





O SEMIÁRIDO E O DESPONTAR DE SUAS RAÍZES TECNÓLOGICAS 5° EDIÇÃO
23/09-27/09
A SEMANAU - SEMANA DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UFERSA é um evento realizado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo do Semiárido, pertencente a UFERSA - Campus Pau dos Ferros Ao longo das suas cinco edições tem como objetivo principal aproximar os discentes da Universidade Pública do interior rural com os profissionais, estudantes e pesquisadores da área de atuação (Arquitetos e Urbanistas) ou relacionadas a ela. Estabelecendo conexões entre os alunos e o mundo profissional, sempre valorizando a nossa identidade regional, através da troca de experiências por meio de discussões, atividades e vivências.
A Semanau vem aproximando a realidade do mercado de trabalho, facilitando o aprendizado e a disseminação de conhecimentos. Após o grande sucesso das edições anteriores (SAAU, SEMANAU, SEMANAU III e IV), retornamos para uma quinta edição trazendo o tema “O SEMIÁRIDO E
Dessa vez, serão abordadas questões relacionadas ao urbanismo e seus impactos na sociedade, o futuro da arquitetura contemporânea, o conforto ambiental e as inovações da prática profissional
A SEMANAU V vem mais uma vez para ajudar os estudantes de um curso inserido no contexto rural e interiorano a vivenciar novas experiencias urbanísticas, paisagísticas, históricas e arquitetônicas . Assim, retomamos o nosso papel como elo informativo acerca das questões da arquitetura sertaneja, das suas técnicas, materiais, salvaguarda ao patrimônio histórico-cultural, respeito à sua botânica, agora, dando enfoque as suas raízes tecnológicas.
“Atrás do arranha-céu tem o céu, tem o céu
E, depois, tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva tem a chuva, tem a chuva
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de comê-las”
Maracatu atômico Jorge Mautner / Nelson Jacobina
A relação entre arquitetura, urbanismo e sociedade é profunda e multifacetada, refletindo o impacto da construção civil na forma como vivemos e interagimos com nossos ambientes urbanos A construção civil não apenas transforma paisagens e cria infraestruturas, mas também molda a experiência cotidiana dos indivíduos dentro dessas estruturas e espaços O papel do arquiteto, nesse contexto, vai além da simples criação de edifícios; ele é um mediador entre a inovação e as necessidades humanas, buscando sempre melhorar a qualidade de vida dos usuários e responder às dinâmicas urbanas em constante mudança.
A arquitetura contemporânea deve abordar desafios complexos, como a sustentabilidade ambiental, a eficiência energética e a acessibilidade Os arquitetos são responsáveis por incorporar essas demandas nas suas práticas, criando ambientes que não apenas atendam às necessidades atuais, mas que também sejam flexíveis e resilientes para o futuro. Isso implica a integração de novas tecnologias e conceitos, como o design biofílico, que busca conectar os habitantes com a natureza, e a adaptação de técnicas de construção verde, que minimizam o impacto ambiental
Além disso, o urbanismo desempenha um papel vital na criação de cidades que são não apenas funcionais, mas também inspiradoras e inclusivas O planejamento urbano deve promover a diversidade e o bem-estar social, criando espaços públicos que incentivem a interação e o engajamento comunitário. Arquitetos e urbanistas colaboram para projetar bairros e infraestruturas que atendam às necessidades de todos os cidadãos, promovendo uma qualidade de vida melhorada através de soluções inovadoras e sustentáveis
“Eu sou um caranguejo e quero gostar
Enquanto estou um pouco mais junto eu quero te amar
E acho que você não sabe o que é isso, não
E se sabe, pelo menos você pode fingir
E em vez de cair em suas mãos, preferia os seus braços
E em meus braços te levarei como uma flor
Pra minha maloca na beira do rio, meu amor”
Risoflora - Chico Science
A arquitetura contemporânea é marcada pela inovação constante, com técnicas modernas que visam não apenas a estética, mas também o aprimoramento do conforto e da qualidade de vida dos usuários. A seguir, exploramos algumas dessas técnicas e como elas contribuem para um ambiente mais acolhedor e funcional
Em busca da construção Sustentável e Ecológica a arquitetura moderna adota práticas sustentáveis para minimizar o impacto ambiental dos edifícios O uso de materiais recicláveis e de baixo impacto, como bambu, madeira certificada e concreto reciclado, é cada vez mais comum. Além disso, a implementação de sistemas de energia renovável, como painéis solares e turbinas eólicas, ajuda a reduzir a pegada de carbono dos edifícios, promovendo um ambiente mais saudável e econômico para os usuários
