MESTRES DA GRAVURA

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Mestres da Gravura Coleção Fundação b i b l i o t e c a n a c i o n a l


Mestres da Gravura Coleção Fundação b i b l i o t e c a n a c i o n a l

realização

Biblioteca Nacional

apoio

projeto

patrocínio


Mestres da Gravura Coleção Fundação b i b l i o t e c a n a c i o n a l curadoria

Centro Cultural Correios, 28 de julho a 18 de setembro de 2011

Fernanda Terra


D

e volta ao século xv e viajando até 1830, faremos um belo

passeio, por mais de 400 anos, ao lado dos Mestres da

Gravura, como Dürer, na Alemanha; Rembrandt, na Holanda;

Piranesi, na Itália; Callot, na França; Hogarth, na Inglaterra; Goya, na

P

reservar e permitir o acesso aos registros da cultura brasileira é

missão da Fundação Biblioteca Nacional, detentora de uma das mais ricas coleções da América Latina, atualmente composta

por mais de nove milhões de peças, entre as quais livros, manuscritos,

Espanha... entre outros artistas europeus, internacionalmente famosos.

mapas, gravuras e partituras.

o olhar contemplativo e extasiado de geração a geração.

lhe impõe, sem dar as costas para o seu passado. É importante

popularizaram, hoje, paradoxalmente, são suas extraordinárias

os mares para driblar a invasão napoleônica, trazendo na bagagem

mundial de todos os tempos. Telas valiosas são mais frequentemente

preservação da memória cultural brasileira, bem como por parcela da

Um passado de arte, esculpido em madeira e metal, e eternizado para Se nas épocas vividas por esses artistas as gravuras os

Hoje, a instituição bicentenária enfrenta os desafios que o futuro

recordar que, graças à estratégia da Coroa Portuguesa em enfrentar

pinturas que os distinguem entre os grandes nomes da história da arte

sua Real Biblioteca, a Biblioteca Nacional se tornou responsável pela

expostas, enquanto as exposições de gravuras acontecem com certa

memória portuguesa.

como a coleção de 30 mil obras que a Biblioteca Nacional do Rio de

ora apresentada ao público compõe um conjunto precioso, grande

raridade, embora grandiosos e riquissímos sejam os seus acervos,

A cuidadosa seleção de gravuras do acervo da Biblioteca Nacional

Janeiro abriga.

parte oriunda da Real Biblioteca portuguesa. A partir desses

ação criativa dos Mestres da Gravura pode ser adjetivada com toda

diversos artistas, bem como as técnicas por eles empregadas.

dramaticidade, a sátira, a polêmica, seja pelo detalhismo, o burlesco,

Fundação Biblioteca Nacional e o Centro Cultural dos Correios,

que os gravadores desse ciclo marcaram seus méritos em importantes

esse valioso acervo.

Conjugando o verbo gravar em todos seus tempos e modos, a

documentos, será possível apreciar a arte da gravura e conhecer

a sinonímia expressiva do belo, seja pela temática, a originalidade, a

Em suma, a exposição Mestres da Gravura, uma parceria entre a

o obsceno, o obscuro... Clássicos, renascentistas, neoclássicos, o fato é

constitui-se numa oportunidade ímpar de dar ao público acesso a

obras. Marcas de um passado indelével a ser disseminado no presente

e no futuro. Sempre!

E os Correios, permanentemente comprometidos com a

propagação da cultura, também se sensibilizam com essa relação de perenidade e de conhecimento dessa arte. Assim, imprimem a

sua marca como patrocinadores da exposição, abrindo o seu Centro

Cultural para receber esses mestres ilustres e suas obras-primas. Ao

público, fazem um convite especial para que se percorram mais de quatro séculos da história e evolução da gravura. Um passeio de

absoluto encantamento!

Muito bem-vindos a esse pretérito perfeito, pelo seu indestrutível

vínculo com o futuro e pelo tempo presente que se conjuga aqui e

agora.

centro cultural correios

fundação biblioteca nacional


Sumário Mestres da gravura

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As técnicas de gravura

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Fernanda Terra

Coleção Italiana

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Coleção Alemã

30

Coleção Holandesa

40

Coleção Flamenga

54

Coleção Francesa

60

Coleção Inglesa

68

Coleção Espanhola

76

Coleção Portuguesa

82

Referências bibliográficas

86

Obras expostas

87

M

A arte da gravura

estres da Gravura, homenagem aos 200 anos da Fundação Biblioteca Nacional (fbn), reúne 170 obras representativas da história da gravura europeia. Esse conjunto, cuja origem remonta à Real Biblioteca, trazida por ocasião da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, integra o mais importante acervo de gravuras do país: a Coleção de Gravuras Avulsas da fbn, constituída por 30 mil itens. Trata-se, pois, de rara oportunidade de apreciar parte significativa desse valioso patrimônio cultural brasileiro. Encontram-se na mostra tanto xilogravuras quanto exemplares de diversas técnicas de gravação em metal surgidas do Renascimento (século xv) ao Iluminismo (século xviii). São criações de 81 gravadores que traduzem, com sensibilidade e destreza de gestos, não só a construção do pensamento religioso e filosófico, como também ideias, ações, descobertas e costumes promovidos pela cultura europeia durante esses quatro séculos. As gravuras foram dispostas em núcleos regionais de produção, formados pelas coleções italiana, alemã, holandesa, flamenga, francesa, inglesa, espanhola e portuguesa, e por ordem cronológica de nascimento dos gravadores. Há nesses núcleos gravuras originais e gravuras de reprodução ou interpretação. Entre as gravuras originais, destacam-se autores como Piranese, Dürer, Rembrandt, Callot, Goya e Hogarth, cujas linguagens poéticas se caracterizam por seu ineditismo, sua inventividade e sua força expressiva. Por sua vez, as gravuras de reprodução ou interpretação, realizadas por grandes gravadores com amplo domínio técnico, apresentam obras-primas da pintura, da escultura e do desenho, tendo constituído, durante muito tempo, uma das mais importantes formas de difusão da arte e de divulgação dos artistas

Para o homem da Idade Média, é Deus que semeia a vis creativa. D’Ele provém a beleza da criação, testemunho de sua grandeza e de sua sabedoria infinita, pela qual o Belo se aproxima da Verdade. O tema religioso marca a construção do fazer artístico. Já ao longo do Quattrocento, o Belo e a natureza se fundem num só ideal. Temas documentais e mitológicos surgem no universo das gravuras, inspirados pelo humanismo crescente que afirma a dignidade do homem e o torna um investigador da natureza, numa revalorização dos ideais clássicos gregos e romanos. O homem como centro do universo, autônomo, livre, criativo, se faz representar em proporções perfeitas e está inserido num espaço ilusório tridimensional da perspectiva linear. No século xvi, o pensamento renascentista se difunde pela Europa, ao mesmo tempo que a Reforma abala o equilíbrio político e a unidade cultural e artística recém-conquistados no continente. As gravuras, sob inspiração protestante, se voltam para a natureza e personagens profanos. A iconoclastia toma o cenário da arte. Com o declínio da influência católica, elevam-se o pessimismo, a insegurança e o alheamento característicos do Maneirismo. A noção de espaço é alterada e a perspectiva se fragmenta em múltiplos pontos de vista. As proporções da figura humana se distorcem numa linguagem visual mais dinâmica, que se mostra dramática e sofisticada, refletindo os dilemas de fim do século. No século seguinte, a Contrarreforma abre caminho para o adensamento expressivo do Barroco, com a sensualidade das formas curvas e espiraladas, a monumentalidade cenográfica e a exaltação do movimento. Ao excesso do Barroco o Neoclassicismo responde, em meados do século xviii, com uma arte mais serena, equilibrada e sombria, que retoma o interesse pela Antiguidade clássica, valendo-se das escavações arqueológicas e das bases científicas, sistemáticas e racionais em que se inspira.


A arte de gravar

As técnicas de gravura*

Gravar é dar vida às linhas do tempo. Das tramas delicadas do desenho sobre uma superfície bordaram-se com linhas incisivas, ao longo da história, algumas das mais sutis e notáveis obras de arte. No Ocidente, a prática da gravura em papel se inicia no final do século xiv, com as primeiras xilogravuras usadas para reproduzir imagens de santos e cartas de baralho. Seu desenvolvimento é consequência do conhecimento da técnica de fabricação do papel, descoberta pelos chineses em 105 a.c., e que chega à Península Ibérica em meados do século xii. Apenas no século xv, no entanto, a prática da gravura em papel se desenvolve na Itália e, logo depois, nos demais países europeus, como expressão artística e meio de divulgação e democratização do conhecimento, substituindo o manuscrito e as iluminuras. As primeiras impressões a partir da matriz de madeira são chamadas de xilogravuras (gravura em relevo). Já o emprego de matrizes em metal, antes restrito à ourivesaria, possibilitou o surgimento da gravura em talho-doce (taille-douce ou intaglio), nome empregado em referência à gravura a buril. As matrizes são preferencialmente feitas de chapas de cobre, em que o entalho produzido é entintado, permitindo maior aprimoramento e refinamento das impressões. A arte da gravura em metal é conhecida como calcografia. Até o século xviii, eram cinco os principais procedimentos da gravura em metal: a buril, à ponta-seca e à água-forte, herdados dos ourives e armeiros medievais; à água-tinta e à maneira-negra, procedimentos inventados para a construção de matrizes reticuladas por processos manuais e mecânicos. Somam-se a esses procedimentos, de meados para o fim do século xviii, as técnicas à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado.

A xilogravura

A ponta-seca é empunhada como um lápis e não exige conhecimentos de oficio tão elaborados quanto os do buril, sendo o tom da linha dado pela pressão produzida ao desenhar e pela quantidade de rebarbas produzidas nesses deslocamentos. As rebarbas seguram tinta, que, somada àquela contida nos sulcos, dá a característica aveludada e o contorno difuso à linha construída por essa ferramenta. Utilizam-se pontas de formatos e materiais diferentes, que geram resultados distintos no corte e na impressão. Depois de algumas dezenas de provas, as rebarbas são destruídas ou modificadas, o que cria flutuações na qualidade das imagens e não permite um grande número de impressões.

