Saúde Business - Ed. 12

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SAÚDE A revista da saúde para um novo conceito de gestão • Ano 02 • nº 12

SUSTENTABILIDADE

Ilustração: João Santos

Como aplicar o conceito de TI verde em sua companhia

CLIENTE

Saiba por que empresas do setor, como a GE Healthcare, presidida por Claudia Goulart, querem ter a área pública como cliente

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Gestão Administrativa

Gestão Financeira

Hospitais Referência é um estudo que visa promover e divulgar as boas práticas de gestão desenvolvidas pelos hospitais públicos, privados e filantrópicos.

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Sustentabilidade

Tecnologia

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SB | Índice

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12 Entrevista Karen L. Rascati, da Universidade do Texas, fala sobre a importância do desenvolvimento da farmacoeconomia para o setor de saúde 16 Na direção Bruno Dias, diretor presidente da Sodexo, escreve sobre a gestão do conhecimento dentro das organizações 18 .Com Confira as notícias que foram destaque no Saúde Business Web 24 Panorama Cliente especial: entenda por que o setor público se tornou tão atrativo para as empresas de saúde nos últimos anos

36 Governança Governança de TI: parte integral da Governança Corporativa 38 Gestão TI verde: saiba como tornar a TI da sua empresa mais sustentável 44 Espaço Jurídico Responsabilidade civil dos administradores 46 Economia e Negócios Vento a favor 48 Artigo Sobre a eficácia dos gastos governamentais 50 TI & Transformação Saúde que viaja pela rede

54 Marketing SIM – Sistema de Informações de Mercado ou Sempre Inventando Modismos? 56 Lado B Renata Rozenbit, da Lincx, explica como atrair boas energias 58 Livros 60 Recursos Humanos A contribuição da liderança no processo empreendedor 62 Cartão de Visita A movimentação dos executivos no setor 64 Saúde Corporativa Funcionário saudável gera valor 66 Hot Spot A mesma discussão de sempre

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Adelson de Sousa • adelson@itmidia.com.br

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saúde business Saúde Business é uma publicação bimestral dirigida ao setor médico-hospitalar. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados.

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Foto: Roger Soares

SB | CARTA DO EDITOR

MELHORIAS

Aproxima-se o final do ano e a discussão sobre o orçamento da Saúde começa a borbulhar entre as diferentes esferas do governo. Estados e municípios já preveem os investimentos a serem feitos para melhorar o nível de atendimento, enquanto a União continua a discutir as fontes de financiamento do setor. A tentativa, mais um ano, vai girar em torno da regulamentação da Emenda Constitucional nº29 e da criação da Contribuição Social de Saúde, que, juntas, poderão trazer mais R$ 12 bilhões para o setor, segundo o ministro José Gomes Temporão. As chances das medidas esbarrarem nos mesmos conflitos de anos anteriores são grandes. E mesmo que fossem aprovadas, certamente ainda não seria o suficiente para melhorar a acessibilidade à saúde. A grande questão ainda é o avanço do nível de gestão e acredito que até do comprometimento com a melhoria do setor no Brasil. Interessante é observar que mesmo diante desse cenário de busca por mais e mais recursos, a área pública tornou-se um alvo estratégico para as empresas de saúde. Seja para ser um fornecedor, seja para ser um prestador de serviço ou ainda um parceiro em gestão das unidades públicas de saúde. E isso não é para menos: um enorme mercado, que atende quase 150 milhões de pessoas, e por isso mesmo permite o ganho em escala, somado ao fato do governo ser um bom pagador e ainda à alta demanda por atendimento, tornam a área pública um mercado altamente estratégico para quem quer crescer no setor. É isso que você confere na reportagem de capa dessa edição. E ela vem em boa hora. Uma vez que os interesses na área pública são tantos e diversos, e as necessidades de melhorias de políticas de saúde extremas, vale exigir daqueles que se lançarão como candidatos aos postos de governantes de estados e do Brasil no próximo ano propostas concretas e viáveis para impulsionarem o desenvolvimento do setor. Melhorias a serem feitas não faltam. Boa Leitura!

Ana Paula Martins Editora P.S.: envie comentários para amartins@itmidia.com.br

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SB | CANAL ABERTO

Eu leio a Foto: Divulgação

SAÚDE BUSINESS GLAUCO MARCONDES, diretor da unidade de Negócios Institucionais da Pfizer

A revista Saúde Business me dá uma visão mais ampla do setor de saúde do que as demais publicações destinadas a esse tema. O ponto forte dessa publicação é a abrangência de assuntos, pautando sempre todos os elos da cadeia de saúde, o que permite uma avaliação mais clara das boas práticas de clientes e fornecedores nesse segmento

Próxima Edição HOSPITAIS REFERÊNCIA

Não perca o estudo que traz o benchmark de boas práticas de gestão no segmento hospitalar

O melhor da última edição A equipe da Unidade de Saúde da IT Mídia elegeu o anúncio do Hospital San Paolo, publicado nas páginas 30 e 31, como o mais bonito da edição nº11. A peça foi criada por Cristina Santos (texto) e Fábio Hanaoka (arte), da agência AUGI Marketing. A aprovação foi feita por Dr. Paulo Angelis, superintendente do Hospital San Paolo, e por Allison Erick Auriema, supervisor de Marketing.

Para anunciar lig ue: (11) 3823-6633 • E-mail: comercialsaude@itmidia.com.br 10 | EDIÇÃO 12 | SAÚDE BUSINESS

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SB | Entrevista

Cálculos de saúde Renata Faggion – rfaggion@itmidia.com.br

Gestores de saúde vivem em uma procura constante por novas ferramentas que auxiliem na escolha de alternativas terapêuticas eficientes e com custo justificável. É por essa necessidade profissional que atualmente todas as faculdades de Farmácia dos EUA tornaram a disciplina de Farmacoeconomia obrigatória. A área é pouco conhecida ainda no Brasil, mas nos EUA, 90% dos cursos de Farmácia já incluem o estudo no currículo – fora cursos de Medicina, Administração Hospitalar e Economia. É por isso que o livro com caráter didático Introdução à Farmacoeconomia, da professora e membro do Center for Pharmacoeconomics Studies da Universidade do Texas, Karen L. Rascati, chega estrategicamente nos EUA e no Brasil. Segundo informações contidas na obra: “a compreensão dos princípios da Farmacoeconomia ajuda os prestadores de serviços de saúde e os responsáveis pelas decisões a melhorar os desfechos clínicos e humanitários com base nos recursos disponíveis.” Ferramentas essas que, segundo Karen, já são utilizadas em diversos países, com destaque para a Austrália. Confira a seguir a entrevista que a professora de Farmacoeconomia concedeu à Saúde Business durante uma série de palestras aqui no Brasil. Sáude Business: Quando os EUA perceberam que os gastos com saúde estavam extrapolando os limites possíveis? Karen L. Rascati: Os EUA têm tentado diminuir seus custos com saúde há muito tempo. A maior e primeira ação para cortar custos aconteceu em meados da década de 1980. Começaram a trabalhar com reembolso com hospitais, ou seja, quando um paciente chegava ao hospital com um certo tipo de diagnóstico, o hospital recebia um valor ‘x’ pelo tratamento. Antes dos anos 1980, mais procedimentos e remédios foram sendo agregados, a lista foi aumentando e aumentando. Foi nessa época então que houve uma restrição, porque o custo crescia na época 50% ao ano. O que era muito! Com o reembolso o número diminuiu para 3% ao ano. Continuava crescendo, mas num ritmo mais lento. Depois foram criadas HMOs (Health Maintenance

Organization) que deixaram de trabalhar com o fee for service, ou seja, que permitia ao paciente usar o que quisesse. Elas restringiram o acesso a saúde, dando uma lista de médicos específicos onde os pacientes poderiam ser atendidos, ao invés de poderem ir onde queriam. SB: E a Farmacoeconomia é contemporânea a esta época? Karen: O termo surgiu quase na mesma época. Mas o termo anterior a ele, Healthcare Economics, surgiu bem antes. Há livros que falam do termo e da maior reforma da saúde que os EUA viveu provavelmente, no ano de 1965, quando o Medicaid e o Medicare foram desenvolvidos. Os dois sistemas foram criados para aqueles que não têm planos de saúde e para a terceira idade. Até então as pessoas tinham que pagar com dinheiro pelos medicamentos, sendo

que o Medicare é para maiores de 65 anos e é quase totalmente subsidiada pelo governo. Já o Medicaid é para pessoas pobres e mantida com recursos federais e estaduais. A criação das duas foi um sucesso, mas mantiveram o crescimento dos gastos. SB: No seu livro, a senhora afirma que existe uma barreira cultural e política em relação à Farmacoeconomia. Que barreiras são essas? Karen: As pessoas, e estou falando especialmente do povo norte-americano, estão acostumadas a terem tudo o que querem. Se eles veem uma propaganda de um medicamento na televisão ou leem a respeito, querem aquele medicamento. O médico não é treinado para restringir medicamentos, então ele prescreve a droga. Alguém precisa avisar ao paciente que ele não pode ter todo remédio novo que aparece, porque talvez ele

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Karen L. Rascati:

Fotos: Gonzaga

Farmacoeconomia deve ser disciplina obrigatória em todos os cursos da área de saúde

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SB | Entrevista

É difícil confiar em dados cedidos pela indústria, afinal, ela está vendendo algo. Além do mais não existe um padrão para se realizar esses cálculos Karen L. Rascati, da Universidade do Texas

não seja melhor, somente mais caro. O que acontece é que o médico dá a receita, mesmo que esse remédio não tenha um efeito mais significativo. E é o próprio paciente que paga mais pelo medicamento. É esse fato que se quer diminuir nos EUA. Há uma palavra que apavora qualquer norte-americano, que é racionalização. Eles veem qualquer ação que tenta diminuir os gastos com saúde como racionalização, ou seja, que estão controlando o que os cidadãos fazem ou deixam de fazer, mesmo que se diga que a ação tem a ver com uma tentativa de aproveitar o dinheiro da melhor maneira. Eles não conseguem admitir que há um limite de recursos, mas não podemos continuar gastando a maior parte da renda do norte-americano com saúde. SB: A população tende a ver a União como uma mãe, que deve prover tudo. Nos EUA, vemos a população apreensiva com a Reforma da Saúde proposta pelo presidente Barack Obama, porque não quer perder o

direito de escolher a que tipo de atendimento quer receber. Karen: Uma grande quantidade de norte-americanos acredita que saúde deve ser um direito do cidadão, como acontece aqui no Brasil. Isso é motivo até de vergonha, porque parece que o governo não se importa com a saúde do povo dos EUA. Há um outro grupo que pergunta: quem irá pagar por isso? Essas são pessoas que já pagam por um plano de saúde e não querem pagar pela assistência pública à saúde de outras pessoas. No entanto, se é a empresa quem paga pelo plano de saúde, quando eles estão desempregados não têm acesso ao atendimento médico. Esse é o problema. Há dois grupos que têm que encontrar um acordo sobre que nível de atendimento à saúde deve ser oferecido para todos, sem gastar muito. Mas há aqueles que argumentam que haverá dois níveis de atendimento: para os pobres e com menor quantidade, e para os ricos, por plano de saúde, e que isso seria injusto, em-

bora, provavelmente, é assim que irá acontecer. Eu acredito que a maioria da população hoje concorda que deve haver um mínimo de atendimento para todo mundo. É só uma questão de decidir quanto será gasto. E como são as operadoras de saúde, e não o governo, que determinam que procedimentos estão autorizados, elas se tornaram as vilãs da história. O atual debate é o de que o governo deve assumir mais a saúde para reduzir custos, já que a União não prevê lucro como a saúde suplementar. SB: A senhora cita a Austrália como um exemplo de país que já exige cálculos de Farmacoeconomia na autorização de produtos e serviços de saúde. Essa é uma tendência crescente? Karen: Definitivamente. A cada ano, mais e mais países adquirem esse procedimento. Levou um longo tempo, mas na Austrália isso começou na década de 1990, e no Canadá e no Reino Unido no final

