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EM MAIO

TERÇA-FEIRA 19 DE FEVEREIRO - 2019 | R$ 1,00

Edição: 4.248 - Ano XXI - Fechamento: 17h10 - www.bomdiaonline.com

MEDO E PÂNICO

BARRAGENS COLOCAM REGIÃO EM ALERTA MÁXIMO

Barragens das Minas de Congo Soco e de Brucutu ameaçam romper e levar destruição a toda bacia do Piracicaba. Monlevade perderia sua captação de água, já que o rio seria atingido. Página 3

Barragem do Diogo causa medo e pânico em Rio Piracicaba

Fórum Mineiro de CBH´s quer fim das barragens O perigo é iminente. No Brasil, 45 barragens das mais de 24 mil existentes, apontam risco de rompimento. Com o objetivo de unir forças para exigir mudanças e evitar novas tragédias os comitês de bacias hidrográficas de todo país estiveram em Belo Horizonte, nos dias 12 e 13 de fevereiro, para 58º Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas Página 5

Assustada, população aponta falhas na comunicação da Vale e criticam a demora na implantação dos planos de ações de emergência. Página 7

Aprender; vivenciar; transformar.

Tradição e inovação.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

BOM DIA

opinião

2. EXPEDIENTE

BOM DIA • Diretor Geral: Luiz Gonazaga de Castro

A NOVA CARA DO ROCK ROCK BRASIL

• Comercial: comercial@bomdiaonline.com 3851-1515 • Diagramação/Arte: Sérgio Henrique Braga • Impressão: Gráfica Bom Dia • Colaboradores: Márcio Naoto Suzuki (Up Street) Thiago Titó (Giro) Marcos Martino (Cenários / Médio Pira) • Representante Comercial: Super Mídia Brasil - BH Central de Comunicação - SC Geraldo Magela Gonçalves (Dindão) - (31) 9965-4503 Redação e Administração Rua Nossa Senhora Aparecida, nº 152, Sl. 305, Aclimação, CEP.: 35930-028 João Monlevade / MG / Brasil (31) 3851.1515 • Bom Dia online: www.bomdiaonline.com Circulação: Alvinópolis, Barão de Cocais, Bela Vista de Minas, Bom Jesus do Amparo, Catas Altas, Dionísio, Dom Silvério, Itabira, João Monlevade, Nova Era, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, São Domingos do Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo, São José do Goiabal. FUNDADO EM JULHO DE 1998

Bom Dia Comunicação Ltda - ME. FUNDADORES: Geraldo Magela Gonçalves João Bosco Roneyjober Alves Andrade CNPJ.: 24538633/0001-16 Todos os Direitos Reservados bomdia@bomdiaonline.com redacao@bomdiaonline.com

Há alguns meses venho divulgando sobre uma banda de pop rock que será lançada. É uma banda que tem músicas autorais muito boas, mas que também toca covers em altíssimo nível. Conheci as letras e idéias e me entusiasmei. Rock de qualidade? Oba! O lançamento oficial vai acontecer nesse sábado dia 23 com entrevista na Rádio Alternativa. Estamos fechando detalhes e divulgaremos aqui para vcs. RÁDIO ALTERNATIVA 30 ANOS Nenhuma mídia da região consegue a penetração que a Rádio Alternativa alcança. Este ano a rádio está completando 30 anos de bons serviços prestados, tendo agora como gerente o jovem Tiago Martino. Parabéns aos seus proprietários, funcionários e todos que ajudaram a erguer essa empresa tão importante. CARNALVIPA VAI SER BACANA A cidade passa por uma crise terrível como todas as outras. Por causa da falta de repasses por parte do governo do estado a prefeitura não teria como fazer. Mas a ACIA liderou e a turma que gosta de carnaval chegou junto e o CARNALVIPA vai acontecer. Claro que o dinheiro tá regrado, tudo sendo feito com muita racionalidade. Mas pelo menos o

