Revista Soluções - Edição 22-2

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Categoria

Empreendedorismo Ambiental

Projeto

Projeto

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O caminho para destinação de resíduos no smartphone

A tevê da sala quebrou, e o conserto fica mais caro do que comprar um aparelho novo. E agora, qual a melhor destinação para o eletrônico estragado? Pode colocar no lixo comum? Existe alguém que recebe esse tipo de material? O dilema cada vez mais cotidiano levou o administrador de empresas Bernardo Soares, 34 anos, a idealizar um aplicativo de celular que aponte os locais mais próximos para descarte de todo tipo de resíduo sólido. A ideia surgiu a partir de uma leitura feita em um curso de pós-graduação em projetos sustentáveis. “O autor queria descartar um lixo eletrônico, pesquisou, mas não encontrou nada. Eu também já passei por isso. Então, pensei em desenvolver algo que facilitasse a vida das pessoas”, conta.

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Região com grande força agrícola, o noroeste do Paraná tem registrado um expressivo crescimento imobiliário, nas últimas dé-

Por enquanto, a “Criação de aplicativo para dispositivos móveis para o descarte correto de resíduos sólidos em Curitiba” é um projeto no plano das ideias. Para viabilizá-lo, Soa-

dicar os postos de entrega mais próximos

res, que trabalha na Assessoria de Responsabilidade Social da Itaipu Binacional, busca parcerias com o poder público municipal e com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI). “O prêmio trouxe essa visibilidade para buscar parceiros. A intenção é conseguirmos algo ainda no primeiro semestre”, planeja.

reutilização.

Soares recorda que já existem aplicativos parecidos, mas com foco em recicláveis. “Quero algo mais amplo, para todo tipo de resíduo. Pela legislação, as pessoas deveriam saber o que fazer com o material, o fabricante deveria recolher, mas isso não acontece.” O aplicativo, reforça ele, vai in-

Construção que nasce das cinzas

da localização dos usuários, além de trazer informações sobre o material que se pretende descartar, caso haja possibilidade de

As práticas de sustentabilidade, além de inovadoras, têm que ser assimiladas pela sociedade e ser aplicáveis à realidade

cadas. Se, em uma análise superficial, unir agroindústria e construção civil já parece uma ótima ideia, melhor ainda é viabilizar essa parceria com foco na sustentabilidade. Isso é o que pretende o projeto “Concreto autoadensável com cinza do bagaço da cana de açúcar em substituição parcial à areia”, desenvolvido na Universidade Estadual de Maringá (UEM) pelos mestrandos e engenheiros civis Marisa Fujiko Nagano e Hugo Sefrian Peinado, sob orientação do professor Romel Dias Vanderlei. “Esse trabalho é resultado das pesquisas do grupo de desenvolvimento e análise do concreto estrutural da UEM. O reconhecimento é uma forma de mostrar o trabalho do departamento de Engenharia Civil, frente

Para tirar o aplicativo do papel, o adminis-

à essa necessidade de iniciativas sustentá-

trador – que está aprofundando o projeto

veis em uma região com foco agroindustrial

em uma pesquisa de mestrado em Governança e Sustentabilidade na FGV de Curi-

grande, como Paraná e São Paulo”, comemora Peinado.

tiba – pretende usar dados da prefeitura.

Com muitas usinas de açúcar e álcool na

“Eles devem ter um cadastro desses locais.

região, o resíduo que sobra da queima da

cana, para cogeração de energia, é um problema ambiental que preocupa. “Nosso foco era desenvolver um concreto que utilize a cinza do bagaço da cana para fins construtivos, com alto valor agregado”, detalha o engenheiro. Depois de muitos cálculos e pesquisas, o grupo comprovou que é possível substituir parcialmente a areia por cinza no concreto, sem alterações na resistência e no comportamento do produto final. “Isso possibilita o aproveitamento de um resíduo industrial que seria descartado.” Embora ainda sejam necessárias regulamentações e especificações técnicas para a aplicação dos resultados na indústria da construção civil, o sucesso da pesquisa é comprovado pelo reconhecimento em premiações da área. Além do Prêmio Ozires Silva, o projeto foi agraciado com o 1° Lugar no 5° Prêmio Nacional de Projetos Inovadores Caixa com aplicabilidade na Indústria Metalúrgica, Mecânica, Eletrônica, Materiais Elétricos e Construção Civil, em 2013, e recebeu menção de melhor trabalho apresentado no 56° Congresso Brasileiro do Concreto do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), no ano passado.

Penso em fazer um piloto em Curitiba e, depois, estender para outras prefeituras.” Já a parte de programação, deve ficar a cargo de um profissional da área. “Existem ferramentas acessíveis para montar aplicativos, mas não tive muito contato.”

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