PLANO NACIONAL DE GESTÃO DE RISCOS E RESPOSTAS A DESASTRES NATURAIS PLANO METROPOLITANO DE PROTEÇÃO CONTRA CHEIAS
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, GOVERNANÇA E GESTÃO
Fonte: http://www.rgstur.com/historia-de-eldorado-sul-rio-grande-sul (acesso em set/2017)
Foto: autor desconhecido
ESTUDOS E PROJETO CONCEITUAL DE PROTEÇÃO CONTRA CHEIAS DO DELTA DO JACUÍ EM ELDORADO DO SUL - RS
Eldorado do Sul - Bairro Chácara - Enchente de outubro de 2015
02
Foto: Magna Engenharia
ELDORADO DO SUL
EDITORIAL
PLANO NACIONAL DE GESTÃO DE RISCOS E RESPOSTAS A DESASTRES NATURAIS PLANO METROPOLITANO DE PROTEÇÃO CONTRA CHEIAS Governo federal lançou em 2012 o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais que prevê investimentos em ações articuladas de prevenção e redução do tempo de resposta à ocorrências.
1
O Plano tem como objetivo preservar vidas humanas e a segurança das pessoas, minimizar os danos e os prejuízos decorrentes dos desastres naturais e, ainda, preservar o meio ambiente. São quatro os eixos de ação do Governo:
Prevenção contempla obras voltadas à redução do risco de desastres naturais, entre elas, obras estruturantes de prevenção de inundações e deslizamentos, como drenagens, contenção de encostas e cheias em bacias hidrográficas prioritárias.
Mapeamento
2
identificação de áreas de risco de deslizamentos e enxurradas e mapeamento de risco hidrológico. O eixo engloba ações voltadas aos municípios mais atingidos e com maior histórico de danos humanos causados por desastres, envolvendo deslizamentos, enxurradas e inundações.
Monitoramento e Alerta
3 4
estruturação, integração e manutenção de rede nacional de monitoramento, previsão e alerta, com a operação integrada do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Cenad, vinculado ao Ministério da Integração.
Resposta ações coordenadas de planejamento e resposta a ocorrências, que contam com profissionais da Força Nacional do SUS, além de estoque de medicamentos e materiais de primeiros socorros.
Alinhado com as ações do Governo Federal, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da METROPLAN, apresentou as suas propostas de intervenções para a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), através do Plano Metropolitano de Proteção contra cheias.
e Gravataí) e no curto prazo, com obras pontuais (Alvorada/Porto Alegre e Eldorado do Sul). Esta revista sintetiza as atividades e estudos realizados pela Magna Eng. Ltda, a qual corresponde à 1ª Etapa do Termo de Compromisso nº 0402.535-68 (Estudos e Projeto Conceitual de Proteção Contra Cheias do Delta do Jacuí em Eldorado do Sul), ou seja, a elaboração do anteprojeto de engenharia de um sistema de proteção contra cheias para a sede do município de Eldorado do Sul.
A proposta do Plano Metropolitano de Proteção contra cheias em linhas gerais é atuar em dois horizontes de planejamento: no médio/longo prazo, com estudos e projetos em um nível de bacia hidrográfica (Sinos
Este TC foi dividido em etapas, sendo elas: 1ª etapa
2ª etapa
3ª etapa
Estudos e Anteprojeto de Engenharia
Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA-RIMA)
Detalhamento de projetos e planos
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ÍNDICE
EQUIPE TÉCNICA
04
HISTÓRICO DE ENCHENTES
05
ÁREA DE ESTUDO - ELDORADO DO SUL
06
ESTUDOS E LEVANTAMENTOS DE CAMPO
07
LEVANTAMENTO AEROFOTOGRAMÉTRICO
08
LEVANTAMENTO GEOTÉCNICO
09
LEVANTAMENTO TOPOBATIMÉTRICO
09
CADASTRO DA REDE PLUVIAL
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CADASTRO IMOBILIÁRIO
11
ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE DRENAGEM
12
CONSULTAS PÚBLICAS
13
ESTUDOS HIDROLÓGICOS
14
SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA CHEIAS
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DIQUES DE PROTEÇÃO
17
ESTAÇÕES DE BOMBEAMENTO
18
DRENOS COLETORES PARA A DRENAGEM URBANA
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FICHAS TÉCNICAS DAS ALTERNATIVAS DE TRAÇADO E POSICIONAMENTO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA CHEIAS
20
OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA CHEIAS
23
ANÁLISE COMPARATIVA DAS ALTERNATIVAS DE TRAÇADO E DE POSICIONAMENTO DO TRECHO INICIAL DO DIQUE DE PROTEÇÃO
24
FATORES CONDICIONANTES DA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO
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EQUIPE TÉCNICA Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão
Grupo de Acompanhamento
Secretário Carlos Búrigo Secretário-Adjunto Josué Barbosa
Prefeitura Eldorado do Sul: Luiz Carlos Schuchmann Morador Adelar de Sena Rodrigues
Metroplan
Elaboração dos Estudos
Executivo: Superintendente Pedro Bisch Neto Diretor Enio José Horlle Meneghetti
Magna Engenharia Eng. Civil Edgar Hernandes Candia Geól. Rogério Dewes Eng. Agron. Henrique Schuchmann Morador Eng. Agric. Hildo Stefani Eng. Civil Lucas Tassinari Eng. Civil André Luiz Hebmuller Eng. Elet. Paulo Gomes Ruas Geóg. Carina Cristiane Korb Biól. Odimar Lorini da Costa Eng. Civil Joel Goldenfun (Consultor – IPH/UFRGS)
Equipe Técnica: Eng. Civil Paula Branco Pinto Eng. Civil Hariane Machado Marmitt Arq. Jayme Ricardo Machado Keunecke Junior Gest. Amb. Caroline Adorne da Silva Economista Clarisse C Faria Bittencourt
Consultoria Rhama Consultoria Ambiental
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HISTÓRICO DAS ENCHENTES
ELDORADO DO SUL A área urbana do município de Eldorado do Sul se localiza em uma região extremamente plana, às margens do rio Jacuí. As altitudes da área urbana, em relação ao nível do mar, variam entre cerca de 1,60 metros até 5,70 metros.