evento tradicionalíssimo e multicultural está garantido. Parabéns aos alvinopolenses pelo arrojo. ROCK VIROU MÚSICA DE VÉI? Essa semana lancei uma frase desafio na internet e deu a maior polêmica. a frase foi: ROCK VIROU MÚSICA DE “VÉI” ? Muitos se sentiram até ofendidos. E QUAL O PROBLEMA DE SER VÉI? Meu gênero favorito continua sendo o rock. Também gosto de MPB, de Jazz, do pop, mas gosto do rock pela sonoridade. Talvez por ainda ser um tanto analógico, humano, indomável. Um véi, né? UM MERCADO COLOSSAL PARA OS ROQUEIROS Rapazes e raposas. A população do Brasil tá envelhecendo. Imaginem quantos roqueiros perdidos por aí, doidos

pra consumir novidades, mesmo que antigas? SERÁ QUE O ROCK VAI VOLTAR A BOMBAR? Perante as novas gerações eu não sei. Onde havia um forte sentimento de contestação, de rebeldia, parece haver o pragmatismo, preocupação com a carreira, pouco intelectualismo e uma chapação menos engajada. Mas tem os véi que apreciam e consomem. ENTÃO O ROCK MORREU? Claro que não! O Bolero não morreu ( os sertane-

jos adoram), nem o tango, nem a valsa. Mas os tempos são outros. O rock tá dando uma hibernada, esperando novas fornadas, novos compositores, bandas novas, mais festivais, mais garotos comprando guitarras e baixos e imaginando que vão arrumar namoradas fazendo um som( o mesmo vale pras meninas). E também tem uma galera um pouco mais madura fazendo muuito som. E O QUE PRECISA PRA VOLTAR ÀS PARADAS? Pra que volte a ficar forte, tem de ter mais festivais, as bandas se juntarem pra tocar juntas, criar cenas. Oferecer conforto tam-

bém, boa bebida, bons petiscos, visual. E qualidade, no som, na luz, no espetáculo. No momento o rock parece que só tá rolando em eventos de motociclistas. E essa turma sabe fazer eventos quentes. A turma precisa ter mais apetite pop, almejar chegar nos corações e mentes. Se a banda tocar pra agradar só ao próprio gosto vai tornar-se uma “masturbation band” e vai passar a vida na garagem. Não faz mal ter algumas músicas “cabeça”, mas um repertório totalmente alternativo vai atingir um público alternativo incapaz de prover sustento para as bandas. Agora, se a intenção for essa, se uma tribo pequena satisfizer, tá deboas também.

A Caixa Escolar Manoel Loureiro realizará a Chamada Pública nº 01/2019 para Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar, do Empreendedor Rural ou de suas organizações para Alimentação Escolar. Os Grupos Formais e Informais deverão apresentar a documentação prevista artigo 27 da Resolução FNDE nº 26/2013, para habilitação e Projeto de Venda até o dia 26/ 02 /2019, às 14:00 hs, na E.E Manoel Loureiro, localizada na Rua Nova York Bairro Cruzeiro Celeste s/n° – CEP 35.931.112, Telefone (31) 3852-5044, e-mail: escola.103497@educacao. mg.gov.br. O termo de compromisso da merenda escolar é: 855268/2017. Os quantitativos de gêneros alimentícios estão disponíveis na página da Internet: http://www.portaldaagriculturafamiliar.mg.gov.br/


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

BOM DIA

ambiente

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São Gonçalo corre risco com barragem e plano de emergência não foi totalmente implantado São Gonçalo do Rio Abaixo – Apesar do risco eminente que os são gonçalenses correm diante a situação da barragem Laranjeiras, da mineradora Vale, que se encontra entre os barramentos no estado classificadas com “severo risco de rompimento”, a empresa não concluiu o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração – o PAEBM. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, o PAEBM em São Gonçalo já estaria pronto: “no entanto não foram realizados os simulados”. O Bom Dia questionou ainda sobre a instalação da sinalização que contempla as rotas de fuga, pontos de encontros e locais de segurança, mas até o fechamento dessa edição não havia obtido resposta. A barragem de Laranjeiras A barragem Laranjeiras que tem 5,8 milhões de metros cúbicos de rejeito, está localizada em Barão de Cocais mas recebe rejeitos da Mina de Brucutu que fica em São Gonçalo do Rio Abaixo e caso ocorra um rompimento a onda de lama

