FIO D' ÁGUA Nº 74

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Publicação das Irmãs Franciscanas de São José - FSJ Redação e Administração: Sede Geral Rua Vicente Machado, 2731 - 80440-020 - Curitiba - Paraná - Brasil www.franciscanasdesaojose.org.br

ANO XXIII - N.º 74
Agosto a Dezembro de 2022 Jubileu de
30
prata da Província Mãe da Misericórdia
anos da Missão Franciscana São José/Angola

EDITORIAL

Ésinal visível do infinito amor de Deus nos conduzindo, nos sustentando, nos amparando no decorrer de toda nossa história. Celebrar um jubileu é voltar-se para Aquele que é a fonte de todo o bem, reconhecendo sua ação e sua bondade.

Na alegria e em ação de graças celebramos em especial neste ano de 2022 os 30 anos de Fundação da Missão Franciscana São José em Angola e os 25 anos da Fundação da Província Mãe da Misericórdia no Brasil. Nestes acontecimentos nós comungamos todas de um mesmo carisma; do mesmo sonho da nossa fundadora Madre Alphonsa: Difundir no Universo o Deus da misericórdia, eis a nossa missão!

Sobre o Carisma, Dom Antônio de Assis Ribeiro nos faz uma bela reflexão: “não nos deixemos cansar, porque o carisma, por ser dom de Deus, não pode ficar cansado, não pode ficar empoeirado. Então é necessário acompanhar a beleza da história, o dinamismo na Igreja, porque o Espírito Santo sempre a renova”.

Iluminada, Ir. Julita Roling nos apresenta o livro: CAMINHANDO PARA O AUTOCONHECIMENTO, nos ensinando a como lidar com os sentimentos, na força que temos em trabalhar o autoconhecimento.

Magnífica obra: LIVRO DAS ORAÇÕES DE MADRE ALPHONSA! Uma bela fonte de oração e recolhimento que está ao nosso alcance.

Depois de um longo período de Pandemia voltou à alegria do reencontro e encontros assim como aconteceu com jovens em Piên/PR do qual participaram nossas formandas e o esperado retiro com LFM de Coronel Vivida/PR.

Vamos todos acompanhar a dinâmica da vida observando as notícias que seguem: viagens; aniversário da Superiora Geral da Congregação; ingresso ao noviciado, postulantado em Angola; visita e férias das Irmãs Missionárias ao Brasil... E tantos outros fatos que nos envolvem em comunhão fraterna e partilha.

Agradecimento especial, pela dedicação e amor à causa dos mais necessitados, de tantas Irmãs e leigos/as na realização do bazar Missionário no CEMJ. Louvado seja Deus!

Que estejam junto do Pai as queridas Irmãs que nos deixaram neste ano: Ir. Maria Alma e Ir. Cândida.

Esta é a nossa última edição deste veículo de comunicação para este ano. Portanto, agradecemos a todos que nos acompanharam durante este ano de 2022 e celebraram conosco tantas graças recebidas da bondade de Deus. Que tenham um Feliz Natal e um Novo Ano repleto de muita saúde e Paz!

A Redação

MENSAGEM DA SUPERIORA GERAL

Queridas Irmãs, Formandas e LFM! Paz e Bem!

Este ano de 2022, foi um ano repleto de significativos acontecimentos que marcaram nossa Congregação: Celebramos os 155 anos de Fundação da Congregação em 28 de outubro; 25 anos de Fundação da PMM com sua sede em Ananindeua no Pará; 30 anos de nossa presença na Missão Franciscana de São José em Angola; 125 anos do trânsito de nossa Fundadora Madre Alphonsa Kuborn.

Celebrar 155 anos de fundação da Congregação é graça de Deus. É sinal visível do infinito amor de Deus nos conduzindo, nos sustentando, nos amparando no decorrer de toda esta trajetória. Celebrar um jubileu é resgatar nossa história! É voltar-se para Aquele que é a fonte de todos os bens, reconhecendo sua ação e sua bondade. É lançar sementes de fé e de esperança, de paz e justiça, de amor e fraternidade. É semear o reino de Deus no meio de nós.

Diante de tantas histórias, tantos pés ligeiros, mãos abertas, ouvidos atentos no decorrer destes anos todos, tantas mulheres de boa vontade que fizeram parte desta radiante história, que lançaram a semente do Carisma neste mundo afora e que até hoje espalham o perfume da misericórdia por onde andam; só nos resta cantar os louvores à Trindade Santa por nos ter conduzido por todos esses anos: “Grande é o Senhor e digno de ser louvado; sua grandeza não tem limites. Uma geração contará à outra a grandiosidade dos teus feitos; eles anunciarão os teus atos poderosos”. (Sl 145 3-4)

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Que por intercessão de nossa Fundadora Madre Alphonsa sejamos iluminadas para que este carisma recebido dela, seja vivido plenamente e assim nossos olhos estejam abertos para vermos e percebermos onde o nosso carisma está suscitando de nós um forte apelo da Misericórdia Divina.

Diante de tantas celebrações somos convocadas a permanecer no espírito do advento, isto é, da espera, da expectativa, do novo. Que não percamos a esperança de que Deus caminha conosco, não nos abandona e como Maria com nossos corações ardentes sejamos geradoras de vida plena e nos coloquemos a caminho para irmos ao encontro de quem precisa de nossa misericórdia, assim como Maria foi ao encontro de sua prima Isabel.

O amor de Deus pela humanidade era tão grande que Ele se encarnou no meio de nós, para assim permanecer para sempre conosco. Então é Natal quando deixamos nos conduzir e orientar pelo Espírito de Deus encarnado em nossa história, assim como fizeram Maria e José.

Feliz Natal e abençoado Ano Novo!

1. CELEBRAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS:

1.1. ANGOLA - 30 ANOS DE FUNDAÇÃO DA MISSÃO SÃO JOSÉ

No dia 19/08/22, em Malange, pela manhã, teve início a Assembleia com a celebração eucarística em ação de graças pelos 30 anos de nossa presença na Missão em Angola. A celebração foi na Comunidade São Paulo em Katepa, presidida por Frei Santana S.P. Kafunda, OFM; concelebrada pelo Padre Bento Lucas Laurindo Kandangongo e presente Frei Lucas Moreira Almeida, OFM. Estavam presentes as Irmãs da Missão, Ir. Amarilda Rossatto, Superiora Geral, a noviça Florinda Apanguela Francisco e postulante. Nesta ocasião foi também celebrado o jubileu das Irmãs: Adelina Doerner, 60 anos; Ir. Lindacir Maria Kolodi e Ezeni Pischarka, 40 anos; Ana Arley Borges

de Mato, 25 anos. A Deus nosso louvor e ação de graças por todo bem realizado em nossa Congregação.

RECORDANDO OS 30 ANOS DE NOSSA PRESENÇA EM ANGOLA

Com muita alegria que nos reunimos na Capela São Paulo, em Katepa, Malange, para celebrar os 30 anos da presença das Irmãs Franciscanas de São José

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em Angola. Foi num clima muito fraterno, na simplicidade, na alegria e na misericórdia. Durante a celebração relembramos um pouco da nossa História: Impulsionadas pelo nosso Carisma – que é a Misericórdia no ano de 1992 aconteceu o envio das primeiras missionárias da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José, para o Continente Africano, mais particularmente para o País de Angola a fim de testemunhar e anunciar o Amor de Deus através da própria vida e do serviço aos mais necessitados.

As nossas Irmãs pioneiras Irmã Adelina, Irmã Blandina e Irmã Fé mesmo tendo o conhecimento que o país estava em guerra uma guerra civil que dizimava o país, deram seu sim generoso. Foi com

muita coragem, dedicação e esperança que chegaram em terras Angolanas, para assumir a missão de Kangandala, mas devido a guerra não puderam assumir, então o Bispo Dom Salessu pediu para as Madres ficarem na Katepa e como não tinham casa, ficaram morando na sacristia da igreja matriz da Katepa. As Irmãs receberam como Missão dinamizar a pastoral catequético– litúrgica e as atividades missionárias na saúde e educação. Com o aumento dos ataques guerrilheiros as irmãs que já estavam com paludismo e sem condições de tratamento foram aconselhadas pelo senhor Bispo a retornarem para o Brasil e para a Alemanha para tratamento.

Em 1994 as Irmãs Adelina e Fé se encheram de coragem e retornaram a Angola ficando em Luanda no Bairro Azul uma vez que a guerra continuava, e ali estabeleceu-se depois de muita luta e labuta a Fraternidade Irmã Martha.

Em 17 de setembro de 1996, Ir. Adelina, Ir. Fé e Ir. Elza cheias de coragem retornam a Malange. Onde além da pastoral, atendem os doentes e também os feridos da guerra, o atendimento era feito em uma das casas dos catequistas e as Irmãs moravam na sacristia da Igreja matriz da Catepa. Em 22 de abril de 2004 foi inaugurada a nova residência das irmãs e o Posto de Enfermagem Madre Alphonsa.