Na xilogravura, realizam-se entalhes diretos na matriz de madeira com ferramentas como a goiva e o formão, deixando-se a imagem a ser impressa em relevo. Destacada do fundo, a imagem recebe a tinta de impressão, que será transferida para uma folha de papel, por meio de pressão feita pela mão diretamente sobre o papel posado na placa entintada de madeira ou com o auxílio de uma espátula ou colher de madeira.

Gravura a buril

Gravura à água-forte

Também conhecida como talho-doce, a gravura a buril surgiu no século xv é a mais antiga técnica de gravura em metal que se conhece. O buril é um instrumento com cabo de madeira e ponta cortante de aço em formato quadrado, losângico ou redondo. O gravador pousa o buril sobre o metal, permitindo realizar encavos muito finos e profundos, que deixam marcas a serem preenchidas pela tinta de impressão. A qualidade da linha depende da profundidade e da largura das incisões, e da força empregada na gravação. A tinta é transferida para o papel com uma prensa. Foi, por excelência, a ferramenta dos primeiros gravadores.

A água-forte, ao contrário do buril e da ponta-seca, é um procedimento indireto. Técnica utilizada desde o século xvi, a aqua-fortis era como a alquimia chamava os mordentes, produtos químicos que atacavam as áreas da matriz de cobre desenhadas e não isoladas pelos vernizes resistentes a eles, criando-se assim concavidades. O desenho é feito com pontas de metal utilizadas como lápis, de modo que o cobre seja exposto onde a ponta penetra o verniz. A chapa de cobre é imersa no ácido e as partes expostas a ele (mordente) que não estão protegidas pelo verniz, corroídas. A corrosão é determinada pelo tipo de agente químico escolhido no qual a placa será imersa e pelo tempo de exposição do metal a essa situação. Em seguida, o verniz é removido da chapa, que, limpa, é coberta de tinta; novamente limpa, deixam-se apenas os sulcos cobertos de tinta. Cobre-se a chapa com um papel umedecido e os dois passam por uma prensa; o papel absorve a tinta depositada nos sulcos, produzindo uma impressão invertida do desenho sobre a chapa. São muitos os mordentes e sistemas de aplicação empregados pelos artistas. Dessa forma, obtêm-se

Gravura à ponta-seca albrecht dürer [1471–1528] São João engolindo o livro que o anjo lhe apresenta, c. 1498 [da série “O Apocalipse”] xilogravura, 39 x 27 cm

Fernanda Terra

Conhecida desde o século xv e também de corte direto, mas diferente do buril, que retira metal ao produzir a linha incisa, a ponta-seca somente desloca material, quando pressionada contra a superfície. Essa diferença aparentemente sutil cria dois tipos de linhas peculiares e claramente discerníveis.

*

curadora

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Ver na p. 86 observação acerca da bibliografia utilizada nesta parte.

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gradações de tons, que vão do mais claro a uma infinidade de texturas visuais e ao mais profundo escuro. Quase todos os água-fortistas importantes inventaram processos próprios.

Gravura à maneira-negra

Também chamada de mezzotinta, meia-tinta, essa técnica, criada no século xvii, consiste na construção de um tramado regular e rigoroso de pontos, por intermédio de um instrumento próprio, chamado berceau, cujo formato é parecido com o de um pente em meia-lua, com dentes sem espaçamento entre si e pontas muito afiadas, que ferem o metal levantando rebarbas por pressão exercida diretamente sobre ele. A matriz é preparada, dispensando-se o uso de ácidos, para que o gravador trabalhe a partir do negro. A retícula de pontos regulares impressos dá um negro profundo e aveludado. Por meio de raspagens e bruniduras adequadas, se vão obtendo os tons em meias-luzes, entre o negro da malha construída e o branco de um polimento total.

Gravura à àgua-tinta

À diferença dos processos lineares, a água-tinta, inventada no século xviii, permite obter superfícies regulares em meiostons. Trata-se de um meio indireto que se vale de mordentes, como a água-forte. A matriz é pulverizada com resinas, breu e betume, que aderem à superfície da placa pelo uso de calor. O mordente (ácido) ataca os pontos nus da matriz que não estão protegidos pela resina. Com diversos métodos de morsuras e diferentes tipos de verniz, conseguem-se valores à maneira de chapados, que podem traduzir aguadas. Traduz-se uma escala de tempo em escala de cinzas virtuais: quão mais raros os pontos corroídos, menor a reserva de tinta, e quão mais profundos, maior a reserva para a tinta na impressão.

rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]

Autorretrato desenhando junto à janela, 1648 água-forte, ponta-seca e buril 16,5 x 13,1 cm página à direita

giovanni battista piranesi [1720–1778] Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha XL água-forte, 40,4 x 60 cm

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Em outras palavras, quanto menos tinta impressa, mais pontos brancos no papel, e vice-versa, fazendo com que tal relação de quantidade entre pretos e brancos gere os cinzas óticos e a consequente escala tonal. De meados para o fim do século xviii, surgem as técnicas à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado. Este,

presente na exposição, é um método que utiliza a água-forte, o buril curvo ou a ponta-seca. Primeiro, faz-se uma leve gravação do contorno do desenho em água-forte; em seguida, obtêm-se os tons do trabalho, pontilhando-se a chapa com a ponta do buril curvo ou com a ponta-seca sobre um segundo verniz, posteriormente banhado no ácido.

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Coleção Italiana André Mantegna [1431–1506]

Jacopo de Barbari [c.1450–c.1515]

Benedetto Montagna [c.1480–1555/1558]

Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534] Agostino de Musi [1490–1540] Marco Dente [1493–1527]

Giovanni Battista Guisi [c.1503–c.1575]

André Mantegna Pintor e gravador a buril, nasceu na ilha de Cartura, perto de Vicenza, em 1431. Foi treinado na escola clássica de Francisco Squarcione em Pádua. Em 1459, passou a viver em Mantua, onde permaneceu até sua morte em 1506. Foi protegido por Luiz de Gonzaga, duque de Mantua, que o nomeou cavaleiro, e pelo papa Inocêncio viii. Existem sete gravuras de sua autoria confirmada e outras inacabadas, que não sabemos ao certo se pertenceram ao artista. Trata-se de obras admiradas pelo gosto e a correção dos desenhos. “A noção plástica é trazida para a gráfica e por consequência o gosto pela abstração ligada aos grafismos, ritmos e adensamentos luminosos” (Luis Cláudio Mubarac). Sua maneira de gravar característica se dava com sombras executadas por traços paralelos abertos e linhas oblíquas mais claras entre esses traços.

Enea Vico [1520–1570]

Adamo Ghisi [c.1530–c.1585]

Mestre do Dado [ativo entre 1532–1550] Lodovico Carracci [1555–1619]

Agostino Carracci [1557–1602]

Annibale Carracci [1560–1609] Francesco Brizzi [1574–1623] Guido Reni [1575–1642]

Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664] Stefano della Bella [1610–1664] Salvatore Rosa [1615–1673]

Giovanni Battista Piranesi [1720–1778] Francesco Bartolozzi [1725–1815] Giovanni Volpato [1735–1803]

Jacopo de Barbari, dito Mestre do Caduceu Diversos nomes são atribuídos a esse artista: Francisco de Babilônia, Jacob Walch (Italiano) ou Jacob de Veneza, Jacometto, Jacob de Barberino, Jacob de Barbaris e Jacopo de Barbari. Foi pintor a óleo e em miniatura, nigelador, escultor e gravador a buril e em madeira. Nascido por volta de 1450, trabalhou como pintor em Veneza e em diversos lugares, como Nuremberg e os Países Baixos, durante a segunda metade do século. Não se sabe ao certo onde nasceu (Alemanha, Holanda, França ou Itália), nem a data de sua morte, que provavelmente se deu em 1515. As gravuras abertas em metal por ele revelam mão hábil em manejar o buril e espírito italiano, mas são desiguais. Jamais desenvolveu a regularidade nas incisões que dá à gravura especial qualidade na execução dos valores tonais. Suas impressões possuem a aparência de desenhos à caneta, transferidos para o cobre. Notam-se nelas diversas influências, de Bellini e André Mantegna à dos alemães. Muitas se aproximam da maneira

andrea mantegna [1431–1506] Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d buril, 43 x 33,2 cm

marco antonio raimondi [c.1480–c.1534]

Orfeu e Eurídice, c. 1510 buril, 18,3 x 14 cm

Em Orfeu e Eurídice, Orfeu está nu, vestindo apenas um manto preso ao ombro. Com a cabeça coroada de louros, toca a lira. Eurídice atrás dele, quase totalmente nua, faz o gesto de cobrir-se, inspirado na Vênus Capitolina. A única inovação que traz o artista é o pano enrolado ao longo da ninfa. O corpo de Orfeu é retirado do famoso Apollo de Belvedere, descoberto em Roma no final do século xv. O casal está fora do inferno. A ninfa volta o seu olhar para a entrada da caverna, com o intuito de testemunhar o que pode acontecer, se Orfeu olhar para ela.

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de Albrecht Dürer, principalmente das primeiras obras deste mestre. Sua obra gravada compreende trinta gravuras abertas em metal. A Sagrada Família é uma raríssima gravura a buril, em que se vê a marca do gravador na parte superior, à esquerda.

Enea Vico Desenhista e gravador em metal, nasceu em Parma em 1520 e faleceu em Ferrara em 1570. Seu florescimento como gravador se deu entre 1541 e 1567. Mudou-se para Roma ainda jovem, tendo como mestre o gravador e comerciante de estampas não muito importante Thomaz Barlacchi. As gravuras de Enea Vico anteriores a 1550 são gravadas à maneira de diferentes mestres: Julio Bonasone, Agostinho de Musi, Jacob Caraglio e Marco Antonio Raimondi. Posteriormente, Vico adquiriu uma maneira de gravar própria e característica. Foi também cultor das ciências, que estudou com particularidade, e escreveu sobre numismática. Reina grandes incertezas sobre os fatos de sua vida.

to quais foram seus primeiros mestres. Sabe-se, no entanto, que, quando viveu em Roma, trabalhou sob a direção de Marco Antonio Raimondi. Em seus primeiros trabalhos copiava ao Mestre do Caduceu e a Giulio Campagnola, que foi sua maior influência. Foi na escola de Raimondi que Musi se associou a Marco Dente de Ravenna, com quem executou em conjunto diversas gravuras.