desceria em direção ao rio Una e chegaria ao rio Santa Bárbara, atingindo a cidade. Um documento da própria empresa que informa sobre a situação dos reservatórios, obtido pelo Ministério Público de Minas Gerais, relata que o barramento em questão apresentava uma “erosão interna na ombreira esquerda da estrutura”. Diante do risco a justiça suspendeu as atividades na Mina de Brucutu, conforme informou em edição anterior o Bom Dia. Após a ação da justiça a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) cancelou a autorização de funcionamento da barragem de Laranjeiras. O MPMG exige que a Vale coloque o plano de ações emergenciais que contemple o cenário mais crítico e que as populações próximas da zona de auto salvamento sejam avisadas caso haja risco eminente. Produção Com a ação da justiça, Brucutu deixa de produzir cerca de 30 milhões de toneladas de minério

de ferro por ano. Região atingida Apesar da distância do empreendimento, caso a barragem Laranjeiras rompesse, a lama atingiria aproximadamente 183 Km abaixo da estrutura. A primeira cidade a sofrer o impacto mais pesado seria São Gonçalo do Rio Abaixo e em sequência João Monlevade, Bela Vista de Minas, Nova Era, Antônio Dias, Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga e mais uma vez o Rio Doce seria atingido. Displicência Segundo o Ministério Público de Minas Gerais a Vale tem sido displicente, não garantindo a segurança de seus empreendimentos, o que coloca em risco a vida humana e o meio ambiente. Segundo o órgão, todas essas barragens em risco iminente estão “próximas a núcleos urbanos, havendo pessoas residentes ou transitando na zona de autos salvamento – o que corresponde a uma distância e ou a um tempo de chegada da onda de lama igual a 30 minutos ou 10 quilômetros”.

Barragem Laranjeiras, da Vale, se encontra entre os barramentos no estado classificadas com “severo risco de rompimento”

Monlevade sob dezenas de barragens de rejeito Em diversas situações de rompimento abastecimento de água poderá ser prejudicado Bell Silva

João Monlevade – Apesar de não possuir nenhuma barragem de rejeito em seu território, devido sua localização João Monlevade seria atingida em diversas situações de rompimento dessas estruturas, como as duas em estado de risco – Laranjeiras e Congo Soco, ambas em Barão de Cocais. O fato se dá diante a posição geográfica da cidade que é banhada pelos rios Santa Bárbara e rio Piracicaba que formam a Bacia Hidrográfica do Piracicaba. A bacia do Piracicaba conta com mais de 70 barragens de rejeitos de mineração sendo que cerca de 90% delas se encontram acima de João Monlevade.

Captação de água de Monlevade, no rio Santa Bárbara, seria prejudicado com rompimentos de barragens.

Em praticamente todas as situações de rompimento dessas estruturas, exceto as barragens situadas em Rio Piracicaba, o rio Santa Bárbara seria atingido e com isso o abastecimento de água ficaria comprometido. Já no caso do rompimento das barragens existente em Rio Piracicaba, a inundação de lama atingiria os bairros Centro Industrial – Beira Rio, Tiete,

Amazonas e Vera Cruz. DAE O Bom Dia solicitou informações à assessoria de comunicação da prefeitura questionando se o DAE teria um plano de emergência diante a situação real de risco, para abastecer a cidade, mas até o fechamento desta edição não havíamos recebido resposta.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Aula da Saudade

BOM DIA

Dicas para um bom atendimento!

Um bom atendimento não só garante a satisfação do cliente, como também a sua fidelidade,... Dicas para manter um bom relacionamento com o seu cliente

Sábado, 9, alunos do curso da turma B do curso de Direito da Rede Doctum-JM, se reuniram na Pizzaria Dona Lourdes na tão esperada Aula da Saudade. Quem marcou presença com repertórios variados foi o cantor Macky Santos.