Durante os anos de guerra, as irmãs, assim como o povo, enfrentaram medo, situações de perigo, ata-

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ques e inclusive precisaram deixar o país, ou a fraternidade na qual residiam, mas nada as impediu de dar novos passos.

Calomboloca - Em 1996 - Surge uma nova esperança, um convite de Pe. Raul e Pe. Miguel para uma nova frente de missão na Província Bengo em Calomboloca onde a Paróquia é atendida pelos Missionários Guadalupanos.

Lixeira – aos 26 de abril de 1999 a convite do Padre Picolli dos padres Salesianos, as Irmãs foram convidadas para abrir uma fraternidade na Lixeira –Sambizanga. Um bairro tão carente e esquecido pelas autoridades governamentais. O padre disse para as irmãs primeiro identificarem-se com a comunidade e escolher o trabalho em que pudessem exercer o seu carisma. Logo as Irmãs começaram a trabalhar na alfabetização, saúde e diversas pastorais.

Cangandala – As Irmãs residiam em Malange e trabalhavam na evangelização e alfabetização em Cangandala. Em 31 de março de 2005, foi fundada a Fraternidade São Francisco de Assis em Kangandala, chegando assim ao primeiro sonho e tarefa missionária recebida de Dom Salessu.

Cuango – aos 06 de setembro de 2007 a pedido do Padre Marcos, nós como missão abraçamos também os trabalhos na Diocese do Dundo – Lunda Norte - Cuango. Onde fundou-se a fraternidade Madre Alphonsa.

Todos esses anos de doação são como o grão de mostarda, que do bocado da vida de cada Irmã faz crescer o Reino de Deus. A Vida Religiosa é um dom, o dom da própria vida doada como a semente. Nascer e crescer em um ambiente de guerra não é fácil, mas também não foi impossível. Nós conseguimos e hoje colhemos também os frutos da nossa presença na missão, temos seis Irmãs Angolanas, que escrevem conosco a nossa história. Que o Senhor nos dê a força para que onde estivermos, no empenho e no serviço generoso possamos dar frutos no dia a dia de nossas vidas.

Frente às inúmeras dificuldades as Irmãs permaneceram fiéis ao chamado do Senhor de difundir no Universo o Deus da Misericórdia que em nome da Congregação e pela graça de Deus permanecemos nesta terra tão sagrada para nós.

A presença da Irmã Franciscana de São José aqui em Angola quer ser uma presença viva da misericórdia de Deus. Todos os trabalhos realizados nas mais variadas formas vão dando uma característica própria da misericórdia.

Todas as pastorais a qual as Irmãs estão envolvidas, na catequese, na saúde, na educação, nas visitas às aldeias, em projetos sociais e na formação das jovens angolanas, fazem parte do nosso carisma. Pois esperança, fé e muita doação fizeram parte da vida de cada Irmã e formanda que passaram e se fazem presente hoje cá na nossa Missão em Angola.

Sim, somos agraciadas e agradecidas a Deus: Pelas 56 Irmãs missionárias brasileiras que já fizeram parte da nossa missão, que abraçaram e abraçam com entusiasmo nossa Missão em Angola. Pelas seis Irmãs Angolanas que hoje fazem parte da nossa missão. Por todas as formandas que passaram por nós e com certeza mesmo que não permaneceram no caminho aprenderam conosco a serem pessoas melhores.

Pelos religiosos e religiosas que caminharam conosco durante todos esses anos, em especial aos OFM, pelos catequistas que nos acompanharam de aldeia em aldeia.

Pelo povo de Deus presente em nossas áreas de missão, que dia após dia nos evangelizam com a esperança e a generosidade cultivadas mesmo diante de grandes desafios.

Pelas nossas Irmãs da Alemanha, Holanda, Itália e Brasil, assim como por cada benfeitor que, ao partilhar do pouco ou muito que possuem, tornam-se missionários conosco. Por nossas seis fraternidades, atividades na saúde, educação, diversas pastorais e casas de formação, manifestação visível da presença de nosso carisma nestas terras.

Por todas as irmãs que se mantiveram firmes nos seus postos missionários e ao lado das ovelhas, por vezes acordadas alta hora da noite, pelo barulho das metralhadoras; e pelos projéteis estrondosos de canhão, destruindo tudo inclusive vidas e deixando muitos feridos.

Que o jubileu dos 30 anos seja semente de maior unidade entre nós. Que o jubileu nos dinamize e encoraje na busca de caminhos novos, rumo à evan-

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gelização com maior ardor, novos métodos e novas expressões.

Agradecemos ao Senhor, pelas Irmãs: Valéria, Cecília Heerdt, Maria de Fátima, Ada Rosa Morelli e Amarilda Rossatto, que nos seus anos de serviço como Superioras Gerais, acompanharam com dedicação e carinho a vida desta Missão.

Twa Sakidila, twa pandula!

Queridas Irmãs e formandas, paz e bem!

Mais uma vez, estamos reunidas, para tratar daquilo que é nosso – somos convocadas a parar, refletir, avaliar, pedir perdão, programar e colocar-se sempre de novo a caminho. Somos convocadas a prosseguir com confiança, e caminhar juntas em comunhão e participação na Missão.

Ao todo nestes 30 anos tivemos 56 Irmãs brasileiras que participaram e colaboraram diretamente em nossa missão. Quanta dedicação, quanta coragem, quanta responsabilidade, quanta doação, quanta generosidade. Algumas já descansam nos braços do Pai celestial, e com certeza de lá intercedem por nós.

Nestes trinta anos muitas formandas passaram por nós, temos a graça de ter uma Irmã Angolana de Votos Perpétuos e cinco irmãs Junioristas. Irmãs, são trinta anos de missão. Nesses 30 anos, o que e como podemos ressignificar a nossa presença na missão em Angola? Que sentido tem a minha presença na missão?

Comungamos de um mesmo carisma, de um mesmo sonho da nossa fundadora Madre Alphonsa que é o de Difundir no Universo o Deus da misericórdia. Portanto, “as Irmãs todas, jovens e idosas, sãs ou doentes, participam da missão de evangelizar e, como consagradas, sua primeira Missão é viver com alegre generosidade e pureza de coração a radicalidade do Evangelho (PGF art. 62).

Minhas Irmãs, somos convocadas a retornar ao próprio chamado vocacional, ao vigor missionário, reencontrar a alegria de sentir-se e de ser parte de um projeto de Amor e redescobrir com admiração que o

Senhor chama cada uma a realizar o sonho do bem para a humanidade, ajuda a reavivar e reforçar a própria pertença. “Não posso participar se me vejo como o todo e não me reconheço  parte de um projeto compartilhado”. (Papa Francisco, Audiência de 19 de junho de 2013).

Que sejamos capazes de ser expressão visível de uma comunhão de amor, capaz de suscitar novas energias para enfrentar concretamente o momento presente. Reavivemos e zelemos pela nossa pertença porque, como sabemos muito bem, com o tempo, ela corre o risco de perder a sua força, especialmente quando a atração do nós é substituída pela força do eu.

Precisamos retornar a origem da missão, não nos afastar do foco que nos trouxe até aqui. Precisamos nos dar as mãos para continuarmos a fazer a missão acontecer. Com a mesma coragem que nossas Irmãs Adelina, Blandina e Fé se dispuseram a abraçar esta missão. Somos imensamente agradecidas a estas três Irmãs, especialmente a Ir. Adelina que é uma presença e testemunho muito importante para nós cá na missão. Cada fraternidade, cada irmã, cada formanda é parte desta missão.

Precisamos prosseguir com confiança, recordando a História da nossa Fundadora Madre Alphonsa. Uma mulher corajosa, que assumiu os desafios de seu tempo, as lutas e os dissabores de sua vida, e os encarou como ordem de batalha. Uma história de muita luta, uma história de coragem, uma história de fé. Ela mostra-nos que diante dos desafios é possível sempre prosseguir, atravessar para a outra margem, perseguir o sonho e vislumbrar um novo horizonte.

Prosseguir com confiança, soa como um desafio: não desanimar, seguir caminho, dar passos novos, avançar. É mais que um convite à esperança, a procurar as brasas que estão sob as cinzas. É um chamado à coragem, a uma nova ousadia. É um apelo a avançar para as águas mais profundas.

“O que Madre Alphonsa nos diria se ela estivesse aqui hoje? Ela nos daria coragem para prosseguir, ela motivaria a cada uma de nós a fazer aquilo que fosse necessário. Isto é, fazer aquilo que fosse necessário em qualquer lugar do mundo, independente das circunstâncias. Ela nos diria: na história sempre haverá altos e baixos. O que importa é como nós nos confrontamos com estes fatos

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e como interpretamos e reagimos diante dos sinais dos tempos. Confiem no Espírito de Deus, Ele lhes mostrará o que fazer e estejam certas que hoje ainda existem pessoas que querem continuar conosco a obra iniciada em Schweich.” (Prosseguir com confiança P.47).

