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sexta-feira, 06 de março de 2020

BOM DIA

opinião

2. EXPEDIENTE

BOM DIA • Administrativo: Luiz Gonazaga de Castro • Edição/Diagramação/Arte: Sérgio Henrique Braga • Comercial Geraldo Magela Dindão • Comercial: comercial@bomdiaonline.com 3851-1515 • Impressão: Gráfica Bom Dia • Colaboradores: Márcio Naoto Suzuki (Up Street) Marcos Martino (Cenários) Luiz Ernesto (Candeeiro) Maria Eugênia (Beleza em Foco) Lorena Gabrielle (Minuto com a Nutri) • Representante Comercial: Super Mídia Brasil - BH Central de Comunicação - SC . Redação e Administração Rua Nossa Senhora Aparecida, nº 152, Sl. 305, Aclimação, CEP.: 35930-028 João Monlevade / MG / Brasil (31) 3851.1515 • Bom Dia online: www.bomdiaonline.com

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Melhores amigos? Dizem que os cães são nossos melhores amigos, mas a recíproca não tem sido verdadeira. Nos últimos dias, temos assistido a um verdadeiro filme de terror em Alvinópolis. Vários cães estão sendo envenenados na cidade, uma espécie de eutanásia canina que perdura, apesar da lei vigente e do sentimento de grande parte da sociedade, que repudia ações de covardia contra os indefesos animais. As meninas do Grupo “Anjos sem Asas” da cidade, vem arcando com todo o ônus da situação, pois tentam com muitas dificuldades acolher, encaminhar pra adoção os cães abandonados na cidade e agora tiveram de arcar com diversos procedimentos pra tentar salvar os pobres cães sacrificados. Um desses cães conhecido como Beato, era um dos mais estimados da cidade, presente na maioria dos acontecimentos sociais e religiosos da cidade. O Grupo procurou as autoridades competentes, mas pouca coisa evoluiu até agora. Apenas o Deputado Noraldino, sensível à causa animal deu algum retorno e vem tentando ajudar. O Deputado Fred Costa também está indicando verba para cirurgias de castração, que não tem nada a ver com o caso dos assassinatos, mas que vai ser útil no controle populacional. Muitos cidadãos, Alvinopolenses de coração se sensibilizaram e vem tentando ajudar. De repente chegaram relatos de envenenamentos em diversas cidades e vilarejos. Em alguns lugares já foi até naturalizado. Tem pessoas que consideram justo e razoável controlar a população de cães de rua exterminando. Quando à dor, ao sofrimento, por que se preocupar? São só cachorros! Ainda chocados com os assassinatos de cães em Alvinópolis, fomos surpreendidos com a postagem do vereador BELMAR DINIZ. Coitados dos cães que vivem no canil municipal de João Monlevade. Confinados, esquálidos, numa condição que dá vontade de chorar. Só abandono e tristeza. Como pode? Há algum tempo foi divulgado que a prefeitura iria adaptar o prédio projetado para ser Memorial do Aço como canil de João Monlevade. Convenhamos, um crime contra a cultura pra tentar minorar um crime contra a vida. É preciso termos consciência, que os cães de rua, se não forem controlados, podem sim se tornar problemas de difícil resolução. Quando o poder público não faz a sua parte, os incomodados tomam as suas providências à revelia das leis e dos que se sensibilizam. O único caminho é o poder público assumir o problema, juntamente com as instituições e parceiros que se preocupam com a proteção animal. Que São Francisco de Assis amoleça o coração desse povo...agora, os que não tem coração, que provem do próprio veneno.

Candeeiro

Luiz Ernesto

A Geleia Geral de Torquato O jornalista, poeta, letrista e ativista cultural piauiense Torquato Neto (1944/1972), ícone da contracultura na década de 1960 e um dos mentores do movimento cultural denominado de Tropicália, afirmava aos amigos mais íntimos, entre eles Caetano Veloso, Gilberto Gil e Hélio Oiticica, que todo artista tinha seu “período fértil” já datado, determinado, com começo, meio e fim e que nenhum deles produzia arte de qualidade até o fim da vida. Quando ouvi essa sentença em um documentário sobre Torquato, permeada pela atmosfera melancólica que era peculiar ao artista e que o levou ao suicídio no Rio de Janeiro, já que ele dizia isso aos seus interlocutores para defender que temos o nosso “tempo útil’ na Terra e depois disso temos é que dar no pé, algo típico de sua auto crueldade ferina, parei para pensar que, de fato, nem tudo se valia apenas de sua acidez com a vida. Realmente, são raros os artistas que produzem com qualidade até o fim de sua existência. Claro, não é necessário se matar por isso. Lembrei-me de poucos que o fizeram, sem contar com a ajuda de minha memória fraca e, sendo assim, por vezes injusta. Veio à mente Jorge Amado, Ariano Suassuna, Patativa do Assaré, Tom Jobim, Saramago, entre outros. Mas o universo dos que perderam um pouco de sua essência artística ao longo dos anos é bem maior. Aproveito para trazer o assunto para nossa João Monlevade e sugerir que algumas de nossas vozes artísticas voltem a dar o tom de seus talentos, que, com certeza, ainda têm muito que surtir. E provoco: que bom seriam novas composições do mestre Chico Franco, inéditas crônicas cotidianas do também poeta João Carlos Guimarães, aventuras insólitas da impagável cobra Sneika, do imperdível Magela, entre outras expressões que contestassem a máxima de Torquato e, além disso, provariam que entre nossas montanhas e vales a qualidade é perene. É bom lembrar que Neto também se aventurou como ator em produções de qualidade duvidosa e escreveu artigos sobre cultura em vários jornais de renome. Assinou, por um bom tempo, a badalada coluna Geleia Geral, no jornal carioca Última Hora. Produziu bem, enquanto pode. É, a geleia geral de Torquato nos ajudou a pensar e refletir, e provocar. Ela acendeu muitos candeeiros por aí. * Luiz Ernesto / Jornalista


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