Revista Saúde in Foco • volume 1 • nº 2 • maio-junho/2018

Page 1

#CUIABÁ 300 ANOS

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018


DIVULGUE

SUA MARCA AQUI

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA NOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE MT Versões: impressa e digital Periodicidade: bimestral

ESPAÇOS PUBLICITÁRIOS 2ª CAPA

3ª CAPA

4ª CAPA

PÁGINA DUPLA ½ PÁGINA

RODAPÉ

1 PÁGINA

VERTICAL

CAPA

(65) 2129-1337 (65) 9-9984-5383 www.qualitassaude.com.br qualitasmt@gmail.com


GESTÃO 05 06 07 08 09

Proibição do trabalho de gestante em ambientes insalubres Lideranca de equipes de saúde Ambiência e hospitalidade Dificuldades na implantação do protocolo de cirurgia segura Marketing em CCIH como estratégia inovadora: resultados na prevenção

SICOM

SUMÁRIO

SEGURANÇA DO TRABALHO 10 Proteção e brigada de incêndio - a importância da simulação 11 O que a sustentabilidade tem a ver com segurança do trabalho? 12 Normas de proteção ao trabalhador completam 40 anos 13 As radiações na medicina 14 O que há de novo na norma de Resíduos de Serviços de Saúde da Anvisa (RDC nº 222/2018)? 15 Acidente de trabalho?

TECNOLOGIA 16 IQPCI - um novo app para os serviços brasileiros de controle de infecção

20

O PERIGO QUE MORA AO LADO

HOSPITAIS FILANTRÓPICOS 17 Taques se recusa a pagar hospitais filantrópicos 18 Saúde em Rondonópolis 19 Sindhosfil, Qualitas e Saúde in Foco®

BIOSSEGURANÇA 22 Higienização das mãos em serviços de saúde 23 A Central de Material Esterilizado (CME) pode salvar vidas! 24 Por dentro da higienização hospitalar

SEGURANÇA DO PACIENTE 25 Cuidados odontológicos em pacientes internados em UTI 26 A Enfermagem e a Teoria de Orem, no alívio da dor

SAÚDE PÚBLICA 27 Implantação do Plano Nacional pelo fim da tuberculose como saúde pública 28 Epidemiologia – a hora e a vez da problemática “gripe”

SEÇÕES EDITORIAL ................................ 04 CAPA ......................................... 20 SAÚDE INFANTIL....................... 32 SAÚDE DA MULHER................... 33 CURTAS ..................................... 34 PELA INTERNET ........................ 35 CONVERSA COM O DOUTOR ....... 36 VOCÊ SABIA?............................. 37 PERFIL ...................................... 38

SAÚDE E CUIDADO 29 Nutrição e Alzheimer, qual a relação? 30 Cifoescoliose: Você já observou seu filho? 31 Climatério - principais alterações fisiológicas, emocionais e sociais que ocorrem nas mulheres

REVISTA BIMESTRAL • VOLUME 1 • Nº 2 MAIO-JUNHO/2018 VERSÃO DIGITAL: www.revistasaudeinfoco.com.br FOTO DA CAPA: CHRISTIAN LUIZ


EDITORIAL ®

EDITORA CHEFE e JORNALISTA RESPONSÁVEL Lucilene Amaral MTB 1351/MT

Caros leitores,

DIRETOR EXECUTIVO Péricles Mello

É com muita satisfação que trazemos para vocês mais uma edição da nossa revista.

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Daniela Jardim & Rene Bueno contato@danielajardim.com

O desenvolvimento de um projeto como esse tem sido desafiador. A busca por informações diversas e atuais sobre o segmento da saúde, sem cair no lugar comum, não é uma tarefa simples e exige muito estudo e empenho. Desde o planejamento inicial, não tínhamos a pretensão de sermos um veículo científico. Sabíamos das características e limitações específicas desse perfil de publicação, mas, nem por isso, desprezamos tais referências. Após o lançamento da revista vimos que os leitores se compatibilizaram muito com a proposta do material, houve uma grande identificação. O público não técnico também se identificou com nosso objetivo e manifestou o desejo de ser contemplado nele. Participou, sugeriu, opinou; por isso, vamos nos manter atentos para sempre ofertar temas relevantes e cotidianos. Sempre pensando em oferecer informações atuais, nos últimos meses nos dedicamos a elaborar um projeto novo da nossa versão digital. Estamos passando de site para portal. A intenção é possibilitar um conteúdo mais dinâmico do que a revista impressa, com notícias e informações sem fronteiras sobre o tema - Saúde. Estamos preparando muitas novidades no ambiente digital. Além da versão completa da revista o leitor encontrará enquetes, poderá promover interação com os colunistas, assistirá vídeos, terá uma loja com produtos (livros e cursos) e muito mais. É assim que estamos pensando em você. Buscando o que está acontecendo de melhor e mais atual sobre a saúde para manter você e sua família sempre bem informados. Obrigada pelo apoio e boa leitura a todos! LUCILENE AMARAL

CONSELHO EDITORIAL Lucilene Amaral Thelma Sabim Soraya Lima REVISÃO E ADAPTAÇÃO Thelma Sabim thelma@thelmasabim.com COMERCIAL E MARKETING Qualitas Assessoria e Consultoria em Saúde Ltda. CUIABÁ – MT Rua W2, quadra 2, nº 16 Bela Marina - CEP: 78070-713 RIO DE JANEIRO – RJ Rua Heráclito Graça, 18/401 Méier - CEP: 20725-080 SÃO PAULO – SP Rua Líbero Badaró, 92/35 Centro - CEP: 01008-902 VENDAS comercialsaudeinfoco@gmail.com ESTAGIÁRIO DE JORNALISMO Guilherme Carvalho A REVISTA Saúde in Foco é uma publicação bimestral da Qualitas Assessoria e Consultoria em Saúde S/S Ltda., e sua distribuição é gratuita, através de pontos estratégicos, nos principais municípios do Estado de MT, incluindo Secretarias de Saúde, Secretarias de Comunicação, Associações, Sindicatos, Bibliotecas de Universidades, Organizações de Saúde e afins. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista e são de responsabilidade dos autores. Não é permitida a reprodução parcial ou total de qualquer matéria sem prévia autorização por escrito desta Editora, e com citação da fonte.

SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS.

Por favor, envie-nos seus comentários, críticas, opiniões ou sugestões de pauta para qualitasmt@gmail.com que teremos enorme prazer em responder.

ACESSE NOSSA VERSÃO DIGITAL www.revistasaudeinfoco.com.br

4

REVISTA SAÚDE IN FOCO


GESTÃO

PROIBIÇÃO DO TRABALHO DE GESTANTE EM AMBIENTES INSALUBRES

EDISON FERREIRA DA SILVA Advogado Administrador Hospitalar Especialista em Gestão Hospitalar Especialista em Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde Membro do seguimento Patronal da Comissão Tripartite Permanente Regional de São Paulo CTPR/SP da NR 32 dredisonfs@uol.com.br Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 5216096023352695

O segmento de prestação de serviços de saúde do país está preocupado com o advento da Lei 13.287/16, publicada no DOU em 11.05.16, que altera artigo da CLT e proíbe o trabalho da gestante ou lactante em atividades, operações ou locais insalubres. O referido impositivo legal impacta sensivelmente todas as atividades de assistência de saúde, cujo contingente de mão de obra na área técnica—em especial a equipe de enfermagem—é formado predominantemente pelo sexo feminino e tais áreas hospitalares estão em espaços e ambientes considerados insalubres. A situação é assustadora, haja vista que a Constituição Federal promulgada em 1988 em seu inciso XVII do artigo 7º determina a licença maternidade com duração de 120 dias. Acresce-se ainda que o Decreto Lei n° 5452/43, o qual aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho, descreve em seu artigo 396: Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. Parágrafo único - Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente. Também devemos destacar algumas situações típicas da área de gestão de pessoas. É notório que várias discussões doutrinárias são apresentadas quanto a este período de meia hora para amamentação, visto que o legislador não contemplou a temporariedade. Na prática, as trabalhadoras preferem obter os

Cirurgia Plástica Estética e Reparadora

dois períodos de descanso juntos para permitir iniciar sua jornada de trabalho uma hora mais tarde ou sair uma hora mais cedo, ficando entre empregador e empregado está composição. Outro fato que deve ser observado é que o art. 93, parágrafo 3º do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, estabelece que em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao parto podem ser aumentados de mais 02 (duas) semanas, mediante atestado médico específico. Esta situação imposta aos empregadores e em especial às entidades sem fins lucrativos é mais complicada para aos hospitais, que tem grande importância para a população. Por exemplo, as Santas Casas, que sustentam 52% do atendimento do SUS no Brasil e que em vários municípios brasileiros são as únicas opções de atendimento de saúde, sendo que sua maioria não possui custeio suficiente para suas atividades. A considerar este absurdo legislativo, devemos vislumbrar que em gestação normal de 9 meses e 6 meses de amamentação, os hospitais ficarão impossibilitados de contar com o trabalho de empregadas do sexo feminino. Obviamente é irracional imaginar manter uma unidade hospitalar sem o trabalho direto de seus trabalhadores em ambientes insalubres, até porque a característica destes ambientes é por si só insalubre. Demonstra-se tal situação na classificação do adicional de insalubridade na NR 15 - anexo 14 da Portaria 3214/78. Assim, o grande contingente de mulheres jovens que pretende ingressar na área de enfermagem e suprir a carência latente no mercado hospitalar, com habilidades técnicas imprescindíveis para a assistência à saúde, fica exposto a ser alvo de discriminação criada por empregadores preferirem contratar profissionais do sexo masculino, vez que não estarão na guarida desta nova lei. Dentro desta exposição, entendemos que ficará a “emenda pior que o soneto”.

Dra. Dulciyara Lopes Cirurgiã Plástica • CRM/MT 2450 Membro Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Av. Presidente Marques, 45 • Espaço La Provence • Centro • Cuiabá/MT (65) 3023-9001 • 99972-9001 • www.dulciyaralopes.com.br Atendimento: Segunda a Sexta-Feira das 10h00 às 18h00

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

5


GESTÃO

JOSE WALTER DE PAULA PISSOLATO Especialista em Saúde Ocupacional Especialista em Medicina do Trabalho Médico jose.pissolato@gmail.com

6

Existe um velho ditado que diz: “Errar é humano”. Outro diz: “A gente aprende com os erros”. Liderar acertos é confortável, mas como lidar com o erro? Hoje sabemos que, de todas as internações hospitalares do mundo, em aproximadamente 10% delas acontecem eventos adversos, ou seja, alguma situação indesejável, por conta de “falha” no sistema, com alguns desfechos muito graves, ou mesmo óbitos. Diferente de um computador, programado para fazer as coisas sempre do mesmo jeito, nosso cérebro é influenciado por estímulos diversos, inclusive alguns que não percebemos, resultando em ações até inconscientes ou automáticas. O líder deve detectar o evento adverso, abordar as pessoas envolvidas na situação de forma polida, educada, para conhecer os detalhes do acontecido e obter uma visão profunda das possíveis falhas no processo buscando aperfeiçoá-lo, e não como uma “caça às bruxas”. Não se deve tratar da mesma maneira as ocorrências adversas que acontecem no trabalho. Há uma grande diferença entre um ato intencional, onde as consequências são desejadas, comparado a um erro induzido pelo sistema, quando as circunstâncias facilitam a falha humana. Vejamos estes exemplos: a. Um técnico de enfermagem confunde um frasco de Brometo de Ipatrópio com outro de Dipirona gotas, ambos guardados na mesma gaveta do posto de enfermagem, quando vai preparar uma nebulização, a pedido do médico da emergência. b. Um técnico de enfermagem deixa de ministrar a medicação da noite, conscientemente, tendo preenchido (checado) antecipadamente a planilha, para não ter que interromper seu cochilo, pois estava cansado. No evento da letra “a” o técnico cometeu um erro humano: “confundiu”, induzido pela semelhança dos frascos, pela organização deficiente do trabalho (que permitiu medicamentos de frascos semelhantes em

VALELOPARDO/PIXABAY

LIDERANCA DE EQUIPES DE SAÚDE

uma mesma gaveta), e falta de checagem do que estava escrito no rótulo (provavelmente induzida pela pressa em atender ao médico da emergência). Já o evento da letra “b” foi uma imprudência (assumiu um risco de forma intencional), que caracteriza uma falta grave, e não está relacionada à organização ou ao processo do trabalho. O técnico tinha total capacidade para cumprir sua tarefa e sabia dos riscos resultantes de sua atitude. Neste segundo caso, caberá ao líder tomar ações disciplinares. No primeiro caso, entretanto, colocar a “culpa” no técnico é uma solução simplista, que não vai resolver o problema, e o evento provavelmente vai acontecer de novo. Precisamos “corrigir” o processo. O gestor deve fazer inicialmente uma análise dos casos, que vão desde descumprimentos de leis e imprudências grosseiras, até atos falhos ou omissões/ violações por deficiências da organização do trabalho. A relação com o liderado deverá ser cuidadosa, pautada no respeito pelo ser humano e ética profissional. A comunicação, mais uma vez, tem que ser de excelente qualidade, e tudo o que foi detectado deverá ser dito, o que foi realizado de forma incorreta deverá ser esclarecido. O membro da equipe deve ser ouvido cuidadosamente, pois seu conhecimento da tarefa, inclusive das dificuldades para realizá-la, certamente será o ponto de partida para criar soluções que previnam novos eventos adversos. REVISTA SAÚDE IN FOCO


GESTÃO

AMBIÊNCIA E HOSPITALIDADE

Figura 1. Eixos norteadores da ambiência.

O termo ambiência na área da saúde “compreende o espaço físico, social, profissional e de relações interpessoais que deve estar em sintonia com um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana” (BRASIL, 2010). A transformação da ambiência hospitalar se refere ao tratamento dado ao espaço físico, social, profissional e de relações interpessoais, a partir de três eixos norteadores: construção de espaço que vise a confortabilidade e a produção de subjetividades, e possa ser utilizado como ferramenta facilitadora do processo de trabalho.

CONFORTABILIDADE

FERRAMENTA FACILITADORA DO PROCESSO DE TRABALHO

AMBIÊNCIA

PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES

Fonte: RIBEIRO, 2015.

