin & Milou Hergé Fotografia Jos Marissen, Eddie Lateste, Rainer Gocksch, Jean-Michel Charlier Música Francois Rauber Canção Joseph Noël

© Belvision / Dargaud-Films 1972

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Tintim, Milu e o Capitão Haddock viajam à Syldavia para visitar seu amigo, o professor Girassol. Lá encontram Dupont e Dupond e envolvem-se na investigação de um crime serial, em que valiosíssimas joias e obras de arte são substituídas por cópias de excelente qualidade.

Primeiro longa-metragem de animação realizado com o célebre personagem Tintim, um dos mais famosos e admirados personagens das histórias em quadrinhos de todo o mundo, publicado em mais de uma centena de países. O filme destaca-se por não ter sido adaptado de uma HQ preexistente, e sim por ter sido criado com base em um roteiro original. Após realizado, teve seus fotogramas diagramados para gerar um novo álbum, destoando dos outros da série por seus cenários desenhados em estilo bastante diverso do quadrinista Hergé.

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O vôo do dragão Meng long guo jiang 1972 99 minutos Cor Hong Kong

Direção e roteiro Bruce Lee Fotografia Tadashi Nishimoto Montagem Peter Cheung Elenco Bruce Lee, Nora Miao, Chuck Norris, Ping-Ou Wei, Chung-Hsin Huang

Exibição em DCP 4K

50


Um homem viaja de Hong Kong a Roma para ajudar os parentes a defender seu restaurante contra brutais gângsteres locais que os assediam.

O filme tornou-se célebre não só pelas históricas performances de Bruce Lee no Kung Fu, mas também por promover o encontro dele com o campeão mundial de karatê Chuck Norris em épica batalha realizada dentro das ruínas do Coliseu. Estreia de Bruce Lee na direção de filmes, é também o único em que assina essa função.

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Mostra brasileira


O anjo negro 1972 83 minutos Cor Salvador

Direção e roteiro José Umberto Fotografia Vito Diniz Montagem Charles F. M. de Almeida Elenco Mário Gusmão, Eliana Tosta, Raimundo Matos, Roberto Maia

Exibição em arquivo digital SD

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Hércules, latifundiário e juiz de futebol, reside com a mulher, o sogro, sobrinhos e duas empregadas num casarão colonial, em Salvador. Ele está em crise profissional e conjugal, quando surge misteriosamente Calunga, emissário negro ligado aos exus. Calunga, com sua força dionisíaca, fascina a todos e liberta-os de seus preconceitos.

Produção independente realizada à margem do eixo Rio-São Paulo, o filme reafirma a pujança do cinema baiano, que anos antes havia dado ao cinema brasileiro a obra-prima Meteorango Kid, Herói Intergaláctico, de André Luiz Oliveira (diretor que realizou em conjunto com José Umberto em 1969 o curta-metragem Doce Amargo).

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Câncer 1972 86 minutos PB Rio de Janeiro Exibição em arquivo digital 2K

Direção e roteiro Glauber Rocha Fotografia Luiz Carlos Saldanha Montagem Mireta Tineca Elenco Odete Lara, Hugo Carvana, Antonio Pitanga, Eduardo Coutinho, Hélio Oiticica Rogério Duarte

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No Rio de Janeiro, em meio à turbulência política, um negro carioca, malandro típico, encontra-se com o receptador de seus pequenos golpes. Entre eles, move-se de modo escorregadio uma loura sensual, que oferece seus carinhos alternadamente a ambos.

Filme experimental em que o grande cineasta momentaneamente dá as costas ao Cinema Novo e coloca-se em sintonia com a corrente antagônica conhecida como Cinema Marginal ou de Invenção. Rodado em 1968 e jamais lançado comercialmente no Brasil, teve sua estreia na TV italiana no ano de 1972.

57


Cassy Jones: o magnífico sedutor 1972 94 minutos Cor São Paulo Exibição em 35 mm

Diretor Luiz Sérgio Person Roteiro Luiz Sérgio Person e Joaquim Assis Fotografia Osvaldo de Oliveira e Renato Neumann Montagem Maria Guadalupe e Glauco Mirko Laurelli Trilha sonora Carlos Imperial Elenco Paulo José, Sandra Bréa, Sonia Clara, Grande Otelo

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Cassy Jones, um sedutor inveterado amado por todas as mulheres, está esgotado de tantos relacionamentos. Em decorrência de sua crise, sofre um fracasso sexual. Decide então focar em um relacionamento único, mas a vedete Clara exige dele uma dedicação inédita.