Caminhemos juntas e com confiança!

Confiemos os nossos passos a Virgem Maria, mulher da solicitude, a São José homem justo e bondoso e a Madre Alphonsa Nossa Mãe e Fundadora.

Cangandala, aos 19 de agosto de 2022.

Ir. Berenice Silva Lima e Irmã Voneide

1.2. JUBILEU DOS 25 ANOS DE FUNDAÇÃO DA PROVÍNCIA MÃE DA MISERICÓRDIA

12/10/1997- 12/10/2022

“Recordar e celebrar com gratidão!”

Fundação da Sub Província

“Nossas memórias, nossa história”. A Província Mãe da Misericórdia nasceu assim:

Tudo começou com uma preparação e foi uma longa caminhada! Desde 1973 a Congregação enviou as três primeiras Irmãs para a Paróquia de Bujaru, prelazia de Abaetetuba do Tocantins, interior do Pará. As Irmãs Rosa Borguesan, Ivone Martendal e Zenilda Luzia Petry, foram as pioneiras. Em 1977, Irmã Edvina Hellmann inicia um humilde trabalho em Santa Luzia do Tide, interior do Maranhão e mais tarde, 1978, chegam: Irmã Eulália Hoffmann e Irmã Blandina Petry. Foi assim que a semente do Evangelho lançado pelas missionárias, brotou, cresceu pouco a pouco e com os cuidados de Deus foi se espalhando.

O ardor missionário das Irmãs encantou muitas jovens que foram querendo a mesma experiência e assim o número de vocações cresceu como também as exigências da Igreja do nosso tempo. O que fazer para atender essa nova realidade? Criar uma nova Província? Sim este era o desafio... Criar inicialmente uma Sub Província. Para isso, foi necessário um longo processo de estudo, uma boa preparação, com reflexões e debates. Não faltaram os encontros interprovinciais.

Em 1995 o Capítulo Geral aprovou a moção de criação da Sub Província a ser realizada durante o seguinte sexênio, preferencialmente no ano do primeiro centenário de Morte de Madre Alphonsa Kuborn, fundadora da Congregação. Assim, intensificou-se a programação culminando com um encontro celebrativo, nos dias 05 e 06 de julho de 1997, para festejar o Centenário de Morte de Madre Alphonsa. Esse evento foi realizado no Convento Santa Maria dos Anjos, em Santa Luzia do Tide, Maranhão. O encontro esquentou o coração de cada Irmã e Formanda aí presente, despertando o interesse pela coirmã e pela Sub Província prestes a nascer.

Assembleia de Criação

No dia 09 de outubro de 1997, quinta-feira de madrugada chegavam as últimas Irmãs no Centro de Formação da Paróquia de Santa Inês do Maranhão, para a realização da Assembleia de criação da Sub Província. Alegrias, expectativas e esperanças eram o que as Irmãs deixavam transparecer neste primeiro encontro de acolhida. Realmente não era qualquer reunião, ou qualquer encontro, era um grande acontecimento histórico e importante evento na vida da Congregação. Por isso os sentimentos se misturavam: alegrias, temores, insegurança e medo do novo...

Além das Irmãs que compunham a Sub Província estavam presentes as que mais trabalhavam para que este momento pudesse acontecer: Irmã Julita Momm, Superiora Provincial da Província de Cristo Redentor, Irmã Maria de Fátima Schwamberger,

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Superiora Provincial e Irmã Maria Aurélia Pauli, vice Provincial da Província Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Frei Sebastião Agostinho Kremer, OFM, Assessor Canônico.

Como primeiro ato do dia, tivemos a celebração Eucarística em honra ao Espírito Santo e, como canto inicial cantou-se o hino: “Não há medo incerteza ou cansaço, quando o Espírito Santo nos vem...”. Este era o mais forte desejo: que o Espírito Santo fecunde o labor, ilumine a Assembleia e conduza os passos da Sub Província.

No dia seguinte, 10 de outubro, as superioras Provinciais deram continuidade à partilha do Capítulo extraordinário e todas puderam sentir a beleza da vivência do Carisma, ligado aos lugares históricos da Fundadora, da Congregação, de Assis e de Roma.

Dia 11, foi dia de muito trabalho: estudo do Diretório e do Estatuto Jurídico; tomada de conhecimento do anteprojeto de implantação da Sub Província, elaborado pela Comissão de Preparação.

Dia 12 de outubro – Solenidade de Nossa Senhora Aparecida – padroeira do Brasil, era o grande dia esperado para a criação oficial da Sub Província Mãe da Misericórdia. Após a oração da manhã sob a proteção da Mãe de Deus – a Mãe da Misericórdia –às 8:00h, iniciou-se um ato solene da leitura do DECRETO DA CRIAÇÃO DA SUB PROVÍNCIA DO NOR-

TE E NORDESTE DO BRASIL, com Sede à Rua Oseias Silva, 104, Br 316, Km 03 – Ananindeua/Pará, à qual pertencerão todas as Irmãs e Fraternidades do Pará, Maranhão e Piauí. Confirmada a nomeação do Conselho Sub Provincial, por Irmã Cecilia Heerdt, Superiora Geral, para o primeiro triênio, conforme normas do artigo 107 das Constituições Gerais, ficou assim constituído: Irmã Zenilda Luzia Petry – Superiora Sub Provincial; Irmã Nilsa Rech – Vice Superiora Sub Provincial e Conselheiras: Irmãs - Maria de Nazaret de Jesus, Maria Aparecida Cosme Chaves e Cáritas (Maria Loffi), que receberam os cumprimentos, num gesto fraterno, de acolhida e apoio.

O nome escolhido da Sub Província “Mãe da Misericórdia” aconteceu num processo participativo de eleição, considerando o centenário de Madre Alphonsa, a Mãe misericordiosa que tinha como modelo de sua Vida cristã e consagrada, Maria Santíssima,

Mãe do Divino Salvador. Numa das orações da Madre, se confirma a confiança na Mãe de Jesus e nossa mãe: “Sê minha protetora, conselheira e valia. Olha como as ondas se erguem, como a morte e perdição me cercam! Ó, defende-me da tempestade ameaçadora. Ó socorre-me na aflição!”. Esta “pequena porção da Congregação” na região norte e nordeste, no ano de sua fundação, confia toda sua missão evangelizadora, todas as etapas de Formação ao coração da Mãe Maria, de muitos nomes e, para nós no Brasil: “Nazaré e Aparecida...” nossa padroeira e, como boa mãe, nos ensina o que fazer e como viver o carisma da misericórdia em terras tão peculiares como a nossa.

Durante a celebração foram trazidas, diversos símbolos como expressão da vida e da caminhada do novo grupo de Irmãs do Nordeste e do Norte como: 1. Porções de terra de lugares significativos para as origens da Sub Província de Schweich, Sede do Generalato; de Luxemburgo, origem da Fundadora; de Valkenburg, sepultura de Madre Alphonsa; de Assis, lugar e chão de nossa Espiritualidade e das Sedes das Províncias do Sul. Essas porções de terra foram colocadas sobre o desenho do distintivo da Congregação e queria significar que o chão da qual nasce a nova Sub Província, é terreno fecundo e que dela precisamos para crescer, florir e frutificar. A terra é como útero de toda a vida, mãe bondosa que alimenta e regenera. 2. Coco brotando: símbolo da sub Província que nasce plantada no chão da Misericórdia, nutrida pelo pão da fraternidade, cultivada no vigor da missão... a semente lançada no solo germinou. 3. Tipiti: Símbolo da Formação – tarefa bem específica que se tem pela frente. 4. Trança de babaçu: convocação para tecer a união; criar laços... É a misericórdia que deve ser trabalhada e vivida.

Frei Sebastião A. Kremer, Presidente da celebração, após convidar a todas para contemplar bem o simbolismo dos objetos, fez ver que as porções de terra estavam separadas e disse: “Somos um só corpo, uma só família, uma só congregação”. Com essas palavras convocou as Irmãs a unir as porções de terra. Este gesto foi de profundo significado neste momento: a terra unida, deu estabilidade para o coco brotado, mais segurança para a nova obra que estava surgindo: a Sub Província.

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Na homilia Frei Sebastião fez uma reflexão importante para o momento celebrativo da Criação da Sub Província, contando uma “historinha”: “Era uma vez um senhor que tinha um jardim rico, um jardim com plantas preciosas, perfumosas, raras, únicas. A felicidade do senhor era contemplar esse jardim. Um dia vendo a beleza do jardim levou um susto: viu que o jardim estava desprotegido. Construiu uma cerca bem grande, mas achou pequena. Construiu outra mais alta, mais fechada, mas achou-a ainda frágil. Por fim, mandou construir um muro bem sólido em volta do jardim. Depois de alguns dias voltou para o jardim e viu que todas as plantas haviam morrido. Esqueceu que no jardim, o mais precioso era cuidar da planta”. Concluindo a “Historinha”, disse que nós, aqui, do Pará, Maranhão e Piauí, somos plantas preciosas, únicas. Estamos preocupadas com esse Jardim; construímos muros – Estatutos – mas tudo isso não serve para nada se não cuidarmos das plantas. Cada Irmã é essa plantinha...