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da década de 1980. Agora a maioria dos países europeus recomenda esse procedimento. Há informações no site da ISPOR (International Society of PharmacoeconOmics and Outcomes Research) de quais países têm cálculos Farmacoeconômicos como obrigação ou orientação. Atualmente, há muitos países que incluem os cálculos nas suas ações, mas é somente uma sugestão, e não uma regra a ser cumprida. No entanto, em países como a Austrália, o governo só autoriza depois que o produto tenha passado pelo processo de avaliação Farmacoeconômica. SB: Como funciona esse cálculo? Quem realiza? Karen: O governo tem um comitê e a indústria, na maioria das vezes, reúne a papelada requerida e determina que informações são necessárias. Exceto no Reino Unido, onde o próprio comitê coleta os dados da indústria. SB: Como os governos podem ter certeza da veracidade desses cálculos? Afinal, muitos podem ale gar que é possível mentir usando estatísticas. Como lidar com essas questões? Karen: Essa é uma barreira nas relações. É difícil confiar em dados cedidos pela indústria, afinal, ela está vendendo algo. Além do mais, não existe um padrão para se realizar esses cálculos e fornecer os dados da pesquisa. É preciso que os comitês analisem da onde vieram esses números, como foram calculados, o que pedir e se os dados são confiáveis. Mas não há muitas pessoas que sejam boas nas áreas econômicas e de

farmácia para realizar essa análise. Sem dúvida, é preciso ter uma visão bem crítica de tudo o que é enviado pela indústria para o comitê, para pedir mais esclarecimentos ou informações quando necessário, além de ter que decidir quando incluir ou não este novo produto ou serviço de saúde. Na Farmacoeconomia, quanto mais preciso forem os dados solicitados, mais eficiente será o sistema. Normalmente, esse método leva um bom tempo, porque as informações vão e voltam muitas vezes. A indústria farmacêutica apresenta o medicamento e quanto será cobrado por ele, e o comitê pede mais informações e sugere um outro valor a ser cobrado, e as negociações prosseguem até um acordo. Nos EUA, comitês de plano de saúde fazem isso, embora numa proporção bem menor. Eles cruzam dados dos seus clientes com dados cedidos pela indústria e calculam se o procedimento ou medicamento deve ser coberto ou não pelo plano. Eu faço parte do comitê de uma dessas empresas nos EUA, e eles me consultam sobre quais informações extras podem ser necessárias para esse cálculo ou se estão no caminho certo. Economistas podem auxiliar a saúde suplementar nesses casos. SB: Nas decisões governamentais, o preço é o ponto principal. Mas a senhora cita no seu livro vários tipos de custos e resultados, até intangíveis. Como um cálculo que não leva todos esses pontos em conta pode influenciar negativamente os gastos com saúde de um país? Karen: Os governos não levam em

conta esses outros resultados, chamados de intangíveis, que não envolvem dinheiro, mas o sofrimento e a dor dos cidadãos. Eles ligam para os custos com saúde e, alguns casos, para a produtividade dos cidadãos. Problemas como enxaquecas, por exemplo, são importantes, porque muitas pessoas não vão trabalhar quando afetadas, o que diminui a produtividade da população. Em termos econômicos isso é importante para o país, afinal, temos que ter pessoas saudáveis, para que sejam produtivas. SB: Uma pesquisa recente afirmou que mais de 50% dos brasileiros com plano de saúde gostariam de mudar de seguradora. Um esclarecimento maior de como o sistema de cálculo funciona poderia melhorar essas relações? Karen: É um caminho de altos e baixos. Quando as HMOs surgiram, as pessoas não estavam muito satisfeitas com o sistema de saúde nos EUA. Então as seguradoras de saúde mudaram algumas de suas ações e as pessoas se acostumaram com elas. Desde que aja uma outra escolha, que eles possam pagar um montante “x” e receber “x”, ou pagar mais e receber mais, creio que elas ficarão mais satisfeitas. A competição é o melhor caminho por dar o poder de escolha para as pessoas. A questão é que o cidadão nunca sabe quais enfermidades podem lhe abater, então não sabe que tipo de cobertura realmente será necessário. E quando o paciente fica muito doente no hospital, ele não pensa no quanto a internação e o tratamento custarão para o plano de saúde.

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Foto: Divulgação

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Bruno Dias Diretor Presidente da Sodexo

Gestão do conhecimento e troca de experiências Muito se fala sobre a importância da gestão do conhecimento dentro das organizações como fator fundamental para garantir inovação e competitividade solicitadas cada vez mais pelo mercado. Poucas empresas entendem, no entanto, como se trabalhar adequadamente com esse conceito que, mais do que um processo de partilha e comunicação, é um modo de pensar e atuar em todas as etapas produtivas e, como tal, deve fazer parte do DNA da empresa e de seus colaboradores. As instituições que implementam adequadamente a gestão do conhecimento passam a se enxergar como uma “comunidade humana”, cujo “conhecimento coletivo” representa enorme diferencial competitivo em relação aos concorrentes. Uma das principais táticas nesse sentido é colocar os colaboradores em contato direto, criando grupos de trabalho que, por meio de troca de experiências e informações, reflitam, proponham soluções e refinem o conhecimento organizacional. É essa a abordagem que a Sodexo, como multinacional presente em mais de 80 países, pratica em todos os níveis da organização, não só localmente, mas também junto aos outros países em que atua. Especialmente no segmento Healthcare, a Sodexo vem expandindo essa estratégia de atuação entre todos os países que atuam

nesse nicho como modo de manter sua liderança e competitividade. A cada seis meses a Sodexo promove um evento intitulado “Market Champion Healthcare”, promovido pelo CEO mundial com foco em Healthcare, que reúne os diretores responsáveis em cada país com o objetivo de compartilhar experiências e melhores práticas e ainda promover visitas in loco a clientes referência. Isso permite e estimula uma visão global do que acontece no segmento favorecendo soluções inovadoras em tempo real e alinhadas com as práticas mais atualizadas do mundo. Após esses encontros, para garantir a disseminação dos conteúdos dentro da própria Sodexo Brasil, nossa Célula Técnica de Healthcare fica responsável pelo cascading a todos os níveis da organização por meio de reuniões e encontros de atualização. Vale ressaltar que em se tratando de gestão do conhecimento, a própria estruturação de

uma Célula Técnica específica retrata a preocupação com a correta estruturação e disseminação do conhecimento. A célula, que na Sodexo atua independentemente da Operação e com reporte direto à direção, é responsável pelo gerenciamento de todo know how do segmento, incluindo a gestão do conhecimento técnico, treinamento dos profissionais da área, definição e controle de KPIs, e acompanhamento de tendências do mercado dentro e fora do País. Essas iniciativas reafirmam a importância que a Sodexo confere à geração do conhecimento bem como à sua correta gestão e à capacidade de seus colaboradores de gerarem novas soluções a partir de conteúdo compartilhado e aprimorado internamente. Afinal, nosso maior patrimônio são nossas pessoas, e nosso maior diferencial competitivo reside justamente na capacidade delas de se aprimorarem e se superarem constantemente.

As instituições que implementam adequadamente a gestão do conhecimento passam a se enxergar como uma “comunidade humana”, cujo “conhecimento coletivo” representa enorme diferencial competitivo

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AS 10 MAIS CLICADAS Operadoras criam índice para medir gastos médicos OMS alerta para o pior da nova gripe Brasil registra 96 mortes pelo vírus H1N1 Orizon coloca a casa em ordem Albert Einstein lança projeto de redução de custos

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Hermes Pardini investe em sistema de gestão integrada Mudanças da ANS passam a vigorar em outubro Ato Médico é aprovado SulAmérica anuncia nova executiva Intermédica está a todo vapor

WEBCAST ENTREVISTA

José Serra fala sobre a terceirização do setor

precisar,

O governador de São Paulo comenta a aprovação do Projeto de Lei Complementar 62/2008 durante a inauguração do Hospital Lucy Montoro, que recebeu investimento de R$ 50 milhões

veria ser ncia em audável. em um amento. va reali-

Assista esta e outras entrevistas no WWW.SAUDEBUSINESSWEB.COM.BR /WEBCASTS

BIOGEN se propõe a pagar US$ 14,5 por ação da Facet A Biogen Idec, empresa global de biotecnologia, fez uma proposta para adquirir todas as ações em circulação da Facet Biotech Corporation por US$ 14,5 por ação, com o argumento de que a operação é um

bom negócio para ambas as empresas. Além disso, a Biogen ressalta que a oferta pode beneficiar os programas clínicos para o tratamento da esclerose múltipla e tumores sólidos. A aquisição das ações seria

em dinheiro e sem a necessidade de aprovação dos acionistas da empresa ou até mesmo financiamento. As empresas já trabalham juntas no desenvolvimento dos remédios daclizumab e volociximab (M200).

Leia mais: www.saudebusinessweb.com.br – Seção Economia 18 | EDIÇÃO 12 | SAÚDE BUSINESS

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Blogs

Leia e discuta com nossos blogueiros os assuntos mais quentes do mês: www.saudebusinessweb.com.br/blogs Claudia Goulart Último post: O desafio da saúde sustentável Claudia Goulart é presidente da GE Healthcare para a América Latina

Cylene Souza Último post: O valor da marca Cylene Souza é jornalista especializada em saúde, com pós-graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM

Ildo Meyer Último post: Hospitais de “Grife” Ildo Meyer é palestrante motivacional e médico com especialização em anestesiologia e pós-graduação em Filosofia Clínica pelo Instituto Packter.

João Carlos Bross Último post: Somar em lugar de divergir João Carlos Bross é arquiteto e presidente da Bross Consultoria e Arquitetura.

Resultado

da enquete As novas regras da ANS para contratação de planos coletivos passam a vigorar a partir de 15 de outubro, conforme publicado no Diário Oficial da União. A princípio, as mudanças deveriam vigorar no mês de agosto, mas o prazo foi prorrogado pela própria agência reguladora. De acordo com a ANS, os contratos de saúde vigentes que não se adequarem às novas regras não poderão ter novos beneficiários, exceto novo cônjuge ou filho, como determina a Lei nº 9.656/98. Dentre as principais mudanças estabelecidas está o reajuste de preço que só poderá ocorrer a cada 12 meses. De acordo com a pesquisa realizada pelo portal Saúde Business Web, 48,78% dos leitores apostam que as novas regras devem trazer benefícios, em contrapartida, 29,27% acreditam que as mudanças vão prejudicar as operadoras menores, além de afetar as contas dos planos de saúde.

No ar

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Pedro Fazio Último post: O erro de avaliar plano coletivo como individual Pedro Fazio é economista e diretor da Fazio Consultoria.

A criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) vai beneficiar o setor?