Luiz Sérgio Person, cineasta autoral paulista, propõe-se a realizar no Rio de Janeiro uma comédia popular ao estilo carioca. O filme transita por diversos gêneros, apresentando homenagens à chanchada brasileira na figura do ator Grande Otelo e no número musical protagonizado por Sandra Bréa.

59


Corrida em busca do amor 1972 94 minutos Cor São Paulo Exibição em 35 mm

Diretor Carlos Reichenbach Roteiro Carlos Reichenbach, Jairo Ferreira e Percival Gomes de Oliveira Fotografia Cláudio Portioli Montagem Sylvio Renoldi Elenco David Cardoso, Gracinda Fernandes, Vic Barone, Dick D’ Anello

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Duas oficinas mecânicas concorrentes, uma rica e outra pobre, participam anualmente de uma modesta corrida de carros usados. Seus líderes não só estão interessados no prêmio em dinheiro como disputam entre si as atenções da jovem filha do patrocinador do evento.

O filme retrabalha em tom caricato e anárquico os clichês dos chamados filmes de juventude produzidos por Roger Corman nos anos 1960. Primeiro longa-metragem inteiramente dirigido pelo cultuado diretor paulista, que apontava a capacidade de “transformar a falta de recursos em elementos de criação” como o grande desafio para o realizador brasileiro.

61


Os desclassificados 1972 92 minutos Cor São Paulo Exibição em 35 mm

Diretor Clery Cunha Roteiro Clery Cunha e Darcy Silva Fotografia Gyula Kolozsvari Montagem Luiz Elias Elenco Hélio Souto, Joana Fomm, Roberto Battaglin, Clery Cunha, Jesse James

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Berto é um rapaz que leva uma vida tranquila na esperança de herdar a fortuna de seu milionário pai. Quando ganha uma nova, jovem e linda madrasta, apaixona-se perdidamente por ela. Ao descobrir que ela mantém um caso fora do casamento, faz de tudo para eliminar o concorrente, culminando em um assalto a banco e seu consequente cerco policial.

Estreia de Clery Cunha na direção, no gênero que mais o interessava e no qual realizou os filmes mais importantes de sua carreira: o thriller policial. Legítimo representante da diversidade da Boca do Lixo na busca de um amplo público para o cinema brasileiro.

63


As deusas 1972 94 minutos Cor São Paulo Exibição em HDCAM

Direção e roteiro Walter Hugo Khouri Fotografia Rudolf Icsey Montagem Sylvio Renoldi Trilha sonora Rogério Duprat Produção Antonio Polo Galante e Alfredo Palácios Elenco Lílian Lemmertz, Mario Benvenutti, Kate Hansen

64


Ângela apresenta problemas psicológicos e busca isolamento a conselho de Ana, sua médica. Acompanhada do marido, Paulo, viaja para uma remota casa de campo no interior de São Paulo. Ângela não se sente bem e solicita a presença da médica, desencadeando relacionamentos inesperados.

O filme destaca-se na carreira de Walter Hugo Khouri como um dos poucos títulos que realizou protagonizados por uma mulher, mas mantém sua forte marca autoral contrapondo o erotismo a um pesado ambiente de angústia existencial.

65


A faca e o rio João und das Messer 1972 91 minutos Cor Brasil / Países Baixos

Diretor George Sluizer Roteiro Odylo Costa Filho e George Sluizer Fotografia Jan de Bont Montagem Jan Dop Elenco Joffre Soares, Ana Maria Miranda, Douglas Santos, João Augusto Azevedo, João Batista

Exibição em DCP 4K

66


João casa-se com Maria, 40 anos mais nova que ele, mas não consegue realizar seu sonho de engravidá-la. O desvario de sua paixão manifesta-se progressivamente por meio de ciúmes injustificados. Ele parte então para a Amazônia com o propósito de enriquecer para compensar a enorme diferença de idade que existe entre os dois.

Coprodução inteiramente filmada no Brasil e em português, em que o importante diretor holandês George Sluizer (de O Silêncio do Lago) adapta para o cinema a obra literária A Faca e o Rio, de Odylo Costa Filho. Com filmagens realizadas nos estados do Maranhão, Piauí, Pará e Amazonas, integrou a mostra competitiva no prestigioso festival de Berlim em 1972.