À tarde, Irmã Cecilia Heerdt e Irmã Zenilda, fizeram o repasse da experiência do Capítulo Geral Extraordinário Celebrativo do Centenário de Morte de Madre Alphonsa. Irmã Cecilia encerrou a apresentação convidando a celebrar o passado em atitude de fé e gratidão e celebrar o presente em atitude de esperança.

No dia seguinte, dia 10, as superioras Provinciais deram continuidade à partilha do Capítulo extraordinário e todas puderam sentir a beleza da vivência do Carisma, ligado aos lugares históricos da Fundadora, da Congregação, de Assis e de Roma.

Confirmado o Conselho da Sub Província e declarado oficialmente a criação, Irmã Cecília passou a ler algumas mensagens vindas das diversas Fraternidades da Congregação. Todas muito unidas a nós neste momento importante. E para coroar, Irmã Cecília dirigiu às Irmãs, palavras de incentivo para vivermos e testemunharmos a Misericórdia e que cada Irmã contribua para a unidade e o crescimento da Sub Província. As Superioras Provinciais também tomaram a palavra e encorajaram-nos garantindo o apoio efetivo das suas Províncias.

Três anos depois, o Capítulo Sub Provincial de 2000, votou uma moção a ser encaminhada ao Capítulo Geral de 2001, solicitando a “criação da Pro -

víncia”. E aconteceu que na sessão de abertura do II Capítulo, no dia 14 de julho de 2003 a Superiora Geral Irmã Maria de Fátima Schwamberger promulgou o decreto de Fundação da Província. À luz do tema: “Fundando a Província, refundando nossa Vida, Carisma e Missão no Norte e Nordeste do Brasil, dinamizado pelo Lema: Alarga o espaço da tua tenda”, as Irmãs celebraram o Capítulo acolhendo a “Província Mãe da Misericórdia”, com vigor e esperança, pois caminhar com Maria é sentir-se amparadas e amparados, na certeza de que ela aponta sempre para nosso Mestre Jesus: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).

Com Maria, trilhamos o caminho que Deus foi nos mostrando e, passados 24 anos, enfrentando os desafios com fé e vigor missionário, no dia 12 de outubro de 2021, sob o manto sagrado da Mãe misericordiosa, Nossa Senhora Aparecida, foi realizado a abertura do ano jubilar com o tema: “Recordar e celebrar com gratidão!” e o mantra composto para aquecer o coração e motivar nossas celebrações e atividades: “Vamos celebrar, com alegria e gratidão, o ano jubilar, em tempos novos de missão”. Sim, tempos novos, nos lançam para olhar o passado e fazer memória de nossa história provincial para projetar o futuro. Foi assim que nos propomos a cada dia 12 de cada mês, rezar: a “vida, história e missão de cada Fraternidade e dos grupos dos Leigos Franciscanos da Misericórdia”.

Após um ano de preparação, chegou o grande dia: 12.10.22., às 10:00h, numa solene celebração, com a presença: das Irmãs do Governo Geral, das Províncias, das Fraternidades, das comunidades Paroquiais, dos Leigos Franciscanos da Misericórdia, amigos, benfeitores e colaboradores, todos reunidos celebramos a Santa Missa do Ano Jubilar que o Senhor nos concedeu, presidida por Dom Antônio de Assis Ribeiro – Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém. Era o momento de erguer o coração em louvor e preces por tantas maravilhas realizadas, pelas mãos, pés e coração de todas as nossas irmãs, desde o início de fundação da Província Mãe da Misericórdia, intercedendo a Nossa Senhora Aparecida, “fina flor de Israel” nossa ação de graças por todos os serviços prestados em favor de nossos irmãos e irmãs.

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Memória da chegada das Irmãs em nossas regiões

Não tem como apagar da memória a chegada das Irmãs em nossas regiões, que de barco, a cavalo, de caminhão, a pé e/ou por fim até de avião, para “fazer ressoar, a Palavra de Deus em todo lugar...”, levando e acolhendo a misericórdia de Deus. É indescritível o que faz uma “filha da misericórdia” no chão do nosso sertão ou dos nossos rincões Amazônida... Como diz a clássica canção do grupo “Raízes Caboclas”: há muita história para ser contada nos caminhos desse rio e é preciso que ouçamo-las. É preciso que valorizemos nossas raízes, que as preservemos, que as políticas públicas cheguem até os amazônidas, em cada rincão desse imenso rio que alimenta vidas. Afinal, “navegar nessa canoa é ter o mundo pra se entranhar”.

No nosso Nordeste, temos a beleza de uma região peculiar, de uma cultura herdada, num estilo a nos colonizar, tem os descendentes de portugueses, negros e indígenas, mistura que nos envolve numa essência simples e nobre, a nos representar, é uma cultura, uma “complexa teia”, com seus costumes, artes e crenças, sem falar da literatura popular, as danças, a culinária, manifestações religiosas cristãs e afro-brasileiras, que de geração em geração tem muito o que ensinar. Foi para estas regiões que as Irmãs Franciscanas de São José foram enviadas, para o “cuidado” de todos os necessitados e necessitadas de misericórdia. E para compreendermos essa grande dimensão, fomos convocadas pelo Senhor entrar na dinâmica da evangelização: primeiro nos evangelizarmos e com o coração “ardendo”, ir ao encontro dos destinatários da evangelização.

Com a força da Palavra, a Leitura Orante da Bíblia (Lectio Divina), incentivadas pelas publicações da CRB, tendo como culminância do Projeto TUA PALAVRA É VIDA, nos ajudou a “descobrir na Bíblia o espelho do que vivemos hoje” e “interpretar a vida com a ajuda da Bíblia”. Nessa compreensão, na Celebração Eucarística, dia 12.10.2022, fizemos memória da chegada das Irmãs neste chão, com a entronização da Palavra, momento forte para trazer ao coração, a Palavra de Deus gerada no seio de Maria - o verbo eterno e, ao som do mantra: “Iluminadas pela Palavra construindo novos tempos”, foi marco histórico de como a Sagrada Escritura, a evangelização foi chegando e ali, foi se formando uma Fraternidade:

Iluminadas pela Palavra construindo novos tempos, primeira frente de missão: 1. Em 1973 as Irmãs Franciscanas de São José, vieram do Sul do país e chegaram ao Norte, em Bujaru, Diocese de Abaetetuba/Pará. Iluminadas pela Palavra..., a missão continua: 2. Em 1977 as Irmãs chegaram no Nordeste, em Santa Luzia/Maranhão – Diocese de Viana. Iluminadas pela Palavra..., a missão é alargada: 3. Em 1992, as Irmãs chegaram em Brasileira, município do Piauí, diocese de Parnaíba. Iluminadas pela Palavra..., a missão avança para águas profundas: 4. Em 2013, as Irmãs chegaram em Jaguaruana, Ceará –Diocese de Limoeiro do Norte. Iluminadas pela Palavra..., apontamos para Amazônia: 5. Em 2015, as Irmãs chegaram em Manicoré, Diocese de Humaitá, no Amazonas. E mesmo, por caminhos “nunca vistos”, nos firmamos em temos novos de missão.

Jubileu é tempo de gratidão....

“Celebrar o Jubileu é rever o alicerce, voltar ao fundamento, retomá-lo com coragem”. É tempo de reencontrar a Pedra Angular: única e inabalável sobre a qual se firma o projeto do Pai e o sentido de nossa vida: Jesus Cristo. “Jubileu, é tempo de embarcar na Aventura do Espírito e deixar-se levar, dócil a seu toque, sensível aos apelos da vida, atentas à realidade num processo-caminho de conversão, sem medos ou rodeios, revestidas de audácia - coragem – Esperança” (Ir. Elza Ribeiro, 1999).

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Neste misto de alegria, queremos expressar nossa gratidão ao Deus Trino e à nossa Mãe, a Mãe Misericordiosa, nossa padroeira e a todas as pessoas que Deus colocou em nossa vida, em nosso caminho, para que pudéssemos viver este tempo, este momento tão magnífico.

Ao Deus Trino, louvor e glória pelos 25 anos de nossa Província!

Colaboração: Ir. Marytânia Ribeiro dos Santos Ir. Maria Aparecida Cosme Chaves

HOMILIA DE DOM ANTÔNIO DE ASSIS RIBEIRO – BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM, NA CELEBRAÇÃO DO JUBILEU DA PMM.

Importância da Vida Religiosa nos Carismas e na vida da Igreja

O Carisma é sempre um dom do Espírito Santo, mas delegado a nós. Todo e qualquer Carisma é dom do Espírito Santo, tem a sua fonte no próprio coração de Deus, que ama a Igreja e a fé viva. É daqui que brota uma primeira e grande responsabilidade para toda e qualquer Congregação, toda e qualquer nova Comunidade, que tem consciência de ter que servir o carisma. É necessário cuidar-se, cuidar-se.