Roberto Latini Último post: Eficácia ou eficiência? Roberto Latini é diretor da Latini & Associados e aborda as regulações do setor de Vigilância Sanitária.

m Não, uma boa gestão é melhor que a criação da CSS m Sim, uma nova contribuição irá trazer mais recursos para a Saúde m O problema da Saúde no Brasil não envolve falta de recursos e nem má gestão

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Opiniões

Confira os quatro artigos mais lidos do mês Logística da gripe suína O ambientalista e consultor de sustentabilidade da Trevisan Consultoria, Antonio Carlos Araujo, relata em seu artigo os diversos aspectos da logística do vírus H1N1 As reviravoltas e alternativas para a indústria farmacêutica Em artigo, o administrador Marcos Morita explica as estratégias que o setor deve buscar para sair da crise econômica Soluções verticalizadas: tendência ou benefício real para o cliente? O diretor da Essence, Gabriel Rodrigues, comenta em seu texto os benefícios da verticalização para os clientes do setor Expectativa de vida maior exige mais investimentos em saúde O presidente da Fehosp, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Junior, ressalta a importância da regulamentação da EC29 Dica da Redação O ‘Blog da Redação’, do Saúde Business Web, foi reativado para trazer novidades e integração com os leitores do portal. O espaço passa a contar semanalmente com assuntos e questões de relevância para o setor. Após sua reativação, a redação já abordou diversas curiosidades como o por que o presidente Lula não utiliza, assim como a maioria dos brasileiros, o sistema público de saúde; a gripe suína e a popularidade do presidente brasileiro; o atendimento especial nas unidades de saúde, e muito mais. Confira o Blog da Redação e opine!

Anvisa em ação! Thaia Duó - tduo@itmidia.com.br

Falsificação ou resultado insatisfatório. Seja por um ou outro destes motivos, os medicamentos deram o que falar. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Polícia Federal realizaram quase sete vezes mais apreensões de medicamentos falsificados no primeiro semestre deste ano do que em 2008. Foram 316 toneladas contra 45,5 no ano passado. Segundo a Polícia Federal, a cada dez apreensões de armas e drogas atualmente, duas têm medicamentos piratas - sendo que os mais encontrados são contra a disfunção erétil, analgésicos e anti-inflamatórios. A principal rota de entrada é pelo Lago Itaipu no Paraná, onde o medicamento é transportado por pequenas embarcações e depois é embalado e enviado para várias partes do Brasil. Para combater o problema, a Anvisa e o setor farmacêutico estão testando um sistema de rastreabilidade de medicamentos. Ter um bom resultado também tem sido o alvo da agência. Na segunda semana de setembro a Novafarma foi obrigada a retirar de circulação os lotes 1100198, 1100199, 1100200, 1100201, 1100202, 1100203, 1100204 e 1100212 do remédio Biozatin fabricado em maio de 2008 e com data de validade em maio de 2010, em todo território nacional. O motivo seria o resultado insatisfatório nos ensaios de pH. Outra ação importante da Anvisa foi a criação de novas regras para a bula de medicamentos, publicada no Diário Oficial da União. A portaria estabelece regras para tornar mais claras as informações referentes à quantidade, características, composição, qualidade e preço disponibilizadas nas bulas dos medicamentos. Uma das normas diz respeito ao tamanho das letras, que terão que ser maiores. Os textos também usarão informações mais claras, linguagem objetiva e conteúdos padronizados. A Anvisa também definiu formas de acesso ao texto dos medicamentos para deficientes visuais. A bula do paciente continuará dentro da caixa do remédio, enquanto uma outra será eletrônica, disponível no site da agência. Os pacientes também poderão acessá-la.

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Parceria deve reabrir o Laboratório de Medicamentos

A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal negou provimento ao recurso de efeito suspensivo da ANS, mantendo a decisão favorável aos consumidores da Avimed, que poderão contratar novos planos de saúde sem necessidade de cumprir novas carências, de acordo com a vigência da decisão liminar, de 1º de julho. A decisão atual garante a manutenção da liminar conquistada pelo Idec - resultado de uma ação civil pública contra a Avimed, a ANS e as operadoras de saúde Itálica e Ana Costa, que ficaram responsáveis pela cartela de clientes da empresa.

Parceria assinada entre a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a indiana Triglobal Biociência vai permitir que o Laboratório de Medicamentos, ligado à instituição, seja reaberto. O acordo prevê a prestação de serviços para a importação de controle de qualidade de remédios e para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias por meio das instalações e estrutura da UEL. A negociação entre as partes teve início no ano passado e coloca o grupo indiano como responsável pela aquisição de equipamentos e adequação do prédio do laboratório, com contrato de prestação de serviço de 20 anos. A princípio, o Laboratório de Medicamentos funcionará como um centro de controle de qualidade de insulina e futuramente na fabricação de antibióticos e antivirais, como por exemplo, o Tamiflu.

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Caso Avimed: Justiça nega pedido da ANS

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Eurofarma implanta

código de barras nos produtos

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Foto: Glowimages

A Eurofarma implantou um projeto de rastreabilidade para auxiliar a rede hospitalar no controle de informações sobre a medicação de cada paciente. Por meio de um código de barras bidimensional o produto traz dados relevantes como validade e lote, além de facilitar o processo de unitarização. O laboratório já concluiu a primeira fase do projeto e, atualmente, estuda a próxima fase que incluirá comprimidos e cápsulas. Frascos, ampolas e seringas pré-enchidas já podem ser rastreadas.

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aumenta apoio

BNDES vai investir R$ 3 bilhões no Profarma até 2012

Uma pesquisa publicada pela TV CNN apontou que o apoio à reforma da saúde americana teria passado de 53% para 67% após o pronunciamento do presidente Barack Obama. Isso indica que um em cada sete norte-americanos foi convencido pelo presidente de que a reforma, que segundo a Casa Branca custará US$ 900 bilhões num período de dez anos, é necessária e passou a apoiar os planos.

O departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que o Profarma - programa que visa fomentar complexos industriais de saúde no Brasil - tem recursos garantidos de R$ 3 bilhões até 2012. O montante liberado vai ao encontro da perspectiva do BNDES de que o País tenha parques industriais farmacêuticos no nível dos melhores do mundo, com reflexos na política da instituição para o setor.

Foto: Divulgação

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Discurso de Obama

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Novartis deve inaugurar

Bayer investe R$ 14 milhões

A farmacêutica Novartis está investindo cerca de R$ 500 milhões na sua primeira fábrica de vacinas no Brasil, com sede em Goiana (PE). A indústria integrará o Polo Farmacoquímico da cidade e deverá atender tanto o mercado nacional quanto internacional. A estimativa é de que a nova unidade da Novartis tenha um faturamento anual de R$ 800 milhões, sendo R$ 600 milhões só em exportações.

A fábrica brasileira da Bayer Schering Pharma está investindo cerca de R$ 14 milhões em uma nova linha de produção voltada para atender as regiões latino-americana e sudeste-asiática. A fábrica, localizada na capital paulista, produz em média 100 milhões de cartelas de contraceptivos por ano, sendo 40% destinadas a exportações em mais de 30 países. A expectativa é iniciar as produções da linha multifásica ainda este ano.

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nova fábrica em setembro

em nova linha de produção

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CLIENTE E Cylene Souza – editorialsaude@itmidia.com.br

Bom pagador e com grande representatividade nas áreas de equipamentos, vacinas e medicamentos, o governo, em suas três esferas, tem merecido esforços cada vez mais direcionados das indústrias e dos prestadores de serviços em saúde

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O governo é atraente por três motivos: pelo poder de escala, por ser fiel aos contratos com as entidades privadas e ter deixado o estigma de mau pagador César Franco, da Científica Lab

Foto: Divulgação

Responsável por 8% do Produto Interno Bruto (aproximadamente R$ 160 bilhões), o setor de saúde já está consolidado como um dos mais relevantes, tanto do ponto de vista social, como econômico com um dos 10 maiores mercados farmacêuticos do mundo, estimado em R$ 28 bilhões, e com um faturamento de R$ 8 bilhões no setor de produtos médicos. As empresas que atuam no setor são unânimes em afirmar que o Brasil ainda tem um grande potencial de crescimento e é, de fato, a maior potência da América Latina, por seu perfil demográfico e econômico. Para elas, além das instituições de excelência no setor privado, que fazem uso de alta tecnologia, o setor público, nas esferas federal, estadual e municipal, é também um grande cliente, por seu poder de escala. Hoje, o governo brasileiro representa quase 50% do mercado de equipamentos, 90% do mercado de vacinas e 25% do mercado de medicamentos e, de acordo com os últimos dados, de 2006, o gasto direto com produtos e insumos industriais representa 15% dos recursos de saúde. Tendo se tornado um bom pagador e honrando seus contratos, o governo passou a interessar ainda mais às em-

presas de todos os segmentos que atuam na saúde. “Nos últimos 10 anos, a realidade mudou. O governo começou a honrar os contratos e as dificuldades foram superadas. Além disso, em época de crise econômica, o governo é o único que não deixa de investir”, avalia o diretor de projetos de Administração Pública e Saúde da Indra, Marcelo Palha. A multinacional espanhola de TI aposta no potencial de mercado da área pública, especialmente na saúde. “A Indra começou como uma empresa do governo espanhol e hoje o mantém como um de seus principais clientes. No Brasil, há uma carência de soluções para o setor público e, por isso, a empresa achou que o carro chefe no Brasil era a saúde”, complementa. Na Dasa, seguindo a visão de proporcionar acesso aos serviços a todas as classes sociais, a empresa percebeu um nicho de mercado em que não atuava e, em 2007, adquiriu a Científica Lab, laboratório que prestava serviços de análises clínicas para a rede pública em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “A empresa já tinha diversos contratos e o modelo de negócio adequado para este tipo de cliente”, relembra o gestor da Científica Lab, César Franco. Para Franco, apesar do ticket médio

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Além de ter começado a honrar os contratos, em época de crise econômica o governo é o único que não deixa de investir Marcelo Palha, da Indra

Foto: Divulgação

baixo, a alta demanda do governo torna a composição financeira atrativa para os prestadores de serviços. “O governo é atraente por três motivos: pelo poder de escala, por ser fiel aos contratos com as entidades privadas e ter deixado o estigma de mau pagador no passado e por possibilitar sinergias para desenvolver pesquisas. Quanto mais serviços prestamos, mais temos informações para desenvolver pesquisas, tanto científicas, quanto de melhoria dos procedimentos”, explica. Embora não divulgue números específicos, a Eli Lilly considera as vendas governamentais bastante significativas. “A importância, especialmente do governo federal, se dá pelo acesso aos medicamentos, já que os planos de saúde não oferecem o benefício farmacêutico. No ano passado, apesar da queda de arrecadação dos impostos gerada pela crise, não faltou medicamento”, diz o diretor de Assuntos Corporativos da Eli Lilly, Allan Finkel. Na Intersystems, além da estratégia global de posicionamento, que é colocar sistemas em redes de saúde conectadas, o impacto das ações na esfera pública é o grande chamariz. “Essa é a primeira vantagem das ações. No projeto que desenvolvemos no Distrito Federal, atingimos mais de 2,5 milhões de pes-

soas que utilizam o sistema público de saúde. O segundo ponto é a possibilidade de colocar tecnologia, processos e gestão do zero, já que o setor é muito deficitário em TI. Com isso, os investimentos são de grande vulto e os resultados na gestão e nas contas são violentos”, avalia o diretor geral da Intersystems para América Latina, Carlos Eduardo Kühl Nogueira. A presidente da GE Healthcare para América Latina, Claudia Goulart, faz coro. “Nossa relação com o governo é ótima. Nunca houve tanto apoio para trazer investimentos ao País. O bom relacionamento facilita a nossa compreensão do ambiente de negócios e nos permite tomar decisões mais assertivas e, na parte comercial, há regras claras para licitação.”