67


O grande xerife 1972 97 minutos Cor São Paulo

Direção e fotografia Pio Zamuner Roteiro Rajá de Aragão e Pio Zamuner Montagem Roberto Leme Elenco Amácio Mazzaropi, Patrícia Mayo, Paulo Bonelli, Tony Cardi, Paulette Bonelli

Exibição em arquivo digital SD

68


Em uma cidade do interior, uma quadrilha mata o delegado e nomeia um carteiro o novo xerife do local. Em meio a muitas trapalhadas, ele acaba desmascarando o chefe do bando e prendendo os malfeitores.

Mais um sucesso de Mazzaropi, que lançava um filme por ano e teve um enorme público cativo nas salas de cinema ao longo de três décadas. Frequentemente abordando uma temática rural, Mazzaropi eternizou o personagem do caipira Jeca, uma das figuras mais marcantes e importantes do cinema brasileiro, que interpretou em incontáveis filmes.

69


Imagens 1972 69 minutos PB Rio de Janeiro

Direção e roteiro Luiz Rosemberg Filho Fotografia Renaud Leenhardt Montagem Suely Richers Elenco Luiz Rosemberg Filho, Sônia Andrade, Alvim Barbosa, Fabíola Fracaroli

Exibição em arquivo digital SD

70


Experiência radical de protesto político, o filme encena atos de tortura e horror como reação ao sombrio ambiente político brasileiro, em que o AI-5 endurecia ainda mais a repressão no país imposta pela ditadura militar que ocupava o poder desde o golpe de 1964.

Grito silencioso do diretor, este filme foi inteiramente realizado em 16 mm e sem som, em reação à mordaça imposta ao país e a seus artistas. Extremamente angustiante e perturbador por suas imagens e vazio sonoro, o filme nunca foi lançado e apenas recentemente foi localizado na França, sendo então telecinado e finalmente exibido em mostras no Brasil.

71


Os inconfidentes 1972 80 minutos Cor Rio de Janeiro Exibição em 35 mm

Direção Joaquim Pedro de Andrade Roteiro Joaquim Pedro de Andrade e Eduardo Escorel Fotografia Pedro de Moraes Montagem Eduardo Escorel Elenco José Wilker, Luis Linhares, Paulo Cesar Peréio, Fernando Torres, Carlos Kroeber

72


História da conspiração de uma elite social para libertar o Brasil da opressão portuguesa no fim do século XVIII. O alferes e suboficial Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, é o mais disposto do grupo a levar às últimas consequências a sonhada revolução.

O filme foi realizado sem nenhuma participação estatal brasileira. Segundo o diretor, a recusa de apoio ocorreu por “acreditarem tratar-se de uma visão da Inconfidência que não coincide com a versão oficial”. Os diálogos do filme foram retirados de O Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meirelles, dos Autos da Devassa da Inconfidência Mineira e de versos de Thomaz Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa e Inácio José de Alvarenga Peixoto.

73


Independência ou morte 1972 108 minutos Cor São Paulo Exibição em arquivo digital HD

Direção e montagem Carlos Coimbra Roteiro Carlos Coimbra, Anselmo Duarte, Dionísio Azevedo e Lauro César Muniz Fotografia Rudolf Icsey Produção Oswaldo Massaini Cartaz Benício Elenco Tarcísio Meira, Glória Menezes, Dionísio Azevedo, Kate Hansen, Emiliano Queiroz

74


Biografia do imperador Dom Pedro I que aborda desde sua infância até a abdicação do trono, em 1831, com destaque aos fatos que culminaram no Grito do Ipiranga e também ao comportamento amoroso e aventureiro do personagem.

Superprodução realizada em razão do sesquicentenário da Independência do Brasil, traz às telas a versão oficial da história do Brasil em tons grandiosos, em sintonia com campanhas nacionalistas promovidas pelo então governo militar, tornando-se um imenso sucesso de público.

75


O mundo de Anônimo Jr. 1972 90 minutos PB Santo André (SP) Exibição em 16 mm

Direção, roteiro, fotografia e montagem Aron Feldman Roteiro e assistência de direção Cláudio Feldman Elenco Cláudio Feldman, Oslei Delamo, Ângela Pedutto, Cila Albuquerque

76


Anônimo Jr, considerado louco, foge do hospício e se esconde em um jazigo do cemitério. Os enfermeirosrepressores continuam no entanto em seu encalço, para impedi-lo de ameaçar a sociedade.

Primeiro longa-metragem realizado em Santo André/SP pelo pioneiro Aron Feldman, cineasta independente que realizou praticamente todas as funções técnicas de seu filme. A obra foi retida pela censura sob a leviana acusação de baixa qualidade e precariedade técnica e por esta razão nunca foi lançada comercialmente.