Se hoje é o dia de ação de graças, com tantas memórias positivas, tantas graças recebidas nesses 25 anos, tantas graças recebidas através dessas diversas situações que foram colocadas aqui, é também hoje dia de retomada da responsabilidade de promoção do carisma. Todo o carisma não é estático. O carisma é um bem divino e, por ser um bem divino, é dinâmico, é alegre, tem que ser estudado, reestudado, atualizado, dinamizado, enriquecido. Eu comparo os carismas como uma experiência de rastelo, que você puxa e vai arrastando elementos da história, do terreno e assim por diante. Portanto, caríssimas Irmãs e irmãos, saibamos que a beleza de um carisma enriquece a Igreja, porque se enriquece pela história da mesma. Aquilo

que dom Bosco pensou para os salesianos, não pode ser a mesma coisa que os salesianos vivem e fazem hoje; senão nós estaríamos totalmente numa situação de infidelidade. Por ser dinâmico, nós vamos atuando ao longo dos tempos. Pense, por exemplo, como se expressa a relação entre Carisma e Missão. O Carisma se entranha na missão, de acordo com cada contexto. Só que os contextos mudam: contextos culturais, sociais, religiosos, eclesiais e assim a missão vai assumindo uma nova roupagem e atualizando o carisma em cada situação. Então fica para nós essa grande responsabilidade de repensar, de atualizar o carisma, embrenhando-nos cada vez mais na marca da Igreja e da sociedade, nos mais variados contextos. Isso não é novidade, isso já faz 60 anos, foi aquilo que o Concílio Ecumênico do Vaticano II, no Decreto Perfectae Caritatis, pediu dos religiosos: a necessidade da atualização do dinamismo, do rejuvenescimento do carisma, entre os mais variados contextos. Então essa é uma grande responsabilidade para vocês e para todos nós religiosos. Significa que o carisma tem que ser rejuvenescido, não é verdade? Sempre rejuvenescido. O que é dom de Deus não pode envelhecer. Vamos repetir: o que é dom não pode envelhecer. Depende de nós, de tirarmos as poeiras da história, as cinzas da história. Senão as cinzas da história vão apagar o fogo do carisma e assim o carisma vai cada vez mais se atualizando ao longo da história. O que se pede para que não aconteça, este envelhecimento, como um possível cansaço carismático. Se existe hoje uma dor na Igreja muito grande, entre muitas dores, é a dor do envelhecimento e do cansaço carismático. Há muitas Congregações cansadas, há muitos carismas empoeirados.

Então, caríssimas Irmãs, não nos deixemos cansar, porque o carisma, por ser dom de Deus, não pode ficar cansado, não pode ficar empoeirado. Então é necessário acompanhar a beleza da história, o dinamismo na Igreja, porque o Espírito Santo sempre a renova. Que pena ver uma Congregação cansada, não é verdade? Pessimista, não dá mais, já fizemos a nossa parte.

Vamos espantar esse cansaço, porque colocar em linha o dom de Deus que é sempre vivo, é sempre vida. Então, caríssimas Irmãs, para que esse cansaço não nos pegue e nos leve ao adoecimento interno carismático, afetivo, é necessário revitalizar-se. Cuidado para não

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Parabéns a Congregação! Parabéns a Província! Parabéns a Igreja de Cristo!

caírem nesse cansaço por causa do trabalho. Já estamos aqui cansadas porque trabalhamos muito, como disse uma irmã.

Não estamos aqui para consertar o mundo não. A Vida Religiosa não está a serviço do conserto do mundo, repito: A Vida Religiosa não está a serviço do conserto do mundo; a Vida Religiosa não está a serviço do conserto da Igreja. A Vida Religiosa está no mundo e na Igreja para testemunhar a paixão por Deus, a paixão pelo Reino de Deus.

Portanto, não nos deixemos cansar. É necessário aprofundamento carismático, aprofundamento da Palavra, é necessário cada vez mais estarmos no meio dos jovens, é necessário não nos fecharmos em nossas obras, não nos fecharmos em nossos muros, muitos porque estão envelhecendo, porque se encapsularam em suas obras, em seus muros e assim deixaram de acompanhar a Igreja, com suas novas carências, necessidades e urgências. O que é pior, trocaram a beleza do carisma por trabalho, trabalho, trabalho, educação, educação, educação, sala de aula, sala de aula, sala de aula, esqueceram os jovens, as crianças, esqueceram-se de estar no meio do povo, esqueceram-se de pescar, esqueceram-se da pastoral vocacional, esqueceram-se da pastoral juvenil. De onde virão novas vocações? Se não estamos, mas no meio dos jovens, de onde virão as novas vocações? Se deixamos de lado as famílias, de onde virão as novas vocações? Se não mais compartilhamos nossos carismas com os leigos, como e de onde virão? Então esses são os grandes recados, são grande clamores da teologia da Vida Consagrada para todas as Congregações hoje. Que Deus nos livre do cansaço carismático! Que Deus nos livre de confundir a beleza da Missão com atividades fechadas! Que Deus nos livre de trabalharmos para nós mesmos e não nos envolvermos com a beleza da Missão da Igreja, as petições e sugestões da sociedade. Não deixemos envelhecer o Carisma. Ele é dom de Deus, mas é responsabilidade de cada uma de vocês, de cada um de nós, sobretudo os leigos. Um carisma religioso, compartilhado com leigos.

Os leigos tornam-se responsáveis pelas novas vocações, responsáveis pela exposição do carisma, responsáveis pela pastoral vocacional e assim por diante. Por isso que é urgente e necessário que as congregações

compartilhem, quanto possível, a beleza e as riquezas do próprio carisma com os leigos, porque assim a coisa se expande cada vez mais. Mas se ela se fecha, nós nos envelhecemos e, depois, a tendência é a morte. Que isso jamais aconteça com as nossas Congregações, mas é uma realidade que está aí e nos alerta.

Uma segunda meditação que gostaria de partilhar é sobre a figura de Maria hoje, como ela aparece. Na verdade não aparece. Nós somos chamados hoje a nos perguntar: de que forma eu apareço, de que forma a Congregação aparece na sociedade? Como aparece na Igreja? Aparecer é tornar-se visível, aparecer é tornar-se presente, mas como eu me faço presente? Como a Congregação hoje se faz presente na Igreja? Se faz presente nas paróquias onde estamos? Se faz presente naquela Diocese? É sentida e perceptível? É vista de que forma? Então vamos ver como Maria pode nos ajudar. Maria, antes de tudo, é aquela que se apresenta diante da Palavra de Deus.

Foi bonita a entrada da Palavra que vocês prepararam, sim. Nós devemos ser movidos pela Palavra. Movidos pela Palavra, nós não vamos nos cansar. Movidos pela Palavra, nós estaremos sempre dispostas a servir a Igreja, como deve ser de fato.

Maria se apresenta também, como mulher solidária, mulher sensível, ela sai de si, ela se desinstala, vai à periferia, vai ao encontro da pobre, vai ao encontro dos empobrecidos, vai ao encontro da sua prima Izabel. Quem é Izabel? São os doentes. Quem Izabel? São os pobres de hoje. Há uma multidão de pobres, que devem ser atualizados e repensados. Quem são os novos pobres hoje que devem fazer parte da missão de vocês? São vocês que deverão repensar, não é verdade? Quem são os novos pobres aos quais pretendemos ir? Devemos atender? Devemos ser Maria! Devemos ser boas samaritanas e com os leigos, bons samaritanos!

Então nós temos Maria que se apresenta aos pobres. Maria que vai a periferia. Maria que vai à periferia existencial. Significa aquelas pessoas que não estão nas margens geográficas, mas estão próximos de nós, às vezes no centro, às vezes ricos que perderam o sentido da vida, não querem mais viver. Vivem na experiência da solidão, depressão, perderam a fé, estão desanimados, estão talvez,.... Somos chamados a repensar quem são aqueles que vivem nas periferias existenciais hoje.

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Pode ser uma chamada de atenção para a Congregação. Ei, aí estão os novos pobres, aí estão novas pessoas que deverão ser cuidadas.

Então Maria se apresenta à Palavra. Maria se apresenta no meio dos pobres. Maria se apresenta no núcleo da beleza da família. Em Caná da Galileia, lá estava Maria percebendo a necessidade daquela família, percebendo carências. Como é hoje, um carisma que não tem uma relação com a família? Todos os carismas, tem uma íntima relação com as famílias. Como é a forma da Congregação hoje, atuar no meio das famílias? Quais situações mais dramáticas da família que hoje pode ser um ambiente de serviço pastoral da Congregação?

O certo é que todos os carismas tem uma dimensão familiar, uma dimensão familiar interna e externa. Interna, porque somos chamadas a viver em clima de família, em clima de Fraternidade. Externa, significa cuidar, de fato, das famílias lá onde elas estão.