ANA MARIA CUNHA Mestre em Hospitalidade Especialização em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde Enfermeira anacampo174@gmail.com Currículo Lattes https://wwws.cnpq.br/ curriculoweb/pkg_menu. menu?f_cod=EBD600AC594 E3B058D1CCA5073FA61E9

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

A confortabilidade é composta por elementos que atuam como modificadores e qualificadores do espaço, como a cor, o cheiro, o som e a iluminação. A combinação e equilíbrio entre tais elementos podem criar ambiências acolhedoras aos usuários e trabalhadores, estimulando a percepção ambiental. A produção de subjetividades envolve o encontro de sujeitos (usuários, trabalhadores e gestores) que se utilizam do espaço para agir e refletir sobre o processo de trabalho e estabelecer ações a partir da integralidade e da inclusão. O terceiro eixo, o espaço usado como ferramenta facilitadora do processo de trabalho, vai além da arquitetura, buscando estabelecer o ambiente aspirado pelos usuários e profissionais de saúde. Explorando a funcionalidade e a possibilidade de flexibilidade na ambiência realizam-se articulações, tais como trabalho com equipe, visita aberta, informação e

sinalização, respeito à cultura e às diferenças, e o acolhimento. Identificou-se que o desequilíbrio no ambiente físico (na ventilação, no aquecimento, na luz, no ruído, na limpeza de quartos e paredes, entre outros aspectos) influenciava o ambiente social e psicológico da pessoa, suscitando maior energia da mesma para compensar o estresse ambiental e consequentemente, retirando dela a energia imprescindível para a cura e/ou melhora do seu estado de saúde. Algumas ações podem se concretizar quando são adotadas atitudes simples que não demandam custos e de fácil resolutividade, a colocação do leito do paciente em local adequado no quarto, que lhe proporcione a visão do mundo exterior e da luz solar; mudanças na cor das paredes e de quadros, estímulo e a orientação aos visitantes para que proporcionem uma quantidade maior de entretenimento ou estímulos no ambiente; acordar o paciente com menor frequência e de modo menos súbito, além da oferta de uma atmosfera calma, com menos correria. Na dimensão psicológica, um ambiente negativo pode acarretar estresse físico, afetando emocionalmente o paciente, o que leva a um maior uso de medicação e aumento dos dias de internação. Os aspectos ambientais considerados por Florence Nightingale (1820-1910), a precursora da Enfermagem Profissional, ressurgem como foco de interesse da saúde, por meio da Política Nacional de Humanização (PNH). Vivenciar as diretrizes da PNH é proporcionar aos usuários e familiares um ambiente hospitalar que atenda as suas necessidades enfatizando seu compromisso com a ambiência, propondo melhorias nas condições de trabalho e de atendimento. Estes componentes se somam para construir ambiências acolhedoras e harmônicas que contribuem para a promoção do bem-estar, desfazendo o mito desses espaços que abrigam serviços de saúde frios e hostis. A organização de espaços saudáveis que proporcionem atenção acolhedora, resolutiva e humana é importante estratégia para a melhoria da ambiência, humanização e hospitalidade no ambiente hospitalar. 7


GESTÃO

DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA

ALICE SERIQUE Especialista em Instrumentação Cirúrgica Enfermeira alice_serique2@hotmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 3619808653711105

8

Em maio de 2002, na Assembleia Mundial da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou aos Estados Membros que dedicassem maior atenção ao problema da segurança do paciente. Foi lançado então em 2004 a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, objetivando um despertar da consciência profissional e o comprometimento político para melhorar a segurança na assistência à saúde, apoiar os Estados Membros no desenvolvimento de políticas públicas e na indução de boas práticas assistenciais. A OMS em 2009 elaborou um artigo intitulado “Segundo desafio global para a segurança do paciente: Cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS)”, objetivando aumentar os padrões de qualidade contemplando prevenção de infecções do sítio cirúrgico (ISC), anestesia segura, equipes cirúrgicas seguras e indicadores da assistência cirúrgica. Foram criados “Dez objetivos essenciais para a segurança cirúrgica”, gerando então um protocolo universal, dividido em três etapas, em que cada uma é complementar à prática de confirmar o paciente, local e procedimentos corretos. Essa verificação deverá incluir todos os membros da equipe envolvidos na assistência, assim como participação do paciente antes da indução anestésica, em que ele confirma seus dados e qual será o procedimento realizado no mesmo. A implantação do protocolo de cirurgia segura é capaz de prever várias vantagens, tanto para a instituição de saúde—diminuição das complicações pós-operatórias, tempo de internação menor, gerando diminuição nos custos hospitalares, aumento da produtividade do hospital, redução de óbitos por causas cirúrgicas—quanto para o paciente, que retorna ao mercado de trabalho em tempo hábil, fica satisfeito com o procedimento realizado, além de abrandar o medo em se operar e aumentar os retornos ambulatoriais. A lista de verificação de segurança cirúrgica, dividida em 3 fases, deverá ser realizada pela equipe de enfermagem, de anestesiologia e cirúrgica:

• antes da indução anestésica: na qual participam o paciente e a equipe de anestesiologia e posteriormente a equipe de enfermagem, para confirmar se há alergia, risco de sangramento, presença de via aérea difícil, e equipamentos funcionantes; • antes da incisão da pele: toda a equipe se apresenta e confirma verbalmente a identificação do paciente, o sítio cirúrgico e o procedimento a ser realizado, se foi feito antibioticoprofilaxia nos últimos 60 minutos, se há risco de sangramento, duração da cirurgia, se os materiais estão estéreis e se há disponibilização de exame de imagem; e • antes do paciente deixar a sala operatória: quando é feita a contabilização de gazes, compressas, instrumentais e agulhas utilizadas durante o procedimento, registro de intercorrência durante o ato cirúrgico, se alguma, para identificar se o problema foi com algum material ou com o paciente. Quando há o preenchimento correto da lista de verificação é possível gerar dados para a Instituição, verificar se há antibioticoprofilaxia perioperatória, quantificar as cirurgias conforme o seu potencial de contaminação, identificar problemas e, com base nisso, formular estratégias para que ocorra resolutividade. Considerando que a taxa de mortalidade associada à anestesia é de 1 em 200.000 nos países desenvolvidos, enquanto para países em desenvolvimento pode ser 100 a 1.000 vezes mais alta, a aplicação do protocolo faz-se necessária para reduzir esse e outros eventos adversos cirúrgicos. A prevenção de ISC através da administração de antibiótico 1 hora antes da incisão, redução eficiente de danos ao paciente; esterilização efetiva dos instrumentais cirúrgicos, através da verificação se os materiais se encontram molhados, ou ainda com resquícios de materiais biológicos; e anestesia segura. A equipe cirúrgica eficiente usa o procolo como ferramenta para manter padrões de comunicação, habilidades médicas, consciência sobre os riscos envolvidos, promovendo uma assistência de qualidade ao paciente. REVISTA SAÚDE IN FOCO


GESTÃO

MARKETING EM CCIH COMO ESTRATÉGIA INOVADORA: RESULTADOS NA PREVENÇÃO

EMANOELLA MESQUITA Mestranda em Máster en Dirección Estratégica especializado en Organizaciones de Salud com a Universidad Europea del Atlántico –Espanha Especialista - Gestão em Saúde e Controle de Infecção Graduada em Enfermagem e Obstetrícia emanoellamesquita@gmail.com

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 0450816244293983

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

O marketing muitas vezes é entendido como ferramenta utilizada para gerar lucros na relação comum de comprar e vender. O Marketing é uma atividade, o conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para os consumidores, clientes, parceiros e a sociedade em geral (American Marketing Association). Ou seja, o marketing é uma série de estratégias, técnicas e práticas que tem a principal finalidade de agregar valor a determinadas marcas e produtos a fim de atribuir uma maior importância dos mesmos para um determinado público-alvo, os consumidores. Esta ferramenta tem sido aplicada no serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH) para efetividade nas ações preventivas de Infecção Associadas à Assistência à Saúde (IRAS). O marketing no serviço do controle de infecção começa desde a implementação das ações do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), expandindo para a qualidade de serviço, gestão de risco, epidemiologia hospitalar e participação em outras comissões. A administração hospitalar solicita justificativa econômica do programa tais como: os impactos para incorporação de tecnologias, perfil da resistência microbiana e o uso racional de antibióticos para redução de custos efetivos e resultados de redução e controle nos indicadores de IRAS. Contudo, os controladores de infecção tem investido cada vez mais em estratégias educacionais e promocionais do serviço de controle de infecção com intuito de fortalecer medidas importantes para redução das infecções no âmbito hospitalar. São os benefícios sociais as campanhas, os eventos e ações lúdicas que geralmente não estão incluídos diretamente nas análises

IMAGES.ADNEWS.COM.BR

econômicas do gestor, mas proporcionam um impacto eficaz na mudança de comportamento dos profissionais da saúde em entender a importância de práticas e medidas primordiais para redução das infecções adquiridas na assistência à saúde. É o marketing do serviço em prol da segurança do paciente, gerando valor agregado a tantas medidas definidas pelos controladores de infecção. Os maiores destaques no marketing dos controladores de infecção estão nas campanhas educacionais de higienização das mãos em dois momentos anuais: maio e outubro. Em níveis de prevenção, o apoio gerencial e em larga escala para ações educacionais e lúdicas para “marketing” de disseminação da prevenção e redução do risco de IRAS com medidas simples ainda é restrito. Os controladores de infecção como membros executores viabilizam projetos com atividades sistematizadas para agregar o maior número possível de profissionais. Palestras, jogos educacionais, clips musicais, atividades em grupos de trabalho, simulações de boas práticas e até avanços tecnológicos são os aliados para promover o entendimento de que medidas simples salvam vidas. Uma visão holística na prevenção de infecção relacionada à assistência é o diferencial no marketing dos controladores de infecção para agregar o valor esperado pelas instituições hospitalares. Com isso, o produto gerado alcança o público-alvo com os resultados esperados que é salvar vidas e reduzir o risco de IRAS. Marketing é necessário, vamos inovar! 9


SEGURANÇA DO TRABALHO

PROTEÇÃO E BRIGADA DE INCÊNDIO A IMPORTÂNCIA DA SIMULAÇÃO

MARCIAL M. CABRAL Especialista em Metodologia de Ensino Graduando em Engenharia de Produção Gestor de Pessoas Técnico de Segurança do Trabalho marcialcabral.mc@gmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 0972977467229887

10

Atualmente diante dos anúncios de tantas catástrofes, é sempre importante se perguntar: Estamos preparados para essa situação? Os estabelecimentos de saúde, assim como uma empresa de qualquer outro segmento, têm suas dificuldades, passam por situações semelhantes e devem se preparar. É bom lembrar que ter uma equipe treinada e atuante para essas situações é um diferencial no meio corporativo. Essa equipe tem um nome, chama-se “Brigada de Incêndio”. São profissionais com um diferencial de conhecimento e com sensibilidade para atuar em situações de perigo como um incêndio, por exemplo. O estabelecimento que treina, investe e realiza vivências em situações de perigo para esses profissionais, está contribuindo não só para a segurança patrimonial, mas também na segurança e integridade do seu bem maior: a vida de seus colaboradores e clientes. É importante que o Hospital invista em simulados de emergência/incêndio, pois cria de forma realista uma situação de risco na empresa, fazendo com que todos os funcionários sigam os mesmos passos — que devem ser seguidos em um caso real. É fundamental o envolvimento da alta direção para que o exercício tenha êxito. Todas as instruções deverão ser designadas previamente pelos responsáveis do setor de segurança (SESMT) e, preferencialmente, que procurem seguir o plano de emergência da instituição que é o manual básico de como agir nessas situações (criticidade de pacientes,

número de brigadistas, vítimas, acompanhantes, equipe médica e de enfermagem). Devem-se utilizar todos os recursos disponíveis na empresa, assim como as saídas de emergência e equipamentos de combate a incêndio, de primeiros socorros, verificando suas utilidades e funcionamentos. Com o objetivo de prevenir riscos e evitar que mais danos sejam causados à edificação, os exercícios são essenciais para manter a ordem e reduzir os prejuízos em eventuais acidentes. Também é uma oportunidade ímpar para testar a eficiência da brigada de incêndio, o processo de evacuação do prédio por parte dos colaboradores e o tempo resposta do Corpo de Bombeiros. Todos os ocupantes do prédio devem ser treinados. Assim, em caso de perigo real, os envolvidos não ficarão perdidos nem atuarão com desespero, pois saberão para onde ir e como agir. Após o simulado, é aconselhável realizar o fórum de debate para levantar os pontos fortes e fracos do evento para posteriormente fazer a divulgação à instituição e propor melhorias. Há diversas legislações que dispõem sobre a realização das simulações de forma específica, mas possuem aplicação apenas estadual, como por exemplo, a nova Instrução Técnica Nº 17 que entrará em vigor em junho de 2018, expedida pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo. A você leitor que tem interesse nessa dinâmica, disponibilizo o link a seguir para que possa ter mais conhecimento sobre o tema. https://www.youtube.com/ watch?v=9i_8-S_eEsA

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SEGURANÇA DO TRABALHO

O QUE A SUSTENTABILIDADE TEM A VER COM SEGURANÇA DO TRABALHO? Convido todos os nossos leitores à reflexão. O tema é complexo e induz os empresários e seus colaboradores a reverem os conceitos.

RAWPIXEL/PIXABAY

SUSTENTABILIDADE Quando se fala em sustentabilidade muitos estabelecem a sua relação, quase que exclusivamente, com os recursos naturais do planeta. Muitas vezes se esquecem de incluir a espécie humana como parte do problema. Sustentabilidade na verdade possui inúmeros vetores, não necessariamente apenas aqueles relacionados à fauna, flora e aos recursos naturais em geral. A definição clássica de Sustentabilidade, conforme relatório de Brundland (1987) – ONU, é a seguinte: “desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem a suas necessidades e aspirações”. Está claro, portanto, que a sustentabilidade está centrada no “ser humano”, todo o resto fica sem sentido se a perenidade da vida humana não puder ser defendida. SEGURANÇA DO TRABALHO

MARCELO JULIANO DA SILVA Empresário – Deltaseg Segurança e Medicina do Trabalho Especialista em Higiene Ocupacional Gestor em Recursos Humanos Técnico em Segurança do Trabalho marcelo@deltasegbrasil.com.br

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

A segurança do trabalho visa fundamentalmente a promoção da saúde e a segurança do trabalhador. Uma definição para Segurança do Trabalho pode ser a seguinte: “corresponde ao conjunto de ciências e tecnologias que tem por objetivo proteger o trabalhador, buscando minimizar e/ou evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais”. O velho conceito de segurança do trabalho, baseado apenas no cumprimento mínimo das exigências legais, não cumpre a missão estratégica da sustentabilidade. A perenidade do negócio depende da sustentabilidade, uma coisa está ligada à outra – a própria sustentabilidade fica comprometida quando os negócios fracassam.

Do ponto de vista empresarial, cuidar da segurança do trabalhador tem implicações mais profundas já que a segurança possui relação direta com a qualidade e com a produtividade. A segurança do trabalho, ao proteger o trabalhador, também assegura o equilíbrio social e econômico, ou seja, a sustentabilidade como um todo. Assim sendo, a harmonia deve ser a grande meta, os aspectos empresariais, sociais, econômicos, ambientais, ecológicos etc., devem estar todos alinhados em um patamar de equilíbrio que faça sentido. ESTRATÉGIA E SEGURANÇA DO TRABALHO A segurança do trabalho deve ser vista como componente estratégico dos negócios. Além da sua relação com a qualidade e a produtividade, ao promover a saúde (física e mental) e segurança do trabalhador, ela protege a matéria-prima essencial para o desenvolvimento dos negócios: o “ser humano” mais engajado, mais criativo e feliz… A melhor estratégia, portanto é aquela que se alicerça no “ser humano”, o agente capaz de promover todos os outros vetores que contribuem para a sustentabilidade. Quem não sabe por onde começar ou precisa se adaptar às NRs pode procurar serviços de consultoria e implantação de programas de SST. Pensem nisso! 11


SEGURANÇA DO TRABALHO

NORMAS DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR COMPLETAM 40 ANOS

DOUGLAS CAMPOS Especialista em Gestão Ambiental Especialista em Auditoria, Avaliações e Perícias em Engenharia Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho Engenheiro Civil douglastacampos@hotmail.com www.linkedin.com/in/ douglas-ansolin-campos988bb731/

12

A cada 15 segundos um trabalhador perde a vida no planeta em decorrência de acidente ou doença do trabalho. Anualmente ocorrem 2,31 milhões de acidentes de trabalho fatais, vitimando 510 mil pessoas a mais do que a AIDS, consumindo cerca de 4% do Produto Interno Bruto mundial, que é a soma de toda a riqueza gerada, para o custeio das despesas geradas dos acidentes ligados ao trabalho, o que em valores representam U$ 2,8 trilhões de dólares. Os números alarmantes acima apresentados são dados repassados pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, que é uma agência multilateral das Nações Unidas, especializada nas questões inerentes ao trabalho. O Brasil contribui negativamente para este cenário de guerra invisível com mais de 570 mil acidentes de trabalho por ano, colocando-nos na desagradável 4ª posição no mundo em fatalidades ao ano, ficando atrás da China, Índia e Indonésia. Ainda de acordo com estudo recente apresentado pelo Ministério Público do Trabalho, de 2012 a 2017 foram gastos cerca de R$ 26 bilhões de reais pela Previdência Social para o custeio dos acidentes acumulados no período. Resumidamente, temos uma visão geral sobre o panorama brasileiro no ano em que as normas regulamentadoras em segurança e saúde ocupacional completam 40 anos. Elas foram publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego que, através da Portaria de nº 3.214 de 1978, estabeleceu um marco

legal e regulatório, tornando obrigatório seu cumprimento por todas as empresas com trabalhadores regidos pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Avaliando a série histórica dos acidentes de trabalho divulgados pela Previdência Social desde 1970 até 2017 percebe-se uma redução no número absoluto dos acidentes por ano e da diminuição em 10 vezes da taxa de acidentes por 100 mil trabalhadores, que em 1970 era de 16.945 acidentes para 1.668 acidentes em 2017, de acordo com dados da revista Proteção (2011). Os resultados do período refletem uma evolução positiva e o engajamento da sociedade organizada nos aspectos relacionados à gestão em segurança e saúde dentro do ambiente de trabalho, seja através da criação, revisão e ampliação de vasta lista de dispositivos legais e de normas técnicas, campanhas nacionais de divulgação para dar maior visibilidade à temática, incentivos tributários para as empresas com baixos índices de acidentabilidade, além da implicação de maiores responsabilizações e sanções por parte dos órgãos fiscalizatórios aos empregadores que insistem em descumprir as normas e regras vigentes. Assim sendo perguntamos: há motivo para comemorar o aniversário de 40 anos de publicação das normas regulamentadoras de proteção à saúde do trabalhador brasileiro? Analisando friamente os dados estatísticos acumulados e por acreditar que muito há por avançar e realizar, responderia que sim, com ressalvas.