77


Quando o carnaval chegar 1972 103 minutos Cor Rio de Janeiro Exibição em 35 mm

Direção e roteiro Cacá Diegues Fotografia Dib Lutfi Montagem Eduardo Escorel Música Chico Buarque Produção Zelito Vianna Elenco Chico Buarque, Nara Leão, Maria Bethânia, Hugo Carvana

78


Uma trupe de cinco artistas viaja pelo Brasil num ônibus colorido. Em meio a diversas crises profissionais e amorosas nos bastidores, surge a possibilidade de uma grande apresentação.

Na busca de renovar o público do cinema brasileiro, o diretor do Cinema Novo Cacá Diegues tenta novos caminhos com a realização deste musical, explorando a popularidade de alguns dos maiores astros da MPB. A trilha sonora inclui grandes sucessos de Chico Buarque, como Caçada, Soneto, Mambembe, Partido Alto, Bom Conselho e a música-título Quando o Carnaval Chegar.

79


Quando os deuses adormecem 1972 82 minutos Cor / PB Ficção São Paulo Exibição em 35 mm

Diretor José Mojica Marins Roteiro Rubens Francisco Luchetti Fotografia Edward Freund Montagem Jovita Pereira Dias Elenco José Mojica Marins, Andréa Bryan, Amires Paranhos, Araken Saldanha (dublagem Finis Hominis)

80


Quando os deuses se recolhem, as forças do mal aproveitam para subjugar a Terra. Antes de se entregarem ao merecido sono, os deuses preveem a dissolução moral da humanidade e determinam que seu delegado, Finis Hominis, permaneça acordado para manter a ordem no mundo, corrigindo falhas que porventura ocorram durante o sono divino.

Continuação do filme Finis Hominis – o Fim do Homem, realizado no ano anterior. O diretor José Mojica Marins, conhecido nacionalmente por seu popular personagem Zé do Caixão, tenta com este par de filmes desvencilhar sua imagem do célebre personagem com o qual foi identificado/confundido por toda a sua vida.

81


S. Bernardo 1972 114 minutos Cor Rio de Janeiro Exibição em 35 mm

Direção e roteiro Leon Hirszman Fotografia Lauro Escorel Montagem Eduardo Escorel Trilha sonora Caetano Veloso Elenco Othon Bastos, Isabel Bastos, Nildo Parente, Vanda Lacerda, Mário Lago

82


Paulo Honório, um pequeno negociante, consegue tomar a fazenda S. Bernardo das mãos de seu inepto proprietário, Luís Padilha. Porém, ao casar-se com Madalena, de quem deseja a posse total, tudo se estilhaça. A dificuldade em racionalizar o amor colocará em xeque sua própria visão de mundo.

Adaptação cinematográfica do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos, marco da literatura brasileira. A censura reteve o filme por meses, solicitando cortes que o diretor se recusou a fazer. O prêmio Margarida de Prata oferecido pela CNBB abriu as portas para a liberação do filme, porém a demora no lançamento (realizado sem cortes) levou à falência de sua produtora, Saga Filmes.

83


Toda nudez será castigada 1972 103 minutos Cor Rio de Janeiro Exibição em 35 mm

Direção e roteiro Arnaldo Jabor Fotografia e câmera Lauro Escorel Montagem Rafael Justo Valverde Trilha adaptada Astor Piazzolla Cartaz Benício Elenco Paulo Porto, Darlene Glória, Paulo César Pereio, Isabel Ribeiro, Paulo Sacks

84


Herculano jurara amor eterno à sua falecida esposa, mas após conhecer a prostituta Geni sua promessa torna-se um fardo insuportável e sua angústia converte-se em amor louco. Serginho, filho de Herculano, acrescenta camadas extras ao drama do pai. Uma gravação desesperada de Geni revela toda a história subterrânea do casal.

Adaptação da peça teatral homônima de Nelson Rodrigues, vencedor do Urso de Prata no 23º Festival de Berlim e dos prêmios de Melhor Filme e Melhor atriz para Darlene Glória no 1º Festival de Gramado. Grande sucesso de público que enfrentou problemas com a censura, sendo retirado de cartaz mas, retornou às salas de exibição após importante premiação internacional recebida em Berlim.