Benedetto Montagna Pintor e gravador a buril, nasceu em Vicenza por volta de 1480, filho do pintor Bartolomeu Montagna. Trabalhou quase toda a sua vida em Veneza, tomando por modelos, na pintura, Bellini e, na gravura, Dürer. Suas gravuras são fortes, simples e muito raras.

Marco Dente Mais conhecido como Marco Dente da Ravenna, nasceu nessa cidade em 1493 e morreu provavelmente durante o saque de Roma, em 1527. Foi discípulo de Marco Antonio Raimondi e manteve parceria com Agostino Veneziano até 1520. Após essa data, começou a marcar seus trabalhos com seu nome ou suas iniciais. Em certa riqueza de texturas e tons, chegou muito próximo à técnica de gravar de seu mestre. Seu sombreado é, com largas superfícies planas de tons, simples e prazeroso.

Marco Antonio Raimondi Também conhecido como Marcantonio, foi ourives, desenhista e gravador a buril. Nasceu em 1480 em Bolonha, onde faleceu em 1539. Aprendeu a desenhar com Franscisco Raibolini (o Francia), ourives e pintor, para quem trabalhou obras de nigelo, em cujo exercício se familiarizou com o manejo do buril e os princípios e práticas de gravar a talho-doce. Iniciou a prática da chamada gravura de interpretação ou reprodução. Foi grande intérprete de Raphael e admirador da obra de Dürer, tendo copiado em aço a Pequena Paixão, imitando a maneira das xilogravuras do mestre alemão. Sua reputação foi tão grande que atraiu diversos gravadores à sua escola. Teve como discípulos: Agostinho de Musi, Marcos Desnte, Mestre do Dado, Enea Vico, os Ghisi, Bartholomeu Beham e Georg Pencz, entre outros.

Giovanni Battista Guisi, dito O Mantuano Arquiteto, escultor, pintor, gravador a buril e chefe de uma família de artistas. Nasceu em 1503 e a data provável de sua morte é 1575. Foi responsável por uma escola de gravadores em Mantua, preservando forte individualidade, num tempo em que praticamente todos os gravadores na Itália estavam sob a influência de Marco Antonio Raimondi. O grande mestre dessa escola foi Giorgio Ghisi, enquanto os filhos de Giovanni Battista, Adamo e Diana, foram grandes imitadores de ambos. A característica peculiar de seu estilo de gravar é notada na riqueza dos pretos utilizados nas sombras, que são parcialmente obtidos pelo livre uso de pontos entre as linhas e, de certa forma, pela mistura de grossas linhas gravadas.

Agostino de Musi, dito O Veneziano Desenhista e gravador a buril. Nasceu em Veneza em cerca de 1490 e faleceu em Roma por volta de 1540. Não se sabe ao cer-

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Adamo Ghisi Desenhista e gravador a buril, filho de Giovanni Battista, nasceu em Mantua em 1530 e faleceu em 1574. Gravou segundo vários mestres italianos. Sua maneira de gravar se assemelha à de seu pai e à de seu irmão mais velho, Jorge Guisi.

Mestre do Dado Pouco se sabe sobre a vida de Mestre do Dado, pintor e gravador a buril. Acredita-se que tenha nascido no princípio do século xvi e que tenha trabalhado em Roma de 1532 a 1550. Ignora-se a data de sua morte. Pertenceu à escola de Marco Antonio Raimondi. Seus trabalhos mostram pouca originalidade na maneira de gravar e forte assimilação do estilo de Raimondi. Como desenhista, realizava figuras curtas, com cabeças bem grandes e braços e pernas reforçados. Assinava seus trabalhos com as iniciais b.v. ou, mais frequentemente, um dado com a letra b em seu centro.

marco dente [1493–1527] Vênus ferida por um espinho de roseira, s/d [segundo Raphael Sanzio] buril, 26,2 x 16,8 cm

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Lodovico Carracci Pintor e gravador à água-forte e a buril, nascido em Bolonha em 1555. Teve como primeiro mestre Prospero Fontana. Em Bolonha, fundou com seus primos e discípulos Agostino e Annibale Carracci a célebre escola de pintura Accademia degli Incamminati. Nessa academia, incentivava-se a revitalização da gravura de linha e desencorajava-se a produção de gravar à água-forte. Ainda que inferiores às de seus primos, as gravuras de Lodovico são bastante estimadas. Faleceu em Bolonha em 1619.

Agostino Carracci Pintor, gravador à água-forte e a buril, nascido em Bolonha em 1557. A princípio, exerceu a profissão de ourives. Logo após, dedicou-se ao desenho, à pintura e à gravura. Teve por mestres Prospero Fontana (pintura), Bartholomeu Passerotti (desenho) e Domingos Tibaldi, Cornélis Cort e Lodovico Carracci (gravura). Trabalhava suas gravuras com um sistema aberto de linhas. Recorreu aos fortes elementos da maneira tardia de Raimondi, acrescentando pouco, mais de maneira constante, o uso de linhas cruzadas no sombreamento e um método mais regular de riscas nas frestas das linhas. Os melhores trabalhos de Agostino são originais, mas ele também reproduziu pintores como Correggio, Ticiano e Veronese. Como pintor, associou-se a seu primo Lodovico para fundar a Academia degli Incamminati e colaborou com seu irmão Annibale na pintura da galeria do palácio Farnese, em Roma. Foi estudioso de diferentes ramos: de letras e ciências a filosofia, matemática, geografia, astrologia, historia, poesia, medicina e inclusive música, na qual se diz que foi hábil. Morreu em Parma em 1602.

jocopo de barbari [c.1450- c.1515]

Sagrada Família, s/d buril, 15,3 cm x 19 cm

annibale carracci [1560–1609]

Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597 água-forte retocada a buril, 12,3 cm x 16,1 cm

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Annibale Carracci Irmão mais novo de Agostino, foi pintor e gravador à águaforte e a buril. Nasceu em Bolonha em 1560 e morreu em Roma em 1609. Aprendeu pintura com Lodovico Carracci, seu primo, tendo sido considerado o mais hábil pintor italiano depois de Raphael, Ticiano e Correggio. Realizou a pintura da galeria do Palácio Farnese com seu irmão Agostino. Diz-se que esse trabalho, que consumiu oito anos de sua vida, foi a causa de sua morte: Annibale teria morrido de desgosto pela ingratidão do príncipe Farnese, que o recompensou mesquinhamente pela empreitada. Como gravador, sua obra, embora não numerosa, é muito bem desenhada e acabada.

Francesco Brizzi Pintor e gravador à água-forte e a buril, nascido em 1575 em Bolonha, onde morreu em 1623. Foi, inicialmente, sapateiro, largando esse ofício para aprender desenho e pintura com Bartolomeu Passarotti e se aperfeiçoar com Luiz Carracci e Agostinno Carracci. Colaborou em algumas gravuras do último, tendo dedicado-se também à perspectiva e à arquitetura, que ensinava em curso público.

enea vico [1520-1570] Os amores de Marte e Vênus, s/d [segundo Francesco Mazzuoli, dito o Parmegiano] buril, 30 x 20,3 cm

Guido Reni Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Bolonha em 1575 e morreu na mesma cidade em 1642. Após ter estudado arte com Dionisio Calvaert, passou para a escola dos Carracci, tornando-se o seu mais famoso aluno. Na combinação de linhas luminosas e pontos, produziu muitas delicadas gravuras à água-forte. Foi imitado não apenas na Itália, mas também pelos franceses. Seu desenho é puro e correto; as cabeças de

À esquerda, Vênus nua, sentada em seu leito, amamentando Cupido no seio direito, passa o braço esquerdo sobre os ombros de Marte, que está sentado ao seu lado, vestido de armadura. Em cima, à esquerda, vê-se um Amor com o corpo coberto de plumagem, crista, cauda e pés de galo, dormindo sentado sobre uma janela, pela qual entram largos feixes de raios luminosos. No canto superior esquerdo, nota-se o monograma do gravador.

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suas figuras, nobres e graciosas, e as roupagens, tratadas com muito gosto e mestria. Foi um apaixonado pelo jogo, que lhe acarretou a perda de posses e amigos, tendo passado os últimos anos de sua vida no esquecimento e na miséria.

giovanni benedetto castiglioni [1609–1664]

giovanni benedetto castiglioni [1609–1664]

Grandes cabeças com toucadas a oriental, s/d água-forte, 17,8 x 14,8 cm

Grandes cabeças com toucadas a oriental, s/d água-forte, 17,8 x 14,8 cm

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Giovanni Benedetto Castiglione Artista do barroco italiano, Castiglione nasceu em Gênova em 1609. Era conhecido como Il Grechetto na Itália e como Le Benédette na França. Sua formação inicial não é clara. Pode ter estudado com Sinibaldo Scorza, Antoon van Dyck e Peter Paul Rubens. Pintor e desenhista, pertenceu à escola genovesa, tendo vivido em Roma de 1634 a 1645. Morreu em Mântua, como artista da corte, em 1664. Suas gravuras são notáveis pelo jogo de luz e sombra, que o levou a ganhar o apelido de segundo Rembrandt. Em 1648, inventou a monotipia, técnica com a qual se consegue reproduzir um desenho ou mancha de cor numa prova única. Nos estudos das cabeças orientais, mostra forte conhecimento da obra de Rembrandt.

giovanni battista ghizi [c.1503–c.1575]

Stefano della Bella Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Florença em 1610. A princípio, dedicou-se à pintura, tendo como mestre Cesar Dandini. Seu mestre em gravura foi Remigio Cantagallina, cuja oficina teve também como discípulo Jacob Callot. Com o tempo, adquiriu uma maneira própria de gravar, que se distingue pelo bom gosto, a delicadeza e a ligeireza de sua ponta. Trabalhou em Roma, em Paris e em Florença, onde morreu em 1664. Gravou assuntos históricos, caçadas, paisagens, marinhas, animais e ornatos, constando de sua obra mais de 1.400 gravuras.