Maria é aquela mulher que aparece na rua, que acompanha Jesus, que acompanha o filho em sua missão. É aquela que, de longe respeita, reconhece, aplaude, que se alegra com seu filho Jesus. Também nós, caríssimas irmãs e irmãos religiosos, devemos estar presentes no mundo, na sociedade, percebendo outros que estão trabalhando; os leigos que estão servindo; as outras Congregações, acompanhando a beleza da vida da Igreja. Esse estar no meio da sociedade, acompanhando Jesus, testemunhando nosso carisma, é muito significativo.

Eu acho muito interessante aquela passagem do Evangelho, quando Maria, no meio da multidão, quer falar com seu filho e dizem: olha, a tua mãe e os teus irmãos, estão lá fora e querem falar contigo. Significa que Maria acompanhava seu filho, discretamente, mas com grande sentido de corresponsabilidade.

Pois é queridas Irmãs e irmãos! Todas as forças vivas na Igreja, movidas pelo Espírito Santo, estão a serviço do Reino de Deus. Se estivermos também como Maria, acompanhando Jesus, acompanhando a sociedade, fazemos a nossa parte.

E por último eu gostaria de fazer uma menção a atitude de Ester, que nós ouvimos hoje na primeira leitura, que pode também nos ajudar.

Não se basta somente trabalhar, não basta somente servir. Ė necessário sermos estratégicos. Eu fiquei pensando ontem à noite: que atitude impressionante dessa mulher! Uma mulher inteligente, uma mulher de um grande coração, vendo seu povo massacrado, mas ela não intervém com violência, ela não obriga a correr, ela se veste com nobreza, veste de rainha, ela encanta o rei e, encantando o rei, ganha seu coração.

Caríssimos irmãos e irmãs! Isto aqui me faz pensar uma coisa que nos últimos anos me faz refletir: é a dimensão profética do diálogo, a dimensão profética da estratégia para conseguirmos as coisas. Não podemos gritar simplesmente, não podemos somente condenar, não podemos reproduzir a atitude de Elias de dois mil anos atrás.

Hoje, dizia Papa Francisco: uma das grandes profecias é a profecia do diálogo, a profecia da estratégia. Como conseguir as coisas, como conseguir as coisas para o convento, para a Diocese, como conseguir as coisas na paróquia, como entrar no condomínio, como promover a pastoral vocacional?

Caríssimas Irmãs! Ester nos ensina a necessidade de cultivarmos atitudes estratégicas, para podermos conseguir o que nós queremos. E o que mais nós queremos é o Reino de Deus, e o que mais nós queremos é promover aquilo que Deus nos confiou.

Que Deus nos conceda não só a capacidade para trabalhar, a inteligência no próprio trabalho, mas uma inteligência que abra o coração capaz de servirmos da melhor maneira possível.

Que nós possamos também, pensar nas múltiplas estratégicas, para termos uma presença mais significativa na igreja e na sociedade.

Queridas Irmãs! Prá frente, com entusiasmo, certo. Se Deus concedeu a vocês a graça de celebrarem 25 anos, significa que ele ama vocês e quer que vocês estejam sempre vivas, atuando alegres, animadas na Igreja.

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Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

2. LANÇAMENTOS DOS LIVROS:

2.1. LIVRO DE IRMÃ JULITA ROLING

Éum livro que nos cativa à leitura e nos impulsiona para as descobertas de nosso modo de ser e agir. Parabéns, Ir. Julita por tão bela obra que chega às nossas mãos!

CAMINHANDO PARA O AUTOCONHECIMENTO

gue um breve relato descritivo do livro e do sonho que se tornou realidade.

EDITANDO MEU PRIMEIRO LIVRO. INTITULADO ”CAMINHANDO PARA O AUTO CONHECIMENTO”

2.1.1. PORQUE ESCREVI O LIVRO?

Foi um sonho que tive no ano de 2021.

Foi no início de 2021, quando fechou tudo devido a Covid-19; de um sábado para domingo, quando tive um “sonho” como nunca anteriormente havia tido e muito difícil de interpretar: escrever um livro sob o título de “Autoconhecimento”. Esse sonho perdurou a noite toda. Por duas vezes acordei por necessidades fisiológicas e retornava a sonhar exatamente de onde parei ao acordar.

O sonho trouxe uma mensagem explicita sobre o assunto e como eu deveria escrever. Conversando com várias pessoas todas me responderam a mesma coisa: faça.

Então, não hesitei. Aceitei o desafio e assim de imediato busquei concretizar.

A decisão de escrever sobre “Autoconhecimento” foi exatamente por ter sido e ainda é a melhor prática que já fiz na minha vida para melhorar meus resultados e conseguir tudo o que quero para mim.

Foi então que descobri que a verdadeira profissão humana é encontrar o caminho para si mesmo. Tomei consciência de que o caminho do meu autoconhecimento só traria bons frutos para minha vida.

Caminhando para o Autoconhecimento, é o Livro que Ir. Julita Roling lançou no dia 20/09/2022. O evento aconteceu no “IPE – Instituto José Berkenbrock” – Barreiros/São José, local onde atende Projetos Sociais, Terapias, Cursos e Feiras. Este local é o espaço em que Ir. Julita realiza suas atividades de atendimento de terapias.

O lançamento do livro “Caminhando para o Autoconhecimento” é fruto de uma caminhada e a concretização de “um sonho bendito” de Irmã Julita. Se -

Comecei aos poucos, observando pensamentos, lendo bons livros e mudando atitudes que deixaram de fazer sentido para mim. Quando menos percebi, estava eu imersa em novos e bons pensamentos e maravilhosos resultados, apenas por ter me entregado a mim mesmo.

No dia a dia, esse é um dos principais assuntos que busco e trabalho com muito amor e carinho com todas as pessoas que a mim chegam.

Esse relato pessoal da jornada ao autoconhecimento não é um conteúdo pesado, dolorido. Ele é leve e divertido.

Na nossa caminhada todos nós temos muito a aprender, a libertar seu corpo físico de padrões e

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marcas profundas de um passado limitante, de críticas, perseguições e rejeições. Assim, posso me libertar de condicionamentos destrutivos de inseguranças e isolamentos.

Hoje, ao olhar pelo “retrovisor da vida”, não tenho dúvidas que Deus, mais uma vez me auxiliou a tomar a decisão correta. Eis que me sinto segura, realizada e confiante pela ajuda que posso oferecer àquelas pessoas necessitadas que busquem o meu conhecimento e técnicas como Parapsicóloga, o que tem coroado de êxito o meu trabalho. A maior recompensa disso é o retorno de muitos dando testemunho de melhora e agradecimento.

Um agradecimento especial da minha parte se torna necessário à Congregação das Irmãs Franciscanas de São José, à Província PNSPS e a todas as Irmãs que contribuíram para que eu pudesse concluir esse curso.

É por meio desse conhecimento adquirido que me encontro plenamente realizada sob o ponto de vista religioso e profissional, ciente que sou um instrumento nas mãos de Deus capaz de ajustar eventuais desequilíbrios, desarmonias ou dificuldades que surgirem na vida de quem de mim precisar.

Nem sempre o que sonhamos pode se adequar ao que pretendemos na vida, porém o que temos e conseguimos é digno de incluirmos em nossos sonhos.

2.1.2. A CAPA

Quer ser – um caminho que todos precisamos percorrer até o fim. Caminhar de uma forma olhando para dentro de si e enxergar a importância da busca do autoconhecimento e da própria vida. Conhecer-se é buscar uma vida na qual você se sinta em casa, uma vida alinhada aos seus valores. É aprender a ver além dos outros e de si mesmo. Aqui trago a interpretação da capa por Prof. Carlos Martendal: “A aurora da misericórdia anunciando o sol do amor.”

2.1.3. O QUE ESCREVI NO LIVRO

CAPÍTULO I -

O CAMINHO PARA O AUTOCONHECIMENTO

CAPÍTULO II –

AUTOCONHECIMENTO DIANTE DA DOR

CAPÍTULO IIIA CURA DA CRIANÇA INTERIOR

CAPÍTULO IVUM POUCO DA MINHA HISTÓRIA

CAPÍTULO VA GRATIDÃO PODE COMEÇAR AGORA MESMO

A partir do momento em que o ser humano se conhece ele consegue identificar suas fraquezas e buscar elencar estratégias para superá-las

Para conseguir mudanças na vida não é nada fácil. O nosso eu interior é a arma mais poderosa para uma vida mais plena e feliz.

2.1.4.

O QUE ESPERO AO PUBLICAR O LIVRO?

Esse livro quer ser um instrumento guia para mudanças pessoais que nos provoca a pensar em nossos objetivos e trabalhar os desiquilíbrios.

Criar um ambiente interno com menos culpa, menos medo, menos julgamentos, com mais autoestima, respeito, amor, auto perdão e auto aceitação. Em que possamos conviver, deixando o outro ser ele mesmo. Pois só quem consegue compreender seus próprios conflitos é capaz de olhar para o outro com generosidade e misericórdia.