Parte da solução

Vencedora, pelo terceiro ano consecutivo, da licitação para o fornecimento de insulina N para o governo federal, a Eli Lilly também comercializa, por meio dos estados e com reembolso do Ministério da Saúde, os medicamentos Zyprexa, para esquizofrenia e transtorno bipolar, e Evista, para osteoporose. “Vendemos medicamentos para as áreas que já têm protocolos claros. Na Bahia, Mato Grosso do Sul e Distrito Saúde Business | edição 12 | 27

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Federal, já há um protocolo para osteoporose avançada. Por isso, nestes Estados, comercializamos também o Forteo”, diz Finkel. A crítica fica por conta da falta de atualização da lista de medicamentos e protocolos do Ministério. “A lista não é atualizada desde 2002 e só incluiu cinco novos medicamentos. É preciso revisar estes protocolos para evitar a judicialização. O Forteo, por exemplo, é para osteoporose grave, mas não há um protocolo federal para isso, o que leva os pacientes à Justiça para garantir seu acesso ao medicamento. Não acho que todos os novos medicamentos devam ser incluídos na lista do SUS, mas é necessário que se faça uma análise dos que são eficazes, seguros e viáveis. Também é preciso mais clareza para que a indústria acompanhe o status das aprovações, como acontece na Inglaterra e Austrália”, defende.

Com vendas consideradas muito relevantes para a área pública, a empresa espera aumentar as negociações na linha de diabetes, com a comercialização de uma insulina ultra-rápida, na área de osteoporose grave e de oncologia. “Também queremos ter comunicação aberta com o governo. As multinacionais empregam e investem no Brasil e não podem ficar distantes da esfera pública. Somos parte da solução, não do problema”, define.

A mpliação dos serviços

Embora tenha comprado a Científica Lab, em 2007, para atuar com mais foco na área pública, hoje a Dasa atende o governo com diversas marcas de seu portfólio. “Somos mais fortes em São Paulo e no Rio de Janeiro, que têm mercados muito relevantes, mas também atuamos em Minas Gerais e Espírito Santo, além de analisar poten-

ciais negócios em mais cinco estados”, conta Franco. O executivo destaca duas ações que, em sua opinião, levaram a um aumento do investimento público no setor de prestação de serviços. “Os estados passaram a adotar um modelo de gestão em que os hospitais são administrados por entidades privadas filantrópicas, as Organizações Sociais de Saúde (OSS), que buscam parceiros também privados para a prestação de serviços de análises clínicas e diagnóstico por imagem, e, em paralelo, houve a contratualização na área laboratorial e de imagem. O aumento dos investimentos não é, portanto, motivado pela crise, mas, sim, fruto deste modelo de gestão.” Para Franco, o maior desafio na área pública é lidar com culturas diferentes. “No setor privado, o contratante e o contratado seguem as mesmas regras

O setor público tem uma alta demanda por tecnologia, pois precisa saber como os serviços estão sendo usados Foto: Divulgação

Carlos Eduardo Nogueira, da Intersystems

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de mercado. No público, há um misto de mão-de-obra entre concursados, contratados no regime CLT, como no mercado privado, e os terceirizados. Contudo, percebemos uma grande oportunidade de desenvolvimento, especialmente pela adaptação dos nossos serviços quando atuamos em serviços públicos de especialidade.” Em 2008, a área de mercado público na Dasa cresceu 58,7%, se comparada a 2007. Neste período, o setor representou 12,1% da receita bruta da empresa. No segundo trimestre de 2009, a área pública cresceu 12,1% se comparado ao mesmo período de 2008. Agora a empresa busca aumentar a presença no setor público por meio do crescimento dos serviços de imagem e diagnóstico por métodos gráficos. “Estamos conversando com outros estados e municípios e aguardamos licitações em outras regionais.”

Agenda conjunta

A grande ambição da GE Healthcare é ser não apenas parceira comercial do governo, mas também estratégica.“Temos uma agenda de saúde pública no mundo, com o Healthyimagination, e estamos à disposição do governo brasileiro para um diálogo focado em sustentabilidade e soluções integradas”, diz Claudia. Até 2015, a GE investirá US$ 6 bilhões no projeto Healthyimagination, com o objetivo de reduzir em 15% o custo da saúde em todo o mundo. “Em dois meses, apresentaremos uma proposta ao governo federal, que é um conjunto de contribuições para vencer os desafios da área pública. Queremos construir uma agenda conjunta em relação à saúde.” Com a construção de uma fábrica de equipamentos médicos em Contagem (MG), a executiva também acredita que o Brasil poderá ter mais relevância para

a GE em nível global não só por seu grande mercado interno, mas também como um possível polo de exportações para África e América Latina. “Com o Complexo Industrial de Saúde que tem a pretensão de que, no longo prazo, o Brasil tenha sua própria tecnologia na área eletromédica, e vendo a trajetória da GE na Índia, China e Japão, acredito que em 10 anos o Brasil pode se tornar um polo de conhecimento e tecnologia da indústria médica, sendo provedor de equipamentos não só para todo o País, como também para exportações. A fábrica poderá ser um embrião para um objetivo maior.” O exemplo de negócio bem-sucedido vem da China. “Quando começamos, em 2000, a fábrica vendia US$ 50 milhões, entre comercializações internas e exportações. Hoje, temos dois centros de pesquisas no país e a fábrica comercializa US$ 1 bilhão”, relembra.

Apresentaremos uma proposta ao governo federal, que é um conjunto de contribuições para vencer os desafios da área pública Foto: Divulgação

Claudia Goulart, da GE Healthcare

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A carência de base instalada, especialmente no Norte e Nordeste, apresentada pela última pesquisa do IBGE, aliada ao crescimento do número de equipamentos (20% nos últimos 10 anos), atributos demográficos, tecnológicos, de recursos naturais, ambiente regulatório e propriedade intelectual também torna a área pública brasileira interessante para a comercialização de equipamentos da empresa. “Tudo isso está alinhado aos nossos requisitos para fazer negócios. O ambiente é mais transparente e seguro e o Brasil é o grande mercado da América Latina. Queremos ter uma relação mais próxima com o governo para saber aonde quer chegar e do que precisa, para que possamos ajustar nossas estratégias e desenvolver soluções alinhadas a estes objetivos”, conclui.

CONSTRUINDO REDES

Com o objetivo de interligar sistemas de saúde, a Intersystems vê nas negociações com o governo federal, estados

e municípios uma oportunidade de desenvolver projetos de grande impacto. “O setor público tem uma alta demanda por tecnologia, porque atende uma parcela significativa da população e precisa saber como os serviços estão sendo usados. Por isso, em todo o Brasil, especialmente nos próximos três meses, será observada uma grande movimentação na área de tecnologia. Devemos participar de licitações em diversos estados e municípios, entre eles, o da rede de atenção primária de Minas Gerais, e a informatização de todos os hospitais municipais da Prefeitura de São Paulo”, conta Nogueira. Para Nogueira, o Brasil tem o maior potencial econômico do continente. “No Chile, os projetos estão mais avançados, porque se trata de uma licitação nacional, mas o país é menor, com 16,5 milhões de habitantes. Também temos projetos na Colômbia, Equador e Peru, mas o Brasil vai ser o grande mercado, porque já responde por metade do PIB da América Latina e tem uma massa

crítica maior”, avalia. Se vencer as licitações em andamento, a Intersystems espera fazer pelos estados e municípios o que vem fazendo no Distrito Federal, em que 67 unidade de saúde já foram interligadas, permitindo a integração de informações administrativas, demográficas e clínicas dos pacientes. “O impacto na qualidade de vida da população e na gestão de saúde será muito grande”, afirma Nogueira.

OPORTUNIDADES DE

TODOS OS TAMANHOS

A destinação de recursos específicos para a saúde e a municipalização dos serviços de atenção primária são, na opinião do diretor de projetos de administração pública e saúde da Indra, dois dos principais atrativos para negociações governamentais. “Há oportunidades em todos os estados e municípios, independente do tamanho, além do Governo Federal”, avalia Palha. A empresa estrutura sua atuação na área pública seguindo o calendário das

A proposta de destinar parte do atendimento aos pacientes particulares é uma forma inteligente e moderna de gerenciar o recurso público Gonzalo Vecina, do Hospital Sírio-Libanês Foto: Glener Shibata

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COMO TORNAR O SUS UM BOM NEGÓCIO

Por considerar a atual legislação para a obtenção do certificado de filantropia inviável, no ano passado, o diretor presidente do Hospital São Vicente, de Curitiba, Marcial Ribeiro, elaborou uma nova proposta para o sistema, que foi enviada à Frente Parlamentar de Saúde. A ideia é que os hospitais filantrópicos destinem 30% de sua capacidade para internações pelo SUS e se considerem os custos dos demais atendimentos de baixa, média e alta complexidade para efeito de filantropia, ou que se retome a legislação que estabelecia a aplicação de 20% da receita operacional em gratuidades. “Destinar 60% dos leitos para o SUS é inviável. É só ver os hospitais filantrópicos à beira da falência e se obtém a resposta. No ano passado, os 1.769 hospitais filantrópicos acumulavam dívidas de R$ 1,8 bilhão. A atual política fecha hospitais”, afirma Ribeiro. De acordo com o executivo, a nova proposta poderia despertar o interesse até mesmo dos hospitais privados. “Se eles pudessem participar com este mesmo percentual de 30%, o universo de atendimentos se ampliaria exponencialmente. Contatei algumas instituições e elas demonstraram interesse na proposta, se puderem deduzir dos impostos estes atendimentos destinados ao SUS. Neste modelo, o governo perderia um pouco na arrecadação, mas resolveria os problemas de atendimento”, defende.

blicos e universitários mais saudáveis do ponto de vista econômico. “Na França, os professores titulares dos hospitais universitários podem atender, cada um, de 8 a 10 pacientes particulares, o que permite que parte da instituição seja ocupada por atendimento privado, mas só até certo ponto. Este modelo ajudaria a sanear os hospitais públicos e universitários, que por sua vez poderiam também prestar atendimentos a particulares e convênios.” Um modelo parecido com este idealizado pelo executivo deve entrar em vigor no Estado de São Paulo, conforme anunciado pelo governador José Serra. A proposta é permitir que os hospitais administrados por Organizações Sociais de Saúde (OSS) destinem parte do atendimento a pacientes conveniados aos planos de saúde e que as operadoras remunerem o Estado por serviços prestados aos seus clientes.

O OUTRO LADO

A nova proposta para o sistema de saúde descrita por Marcial Ribeiro também busca formas de tornar os hospitais pú-

“Os planos de saúde deveriam atender o beneficiário na sua totalidade, mas realizam poucos procedimentos de alta complexidade, como transplantes e tratamentos oncológicos. Por isso, é o maior absurdo do ponto de vista administrativo e econômico que a legislação obrigue a atender de graça o paciente que já paga o plano de saúde”, analisa. O superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Gonzalo Vecina, também concorda com a proposta de Serra. “Hoje, 50% da população de São Paulo tem planos de saúde e a alta complexidade acaba atendida no serviço público. Não cobrar do plano de saúde o serviço prestado pelo SUS é ignorância. A proposta de destinar parte do atendimento aos pacientes particulares, desde que não gere inequidade, é uma forma inteligente e moderna de gerenciar o recurso público”, finaliza.