Salvatore Rosa Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Renella, vila perto de Nápoles, em 1615 e faleceu em Roma em 1673. Cultivou a poesia e a música, estudou em Nápoles e foi influenciado pelo realismo de Ribera. Incentivado por Giovanni Lanfranco, viajou para Roma em 1635, mas teve de retornar a Nápoles em 1639, após um caso de malária. Mudou-se para Florença, onde foi contratado pela família Médici e fundou a Accademia dei Percossi para escritores e artistas. Rosa retornaria a Roma em 1649 para trabalhar como pintor histórico.

Cupido tocando cravo, 1538 buril, 12,2 x 8,9 cm

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Giovanni Battista Piranesi à água-forte, flutua sem descanso, observando os arranjos espaciais na proliferação de perspectivas, nos desdobramentos espaciais, no vaivém de escadas, pontes e passagens. Observamos, inquietos, a luz provocar e produzir escuridão, e as paredes absorverem-na sem refleti-la, assim como notamos os raios de luz que deixam seu percurso natural para se curvarem sobre os objetos. Nessas gravuras, a noções de proximidade e de distância são abolidas, e o tempo e o espaço se fundem. Passado, presente e futuro parecem não existir. Piranesi fala de um outro lugar e de um outro tempo, levando-nos a uma interioridade pouco confortável, em que nos deparamos com nossos mais sutis temores, que não sabemos nominar. O termo veduta se aplica a pintura, desenho ou gravura que representa uma cidade, um monumento ou um lugar com concepção acentuadamente topográfica. As vedute têm sua origem nas peregrinações a Roma no século xviii, no tempo de redescoberta da Antiguidade: Herculano, em 1719, e Pompeia, em 1748. Seus maiores inovadores foram Canaletto, Guardi e Piranesi, que transformou a vista gravada para souvenir de turistas intelectuais e aristocratas num sofisticado meio de comunicação erudita de grande carga expressiva. Assim, pratica a veduta direta, ou de reconstituição fidedigna, segundo fontes documentais, e a veduta ideata, em que a ruína serve de matéria para sua vertente apaixonada e trágica.

Nascido em Veneza em 1720, filho de um construtor, Piranesi recebeu formação em cenografia e perspectiva com o gravador Carlo Zucchi. Arquiteto e amante da arqueologia, dedicou-se à gravação dos grandes monumentos da Antiguidade romana, realizando um trabalho de grande magnitude e força expressiva num estilo livre, cenográfico e impetuoso. Suas gravuras são modeladas pela luz, em perspectiva manipulada, que trasborda por vezes a quadratura das mesmas. As figuras humanas são atemporais, apenas esboços, ao estilo de Callot e de Della Bella. Piranesi produz suas primeiras vedute de Roma em pequeno formato para guias de turistas, e em 1743, publica as suas primeiras 12 águas-fortes, Prima parte di architettura e prospettive. Inicia uma carreira de cerca de quarenta anos, durante a qual produziu mais de mil pranchas publicadas em 19 obras pela sua própria casa impressora. Seu estilo é inconfundível e sua arte aponta para a estética do sublime, deixando transparecer a tensão entre razão e sensibilidade. Faleceu em Roma em 1778. A magnífica série Le carcere d’invenzione é um exemplo fascinante da inquietação e da genialidade do artista. Nela, propõe estruturas espaciais fantásticas num espaço experimental labiríntico, no qual não existe um ponto de vista fixo e central, nem uma perspectiva linear a ser seguida. Com as emoções à flor da pele, nosso olhar, ao contemplar essa série

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giovanni battista piranesi [1720–1778]

giovanni battista piranesi [1720–1778] Le carcere d’invenzione, 1750–3, prancha vii

Le carcere d’invenzione, 1750–3, frontispício água-forte, 72,8 x 53 cm

água-forte, 72,8 x 53 cm

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giovanni battista piranesi [1720–1778] Le carcere d’invenzione, 1750–3, prancha x

giovanni battista piranesi [1720–1778] Le carcere d’invenzione, 1750–3 prancha xiv

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água-forte, 53 x 72,8 cm

água-forte, 53 x 72,8 cm


giovanni battista piranesi [1720–1778]

Le Antichità romane, 1750–3 tomo III, segundo frontispício água-forte, 39,9 x 59,2 cm

giovanni battista piranesi [1720–1778] Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha LI água-forte, 39,9 x 60,5 cm

giovanni battista piranesi [1720–1778]

Le Antichità romane, 1750–3 tomo III, prancha XVIII água-forte, 39,9 x 59,9 cm

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Francesco Bartolozzi Gravador italiano cujo período mais produtivo foi passado em Londres. Nascido em Florença, estudou com os artistas florentinos Ignazio Hugford e Domenico Giovanni Ferretti, que o instruiu em pintura. Após dedicar três anos à pintura, passou a estudar gravura com Joseph Wagner em Veneza. Suas primeiras produções foram no estilo de Marco Ricci e Zuccarelli, entre outros. Seguiu para Londres em 1764, onde viveu quase quarenta anos, tendo produzido enorme número de gravuras e contribuído com várias delas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell. Também desenhou esboços de sua autoria em crayon vermelho. Pouco depois de chegar em Londres, foi nomeado “Gravador do Rei” e eleito um dos membros fundadores da Royal Academy, em 1768. Em 1802, tornou-se presidente fundador da Sociedade de Gravadores. No mesmo ano, aceitou o cargo de diretor da Academia Nacional de Lisboa, cidade onde morreu. Seu filho Stefano Gaetano Bartolozzi, nascido em 1757, também foi gravador. Giovanni Volpato Desenhista e gravador, Volpato nasceu em Bassano em 1733 e faleceu em Roma em 1803. Nos primeiros tempos de sua vida, dedicou-se à arte de bordar. Em seguida, aprendeu a gravar. Em Veneza, foi discípulo de Joseph Wagner, gravador e mercador de gravuras, e de Francisco Bartolozzi. Já em Roma, fundou uma escola de gravura e escreveu, em 1786, o livro Princípios do desenho, que contém 36 pranchas gravadas de antigas estátuas. Essas pranchas foram gravadas por ele e por Raphael Morghen, um de seus hábeis discípulos. Em Roma, gravou segundo os mais importantes artistas italianos, como Raphael, Michelangelo, Paulo Cagliari, dito o Veronense, Leonardo da Vinci, Guercino e Tintoretto, entre outros. Suas gravuras abertas em Roma são numerosas e podem se dividir em duas espécies: não coloridas e coloridas à aquarela.

agostino carracci [1557–1602]

Ecce Homo, 1587 [segundo Antonio Correggio] buril, 37,5 x 26,6 cm

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francesco bartolozzi [1725–1815]

francesco bartolozzi [1725–1815]

Harmony, 1795 [segundo John Francis Rigaud] pontilhado e água-forte, 16,6 x 13,5 cm

Youth, 1795 [segundo John Francis Rigaud] pontilhado e água-forte, 16,4 x 13,2 cm

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Coleção Alemã Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503] Martin Schongauer [c.1450–1491] Albrecht Dürer [1471–1528]

Lucas Cranach, Sênior [1472–1553]

Israel van Meckenem Gravador e ourives, era filho de Israhel van Meckenem, o Velho, também ourives, que se estabeleceu em Bocholt. Nasceu aproximadamente em 1440 e faleceu em 1503 em Bochott. Estudou com o Mestre e.s. no sul da Alemanha e produziu mais de seiscentas chapas, cuja maioria era constituída de cópias de outros artistas, como Dürer e Martin Schongauer. Seus primeiros trabalhos foram bastante crus, mas na década de 1480 desenvolveu um estilo pessoal eficaz e fez obras cada vez maiores e mais bem acabadas.

Hans Sebald Beham [1500–1550] Martin Treu [ativo em 1540–1543] Georg Pencz [c.1500–1550]

Heinrich Aldegrever [c.1501/1502–c.1556/1561] Virgil Sol [1514–1562]

Martin Schongauer Ourives, pintor e gravador a buril, descendente de uma família de origem nobre de Augsburgo. Nasceu em Colmar por volta de 1450 e faleceu em 1491, tendo sido o mais importante gravador alemão antes de Albrecht Dürer. Estabeleu em Colmar uma escola muito importante de gravura, na qual floresceram uma nova geração de “Pequenos Mestres” e um grande grupo de artistas de Nuremberg. Produziu grande número de gravuras, que foram amplamente vendidas não só na Alemanha, mas também na Itália e mesmo na Inglaterra e na Espanha. Vasari afirmou que Michelangelo copiou uma de suas gravuras: o Julgamento de Santo António. Seu estilo demonstra, em vez de influência italiana, um estilo gótico muito claro e organizado. Estabeleceu um sistema de criar volume, por meio de linhas cruzadas em duas direções, que lhe foi ensinado pelo Mestre das iniciais e.s. e que seria desenvolvida ao máximo por Dürer. Foi o primeiro gravador a usar linhas curvas paralelas, provavelmente girando a placa contra um buril estável. Desenvolveu ainda uma técnica a buril que produzia linhas mais profundas sobre a placa, permitindo que fossem feitas mais impressões antes de a placa se desgastar.

israel van meckenem [c.1440/1445–1503]

martin schongauer [c.1450–1491]