1. Atenda bem a qualquer pessoa que se dirigir ao seu comércio. Para isso, esqueça seus próprios preconceitos e não forme impressões antecipadas e distorcidas dos clientes. 2. Cumprimente a todos com um sorriso. Esse é um modo de nos mostrarmos agradáveis e receptivos, o que facilita o contato com o cliente. Sempre que possível, chame-o pelo nome. 3. Nunca deixe uma pessoa esperando, principalmente se o serviço que estiver fazendo não tiver relação com o assunto que o cliente irá tratar. Para quem espera, um minuto torna-se uma eternidade. Há pessoas que aguardam por dois minutos e depois são capazes de dizer que esperaram por mais de dez! No entanto, após ter sido inicialmente atendida, a pessoa aguardará com mais calma, naturalmente. 4. Mesmo fora de seu setor, cumprimente a todos. Não só os colegas de trabalho, mas também os clientes. A gentileza não precisa se restringir ao setor de atuação, mas pode (e deve) se estender a toda a empresa. É sempre gratificante para o consumidor ser reconhecido e cumprimentado. 5. Faça com que o cliente se sinta bem-vindo. Trate-o como alguém importante para a empresa. Comentários agradáveis valorizam a relação, mas nunca fale além do necessário, dê tempo para que ele explique o que deseja. 6. Muitas vezes o cliente fica inibido diante do funcionário, por isso, deixe o consumidor à vontade e preste um atendimento eficiente, orientando-o em sua compra de maneira clara e educada. 7. Nunca, nunca mesmo, dê uma ordem ao cliente. Ninguém gosta de ouvir algo como “o senhor precisa assinar aqui”. Uma expressão cordial tem mais valor: “por favor”, o senhor poderia assinar nesta linha?”. 8. Expressões negativas tendem a criar um clima negativo. O ideal é evitar expressões como: “não pode”, “está errado”, “não deve”. 9. Nas informações prestadas ao cliente, a verdade é extremamente importante. Mesmo sendo desagradável, é preferível assumir uma falha a passar ao cliente a impressão de que esconde informações. 10. Fique atento a qualquer reclamação, queixa ou sugestão vinda do cliente e encaminhe-as ao superior imediatamente para verificação. 11. Diante de um cliente autoritário, que acha que é dono da verdade, tente usar toda sua habilidade para atendê-lo da melhor forma e para contornar qualquer mal entendido. Caso perceba que uma determinada situação pode piorar, procure ajuda de seu supervisor ou gerente. As incansaveis voluntarias da AMA (Associação das Mulheres em Ação -JM) já estão fechando o planejamento para o mês de Março onde tradicionalmente se comemora o mês das Mulheres.

(31) 3852-1130 (31) 3851-6041 (31) 9 8880-3851

(31) 3851-2003 Quero agradecer a todos pelo abraço carinhoso e pela presença em um momento tão difícil de despedia à minha Mãe, Maria Raimunda de Abreu Pinto (Dona Letinha). Em especial ao meu marido Luiz Castro, minhas filhas Lorena e Sophia Castro, meus irmãos Rosangela Abreu, Jose De Abreu Pinto Abreu, minha irmã de coração Lúcia Luzia, meu cunhado Raymundo Umberto Teixeira. Que Deus abençoe cada um de vocês.

Muito obrigada a todos!


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

BOM DIA

ambiente

5.

Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas quer fim das barragens Fotos: Dindão Gonçalves

Fórum contou com a participação de 36 comitês hidrográficos de Minas e da Bacia do São Francisco