Outro área em crescimento é Design Biofílico que busca Integrar elementos naturais no ambiente construído é uma técnica inovadora que busca melhorar o bem-estar dos usuários. O design biofílico incorpora vegetação, água e luz natural nos espaços internos, criando uma conexão mais forte com a natureza. Estudos mostram que esses elementos podem reduzir o estresse e aumentar a satisfação e produtividade dos habitantes
Essas técnicas refletem um compromisso com a criação de espaços que não apenas atendem às necessidades funcionais, mas também promovem o bemestar e a qualidade de vida dos usuários. A arquitetura contemporânea, portanto, não se limita à estética, mas busca criar ambientes que sejam sustentáveis, adaptáveis e confortáveis, respondendo às demandas e expectativas dos tempos modernos
“De tarde eu quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte, vai
Ser bom subir nas pedras, sei
Que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora”
Vento no litoral - Eduardo Dutra Villa Lobos / Marcelo Augusto Bonfa / Renato Manfredini Junior
O conforto ambiental é fundamental para a qualidade de vida dos usuários e está intrinsecamente ligado ao clima em que vivemos Com a crescente consciência sobre a importância de criar ambientes internos agradáveis e sustentáveis, técnicas modernas têm sido desenvolvidas para otimizar o conforto ambiental e adaptar os edifícios às condições climáticas locais. Vamos explorar algumas dessas técnicas e como elas contribuem para o bem-estar dos usuários:
Isolamento Térmico e Eficiência Energética e Uma das principais técnicas para melhorar o conforto ambiental é o uso de isolamento térmico eficiente Já Em climas quentes e úmidos, a ventilação natural é crucial para manter um ambiente fresco e arejado Projetos arquitetônicos que aproveitam as correntes de ar naturais e criam fluxos de ventilação cruzada permitem que o ar circule livremente pelos ambientes, reduzindo a necessidade de sistemas de climatização artificiais e melhorando a qualidade do ar interno.
No nordeste sombreamento e controle Solar a gestão da luz solar é outra técnica essencial para o conforto ambiental O uso de brises, persianas, cortinas e vidros de controle solar ajuda a reduzir o ganho de calor excessivo durante o verão e maximiza o aquecimento solar no inverno Isso não só melhora o conforto térmico, mas também contribui para a eficiência energética dos edifícios.
“Eu vejo tua cara e teu querer perverso
A gente fica bem aqui no chão da sala
Eu te queria a vida toda, te confesso
Por mim, a gente nem precisa mais da estrada”
Lisboa - Ana Clara Caetano Costa / Paulo Novaes
A prática profissional do arquiteto e urbanista no semiárido apresenta desafios e oportunidades únicas, refletindo as condições climáticas e socioeconômicas específicas dessa região O semiárido, caracterizado por baixas precipitações e variações extremas de temperatura, exige abordagens inovadoras e adaptativas para criar ambientes que ofereçam qualidade de vida e promovam o desenvolvimento sustentável
O arquiteto e urbanista no semiárido deve lidar com condições climáticas adversas, como temperaturas elevadas e escassez de água Técnicas de construção adaptativas, como o uso de materiais térmicos que ajudam a regular a temperatura interna, são essenciais. O design passivo, que inclui a orientação estratégica dos edifícios para maximizar a ventilação natural e o sombreamento, contribui para a eficiência energética e o conforto térmico. Telhados e paredes com propriedades térmicas específicas, além de técnicas de resfriamento evaporativo, são amplamente utilizados para enfrentar o calor extremo
O planejamento urbano no semiárido deve considerar a infraestrutura básica e a mobilidade em um contexto de recursos limitados Projetos de urbanização devem priorizar a criação de redes de transporte que sejam acessíveis e sustentáveis, além de garantir a disponibilidade de serviços essenciais como saúde, educação e abastecimento de água. O uso de materiais locais e técnicas de construção que se adaptam às condições do semiárido pode reduzir custos e promover a autonomia das comunidades A prática profissional no semiárido também deve focar em soluções habitacionais adequadas para as condições locais Projetos de habitação devem ser projetados para oferecer conforto térmico e durabilidade, utilizando materiais locais e técnicas tradicionais adaptadas. A inclusão social é fundamental, garantindo que as soluções habitacionais atendam às necessidades das comunidades e promovam a equidade
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O SEMIÁRIDO E O DESPONTAR DE SUAS RAÍZES TECNÓLOGICAS