Santa Bárbara, s/d buril, 16,3 x 10,9 cm

A morte da virgem, s/d buril, 25,7 x 17 cm

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Albrecht Dürer Gravador, desenhista e pintor, nasceu em Nuremberg, maior centro de produção gráfica da Alemanha, em 21 de maio de 1471. Terceiro dos 18 filhos de um ourives, demonstrou desde cedo habilidade para o desenho e o manuseio do buril. Fez experiências com a água-forte e a ponta-seca, tornando-se aprendiz do pintor Michael Wolgemut com apenas 13 anos de idade. Estudou gravura no ateliê do importante impressor alemão Anton Koberger. Já na adolescência, demonstrou grande interesse pelas gravuras de Martin Schongauer. Foi um artista erudito, apaixonado pelo Renascimento. Possuía profundo conhecimento da matemática e da literatura clássica greco-romana, tendo demonstrado interesse também pela filosofia e a arqueologia. Após completar sua formação, iniciou um perío­ do de viagens. Visitou Florença, Bolonha e Veneza (1494), onde viveu durante um ano e meio (1505), entrando em contato com a rica produção de gravuras italianas. Também viajou para os Países Baixos (1520–1), quando estudou profundamente teorias sobre a proporção humana, a geometria e as fortificações, e escreveu poesia e sobre teoria da arte. Grande humanista, foi empregado pelo imperador Maximiliano i. Tinha profundo interesse pela natureza e pelos animais, retratando-os em diversas gravuras. Numa de suas viagens, contraiu malária, falecendo em sua cidade natal no dia 6 de abril de 1528, aos 57 anos. Sua obra inclui sessenta telas, mais de cem gravuras em metal, cerca de 250 xilogravuras e mil desenhos, além de três livros impressos. Dois deles foram publicados em vida: Instrução para medições à régua e ao compasso, de 1525, e Tratado sobre fortificações, de 1527. O livro Sobre a proporção do corpo humano saiu logo após sua morte, em 1528. Entre as mais célebres obras produzidas pelo Dürer, destaca-se O apocalipse, série de 15 xilogravuras dramáticas, consideradas

uma das maiores criações da arte alemã. Tal obra trouxe ao artista de 27 anos de idade riqueza e fama em toda a Europa, tendo sido publicada em latim e alemão em Nuremberg em 1498. A publicação se mostrou inovadora, já que até então as gravuras em livros ilustrados eram pequenas e apareciam no meio dos textos. Dürer subverteu a ordem de importância das informações, tendo o trabalho do artista passado a preponderar sobre o texto, impresso no verso das gravuras. As imagens gravadas por Dürer para essa obra, identificadas por seu monograma, baseiam-se em antigas representações do Apocalipse presentes nas versões então correntes nas bíblias impressas da época. Entre as mais completas gravuras realizadas por Dürer a buril, encontra-se Adão e Eva (1504), obra em que ele, fazendo uso da medida áurea e utilizando a régua e o compasso na constituição das figuras segundo o estilo utilizado na Antiguidade clássica, traduz seu profundo interesse pelo estudo das proporções humanas. Adão e Eva foram inspirados nas esculturas de Apolo de Belvedere e Vênus, tendo sido entalhados em seus contornos com linhas delicadas, para depois serem detalhadamente preenchidos. A gravura exibe variedade de tons e texturas, além de sutis gradações de sombra e de luz. Embora seu foco esteja nas figuras, a autêntica arte para Dürer está contida na natureza representada com maestria em seus mínimos detalhes. A inclusão de símbolos adicionais cria interesse visual por toda a gravura, a exemplo da serpente, personificação da desobediência e da provocação a Deus; do galho na mão de Adão, que representa a árvore da vida; e de vários animais, como o papagaio, a cabra no topo do penhasco, o rato, o gato, o coelho etc., presentes nesta belíssima gravura, sugerindo forte carga simbólica.

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albrecht dürer [1471–1528]

Adão e Eva, 1504 buril, 25 x 19,2 cm

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albrecht dürer [1471–1528] Adoração do Cordeiro divino, c. 1496

albrecht dürer [1471–1528] Combate de São Miguel contra o dragão, 1497 [da série “O Apocalipse] buril, 39 x 27 cm

albrecht dürer [1471–1528] Os quatro anjos vingadores, 1496 [da série “O Apocalipse] buril, 39 x 27 cm

Babilônia, a grande meretriz, c. 1496–7 O anjo que tem a chave do abismo, c. 1496–7 Os quatro cavaleiros, c. 1497–8 A mulher revestida de sol, c. 1497 [da série “O Apocalipse] buril, 39 x 27 cm

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Lucas Cranach, Sênior Pintor renascentista de retratos de príncipes alemães e dos líderes da Reforma protestante, cuja causa abraçou com entusiasmo, tornando-se amigo próximo de Lutero. Pintou também temas religiosos, em primeiro lugar na tradição católica e, depois, buscando encontrar novas maneiras de transmitir as preocupações religiosas luteranas. Nascido em 1472, serviu por mais de sessenta anos na qualidade de pintor da corte dos duques de Saxônia, tendo sido também gravador. Suas pinturas e xilogravuras são numerosas e contrastam com o número reduzido de gravuras em cobre. A cor, a luz e a sombra não eram especialidades suas. Sempre contornava as formas em negro, em vez de utilizar o chiaroscuro. Suas xilogravuras eram abertas a partir de seu desenho por outros artistas. Dedicou-se ainda ao comércio, possuindo uma loja de livros e papéis, e uma farmácia. Faleceu em Weimar em 1553, aos 81 anos de idade.

Hans Sebald Beham Pintor e gravador a buril e em madeira, nasceu em Nuremberg em 1500 e morreu em 1550. Aprendeu gravura e pintura com Dürer, tendo integrado a plêiade dos famosos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Suas gravuras são espirituosas e abertas com um buril cheio de expressão e nitidez. No fim da vida, abandonou a profissão para estabelecer-se como comerciante de bebidas.

albrecht dürer [1471–1528]

albrecht dürer [1471–1528] A virgem com o macaco, c. 1498 buril, 17,6 x 11,6 cm

As quatro feiticeiras, 1497 buril, 19,2 x 12,7 cm

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Martin Treu Gravador a buril, de cuja vida nada se sabe, exceto ter trabalhado entre 1540 e 1543. Pertence ao grupo dos “Pequenos Mestres” da escola Alemã, tendo vivido provavelmente em Nuremberg. Ao que parece, estudou o estilo de Lucas van Leyden.

lucas cranach , sênior [1472–1553]

Cristo na cruz (A crucificação). s/d [da série “A paixão de Jesus Cristo”) xilogravura, 25,9 x 18 cm

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Georg Pencz Pintor e gravador nascido em Nuremberg por volta de 1500 e falecido em Breslau em 1550. Depois de aprender pintura e gravura com Albrecht Dürer, seguiu para a Itália, a fim de estudar a obra de Raphael. Gravou muitas estampas sob a direção de Raimondi, cuja maneira de trabalhar soube imitar com suma fidelidade.

Heinrich Aldegrever Ourives, pintor e gravador nascido em Paderborn por volta de 1500. Não se sabe ao certo a data de seu falecimento, ocorrido entre 1556 e 1561. Estudou pintura e gravura da escola de Albrecht Dürer. Era outro dos “Pequenos Mestres” do grupo de artista alemães e se tornou luterano. Como pintor, imitou a maneira do mestre. Nos últimos anos de vida, dedicouse inteiramente à gravura. Fez cerca de 290 gravuras, em sua maioria criações próprias. Aquelas diminutas, de desenho um tanto gótico, foram gravadas com um buril preciso e delicado. Realizou também diversas gravuras ornamentais, tendo seu estilo se aproximado tanto do de Albrecht Dürer, que algumas vezes era chamado de Albert de Westphalia.

Virgil Solis Nascido em Nuremberg em 1514, foi desenhista, iluminador, pintor e gravador a buril e à água-forte. Fez parte do grupo dos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Sua maneira correta e delicada se aproxima da maneira de Hans Sebald Beham, e tanto suas estampas segundo Raphael, Lucas van Leyden e Aldegrever quanto suas criações próprias são hoje muito raras. Faleceu em sua cidade natal em 1562.

georg pencz [c.1500–1550]

A soberba, s/d [da série “Os sete pecados mortais”] buril, 8,2 x 5,2 cm

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heinrich aldegrever [c.1501/1502–c. 1556/1561]

heinrich aldegrever [c.1501/1502–c. 1556/1561]

O mestre de cerimônias, 1538 [da série “Os grandes festejadores em bodas”] buril, 11,9 x 8,1 cm

Um casal dança, 1538 [da série “Os grandes festejadores em bodas”] buril, 11,9 x 8,1 cm

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Coleção Holandesa Lucas van Leyden [1494–1533]

Cornelis Cort [c.1533/1536–1578]

Zacharias Dolendo [1561–c.1600]

Jan Saenredam [c.1565/1570–1607] Jan Muller [1570–1625]

Jacob Matham [1571–1631]

Willem Jacobsz Delff [1580–1638]

Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580] Hendrik Goltzius [1558–1617]

Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669]

Lucas van Leyden Nascido em Leiden em 1494, foi pintor sobre vidro, a têmpera e a óleo, bem como gravador a buril e à água-forte. Aos nove anos, já gravava, tendo aprendido a manejar o buril com um ourives e a gravura à água-forte com um armeiro. Abria suas chapas com talho fino e delicado, que, portanto, não resistiam a muitas tiragens. Esmerado e perfeccionista, Lucas van Leyden inutilizava todas as chapas que apresentassem o mínimo defeito ou mancha, razão pela qual suas estampas são raríssimas. Gozava de grande reputação e Giorgio Vasari o considerava acima de Albrecht Dürer. Hoje, é universalmente considerado uma das maiores figuras da história das artes gráficas. Suas gravuras nos fornecem importantes registros dos hábitos e costumes dos Países Baixos, como se pode atestar nas gravuras O dentista e Os músicos. Ainda em vida, suas obras alcançaram preços elevados, tornando-se, com o passar do tempo, cada vez mais caras. Nas xilogravuras, as chapas de madeiras eram desenhadas pelo artista, mas abertas por um hábil gravador. Morreu em 1533, aos 33 anos, em sua cidade natal.