MARCIAL RIBEIRO, DO SÃO VICENTE: Destinar 60% dos leitos para o SUS é inviável Foto: Ricardo Benichio

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eleições. “Este ano, os governos estaduais estão no foco, mas no ano que vem, trabalharemos mais com os municípios, porque as negociações com os Estados tendem a ficar paradas no período de eleições.” A empresa, que está trabalhando na integração da rede de saúde no Acre, que levará ao mapeamento dos fluxos de atendimento, históricos dos pacientes e prescrição de medicamentos, incluindo também a estrutura do Programa Saúde da Família, planeja manter seu foco especialmente no Norte, Nordeste e Minas Gerais. Para manter-se próxima dos clientes governamentais e levar informações sobre suas soluções, a Indra patrocina eventos do Conselho de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e se mantém atenta aos editais. “É um ciclo longo de negociações e a empresa precisa ser muito meticulosa. Costumo dizer que na área privada podemos fazer tudo que não é proibido e, na área pública, estamos restritos ao que está descrito na lei.” No Brasil, a Indra não ambiciona ter uma atuação na área pública maior do que a da área privada, mas acredita no crescimento das negociações com o governo. “Vamos fortalecer o mercado público especialmente com os acordos de cooperação internacional entre governos, para troca de experiências em tecnologia, e vamos crescer no Brasil”, conclui.

VALOR PARA A MARCA

Responsável pela administração de duas unidades de assistência médica ambulatorial (AMA), de uma AMA Especialidade e do hospital municipal Menino Jesus, todos na cidade de São Paulo, a OSS constituída pelo Hospital

Sírio-Libanês vem buscando atender às demandas específicas do setor público por meio de atividades diretas solicitadas pelo SUS, especialmente na esfera municipal. “O relacionamento com o sistema público de saúde passou pelo cumprimento das exigências para a obtenção do certificado de filantropia e, em 2005, o Sírio-Libanês decidiu conciliar melhor o que o poder público necessitava com o que o hospital poderia fazer”, explica o superintendente corporativo, Gonzalo Vecina. Desde então, já foram adquiridos quatro equipamentos de ultrassom, instalados nas unidades do Jardim Magaldi, Peri-Peri, Jardim Sarah e Sé. No Hospital Menino Jesus, o Sírio-Libanês foi responsável pela implantação dos serviços de apoio e logística, construção da torre de circulação e implantação dos serviços de diagnóstico de ultrassonografia e ecocardiografia, além de investir R$ 3,75 milhões no novo centro cirúrgico. Na esfera federal, por conta do decreto presidencial que permitiu que seis hospitais filantrópicos acreditados pudessem fazer jus ao certificado de filantropia por meio da prestação de serviços (Sírio-Libanês, HCor, Oswaldo Cruz, Samaritano, Albert Einstein e Moinhos de Vento), o Sírio-Libanês passou a trabalhar em 21 projetos de capacitação e melhoria de gestão de instituições públicas de saúde. Para o superintendente corporativo, o maior benefício trazido pelas parcerias com a área pública se refere ao valor da marca. “Colocamos toda a nossa expertise à disposição do governo, porque queremos participar da melhoria de gestão da saúde pública, que tem tudo a ver com a nossa finalidade filantrópica”, conclui.

SYLVIA, DO TRENDI, ROSSI E WATANABE: Empresas interessadas em vender para o governo são consultadas na elaboração de editais Foto: Divulgação

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PROBLEMAS NA PRÁTICA Embora seja elogiada por defender o interesse do Estado, a Lei de Licitações (8.666/93), na opinião de algumas empresas, ainda deixa a desejar na prática. “A lei cumpre sua finalidade e tem uma série de regras para garantir a transparência, mas deixa a fase qualitativa do processo de licitação muito aberta. Se o Estado é bem estruturado e tem boas equipes técnicas, consegue ter um processo licitatório que privilegie qualidade e técnica, aliadas ao menor preço. Se não, acaba privilegiando apenas o preço e o estado só percebe o ônus depois que o processo já foi finalizado”, avalia o diretor da Cientifica Lab, César Franco. Na Intersystems, a falta de especificações mais detalhadas nos editais também atrapalha os projetos. “Temos uma grande dificuldade com as licitações no Brasil. Este sempre é um processo longo e difícil em qualquer lugar do mundo, mas enquanto Escócia, Suécia, Reino Unido e Chile têm uma fase profunda de análise técnica, no Brasil esta avaliação é mais superficial. Além disso, o sistema legal abre brecha para a indústria da liminar em todos os setores da economia, critica o diretor geral para América Latina da empresa, Carlos Nogueira. Para o diretor da Indra, Marcelo Palha, o problema poderia ser contornado com a contratação de empresas especializadas para escrever os editais. “Em Minas Gerais, a Indra foi contratada para escrever um edital de licitação, da qual ela não vai participar, para dar mais deta-

lhamento ao processo”, conta. Na opinião d presidente da GE Healthcare, Claudia Goulart, a solução passa por um acompanhamento mais próximo da evolução da medicina, em favor da agenda do próprio governo. “Comprar equipamento médico é difícil, é preciso conhecer e acompanhar as evoluções da indústria e da medicina. Pode ser que em algum momento seja interessante para o governo reconsiderar as especificidades da licitação para o setor de saúde, porque ele pode não se favorecer do processo em algum momento”, pondera. A advogada Heloisa Barroso Uelze, sócia do escritório Trench, Rossi e Watanabe e especialista em contencioso tributário, administrativo e judicial, concorda que a lei pode deixar a desejar em alguns pontos, mas defende o bem público. “A Lei 8.666 é burocratizada, mas não impede os negócios. Com a jurisprudência, algumas aspectos mais formais são relativizados e as licitações vão melhorando”, avalia. Para a advogada Sylvia Maria Urquiza Fernandes, sócia da área penal empresarial do mesmo escritório, as críticas à falta de especificação técnica seriam amenizadas com a contratação de empresas especializadas para escrever os editais. “A solução ideal e isenta é que o projeto básico seja feito por uma empresa especializada, que fica proibida de participar da licitação. O problema é que no dia-a-dia o ente público não faz isso e acaba recorrendo às próprias empresas interessadas na licitação para escrever o edital, o que acaba direcionando as

preferências para uma determinada marca ou produto.” Sylvia também destaca outros desvios éticos, cometidos de forma intencional ou não, por empresas interessadas em negócios com o governo. “Diariamente lido com situações nebulosas, especialmente para empresas estrangeiras que querem atuar no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, o lobby é institucionalizado e regulamentado pela legislação, aqui não, por isso, é complicado encontrar o limiar entre o que é lícito, como levar informações, do que é ilícito, que é induzir ou influenciar a decisão.” Para a especialista, o ideal é que as empresas se baseiem no código de conduta do funcionalismo público, que, entre outras coisas, proíbe os funcionários de aceitar presentes superiores a R$ 100, de uso pessoal ou recebido fora de ocasiões festivas. No caso de viagens para apresentar a empresa e seus produtos, a recomendação é que o convite seja feito em nível institucional, para que o órgão decida se aceita o convite e qual é a pessoa mais indicada para representá-lo na ocasião. “A viagem tem que ter finalidade educacional e, se houver interesse comercial, o órgão convidado deve arcar com as despesas. Como regra geral, se a empresa fizer qualquer ação com a função de induzir uma decisão ou privilegiar uma pessoa, está cometendo crime de corrupção ativa. Por outro lado, se tiver qualquer atitude que vise à informação, seus atos são lícitos”, conclui.

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Carlos Airton Pestana Rodrigues Diretor presidente da Governance Solutions. (carlos.airton@governancesolutions.com.br)

Governança de TI: parte integral da

Governança Corporativa Nos últimos anos, empresas modernas, que usam a Tecnologia da Informação de forma crescente em seus negócios, têm despertado para a importância de aprimorar suas práticas de Governança de TI. Cada vez tem se tornado mais clara a interdependência entre Governança Corporativa e Governança de TI. Isso porque a Governança Corporativa é a principal direcionadora da Governança de TI e, por outro lado, a Governança de TI tem se tornado uma das principais viabilizadoras dos compromissos assumidos no âmbito da Governança Corporativa. Sabemos que as boas práticas de Governança Corporativa visam proteger os interesses dos investidores e demais partes interessadas no empreendimento (também chamados stakeholders). Portanto, de uma forma geral, a Governança Corporativa visa: assegurar os direitos dos investidores, reduzir riscos, proporcionar eficiência e eficácia operacional e, por consequência, bons resultados nos negócios. Sabemos que TI contribui, sobretudo, para: redução de riscos operacionais,

maior eficiência e eficácia das operações, conformidade legal nas operações, acuracidade dos registros e dos demonstrativos econômico-financeiros e, também, para a divulgação tempestiva de resultados ao mercado, entre outras. Já é consenso, inclusive entre as auditorias independentes, que a segurança e qualidade dos processos de negócios estão intimamente ligadas ao seu nível de automação. Portanto, processos de negócios maduros e seguros são aqueles que além de bem desenhados, possuem alto grau de automação. É importante também observar que à medida que cresce a importância da TI nos negócios, a dependência em relação à TI se torna mais crítica. À medida que crescem os investimentos em TI, cresce também a necessidade de assegurar que a TI esteja cumprindo seu papel e que os recursos estejam sendo aplicados de forma a assegurar os objetivos da Governança Corporativa. O capital da informação (a informação e os recursos utilizados para produzi-la) representa o ativo mais valioso, em muitas organiza-

ções. O capital da informação se tornou a matéria-prima para a criação de valor na nova economia. As modernas tecnologias da informação têm propiciado a criação de novos modelos de negócios que rompem as barreiras das fronteiras tradicionais como tempo, distância, cultura, etc. Organizações bem-sucedidas são aquelas que reconhecem a contribuição do capital da informação na criação de valor para os acionistas, ao mesmo tempo em que compreendem e administram os riscos associados ao seu uso. A necessidade de assegurar a obtenção do valor de TI, a administração dos riscos relacionados ao seu uso e os crescentes requerimentos de controle sobre a informação, são agora compreendidos como elementos-chave da Governança Corporativa. É aí que entra a contribuição da Governança de TI que visa assegurar: 1) A integração de TI e negócios; 2) A entrega de valor aos negócios; 3) A eficiência na aplicação dos recursos de TI; 4) A gestão de riscos no uso da TI e 5) A medição do desempenho da TI.

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Responsável Técnico: Jayme Cobra CRM 98361

Para cuidar da saúde dos pacientes, é preciso administrar a saúde do hospital.

Um grande hospital precisa ser bem administrado em cada detalhe. Este princípio permite que o Hospital Santa Catarina possa cuidar dos seus clientes com segurança e tranquilidade. Tem sido assim há 103 anos. Os resultados desta gestão são reconhecidos pelo mercado empresarial como um todo. Somos atualmente o único Hospital de São Paulo com Acreditação Internacional Canadense. Oferecemos um serviço diferenciado mesmo nas áreas mais críticas, com UTIs especializadas. Em 2008, investimos R$ 30 milhões em infraestrutura. Nossos 1.900 colaboradores cuidam de mais de 22 mil pessoas todos os meses, oferecendo um atendimento multidisciplinar e humanizado.

