semmaisjornal 22/4/2011

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Sábado | 22.Abr.2011

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Abertura São doze os clínicos oriundos da América do Sul e vão reformar todos os concelhos da península de Setúbal

Médicos colombianos chegam à região para servir mais de 20 mil doentes

:::::::::::: Roberto Dores :::::::::::

O

s centros de saúde do distrito de Setúbal foram esta semana reforçados com a chegada de 12 médicos recrutados Pub.

Semmais

Os clínicos estrangeiros vão reforçar centros de saúde de toda a península de Setúbal. São três anos de contrato e, mesmo com as criticas da Ordem dos Médicos, as autoridades afirmam as suas competências.

As autoridades dizer que é possível a chegada de mais um grupo de médicos oriundos de Cuba e da Costa Rica

na Colômbia. É, sobretudo, uma resposta encontrada pelo Estado para fazer

face ao elevado número de aposentações que deixou várias unidades da região

sem médicos de família. Estes 12 clínicos vão servir mais de 20 mil utentes, mas a tutela já admite que é preciso continuar a reforçar os quadros, pelo que é possível que venham a chegar mais profissionais de Cuba e Costa Rica. Segundo os dados revelados pelo Ministério da Saúde, os 12 médicos destinados à região ficam a exercer nos centros de saúde de Almada (3), Arco Ribeirinho – Barreiro, Montijo e Alcochete (3), Seixal/Sesimbra (3) e Setúbal/Palmela (3). Mesmo perante as críticas da Ordem dos Médicos, que se insurge contra esta solução, é a própria tutela que garante o profissionalismo dos clínicos, com licenciatura reconhecida por uma faculdade de medicina portuguesa e a inscrição aceite na Ordem. Estes médicos vão estar no distrito, pelo menos, durante três anos, tempo que dura o contrato celebrado entre as partes, sendo também este o período que a tutela admite vir a revelarse de maior aperto nos quadros clínicos, após terem sido tomadas medidas para colmatar a falta de médicos, no médio prazo, através do aumento do número de vagas de Medicina - de 1100 para 1700 – e a criação de novos cursos no Algarve e Aveiro. Responsáveis médicos do distrito aplaudem A chegada à região dos 12 clínicos colombianos é aplaudida por Mário Durval, presi-

dente da Associação de Médicos de Saúde Pública, a exercer no Barreiro, para quem «é importante o preenchimento de lugares de médicos de família. É uma questão chave», sublinha ao Semmais, garantindo não ser possível manter «o mínimo de qualidade com o actual número de médicos». Para este clínico, «os cuidados primários são das carências mais preocupantes», numa altura em que, por exemplo, o Barreiro tem cerca de 15 mil pessoas sem médico de família e a freguesia da Amora (Seixal) ultrapassa os 20 mil. Recorde-se que já a redução do corpo clínico na unidade de ginecologia do Hospital Garcia de Orta levou aquela unidade a deixar de aceitar os novos casos de cancro da mama ou do colo do útero ainda em 2010. A perda de mais de dez clínicos para a reforma e unidades privadas não deixaram alternativa à administração: as doentes passam a ser encaminhadas para os hospitais de Setúbal, Barreiro e Instituto Português de Oncologia. A maioria dos médicos que abandonou o Garcia de Orta foram trabalhar no hospital público-privado de Cascais, a troco de melhores remunerações, pelo que apenas as pacientes que já se encontram a ser seguidas na unidade de saúde de Almada vão continuar a ser acompanhadas pelo corpo clínico do hospital.

Região apetecível para estrangeiros Nesta altura, o número de médicos estrangeiros a trabalhar na região já ultrapassa os dez por cento, tendo o volume aumentado nos últimos cinco anos. A maioria dos profissionais que aqui se fixaram são oriundos de Espanha, devido à proximidade geográfica, mas os hospitais e centros de saúde do distrito também já registam uma significa afluência de médicos de outros países da União Europeia (UE), já que todos os clínicos que tenham tirado o curso em universidades da UE podem registar-se sem realizar testes adicionais, uma medida que é transversal em toda a Europa. Também do Brasil começam a chegar vários profissionais ao distrito de Setúbal, sobretudo devido à maior facilidade de comunicação. Contudo, todos os clínicos extra-comunitários têm de se submeter a um processo mais complicado até que consigam ver reconhecidas as suas competências. Um dos parâmetros que tem de ser preenchido recai sobre o pedido de equivalências a uma universidade nacional, sendo que só depois desse requisito estão habilitados a registarem-se na respectiva Ordem.


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