Cornelis Cort Desenhista e gravador a buril, nasceu em Horn, na Holanda, por volta de 1533. Já era tido como um grande gravador quando, em Veneza, conheceu Ticiano, do qual gravou as mais belas obras. Viveu em Roma, onde abriu uma escola de gravuras, da qual saiu o célebre Agostino Carracci. Suas gravuras desenvolvidas em Roma são muito apreciadas pela correção do desenho, a maneira espirituosa e o bom gosto com que foram abertas. Faleceu em Roma em 1578.

lucas van leyden [1494–1533]

lucas van leyden [1494–1533]

Os músicos, 1524 buril, 10,6 x 7,5 cm

O dentista, 1523 buril, 12,9 x 8,6 cm

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Zacharias Dolendo Desenhista e gravador a buril nascido em Leiden, em 1561. Foi discípulo de Jacob de Gheyn, cuja maneira imitou, burilando suas chapas com firmeza e propriedade de execução.

Jacob Matham Desenhista e gravador a buril, nasceu em Harlem em 1571. Hendrik Goltzius, seu padrasto, ensinou-lhe o desenho e a gravura, tornando-o um hábil artista. Passou alguns anos na Itália, abrindo muitas estampas de grandes pintores italianos. Manejava o buril com grande desembaraço. Faleceu em sua cidade natal, em 1631.

Jan Saenredam Natural de Leiden, tornou-se desenhista, pintor e gravador a buril. Aprendeu pintura com Jacob de Gheyn e a arte de gravar com Hendrik Goltzius, a quem tomou como modelo e imitou com tal perfeição, que algumas de suas gravuras podem ser confundidas com as de seu mestre. Gravou com buril firme, fácil e largo. Em suas composições, o desenho é mais correto e menos amaneirado do que naquelas que abriu segundo Goltzius e outros mestres.

Jan Muller Gravador a buril, nasceu, segundo alguns, em Amsterdã. Pouco se sabe sobre a sua vida. Foi discípulo de Goltzius. Para Levêque, foi o gravador dotado de maior destreza no manejo do buril e aquele que empregou o menor número de talhos para representar objetos. Com imensa habilidade, obriga o mesmo talho a servir-lhe de primeiro e de segundo para compor uma figura inteira. Raramente, faz um terceiro talho, e todos os seus planos, apesar da economia, são artisticamente variados no trabalho e no tom. Segundo Sprangers, era um exímio desenhista, porém amaneirado nas extremidades. Realizou 88 gravuras.

lucas van leyden [1494–1533]

Retrato de um moço, 1519 buril, 18,4 x 12,2 cm

Lucas van Leyden realizava constantemente experiências para diferenciar superfícies e materiais. Nesta gravura, as longas linhas paralelas destacam belamente as vestes e o chapéu do jovem. A uniformidade do fundo aumenta a riqueza de seus trajes. Embora não haja nenhuma evidência direta, alguns comentaristas acreditam tratar-se de um autorretrato. Seu tema é, evidentemente, uma meditação sobre a morte. O jovem homem aponta para o crânio, um lembrete da natureza transitória da vida. Suas vestes elegantes e seu chapéu sublinham também o tema vanitas: a alusão à insignificância da vida terrena e à efemeridade da vaidade.

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Willem Jacobsz Delff Pintor e gravador a buril nascido em 1580 em Delft, onde faleceu em 1638. Suas gravuras são desenhadas com correção e abertas com buril fácil, nítido e expressivo.

Nicolas Ennes Visscher Desenhista, gravador à água-forte, editor e mercador de estampas, viveu em Amsterdã por volta de 1580. Produziu e executou, de forma magistral, várias águas-fortes de figuras, animais e vistas, bem como diversos retratos.

Hendrik Goltzius Pintor, desenhista e gravador a buril, nasceu em Mulbrecht, no Ducado de Juliers, em 1558, falecendo em Harlem em 1617. Suas gravuras são corretamente desenhadas e gravadas a buril ora largo (em que os traços se recortam, formando ângulos), ora fino (em que o artista trabalha com traços finos e paralelos), à maneira de Dürer e de Lucas van Leyden. Levou a técnica do buril à perfeição, tendo formado discípulos notáveis, como Jacob Matham, Jan Muller, Jan Saenredam e Swanevelt, que se inspiraram em sua maneira de gravar.

willem jacobsz delff [1580–1638] Retrato de João Maurício, conde de Nassau, s/d buril, 43,5 x 30,5 cm

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jan muller [1570–1625]

O repouso no Egito, 1593 buril, 23 x 20,2 cm

nicolas ennes visscher [ativo em c.1580) Um rapaz tirando passarinhos de um ninho, s/d buril, 20,1 x 14,4 cm hendrik goltzius [1558–1617]

A Sagrada FamĂ­lia, 1580 [segundo Bartolomeu Spranger] buril, 28,2 x 21 cm

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Rembrandt Harmenszoon van Rijn seus quadros. Apesar do sucesso financeiro como artista, professor e comerciante de arte, a propensão de Rembrandt para a vida ostentatória forçou-o a declarar falência em 1656. Sua vida pessoal continuou a ser marcada pela tristeza. Hendrickje morreu em 1663 e seu filho Tito em 1668, com apenas 27 anos de idade. Onze meses depois, no dia 4 de outubro de 1669, Rembrandt morreu em Amsterdã, deixando uma tela inacabada e o modesto quarto onde vivia, composto de uma cama simples, uma cadeira, um espelho e uma mesa. Rembrandt é considerado um dos grandes gênios da pintura do Barroco e um dos mais importantes gravadores de todos os tempos. Realizou aproximadamente 290 gravuras, em que se destacam o domínio técnico da água-forte, a originalidade, o experimentalismo e a expressividade que lhe caracterizam. Nas gravuras, evidencia-se um estilo espontâneo e livre, no qual se observa a utilização de traços fluidos em seus motivos, que se assemelham a esboços. O artista é o grande mestre do chiaroscuro e criou em muitas de suas gravuras efeitos dramáticos de luz e sombra. Em seu experimentalismo, vê-se que modificou e retrabalhou as matrizes com a intenção de obter a riqueza de efeitos que desejava.

Nasceu em 15 de julho de 1606 em Leiden. Filho de um moleiro, é considerado o maior artista holandês, distinguindose não apenas na pintura, como também no desenho e nas gravuras em água-forte. Foi como retratista que consolidou sua fama e enriqueceu. Quando menino, frequentou a Escola Latina, tendo sido matriculado na Universidade de Leiden aos 14 anos de idade. Tornou-se aprendiz do pintor Jacob van Swanenburgh, com quem passou três anos. Depois de breve, mas importante aprendizado de seis meses com Pieter Lastman, em Amesterdã, famoso pintor com quem Rembrandt aprendeu a técnica do claro-escuro, abriu, com o colega Jan Lievens, estúdio em Leiden em 1624 ou 1625. Em 1627, passou a aceitar alunos. Mudou-se para Amsterdã em 1631, casandose três anos depois com Saskia van Uylenburgh, prima de um próspero negociante de arte. Em contraste com sua bem-sucedida carreira pública, a vida familiar de Rembrandt foi marcada pelo infortúnio. Entre 1635 e 1641, Saskia deu à luz a quatro filhos, mas apenas o último, Titus, sobreviveu. Saskia faleceu em 1642 aos trinta anos. Hendrickje Stoffels, contratada como empregada da casa, se tornaria esposa do artista e modelo para muitos dos

rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]

O triunfo de Mardoqueu, c. 1641 água-forte e ponta-seca, 17,5 x 21,5 cm

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rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]

Homem velho com barba longa e manga da camisa branca, 1628–1633 água-forte, 7,5 x 6,4 cm Autorretrato com Saskia, 1636 água-forte, 10,5 x 9 cm A leitora, 1634 água-forte, 13,1 x 10,9 cm O camponês e sua família, c.1652 água-forte, 10,8 x 9,2 cm

página à esquerda A anunciação aos pastores, 1634 água-forte, buril e ponta-seca 26,1 x 22 cm

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rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]

rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]

Autorretrato com boina e cachecol, 1633 água-forte, 13,7 x 10,7 cm

Três cabeças de mulheres, uma dormindo, 1637 água-forte, 16 x 11 cm

rembrandt hermenszoon van rijn [1606–1669]

O ministro Jan Cornelis Sylvius, 1633 água-forte, 15,5 x 14,2 cm

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Coleção Flamenga

Jacob Bos Desenhista e gravador a buril, pouco se conhece sobre a sua vida. Sabe-se que trabalhou basicamente para Lafréri e outros editores em Roma, tendo provavelmente aprendido a gravar com algum aluno de Raimondi.

Jacob Bos [1549–1567]

Ioan Sadeler [1550–1600]

Raphael Sadeler, o Velho [1560/1561–1628/1632] Cornelius Galle, Sênior [1570/1576–1641/1650] Egidius Sadeler [1570–1629]

Raphael Sadeler, o Jovem [1584–1632] Antoon Van Dyck [1599–1641] Paulus Pontius [1603–1658]

Ioan Sadeler (ou Johann, ou Jean, Jans ou Hans) Nascido em Bruxelas numa célebre família de gravadores, morreu provavelmente em Veneza em 1600. Desenhista e gravador a buril desde os vinte anos de idade, percorreu muitas cidades da Europa para aprimorar a sua arte. Sua maneira de gravar não foi sempre a mesma, tendo passado a usar um buril mais largo depois de viagem à Itália. Interessava-se por temas históricos, retratos e paisagens.

Peter de Jode, Junior [1604–1674] Raphael Sadeler, o Velho ou Sênior Desenhista e gravador a buril, nasceu por volta de 1560 em Bruxelas e morreu entre 1628 e 1632. Teve como mestre e colaborador seu irmão Ioan Sadeler. Representava muito bem o corpo humano, cujas extremidades figurava com muito cuidado e precisão. Suas boas gravuras são buriladas com nitidez e sem dureza. Gravou muito segundo pinturas dos mestres alemães.