2.1.5.

O QUE DEIXARIA PARA CADA UMA E CADA UM HOJE?

A tarefa de descobrir o verdadeiro universo que há dentro do seu coração, usando sua força interior como combustível para vencer seus desafios, acolhendo e amando a sua história. Pois, Autoconhecimento é uma proposta é um caminho que exige disciplina e coragem. O desenvolvimento humano mostra que nossa história não tem erros e acertos, mas, sim, ações no mundo, sempre aprendendo novas lições.

2.1.6.

PORQUE ESCOLHI ESTE TÍTULO?

É a concretização de um sonho. Apenas aprofundei os Capítulos.

Porque Diante dos conflitos surgem tantas perguntas, sem quase nenhuma resposta, principalmente sobre como lidar com os sentimentos, na força que temos em trabalhar o autoconhecimento.

A Deus, minha ação de graças pela iluminação do sonho em concretizar esta obra pela VIDA.

Ir. Julita Roling - FSJ

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2.2.

MAGNÍFICA OBRA: LIVRO DAS ORAÇÕES DA MADRE ALPHONSA

Foram anos e horas dedicados na elaboração do livro: Orações da Madre Alphonsa Kuborn. Foi a partir de 2002, que nasceu a decisão de se editar este livro. A comissão editorial formada por Edinei da Rosa Cândido, Valberto Dirksen, Ada Rosa Morelli, Marli Catarina Schlindwein, Maria de Fátima Schwamberger muito trabalhou para elaborar esta obra que guarda a força de uma tradição que revigora e rejuvenesce o espírito religioso, pelo qual se pode sentir a alma da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José. Também contamos com a valiosa contribuição na digitação e diagramação, do funcionário Gabriel Bourg do CEMJ (Centro Educacional Menino Jesus). A todos (as) que tanto se esmeraram na conclusão desta valiosa obra a nossa gratidão! Portanto, dia 27 de outubro de 2022 os 500 livros com 244 páginas ficaram prontos, impressos e estarão ao alcance das Irmãs e de tantas outras pessoas que assim o desejarem.

3. FORMAÇÃO

3.1. FORMANDAS PARTILHANDO

DNJ – DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 2022 DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS/PR

Hoje para nós o domingo foi diferente. Com alegria e entusiasmo acordamos às cinco horas da manhã e mesmo com frio a animação era grande. A viagem para a cidade de Piên/PR iniciou as seis e vinte, um ônibus levou os jovens de nossa paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Bom Jesus. No cami-

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nho, grandes expectativas e assim prosseguimos e fizemos boa viagem.

Ao chegarmos à cidade, fomos recepcionados pelos jovens da organização do DNJ que nos indicaram o caminho para chegar à igreja Nossa Senhora das Graças e participar da missa presida por Dom Celso Antônio Marchiori. Após a missa, não foi possível realizar a caminhada, por causa da chuva que nos acompanhou o dia todo. Seguimos de carro até ao centro de eventos e danças e animação aconteceram até a hora do almoço. À tarde teve teatro, reflexão do tema “Jovem: não tenhas medo” com o diácono Léo Dias. Em seguida adoração e show.

Dia marcado pelo encontro de irmãos e irmãs, de alegria, oração, reflexão, frio e chuva, mas nada não tirou o objetivo de celebrar o dia Nacional da Juventude em nossa diocese.

cia Cristo Redentor em Coronel Vivida/Pr. Partilhamos um saboroso café, e logo após iniciamos com uma reflexão com a leitura do texto “O Lobo de Gubbio e o nosso tempo”. Este texto quer fazer uma releitura do clima tenso de Gubbio no século 13 aplicando - se ao nosso tempo. Depois de um longo período de Pandemia voltou a alegria do reencontro com a grande celebração Eucarística.

3.2. RETIRO COM OS LEIGOS FRANCISCANOS DA MISERICÓRDIA (LFM) DE CORONEL VIVIDA/ PR

Iniciamos às 8h30min do dia 16/10/2022 com a Celebração da Santa Missa na paróquia São Roque, junto com a comunidade. Logo após nos dirigimos à Fraternidade São Francisco, a qual pertence à Provín-

Contamos com a presença da Assessora Irmã Rosa Ada Morelli, que nos levou a refletir sobre os desafios enfrentados durante o tempo da pandemia, e as mudanças que ficaram pós-pandemia, nos deixando uma mensagem de otimismo e esperança. Foi um dia muito abençoado, pois o clima colaborou para que à tarde permanecêssemos no ambiente externo em contato com a natureza. Tivemos a graça de compartilhar o almoço com Padre Judinei José Vanzeto (Pároco) e Padre Jocemar Malinosli (vigário paroquial). O almoço foi feito por quatro voluntárias.

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“Não tenhas medo, pois eu estou aqui é o teu Senhor que diz quero guiar os passos teus... forças te darei”.
Caroline Feio da Silva – Postulante Debora Premebida - Aspirante

Encerramos às 16h. Com cantos de Santa Clara e São Francisco e orações.

Foi um dia de graça.

Leigos: Celso e Luiza, Armindo e Ivone, Edson e Ivani, Sonia e Valdecir.

4. NOTÍCIAS

03/08 - VIAGEM DA SUPERIORA GERAL E IRMÃS PARA ANGOLA

Iniciaram a viagem às 18:15h no aeroporto Internacional de Guarulhos para Angola as Irmãs: Amarilda Rossatto - Superiora Geral, Ir. Adelina Doerner, Ir. Benilde Luzia Candembo Julio Solino e Ir. Marlene

Matias Gomes. A Superiora Geral foi à Missão Franciscana São José para realizar a assembleia e fazer visita canônica às Fraternidades. Ir. Adelina, entusiasmada retornou depois das férias e Ir. Benilde e Ir. Marlene depois de uma bela experiência em diversas fraternidades aqui no Brasil retornam às suas terras.

27/08 - INGRESSO AO NOVICIADO EM ANGOLA

Neste dia fomos agraciadas com o ingresso das jovens postulantes: Fátima Ngueve Sabonete, Gracieth Moraes Munhamo e Marcelina Famoroso João ao noviciado Santa Clara na Missão Franciscana São José em Calomboloca - Angola.

A Celebração ocorreu às 11hs na Capela da Fraternidade Santa Terezinha em Calomboloca. De manhã participamos da Celebração Eucarística na aldeia

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Fraternidade São Francisco: Irmãs Iris Maria Ferrazza e Clara Zimmermann

de Cabamgo na Comunidade São Felipe, presidida pelo Padre Odilon Missionário de Nossa Senhora de Guadalupe.

Agradecemos à Deus pela disposição destas jovens que abraçam com alegria e entusiasmo nosso estilo e nosso carisma - a Misericórdia.

17/09 - INGRESSO AO POSTULANTADO EM ANGOLA

O ingresso aconteceu na Fraternidade Irmã Martha, no Bairro Azul - Luanda/Angola.

Neste dia em que celebramos os Estigmas de São Francisco de Assis a Congregação na Missão em Angola acolhe 05 jovens: Ana T. Jacinto Kwanza, Helena José P. Candeia, Odeth F. Ituamba e Rosália N. Ke -

songo, que deram seu Sim para dar continuidade ao processo formativo como Irmãs Franciscanas de São José. Ir. Berenice foi nomeada mestra das Postulantes.

Rogamos a proteção de nosso patrono São José, de nossa Fundadora Madre Alphonsa e do Imaculado Coração de Maria que as ilumine e fortaleça no Seguimento a Jesus Cristo.

18/10 - ANIVERSÁRIO DA SUPERIORA GERAL NA SEDE GERAL

Com muita alegria e gratidão foi celebrado na Sede Geral o aniversário de Ir. Amarilda Rossatto - Superiora Geral da Congregação. De manhã, estavam presentes Ir. Maria de Fátima Schwamberger, Ir. Marli Catarina Schlindwein, Ir. Zenilda Luzia Petry, que vieram também para uma reunião da subcomissão da Reorganização da Estrutura da Congregação; Ir. Berenice Silva Lima, a leiga Leda para juntas louvar a Deus com grande alegria. Depois da oração teve o café e homenagens. Seguiu-se o dia normalmente e à tarde às 15:30h as Irmãs das Fraternidades próxi-

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mas começaram a chegar à Sede Geral para juntos participarem do café da tarde em homenagem à Ir. Amarilda. O ambiente da casa estava muito bem ornamentado, graças às mãos mágicas de Ir. Fátima que colheu muitas flores do jardim da casa e assim criou muitos vasos lindíssimos. Neste alegre ambiente aconteceu a fraternidade, a alegria entre as Irmãs em poder comemorar este dia tão importante para toda a Congregação em profunda gratidão pelo dom da vida de Ir. Amarilda.

IRMÃS DAS MISSÕES:

a) Honduras

Irmã Aracely Ramirez Vasquez da Fundação Missionária São Francisco de Assis se dispôs para uma experiência missionária na Fraternidade Madre Alphonsa Kuborn de Humaitá da PMM, no Amazonas.

