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Nasci no Barreiro em 1993, cidade onde concluí os meus estudos primários e secundários. Quando fiz dez anos, os meus pais, em resposta à minha vontade de “aprender a tocar piano a sério”, inscrevem-me na Academia de Música do Luso, no Barreiro, onde estudei com o professor Carlos Afflalo, que já tinha mais de 80 anos. Uns anos depois, concluo o 12º ano na Escola Secundária Augusto Cabrita, e prossigo para a Licenciatura em Piano na Escola Superior de Música de Lisboa. Foram anos de aprendizagens fundamentais na área da música, através do contacto com professores e colegas, um período em que tive a oportunidade de participar em vários projetos musicais interessantes. Em 2019, concluo o mestrado em Ensino da Música. Fui professor no Conservatório Regional de Artes do Montijo, na Escola Profissional Metropolitana, no Conservatório da Metropolitana e na Universidade de Évora, trabalhando agora como pianista acompanhador na Escola Básica e Secundária da Vialonga, que desenvolve um projeto interessante através da sua própria orquestra e de aulas de música para os alunos de várias idades.

Toquei piano em várias salas do país, a solo ou integrado em conjuntos musicais, do Norte ao Sul do país, e um dos locais mais belos onde toquei foi a Igreja da Misericórdia em Alhos Vedros, construída há mais de 400 anos, que com a sua história e beleza, tem contribuído para valorizar iniciativas culturais como concertos ou exposições de interesse cultural.

Os seus invulgares azulejos em tons de azul claro e sua decoração em talha dourada, elementos dotados uma qualidade estética soberba, dão-lhe uma identidade distinta e especial.

Esta igreja, construída ainda no século XVI, transporta-nos para uma povoação antiga, com uma grande história, sede de um concelho que incluiu freguesias tão distintas como a Moita e o Lavradio. É um facto que, com o passar dos anos, esta vila perdeu alguma importância relativa face ao desenvolvimento mais robusto da vila da Moita e da cidade do Barreiro, deixando de ser a sede de concelho há quase dois séculos. Mas, porventura, desta forma Alhos Vedros preservará melhor a sua identidade de vila pacata, à beira de um grande rio, uma terra com história.