A enchente ocorrida em 2015 atingiu nos bairros Cidade Verde, Chácara, Centro, Vila da Paz, Itaí e Sans Souci, em torno de 10.100 pessoas, o que corresponde a 33% da população urbana do município. Estimativas da Coordenação Municipal da Defesa Civil indicam prejuízos da ordem de R$ 2.200.000,00, somente em danos em residências, decorrentes da cheia de setembro de 2007.
Área do município afetada pela cheia de 2007
Nível da enchente de outubro 2015. Bairro Cidade Verde
Área do município afetada pela cheia de 2009
Área do município afetada pela cheia de 2015
As enchentes que atingem o município de Eldorado do Sul são ocasionadas pelo transbordamento do rio Jacuí e também pela incidência de vento sul. A ocorrência do vento sul ocasiona o represamento do Lago Guaíba e a sobre-elevação dos níveis na área do Delta do Jacuí. Assim, enchentes não tão significativas acabam sendo importantes devido à elevação dos níveis da água decorrente da incidência do vento.
05
Foto: Magna Engenharia
Estas duas características tornam a cidade extremamente susceptível à ocorrência de enchentes que atingem, principalmente, os bairros Chácara, Cidade Verde e Vila da Paz. Relatos de alguns moradores indicam enchentes ocorridas há cerca de 55 anos atrás. Das enchentes, citam aquelas dos anos de 2007, 2009 e 2015 como as maiores.
ÁREA DE ESTUDO
O município de Eldorado do Sul integra a Região Metropolitana de Porto Alegre. Localiza-se a 12 km do centro de Porto Alegre, via BR-290. A leste, parte da área urbana faz limite com o Parque Estadual do Delta do Jacuí, unidade de conservação administrada pela Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O município de Eldorado do Sul possui um total
de 34.343 habitantes, sendo que, destes, 30.800 habitam a área urbana (Censo IBGE. 2010). A área da sede do município, objeto de estudos para a concepção de um sistema de proteção contra cheias, compreende a região situada ao norte da BR-290, envolvendo os bairros Cidade Verde, Vila da Paz, Chácara, Loteamento Popular, Medianeira, Centro, Residencial Eldorado e Centro Novo.
Área de Estudo, no formato definido
Análises iniciais com base no histórico das cheias que ocorrem em Eldorado do Sul mostraram situação clara de risco de inundações importantes em áreas de ocupação consolidada, principalmente os bairros Chácara, Cidade Verde e Vila da Paz.
enchente são fortemente condicionados pelo regime de ventos que atuam na Lagoa dos Patos e no Lago Guaíba. Por estes motivos, o estudo se concentrou na concepção e avaliação de alternativas estruturais para a proteção das áreas sujeitas a enchentes. Estas alternativas contemplaram a construção de diques de contorno das áreas de risco, com a implantação de estações de bombeamento para retirar, de dentro da área protegida, as águas decorrentes de precipitações.
A condição de ocupação das áreas de risco torna impraticáveis alternativas de realocação da população, uma vez que a maior parte da área urbana teria que ser deslocada. A implantação de um sistema de alerta teria poucos resultados práticos uma vez que, além das vazões provenientes das bacias dos rios Jacuí, Sinos e Caí, os níveis de
06
LEVANTAMENTO DE CAMPO
ALTERNATIVAS PARA A IMPLANTAÇÃO DE DIQUES DE PROTEÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTE A partir da análise das áreas atingidas nas cheias mais recentes (2007, 2009 e 2015), do estabelecido no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Eldorado do Sul, do estágio atual de desenvolvimento urbano e das características fisiográficas das áreas de risco, foram estudados e avaliados três possíveis traçados para o sistema de diques de proteção.
O primeiro deles contempla apenas a área que já está urbanizada (Alternativa 1). O segundo traçado envolve a área já urbanizada e as áreas em vias de urbanização (Alternativa 2). O terceiro engloba as duas alternativas anteriores, incluindo áreas ainda ocupadas por atividades agrícolas (Alternativa 3).