85


Sessão de curtas / médias-metragens Sentença de Deus

1972 20 minutos Super 8 Cor/PB Rio de Janeiro Exibição em arquivo digital HD Direção, roteiro, fotografia, montagem e produção Ivan Cardoso Cartaz Hélio Oiticica Elenco Zé Português, Helena Lustosa, Ricardo Horta e Ciça Afonso Pena Nas palavras do diretor: um judeu sádico tortura um empregado anormal que é mantido no cativeiro por ter possuído em pleno velório a sua filha única, no dia de sua morte. Parte da série de filmes realizados em super-8 intitulada Quotidianas Kodaks.

Omnibus

1972 16 minutos 16 mm PB São Paulo Exibição em 16 mm Diretor Sérgio Bianchi Produção ECA/USP Estreia de Sérgio Bianchi na direção cinematográfica, baseado em um dos contos de Bestiário de Júlio Cortázar. Uma mulher e um homem sentem-se deslocados por não portarem na lapela uma flor como todas as outras pessoas da cidade. 86


Migrantes

1972 7 minutos 16 mm PB São Paulo Exibição em 16 mm Direção, roteiro e montagem João Batista de Andrade Moradores e comerciantes do Parque Dom Pedro reclamam da presença de marginais que se abrigam sob os viadutos. O filme apresenta uma entrevista com Sebastião, chefe de uma dessas famílias que, como milhares de outros migrantes que construíram São Paulo, foge da miséria no campo em busca de uma vida melhor na metrópole.

Acaba de chegar ao Brasil o bello poeta francez Blaise Cendrars

1972 42 minutos 35 mm Cor/PB São Paulo Exibição em 16 mm Diretor Carlos Augusto Calil Fotografia Gabriel Bonduki e Marcos Cesar Maia Montagem Ismail Xavier Produção ECA/USP, Comissão Estadual de Cinema Reconstituição, através de fotos, filmes e textos, da chegada ao Brasil do poeta Blaise Cendrars, em 1924, convidado pelos modernistas para avalizar o movimento de renovação da arte no país. 87


Programação Cinemateca Brasileira

16h

10/11, quinta-feira 11/11, sexta-feira 12/11, sábado

Corrida em busca do amor

13/11, domingo

O grande xerife

17/11, quinta-feira 18/11, sexta-feira 19/11, sábado

Debate

20/11, domingo

Toda nudez será castigada

CineSesc

15h30

28/11, segunda-feira 29/11, terça-feira

Amor à tarde

30/11, quarta-feira

A câmara de horrores do abominável Dr. Phibes

01/12, quinta-feira

Avanti: amantes à italiana

02/12, sexta-feira 03/12, sábado

Amor à tarde

04/12, domingo

Estado de sítio

05/12, segunda-feira 06/12, terça-feira

O vôo do dragão

Sessão adicional Cineclubinho: 04/12, domingo, às 14hs, com o filme Tintim e o Lago dos Tubarões

Plataforma Sesc Digital de 10/11 quinta-feira a 09/12, terça-feira

O medo do goleiro diante do pênalti Solaris

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18h

20h Toda nudez será castigada

Sessão de curtas

As deusas

O mundo de Anônimo Jr.