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SEGURANÇA DO TRABALHO

AS RADIAÇÕES NA MEDICINA Radiação é a propagação de energia, na forma de partículas ou ondas eletromagnéticas. Na área da saúde a radiação de alta

RENATO MOREIRA Graduando em Física Graduando em Radiologia Técnico em Segurança do Trabalho Técnico em Eletrônica reclau14@gmail.com

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

energia é utilizada em radiodiagnóstico, radioterapia e radiologia intervencionista. Com o avanço tecnológico, muitos equipamentos e procedimentos médicos surgem deixando pacientes e até profissionais da saúde confusos sobre a emissão de radiação ionizante*. É importante esclarecer que este amplo e crescente campo de radiações de alta energia pode ter origens completamente diferentes, conforme veremos. Em radiodiagnóstico, a grande maioria dos equipamentos emite radiação em forma de ondas eletromagnéticas, ou seja, utilizam a energia elétrica para originar raios-X. Nestes equipamentos não existe nenhum tipo de material radioativo (partículas). Grosseiramente podemos dizer que se assemelham a eletrodomésticos, ou sendo mais específico e didático, a uma lâmpada, pois só emitem radiação quando acionados por um operador e ao desligar, instantaneamente deixa de existir radiação. Alguns exemplos: aparelhos de raios-X instalados em sala ou móveis, raios-X dentário, panorâmico, tomografia dentária, densitometria óssea, mamografia, fluoroscopia (litotripsia extracorpórea, arco cirúrgico), tomografia computadorizada (CT sigla em inglês), aparelhos veterinários, etc. Na medicina nuclear, o radiodiagnóstico utiliza elementos radioativos chamados de radiofármacos, como o Tecnécio-99, Iodo123, Iodo-131, que serão detectados em um equipamento de cintilografia, portanto este equipamento não emite radiação, ao contrário, detecta a radiação emitida pelo paciente. Importante ressaltar que alguns equipamentos, embora formem imagens bastante semelhantes ao radiodiagnóstico, não utilizam radiação de alta energia. Como exemplo temos o ultrassom(ecografia), ultrassom com dopler e ressonância magnética. A radioterapia é um tratamento que utiliza radiações do tipo ionizantes para destruir ou inibir o crescimento de células anormais que formam um tumor ou um processo inflamatório numa determinada região do corpo.

Nestes procedimentos os elementos radioativos (partículas) são bastante utilizados, porém radiações com origem eletromagnética também surgem em equipamentos inovadores como o acelerador linear. Rádio-226, Cobalto-60 e Césio-137 são exemplos de elementos radioativos utilizados em equipamentos de radioterapia. Aliás, o Césio-137 ficou “famoso” negativamente por ter causado, o que foi considerado por muitos, o maior acidente com radiação do mundo: o acidente de Goiânia. Catadores de ferro velho encontraram um equipamento de radioterapia e abriram a cápsula interna liberando o elemento radioativo, contaminando boa parte da cidade. Após este acidente, difundiu-se erroneamente que os aparelhos de raios-X possuíam elemento radioativo e até hoje ainda há a necessidade de desmistificar este assunto. Outra forma de radioterapia é a braquiterapia, que utiliza elemento radioativo em contato direto com a região ou tumor que está sendo tratado. O radiofármaco mais utilizado na braquiterapia é o Iridio-192. A radiologia intervencionista proporciona a realização de procedimentos médicos minimamente invasivos, obtendo ótimos resultados e rápida recuperação do paciente. Neste segmento da radiologia, destaca-se o equipamento de fluoroscopia (angiografia e hemodinâmica), emissor de radiação eletromagnética conforme vimos no início do artigo. Atualmente a inovação está por conta do PET/CT, um equipamento híbrido que de um lado conta com um tomógrafo computadorizado (CT) e do outro, um detector de emissão radioativa, uma vez que o paciente recebe um radiofármaco. Este equipamento é chamado de tomógrafo por emissão de pósitron (PET, sigla em inglês). O exame é de alta precisão, conjugando as duas informações. Seja por emissão de radiação eletromagnética descoberta por Roentgen em 1895 ou pela utilização elementos radioativos, Bequerel (1896) e casal Curie (1898), estes legados hoje representam melhores diagnósticos, tratamento e intervenções contribuindo para um melhor atendimento aos pacientes e sobretudo melhoria em nossas vidas. * Radiação ionizante é a radiação que possui energia suficiente para ionizar átomos e moléculas, ou seja é capaz de arrancar um elétron de um átomo ou molécula.

13


SEGURANÇA DO TRABALHO

O QUE HÁ DE NOVO NA NORMA DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DA ANVISA (RDC Nº 222/2018)?

BENEFRAN JUNIO DA SILVA BEZERRA Mestrando em Saúde Pública pela Fiocruz/RJ Especialista em Gestão de Centro de Material e Esterilização Especialista em Vigilância Sanitária Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária – Anvisa Enfermeiro benefran.bezerra@gmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 3852669320562016

14

No início deste ano a Anvisa atualizou a norma sobre Resíduos de Serviços de Saúde (e revogou a RDC/Anvisa nº 306/2004). Você sabe quais são as principais mudanças? A primeira mudança importante é a nova estrutura da norma, que foi reescrita de forma mais clara, com a exclusão de várias referências a outros órgãos, o que torna o texto autossuficiente. Além disso, houve uma reorganização textual, que incorporou o vocabulário da atual Política Nacional de Resíduos Sólidos, com o objetivo de conferir uma sequência mais lógica e facilitar a leitura e compreensão da parte dos Geradores de Resíduos de Serviços de Saúde (GRSS). Os GRSS continuam sendo tratados de forma abrangente. Assim, esta norma se aplica a todos os serviços de saúde – desde hospitais, centros clínicos, clínicas especializadas e consultórios médicos e odontológicos – até os serviços móveis e unidades extra-hospitalares. Abrange ainda os serviços de interesse à saúde, como estabelecimentos de estética, embelezamento (salões de beleza, barbeiro, cabelereiro) e os serviços de assistência veterinária. Do ponto de vista prático, a RDC traz importantes mudanças sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) dentro de um racional de riscos. Assim, a nova norma desobriga a elaboração de PGRSS para estabelecimentos que gerem apenas resíduos comuns (Grupo D), que poderão apenas notificar esta condição à vigilância sanitária local. A nova RDC também traz diretrizes mais objetivas para a elaboração do PGRSS, quanto às estimativas de quantidade de resíduos gerados, os procedimentos para manejo, logística reversa e outras medidas descritas no Art. 6º. Além disso, aponta a necessidade de atualizar e monitorar o PGRSS periodicamente, permitindo a existência de PGRSS único para serviços que estão em um mesmo estabelecimento – como uma policlínica, por exemplo – liberando o armazenamento externo compartilhado para resíduos infectantes e perfurocortantes, comum em estabelecimentos prediais compartilhados. Além disso, traz especial enfoque nos programas de capacitação dos profissionais.

Outra mudança importante é sobre a frequência de troca dos sacos para acondicionamento de resíduos infectantes. A troca de sacos de ‘lixo hospitalar’ era obrigatória a cada 24h, e agora pode ser efetuada a cada 48h, desde que respeitada a capacidade máxima do saco (2/3), para permitir sua selagem, e que não sejam resíduos de fácil putrefação. Assim, a nova norma vai possibilitar mais economia aos serviços de saúde em compatibilidade com os riscos. Em relação ao tratamento de resíduos que apresentem múltiplos riscos, a norma deixa mais clara a orientação sobre o que deve ser feito, tratando primeiro o risco radiológico associado (Grupo C), depois o risco biológico com agentes de alto risco, e o tratamento concomitante dos riscos biológicos e químicos. Algumas mudanças importantes estão diretamente ligadas a um racional de risco ao meio ambiente, e aos princípios de gestão ambiental, especialmente a destinação. Assim, a nova resolução evidencia a importância da reciclagem, recuperação, compostagem, aproveitamento energético ou logística reversa para os resíduos sem risco biológico, químico ou radioativo, bem como frisa a importância da destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. A nova resolução traz avanços importantes para tornar mais viável o Gerenciamento de Resíduos nos serviços, e ressalta a responsabilidade conjunta que as pessoas, empresas, serviços e hospitais devem ter com o meio ambiente, pacientes, trabalhadores e a população. É importante dizer que a norma, apesar de publicada em março, apenas entrará em vigor no mês de setembro de 2018. Confira aqui RDC/Anvisa nº 222/2018: http://portal.anvisa.gov.br/legislacao/ Além disso, a Anvisa publicou a RDC nº222/2018 comentada! Caso você tenha alguma dúvida, não espere, entre em contato: http://portal.anvisa.gov.br/contato https://www20.anvisa.gov.br/segurancado paciente/index.php/legislacao/item/resolucaordc-n-222-de-28-de-marco-de-2018-comentada http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/ 271855/DC+222+de+Mar%C3%A7o+de+2018+ COMENTADA/edd85795-17a2-4e1e-99ac-df6 bad1e00ce

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SEGURANÇA DO TRABALHO

DIEGO A. REZENDE MARCONDES Graduando em Direito Técnico em Segurança do Trabalho diegoarezende@gmail.com

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

Para os profissionais do SESMT é comum acontecer a seguinte situação: um trabalhador bate o pé em um móvel, prende o dedo na gaveta, esbarra em algo e logo procura o Serviço para registrar a CATComunicação de Acidente de Trabalho. Certamente dói, entretanto, a questão é: devo registrar tal infortúnio? Muitos divergem sobre a questão, entrementes penso que a resposta podemos encontrar no próprio texto da lei 8.213/91 ou 6.367/76, ambas disciplinam sobre a matéria. Conceitualmente acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei (8.213/91), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Isto posto, requer fazer uma análise detalhada do texto da lei tendo em vista que devemos nos nortear por ela, sendo assim, gostaria de destacar alguns pontos fundamentais para caracterização do acidente de trabalho, são eles; I. [...] Ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa; Obrigatoriamente o trabalhador deve estar empenhando suas atividades ou estar a serviço da empresa, ainda que voluntariamente para lhe evitar prejuízo; II. [...] Provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Esse é o ponto central do acidente de trabalho, pois conforme podemos observar o texto mostra que não basta ocorrer pelo exercício do trabalho, deve ocasionar lesão corporal, perturbação funcional, etc., ou seja, deve causar algum dano que incapacite o funcionário de trabalhar, ainda que temporariamente. Deve causar um fato de relevância para o mundo jurídico e não um mero dissabor do dia a dia, um aborrecimento passageiro que não impede

VALELOPARDO/PIXABAY

ACIDENTE DE TRABALHO? de continuar a desempenhar suas funções normais do trabalho. É óbvio que vai depender da gravidade do acidente, e do tipo de atividade que o trabalhador realize. No caso deste prender o dedo na gaveta, se isso impedir o desempenho do trabalho, é um fato relevante ao mundo jurídico, pois teve um dano. Imaginemos a seguinte situação: um técnico em enfermagem perfura a mão com uma agulha estéril. A norma NR 32 diz no item 32.2.4.4 que os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho, ou seja, pode ser que esse acidente cause incapacidade laboral e o profissional necessite se afastar de suas funções assistenciais e se não puder realizar funções administrativas que não exponham a risco de contato com agentes biológicos, então a abertura da CAT se faz necessário. Não estou com isso incentivando a subnotificação dos acidentes, pois o manual de acidente de trabalho da Previdência Social orienta que o conceito de acidente do trabalho não está vinculado necessariamente à concessão do benefício previdenciário por incapacidade, sendo obrigatória a emissão da CAT pela empresa, ainda que o acidente não gere o benefício. Esta comunicação terá efeitos do ponto de vista estatístico, epidemiológico e tributário (Fator Acidentário de Prevenção – FAP), o que não quer dizer também que devemos registrar os acidentes que não causem incapacidade para o trabalho mas apenas aqueles que se enquadram no texto legal. Concluindo, é necessário maior atenção ao texto da lei para notificação dos acidentes de trabalho, registrando apenas os que se enquadrarem na referida Lei. Evita-se assim maior prejuízo à empresa e melhora o índice de acidente local. 15


TECNOLOGIA INFORME PUBLICITÁRIO

TECNOLOGIA: IQPCI - UM NOVO APP PARA OS SERVIÇOS BRASILEIROS DE CONTROLE DE INFECÇÃO

Já parou para refletir sobre qual é o Índice de Qualidade do Programa de Controle de Infecção (IQPCI) da sua instituição? Você acha que suas ações estão sendo efetivas? Então conheça o novo App criado por um estatístico e um enfermeiro de Belo Horizonte, Minas Gerais (BR) que teve como objetivo avaliar o IQPCI adotado nos hospitais brasileiros de acordo com os componentes propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Através de um Guideline publicado em 2016, a OMS lançou oito componentes essenciais para implementação do PCI, tanto em nível local, como central. Este 16

documento apresentou requisitos de qualidade por meio de recomendações para o combate às grandes ameaças para saúde, tais como a resistência antimicrobiana, epidemias e doenças emergentes. O PCI objetivou propor estratégias efetivas de prevenção de infecções, tais como vigilância ativa para detecção precoce das Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), a educação permanente de todos envolvidos, a higienização das mãos, a redução da resistência aos antibióticos e outras. No entanto, no Brasil ainda não existe uma metodologia preconizada para mensuração do grau de qualidade do PCI. A partir de um estudo multicêntrico realizado em 114 Serviços de Controle de Infecção Hospitalar, foi adotado um critério estatístico que calculou, para cada hospital pesquisado, um escore padronizado de acordo com a metodologia de PCA – Análise de Componentes Principais. Os escores do IQPCI foram categorizados em Muito Bom, Bom, Regular, Precário e Muito Precário. A partir da pontuação final emitida pelo App, os hospitais poderão refletir sobre as diretrizes vigentes que estão sendo executadas no dia a dia e poderão direcionar de forma adequada suas ações de prevenção e controle de infecções. Ficou interessando? Baixe o App de forma gratuita. Disponível somente para Android.