Cornelius Galle, Sênior ou Elder Desenhista, gravador a buril e mercador de estampas, nasceu na Antuérpia por volta de 1570, morrendo na mesma cidade em aproximadamente 1641. Após aprender a gravar com seu pai, Philippe Galle, aprimorou seus conhecimentos em Roma,

jacob bos [1549–1567] A velha com pretensão à mocidade, s/d [segundo Sofonisba Anguissola] água-forte, 33,7 x 42,2 cm

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notando-se mudanças em seu estilo. Até então, havia certa dureza em seu modo de gravar; depois, o desenho se tornou correto e o buril passou a ser manejado com liberdade e bom gosto.

nense e de Ticiano. Em todas as cidades onde esteve, pintou quadros e retratos. Viveu e trabalhou predominantemente na Antuérpia, onde concebeu o projeto de pintar retratos dos personagens ilustres de seu tempo. Doze chapas dessa coleção, dita Cem retratos, foram aberta pelo artista e as demais pelos mais célebres gravadores flamengos de então. Em 1632, mudou-se para a Inglaterra, onde pintou diversos retratos do rei, da Família Real e de membros da corte. Faleceu em Blackfrias em 1641. Nenhum artista o excedeu no gênero do retrato.

Egidius Sadeler ou Aegidius, Egidius e Gillis Pintor, desenhista e gravador a buril e à ponta-seca. Nasceu na Antuérpia em 1570 e morreu em Praga em 1629. Sobrinho de Ioan e Raphael Sadeler, Sênior, que foram seus mestres. Em geral, seu desenho é correto, tendo gravado segundo composições próprias e de outros mestres, com buril ora fino, à maneira de Dürer, ora largo, à maneira de Goltzius e Jan Muller. Seus retratos são muito afamados.

Paulus Pontius Desenhista e gravador a buril, nasceu na Antuérpia em 1603. Rubens dedicava-lhe particular amizade e comprazia-se em dirigir-lhe o buril, fazendo-o gravar sob sua inspeção. Assim, o desenho e a expressão de suas figuras e caracteres é correto, sua execução do claro-escuro, bela, e seu buril, perfeito. Seus retratos são admirados pela expressão que soube empregar nas cabeças. Faleceu em 1658.

Raphael Sadeler, o Jovem Nasceu na Antuérpia em 1584. Filho de Raphael Sadeler, Sênior, foi treinado como gravador por seu pai, tendo trabalhado com ele em Munique entre 1604 e 1632, quando veio a falecer.

Antoon Van Dyck Pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido na Antuérpia em 1599. Aos 11 anos de idade, foi enviado para a escola do pintor Henrique van Balen. Em 1615, entrou para a oficina de Rubens, na qual trabalhou por três anos, ajudando o mestre a terminar suas obras e realizando cópias de seus quadros. Foi reconhecido mestre da confraria de S. Lucas. Em 1626, seguiu para a Itália, onde visitou Veneza, Gênova, Roma, Florença e Palermo. Estudou as obras de Giorgione, de Paulo Vero-

peter de jode , junior [1603–1674] Henricvs Liberti: Groeningensis Cathed. Organista [Retrato de Henrique Liberti], 1640–1650 [segundo Antoon Van Dyck] buril, 26,5 x 19,7 cm

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Peter de Jode, Junior Nascido na Antuérpia em 1604, aprendeu a gravar com seu pai. Em muitas de suas estampas, igualou-se aos melhores gravadores de seu tempo. As gravuras que realizou para a coleção dos Cem retratos, de Antoon Van Dyck, são irrepreensíveis. Faleceu em 1674.

paulus pontius [1603–1658] Aubertus Miraeus Bruxellensis... [Retrato de Alberto Miraeus], 1630–1640 [segundo Antoon Van Dyck] buril, 24,1 X 16,7 cm

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raphael sadeler , o velho

[1560/1561–1628/1632] Honos, 1591 [da série “As quatro idades do homem”] buril, 22,2 x 25,5 cm

ioan sadeler [1550-1600]

O opulento guloso à mesa e o mendigo Lázaro, c. 1598 [da série “As cenas de cozinha”, segundo Jacob da Ponte, dito Bassano, o Velho] buril, 23,3 x 30 cm

antoon van dyck

[1599–1641] Ticiano e sua amante, s/d água-forte e buril, 30 x 22,6 cm

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Coleção Francesa Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544] François Perrier [1590–1650] Jacques Callot [1592–1635]

Claude Mellan [1598–1688]

Egidio Rousselet [1614–1686] Gérard Audran [1630–1703]

Etienne Picart, dito o Romano [1631–1721] Gérard Edelinck [1640–1707] Petrus Drevet [1663–1738]

Charles Dupuis [1685–1742]

Henri Simon Thomassin [1687–1741]

françois perrier [1590–1650]

Minerva: cena de batalha, 1645 [In: Icones et segmenta illustrium e marmore tabularum quae Romae...] [segundo Sofonisba Anguissola] água-forte, 25,3 x 38 cm

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jacques callot [1592–1635]

Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 Frontispício O saque [pr. 5] página à direita,

O alistamento da tropa [pr. 2] A batalha [pr. 3] O suplício da Polé [pr. 10] O suplício da forca [pr. 11] A fogueira [pr. 13] O suplício da roda [pr. 14] água-forte, 10 x 20 cm

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claude mellan [1598–1688] A Santa Verônica de Jesus Cristo, 1649 buril, 43 x 31,4 cm

A Santa Verônica é muito afamada pela maneira singular com que foi executada num só talho gigante e circular, que começa na ponta do nariz de Jesus Cristo.

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gérard audran (1630–1703) Aenée sauvant son pére de lémbrazement de Troye, s/d [segundo Domingos Zampieri, dito o Domenichino] buril, 53 x 39 cm

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petrus drevet (1663–1738) Hyacinthus Rigaud Eques in Regis..., 1701 [segundo Hyacinthe Rigaud] água-forte, 62,1 x 45,5 cm gérard edelinck (1640–1707)

étienne picard [1631–1721] Santa Cecília cantando os louvores de Deus, s/d [segundo Domingos Zampieri, dito o Domenichino] água-forte e buril, 46,5 x 29 cm

Albert Dürer Gur, s/d buril, 31,2 x 20 cm

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Coleção Inglesa

William Hogarth Hogarth desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte, nasceu em Londres em 1697. Aprendeu o ofício de ourives e logo entrou para a Academia de St. Martin’s Lane, a fim de estudar desenho ao natural. No início de sua carreira, ganhava o estritamente necessário para viver, abrindo em metal brasões e endereços para as chapas das portas dos negociantes, e desenhando e gravando cartuchos e rótulos. Depois, passou a gravar para livreiros, segundo os próprios desenhos. Frequentou a oficina de pintura de Jacob Thornill, pintor do Rei, a quem criticava pela maneira de pintar. Acabou por casar-se clandestinamente com a filha de seu mestre em 1730. A esse tempo, dedicava-se à pintura de retratos. Reproduzia na tela os seus modelos com absoluto rigor, sem omitir, nem corrigir nenhum detalhe do aspecto de seus retratados, o que o fez perder clientela. Em suas próprias palavras: “Estou resolvido a compor comédias na tela, a pintar não assuntos clássicos, mas retratos burgueses; não pintarei mais heróis imaginários. Serei útil”. Em nenhum outro país, a caricatura teve tanta liberdade, e Hogarth é tipicamente inglês na natureza didática de suas sátiras.

William Hogarth [1697–1764] Peter Simon [c.1750–1810]

Samuel Middiman [1750–1831] Benjamin Smith [1754–1833] John Ogborne [1755–1837] Robert Thew [1758–1802]

Charles Gauthier Playter [c.1786–1809]

Dedicou-se a retratar os defeitos e vícios do seu tempo: tudo o que lhe parecia ridículo ou repreensível foi assunto de suas composições. Realizou 260 gravuras, algumas inteiramente gravadas por ele e outras trabalhadas em conjunto com outros artistas sob sua direção. Faleceu aos 67 anos na vila de Chiswick, perto de Londres. Mesmo Hogarth não tendo sido um exímio técnico na arte de gravar, permanece único e especial no que concerne ao grande espírito crítico em suas sátiras de cunho político-social e de crítica aos costumes, como podemos observar na gravura à água-forte e a buril The Brench: quatro figuras caricaturadas e burlescas, a meio-corpo, sentadas, com as clássicas cabeleiras dos juízes ingleses, vestidas de toga de magistrado e presidindo a sessão do tribunal, à qual, como se vê, não prestam a menor atenção. São eles: Sir John Willes, Lord Chief Justice; Hon. Wn. Noel; Hon. Mr. Bathurst; e Sir Edward Clive. Já na gravura a buril Southwark Fair, Hogarth nos mostra os tipos de entretenimento que eram oferecidos para “pessoas de todas as distinções e ambos os sexos”.

william hogarth [1697–1764]

The Bench, 1758 água-forte e buril, 30,3 x 20,9 cm

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william hogarth [1697–1764]

Southwark Fair, 1733 buril, 44 x 54,5 cm

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Peter Simon Nasceu em Londres por volta de 1750 e faleceu na mesma cidade em 1810. Estudou a técnica de pontilhado com Francesco Bartolozzi. Em 1790, foi considerado um dos maiores gravadores da Inglaterra. Gravou segundo Gainsborough, Reynolds, Fuseli e Wheatley, tendo tido grande capacidade de capturar fortes valores tonais e contrastes. John Boydell, uma das mais notáveis personalidades do século xviii na Inglaterra, encarregou-o de produzir gravuras para The Shakespeare Gallery e para a série de poemas de John Milton conhecida como The Milton Set.

John Ogborne Nasceu em Chelmsford 1755 e faleceu em Londres 1837, sendo considerado um dos maiores gravadores a pontilhado do século xviii na Inglaterra. Foi aluno de Bartolozzi e gravou principalmente segundo desenhos de Richard Westall, Kauffmann Angelica, Smirke Robert e Stothard Thomas. Participou da The Shakespeare Gallery e do The Milton Set. No início do século xix, voltou-se com sucesso para a gravura à água-forte de pontos de vista topográficos. Em algumas de suas gravuras, era ajudado por sua esposa Mary Ogborne.