EXAME O Hospital Santa Catarina está entre as 500 Melhores e Maiores da revista Exame e entre as 15 Melhores do Setor de Serviços

322º LUGAR - Entre as 1000 maiores empresas do país 3º LUGAR - Em Receita Líquida no Setor de Atividade Serviços Médicos

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8º LUGAR - Em Liquidez Corrente no Setor de Atividade Serviços Médicos

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Entre as várias soluções de TI verde, aquelas que diminuem ou eliminam totalmente a presença de papel são as que fazem maior sucesso no setor da saúde Ações de sustentabilidade são um caminho sem volta. Se alguém ainda não se convenceu disso, basta observar o comportamento das maiores companhias do mundo em relação às práticas de sustentabilidade. Segundo um estudo da Delloitte e da CFO Research Service, batizado de “A próxima onda de TI Verde” e realizado com 353 CIOS de empresas com receitas entre US$ 500 milhões e US$ 10 bilhões, na Europa, América do Norte e China, as tecnologias verdes são o caminho apontado para anteciparem disputas legais, atenuar a volatilidade dos preços das matérias-primas e diminuir a pressão dos acionistas. E a preocupação com o meio ambiente? Há um bom tempo que empresas do mundo inteiro acordaram para a verdade de que a TI verde chegou para economizar recursos e que se preocupar com sustentabilidade (na maioria dos casos) pouco tem a ver com proteção ambiental.

Um dos primeiros segmentos a acordar para isso foi o de tecnologia. No último Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro deste ano na cidade de Davos na Suíça, um grupo formado pelas 24 maiores empresas de tecnologia no mundo, entre elas Microsoft, Dell, Cisco Systems e Intel, prometeu reunir esforços e aumentar as práticas de sustentabilidade. A onda verde também atingiu executivos de TI no Brasil. Segundo a Pesquisa Symantec 2009 sobre TI verde, que entrevistou 1.052 executivos em 15 países, como Brasil, Estados Unidos, França, China e Japão, 51% dos executivos brasileiros se dizem preocupados com tecnologias verdes. Além disso, 73% dos empresários contaram que já planejam uma implementação de resoluções como estas. Não há uma pesquisa que determine o interesse específico de gestores do campo

da saúde em TI sustentável. No entanto, especialistas e empresas que vendem tais soluções afirmam unânimes que a rede hospitalar, a indústria farmacêutica e o setor de saúde suplementar ainda não perceberam com tanta intensidade, como o setor de tecnologia por exemplo, as vantagens das soluções verdes. Embora esses mesmos especialistas apontem que assim como qualquer instituição que necessite de algum recurso de energia para sobreviver, o setor irá inevitalmente ser tocado pela onda verde. Outra razão é que a otimização de custos é uma necessidade geral do mercado e a TI verde vende bem essa ideia. Nas próximas páginas da Saúde Business você confere empresas que tomaram os primeiros passos e implantaram ou estão implantando soluções assim. Entre as principais iniciativas está o uso mais eficiente de papel e, consequen-

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...em um hospital da Somália... lay_gestao 38

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o de a, a

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temente, a economia da energia elétrica e menos emissão de carbono na atmosfera.

Menos papel,

menos contas a pagar

Reciclar é a palavra de ordem quando se fala em consciência ecológica. No entanto, reciclar papel ainda é um processo caro. Uma das razões seria a pequena quantidade de coleta seletiva no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), apenas 14% dos brasileiros são atendidos pela coleta seletiva, sendo que essa parcela está principalmente concentrada na região Sudeste. Outra razão é a baixa concorrência no negócio. Ou seja, utilizar papel reciclado nas empresas ainda custa mais que comprar aquele papel bran-

quinho vindo direto das florestas. Diante disso, empresas de vários setores, e isto inclui a saúde, têm investido em processos que envolvam a redução do consumo de papel; ou, como também é chamado, o uso eficiente do insumo. É o caso do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, que há cinco anos implantou o sistema TrakCare da InterSystems. A princípio a solução criou somente um Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) que integrou todos os processos da sua base. A solução foi bem recebida pela instituição, mas sem a certificação digital, o hospital ainda era obrigado legalmente a imprimir todos os prontuários médicos e guardá-los por alguns anos. Com a certificação digital tudo mudou. Há um ano o Hospital São Vicente

Nuvem

milagrosa?

A onda verde é também a onda do corte de custos. E para a maioria das instituições, gastos com energia elétrica são um dos vilões da história. É por essa razão que a virtualização, ou sistema em nuvem, se tornou uma alternativa não somente para economizar energia elétrica, mas principalmente uma necessidade. Assim como as empresas têm lidado com o problema de grande produção de lixo e do que fazer com ele, a quantidade de informações digitais criadas nos dias de hoje não para de aumentar. E muitas vezes não se pode simplesmente descartar as informações como se faz com o lixo. Segundo dados da IDC (International Data Corporation), no ano passado foram gerados mais de três hexalhões de bits. Quem vende a virtualização de datacenter afirma que ter um servidor fora da empresa funciona da mesma maneira que um interno, com a vantagem de se reduzir a emissão de carbono e aumentar a segurança dos dados. “Com menos computadores na empresa, o gasto com ar condicionado acaba inevitavelmente diminuindo”, afirma João Paulo Polessi da EcoSoftware. E o valor não é nada baixo. Calcula-se que 65% da energia gasta no mundo vá para ar condicionado.

de Paulo começou um projeto de redução de papel, já que os médicos não precisavam mais imprimir e assinar os prontuários. E foi necessário apenas um ano para que o hospital se tornasse 100% paperless, ou, em bom português, sem a utilização de papel. “Ainda encontramos dificuldade de adequação dos funcionários ao sistema, já que muitos ainda sentem a necessidade da ‘segurança’ do papel, mas aos poucos estamos mostrando que com a certificação digital o sistema é totalmente seguro”, conta a gerente de TI do Hospital São Vicente de Paulo, Bárbara Aguiar. Para garantir a segurança, cada funcionário possui sua própria senha, ou chave privada, que é avaliada por uma chave pública. Além disso, nada do que foi registrado pode ser alterado. “Se um médico comete um erro de avaliação, ele não pode apagar o erro, somente colocar um adendo corrigindo o que está registrado”, diz Bárbara. Empolgados com os resultados da TI verde, o hospital agora planeja expandir o projeto de paperless para outras áreas, como a dos congressos médicos realizados na unidade. “Nosso próximo passo é utilizar palmtops em reuniões científicas e não imprimir o material utilizado. Com essa ação, vamos incorporar outras pessoas ao novo conceito.”

Possibilidades

Casos de redução do uso de papel talvez sejam o mais comum nessa onda verde que está batendo de leve no setor da saúde. Outro caso bem-sucedido é do Fleury Medicina e Saúde que implantou em 2006 um programa de impressão inteligente. No primeiro ano houve uma redução de 6,1% no consumo de papel e tinta, e no ano seguinte de 5,6%. O programa deu tão certo na instituição que

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o Fleury Medicina e Saúde passou a utilizar algumas regras no setor de TI. Desde então todos os fornecedores de tecnologia devem responder um questionário sobre a questão do meio ambiente e recebem uma pontuação de acordo com as respostas. Notando essa tendência de soluções que prometem reduzir ou utilizar o papel de maneira mais inteligente, empresas do ramo têm oferecido mais e mais soluções neste modelo. Como o software GreenPrint que destaca automaticamente e remove páginas indesejadas antes de imprimir, analisando cada uma das páginas enviadas para a impressora e procurando características comuns de informação desnecessária. O software ainda possui uma função de relatório que registra todo o papel, dinheiro, árvores e CO2 economizados por colaborador. “A solução interage com quem usa”, explica João Paulo Polessi da EcoSoftware, empresa que comercializa o Green Print no Brasil. “Ela faz sugestões de redução de impressão ou tinta e com isso consegue economizar até 30% com papel e toner por colaborador.” Segundo Polessi, essa interação aumenta ainda mais a redução de papel nas empresas, já que o funcionário se sente mais responsável com a quantidade de carbono que lança individualmente no meio ambiente, ou como é chamado também em inglês, seu footprint.

jeto arquitetônico do Hospital Municipal de Uberlândia, em Minas Gerais, chamam a atenção no meio. O projeto, que deve custar cerca de R$ 60 milhões e será concluído no fim deste ano, leva em conta o desenvolvimento sustentável local e a racionalização do uso da água, como a reutilização da água da chuva para irrigar o jardim e lavagem das áreas externas; e da energia elétrica, com o uso de energia solar e o máximo da luz e ventilação natural. Tudo foi planejado para que enfermarias, corredores e salas de espera não precisem de ar condicionado e iluminação artificial durante o dia. “Com essas ações pretendemos reduzir em 50% os gastos com energia e água”, informa o secretário de Comunicação

de Uberlândia, Neivaldo Silva. O local onde a insituição está sendo construída colaborou com o projeto do hospital verde criado pelo arquiteto e médico Domingos Fiorentini, já que o terreno no bairro Jardim Botânico possibilitou que a área construída de quase 14 mil metros fosse arquitetada totalmente na horizontal, sem rampas ou elevadores. “Isso já significava um hospital com baixa manutenção”, avalia Silva. Mas o projeto não para por ai, ao longo dos próximos meses será aberta uma licitação para uma empresa terceirizada administrar o hospital e ainda para a compra de equipamentos que integrem o projeto, como computadores com selo verde, ou seja, ser um hospital totalmente verde.

Leonardo BON, da extreme Network brasil: O conceito de TI verde ainda não ganhou força no mercado

Sem agressão para o ambiente e para

Essa preocupação com a agressão que um indivíduo ou uma instituição pode causar no meio ambiente ainda não é muito comum no setor hospitalar. Por isso mesmo, casos inéditos como do pro-

Foto: Divulgação

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SB | gestão

Virtualização, a nuvem que economiza energia

O setor de saúde suplementar é outro alvo das soluções verdes. Afinal, períodos de impressão de milhares de faturas em papel, que ainda eram envelopadas e enviadas pelo correio, se tornavam verdadeiros desafios para qualquer seguradora. Esse momento para a Allianz Saúde, no entanto, ficou no passado. Já em 2003, a seguradora implantou o sistema DexTotal, que permitiu emitir e enviar os boletos online, além de torná-los disponíveis para visualização no sistema, pela internet, por um período de seis meses. Ou seja, a Allianz Saúde deixou de utilizar quatro impressoras por uma semana e ainda equipe de plantão à noite para imprimir 30 mil folhas de documentos. Outra vantagem criada foi que assegurados podem agendar o pagamento eletrônico.

Essa única medida significou reduções de custos com energia elétrica, papel, equipamentos e funcionários. E, claro, tempo. Soluções como essas e várias outras que vêm sendo implementadas pelas empresas, como a terceirização de processos e a virtualização de servidores, que permite a multiplicação de uma máquina real em várias virtuais, podem reduzir em cerca de 40% o consumo de energia das empresas. Além disso, no caso de empresas paperless, a cada tonelada de papéis novos, deixam de ser cortadas 22 árvores, e de serem consumidos 10 mil litros de água e 5 MW/hora de energia. “À medida que mais soluções forem implantadas e os resultados comprovados, a TI verde ficará mais e mais forte”, avalia o diretor geral da Extreme Networks Brasil, Leonardo Bon. A empresa atua no segmento de redes convergentes para empresas no Brasil

e há um bom tempo tem acompanhado as tendências de TI verde no mercado. Para o diretor geral da Extreme Networks Brasil, a TI verde permite que as empresas visualizem quais gastos podem ser reduzidos. “O modelo atual de gestão de recursos nos torna um pouco cegos para os gastos que temos.” Isso porque, com soluções verdes, é possível determinar, por exemplo, em que momentos da semana os telefones devem estar a disposição, ou seja, somente no horário em que realmente há alguém trabalhando na empresa – e não ao longo de toda a noite ou fim de semana. Ou ainda, certos processos podem ser ativados quando a tabela de preços das prestadoras de energia é mais barata, como nos fins de semana e à noite. Para Bon, tudo é uma questão de tempo e resultado. “Toda solução que gera redução de custos acaba prosperando no mercado. É inevitável.”