REVISTA SAÚDE IN FOCO


HOSPITAIS FILANTRÓPICOS POR MUVUCA POPULAR

TAQUES SE RECUSA A PAGAR HOSPITAIS FILANTRÓPICOS

são utilizados para pagar os hospitais filantrópicos. “A União repassa para Mato Grosso R$ 57 milhões por mês do chamado MAC, média e alta complexidade. Desses, R$ 23 milhões vão para o município de Cuiabá para pagar os filantrópicos. O Estado está em dia com os filantrópicos”, afirma Taques, se referindo ao dinheiro alheio, ou seja, aos recursos federais, para tentar justificar sua falta de interesse em contribuir com a saúde pública do estado contribuindo com os hospitais filantrópicos que prestam bom atendimento à sociedade. FUNDO

O governador Pedro Taques (PSDB) está brigando com a Assembleia Legislativa para não precisar beneficiar os Hospitais Filantrópicos, através de uma emenda ao projeto de Lei que cria o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). Taques não concorda com a proposta da Assembleia Legislativa que visa destinar parte do montante arrecadado com o fundo, aos cinco hospitais filantrópicos de Mato Grosso. Insensível com o drama da saúde, o governador de Mato Grosso já demonstrou em diversas ocasiões, o interesse em se livrar desse 'passivo', já que, segundo ele, o estado não tem obrigação de ajudar os hospitais filantrópicos, e só o fez até agora por um mero favor, como se não estivesse estabelecido na própria constituição que a saúde pública é dever do estado, e que a rigor, este governo não cumpre. Taques argumenta que o Estado já contribui com o setor (saúde) de várias formas. Segundo diz, o governo banca todas as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos filantrópicos, sendo que um terço do recurso é oriundo de recursos estaduais, e um terço vem da União. Para o chefe do executivo estadual, o governo de MT não deve dar mais um centavo para os hospitais filantrópicos, mas concorda que eles recebam dinheiro de recursos federais. O governador garante que repassa mensalmente ao município de Cuiabá pouco mais de R$ 20 milhões, os quais VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

O projeto que cria o novo Fundo prevê arrecadar mais de R$ 183 milhões que seriam destinados 100% para a saúde. A mensagem está em tramitação no Parlamento Estadual e deve ser votado na próxima semana. Caso seja aprovado, o drama da saúde em Mato Grosso seria reduzido drasticamente, embora muito provavelmente o governador irá insistir para os deputados aliados não aprovarem o projeto. 'VIRAR A CHAVE DA SAÚDE EM MT' No início de abril, Taques havia batido o martelo em favor da proposta do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), com o procurador geral Mauro Curvo, do Ministério Público do Estado, para destinar 100% do FEF para a saúde, tendo um percentual 'carimbado’ em lei para os hospitais filantrópicos. “Defendo a proposta do Fundo de Estabilização Fiscal que seja incluso percentual para saúde. Sou absolutamente favorável. Eu defendo que todo o Fundo seja para a saúde”, afirmou Taques à época, na imprensa. Pedro Taques chegou a dizer que a destinação do fundo para a saúde seria o momento em que Mato Grosso iria 'virar a chave da saúde'. “Sim, eu defendo que 100% do Fundo seja destinado para bancar o funcionamento saúde”, justificou ele, endossando a proposta apresentada por Botelho e Mauro Curvo Estranhamente, agora, Taques faz uma campanha ostensiva junto aos parlamentares, para não aprovarem a proposta. 17


HOSPITAIS FILANTRÓPICOS

SAÚDE EM RONDONÓPOLIS Prefeito visita a Santa Casa e acompanha resultados das cirurgias de hérnia O prefeito Zé Carlos do Pátio esteve na tarde desta segunda-feira (28) reunido com a diretoria do Hospital e Maternidade Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis para saber sobre as cirurgias e os atendimentos com médicos especialistas que estão sendo feitos por meio dos programas Fila Zero e Papa Fila. A intenção do município é intensificar ainda mais os atendimentos para acelerar a redução da fila e com isso beneficiar as pessoas que aguardam pelos procedimentos. Após o início das cirurgias de hérnia, a Santa Casa está realizando uma média de 20 procedimentos por dia. Mesmo com a dificuldade inicial de encontrar os pacientes por falta de contato telefônico a média está sendo mantida e número total começou a baixar. Somente na Santa Casa, desde o dia primeiro foram realizadas até o dia 20 desse mês 222 cirurgias eletivas e a intenção é fechar o mês de maio com 250. A equipe técnica do hospital está empenhada em cumprir com os atendimentos, mas demonstrou preocupação caso os insumos necessários nos atendimentos faltarem em decorrência das paralisações nas rodovias. Por meio do programa Papa Fila os pacientes já estão recebendo atendimentos de médicos especialistas, como

18

WHEVERTON BARROS

POR RAFAEL VICENTINI - GABINETE DE COMUNICAÇÃO

urologista, ginecologista e otorrinolaringologista. Só de mulheres que aguardam atendimento com ginecologista, são 500, conforme informou a secretária de Saúde do município, Izalba Albuquerque. Muitas doenças que afetam a população, em especial as mulheres, poderiam ser evitados com a atuação mais eficaz dos agentes comunitários de saúde, citou o prefeito. Ele lembra que o número desses profissionais é reduzido no município e já enviou um projeto para a Câmara para praticamente duplicar, para cerca de 1.200, o número de agentes trabalhando na saúde preventiva da população. DÍVIDA DO ESTADO O prefeito se comprometeu na reunião a pagar uma dívida, de responsabilidade de Estado, referente ao pagamento das despesas com cirurgias de média e alta complexidade, calculada em cerca de 1,1 milhão de reais, dos meses de fevereiro e março.

REVISTA SAÚDE IN FOCO


HOSPITAIS FILANTRÓPICOS DA REDAÇÃO

SINDHOSFIL, QUALITAS E SAÚDE IN FOCO® Uma parceria sólida para o bem da Saúde.

O sindicato dos Hospitais Filantrópicos e das Santas Casas do Estado de São Paulo – SINDHOSFIL fechou parceria com a Qualitas Assessoria de Gestão de Saúde Pública e Privada Ltda. para realização de ações conjuntas em prol da saúde das Organizações representadas pelo Sindicato. Presente em 435 cidades do Estado de São Paulo, o Sindicato é uma instituição patronal que agrega muito valor e proporciona muitos benefícios para os seus associados. A parceria tem por objetivo a promoção de cursos de capacitação e atualização, eventos como seminários, palestras, congressos e demais atividades que possibilitem o crescimento profissional dos colaboradores dos Hospitais Associados. O ponto alto da parceria foi a decisão para elaborar regras para a criação do selo de Certificação da Qualidade a ser lançado oficialmente durante o Congresso anual que o Sindicato organiza e que, esse ano, acontecerá em outubro na cidade de Águas de Lindóia – SP. Reconhecer que a Gestão da Qualidade em saúde não é um modismo e sim uma realidade que veio para ficar e transformar as ações dentro do ambiente da saúde, com melhores práticas que valorizam os colaboradores e aumentam a segurança dos pacientes, fez com que o Sindhosfil tomasse a decisão de ter um selo próprio, segundo as reais necessidades e realidade das organizações que representa. Segundo o Presidente do Sindicato, Dr. Edison Silva, o Sindicato vem trabalhando muito para ampliar sua penetração e representatividade junto aos Hospitais Filantrópicos de São Paulo. São Instituições de muita credibilidade no estado e agregam muitos perfis de profissionais. Proporcionar um desenvolvimento na carreira e ter um selo que traduza a qualificação de todos e da Organização é um anseio que em breve se tornará possível. VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

Todos sabem as condições da saúde no nosso País. Não é diferente em São Paulo e nem nos Hospitais Filantrópicos que precisam de suporte em diferentes setores e segmentos. Eles dispõem de mão de obra qualificada e técnica, portanto nada mais justo do que reconhecer todo esse trabalho, construído com esforço e dedicação com um selo que dará credibilidade para os homologados, e mais segurança e confiabilidade para quem for usufruir dos serviços. Os critérios serão rigorosos, pois a segurança do paciente é imperiosa. São vidas sendo cuidadas e isso é considerado prioritário acima de qualquer titulação. Tais critérios, porém, deverão ser ajustados ao perfil de instituições de poucos recursos, que atendem ao público do SUS – Sistema Único de Saúde. Tais instituições lutam diariamente para se manterem vivas através de patrocínios e doações, já que os recursos públicos repassados nem sempre são suficientes para sustentar a demanda assistida por eles. Será um trabalho árduo, mas cuidadoso e criterioso. Todo o projeto contempla a atuação maciça do Sindicato e será partilhado e acompanhado pela empresa Qualitas Assessoria de Gestão de Saúde Pública e Privada Ltda. que irá assessorar essa trajetória. Nessa caminhada, não ficarão de fora a Revista Saúde in Foco® e o portal Revista Saúde in Foco® que, por ocasião da reunião, passaram a ser os veículos de comunicação oficial do Sindicato e dará total cobertura às atividades do SINDHOSFIL-SP. 19


CAPA

O PERIGO QUE MORA AO LADO POR LUCILENE AMARAL

20

Porém, nem todos se encontram em condições degradadas. Alguns apenas vazios, sem edificações. A maior concentração desses espaços está na região Norte da Capital, compreendendo os seguintes bairros: Centro Político Administrativo, Jardim Florianópolis, Jardim União,

Jardim Vitória, Jardim Aroeiras, Morada da Serra (CPA I, II, III, IV), Morada do Ouro, Nova Conquista, Novo Paraíso I-II, Primeiro de Março, Três Barras, Ouro Fino, Residencial Pádova, Serra Dourada, Doutor Fábio I e II, Altos da Glória, Jardim Umuarama I e II, Nova Canaã I-II

SICOM

N

ão muito raro nos depararmos com a presença de terrenos baldios na capital. Estes se misturam à paisagem da cidade de modo a não beneficiarem seus vizinhos; quer sejam residências, edifícios, parques, praças, comércios. Seja numa volta de carro ou numa caminhada no final do dia, com certeza encontraremos um. Esses ambientes em nada combinam ou contribuem com o cenário urbano de uma Capital que se prepara dia após dia para entrar no terceiro século de existência. Claro que o primeiro impacto que causa é o desconforto visual, mas depois de uma análise mais acurada, logo se percebe o mal oculto instalado nesses locais. Segundo informações do Secretário de Ordem Pública, Cel. Sales, e com base no Cadastro de Propriedade de Imóveis, Cuiabá tem em média 57.000 terrenos baldios.

Secretaria Municipal de Ordem Pública de Cuiabá

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SICOM

Prefeito Emanuel Pinheiro reunido com secretariado determina cumprimento da Lei nº 4 de 24/12/1992

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

SICOM

e III, Jardim Brasil, Altos da Serra, Centro América. Em entrevista, o Secretário informou que a atual gestão, sob orientação direta do prefeito Emanuel Pinheiro, determinou a constituição de uma força tarefa multissetorial, que está sendo coordenada pela Secretaria da Ordem Pública, juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Serviços Urbanos e a Controladoria do Município para executar ações previstas na Lei Complementar nº 4 de 24/12/1992, que normatiza o gerenciamento urbano do município de Cuiabá. Essa ação, ainda sem data para lançamento da campanha na mídia, pretende mudar a paisagem urbana da cidade, com ações de detecção, fiscalização, notificação aos proprietários dos imóveis com perfil de sujidades diversas, não somente os baldios, mas também alcançando os imóveis inacabados, abandonados ou considerados inadequados para moradia—esses em maior predominância na área central da cidade—para que dentro de um prazo limite os mesmos possam tomar as providencias cabíveis a cada caso. O Secretário menciona que o não cumprimento da notificação será motivo, inicialmente, para aplicação de multas e, posteriormente ações de limpeza por parte da Secretaria de Serviços Urbanos. Contudo, já existe um estudo em

Terrenos baldios em Cuiabá com dias contados

andamento para que as despesas advindas dessas ações sejam lançadas no IPTU do imóvel, a exemplo do que fazem alguns municípios. Preocupados com o impacto que esses ambientes causam na saúde pública, a ação pretende eliminar o risco da existência de animais peçonhentos como: escorpiões, aranhas, cobras, além de ratos, gambás, dentre outros, normalmente alojados entre matos e lixos. Com a proximidade do inverno, que em Cuiabá é a estação mais seca do ano, a preocupação se volta para as queimadas, que são recorrentes na Cidade. Nessa época é fácil encontrar os postos de saúde lotados, especialmente de crianças e idosos com problemas de respiração, devido à má qualidade do ar e a formação dos chamados ‘smog’ - fenômeno caracterizado pela formação de uma espécie de neblina composta por poluição atmosférica. O Secretário enfatiza que nenhuma outra administração anterior teve tanta preocupação com

aspectos dessa ordem; haja vista a completa falta de índices e registros que permitissem nortear o planejamento e traçar metodologias. A necessidade de mapear a cidade, detectar quais as maiores incidências e planejar ações corretivas estão sendo feitas na atual gestão. Para o Secretário não basta apenas mudar o lugar do problema, é preciso resolvê-lo; e isso sua Secretaria está empenhada em fazer. Segundo o titular da pasta, essa será uma prática implementada como rotina da Secretaria e não apenas uma ação pontual. Haverá um acompanhamento e estabelecimento de índices que permitam visualizar a evolução do plano, e a busca por melhores resultados a cada ano. Cuiabá, intitulada Cidade Verde, sofreu muito com as obras inacabadas da Copa de 2014. A gestão atual empenha esforços para resgatar e oferecer não apenas uma paisagem urbana aprazível e condizente com o título aos seus munícipes, mas sobretudo, Saudável. 21


OFFTHELEFTEYE/PIXABAY

BIOSSEGURANÇA

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE

MICHELLE M. FORTUNATO Mestranda em Gestão do Cuidado em Enfermagem Especialista em Gestão em Saúde e Controle de Infecção Especialista em Urgência, Emergência e UTI Enfermeira michellynhax@hotmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 9399055811710246

22

Uma atitude tão simples mas que por vezes é ignorada por imprudência, negligência e infelizmente ainda hoje, por imperícia. Aprendemos a lavar as mãos desde os primórdios, em nossa infância. Ainda assim insistimos em falhar conscientemente “pulando etapas” no dia a dia que poderiam ajudar a diminuir os riscos de adquirirmos doenças como gripe, conjuntivite e diarreia. Num ambiente hospitalar ou em qualquer serviço que ofereça assistência à saúde não é diferente, aliás, precisa ainda mais atenção e cuidado, porque é fato que essa simplicíssima conduta salva vidas. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida primária, porém muito importante para o controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), pois diminui os riscos de transmissão cruzada de infecções que muitas vezes são causadas por micro-organismos multirresistentes. As mãos dos profissionais que atuam nos serviços de saúde são a principal ferramenta para execução das suas atividades, mas são também a principal via de transmissão de microrganismos causadores de infecção. A segurança do paciente depende da consciência desses profissionais de realizarem a higienização das mãos cuidadosa e frequentemente para oferecer uma assistência sem danos. Frente à importância dessa simples atitude que salva vidas, muitos documentos oficiais foram disponibilizados por órgãos como Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, a fim de conscientizar os serviços e os profissionais a adotar como prática consciente a Higienização das Mãos. A resolução da Anvisa RDC 42/2010 por exemplo, tem o objetivo de instituir e promover nos serviços de saúde do país a higienização das mãos. por meio de preparação alcoólica

para fricção antisséptica, segundo diretrizes da OMS previstas na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. O intuito é prevenir e controlar as IRAS, visando a segurança do paciente e dos profissionais de saúde. A higienização das mãos com álcool é claramente mais efetiva comparada ao uso de água e sabonete comum ou associada a antissépticos, pois reduz de forma mais considerável a carga bacteriana da pele segundo diversos estudos. Porém, não é apropriada quando as mãos estiverem visivelmente sujas, onde nesse caso a primeira escolha são os sabonetes antissépticos. A OMS ainda preconiza nos serviços de saúde 5 momentos imprescindíveis para higienizar as mãos ao prestar assistência: 1) Antes do contato com o paciente; 2) Antes da realização de procedimentos assépticos; 3) Após risco de exposição a fluidos corporais; 4) Após contato com o paciente; e 5) Após contato com as áreas próximas ao paciente. Frente a tantos estudos, documentos, comprovações científicas e afins, é justificável e indiscutível a importância de higienizar as mãos. Só vamos garantir uma assistência segura ao nosso paciente, se tivermos consciência de nossas atitudes. A consciência ainda é a melhor prevenção. Prevenir ainda é o melhor remédio. REFERÊNCIAS: BRASIL. Anvisa. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília: Anvisa, 2009. 105 p. BRASIL. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 42, DE 25 DE OUTUBRO DE 2010: Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País, e dá outras providências. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis /anvisa/2010/res0042_25_10_2010. html>. Acesso em: 22 abr. 2018.