N
N
CB-2.2
CB-1
CB-1
-29
BR
0
POA
-29
BR
Legenda
Legenda
Dique - Alternativa 1
Dique - Alternativa 2
Alternativa 2 - Área Urbanizada + Área Urbanizável
Alternativa 1 - Área Urbanizada
N CB-2.2
CB-3
CB-1
90
POA
-2 BR
Legenda Dique - Alternativa 3
Alternativa 3 - Área Ampla
07
Imagem: Google (2016)
0
POA
Imagem: Google (2016)
Imagem: Google (2016)
CB-2.1
LEVANTAMENTO DE CAMPO
ESTUDOS E LEVANTAMENTOS DE CAMPO Para subsidiar a elaboração da concepção do sistema de proteção contra as cheias de Eldorado do Sul, foram feitos levantamentos e
estudos específicos das características físicas e socioeconômicas da área abrangida que, de alguma forma, poderiam direcionar os estudos.
LEVANTAMENTO AEROFOTOGRAMÉTRICO Levantamento aerofotogramétrico consiste em obter fotografias aéreas de um território através de uma aeronave equipada com câmeras fotográficas especiais. Estas fotografias permitem a geração da cartografia planialtimétrica do terreno com alta precisão. No estudo de concepção do sistema de proteção contra cheias, foram obtidas 159 imagens aéreas na escala 1:2.000, abrangendo uma área de 2 cerca de 25 km . O levantamento aéreo foi apoiado por serviços de campo que individualizaram 28 pontos de controle, onde foram determinadas as coordenadas. Estes pontos de controle foram definidos em locais estrategicamente localizados para evitar dúvidas na fase de inserção dos dados na aerotriangulação. As imagens aéreas passaram por um processo de restituição que é a elaboração de mapas a partir de fotografias aéreas e de dados de controle geodésico, por meio de instrumentos ou sistemas fotogramétricos, consistindo na transferência dos elementos da imagem fotográfica para os mapas.
Área levantada
Imagem: Google (2015)
Os mapas elaborados a partir das imagens aéreas são fundamentais para avaliar as áreas atingidas correspondentes a cada nível de enchente estudado, subsidiando assim a delimitação das áreas a serem protegidas e o posicionamento das diferentes estruturas que integram o sistema de proteção contra cheias.
Área objeto do levantamento aerofotogramétrico.
08
Mapa planialtimétrico (Data do Levantamento 28/08/2015)
Aerofotogrametria (2015)
Imagem aérea
Imagem: Google (2016)
Os pontos indicam as fotos obtidas.
LEVANTAMENTO DE CAMPO
LEVANTAMENTO GEOTÉCNICO Para a construção das obras que irão integrar o sistema de proteção contra cheias é necessário o conhecimento do subsolo para avaliar a sua capacidade de suporte.
As sondagens a percussão atingiram profundidades que variaram de 9,50 m até 25,50 m. Elas revelaram a existência de solos moles, com baixa capacidade de suporte em toda a área pesquisada, o que irá requerer tratamentos especiais quando da execução das obras.
Sondagem Mista
LEVANTAMENTO TOPOBATIMÉTRICO
Imagem: Google (2015)
Para o apoio aos estudos hidrológicos de avaliação e delimitação das áreas sujeitas a enchentes, foram levantadas 4 seções batimétricas próximas à sede do município de Eldorado do Sul e uma seção batimétrica no rio Jacuí, na cidade de Triunfo. As seções levantadas somaram 24,61 km de extensão. Além das seções transversais foi realizado o levantamento topográfico dos canais existentes dentro e no entorno da área urbana do município a ser protegida, em um total de 23,28 km de extensão
Seções Topobatimétricas
09
Foto: Magna Engenharia
Para tanto, foi efetuado um levantamento geotécnico que consistiu na execução de 13 furos de sondagem à percussão e 8 furos de sondagem a trado.
LEVANTAMENTO DE CAMPO
CADASTRO DA REDE PLUVIAL
1
Acúmulo de lixo em quase todos os poços de visita;
2
Ligação de esgoto doméstico de residências;
3
Assoreamento das tubulações. Em alguns casos os tubos estão totalmente entupidos;
4
Não foi observada, em alguns pontos, a existência de caimento da tubulação.
5
Em algumas situações a saída de jusante está em cota mais elevada que a entrada de montante;
6
Vários poços de visita não foram cadastrados por falta de acesso (construção de calçadas sobre a entrada do poço).
Acúmulo de lixo
Ligação de esgotos domésticos e assoreamento das tubulações
Com base no que foi observado, pode-se inferir que a rede pluvial em muitas áreas da região cadastrada não exerce sua função (afastar as águas pluviais) face ao seu estado atual (assoreamento, acúmulo de lixo) e a problemas construtivos (falta
Foto: Magna Engenharia
O cadastramento da rede de drenagem pluvial da área urbana de Eldorado do Sul mostrou a situação dos equipamentos da rede. Foram observados os seguintes aspectos:
Foto: Magna Engenharia
Foram cadastradas as redes de drenagem pluvial considerando nesse levantamento todos os diâmetros e seções de galeria. O levantamento foi realizado a partir dos Poços de Visita (PVs) localizados de maneira geral nas calçadas. No levantamento foi levantada a cota do terreno na tampa do PV, a cota de fundo do PV, as dimensões das tubulações de entrada e saída, bem como a situação estrutural e de limpeza das caixas.
de declividade da tubulação). Foram observados também situações em que a tubulação inicia com diâmetro de 800mm e termina com diâmetro de 600mm, sem que exista um poço de visita onde possa ser visualizada a transição.