Samuel Middiman Nasceu em Londres em 1750 e faleceu na mesma cidade em 1831. Gravador altamente considerado, estudou técnica de gravura com William Byrne, finalizando seus estudos com Bartolozzi e William Wollett. Gravou segundo Joseph Wright, Gainsborough, Hearne, Berchem e Smirke, entre outros. Foi muito admirado também por suas gravuras com temas topográficos, publicadas em Select Views in Great Britain (1784–1792) e em Picturesque Views and Antiquities of Great Britain (1807–1811). Suas obras foram expostas com frequência no Spring Gardens e na Free Society and the Royal Academy.

Robert Thew Nascido em Partington em 1758 e falecido em Stevenage, 1802, foi um dos melhores gravadores a pontilhado do final do século xviii. Soldado, serviu ao exército até 1783. Quase completamente autodidata, gravou retratos de muitos estadistas importantes, incluindo o rei George iii e a rainha Charlotte. Também ocupou o importante cargo de gravador do príncipe de Gales. Gravou 17 imagens para a The Shakespeare Gallery, de Boydell, incluindo a famosa cena das bruxas de Macbeth e a cena do fantasma de Hamlet.

Benjamin Smith Nascido em 1754, foi um grande gravador do século xviii e do início do século xix. Estudou a técnica do pontilhado, que permite a gradação de tons pelo adensamento de pontos, com Francesco Bartolozzi em Londres. Durante sua carreira, gravou muitas estampas segundo Hogarth, Beechey e Rommey. John Boydell convidou-o para realizar diversas gravuras para a The Shakespeare Gallery e para The Milton Set. Faleceu em Londres em 1833.

Charles Gauthier Playter Gravador a buril e pontilhado, nasceu por volta de 1786 na Inglaterra, falecendo em Lewisham em aproximadamente 1809. Foi contratado para realizar vários projetos segundo artistas contemporâneos, como Rigaud e Hamilton. Trabalhou em diversas pranchas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell.

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Convidado para conceber a gravura introdutória do conjunto The Shakespeare Gallery, Smith realizou esta impressionante alegoria, em que vemos o rosto da natureza desvendado acima da cabeça do pequeno Shakespeare. De ambos os lados, há figuras da alegria e da tristeza, ao passo que no agrupamento central se veem o ódio, o amor e o ciúme à esquerda, e a raiva, a inveja e o medo à direita.

benjamin smith [1754–1833] The Infant Shakespeare Attended by Nature and the Passions, 1799 [segundo George Romney], The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado, 50,7 x 64,6 cm

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Nesta gravura, Middiman é muitas vezes comparado ao grande gravador William Wollett. Na primeira parte de Rei Henrique iv, Middiman emprega a técnica de gravar conhecida como “worm line”, introduzida por Wollett, na qual, basicamente, constroem-se fortes contrastes tonais pelo emprego de uma infinidade de linhas curvas. Nota-se o alto nível técnico do artista nas variações dramáticas de luz e escuridão.

samuel middiman [1750–1831] First Part of King Henry the Fourth, act II, scene II, 1797 [segundo Joseph Farington], The Shakespeare Gallery [J. Boydell] água-forte e buril, 44,1 x 60 cm

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peter simon [c.1750–1810] Tempest, act I, scene II, 1797 [segundo Henry Fuseli] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado, 50,7 x 63 cm

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Em O Rei Henrique viii, Thew utilizou a técnica do pontilhado para criar uma luz brilhante sobre as figuras centrais do cardeal Wolsey e do abade de Leicester. Trata-se, com todas as suas finas figuras e gestos, de uma gravura magnificamente realizada.

robert thew [1758–1802] King Henry the Eighth, act IV, scene II, 1798 [segundo Richard Westall], The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado, 44,2 x 59,5 cm

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Coleção Espanhola José de Ribera [1591–1652]

Manoel Salvador Carmona [1734–1820]

Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828] Joaquín Ballester [1740–1808]

Francisco Muntaner [1743–1805] Joaquim Frabregat [1748–1807] Fernando Selma [c.1752–1810]

josé de ribera [1591–1652]

manoel salvador carmona [1734–1820]

São jerônimo, s/d água-forte, 31 x 23,2 cm

Sancta Virgo, 1757 água-forte, 47,1 x 31,3 cm

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francisco josé goya y lucientes [1746–1828] Disparate feminino [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor, 32,2 x 49,9 cm

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francisco josé goya y lucientes [1746–1828] Disparate de miedo, Disparate ridículo, Disparate matrimonial e Modo de voar [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor, 32,2 x 49,9 cm

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fernando selma [c.1752–1810]

Herodias, 1774 [segundo Guido Reni] buril, 30 x 21,6 cm

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Coleção Portuguesa Francisco Vieira de Matos [1699–1783]

Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786] Antonio Joaquim Padrão [1731–1771]

Manuel da Silva Godinho [c.1751–c.1809]

Gregório Francisco de Queiroz [1769–1845] João Caetano Rivara [c.1770–1824]

Francisco Vieira de Matos, dito Vieira Lusitano Nasceu em Lisboa em 1699. Pintor e gravador, foi discípulo de Lutti e Trevisani em Roma, bem como membro da Academia de S. Lucas em Roma, cavaleiro professor da Ordem de Santiago da Espada, pintor histórico da Casa Real Portuguesa e ilustrador de múltiplas obras. Depois de ter estudado em Roma e de complexa história amorosa, acabou por falecer no Convento do Beato Antônio, em Lisboa, em 1783. Joaquim Manuel da Rocha e Antonio Joaquim Padrão, entre outros, foram seus discípulos.

Joaquim Manuel da Rocha Pintor e gravador à água-forte, nasceu em Lisboa em 1730, falecendo na mesma cidade em 1786. Foi aluno de Vieira Lusitano, de quem copiou vários desenhos. Entrou para irmandade de São Lucas em 1752. Na arte de gravar, seu forte era o claro-escuro.

Antonio Joaquim Padrão Pintor e gravador à agua-forte, nascido em Lisboa em 1731. Fez os esboços que, após seguirem para França, serviram de base para o grande retrato do marquês de Pombal expulsando os jesuítas. Abria muito bem à água-forte. Faleceu em Lisboa em 1771. francisco vieira de matos [1699–1793]

Manuel da Silva Godinho Gravador à água-forte, nasceu em Lisboa por volta de 1751. Foi um prolífero gravador do final do século xviii estimado por seus temas religiosos. A maioria de suas gravuras possui bom desenho. Faleceu em aproximadamente 1809.

gregório francisco de queiroz [1768–1845]

Alegoria ao escudo português, 1728 água-forte e buril, 28,2 x 19,6 cm

Estampa representando N. Senhora, tendo ao colo o menino Jesus, com três anjos à volta e, ao lado, S. José , 1800 buril, 27,9 x 22,6 cm

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Gregório Francisco de Queiroz Nascido em Lisboa em 1768, foi enviado pelo governo português para Londres, onde estudou com Francesco Bartolozzi, de quem se tornaria ajudante após a reativação da Aula de Gravura em Lisboa. Sua obra gravada é vasta e diversificada, e nela se destacam as notáveis gravuras que abriu a partir dos quadros de Domingos Sequeira. Faleceu em Lisboa em 1845.

João Caetano Rivara Gravador a buril e a pontilhado. Nasceu por volta de 1770 em Portugal. Mudou-se para Roma em 1788, pensionado pela Intendência, onde foi aluno de Labruzzi e, depois, de Volpato na escola de Pedro Vitali. Em Londres, estudou com Bartolozzi. Regressou a Lisboa em 1803, tornando-se professor de gravura do Jardim Botânico. Diz-se que trabalhou no Rio de Janeiro, na Imprensa Régia. Morreu em 1824.

joão caetano rivara [c.1770–1824] Maria I Port. & Alg. Regina Fidelissima, 1800 buril e pontilhado, 23,5 x 15,5 cm

joão caetano rivara [c.1770–1824] Iohannes Brasiliae Princeps Port. Regens, 1800 buril e pontilhado, 23,5 x 16 cm

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joão caetano rivara [c.1770–1824] A Sereníssima Senhora D. Carlota Joaquina Princesa do Brasil, s/d [segundo Andre Del Sarto] buril, 46,2 x 34,5 cm

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Referências bibliográficas

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Database e catálogos online

British Library Bibliothèque Nationale de France Biblioteca Nacional de Lisboa Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca de Arte British Museum Museu do Louvre Museu do Prado Rijksmuseum

centro cultural banco do brasil. Rembrandt e a arte da gravura. Eva Ornstein-Van Slooten, Marijke Holtrop, Peter Schatborn. Rio de Janeiro, 2002. ___. Impressões Originais: a gravura desde o século xv. Pieter Tjabbes, Valeria Piccoli, Carlos Martins. Rio de Janeiro: 2005 chaves, Luís. Subsídios para a história da gravura em Portugal. Coimbra: [s. n.], 1927.

Observação: As informações do resumo sobre as técnicas de gravura

foram obtidas de Notas sobre incisão, de Luiz Cláudio Mubarac [São Paulo, 1998], e do catálogo Albrecht Dürer: o apogeu do Renascimento alemão [Rio de Janeiro: MNBA/Fundação Biblioteca Nacional, 1999]

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jeffares, Neil. The Dictionary of Pastellists before 1800. London: Unicorpress, 2006.

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presidenta da república Dilma Rousseff ministra de estado da cultura Ana de Hollanda

fundação biblioteca nacional Presidente – Galeno Amorim Diretora Executiva – Loana Maia centro de referência e difusão Diretora – Mônica Rizzo coordenadoria de acervo especial Coordenadora – Rose Mary Amorim

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Agradecimentos Equipe da Fundação Biblioteca Nacional Equipe do Centro Cultural Correios

Assistentes de Produção Antonio Roberto Vilete de Oliveira Mariana Cardoso Oscar Patrick de Oliveira Correa Assistente de Pesquisa Priscila Serejo Martins

Texto Fernanda Terra

Fotografia Photo Síntese

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Projeto Gráfico Contra Capa

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Fotografia Photo Síntese

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Impressão Gráfica Santa Marta

realização

centro cultural correios Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro 20010-976, Rio de Janeiro – rj 28 de julho a 18 de setembro de 2011 terça-feira a domingo, das 12h às 19h

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