Belo Horizonte - O perigo é iminente. No Brasil, 45 barragens das mais de 24 mil existentes, apontam risco de rompimento, segundo o último Relatório de Segurança de Barragens, publicado pela Agência Nacional de Águas (ANA) em 2018. O documento não esconde que outras bacias hidrográficas brasileiras estão ameaçadas. Com o objetivo de unir forças para exigir mudanças e evitar que aconteçam novas tragédias em outros Estados do Brasil, como os provocados em Minas Gerais pela Samarco (2015) e o recente rompimento da barragem da Vale na mina Córrego do Feijão, os comitês de bacias hidrográficas de todo país estiveram em Belo Horizonte, nos dias 12 e 13 de fevereiro, para 58º Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas. Na presença de representantes do governo estadual, federal, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o presidente do Fórum Nacional de Comitê de Bacias, Hildebrando Buch, o presidente do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas (FMCBH) e do Comitê

da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Marcos Vinícius Polignano, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (CBH Rio Paraopeba), Winston Caetano de Souza, a ativista ambiental do Movimento Pelas Serras e Águas de Minas Gerais, Maria Tereza Corujo e os integrantes de comitês de todo país trouxeram à luz suas preocupações e propostas para medidas urgentes que devem ser cobradas do poder público. Foram propostos e elaborados documentos que questionam os procedimentos adotados atualmente nos licenciamentos ambientais para mineração; que cobram o esclarecimento da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Nacional de Mineração (ANM) sobre a real situação das barragens em todo território nacional; que pedem o posicionamento de deputados e senadores com relação a criação e participação efetiva dos mesmos nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) relacionadas à mineração; que exigem a criminaliza-

ção da Vale pelo desastre ambiental com a barragem que se rompeu em Brumadinho (MG); que demandam a participação do CBH Rio Paraopeba no gabinete de crise para tomada de decisões à respeito da tragédia causada pela Vale na calha do rio. “O Fórum Nacional de Comitês está aqui em Belo Horizonte, conjuntamente com o Fórum Mineiro, contribuindo nas propostas e nos encaminhamentos. Nossa maior preocupação agora é a recuperação e revitalização do rio Paraopeba e não vamos aceitar que o comitê do Paraopeba fique de fora de todas as discussões da revitalização e recuperação do rio”, afirma Hildebrando Bush, presidente do Fórum Nacional de Comitê de Bacias. Bacias em alerta Após o desastre com a lama de rejeitos que invadiu o rio Paraopeba, a bacia hidrográfica do rio São Francisco, curso d’água que percorre 2.300 km por cinco estados brasileiros, entrou em alerta. E não é para menos. São quase 200 km do Paraopeba que estão intoxicados com a queda da bar-

ragem Mina Córrego do Feijão, o que impossibilita o uso da água que está indo em direção ao São Francisco. “Temos uma intoxicação que é crônica e a gente entende que esse problema não diz respeito somente a Minas Gerais. É um evento nacional, já que compromete a bacia do São Francisco. E estamos aqui no Fórum de Comitês para trazer essa dimensão”, relata o presidente do FMCBH e do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinicius Polignano, sobre a importância da presença dos outros comitês no Fórum para colaborarem neste processo. Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF, cuja bacia é responsável por abastecer 70% da região Nordeste do Brasil, preocupa-se com as águas que vão chegar no lago de Três Marias, local onde o rio Paraopeba deságua no São Francisco. “Um desastre como esse, que comprometeu um rio de grandes dimensões e da importância como é o Paraopeba, afeta todo mundo. Nós estamos preocupados porque há outras barragens que, se desmoronarem, poderão atingir o São Francisco com muito mais gravidade e não podemos correr esse

risco”, alerta o presidente. “Será que vai ter que matar todos os nossos rios e 100 mil pessoas para que o setor minerário pare?” Durante o encontro do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, os participantes entenderam que é de fundamental importância pressionar o Congresso Nacional sobre a mudança na legislação ambiental atual. Ao contrário de se flexibilizar as leis, é preciso tomar medidas mais efetivas e mudanças estruturantes com relação ao procedimento adotado para licenciamento de barragens. Representante da sociedade civil na câmara técnica do Conselho Ambiental de Minas Gerais e integrante do Movimento pelas Serras e Águas de Minas Gerais, Maria Tereza Corujo, a Teca, acompanha os licenciamentos e a situação das barragens no estado de perto. A ativista relembra que, após o rompimento da Samarco, ela e muitos outros tinham a esperança de que aquele evento seria um divisor de águas na forma de tratamento da mineração como ati-