10
LEVANTAMENTO DE CAMPO
CADASTRO IMOBILIÁRIO A parte leste da área urbana do município de Eldorado do Sul se situa no limite da área do Parque Estadual Delta do Jacuí. A área urbana compreende os bairros Cidade Verde e Vila da Paz, que são as primeiras áreas inundadas quando ocorrem enchentes.
Desta forma, para avaliar a situação socioeconômica e fundiária dos possíveis impactados devido à construção do dique, foi realizado um cadastramento de todas as edificações inseridas numa faixa de 50 m de largura, contados a partir do limite área urbana/ Parque do Delta do Jacuí.
O sistema de proteção prevê a construção de um dique que inicia junto à BR-290 e contorna estes dois bairros. Considerando que não existe espaço livre suficiente para a construção do dique, prevêse que uma faixa urbanizada de cerca de 50 m de largura possa sofrer impactos diretos devido à implantação do dique.
Logradouro
2
Relatório fotográfico de cada edificação e a descrição das suas características construtivas
3
Situação geral dos serviços recebidos (água, luz, esgoto)
4
Situação fundiária (propriedade ou posse)
5
Censo da população existente: composição familiar, situação econômica (renda familiar), escolaridade, tempo de moradia no local, cidade de origem, etc...
Imagem: Google (2016)
1
A realização do cadastro imobiliário foi baseada na planta da restituição aerofotogramétrica, obtendo-se em campo, para cada polígono identificado como edificação, as informações a seguir relacionadas.
Faixa cadastrada
SÍNTESE DO CADASTRAMENTO Bairros
Número de Casas
Número de Famílias
Número de Pessoas
Cidade Verde Vila da Paz
225 158
255 172
703 459
Total
383
427
1.162
11
LEVANTAMENTO DE CAMPO
ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA A área urbana do município de Eldorado do Sul não possui sistema de coleta de esgotos. O cadastro da rede pluvial mostrou que a rede de drenagem pluvial possui várias ligações clandestinas de esgotos domésticos.
• coliformes termotolerantes • DBO5 • Oxigênio Dissolvido • pH • Fósforo Total • Nitrato • sólidos totais.
Imagem: Google (2016)
Com o objetivo de avaliar a qualidade das águas de drenagem, foi realizada, no dia 08 de 2016, uma campanha de coleta de amostras para análise. Foram coletadas 05 amostras, tendo sido analisadas as seguintes características:
Pontos de coleta de amostras
Os resultados das análises, compatíveis com a qualidade esperada para águas servidas, confirmaram o lançamento de esgotos na rede de drenagem pluvial. Nos pontos de coleta QA 3 e QA 4, as águas de drenagem são lançadas
diretamente na área do Parque do Delta do Jacuí, se constituindo em importantes focos de contaminação do banhado que contorna a área urbana.
RESULTADOS DAS ANÁLISES DE QUALIDADE DA ÁGUA Ponto
Colif. Termotol. (NMP/100ml) Med.
Classe 4(*)
DBO 5 (mg/l O2) Med.
Classe 4(*)
OD (mg/l) Med.
Classe 4(*)
Nitrato (mg/l) Med.
Classe 4(*)
Fósforo Total (mg/l) Med.
Classe 4(*)
Sólidos Total (mg/l) Med.
QA1
155.310
9,60
3,57
1,90
1,16
160
QA2
740
16,0
1,98
11,0
1,41
304
9,79
QA3
155.310 >4.000
115
QA4
198.630
540
<0,20
<0,20
12,4
844
QA5
111.990
27,0
2,38
10,1
4,34
518
>10
<0,20
>2,0
<0,20
(*): Limites do enquadramento em Classe 4 da Res. CONAMA nº 357/2005
12
>10
>0,15
680
Classe 4(*)
>500
CONSULTAS PÚBLICAS
A elaboração dos estudos de concepção do sistema de proteção contra cheias de Eldorado do Sul foi acompanhada pela comunidade a ser beneficiada.
22 de junho de 2016, quando foram apresentados os levantamentos de campo realizados, o diagnóstico das enchentes, as alternativas de traçado dos diques em estudo e as atividades previstas e em desenvolvimento e na 3ª reunião pública, realizada em 04 de outubro de 2016, quando foi apresentada a concepção final do sistema de proteção contra cheias.
Este acompanhamento, através de reuniões públicas, se deu em três momentos: no início dos estudos quando foi realizada a 1ª reunião para a apresentação do plano de trabalho ocorrida em 10 de julho de 2015; na 2ª reunião pública realizada em
1ª REUNIÃO PÚBLICA
2ª RP Realizada em 22/06/2016 Ginásio da Escola David Riegel Neto, na Av. Emancipação nº 664, bairro Centro. 113 participantes.
3ª RP Realizada em 04/10/2016 Ginásio da Escola David Riegel Neto, na Av. Emancipação nº 664, bairro Centro. 93 participantes.
13
Foto: Magna Engenharia
3ª REUNIÃO PÚBLICA
Foto: Magna Engenharia
Foto: Magna Engenharia
1ª RP Realizada em 10/07/2015 Ginásio da Escola Municipal Luiza Maria Binfaré Cézar, localizado na Avenida A, nº 15. 103 participantes.