REVISTA SAÚDE IN FOCO


BIOSSEGURANÇA

A CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO (CME) PODE SALVAR VIDAS!

LARISSA S. GUTIERRES Mestre em Gestão do Cuidado em Enfermagem Especialista em CC e CME e RPA Especialista em Gestão em Saúde e Controle de Infecção Enfermeira larasiqueira@hotmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 1379629713278434

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

Com o advento do número elevado de bactérias multirresistentes presentes na prática assistencial da maioria das instituições, cresce o número de surtos atribuídos a infecções de procedimento cirúrgico, a exemplo do que tivemos em 2009 no Brasil com o surto de microbactérias, quando muitas pacientes submetidas a procedimento estéticos tiveram complicações irreparáveis pela infecção. No Brasil, a infecção de sítio cirúrgico é a terceira causa mais frequente de infecção em pacientes hospitalizados, mas esse não é problema só em pacientes submetidos a cirurgia. Temos diversos relatos de infecção em pacientes submetidos a procedimentos odontológicos e casos de contaminação de Hepatite C em mulheres que compartilham alicates em manicures. Portanto, processamento adequado de produtos para saúde é coisa séria. No Brasil, a Central de Material Esterilizado, conhecida como CME, teve destaque em 2012 com a publicação pelo Ministério da Saúde da RDC n° 15, com abrangência nacional, que define boas práticas obrigatórias nesse tipo de unidade. A CME é uma unidade funcional destinada ao processamento de produtos para saúde e está presente em diversos serviços que prestam assistência em saúde, como o hospitalar, odontológico, estético, entre outros. Dependendo da instituição e da complexidade de atuação, é necessário ter a estrutura de CME Classe I – para materiais não complexos, ou Classe II – para materiais complexos (basicamente utilizados em instituições que realizam procedimentos cirúrgicos). Em algumas instituições de menor complexidade, esse tipo de serviço pode ser terceirizado. Existem hoje no Brasil 13 empresas de CME que fazem parte da ABE (Associação Brasileira de Esterilização) http://www.abebrasil.org.br. Nem todos os produtos para a saúde são passíveis de processamento. De acordo com a RDC n° 15, os artigos com o símbolo 2 na sua embalagem original são considerados artigos de uso único, ou seja, produtos

descartáveis que devem ser descartados imediatamente após o uso. Esse é um item crítico para os profissionais na hora de escolher os produtos de saúde para a realização de seus procedimentos. A classificação do produto é um passo importante na definição do tipo de processamento que ele deverá ser submetido, esterilização ou desinfecção, que atuam de maneira diferente na morte de microrganismos. Inúmeras tecnologias estão associadas ao processamento de produtos para saúde, desde a etapa de limpeza, quando escolhemos o tipo de detergente a ser utilizado (detergentes enzimáticos, alcalinos, neutros, entre outros), como os equipamentos para limpeza (lavadoras ultrassônicas, termodesinfectadoras). A limpeza é a etapa mais importante do processamento. O que não pode ser limpo não pode ser processado. Outras etapas são extremamente relevantes, como o monitoramento do processo realizado, além das inúmeras embalagens a serem definidas para cada método escolhido, seja esterilização ou desinfecção, entre elas a mais comumente utilizada: o papel grau cirúrgico. A RDC n° 15 é ainda mais criteriosa para processamento de produtos para neurocirurgia, oftalmológicos e implantes, com recomendações específicas, como o uso de água de osmose para o último enxágue, por exemplo. Essa legislação deve ser o guia fundamental para os profissionais que utilizam em suas práticas produtos que precisam ser processados. Atualmente, conforme recomenda a RDC, o profissional com maior destaque e conhecimento técnico que atua em CME é o Enfermeiro, que além de especialização na área e competência técnica, precisa ter conhecimento em microbiologia, pois cabe a ele garantir que o produto processado chegue ao usuário final da maneira mais segura possível. Assim como gostamos de conhecer a cozinha do restaurante antes de decidir o local para refeições, é recomendável que os profissionais e pacientes a serem submetidos a procedimentos conheçam e questionem como os materiais que serão utilizados em seu procedimento são processados. O processamento adequado e seguro de produtos para saúde pode Salvar Vidas! 23


BIOSSEGURANÇA

POR DENTRO DA HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR Um breve descritivo das etapas de limpeza. Como foi abordado no artigo anterior, a higienização é fundamental e indispensável para combatermos as infecções hospitalares. Logo, cada área do ambiente hospitalar necessita de uma limpeza específica, produtos de qualidade e equipe capacitada. A limpeza hospitalar possui papel muito importante na prevenção de infecções e doenças, que podem afetar tanto os pacientes quanto os colaboradores. Esse tipo de procedimento de limpeza, não acontece como a maioria das pessoas pensam; ele é bem específico e seu objetivo está em remover as sujeiras através de processos tanto químicos, quanto mecânicos e térmicos e em determinados períodos de tempo. Isso faz parte da biossegurança do hospital, que nada mais é que um conjunto de ações para controlar, reduzir, prevenir e até eliminar riscos que possam comprometer a saúde. Abaixo citamos alguns tipos de higienização hospitalar e também a sua importância para a biossegurança do hospital. TIPOS DE LIMPEZA HOSPITALAR

ANNY CRISTINE ROSA Especialista em Vigilância sanitária Tecnóloga em Gestão Ambiental Técnica de Segurança do Trabalho annyrosa@escolade limpeza.com.br

24

Descontaminação Além de proteger os profissionais que fazem a limpeza do ambiente ou objeto, removendo matéria orgânica como urinas, fezes, vômitos, entre outros, essa etapa é essencial para que não ocorra disseminação de bactérias e microrganismos, principalmente os multirresistentes que prejudicam a saúde dos pacientes e podem inclusive levar a óbitos. Desinfecção Esse procedimento visa eliminar a maioria dos microrganismos em sua forma vegetativa, especialmente os patogênicos. Essa eliminação é feita por agentes químicos ou físicos. Limpeza concorrente Tipo de limpeza diária realizada na unidade do paciente internado. São higienizadas

superfícies inanimadas, como pisos, mesas fixas, pias, maçanetas das portas e até interruptores de luz. Além da higienização, são repostos materiais como papel higiênico, papel toalha e sabonete líquido do quarto ou apartamento. Limpeza terminal Esse tipo de limpeza hospitalar acontece logo após a saída do paciente. Essa saída pode ser por transferência, alta ou até óbito. Quando há pessoas internadas durante um período maior que 15 dias, essa limpeza deve ser realizada de acordo com os riscos de contaminação das superfícies incluindo pisos, paredes, janelas, portas, interruptores, luminárias e móveis. Em seguida, também é feita a desinfecção. Limpeza especial Nesse caso, é feita a desinfecção diária de todos os equipamentos e materiais que estão a uma distância de até um metro do leito do paciente infectado ou colonizado e onde há fatores de riscos de contaminação das superfícies da unidade do paciente internado. Os equipamentos incluem monitores, grade da cama, respirador, focos, mesinhas, bomba de infusão, suportes de soro e painel de gases. Limpeza preparatória Esse é um procedimento feito diariamente e antes da utilização do quarto ou ambiente. Por exemplo: ultrassonografia, raios X, centro cirúrgico e endoscopia. Existem outras etapas e procedimentos de limpeza que são pontuais e específicos dependendo da área e da utilização do ambiente como: limpeza mecanizada de piso, limpeza imediata, entre outras. Fato é que, todos os tipos e etapas da higienização hospitalar vão muito além de somente se preocupar com a aparência do ambiente e sim como uma imprescindível aliada no combate das infecções hospitalares. REVISTA SAÚDE IN FOCO


SEGURANÇA DO PACIENTE

CUIDADOS ODONTOLÓGICOS EM PACIENTES INTERNADOS EM UTI

MARIA PAULA JACOBUCCI BOTELHO Doutora em Odontologia: Dentística Mestre em Odontologia: Dentística Especialista em Odontopediatria e Fisiopatologia e Educação em Saúde Odontóloga paulajacobucci@hotmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 7066878750035482

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

Pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) necessitam de cuidados extremos devido à sua condição sistêmica. Porém, o internamento nessas Unidades também é um fator de risco importante – as infecções relacionadas à assistência à saúde estão entre as principais causas de mortalidade dos pacientes graves internados em UTI. Considera-se infecção hospitalar qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou com procedimentos hospitalares. As infecções mais frequentes em pacientes internados são as infecções urinárias, as feridas cirúrgicas e as pneumonias. As pneumonias em pacientes internados em UTI estão bastante relacionadas às suas condições bucais. A cavidade bucal é colonizada por milhares de microrganismos que, em condições de equilíbrio, não causam danos aos indivíduos, mas em pacientes tratados em uma UTI pode ocorrer uma translocação desses microrganismos da cavidade bucal para outras áreas do corpo causando problemas. Cerca de 48 horas após seu internamento na UTI, os pacientes que estão sob ventilação mecânica já apresentam em seu biofilme dentário a colonização por patógenos respiratórios. Existem duas formas para os microrganismos bucais alcançarem o trato respiratório inferior: difusão hematogênica e aspiração, sendo a aspiração de microrganismos originários das vias aéreas a mais comum. Considera-se, também, que as bactérias presentes no biofilme bucal podem facilitar a colonização das vias aéreas superiores por patógenos pulmonares. Assim, para reduzir a incidência de pneumonias nosocomiais, cuidados com a higiene bucal devem ser instituídos. Em pacientes sob ventilação mecânica podem ser evidenciados desidratação da mucosa oral e forte odor bucal decorrentes

da semiabertura da boca por longos períodos por ocasião da presença do tubo endotraqueal. O biofilme dentário pode ser habitat para microrganismos potencialmente patogênicos para o sistema respiratório, portanto, a utilização de técnicas e soluções adequadas para a realização da higiene bucal, além de proporcionarem bem-estar ao paciente, reduzem a carga de agentes nocivos presentes na mucosa oral. Assim, é essencial que pacientes internados em UTI tenham cuidados de higiene bucal, podendo ser associados ou não a antissépticos e antibióticos, com o objetivo de prevenir a instalação de patologias bucais e possíveis complicações de doenças bucais pré-existentes. O controle do biofilme bucal pode ser realizado através de manobras mecânicas (como a escovação, por exemplo) ou quimioterápicas (com a utilização de antissépticos ou de antibióticos por via sistêmica). Embora ainda não seja uma questão fechada, alguns estudos têm demonstrado que a escovação manual ou elétrica não tem influência em relação à prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes internados em UTI, além de poderem deslocar microrganismos que podem ser aspirados pelo paciente. Já a utilização de clorexidina mostrou ser capaz de reduzir este risco. No entanto, ainda há falta de estudos randomizados controlados para estabelecer um protocolo para higiene bucal de pacientes internados em UTI. Embora a forma como deva ser realizado o controle do biofilme dentário em pacientes em UTI ainda seja motivo de discussão, é indiscutível que esses pacientes devem ser alvo de cuidados em saúde bucal para que se possa proporcionar um internamento mais seguro. Colaboraram no presente artigo: Amanda Caroline Kuchla, Kamila dos Santos, Thuany Gomes dos Santos. Discentes do Centro Universitário de Maringá (UniCesumar).

25


SEGURANÇA DO PACIENTE

A ENFERMAGEM E A TEORIA DE OREM, NO ALÍVIO DA DOR

SUELEN MATOS SALES Residente em Clínica Médica e Cirúrgica (em andamento) Especialista em Auditoria de Sistemas de Saúde Enfermeira smspauling@gmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 8491534253956196

26

A enfermagem é uma arte e traz consigo há décadas um conjunto de conhecimentos, que são inerentes à profissão, seja teórico e/ou prático. É composta de um ‘arsenal’ de informações assistenciais e administrativas pautado em um único objetivo, assistir com qualidade o cliente. De acordo com Potter (2009), a enfermagem é baseada em experiências da enfermeira que prestará cuidados aos clientes, por meio de reflexão, síntese e integração desta ciência. A partir disto são desenvolvidas teorias, como a de Orem, que podem ajudar a compreender a prática da profissão. A enfermagem vem crescendo, se modernizando, se aperfeiçoando e quebrando ‘tabus’. Atuante em diversas áreas e responsável pela administração dos cuidados, a enfermagem não seria diferente no período cirúrgico! Conforme Brunner (2016), as cirurgias se atualizam ou se modificam com o intuito de melhorar seus resultados, e a enfermagem segue junto, empenhada em aplicar e desenvolver a tecnologia do cuidado. De acordo com o período operatório de cada indivíduo, a enfermeira adapta o cuidado comportamental e fisiológico utilizando técnicas para direcionar a coleta de dados, diagnóstico, implementação, intervenção e planos assegurando os melhores resultados. No manejo da dor, a enfermeira utiliza a escala visual analógica, qualitativa, numérica e de faces para avaliar as características da dor. De acordo com o contexto do cliente, outras possibilidades de alívio da dor podem ser consideradas para definir condutas de tratamento avaliando-se periodicamente o paciente para orientá-lo, inclusive seus familiares, sobre a administração de analgésicos conforme prescrição médica, outras formas não invasivas e alternativas para alívio temporário da dor que o próprio cliente pode realizar. De acordo com as normativa de 2003, as escalas descritas acima são também

utilizadas por outros profissionais de saúde, mas com objetivos e resultados diferenciados. A enfermeira utiliza-as com o objetivo de realizar a consulta de enfermagem e o manejo da dor com qualidade. A escala visual analógica consiste em uma linha horizontal ou vertical, com 10 centímetros de comprimento e nas extremidades estão marcadas: Sem dor e Dor máxima. O doente sinalizará para a enfermeira a marca que representa a sua dor. Na escala qualitativa, a enfermeira solicita que ele caracterize sua dor utilizando adjetivos simples, como: sem dor, dor ligeira, dor moderada, dor intensa, dor máxima. Já a escala numérica é uma régua de 11 partes iguais (0-10), onde zero (0) é caracterizado como sem dor e dez (10) caracterizado como dor máxima. No entanto, a escala de faces possui formas subjetivas para a enfermeira avaliadora e para o cliente; a simbologia das faces segue a intensidade da dor, representada por faces com expressões emocionais como felicidade ou tristeza, respectivamente sem dor e dor máxima. É necessário focar a importância do paciente auxiliar no cuidado, durante o internamento até após a alta. A nossa profissão determina a razão pela qual o cliente é incapaz de se cuidar, assim como o que precisa ser feito para capacitá-lo no processo de aprendizagem assumindo seu autocuidado. A teoria de Orem expõe os métodos de ajuda para que o paciente, com apoio da enfermeira, aumente a sua capacidade em atender as necessidades básicas para manter a vida, a saúde, o bem-estar e o mais importante, sua autonomia. Bibliografia: Brunner & Suddarth. Manual de enfermagem médico-cirúrgica. 13ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2016. Direção-Geral da Saúde. A Dor como 5º sinal vital. Registo sistemático da intensidade da Dor. Circular Normativa Nº 09/DGCG. 14/06/2003. Potter, Patricia Ann. Fundamentos de enfermagem. 7a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SAÚDE PÚBLICA