vidade econômica, mas isso não aconteceu. “Nós ficamos três anos testemunhando a impunidade, a não mudança das normas e um gravíssimo retrocesso das nossas normas ambientais. Será que vai ter que matar todos os nossos rios e 100 mil pessoas para que o setor minerário pare?”, desabafa a ativista. Para Polignano, presidente do FMCBH e do CBH Rio das Velhas, é fundamental a mudança na legislação de segurança barragens. “O que nós queremos é que se mude a legislação em nível nacional, que se instale as CPIs no Senado e na Câmara Federal, para que se apure não só as responsabilidades, mas as fragilidades todas da legislação que permitiram que essa situação criminosa acontecesse em Minas Gerais”, afirma. “Esperamos que se crie uma comissão para analisar esses projetos que estão tramitando e que a gente tenha, de forma mais célere, uma legislação que seja cumprida e que evite novos eventos como este. O Brasil não pode se dar o luxo de, todo ano, perder um ecossistema, além das vidas humanas”, explica Miranda, presidente do CBHSF.

Flamínio Guerra fala em nome do CBH Piracicaba e CBH Doce durante fórum nacional


BOM DIA

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

cidade

6.

Mauri Torres foi empossado ontem como presidente do TCEMG Divulgação

Prefeitura de Catas Altas inaugura sinal de telefonia celular no Morro D’Água Quente Acom

O novo corpo diretivo do TCEMG: conselheiros José Viana (vice-presidente), Mauri Torres (presidente), Gilberto Diniz (corregedor), e Durval Ângelo (ouvidor). Foto: LG Ribeiro

Belo Horizonte - O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) realizou nessa segunda-feira, 18 de fevereiro, a posse dos dirigentes eleitos para o biênio 2019-2020. Em solenidade no Auditório Vivaldi Moreira e no Salão Mestra

de Piranga do TCEMG, o conselheiro Mauri Torres assumiu a Presidência. Na mesma ocasião, o conselheiro José Alves Viana tomou posse como vice-presidente, e o conselheiro Gilberto Diniz, como corregedor. O novo corpo diretivo foi

eleito em sessão plenária do dia 19 de dezembro de 2018, presidida pelo atual presidente, conselheiro Cláudio Terrão. Os votos foram apurados pela procuradora-geral do Ministério Público de Contas (MPC-MG), Elke Andrade.

No último dia 14 de fevereiro, a Prefeitura de Catas Altas entregou, oficialmente, aos moradores do Morro D’Água Quente o sinal de telefonia celular. O serviço estava operando em fase de teste desde o dia 3 de fevereiro. Durante a inauguração, o prefeito José Alves Parreira fez questão de destacar a importância do sinal de telefonia móvel para o distrito. “É uma grande conquista. Agora, todos já podem fazer ligações e ficar conectados com o mundo. Muitas pessoas perderam oportunidades profissionais por falta deste serviço. Agora, essa realidade mudou”, enfatizou. A obra, que custou R$ 89.190,75, foi realizada pela Prefeitura que instalou duas torres (uma de dez metros e outra de 30 metros de altura), antenas e equipamentos no local para receber o sinal de todas as operadoras. Para o vice-prefeito Fernando Rodrigues Guimarães, esta conquista veio trazer benefícios para todos do distrito. “Depois de oito anos de muita luta, enfim, conseguimos fazer esse sonho virar realidade. Eu, como morador, sei exatamente das dificuldades que enfrentamos por não podermos usar o celular. Estávamos isolados do mundo e isso atrapalhava muito o desenvolvimento do distrito”, comemora Guimarães.

Sociedade de São Vicente de Paulo Programação Retiro Espiritual dos Vicentinos Data: 24 de Fevereiro de 2019.

Local: Sede da Congregação Mariana, rua: Senhor do Bom Fim, bairro: Carneirinhos (rua do cemitério de carneirinhos). Coordenado pelo Diácono Permanente Geraldo Evangelista.