Quando os deuses adormecem

Os desclassificados

A faca e o rio

O anjo negro

Quando o carnaval chegar

Imagens

Câncer

Independência ou morte

Cassy Jones, o magnífico sedutor

Os inconfidentes

S. Bernardo

18h

20h30

Avanti... Amantes à italiana

Estado de sítio

O grande golpe de Shaft

Cabaret

Frenesi

Cidade das ilusões

Cabaret O grande golpe de Shaft, 19h

O discreto charme da burguesia, 21h

Frenesi

Aguirre, a cólera dos deuses

O vôo do dragão

Solaris

Cidade das ilusões, 19h

Mimi, o metalúrgico, 21h

A câmara de horrores do abominável Dr. Phibes

O poderoso chefão

Tintim e o lago dos tubarões

Gritos e sussurros

Mimi, o metalúrgico

As lágrimas amargas de Petra von Kant

89


Mostra 1972 – 50 anos depois Direção geral e curadoria Paulo Sacramento Produção Olhos de Cão Clarissa Knoll Colaboradores José Ramon Cavalcante (agregador) Ivan Melo (produção internacional) Remier Lion (textos do catálogo) Projeto gráfico e catálogo Lucas Blat Agradecimentos Adolfo Gomes, André Sturm, Alice de Andrade, Ana Gabriela Lopes, Aníbal Massaini, Anouk Sluizer, Armando Lídio da Silva Junior, Carlos Degelo, Cavi Borges, Cláudio e Ida Feldman, Crounel Marins, Daniel Caetano, Debora Pill, Diomédio Moraes, Eugênio Puppo, Giscar Luccas, Ivan Cardoso, João Pedro Villas Boas Jabor, José Umberto Dias, Juliana Jabor, Júlio Worcman, Marcelo Colaiacovo, Marcelo Lyra, Marina Couto, Moema Muller, Patricia Lira, Paulo Duarte, Renato Coelho, Thaísa Zanardi, Wagner Khouri, Wilfred Khouri e a todas as pessoas que de alguma forma colaboraram para a realização desta mostra. Agradecimentos às instituições Cinearte, DIMAS/ FUNCEB, Eye Archival Loans, Eye Film Museum, Filmes do Serro, Instituto Goethe São Paulo, MIS-SP e Stoneraft Films.

Sesc – Serviço Social do Comércio 
 Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional 
 Danilo Santos de Miranda Superintendentes Técnico-Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli Gerentes Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Estudos e Desenvolvimento Marta Raquel Colabone Artes Gráficas Rogério Ianelli Difusão e Promoção Marcos Ribeiro Carvalho Centro de Produção Audiovisual Wagner Palazzi Perez Sesc Digital Fernando Amodeo Tuacek CineSesc Gilson Packer Equipe Sesc André Leite Coelho, André Coelho Mendes Queiroz, Bruno Corrente, Cecília de Nichile, Cesar Albornoz, Fernando Hugo Fialho, Gabriella Rocha, Graziela Marcheti, Humberto Mota, João Cotrim, João Paulo Leite Guadanucci, José Gonçalves Junior, Karina Camargo Leal Musumeci, Kelly Adriano de Oliveira, Leandro Nunes Coelho, Mariana da Rosa Silva, Regina Gambini, Ricardo Tacioli, Rodrigo Gerace, Simone Yunes, Solange dos Santos Alves Nascimento, Tina Cassie


Cinemateca Brasileira Presidente do Conselho Carlo Augusto Calil Diretoria Maria Dora Genis Mourão (Diretora Geral) Gabriela Sousa de Queiroz (Diretora Técnica) Marco Antonio Leonardo Alves (Diretor Financeiro) Gerentes Olga Toshiko Futemma (Preservação de filmes) Rodrigo Fonseca Carvalho de Mercês (Laboratório de Imagem e Som) Renata Prioste Lima (Administração Financeira) Luzia Camargo Falaschi (Recursos Humanos) Magno Wagner Oliveira Masseno (Manutenção) Produção Mostra César Henrique de Souza Turim Nayla Tavares Guerra Roberto de Freitas Soares Equipe Mostra Adinael Alves de Jesus, Alexandre Jose Silva Malta, Alexandro Nascimento Genaro, Carolina Vergotti Ferrigno, Cinara Sebastião Dias, Deivid Jordan Bezerra da Silva, Diego Ferreira da Cruz, Edivaldo da Silva, Elisa Ines Ximenes Vieira, Everton Gustavo de Araujo Costa, Fernanda da Rocha Parrado, Fernanda Porto Gonzalez, Genoveva Figueiredo de Moura, Gilvando de Oliveira dos Santos, Guilherme Henrique Reis Albani, Guilherme Maggi Savioli, Gustavo Seiji Araujo Serikawa, Heloyne Fernandes Cruz, Jesus Fernandez da Silva, João Pedro Albuquerque de Oliveira, Luciano Francisco de Souza, Luisa Saul Malzoni, Magno Wagner Oliveira Masseno, Marcelo Bueno Curvo, Marcelo Costa Comparini, Maria Aparecida dos Santos, Maria Aparecida dos Santos, Nathália Colsato Prado, Priscila Castro Cavichioli, Ronald Alves Larussa, Rosangela Nogueira dos Santos, Walter Tiago Domingos

Equipe Exposição e Catálogo Silvia Moraes (Produtora da exposição) Adriane Yuri Otaguro Matsuhashi Alice Reis Silva Caio José de Carvalho Brito Dione de Queiroz Cavalcante Giuliana Ghiraldelli Moreira Juliana Aparecida da Silva Babichak Nicollas Santos Lima Renato Motta Novielo Rodrigo Archangelo Thiale Garcia Patrocinador das salas de cinema da Cinemateca Brasileira Instituto Cultural Vale


produção

realização



CineSesc Rua Augusta, 2.075 São Paulo SP (11) 3087-0500 sescsp.org.br/cinesesc

Cinemateca Brasileira Largo Senador Raul Cardoso, 207 São Paulo SP (11) 5906-8100 cinemateca.org.br


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