IMPLANTAÇÃO DO PLANO NACIONAL PELO FIM DA TUBERCULOSE COMO SAÚDE PÚBLICA

ÉRICA LUI REINHARDT Doutora em Saúde Pública Mestre em Biotecnologia Especialista em Saúde Pública Bióloga erica.fundacentro@gmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 4484921014935675

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, afetando principalmente os pulmões, mas também atingindo outros órgãos. É transmitida por via aérea em quase todos os casos. A infecção ocorre após inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose pulmonar ativa e que alcançam os alvéolos pulmonares do exposto. A proximidade com pessoas infectadas e ambientes fechados e pouco ventilados favorecem a transmissão. O sistema imunológico do infectado pode conter a infecção, instalando-se então a tuberculose latente (TL). Cerca de 10% dos infectados, quando não tratados, desenvolverão a tuberculose doença (TB) após esta primeira infecção ou durante a sua vida. O risco de evolução de TL para TB é maior em indivíduos com sistemas imunológicos debilitados, expostos a bactérias mais agressivas, doses infectantes maiores ou com exposição recorrente. Desigualdades sociais e econômicas, aids, diabetes, envelhecimento, alcoolismo e uso de drogas lícitas ou ilícitas favorecem o desenvolvimento da TB, tornando-a também uma doença social. Assim, não espanta que o Brasil esteja entre os 30 países com alta carga de TB, com 69 mil casos novos e 4.500 óbitos a cada ano. Mas temos as menores taxas de incidência e mortalidade desse grupo, resultado da articulação de políticas públicas, como o Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa Bolsa Família e a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), que fizeram o país alcançar as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) antes do prazo e ser referência global no controle da TB. Apesar dos esforços mundiais, hoje a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata em todo o mundo e a principal causa de morte entre pessoas com HIV, superando a aids como a mais letal doença infecciosa da atualidade. Considerando seu protagonismo

na luta contra a TB, em 2014 o Brasil se comprometeu com objetivos ambiciosos para vencer a doença e foi o principal proponente da Estratégia pelo Fim da Tuberculose, aprovada na Assembleia Mundial de Saúde. A nova meta é reduzir o coeficiente de incidência em 90% e o número de óbitos em 95% em relação a 2015, chegando a menos de 10 casos e menos de 1 óbito por 100 mil habitantes até 2035. Isso representaria o fim da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil. Além disso, a TB é considerada uma doença ocupacional de trabalhadores da saúde, reconhecida como tal pela Previdência Social. Sua transmissão nos ambientes de trabalho é preocupante, especialmente se as medidas de prevenção não estiverem devidamente implementadas, resultando em grave morbidade e mortalidade entre os trabalhadores da saúde. Essas medidas são agrupadas em medidas administrativas, de engenharia e de proteção individual e reduzem a TB a níveis semelhantes aos encontrados em profissionais responsáveis por outros grupos de pacientes. As medidas administrativas, que são as mais importantes, incluem: rápida identificação, isolamento, avaliação diagnóstica e tratamento dos pacientes com suspeita de TB; práticas de trabalho efetivas e seguras; educação, treinamento e aconselhamento dos trabalhadores sobre a TB; e rastreamento anual dos profissionais para a caracterização das TL e TB. As medidas de engenharia incluem: uso de ventilação local e áreas com pressão negativa para impedir a contaminação do ambiente; diluição e remoção do ar contaminado por métodos especiais de ventilação; limpeza do ar pela filtração ou irradiação com lâmpadas ultravioletas germicidas. Por fim, a principal medida de proteção individual é o uso de protetores respiratórios PFF2 ou N95 no contato com pacientes com TB suspeita ou confirmada. Se todos fizerem sua parte, o Brasil vencerá este desafio. 27


SAÚDE PÚBLICA

EPIDEMIOLOGIA – A HORA E A VEZ DA PROBLEMÁTICA “GRIPE”

*https://www.cdc.gov/flu/ pandemic-resources/1918commemoration/index.htm

MARISOL ALVES FESTA Mestre em Ciências Farmacêuticas Pós-Graduada em Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar Pós-Graduada em Estomaterapia Enfermeira marisolfesta@hotmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 3476419804193380

28

Informações sobre a imunização conta a Gripe já começaram a inundar as redes sociais, além da política é claro. Tal situação acontece porque temos a grande mudança climática favorecendo a instalação e permanência do agente etiológico, digo, do causador deste grande mal. Em epidemiologia, alguns termos são familiares, mas para os leigos tento explicar no decorrer do texto alguns conceitos, como o citado anteriormente: “agente etiológico”... A sazonalidade traz consigo o ir e vir de alguns problemas relacionados ao processo saúde-doença, ou seja, a periodicidade de coisas que tem características relacionadas a determinadas épocas do ano. Problemas de saúde são citados na história da humanidade desde os primeiros descritos e já foram encarados até como praga Divina. Para nossa curiosidade, 2018 marca 100 anos após a pandemia de influenza*, a mais severa delas e com dados assustadores, com estimativa de que cerca de 500 milhões de indivíduos, um terço da população mundial da época, se infectou com este vírus. Embora não houvesse consenso universal sobre a origem das transmissões, ele se espalhou em todo o mundo durante 1918-1919. Na América do Norte, mais precisamente Estados Unidos, o vírus foi identificado primeiramente em pessoal militar no início do segundo trimestre de 1918. No site citado abaixo, pode-se obter maiores detalhes do acontecido e como a evolução rápida e desastrosa da doença acometeu as populações. Ah, doenças pandêmicas, são aquelas com característica transmissível e de distribuição mundial. Há cem anos, não havia vacina disponível como estratégia de prevenção às infecções por influenza, tampouco antibióticos para tratar as infecções bacterianas que aconteciam como complicações à gripe, situação esta bem diferente da atualidade. E como

anda o cenário mundial? Dia desses li um artigo de revista americana**, o qual citava que 2 milhões de casos de influenza poderiam ser evitados caso a população tivesse maior adesão à vacinação. Confesso que achei que essa postura fosse apenas coisa de brasileiro: negligenciar informações e condutas. E afinal, porque a gripe pode matar? Ou em outros termos, epidemiologicamente falando, o que eleva os indicadores de morbidade e mortalidade relacionado à influenza? Em grande parte das pessoas que desenvolvem a gripe, em situações onde não há agravantes como os portadores de doenças crônicas por exemplo, o ciclo para a recuperação deve acontecer em torno de duas semanas após o início dos sintomas e quando isto não acontece, temos então casos de complicações instalados. Tais complicações advindas da infecção do vírus da gripe podem acometer o trato respiratório superior (garganta ou passagens nasais) ou o trato respiratório inferior (pulmões). A população que se encontra mais susceptível a complicações são os extremos de idade, gestantes e portadores de doenças crônicas. As complicações podem ser classificadas entre leve, moderada e grave; infelizmente, se não valorizadas, podem levar o indivíduo à morte, sendo necessário estar atento e não subestimar as queixas. Sinusites e otites são exemplos de complicações moderadas da gripe, já a pneumonia é uma complicação grave podendo resultar de infecção apenas pelo vírus da gripe ou também de uma coinfecção bacteriana. Não raro podemos nos deparar com situações ainda mais complexas e de grande risco à vida que são as endocardites, encefalites chegando a comprometimentos de múltiplos órgãos e falência dos mesmos. A vacinação deve ser considerada e valorizada como a grande estratégia de prevenção das infecções por influenza, mas temos também que disseminar estratégias que são consideradas na literatura como Intervenções Não Farmacêuticas ou Nonpharmaceutical Interventions (NPIs)***. As Intervenções não Farmacêuticas estão diretamente relacionadas com ações voltadas às pessoas e à comunidade, como uma forma de prevenção por conscientização e ação. Mesmo quando ainda não temos a vacina disponível, devemos estar cientes de que pela sazonalidade, a gripe logo iniciará seu ciclo de instalação e esperamos que não seja de devastação. ***https://www.cdc.gov/ nonpharmaceutical-interventions/ https://www.cdc.gov/flu/about/disease/ complications.htm

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SAÚDE E CUIDADO

NUTRIÇÃO E ALZHEIMER, QUAL A RELAÇÃO?

RAQUEL MORAIS Pós-Graduanda em Nutrição Clínica Nutricionista raquelmorais@yahoo.com.br Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 0088361463317417

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

Ultimamente temos observado um número maior de pessoas com Alzheimer, isso porque, a doença é mais fácil de ser diagnosticada hoje em dia e a expectativa de vida da população tem aumentado. O Alzheimer é uma doença que danifica o sistema nervoso, sendo classificada como demência, e o envelhecimento é o maior fator de risco. Após os 65 anos, dobra a possibilidade de o indivíduo desenvolver a doença e, após os 85, uma em cada quatro pessoas é afetada. A doença é detectada clinicamente por alterações elevadas no comprometimento intelectual, ocorrendo mudanças no humor e comportamento. Os agravos da doença são observados por perda de memória, desorientação progressiva e afasia. Sabe-se que vários fatores estão relacionados ao desenvolvimento do Alzheimer e que algumas ações podem prevenir ou retardar seu aparecimento. A boa alimentação é uma delas. Estudos recentes feitos com humanos demonstram que alguns alimentos têm papel importante na prevenção e progressão da doença de Alzheimer, como peixes, frutas, hortaliças e leguminosas. Alguns padrões alimentares também vêm sendo estudados e demonstrado influência positiva, como a Dieta Mediterrânea e a Dieta MIND. Para entendermos como a alimentação age na prevenção e tratamento do Alzheimer, é importante sabermos que um dos fatores relevantes para a saúde dos neurônios é o fornecimento de nutrientes necessários à manutenção de seu funcionamento. Diferentes estudos epidemiológicos têm mostrado os efeitos positivos dos ácidos graxos ômega 3 e micronutrientes como alguns minerais e vitaminas E, C, D e do complexo B sobre os neurônios, inclusive no decorrer do processo de envelhecimento. O estresse oxidativo parece estar envolvido na patogênese da doença de Alzheimer e, como tal, existe a suposição de que o aumento da ingestão de nutrientes com capacidade antioxidante, tais como vitaminas C, E, e selênio, possam ser benéficos tanto na prevenção como no atraso da progressão da doença de Alzheimer. Porém, alguns estudos feitos com suplementação isolada desses micronutrientes em pacientes com Alzheimer

não mostraram resultados relevantes, o que quer dizer que, para haver uma proteção efetiva contra a doença, é importante que esses nutrientes sejam ingeridos através dos alimentos. A qualidade de lipídios da alimentação também tem relação com o surgimento do Alzheimer, os ácidos graxos saturados e a gordura hidrogenada, conhecida como gordura trans, estão relacionados ao risco de doenças cardiovasculares e de Diabetes tipo 2, e que por sua vez, estão associadas a um aumento do risco da doença de Alzheimer. Já os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa, como o ômega 3, ácido docosahexaenoico (DHA) e ácido eicosapentaenoico (EPA), regulam a excitabilidade da membrana neuronal, melhorando a memória e aprendizado, contribuindo para a saúde do cérebro. O DHA também está envolvido no controle do humor e atividades motoras.

QUAL A MELHOR DIETA PREVENTIVA? Diversos estudos sugerem que a Dieta Mediterrânea esteja relacionada com redução do risco de se desenvolver transtorno cognitivo leve e doença de Alzheimer, além da própria redução de mortalidade. A Dieta Mediterrânea consiste no consumo de frutas, hortaliças, cereais integrais, oleaginosas, diariamente, de peixe, semanalmente, e no uso regular de óleos ricos em ômega 3, como o azeite extra virgem, além de atividade física regular, descanso adequado, boa convivência com outras pessoas. Outra dieta, que surgiu mais recentemente, é a chamada MIND (Mediterranean-DASH Intervention for Neurodegenerative Delay). É uma dieta com o objetivo de proteção contra doenças neurodegenerativas e hipertensão. Baseia-se em aumentar a ingestão de alimentos de origem vegetal e na redução de alimentos de origem animal, industrializados e com elevado teor de gordura saturada. Para prevenir e tratar a doença de Alzheimer, é importante, além dos tipos de dieta, um estilo de vida saudável, com alimentação de qualidade e saborosa, boas relações interpessoais, atividades físicas prazerosas e contato com coisas que trazem felicidade ao longo de toda a vida. 29


SAÚDE E CUIDADO Figura 1

CIFOESCOLIOSE: VOCÊ JÁ OBSERVOU SEU FILHO?

ANAMARIA M. PINHO, PHD PHD Doutora em Saúde Coletiva – área de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento de Serviços de Saúde Mestre em Qualidade dos Serviços de Saúde Especialista em Administração Hospitalar Enfermeira pinho.uerj@gmail.com

30

A vida moderna faz com que nos adaptemos às condições de vulnerabilidade. Uma delas se refere ao peso exagerado das mochilas escolares, carregando uma quantidade infindável de livros e cadernos, isto sem mencionar as diversas atividades impostas aos nossos filhos, tais como cursos de línguas, e uma infindável lista de atividades físicas. Tudo isto contribui para um mal silencioso: a deformação da coluna vertebral de crianças e adolescentes devido à sobrecarga de peso. Dentre as principais deformidades encontradas nesta faixa etária, nos deparamos com a hipercifose e a escoliose. A hipercifose (fig. 1), mais conhecia como corcunda, ocorre quando as vértebras que compõem a parte superior do tórax (vértebras torácicas) apresentam um abaulamento anormal, promovendo alterações principalmente na respiração da criança e do adolescente devido à diminuição da expansibilidade da caixa torácica. Isto ocorre principalmente pelo excesso de peso nesta região da coluna, normalmente ocasionada quando as mochilas ultrapassam 10% do peso corporal (o que é sempre). Já a escoliose ( fig.2) causa uma deformidade em S na coluna vertebral, afetando inclusive os órgãos internos. Hábitos errados no sentar, levantar peso do chão, carregar a mochila em um ombro somente, foram identificados como um dos fatores causadores das escolioses nesta faixa etária. Não podemos deixar de mencionar que, apesar do comportamento postural ser um fator agravante, este não é o único. Existem algumas patologias que também causam a deformação da coluna vertebral em crianças e adolescentes, onde podemos incluir os cânceres, dentre outros. Segundo dados do Hospital Israelita Albert Einstein¹ (2018), a cada ano são descobertos mais de 2 milhões de novos casos, tendo prevalência dos 10 aos 20 anos de idade. Tanto a hipercifose como a

Figura 2

Figura 1 acessível em http://vickyfisio.com/ postura-e-hipercifose-toracica/ Figura 2 acessível em http://www.ortopedia cidadejardim.com/coluna-vertebral/escoliose/

escoliose, são consideradas deformidades da coluna vertebral que causam incapacidade física, limitações orgânicas, sem mencionar as dores constantes impedindo a realização das atividades do cotidiano. Nos casos mais graves o único tratamento é a cirurgia, mas mesmo assim não há melhora em 100% dos casos, isto sem mencionar que a cirurgia de fixação da coluna vertebral significa interromper o crescimento ósseo. Não são raros os casos, inclusive, de que os pacientes apresentem situações que necessitem retirar as próteses metálicas, quer seja por infecção, quer seja por rejeição. Sendo assim, a partir de agora, teremos início a uma série de artigos sobre a cifoescoliose para que possamos entender melhor a causa, como diagnosticar e os tratamentos disponíveis. Cada pai e responsável, com base nestes conhecimentos, saberá como evitar o surgimento destas deformidades em seus filhos, assim como proceder ao diagnóstico precoce e contribuir com os tratamentos. Até a próxima edição. ¹ Disponível em https://saudavelefeliz.com/ escoliose-015/