07:45hs: Recepção 08hs: Café da Manhã 08:15hs:Inicio do Retiro 12hs: Término


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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

cidade

7.

Barragem do Diogo tira o sono dos piracicabenses População vive assustada. Falhas na comunicação da Vale, demora na implantação dos planos de ações de emergência e desinformação agravam situação

Rio Piracicaba – Os piracicabenses se encontram em situação igual ou pior a de moradores que vivem com barragens de rejeito sob suas cabeças. Apesar de conviverem há anos com a situação, o fato de estarem sob risco constante só se tornou explícito após as tragédias de Fundão e agora de Brumadinho – onde estruturas, que segundo os empreendedores tinham segurança garantidas, acabaram se rompendo e além de matar mais de 300 pessoas, causaram juntas os maiores crimes ambientais do pais. A cada alerta de evacuação mostrada pelos meios de comunicação e agora também pelas Redes Sociais, o drama da população aumenta. Não era para menos, já que o volume de água e rejeito, somados, existente na principal barragem da cidade, do Diogo, segundo informações não confirmadas pela empresa, ultrapassariam os 24 milhões de metros cúbicos, sendo 8 milhões de rejeito e 16 milhões de água, o que, segundo especialistas, potencializaria o estrago em caso de rompimento devido a velocidade que a onda de inundação atingiria. Outro fato que amedronta ainda mais a população são a distância da barragem da área urbana – que estaria a cerca de apenas 2 km de distância e ainda a sua posição de altitude em relação a cidade, que,

Na ilustração em cima da imagem de satélite é demonstrado que a barragem do Diogo é maior que o perímetro urbano da cidade

segundo informações teria um desnível de mais de 200 metros. Planos de Ações de Emergência Desde o início de 2017 a Vale vem promovendo reuniões e iniciando a implantação dos PAEBM´s – Planos de Ações de Emergência para Barragens de Mineração, que deveria ter sido implantado em 2010, quando foi sancionada a Lei de Barragens. Entretanto, passados cerca de dois anos os planos não haviam sido implantados e agora, diante as últimas tragédias e com o Ministério Público de Minas Gerais e a justiça embargando minas e mandando evacuar comunidades que vivem abaixo de barragens, a empresa acelera a implantação dos PAEBM´s. O fato, ao invés de levar

tranquilidade à população, acabou deixando a cidade apavorada, já que, diante essa repentina aceleração do processo, levou os cidadãos a desconfiar da segurança da barragem, mesmo porque a empresa perdeu credibilidade pois havia garantido estabilidade em todas as outras barragens que romperam. Sustos, sinalização e rotas de fuga Os nervos da população piracicabense se mostram a “flor da pele”. Recentemente o alarme de um supermercado que soou de manhã foi suficiente para que moradores do centro da cidade fossem colocados para fora de suas casas – “Nem havia levantado da cama quando ouvi o alarme – pulei e sai correndo pra rua – de pijama mesmo”, disse um morador.

Já logo após dois dias o rompimento da barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho uma locomotiva atravessou a área central da cidade com a buzina aberta – o fato causou alvoroço e terror, já que esse som reverbera em toda cidade. “O problema maior é que a empresa não presta informações, não esclarece as coisas; ficamos sabendo posteriormente que uma composição teria perdido o freio, mas não sabemos se isso é

verdade, estamos perdidos, sem informações confiáveis”, desabafa um comerciante que não quis se identificar. Outra situação questionada pelos moradores é quanto à sinalização que está sendo colocada antes mesma de esclarecimentos o que tem gerado mais dúvidas e confusões. Um calendário de reuniões foi distribuído na cidade e aos poucos a população vai sendo orientada pela Defesa Civil e funcionários da Vale.

Manifestações Diante a situação de pânico vivida na cidade, moradores estão se organizando e estarão promovendo uma passeata com o propósito de chamar a atenção para suas reivindicações. Segundo informações duas passeatas, nesta quinta-feira, às 8 horas, sairão de lugares distintos – uma do bairro Praia e outra do bairro Bicas e se unirão no bairro Louis Ensch em frente a portaria da Vale.



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