Revista Soluções - Edição 9

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vidual, as pequenas empresas têm um poder extraordinário de influenciar seus fornecedores. O próprio Sebrae aponta, afinal os pequenos negócios são 99% dos empreendimentos formais hoje no Brasil. Em seu processo, o micro e pequeno deve também repensar, reduzir, reciclar e reutilizar seus recursos. Devem ter um planejamento responsável do dinheiro e do crédito e investir equilibradamente no chamado tripé da sustentabilidade: o econômico, o social e o ambiental. O verdadeiro paradigma, portanto, é humanizar a relação entre o consumidor e a empresa. A sobrevivência das empresas estará cada vez mais ligada à sua capacidade de criar vínculos permanentes de identidade com os consumidores e a responsabilidade social terá um lugar central na realização desse potencial de construção. A semente plantada pela empresa contém dentro dela os valores e princípios de conduta que irão balizar todas as suas relações. Revista Soluções - A mídia brasileira reforça diariamente o consumismo, com suas novelas e publicidades. O Brasil precisa passar por uma grande mudança cultural para incorporar novos valores ao modo de vida da população? Helio Mattar - Estamos em transição do “Consumismo para a Sustentabilidade”, citando o subtítulo do relatório Estado do Mundo - 2010, do qual o Akatu participou da tradução e lançamento em português aqui no Brasil. Existem também contradições que vamos enfrentar. Se por um lado a mídia reforça o consumismo, por outro lado tem um papel importantíssimo na disseminação dos valores ambientais e de justiça social. E, logicamente, do consumo consciente. Se não fosse a mídia brasileira e mundial, em que nível estaria a discussão sobre o aquecimento global? Certamente, a maioria da população nunca nem teria ouvido falar. Ou mesmo a lista ‘suja’ do Ministério do Trabalho, com as empresas que mantêm trabalhadores em condição análoga a de escravos. Para citar um êxito recente: o Projeto Ficha Limpa. Você acha que a lei teria sido aprovada se não fosse votação aberta, pressão popular e a mídia acompanhando? Pesquisa do Instituto Ethos e do Jornal Valor Econômico realizada no Brasil no ano 2000 revelou que 57% dos consumidores tomavam por base a responsabilidade social para atribuir a uma empresa a característica

Como gerenciar os problemas de Segurança da Informação da sua empresa? Como monitorar

a Infraestrutura de Segurança da Informação? Como garantir Segurança com Virtualização de Servidores? Como as Comunicações Unificadas estão sendo aplicadas nas empresas? Encontre as respostas para essas e outras perguntas na biblioteca de web palestras sobre Infraestrutura e Segurança da Informação da ISH.

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Helio Mattar de ‘boa’ ou ‘ruim’, com destaque para o tratamento dispensado aos funcionários e à ética nos negócios. Para 35% dos entrevistados, as empresas devem melhorar a sociedade. Outros 31% recompensam as empresas (compram os produtos e recomendam a empresa a seus conhecidos) ou as punem (não compram os produtos e não recomendam a empresa) de acordo com suas ações de responsabilidade social. São basicamente duas as razões para essa mudança de paradigmas. Em primeiro lugar, ONGs e a mídia apontaram claramente, por anos, que as empresas eram as responsáveis pela degradação ambiental. Em segundo lugar, registrou-se grande aumento do poder das empresas nos últimos anos. Em 2000, o faturamento bruto das cinco maiores empresas norte-americanas foi 60% superior ao PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, nona economia mundial, e as dez maiores corporações mundiais faturaram 40% a mais que o PIB de todos os países da América Latina. Revista Soluções - Como consumidores e pequenos negócios podem reconhecer empresas que praticam o consumo responsável? Helio Mattar - Penso que o primeiro critério é a informação. Clareza e transparência da empresa são fatores de adesão do consumidor. Para decidir, ele precisa de informações sobre a cadeia de produção do produto ou serviço. Hoje não basta mais preço, data de validade e os selos oficiais, como os do Ministério da Agricultura ou do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). São importantíssimos e absolutamente imprescindíveis, mas não bastam. Se o produto traz infor-

mações auditadas já na embalagem, esse é um dado a ser perseguido e pressionado pelo consumidor. Precisamos saber de onde vem a matéria- prima, quais as relações de trabalho na produção - as leis trabalhistas são respeitadas? Empregadas grávidas têm licença-maternidade? Não há trabalho escravo nem infantil? Precisamos saber se os recursos têm origem legal (madeira, minérios)? Foram certificados? Qual a emissão de carbono? E o consumo de água e energia? O consumidor tem de se informar e pressionar para que essas informações estejam cada vez mais acessíveis. Hoje, temos os sites das empresas, os selos governamentais e os independentes, os relatórios de sustentabilidade e as notícias na mídia em geral e na internet. As redes sociais são hoje poderosas aliadas do consumidor na hora de avaliar empresas. Não adianta a publicidade da empresa desenhar um “mundo verde” se, no YouTube, está “bombando” um vídeo de um consumidor ou da mídia mostrando o contrário. Notícias sobre empresas ou sobre produtos rapidamente se espalham na rede mundial, e esse efeito viral volta para a empresa - para o bem e para o mal. Reações de repúdio aos atos empresariais considerados negativos levam a impacto também negativo sobre as vendas e sobre o valor das empresas no mercado de ações, como comprovam episódios recentes envolvendo grandes companhias.

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Para saber mais, acesse o site do Instituto Akatu, no www.akatu.org.br,

a Pesquisa Estado do Mundo, no www.worldwatch.org.br, e a Uniethos, no www.uniethos.org.br.

Quem é a ISH

Fundada em 1996, a ISH ajuda as empresas e as instituições governamentais a tornar a inovação uma realidade ao disponibilizar e proteger informações 24x7 no ambiente conectado que vivemos. Planejar a inovação não é o suficiente, é preciso uma fundação robusta. 8

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