Revista Sinais Sociais

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Reter bons trabalhadores implica oferecer treinamentos e atualizações constantes, numa perspectiva de desenvolvimento integral (FRANÇA & STEPANSKY, 2005). Este é o papel das organizações, que também depende do próprio trabalhador e do investimento que ele próprio deve fazer no seu futuro por meio da busca pela educação. Governos e empresas precisam considerar ainda a necessidade de uma campanha de sensibilização junto à sociedade, perante o ageísmo e as possibilidades que não devem se limitar por conta da idade. É preciso ainda considerar um debate entre os setores da sociedade, de forma que sejam implementadas novas opções de contratos de trabalho, em horários reduzidos. Nesta discussão, devem entrar em consideração o desperdício no descarte de especialistas no auge de sua formação profissional, a modificação da legislação trabalhista e a redução de impostos que facilitem alternativas para trabalho parcial, temporário ou de meio-período. Estas alternativas acomodariam não só a necessidade do aposentado que deseja continuar no mercado, mas também do estudante que precisa sustentar seus estudos e da mulher e do homem que têm sob sua responsabilidade o cuidado e a criação dos filhos pequenos. Estamos vivendo uma revolução nos conceitos e nas práticas organizacionais com relação ao envelhecimento dos trabalhadores, em que a prioridade é reforçar a atualização, o desenvolvimento pessoal e o bem-estar, tanto daqueles que desejam continuar no mercado, como para aqueles que desejam se aposentar. É importante ressaltar que a inserção e a participação social das pessoas mais velhas não se restringem apenas ao seu engajamento formal ou informal no mercado de trabalho, mas na sua atuação, quer na família ou na comunidade. Para que as organizações sejam parceiras do processo de crescimento e mudança social do país, é fundamental que deem o exemplo e cuidem da sua família organizacional. Isto inclui as oportunidades das equipes intergeracionais, tanto para aqueles que recém-ingressam na empresa, e representam o futuro, quanto para aqueles que estão saindo e que são os guardiões da memória organizacional. A crescente extensão na amplitude das faixas etárias nas equipes de trabalho trouxe ainda uma inquietação quanto às possibilidades de conflitos intergeracionais, sobretudo quanto à otimização da produtividade e à manutenção do clima motivacional entre os componentes

SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº10 | p. 98-121 | MAio > AGoSTo 2009

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