2ª REUNIÃO PÚBLICA
ESTUDOS HIDROLÓGICOS
Os estudos hidrológicos realizados tiveram dois objetivos: avaliar a variação dos níveis de enchente do rio Jacuí, associando-os a Períodos de Retorno pré-determinados, e avaliar a
contribuição das sub-bacias que aportam as águas pluviais para o interior da área a ser protegida.
PERÍODO DE RETORNO (T), também conhecido como período de recorrência ou tempo de recorrência, é o período de tempo médio que um determinado evento hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez. Quando se diz que o nível de uma enchente tem um período de retorno de 10 anos, significa que esta enchente pode ocorrer (ou ser superada) uma vez a cada 10 anos.
Para a bacia do rio Jacuí, o estudo hidrológico foi baseado em dados de vazão e níveis obtidos nas estações fluviométricas da bacia. As estatísticas de eventos extremos são simuladas para a seção de interesse (início do trecho de simulação hidráulica) nos tempos de retorno de projeto. Os estudos hidrológicos efetuaram simulações das inundações ribeirinhas do rio Jacuí para eventos de 2, 10, 25, 50 e 100 anos de
período de retorno, visando avaliar os impactos das inundações provenientes do Delta do Jacuí e do Rio Jacuí. A partir destas simulações é possível avaliar os níveis de inundações na área em estudo, além de determinar o mapa de inundação com os riscos de inundações ribeirinhas na área do projeto e o impacto sobre a área urbana.
Potenciais áreas inundadas - período de retorno 2 anos (NA=2,77m).
Potenciais áreas inundadas - período de retorno 10 anos (NA=3,91m)
14
Potenciais áreas inundad 25 anos (N
Foto: Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul.
ESTUDOS HIDROLÓGICOS
Bairro Chácara, Outubro de 2015.
Observa-se que as condições de escoamento do rio Jacuí em Eldorado do Sul sofrem influência importante tanto de jusante quanto de montante. Os níveis e vazões são fortemente influenciados pelos níveis d’água a montante. Por outro lado, há claro controle de jusante, com efeito de remanso evidenciado pelo aumento da cota e redução da vazão em Eldorado do Sul quando se observa crescimento no nível d’água na Praça da Harmonia em Porto Alegre. Este comportamento torna muito difícil estimar o período de retorno em Eldorado do Sul.
Para as sub-bacias urbanas, são avaliados os elementos para determinação dos hidrogramas de projeto a serem utilizados nas estimativas de escoamento superficial. Análises de chuvas intensas fornecem os parâmetros para determinação de chuvas de projeto. A metodologia para determinar os Hidrogramas de Projeto a partir da transformação chuvavazão (transformação das chuvas de projeto em escoamento superficial) foi o método do hidrograma unitário sintético do SCS (Soil Conservation Service dos Estados Unidos da América, atual Serviço Geológico Americano), baseada em um hidrograma unitário. Os parâmetros de escoamento superficial são estimados com base em informações de tipo e uso do solo e dados existentes na bacia ou em bacias vizinhas.
Levando em conta estas dificuldades, aceita-se que o tempo de retorno dos níveis em Eldorado do Sul seja aproximadamente igual ao Período de Retorno na Praça da Harmonia. Assim, as condições de contorno foram adotadas de forma a reproduzir condições normalmente observadas em situações de inundações ribeirinhas do rio Jacuí em Eldorado do Sul.
das - período de retorno NA=4,06m)
Potenciais áreas inundadas - período de retorno 50 anos (NA=4,18m)
15
Potenciais áreas inundadas - período de retorno 100 anos (NA=4,30m)
O SISTEMA DE PROTEÇÃO A implantação de diques de contorno se mostrou a única alternativa viável para proteger a área urbana de Eldorado do Sul contra enchentes. Assim, o sistema de proteção é, basicamente, composto por 4 estruturas: diques de proteção, estações de bombeamento, galerias e drenos coletores e canais de descarga. Os diques de proteção se constituem em barreiras físicas que impedem o alagamento da área protegida pelas
enchentes oriundas do rio Jacuí. As estações de bombeamento têm a função de retirar de dentro das áreas protegidas as águas provenientes das precipitações. As galerias e drenos coletores tem a função de conduzir as águas da chuva até as estações de bombeamento. Os canais de descarga conduzem para o rio Jacuí as águas retiradas pelas estações de bombeamento das áreas protegidas.
ÁREAS PROTEGIDAS O estudo de concepção contra enchentes avaliou 3 alternativas de abrangência do sistema de proteção. A Alternativa 1 protege apenas a área já urbanizada (2016). A Alternativa 2 engloba toda a área da Alternativa 1 e mais uma área em vias de urbanização. A Alternativa 3,
além das áreas protegidas pelas alternativas 1 e 2, incorpora uma área que, no Plano Diretor do município, possui potencial para urbanização. Cada uma destas alternativas possui estruturas específicas adequadas às características das protegidas.