Passos para instalação de projeto de TI verde • A primeira coisa a fazer é um levantamento de quanto a empresa gasta com energia no uso dos seus computadores e quanto se paga por kw/h; • Além de um levantamento da quantidade de computadores que a empresa possui, assim como modelo e especificações técnicas de cada uma das máquinas; • Depois disso é feita a escolha de um departamento da empresa para medir o consumo de energia nos computadores desse departamento; • A medição é feita com a instalação de um software capaz de realizar um monitoramento dessas máquinas por um período de uma semana;

• A instalação pode ser feita da forma convencional ou, quando em grande quantidade de computadores, pelo software de distribuição da empresa; • Depois do período de monitoramento as informações de consumo são coletadas e o software, através de uma patente própria de mensuração calibrada de energia, é novamente configurado para que se aplique políticas de economia de energia em cada máquina; • Depois do período com o perfil de economia, os dois dados são confrontados e chega-se ao resultado real de quanto se pode obter de redução de energia com o uso do software;

• Com um perfil de economia padrão é possível reduzir entre 40% a 50% de energia gasta nos microcomputadores de uma empresa; • A precisão dos relatórios irá definir o quanto a empresa deixou de emitir de CO2 e é por meio desses números que se pode oficializar um projeto junto aos órgãos competentes, para a aquisição de créditos de carbono. • As informações de consumo, perfil de economia de energia, usuários com acesso a essas informações, criações de grupos, são monitoradas por um portal com a tecnologia SAAS (Software As a Service) que hoje é tendência no mundo.

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SB | Espaço jurÍdico

Felipe Hannickel Souza Foto: Divulgação

Advogado especialista em direito regulatório na área de saúde suplementar. Integrante de Neumann, Salusse, Marangoni Advogados.

Responsabilidade Civil dos Administradores Uma das questões de maior relevância para os gestores de empresas refere-se à possibilidade de sua responsabilização decorrente da gestão quando em exercício de cargo de administração. O tema comporta múltiplos aspectos, mas limitaremos a presente análise às principais consequências da prática de condutas consideradas inadequadas por administradores. O exercício de cargos de administração deve sempre obedecer os princípios maiores de diligência e lealdade, que se desdobram no dever de informação do profissional, com condutas pautadas na mais completa boa-fé e no melhor interesse dos sócios ou acionistas. Para cumprir com o dever de diligência, o administrador deve agir, na condução dos negócios sociais, com competência profissional e em respeito ao objeto social da empresa. Por dever de lealdade entende-se que o administrador não pode se valer de informações a que teve acesso em decorrência do exercício de suas funções para beneficiar a si próprio ou a terceiro, em detrimento da sociedade. Neste mesmo sentido, é vedado ao administrador utilizar-se de recursos humanos e materiais da empresa para propósitos

particulares. Adicionalmente, o administrador não deve concorrer com a sociedade ou envolver-se em negócios quando presente conflito de interesses. Agindo dentro dos limites estabelecidos, com diligência; lealdade; sigilo e vigilância, não há que se falar em sua responsabilização pessoal por atos regulares de gestão, mesmo que resultem em prejuízos à sociedade. O bom administrador deve respeitar os princípios intrínsecos à função que ocupa e empregar cuidado e diligência na administração da sociedade, como aplicaria em seu próprio negócio. Dentro deste contexto, evitando-se decisões catastróficas, é importante que os administradores tomem decisões com base em informações completas e que atendam aos respectivos

objetivos sociais das empresas que representam, atuando de forma diligente e prudente. Desta forma, qualquer ato do administrador que, no exercício do cargo, cause qualquer prejuízo à sociedade por conduta culposa ou dolosa, em decorrência de violação da lei ou de disposição constante do contrato ou estatuto social, com excesso de poderes, com má-fé, imprudência, negligência ou imperícia, ou sem diligência e lealdade poderá acarretar a sua responsabilização pessoal, respondendo ele com seus bens particulares aos danos causados à sociedade ou a terceiros, independentemente da forma de constituição da sociedade. Além disto, também estará sujeito à responsabilização administrativa e penal.

O bom administrador deve respeitar os princípios intrínsecos à função que ocupa e empregar cuidado e diligência na administração da sociedade, como aplicaria em seu próprio negócio

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SB | economia e negócios

vento a favor Ana Paula Martins – amartins@itmidia.com.br

Aproveitando uma oportunidade de mudança de cenário, a Segmenta viu o seu faturamento ser multiplicado por seis vezes em dois anos de atuação no mercado. Investiu em uma nova linha de produção e cria agora um laboratório de desenvolvimento. E planos não faltam para crescer Enquanto algumas empresas reclamam da morosidade e das dificuldades do ambiente regulatório brasileiro, outras acabam se beneficiando com algumas medidas. Esse é o caso da Segmenta, empresa especializada em soluções em sistemas fechados, antissépticos e saneantes, que viu seu faturamento dobrar depois da que a Resolução RDC nº 45, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entrou em vigor. A resolução determina boas práticas de utilização e fabricação com sistema fechado de soluções parenterais, proibindo o uso de sistemas abertos. A medida da agência impulsionou os negócios da empresa. A fábrica da Segmenta, localizada em Ribeirão Preto, no interior paulista, recebeu investimentos da ordem de R$ 70 milhões para a instalação de sua quarta linha de produção. Os recursos vieram do financiamento do BNDES. “A resolução da Anvisa fez com que aumentasse muito a nossa demanda por produtos. Foi desafiador atender o mercado nesse período. Isso deu vazão aos nossos projetos de expansão e consolidou a empresa no segmento médico-hospitalar”, avalia o diretor de Marketing e Vendas, Wolney Alonso. Hoje, a capacidade de produção da companhia é de 10 milhões de unidades de soluções fechadas por mês. O resultado pode ser considerado notável para uma empresa que tem apenas dois anos no mercado, como a Segmenta. A

empresa é originária do grupo Glicolabor, que em 1998 foi adquirido pela Biosintética Farmacêutica, que foi vendida para a Ache, em 2005. Como a negociação não envolvia a compra da Glicolabor, os mesmos sócios transformaram a marca, e em 2007, fundaram a Segmenta. Já no primeiro ano de funcionamento, em 2007, a empresa faturou R$ 23 milhões. Em 2008, o número chegou a R$ 50 milhões e a previsão é que em 2009 alcance R$ 140 milhões. “Esse crescimento é atribuído ao momento pelo qual a Segmenta está passando, que é o alto aumento de demanda pelas mudanças na legislação. Logo esse número se estabiliza e a nossa expectativa é manter o crescimento entre 20% e 25% ao ano”, reforça o executivo. Para os próximos cinco anos, os planos da empresa contemplam a expansão do portfólio, com a produção de equipos, bombas e sistemas de infusão. A Segmenta já estuda também a possibilidade de estabelecer parcerias no mercado nacional em injetáveis. “Não descartamos a possibilidade de aquisição. Estamos vendo opções que mais se adeqúem aos nossos planos de nos posicionarmos como uma empresa de soluções completas para o mercado médico-hospitalar.” No portfólio da empresa constam soro fisiológico, água para injetáveis, glicose 5% e 10%, ringer, além de antissépticos e saneantes.

Visando aumentar a sua competitividade no mercado, a Segmenta também investe na criação de um laboratório de pesquisa e desenvolvimento. Entre os recursos aplicados, há um crédito de R$ 5 milhões da Financiadora de Projetos e Estudos (Finep), ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. O objetivo é desenvolver produtos internos, diminuindo a dependência de fornecedores estrangeiros. “Hoje todo o nosso equipamento é proveniente da Alemanha assim como a matéria-prima de nossos produtos. Vamos buscar a licença de uso de tecnologia para desenvolvermos tudo aqui, além de nacionalizar os insumos. Dessa forma, aumentaremos nossa competitividade”, salienta Alonso. No pipeline de desenvolvimento da companhia, constarão medicamentos diluídos, como antibióticos; e soluções para hemodiálise. Para ter abrangência nacional, a empresa mantém contrato com mais de 1 mil distribuidores em todo país e ainda mantém um call center para televendas. Para garantir a segurança no manuseio de seus produtos, a empresa implantou esse ano o código de barras bidimensional nas bolsas e frascos e ainda criou marcadores com cores distintas para cada uma das soluções de sistema fechado. Para os próximos anos, a meta da empresa é crescer. “Acredito que acertamos o caminho. Nosso objetivo agora é evoluir no trabalho que já temos feito. Vontade e instrumentos para isso não faltam.”

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Wolney Alonso: Previsão de faturamento para 2009 é de R$ 150 milhões

Foto: Ricardo Benichio

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SB | artigo

Eduardo Perillo

Foto: Elias Kitosato

Médico, mestre em administração, doutor em história econômica

Maria Cristina Amorim Economista, professora titular da PUC/SP

Sobre a eficácia dos

gastos governamentais A política fiscal atende a três grandes propósitos: promover desenvolvimento econômico, financiar gastos típicos de governo na oferta dos bens públicos e promover distribuição da renda. Os maiores índices de desenvolvimento humano (IDH) no mundo associam-se a sociedades com elevada carga tributária. Já no Brasil, esta infelizmente não guarda relação com maiores taxas de crescimento econômico, muito menos com o aumento do IDH. Assim, qualquer proposta de ampliação de tributos deve ser discutida à luz da eficácia dos gastos do governo: quais os resultados apresentados para cada real gasto a mais. Aumentar impostos para ampliar recursos, seja lá para qual finalidade, não deveria ser argumento suficiente para legitimar o aumento. Impostos com base de tributação ampla (como a antiga CPMF) e direcionados para segmentos específicos, socializam custos (todos pagam) e particularizam benefícios. Em tese, nada de errado nesse sistema. Ocorre que nas sociedades democráticas, grupos politicamente organi-

zados podem ser capazes de absorver parcelas relevantes dos impostos na forma de serviços prestados direta ou indiretamente pelo Estado. Como a base tributária é ampla, é pouco provável que haja resistência significativa dos tributados. Quando o governo gasta mais com um determinado setor, mesmo que financiado por aumento de impostos, parte dos empresários, dos servidores públicos e dos cidadãos fica muito feliz, pois haverá mais dinheiro circulando e, espera-se, maior oferta de serviços para os usuários. Mas o recurso destinado a um setor será necessariamente retirado de outro. O trade off é inexorável e costuma recair sobre as parcelas mais desprotegidas da população. Seria bem difícil retirar dinheiro do setor exportador, mas as favelas podem continuar sem esgoto, ainda que, no orçamento da União, tais gastos não guardem relações. Por esse motivo, a introdução de um imposto apenas se legitima quando promove trocas socialmente justas, aumenta a eficácia das atividades fim e amplia o nível geral de bem-estar.

Está na ordem do dia a reintrodução de um imposto sobre movimentação financeira para aumentar os gastos com os serviços governamentais de saúde (e dessa vez, só com a saúde!). A ineficácia sistêmica dos serviços de saúde – e suas causas – são sobejamente conhecidas. Destinar mais dinheiro a essa estrutura aumentará a eficácia dos gastos, trará melhoria das condições de saúde do brasileiro? Cada setor da economia luta bravamente por mais recursos do governo, os gastos governamentais são essenciais para a formação da taxa de lucro e para o bem-estar do cidadão. É compreensível, mas não necessariamente justificável para a evolução da sociedade e para a justiça social. Destinar mais recursos para uma estrutura deficiente, pode significar que, por exemplo, enquanto o cidadão ganha 5% mais de acesso aos serviços de saúde, os demais agentes talvez ganhem 40, 50, 60% mais. Nós, cidadãos, estamos de acordo com essa forma de distribuição de renda?