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SAÚDE E CUIDADO

CLIMATÉRIO - PRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS, EMOCIONAIS E SOCIAIS QUE OCORREM NAS MULHERES

MAURO LÚCIO DE OLIVEIRA JÚNIOR Especialista em Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde Especialista em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem e Enfermagem do Trabalho Enfermeiro maurojunior05@gmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 1989189139564036

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

O climatério é um assunto conhecido desde a antiguidade, já abordado por Aristóteles (384-322 a.C). Até recentemente, a condição da mulher “climaterizada” era pouco expressada em público, sendo inclusive motivo de constrangimento tendo em vista a pouca atenção dada a mulher neste período. No entanto, o aumento da longevidade da mulher ocasionada pela expansão tecnológica no campo da saúde, provocou um interesse crescente pelas questões relacionadas ao envelhecimento feminino. O climatério é um fenômeno fisiológico decorrente do esgotamento folicular ovariano que se inicia na vida intrauterina, com dois milhões de folículos primários no nascimento, e trezentos a quatrocentos mil na puberdade. Esse processo continua após a menarca, até a exaustão folicular. Do ponto de vista clínico, o climatério é a fase da vida da mulher no qual ocorre a transição do período reprodutivo (menacme) indo até a senectude (senescência ou senilidade). O climatério pode ser dividido em pré-menopausa, perimenopausa e pós-menopausa. A pré-menopausa inicia-se, em geral, após os 40 anos, em mulheres com ciclos menstruais regulares ou com padrão menstrual similar ao que tiveram durante sua vida reprodutiva. Há também diminuição da fertilidade. A perimenopausa ou transição menopausal começa dois anos antes da última menstruação e estende-se até um ano após. As mulheres apresentam ciclos menstruais irregulares e alterações endócrinas (hormonais). A pós-menopausa começa um ano após o último período menstrual e é dividida, por sua vez, em precoce (até cinco anos da última menstruação) ou tardia (mais de cinco anos). (FEBRASGO, 2004) Considerando-se que no climatério ocorre insuficiência ovariana, há necessidade de uma Terapia de Reposição Hormonal com a finalidade de evitar os eventuais efeitos deletérios do hipoestrogenismo. Tal terapia é

uma prática que a medicina oferece visando um aumento da expectativa de vida da mulher. E por se tratar de uma terapêutica recente, tem gerado dúvidas quanto à aderência ao tratamento. O climatério é repleto de conotações negativas que são totalmente ignoradas e negligenciadas por muitos da sociedade, restringindo-se a uma fase deprimente, sofrida que lembra o envelhecimento. Atribuem-se também, vários significados para as mulheres, especialmente, a perda da juventude, as potencialidades, a beleza e até o desejo sexual e, muitas vezes, até o respeito da sociedade, dependendo do tipo de cultura em que vivem. Existe uma forte associação entre climatério e diminuição do interesse sexual e na frequência coital. Comparado com uma mulher na idade reprodutiva, a mulher climatérica tem menos pensamentos e fantasias sexuais e menor lubrificação durante o ato sexual. A qualidade de vida no climatério parece ser influenciada também por fatores biopsicossociais ligado ao hipoestrogenismo. Para a mulher conquistar a qualidade de vida nessa nova fase do ciclo vital, é preciso estar bem consigo e com a vida, enfrentar as dificuldades, saber balancear as realizações e frustrações, mantendo-se emocionalmente equilibrada. Percebe-se, assim, a importância de um estilo de vida saudável com boas condições de saúde e bem-estar que promovam um equilíbrio emocional e assegurem a qualidade de vida. Diante do estudo sobre as alterações fisiológicas e emocionais no climatério, objeto de estudo desta pesquisa, percebeu-se ainda que, o que ajuda a mulher a assumir essas alterações impostas pelo climatério, é saber que a ciência está buscando novas técnicas, por meio de pesquisas de modo que todas possam usufruir o máximo possível, do resgate da sexualidade e de todos os benefícios conquistados para o seu bem-estar, garantindo assim uma melhor qualidade de vida. 31


SAÚDE INFANTIL

O DOCE PERIGO DO SABOR

Todos nós sabemos o quão delicioso é saborear alimentos doces, principalmente os pequenos. Não raro vemos crianças não desejarem as refeições principais por terem ingerido excesso de guloseimas. Contudo, também sabemos que a ingestão excessiva de açúcar, principalmente o refinado, é um perigo; uma verdadeira bomba! Ao pensar em consumir doce, a primeira lembrança que temos é o cuidado com os dentes cuja a mais comum das sequelas são as cáries. Porém, o consumo exagerado de açúcar na infância nos tem apresentado outro vilão: a obesidade. Existem estudos que comprovam que o uso excessivo de açúcar na dieta aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, e até alguns tipos de câncer. Outra preocupação é que o excesso de consumo de açúcar provoca TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, muitas vezes levando as crianças a um 32

alto nível de irritabilidade e perda de concentração. Segundo as recomendações da cartilha Dez Passos Para A Alimentação Saudável - guia alimentar para crianças menores de dois anos do Ministério da Saúde, crianças dentro dessa faixa etária não devem consumir açúcar refinado nem alimentos que o contenham. Pois é nesta fase que os hábitos alimentares estão sendo construídos e se manterão presentes por quase toda vida. Os pais devem oferecer uma refeição balanceada, colorida e livre dos fast foods, mais rica em alimentos que contenham açúcar natural como: frutas, legumes, cereais e verduras. Os alimentos industrializados, além da alta concentração, contêm diversos tipos de açúcar, em média cada 200 ml de suco “ de caixinha “ tem aproximadamente 10 gramas de açúcar, especialmente sacarose, xarope de glicose e xarope de milho, que são desnecessários para a saúde e prejudicam a metabolização dos carboidratos e também das gorduras pelo organismo, elevando rapidamente a glicose no sangue e favorecendo o acúmulo de gordura corporal e sanguínea. Para adotar, como hábito, uma rotina de alimentação saudável é preciso iniciar cedo. A cartilha nos sugere: Nos primeiros meses, quando da introdução dos alimentos (do 6º mês ao 1º ano) não os dê adoçados ao bebê. Nessa fase a criança está descobrindo os sabores e os alimentos devem ser servidos com seu sabor original, sem acréscimo de açúcar ou sal. Não dê refrigerantes aos pequenos. São ricos em açúcar, sal, aditivos químicos que contribuem

para o aparecimento de doenças como: dislipidemias, hipertensão e diabetes. O hábito de balas, doces, biscoitos, geleias, sucos industrializados, refrigerantes e achocolatados, conservam moléculas de açúcares na boca que favorecem a proliferação de bactérias, a formação de cáries e a inflamação das gengivas. Caso seu filho coma doce, oriente para que escove, imediatamente, os dentes para evitar a formação de cáries. Evite sucos de frutas industrializados, são concentrados em açúcar mesmo quando não foram adoçados. Estimule o hábito do consumo de frutas. Vá testando, alternado, até descobrir as que mais agradam ao paladar deles. Incentive o consumo da água como principal fonte de hidratação, estimule o hábito de consumir líquidos sem sabor e reduza os sucos e refrigerantes. Adote o consumo de frutas frescas como sobremesa e evite doces, tipo: pudins, tortas, principalmente os que contenham chocolate, caldas e cremes. Não se iluda. Não abuse do mel, pois este é um açúcar semelhante à sacarose e deve ser usado com moderação. Reduza o tempo dos pequenos diante dos equipamentos tecnológicos. Promova a prática de atividades com mais movimentos que contribuam para a queima de calorias e redução de peso. Uma vida mais saudável junto à outras crianças, desde um passeio no parque até a pratica de algum tipo de exercício é uma grande fonte de prazer que faz bem ao corpo e à mente das crianças. Referência: http://www.redeblh.fiocruz. br/media/10palimsa_guia13.pdf

REVISTA SAÚDE IN FOCO


SAÚDE DA MULHER DA REDAÇÃO

VACINA CONTRA HPV, O MÉTODO MAIS FÁCIL DE PREVENÇÃO O início da vida sexual está cada vez mais precoce e isso propicia uma grande vulnerabilidade aos adolescentes, desde problemas na esfera emocional quanto na esfera sexual, como as doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Apesar do risco de desenvolvimento de lesões pré‑malignas e malignas ser pequeno em adolescentes, as condutas clínicas a serem tomadas em relação ao diagnóstico e ao tratamento são controversas. O câncer do colo do útero tem evolução lenta na maioria dos casos, apresentando fases que, se diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem evoluir para a cura. Apesar dos avanços científicos em diagnóstico e tratamentos, as taxas de morbimortalidade por câncer do colo do útero continuam altas. No Brasil, em que o combate depende quase exclusivamente do exame citológico, ainda são necessários outros esforços, especialmente a conscientização de pais e adolescentes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% dos caso de câncer diagnosticados em mulheres são causados pelo HPV. No Brasil os dados não são tão apurados mas estima-se que entre 9 e 10 milhões de pessoas sejam portadoras do vírus e que cerca de 700 mil novos casos sejam diagnosticados anualmente. Pesquisa realizada em 26 capitais e no Distrito Federal identificou que 54,6% dos que participaram do exame de tipagem apresentavam infecção por HPV, sendo 38,4% portadores de HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer. A idade média dos participantes foi de 20,6 anos, ou seja, bem jovens. Existem mais de 100 tipos de HPV que são causa frequente de infecção. Cerca de 80% das pessoas sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento da vida. Estima-se que 10% da população infectada apresentará verrugas genitais. Além do câncer do colo do útero, o HPV também pode provocar câncer de pênis, orofaringe, vulva, vagina e ânus. Estudos demonstram que mulheres que já apresentaram lesão por HPV têm risco de reincidência diminuído em até 70% após a vacinação. Estudos pré-lançamento das vacinas demonstraram alta eficácia (98%) para prevenir os tipos de HPV cancerígenos. Atualmente estão disponíveis dois tipos de vaci­ nas, a bivalente e a quadrivalente, ambas reco­mendadas pela agência america Food and Drug Administration (FDA), para vacinação de meninas a partir de 11 anos e para mulheres VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

PIXABAY

até 26 anos que não tenham sido previamente vacinadas. A vacinação já foi inserida nos calendários públicos de 74 países com sucesso, sendo considerada extremamente segura pelo Comitê Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas, órgão que auxilia a OMS na tomada de decisões. Países que fazem a vacinação há mais tempo já colhem resultados animadores. Os dados mostram um impacto positivo na redução da incidência de verrugas genitais e de câncer do colo do útero nos anos seguintes à introdução dos programas de vacinação. A vacinação em homens ainda é discutida e um dos objetivos seria a redução da incidência de câncer de cérvix e seus precursores, já que reduziria as chances de um homem infectado trans­mitir o vírus. As vacinas são pre­paradas a partir de partículas semelhantes aos vírus, produzidas por tecnologia recombinante e são administradas com 03 injeções de 1,5ml intramuscular ao longo de um período de seis meses. Ensaios clínicos demonstraram que as vacinas são seguras e bem tolera­das e bastante eficazes na prevenção de infecções incidentes e persistentes, incluindo o desenvolvi­mento de lesões pré-malignas. Portanto, a vacinação é de grande importância. Quem se vacina previne a transmissão do vírus e evita sérios danos à saúde. Procure um posto de saúde, mais próximo de você, para a vacinação, é gratuita e ajuda a salvar vidas. 33


CURTAS INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

EVENTO I O 34º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde e o 6º Congresso Norte e Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde tem data e local definidos: 25 a 27 de julho em Belém, Pará. Este ano, o evento será marcado pela comemoração dos 30 anos do CONASEMS, com a história da entidade, desde antes da criação do SUS e sua trajetória de enorme importância para a saúde pública do País. Mais detalhes sobre o evento, acesse: www.cosemsmt.org.br

O médico dinamarquês Peter Gotzsche, professor na Universidade de Copenhague e um dos que ajudaram a fundar a Cochrane (rede de cientistas que investiga a efetividade dos tratamentos), acaba de lançar o livro “Medicamentos Mortais e Crime Organizado – Como a indústria farmacêutica corrompeu a assistência médica”. A obra, recém-traduzida para o português, vem causando alvoroço no meio médico. No livro o autor reconhece os êxitos da indústria no desenvolvimento de drogas para tratar infecções, alguns tipos de cancro, doenças cardíacas, diabetes, mas expões dados que demonstram falhas na regulação de medicamentos e os riscos que muitos deles causam à saúde. Segundo o autor, o objetivo da obra não é abordar sobre os já conhecidos benefícios que algumas drogas trazem, mas sim, apontar sobre as falhas de todo um sistema, da descoberta, produção, marketing e regulação das drogas. Sua principal mensagem para médicos e pacientes é que estes não confiem nos estudos publicados pela indústria. Para ele, muitas drogas são ineficazes e muito mais perigosas do que as pessoas imaginam. Fonte: www1.folha.uol.com.br

EVENTO II Acontecerá entre os dias 1º e 3 de outubro/2018 o ConSINDHOSFIL - 3º Congresso organizado pelo Sindicato dos Hospitais Filantrópicos e Santas Casas do Estado de São Paulo. O evento que pretende reunir aproximadamente 400 pessoas, terá como tema central a inovação tecnológica e os avanços da legislação. Serão discutidos os impactos provocados na Gestão de RH e nos resultados econômicos das instituições filantrópicas de saúde. O evento acontecerá em Águas de Lindoia – SP e terá suas inscrições abertas a partir de 1º de julho. Vale a pena agendar e conferir! Mais detalhes sobre esse evento, acesse: www.sindhosfil.com.br

ÁGUA FLUORETADA Os cuiabanos passaram a receber a partir de maio, água suplementada com flúor. O trabalho contempla todas as estações de tratamento de água do município, permitindo a distribuição de água a quase 600 mil pessoas atendidas pela empresa responsável pela prestação de serviços de saneamento na capital mato-grossense. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a fluoretação da água para consumo humano é uma medida preventiva de comprovada eficácia, que reduz a prevalência de cárie dental entre 50% e 65% em populações sob exposição contínua desde o nascimento, por um período de aproximadamente dez anos de ingestão, sendo um processo seguro, econômico e adequado. Os benefícios à saúde se estendem a toda população, sem distinção de ordem econômica, social ou educacional.

CHIKUNGUNYA O Ministério da Saúde divulgou o último Boletim Epidemiológico realizado nos Estados e DF, e destacou que quase a metade dos casos confirmados da febre Chikungunya (47,2%) estão concentrados em Mato Grosso. O município de maior concentração de casos registrados é Várzea Grande, seguido de Nossa Senhora do Livramento e Cuiabá. No ranking nacional, a região com maior índice de casos prováveis é a região Nordeste (787 casos), Centro-Oeste (721 casos), Sudeste (356 casos), Norte (336 casos) e Sul com (34 casos). Vale lembrar que o vetor transmissor, Aedes Aegypti, é o mesmo da Dengue e da Zika. Fonte: Ministério da Saúde 34

REVISTA SAÚDE IN FOCO


PELA INTERNET www.ecycle.com.br

SABOROSA E SAUDÁVEL: CONFIRA OS BENEFÍCIOS DA BETERRABA PARA A SAÚDE

Estudos publicados pela National Library of Medicine no Reino Unido, pelo World Journal of Pharmaceutical Research e pela faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, compilaram uma série de benefícios da beterraba para a saúde.