N
Alternativa 1 A Alternativa 1 envolve a proteção dos bairros Cidade Verde, Vila da Paz, Chácara, Loteamento Popular, Medianeira, Centro, Residencial Eldorado e Centro Novo. O dique de proteção terá uma extensão de 8.733 m e o sistema de drenagem será composto por duas estações de bombeamento e um conjunto de galerias de drenagem das águas pluviais, além de canais de descarga. A área protegida atinge 2,44 km2.
N
CB-2.1
0
POA
-29
BR
Área Urbanizada
Imagem: Google (2016)
CB-1
Alternativa 2
CB-2.2
0
-29
BR
POA
A Alternativa 2, além da proteção das áreas inseridas na Alternativa 1, envolve também uma área não urbanizada localizada a oeste do Bairro Chácara. O dique terá uma extensão de 8.641 m e o sistema de drenagem será composto por duas estações de bombeamento e um conjunto de galerias de drenagem, drenos coletores e canais de descarga. A área protegida é de 4,20 km2.
Área Urbanizada + Área Urbanizável
N CB-2.2
Alternativa 3 CB-3
CB-1
A Alternativa 3 envolve a área protegida pela Alternativa 2 e incorpora uma área atualmente utilizada para agricultura (cultivo de arroz). O dique terá uma extensão de 10.324 m e 3 estações de bombeamento, além de sistemas de galerias, drenos coletores e canais de descarga. A área protegida é de 8,45 km 2. Área Ampla
16
0
-29
BR
POA
Imagem: Google (2016)
Imagem: Google (2016)
CB-1
O SISTEMA DE PROTEÇÃO DIQUES DE PROTEÇÃO A cota de coroamento dos diques de proteção foi definida com base no nível ocorrido na enchente de 1941, que foi causada por uma combinação de condições extremas, incluindo grandes volumes de precipitação em todo Rio Grande do Sul, o que provocou altas vazões no rio Jacuí e níveis d’água elevados no Guaíba. Ao mesmo tempo, a presença de vento sul elevou ainda mais o nível do Guaíba, represando o rio Jacuí e causando inundações excepcionais.
Metropolitana foi baseado neste evento. Exemplos de utilização deste critério são encontrados em sistemas de proteção contra inundações de Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo. Da mesma forma, trechos de rodovias federais da Região Metropolitana, tais como a BR-290/BR-116 e a BR-448, também foram projetados com base na cheia de 1941. Os estudos hidrológicos realizados confirmaram a cheia de 1941 como base para definição da cota de coroamento dos diques de proteção de Eldorado do Sul. Para tanto, a cota máxima de 6,0 m, cota do greid do trecho da estrada BR290/BR-116 que passa em Eldorado do Sul, foi adotada como cota de coroamento dos diques.
Embora a cheia de 1941 constitua um evento extraordinário, há possibilidade de repetição destas condições extremas. Por este motivo, o dimensionamento de diversos sistemas de proteção contra inundações na Região
TRECHO INICIAL DO DIQUE Para este trecho, foram consideradas 3 possibilidades de posicionamento:
B C
A decisão final quanto ao posicionamento da proteção neste trecho inicial deverá ser tomada quando da realização dos estudos de impacto ambiental.
substituição, neste trecho, do dique em aterro por um muro de concreto, construído no limite físico área urbana/Parque, o que evitaria a remoção e realocação das residências e não iria invadir a área do Parque, minimizando significativamente os impactos ambientais e socioeconômicos (Alternativa B de posicionamento); construção do dique dentro da área urbana, atingindo o bairro Cidade Verde e a Vila da Paz, o que implicaria na remoção e realocão de cerca de 380 residências destes dois bairros (Alternativa C de posicionamento).
N
Trecho Inicial do Dique
PERFIL DO MURO
PERFIL DO DIQUE (Alternativas de Posicionamento 1A, 2A, 3A, 1C, 2C, 3C)
Sugestão da área do Município De Eldorado do Sul (Alternativas de Posicionamento 1B, 2B, 3B)
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Imagem: Google (2016)
A
construção do dique dentro da área do Parque, o que implicaria na ocupação de uma faixa da área do Parque com cerca de 50 m de largura, se estende desde a BR-290 até o final da Vila da Paz (Alternativa A de posicionamento);
O SISTEMA DE PROTEÇÃO
ESTAÇÕES DE BOMBEAMENTO Para cada uma das alternativas de traçado e abrangência do sistema de proteção, foram posicionadas estações de bombeamento de drenagem para remover para fora as águas precipitadas no interior das áreas protegidas.
O dimensionamento e o posicionamento das estações de bombeamento foram definidos com base nos estudos hidrológicos e no levantamento aerofotogramétrico, considerando uma duração da chuva de projeto igual a 24h, com período de retorno de 25 anos.
Para a Alternativa 1 foram posicionadas e dimensionadas duas casas de bombas: CB-1 e CB-2.1, com capacidade total de bombeamento 36,8 m3 /s.
A Alternativa 2 também possui duas casas de bombeamento, mantendo a CB-1 no mesmo lugar da Alternativa 1 e deslocando para o norte a segunda casa de bombas (CB-2.2). A capacidade total de bombeamento é de 57,0 m 3/s.