Visita da Superiora Geral às Irmãs de Honduras de 24/11 à 14 de dezembro.

b) Angola

Irmã Rosa Ada Morelli da PCR acolheu o convite para colaborar na Missão Franciscana de São José em Angola;

c) Férias das Irmãs da MFSJ

Neste segundo semestre, com a graça de Deus, vieram para um saudável descanso e visitas a familiares as Irmãs: Berenice, que inclusive já retornou no dia 21 de novembro; Rosenildes e Débora retornam no dia 16 de dezembro; Voneide virá no dia 03 de dezembro e Ezeni 30 de dezembro.

04/11 - INFORMAÇÕES SOBRE A REORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DA CONGREGAÇÃO

A reunião da reorganização estrutural da Congregação aconteceu de forma híbrida. Estavam presentes na Sede Geral: Ir. Amarilda, Ir. Ana Gloria, Ir. Julita Momm, Ir. Ivanete de Fátima Rimoldi e Ir. Zenilda Luzia Petry. As demais: Ir. Marli Catarina Schlindwein, Ir. Joice Voss Effting, Ir. Inês Pereira, Ir. Maria Aparecida Cosme Chaves e Ir. Zulmira Aparecida Mendonça Martins, Frei Ademir Andrade, assessor, participaram online. A reunião trouxe em pauta a aprovação do texto: Conversas pelo caminho que será impresso em forma de livreto. A partir de março de 2023 será encaminhado às Fraternidades para oração e estudo a fim de recordar a caminhada e estrutura da Congregação até os dias de hoje; outra atividade é trazer uma nova proposta de reorganização. Ao meio-dia a reunião foi encerrada.

07 A 11/11 - BAZAR MISSIONÁRIO EM PROL DAS MISSÕES NO CEMJ

O bazar aconteceu no CEMJ em FlorianópolisSC. Foi uma semana de muito empenho e dedicação com resultados muito positivos. O grupo formado por Ir. Hilma Rech, Ir. Ada Rosa Morelli, Ir. Inês Pereira, Ir. Clara Zimmermann, Ir. Rosa da Veiga, Ir. Mariane da Silva Andrade, Ir. Maria Ivanercid dos Santos, Ir. Teobaldina Clasen e leigas colaboraram para que este evento resultasse de maneira tão gratificante para as missões. O resultado líquido foi de R$ 30.067,00 (trinta mil e sessenta e sete reais).

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Gratidão por todas as Irmãs que colaboraram e pelas mãos habilidosas das senhoras benfeitoras. Deus recompense a todos pelo bem realizado neste bazar.

PRINCIPAIS DATAS DE ATIVIDADES PARA O PRÓXIMO ANO 2023 - VEJA!

26/12/22 à 31/01/23

Preparação aos Votos Perpétuos – Irmã Maria Edna Alves Castro da PMM – Local: Noviciado e Rondinha.

Capítulo Provincial Ordinário de PNSPS em Angelina SC 15-19/01/23

05-11/01/23

Capítulo Provincial Ordinário da PCR na Rondinha Campo Largo/PR 22-27/01/23

Retiro anual - PNSPS – Frei José Antônio Duarte 26-31/01/23 Retiro anual – PCR – Pe. Carlo Battistoni 09-20/01/23

Curso-Especialização para Formadores na Faculdade FASBAM dos Padres Basilianos em Curitiba – Irmã Maria Antônia da Conceição Ribeiro da PMM. 02/02/23

Ingresso ao noviciado em Piraquara/PR/Brasil 18-21/02/23 Reflexão Franciscana – Leitura dos textos fontes – Rondinha Campo Largo/PR 27/02/23

Reunião do Governo Geral 01-03/03/23

Encontro dos governos Gerais UISG/SUL em nossa casa de Encontros na Rondinha/Campo Largo/PR

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5. FALECIMENTOS

IR. ALMA HOL

 30/03/1936

 23/08/22

No dia 23 de agosto o Senhor chamou para si, aos 86 anos de idade, Irmã Maria Alma (Maria Johanna Hol) da Fraternidade São José em Valkenburg/Holanda; Somos agradecidas a Deus pela vida de doação e serviço de Ir. Maria Alma dedicada à Igreja e à nossa Congregação. Que o Senhor a recompense e a receba em seus braços de Pai.

Pensamentos da própria Irmã Maria Alma.

“Eu nasci no dia 30 de março de 1936 e entrei na Congregação no dia 16 de julho de 1955.

Eu não escolhi o Senhor, o Senhor me escolheu.

Com esta poesia quero depositar minha gratidão. Gratidão, por pertencer a esta Congregação, na qual pude viver, lutar e vencer, e ser feliz durante 67 anos.”

“Esta é minha alegria, grande demais para palavras, que encontra uma saída na oração sem palavras, uma fonte de gratidão.

Este é um silêncio, que ninguém pode perturbar e uma fé, que nenhuma pessoa pode me tirar, a certeza, de que te pertenço, que nada do mundo pode me desviar de ti.

Este é um porto onde posso ancorar, um lugar de refúgio para onde fujo das tempestades.

Uma luz sempre acesa. Uma estrela que brilha na noite escura. Pois tu estás em todas as encruzilhadas da minha vida. Tu conheces minhas necessidades antes que eu te diga.

Eu sei que anjos me cercam e venho a teu encontro, Senhor, a cada dia.”

IR. CÂNDIA DUARTE MOREIRA

 13/09/1920

 30/08/22

Irmã Cândida nasceu no dia 13 de setembro de 1920, no distrito de Painel, na época, Município de Lages – SC. No berço familiar cultivou a fé Cristã, e desde nova, sentia um desejo de entregar sua vida a Deus, colocando-se a serviço.

Fez sua Primeira Profissão no dia 06/01/1943 e sua entrega definitiva pelos Votos Perpétuos em 02/02/1949. A simplicidade, generosidade, serenidade e o espírito orante, foram as marcas de sua vida e presença. Seu nome, como dos irmãos. Rezava muito e pedia que o Espírito Santo a iluminasse e mostrasse a vocação certa. Religiosa, Ir. Cândida, bem expressa o seu jeito cândido e discreto de ser. Eis um belo testemunho de vida deixado!

Realizou muitos trabalhos em prol do Reino. Grande parte de sua vida, dedicou-se com carinho e amor na área de saúde em várias de nossas unidades hospitalares. Sempre foi muito dedicada nos serviços internos das Fraternidades e da Evangelização nas comunidades por onde passou. Grande amor à oração, dedicada à leitura e aos trabalhos manuais em prol das missões. Até nos últimos anos ainda ajudava como podia. Há alguns anos se encontrava em tratamento na Fraternidade Bom Jesus, em Ituporanga. No ano de 2018 celebrou o Jubileu de 75 anos de Vida Consagrada. Em 2020, celebramos com muita alegria fraterna e gratidão o seu centenário. Neste ano, dia 13 de setembro completaria 102 anos de existência. Agora, no céu, ela contempla eternamente face a face o Senhor da sua vida e Consagração. As irmãs da Congregação agradecem e louvam ao Senhor por tê-la como Irmã amável e querida em seu meio.

Descanse em Paz, Ir. Cândida!

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Mensagem de Natal

Oração diante do presépio

Menino das palhas, Menino Jesus, Menino de Maria, aqui estou diante de ti. Tu vieste de mansinho, na calada da noite, no silêncio das coisas que não fazem ruído.

Tu é o Menino amável e santíssimo, deitado nas palhas porque não havia lugar para ti nas casas dos homens tão ocupados e tão cheios de si.

Dá a meus lábios a doçura do mel e à minha voz o brilho do cantar da cotovia, para dizer que vieste encher de sentido os dias de minha vida.

Não estou mais só: tu és o nosso companheiro de minha vida. Tu choras as minhas lágrimas e tu te alegras com minhas alegrias porque tu és meu irmão. Tu vieste te instalar feito um posseiro dentro de mim e não quero que teu lugar seja ocupado pelo egoísmo que me mata e me aniquila, pelo orgulho que sobe à cabeça, pelo desespero.

Sei, Menino de Maria, que a partir de agora, não há mais razão para desesperar porque Deus grande, belo, Deus magnífico e altíssimo se tornou meu irmão.

Santa Maria, Mãe do Senhor e Palácio de Deus, tu estás perto do Menino que envolves em paninhos quentes. José, bom José, carpinteiro de mãos duras, e guarda de meu Menino das Palhas, protege esse Deus que se tornou mendigo de nosso amor.

Menino Jesus, Hoje é festa de claridade e dia de luz. Tu nasceste para os homens na terra de Belém.

Fio d´Água - Expediente da Congregação das Irmãs Franciscanas de São JoséResponsáveis: Governo Geral, Diagramação, Edição, Fotos e Impressão - Secretaria da Sede Geral - Equipe Fio d´Água e AD9 Comunicação - Curitiba - PR

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