Ajuda no tratamento de varizes, desempenho atlético, limpeza do organismo e muito mais INTESTINO Ela é uma raiz tuberosa típica de climas temperados. No Brasil é cultivada principalmente no Centro-Sul, cujo cultivo se expandiu com as imigrações europeia e asiática. Assim como a alface e o espinafre, a beterraba é uma ótima fonte de nitrato. A cada 100 g de suco de beterraba, são fornecidas 42 kcal; 1 g de proteína; 0 g de gordura e 9,9 g de carboidratos. Abaixo, listamos outros benefícios do consumo do suco de beterraba mostrados nos estudos citados: MELHORA A ATIVIDADE FÍSICA/EXERCÍCIOS Na forma de suco, a beterraba é capaz de aumentar o desempenho e a resistência nos exercícios de alta intensidade. Isto é possível porque o suco de beterraba ajuda a reduzir os gastos com oxigênio, fazendo com que aumentem a potência e o tempo necessário para o atleta alcançar a exaustão. É FONTE DE VITAMINAS E FITOQUÍMICOS O suco de beterraba é uma ótima fonte de vitaminas e fitoquímicos. Apesar da beterraba em si praticamente não conter vitamina A, suas folhas são riquíssimas nesse nutriente. A beterraba contém grandes quantidades de ferro e ácido fólico. Além disso, ela também é uma fonte de iodo, magnésio (Mg), sódio (Na) e Cálcio (Ca) e oligoelementos. TROMBOFLEBITE O magnésio, o sódio e o cálcio contidos em grandes quantidades no suco de beterraba têm um efeito complexo na vasculatura e no sistema circulatório do organismo, e auxiliam em casos de tromboflebite, que é a formação de coágulo em uma veia associado à inflamação da parede venosa. PREVINE VARIZES O sódio e o cálcio, que são estão presentes na beterraba numa razão ótima de 50% e 5% respectivamente, removem o excesso de cálcio do corpo depositado nas paredes dos vasos sanguíneo, o que torna a beterraba uma ótima aliada no tratamento de varizes. VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

Por ser rico em oligoelementos ou micro minerais o suco de beterraba limpa perfeitamente os intestinos, estimula seu desempenho e melhora o peristaltismo. TIREOIDE O iodo contido no suco de beterraba é benéfico para a glândula tireoide. MEMÓRIA Além de ser benéfico para a tireoide, o iodo presente no suco de beterraba melhora os processos da memória humana. LIMPEZA DO ORGANISMO Os sais de magnésio limpam os vasos sanguíneos das placas de colesterol. HIPERTENSÃO O sódio e o cálcio, presentes na beterraba, por ajudarem a remover o excesso de cálcio do corpo depositado nas paredes dos vasos sanguíneos, também ajudam muito em casos de hipertensão. Além disso, possibilitam melhorar o consumo de oxigênio, o que reflete na qualidade de vida dos indivíduos saudáveis ou com patologias no sistema circulatório semelhantes à hipertensão. SANGUE O ferro e o ácido fólico presentes na beterraba têm um efeito favorável sobre o sangue, melhoram a produção de glóbulos vermelhos, aumentam o nível de hemoglobina e, portanto, melhoram a nutrição das células com oxigênio. DIGESTÃO Além dos benefícios ao sistema circulatório, o magnésio, o sódio cálcio contidos em grandes quantidades ajudam a normalizar a digestão. METABOLIZA GORDURA O magnésio, o sódio e o cálcio também melhoram o metabolismo lipídico (metabolismo da gordura). 35


CONVERSA COM O DOUTOR POR LUCILENE AMARAL

DESDE O NASCIMENTO DO RECÉM-CHEGADO PRÍNCIPE LOUIS, EM 23 DE ABRIL, E DA ALTA DA DUQUESA EM APENAS 7 HORAS APÓS O PARTO, MUITAS MULHERES SE PERGUNTARAM: POR QUE ELA E NÃO EU? Na sequência chegou maio, mês da mães, e resolvemos sair em busca da resposta que intrigou muitas mulheres e movimentou as redes sociais. Para responder a essa questão, fomos consultar ninguém menos que o mais renomado Ginecologista e Obstetra de Mato Grosso, Dr. Gabriel Novis Neves, que tem em seu curriculum um número incontável de partos de diversas “modalidades“. Sim... existem tipos diferentes de partos e é isso que leva a mulher ter uma recuperação mais rápida e menos traumática.

ARQUIVO

DR. GABRIEL NOVIS NEVES é médico Ginecologista e Obstetra 36

SAÚDE IN FOCO: Como o senhor explica a alta tão rápida da Duquesa quando dos seus partos? Dr. Gabriel Novis Neves: Na verdade o parto é a condição “final“ de uma sequência. Ou seja, é o momento de ápice dos meses da gravidez. Uma gravidez normal oscila, em média, entre 38 e 42 semanas. Dessa forma, uma grávida que teve todos os cuidados devidos durante o período gestacional, fez o acompanhamento médico – pré-natal – monitorou com exames sua condição de saúde, definiu o tipo de parto mais adequado a sua realidade, é muito normal que tenha alta, num lapso de tempo muito curto, após o parto.

SAÚDE IN FOCO: Por que isso não acontece com a maioria das mulheres, já que causou grande espanto, principalmente no Brasil?

Dr. Gabriel Novis Neves: Por que nos dias de hoje o parto se tornou um grande negócio, posso até arriscar a dizer “comércio“. Você já parou para prestar atenção em toda as circunstâncias que envolvem a vida da grávida nos tempos atuais? São festinhas para revelar o sexo do bebê, o nome, as visitas, seção de fotos da grávida, cores de enxoval e tudo o mais... tudo isso determina o perfil do parto.

SAÚDE IN FOCO: Como assim, determina?

Dr. Gabriel Novis Neves: Há poucas décadas, antes de toda a tecnologia, da exposição, do consumo, ter um filho era uma consequência natural na vida do casal e acontecia no seio da família. Hoje, os casais, na grande maioria, sentem necessidade de partilhar o momento da gravidez e até do parto com mais pessoas, mesmo aquelas que não são tão íntimas, apenas relacionamentos virtuais. Ora, para isso acontecer precisa ter uma programação. Não se pode deixar o agir somente da natureza. É preciso fotografar, filmar, registrar, publicar esses momentos. Dessa forma, as mídias, principalmente as sociais, influenciam o que é mais “atrativo“ para a gravidez. Veja como se tornou popular o parto “humanizado“ após a Gisele Bundchen divulgar

o nascimento de seus filhos. Dessa forma, isso tudo gera novos comportamentos em muitas outras mães.

SAÚDE IN FOCO: Quantos tipos de parto existem? Dr. Gabriel Novis Neves: Existem o normal, o natural e a cesárea. Nessa última, somos campeões. É a modalidade recordista em nosso País. Creio que justamente por gerar facilidades...

SAÚDE IN FOCO: Facilidade?

Dr. Gabriel Novis Neves: Sim. A gestante pode programar como quer ter, o dia que deseja ter, combinar com o médico o local, a hora. É algo totalmente previsível sob vários aspectos.

SAÚDE IN FOCO: O parto cesáreo é uma cirurgia. Qual é a diferença entre os dois outros tipos: normal e natural?

Dr. Gabriel Novis Neves: O parto normal pode ter algum tipo de apoio, auxílio médico para acontecer: indução das contrações, uso da episotomia (o conhecido pique), em casos extremos uso do fórceps de alívio. Já o parto natural, a mulher obedece seu relógio biológico. Pode passar várias horas em “trabalho de parto“, aguardando a dilatação ideal para a saída do bebê. Nada é feito, tecnicamente, que interfira nesse processo. Claro que seja qual for a escolha do tipo do parto, em nenhum deles se exclui a presença e o acompanhamento do obstetra.

SAÚDE IN FOCO: Então, o parto da Duquesa é possível a qualquer mulher? Dr. Gabriel Novis Neves: Sim. Qualquer mulher pode ter alta ou estar bem-disposta em pouco tempo após o nascimento do seu rebento. Basta para isso, como eu disse, ter uma gravidez acompanhada, cuidada e livre de riscos previsíveis. Não é necessário ser “nobre“ para ter um parto sem intercorrências. É necessário ter cuidado, seguir as orientações do médico que acompanha a evolução da gravidez. Isso feito, qualquer “plebeia“ poderá ter um parto tranquilo e com baixa permanência no tempo de internação. REVISTA SAÚDE IN FOCO


VOCÊ SABIA? www.ecycle.com.br

ÁGUA DESTILADA PODE SER PRODUZIDA ARTIFICIAL OU NATURALMENTE E POSSUI DIVERSAS APLICAÇÕES O QUE É ÁGUA DESTILADA? Água destilada é a água obtida por meio do processo de destilação. A destilação da água consiste na evaporização seguida pela condensação (fazer voltar ao estado líquido) da água. Esse processo proporciona a separação de uma quantidade dos sais presentes na água comum, também chamada de água mineral. Entretanto, a água destilada não é totalmente pura (livre de sais minerais), pois a destilação não é suficiente para fazer a separação desses sais. PARA QUE SERVE A ÁGUA DESTILADA? A maior aplicação da água destilada costuma ser em laboratórios, sendo utilizada como reagente ou solvente. A água destilada é mais eficaz em usos laboratoriais e em análises quantitativas pois proporciona menos interrupções por conta de outras substâncias presentes na água. Mas ela também é usada em baterias e ferro de engomar a vapor, nesse último caso sua vantagem em comparação com a água mineral é que a água destilada evita

VOLUME 1 • Nº 2 • MAIO-JUNHO/2018

a formação de calcário. Em laboratório, a água destilada pode ser produzida por meio da combustão do gás hidrogênio. Mas também pode ocorrer naturalmente sob a forma de chuva. A água recolhida dos desumidificadores e a água do ar-condicionado também são tipos de água destilada. COMO FAZER ÁGUA DESTILADA? Água Destilada na Panela 1. Encha uma panela grande de água até a metade; 2. Coloque uma pequena tigela de vidro na panela certificando-se de que ela boie (ela não pode tocar o fundo). Se a tigela não boiar coloque algum suporte na panela, como uma grande de ferro; 3. Ligue o fogo e observe a água evaporar e cair dentro da tigela. Mas, se começar a ferver, abaixe o fogo; 4. Para acelerar a coleta de água, faça a água condensar. Para isso, vire a tampa da panela de maneira que seu lado côncavo fique para cima e preencha-o com gelo; 5. Deixe a água ferver e encher a

tigela de água até a quantidade que você deseja utilizar; 6. Retire a tigela com água de dentro da panela e despeje num recipiente. ÁGUA DESTILADA FAZ MAL SE FOR CONSUMIDA? A princípio, a água destilada não faz mal se for consumida. O consumo de água destilada pode até prevenir ou diminuir o aparecimento de pedras nos rins. Entretanto, a água destilada não deve substituir o consumo da água mineral comum. Uma vez que esta última é fonte de minerais essenciais para o organismo, e suspender seu consumo pode trazer deficiências nutricionais.

37


PERFIL POR LUCILENE AMARAL

ARQUIVO

DULCIYARA LOPES A PIONEIRA DA CIRURGIA PLÁSTICA MATO-GROSSENSE CURITIBANA DE NASCIMENTO, MAS SE CONSIDERANDO, GENUINAMENTE, PANTANEIRA, DULCIYARA BUENO DA CUNHA LOPES FOI CRIADA EM CÁCERES - MT, ATÉ A IDADE DE 14 ANOS, QUANDO SEUS PAIS, VISANDO OFERECER UMA FORMAÇÃO DE EXCELÊNCIA, DECIDIRAM QUE, JUNTAMENTE COM SEUS IRMÃOS, DEVERIA ESTUDAR NO RIO DE JANEIRO. E lá foi ela, determinada a se tornar médica, desejo que já alimentava desde a infância. Estudiosa e concentrada foi aprovada logo no seu primeiro concurso Vestibular. A opção pela cirurgia plástica foi quase por acaso. Em meio aos seus estudos se deparou com uma literatura específica de cirurgia plástica e se encantou. A possibilidade de transformar para “melhor” alguns aspectos do corpo humano a seduziu. Do Rio de Janeiro, voltou aos 29 anos, formada pela UFRJ e com duas especialidades no curriculum – Cirurgiã Geral e Plástica – e a experiência de atuar em equipes médicas de renome no Rio de Janeiro. Dentre suas referências as mais marcantes são: como discípula do francês Dr. Pierre Marcel Lion e pupila do Mestre Dr. Ivo Pitanguy, de quem se orgulha ter sido integrante da equipe. Nada surpreendente então sua posição no cenário médico mato-grossense do século XXI. Personalidade forte e determinada, ela é daquelas mulheres que nos prendem com sua fala coerente, linear. Quando o assunto é a profissão, nota-se com mais nitidez sua determinação. Atualizada e conectada com as boas práticas da medicina, usa a tecnologia como uma aliada. Desde o computador, onde guarda todo o histórico de seus pacientes, até a máquina fotográfica digital – cheia de recursos para captar o melhor ângulo destes. Rigorosa com os detalhes, mesmo os menores possíveis, diz que as suas consultas são momentos de quase “terapia”. No processo de anamnese se dedica a extrair o máximo de informações necessárias para um resultado de total êxito. Em muitos casos chega a interagir com a família do paciente para ampliar essa relação e entender a psique daqueles que a procuram para uma intervenção. Profissional muito cuidadosa, detalha ao paciente todos os passos da cirurgia, os cuidados necessários em todas as etapas. Dulciyara acha que boas conversas prévias levam a uma melhor performance do resultado. Principalmente nos tempos atuais, 38

onde a tecnologia está na palma das mãos, diz ser muito comum atender pacientes que desejam se parecer com artistas da mídia, celebridades. É com muito zelo que ela explica as possibilidades de cada caso e os prováveis resultados que uma interferência cirúrgica pode contribuir para alterações na aparência. Reconhecida pela sua brilhante atuação, recebe pacientes de todo o Estado e até de fora. Percebe o paciente de forma holística, buscando entender a real necessidade que o leva à decisão pela cirurgia. De postura muito ética, tem na medicina sua grande paixão e não apenas um ofício. Isso a leva, se necessário for, a declinar intervenções caso entenda que não seja essa a necessidade real do paciente. Essa sensibilidade e amabilidade a tornam acolhedora. Em marketing, diríamos que ela sabe como fidelizar o cliente. Entrar na área de cirurgia plástica, especificamente em Cuiabá – Mato Grosso- foi uma quebra de paradigmas. Nos idos de 1990, a especialidade médica era dominada apenas por profissionais homens, sendo ela a primeira médica mulher a exercer o ofício. A personalidade e a determinação de saber o que queria não deixaram que a Dra. se intimidasse. Sabia que seria questão de tempo ser reconhecida, e no seu caso, pouco tempo. Ela foi galgando e demarcando o seu espaço. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Estado, seu perfil de líder a levou à Presidência da Instituição onde, com desenvoltura, organizou eventos que valorizavam a categoria e promoviam a integração com os pares. Outrora, quando sua agenda possibilitava, chegou a atender, por longo tempo, pacientes com indicações cirúrgicas do Sistema Único de Saúde em hospitais filantrópicos. A paixão pelo bisturi faz com que se sinta uma privilegiada. Sabedora da importância de ter mãos firmes, recorre à técnica do bordado como estratégia de relaxamento e treino psicomotor. Hoje, uma mulher madura, viúva e mãe de um casal de filhos, tem uma rotina bem menos frenética, apesar de operar todos os dias. Diz que, um dia da semana é reservado ao papel de mãe, onde cozinhar é um grande deleite. Mas é na fazenda, na vida do campo, entre gado, cavalos e pescaria, que recarrega suas energias, limpa seus olhos e busca inspiração para fazer a vida dos seus pacientes se tornar mais bela.

REVISTA SAÚDE IN FOCO


PAC'S | TELERRADIOLOGIA | CENTRAIS DE DIAGNÓSTICOS

SOLUÇÕES PARA TODAS AS DEMANDAS PORTAL DE TELERRADIOLOGIA Ressonância magnética, tomografia computadorizada, densitometria óssea, mamografia, raios-x digital, laudos emergenciais. CENTRAL PAC'S + WEB Para clientes com necessidade de armazenamento interno da imagem. ARMAZENAMENTO EM NUVEM Por tempo ilimitado, indicado para hospitais que necessitam de armazenamento por muito tempo.

(22) 9-9957-2378 (65) 9-9984-5383 www.qualitassaude.com.br qualitasmt@gmail.com



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.