A Alternativa 3 possui três casas de bombeamento, mantendo as existentes na Alternativa 2 (CB-1, CB-2.2) e incorporando a CB-3. A capacidade total 3 de bombeamento é de 79,4 m/s
18
O SISTEMA DE PROTEÇÃO
DRENOS COLETORES PARA A DRENAGEM URBANA • coletores em galerias celulares de concreto que
Os drenos coletores são infraestruturas destinadas à coleta e condução das vazões de drenagem das áreas protegidas, inclusive das vias urbanas, até as casas de bombas situadas junto aos diques.
conduzem as vazões das áreas densamente urbanizadas até a casa de bombas CB-1;
• coletores em canais abertos que drenam as áreas
menos urbanizadas e destinam às águas para as casas de bombas CB-2.1 e CB-2.2 (Alternativas 1 e 2) e para a casa de bombas CB-3 da Alternativa 3.
Os coletores terão capacidade de condução das vazões resultantes das chuvas com período de retorno de 25 anos. As obras dos sistemas coletores de macrodrenagem podem ser assim agrupadas:
Galeria simples
Galeria dupla
Canal coletor
19
O SISTEMA DE PROTEÇÃO
ALTERNATIVA 1 - ÁREA URBANIZADA A - dentro área parque B - muro de concreto (divisa entre município e parque nacional) C - dentro área município
N CB-1
CB-2.1
0
POA
-29
BR
Alternativa de Traçado 1 - Área Urbanizada
Alt 1A
Alt 1B
Alt 1C
Extensão total do dique
8,733 m
6.733 / 2.000 m
8.733 m
Nº de casa de bombas
2 un
2 un
2 un
Capacidade total de bombeamento
36,8 m3/s
36,8 m3/s
36,8 m3/s
Área Protegida
2,44 km
2
2,44 km
380
População protegida
17.871 hab
17.871 hab
17.871 hab
Obras civis
R$ 99.421.260,51
R$ 106.263.477,34
R$ 103.753.416,76
Estações de bombeamento
R$ 68.769.464,63
R$ 68.769.464,63
R$ 68.769.464,63
Projeto/supervisão
R$ 15.568.353,64
R$ 15.739.418,41
R$ 15.676.657,54
Estudos ambientais
R$ 1.124.521,65
R$ 1.124.521,65
R$ 1.124.521,65
Desapropriações
R$ 42.386.851,03
R$ 42.386.851,03
R$ 84.621.599,43
Custo Total
R$ 227.270.451,46
R$ 234.283.733,06
R$ 273.945.660,01
R$ 12.717,28
R$ 13.109,72
R$ 15.329,06
Custos
Custo por habitante
20
2
O SISTEMA DE PROTEÇÃO
ALTERNATIVA 2 - ÁREA URBANIZADA + ÁREA URBANIZÁVEL A - dentro área parque B - muro de concreto (divisa entre município e parque nacional) C - dentro área município
N
CB-2.2
CB-1
0
POA
-29
BR
Alternativa 2 - Área Urbanizada + Área Urbanizável
Alt 2A
Alt 2B
Alt 2C
Extensão total do dique
8.641 m
8.641 m
8.733 m
Nº de casa de bombas
2 un
2 un
2 un
3
3
Capacidade total de bombeamento
57,0 m /s
57,0 m /s
57,0 m3/s
Área Protegida
4,20 km
2
4,20 km2
4,20 km2
População protegida
18.066 hab
18.066 hab
18.066 hab
Obras civis
R$ 124.492.538,78
R$ 131.965.728,01
R$ 128.824.695,04
Estações de bombeamento
R$ 97.157.693,29
R$ 97.157.693,29
R$ 97.157.693,29
Projeto/supervisão
R$ 17.957.160,54
R$ 18.143.998,68
R$ 18.065.464,45
Estudos ambientais
R$ 1.202.401,38
R$ 1.202.401,38
R$ 1.202.401,38
Desapropriações
R$ 43.832.591,84
R$ 43.832.591,84
R$ 86.067.340,24
Custo Total
R$ 284.642.385,83
R$ 292.302.413,20
R$ 331.317.594,41
R$ 15.755,69
R$ 16.179,70
R$ 18.339,29
Custos
Custo por habitante
21
O SISTEMA DE PROTEÇÃO
ALTERNATIVA 3 - ÁREA AMPLA A - dentro área parque B - muro de concreto (divisa entre município e parque nacional) C - dentro área município
N
CB-2.2
CB-3
CB-1
290
POA
-
BR
Alternativa 3 - Área Ampla CB: Casa de Bombas
Alt 3A
Alt 3B
Alt 3C
Extensão total do dique
10.324m
10.324 m
10.324 m
Nº de casa de bombas
3 un
3 un
3 un
3
3
Capacidade total de bombeamento
83,4 m /s
83,4 m /s
83,4 m3/s
Área Protegida
8,45 km
2
8,45 km 2
8,45 km 2
População protegida
18.665 hab
18.665 hab
18.665 hab
Obras civis
R$ 157.806.786,60
R$ 164.764.300,78
R$ 162.138.942,84
Estações de bombeamento
R$ 142.126.440,62
R$ 142.126.440,62
R$ 142.126.440,62
Projeto/supervisão
R$ 19.913.501,64
R$ 20.087.444,67
R$ 20.021.805,55
Estudos ambientais
R$ 1.202.401,38
R$ 1.202.401,38
R$ 1.202.401,36
Desapropriações
R$ 62.789.596,34
R$ 62.789.596,34
R$ 105.024.344,74
Custo Total
R$ 383.838.726,58
R$ 390.970.183,79
R$ 430.513.935,11
R$ 20.564,63
R$ 20.946,70
R$ 23.065,31
Custos
Custo por habitante
22
DESCRIÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO
OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA CHEIAS O sistema de proteção contra cheias composto por diques de contenção estações de bombeamento de drenagem e rede de macrodrenagem (galerias e canais abertos de
drenagem), terá um funcionamento distinto, dependendo da situação em termos de ocorrência de chuvas e de enchente.
Operação do sistema com chuva e sem enchente
Com precipitações no interior das áreas protegidas, as águas escoarão para fora do sistema através de passagens livres existentes junto às estações de bombeamento. Não será necessário o acionamento das bombas de drenagem.
Operação do sistema sem chuva e com enchente
Com enchente e sem precipitações, as passagens livres são fechadas e o sistema de diques conterá as águas externas.
Operação do sistema com chuva e com enchente
Na ocorrência simultânea de chuvas no interior da área protegida e enchente, as bombas serão acionadas para esgotar as águas decorrentes das precipitações.
23
ANÁLISE COMPARATIVA DAS ALTERNATIVAS DE TRAÇADO E DE POSICIONAMENTO DO TRECHO INICIAL DO DIQUE DE PROTEÇÃO
As alternativas de áreas protegidas e de posicionamento do trecho inicial dos diques foram avaliadas, de forma comparativa, quanto aos vários aspectos envolvidos.
QUADRO DE AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS ALTERNATIVA DE TRAÇADO 1
ITEM
ALTERNATIVA DE TRAÇADO 2
URBANA PARQUE 1C 2A
MURO 2B
ALTERNATIVA DE TRAÇADO 3
PARQUE 1A
MURO 1B
URBANA PARQUE 2C 3A
MURO 3B
URBANA 3C
CUSTO OBRAS
10
9
7
7
6
4
5
3
2
CUSTO P/HAB
10
8
5
5
4
3
2
1
0
CUSTOS O&M (*)
9
10
8
7
8
6
4
5
2
POSSIBILIDADE DE FINANC.
10
9
6
8
8
6
5
5
3
ÁREA PROTEGIDA
5
5
4
8
8
7
10
10
9
IMPACTOS SOCIAIS
9
7
1
9
7
1
9
7
1
IMPACTOS AMBIENTAIS
1
4
8
1
4
8
1
4
8
ASPECTOS URBANÍSTICOS
10
1
5
10
1
5
10
1
5
NOTA FINAL
64
53
44
55
46
40
46
36
30
(*): custos de operação e manutenção do sistema de proteção
N CB-1
Alternativa adequada, Alternativa 1A, que corresponde a proteção da Área Urbanizada com o posicionamento do trecho inicial do dique na área do Parque.
CB-2.1
0
POA
-29
BR
24
FATORES CONDICIONANTES DA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO
A implantação do sistema de proteção contra cheias irá provocar a necessidade de alterações no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Eldorado do Sul uma vez que, naquele plano, o sistema de proteção tinha outra concepção e posicionamento.
O sistema de proteção concebido consiste no envolvimento da área protegida por um sistema de diques que impedirão o alagamento pelas recorrentes enchentes. No entanto, esse isolamento também impede que as águas geradas no interior da área protegida, decorrentes das precipitações, escoem para fora. Por isso, o sistema de proteção conta com as estações de bombeamento para retirar as águas de dentro da área protegida.
O sistema de proteção contra cheias que foi avaliado requer, como qualquer sistema de proteção, serviços de operação e manutenção contínuos, principalmente nas estações de bombeamento, compostas por motores elétricos, bombas, comportas, quadros de comando e demais estruturas associadas. Estes serviços exigem pessoal qualificado e recursos financeiros. Desta forma, deve ser montada uma estrutura operacional na prefeitura de Eldorado do Sul dotada de equipe treinada, equipamentos e recursos financeiros suficientes para a operação do sistema de proteção.
Conforme mostraram os levantamentos de campo, a rede de drenagem atualmente existente na área a ser protegida encontra-se totalmente obstruída e mal dimensionada. Ou seja, não cumpre o seu papel de escoar as águas da chuva.
Cabe destacar que a implantação do sistema de proteção contra cheias que atingem a área urbana de Eldorado do Sul terá como ganhos secundários a contenção da progressiva invasão da área do Parque do Delta do Jacuí através de aterros e construções clandestinas.
Assim, é absolutamente imprescindível que o sistema de condução das águas internas aos pontos de bombeamento seja previamente implantado, ou seja, a macrodrenagem (galerias e canais) prevista no estudo de concepção e a rede de microdrenagem, que não foi objeto dos estudos realizados.
Além disto, os diques se constituirão em barreira evitando que o Parque continue a ser receptor de esgotos domésticos e de resíduos sólidos.
25
ELDORADO DO SUL. BAIRRO CHÁCARA ENCHENTE DE OUTUBRO DE 2015
Foto: Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul.
EXECUÇÃO:
APOIO:
REALIZAÇÃO:
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, GOVERNANÇA E GESTÃO