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TA P I O C A

Toda vez que a gente cuida de você, injeta recursos para a saúde, educação e o bem-estar social dos brasileiros.

A Casa de Saúde São José é mantida pela Associação Congregação de Santa Catarina, entidade sem fins lucrativos que destina 100% de sua receita líquida a obras assistenciais em todo o Brasil. Hospitais, organizações educacionais e de assistência social fazem da ACSC a segunda maior instituição filantrópica do Brasil. Por isso, ao escolher a São José, você escolhe também um país melhor para milhões de brasileiros. Porque desigualdade social também tem tratamento.

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SB | TI & Transformação

Renata Faggion – rfaggion@itmidia.com.br

carolina, da secretaria de saúde de tapes:

Foto: Divulgação

Um computador, uma webcam, uma impressora multifuncional e acesso à internet. Esses elementos têm mudado a maneira como a rede pública de saúde no Rio Grande do Sul lida com problemas antigos do setor, como a falta de profissionais especializados no interior e a ausência de um projeto de educação continuada para os agentes do Saúde da Família. A história começou a mudar com o surgimento de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a distribuição

Problemas com conectividade e resistência dos médicos estão entre os desafios a serem vencidos

dos kits do Programa de Telessaúde em 50 municípios do Estado em 2007. Surgia assim a primeira etapa do projeto piloto que ainda contempla a capacitação de médicos, enfermeiros e dentistas que atuam nessas unidades e que utilizam o equipamento e as videoconferências para tirar dúvidas e realizar reuniões científicas. O investimento do Ministério da Saúde na primeira fase foi de R$ 1,8 milhão e as expectativas eram muitas, entre elas, realizar uma melhor distribuição dos recursos de saúde no Estado.

Com o projeto piloto também surgiram os primeiros desafios. “O Saúde da Família possui um perfil bem heterogêneo. Tivemos que aprender a oferecer aos profissionais soluções de acordo com suas necessidades específicas”, lembra o coordenador executivo do Projeto Telessaúde no RS, Paulo Fontanive. Para que esse processo se tornasse mais eficiente, o coordenador conta que foi essencial a presença de um regulador, ou seja, um especialista em atenção primária para servir de mediador entre a equipe do projeto e as unidades de saúde.

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O Programa Telessaúde comemora primeiros resultados no interior do Rio Grande do Sul

A prendizado contínuo

Os primeiros resultados, depois dos desafios iniciais, já estão sendo sentidos pelos municípios que fizeram parte da primeira etapa do Projeto Telessaúde, como a cidade de Tapes, a 72 quilômetros da capital. A secretária de Saúde do município de 16 mil habitantes, Carolina Santanna, conta que o acesso a uma banda de internet que fosse suficiente para a realização de videoconferências foi um dos maiores desafios vencidos. “Há muitos municípios no interior que não têm acesso à internet

banda larga ou então recursos para providenciar esse acesso”, relata a secretária, que se tornou uma das grandes entusiastas do projeto. Outra questão, que ainda não foi resolvida no município, é a baixa adesão dos médicos à segunda opinião normativa. “Eles ainda resistem muito à tecnologia. É uma pena”, lamenta. Comportamento muito diferente dos 24 agentes comunitários que trabalham com o Saúde da Família em Tapes. Todas as semanas, os grupos se reúnem nas salas de conferência das quatro unidades

de saúde para participar do projeto de educação continuada. “Organizamos teleconferências para tirar dúvidas e ainda colocar certos temas pertinentes em pauta. Não interferimos na agenda das conferências, porque acreditamos que nossos colaboradores não devem focar somente no trabalho, mas se aperfeiçoar quando possível.” A meta do Programa de Telessaúde é que até dezembro deste ano mais 80 municípios sejam beneficiados pelo projeto no Estado, assim como já acontece na pequena Tapes.

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SB | marketing

Renato Borgheresi Foto: André Conti

Sócio-diretor da STRAT CONSULTING, especializada em assessoria na gestão empresarial de marketing. Mestre em Administração e Planejamento pela PUC-SP, atua como professor de pós-graduação da ESPM, sendo coordenador do curso de Inteligência de Mercado.

SIM – Sistema de Informações de Mercado ou Sempre Inventando Modismos? Qual dessas duas opções seria a resposta mais provável dos gestores da sua empresa? Pois é, na edição passada eu comentei sobre os “gestores medievais” e, para esses, nós já sabemos qual seria a escolha. Contudo, como estou tratando do tema Gestão Estratégica de Marketing, preciso considerar o SIM sob a ótica da competitividade e da visão de futuro da organização, pois é o contexto mais apropriado, portanto, a dos gestores modernos. Para muitos profissionais, não apenas gestores, a palavra “sistema” sugere automaticamente a ideia de tecnologia da informação, computadores, softwares, etc. Daí à dedução de que o SIM representa um aporte tecnológico complexo, para o qual a empresa muitas vezes não está preparada financeiramente, é um pulo. Mas será que é isso mesmo? Claro que não. Essa é uma ideia limitada da questão que traz em si o agravante de criar uma miopia na visão dos gestores da empresa se essa prevalecer sobre a ideia correta. Vejamos. A matéria-prima de todo gestor é a “informação”, ou seja, tomar qualquer decisão sem informação confiável aumenta exponencialmente o risco de erro. Assim, a boa informação tem que estar atualizada, tem que ser selecionada, qualificada, organizada, objetiva e confiável. Com a informação chegando dessa forma, os gestores poderão vislumbrar possíveis

tendências do mercado e decidir com maior segurança sobre os caminhos a escolher para a empresa. Mas, com o advento da internet, temos um fenômeno desafiador a considerar. O problema maior na busca da informação, hoje em dia, não está exatamente em encontrála, mas sim em saber qual das informações encontradas merece confiança. Quem acha que um SIM se resume a garimpar no Google ou no Yahoo, poderá ter surpresas desagradáveis provenientes do mercado. Um levantamento que realizei há poucos meses com mais de trinta executivos de alto escalão de empresas de médio e grande porte revelou que dispor de informações organizadas diariamente é muito importante, mas não é o ideal. A maior carência, segundo eles, é poder dispor de cenários possíveis de tendências do mercado a partir das informações colhidas, analisadas com considerações qualitativas e quantitativas sobre os riscos e as oportunidades de cada cenário para a empresa. Isso sim ajudaria muito mais o processo decisório da alta administração. Porém, temos empresas cada vez mais enxutas e pessoal mais sobrecarregado de tarefas. Quem na estrutura interna teria condições de assumir tal tarefa? O que pensar da terceirização? Pode ser uma saída. Há assessorias especializadas no mercado e muito qualificadas.

O ponto central da questão, contudo, é que o mercado muda diariamente e a uma velocidade atroz. A perenidade da empresa ou mesmo a sua sobrevivência, então, depende da capacidade da empresa de entender os vetores da mudança e de se adaptar rapidamente a ela de forma competitiva e lucrativa. Para isso, os gestores necessitam monitorar o ambiente externo continuamente, sistematicamente, e não “quando tiverem tempo”. A estrutura de um SIM pode ter o tamanho e a complexidade que a empresa puder ou quiser. Para algumas organizações, um analista de mercado munido dos programas Access e Excel do Office do seu computador, será o início de um bom trabalho com um investimento muito pequeno. A implantação de um SIM eficaz não depende de se ter uma tecnologia sofisticada, depende muito mais da convicção dos gestores sobre a necessidade de qualificar mais o seu processo decisório. Se investir na qualificação da matéria-prima dos gestores não for uma prioridade da empresa, quanto será que já se gastou reparando erros cometidos a partir de informações imprecisas, superficiais ou simplesmente erradas? Pense nisso! Um abraço e até a próxima edição.

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SB | lado b

Foto: Ricardo Benichio

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Fred Linardi - editorialsaude@itmidia.com.br

Boas Energias Renata Rozenblit, da Lincx, equilibra as tensões do trabalho com a arte da mandala e estudos da Cabala Em algumas manhãs, quando chegam para trabalhar, as funcionárias do financeiro da Lincx Sistemas de Saúde recebem, entre os e-mails que chegam a suas caixas-postais, mensagens inspiradoras para maior harmonia interior e melhor convivência entre as pessoas. O remetente, no entanto, não é alguém do setor de Recursos Humanos preocupado com possíveis problemas de relacionamento entre funcionários. A mensageira dessas frases é Renata Rozenblit, diretora financeira da empresa. Trabalhar neste departamento, numa empresa de planos de saúde, não é o trabalho mais propício à paz interior e pensamentos positivos o tempo inteiro. Mas é esta a energia que circula na sala de Renata, propagada pelo simples desejo e capacidade de ver o mundo de forma mais leve. Antes de contar sobre as mensagens dos e-mails, ela havia mostrado pequenos discos de vidro pintados com tintas coloridas. São mandalas produzidas por ela a partir de um curso que fez há quatro meses, quando começou a sentir necessidade de expor essas formas geométricas e repetitivas num plano circular. Mandala, em sânscrito significa “símbolo” e representa a relação dinâmica entre o homem e o cosmo. Muitas figuras sagradas são ilustradas em imagens com mandalas, mas não é preciso ser religioso ou espiritualizado para perceber sua presença desde em sociedades mais primitivas até nas mais modernas, que construíram cidades e palácios a partir dessa forma exata. Renata explica a prática de fazer os desenhos. “Elas são uma forma de organizar processos inconscientes. São momentos de abstração e que me trazem mais paz.” Segundo a executiva, todos são capazes de desenhar esses belos símbolos, basta aprender a técnica, utilizando compassos e dividindo o círculo em partes iguais. Os desenhos vão preenchendo essas divisões de acordo com a criatividade

de quem faz, que pode subdividir essas partes do modo que quiser e repetir os traços até fechar a circunferência. “O resultado também mostra o nosso estado de espírito no momento em que a desenhamos.” O estado de espírito de Renata sempre foi beneficiado pelo modo de enxergar a vida. Para ela, é importante sempre ter alguma atividade que desligue da rotina do trabalho. “Sempre evitei sair do trabalho e ir direto para casa. As chances de fazermos atividades desse tipo são inúmeras e não precisam ser onerosas e complicadas”, diz, apontando que a mandala não é sua única atividade extra. Há dois anos, Renata começou a estudar a Cabala, por indicação de um amigo. A Cabala é a vertente mística do judaísmo. “Em resumo, estudamos as regras para aplicar no dia-a-dia, questionando as atividades e relacionamentos”, explica Renata, que costuma fazer cursos no Centro de Cabala de São Paulo. Entre os princípios, está o não julgamento das pessoas, assim como a ação de não ser reativo, ou seja, não fazer algo em troca a partir de uma atitude que não gostou de receber. “São ensinamentos simples, porém difíceis de aplicar.” Um pequeno caderno de capa vermelha e escritos hebraicos em letras pretas mostram o conteúdo das aulas que Renata já teve. Dentro dele, estão as simbologias deste alfabeto e códigos das Escrituras Sagradas, com os 72 nomes de Deus. Um desses nomes é “Fale o que está pensando”, remetendo ao ato de falar a verdade e de saber ouvir. Fundamentos como esses são ref letidos por Renata a cada dia, passados via e-mail para sua equipe e por meio de suas atitudes. Grávida de sete meses, a calma das mandalas e a sabedoria da Cabala a envolvem de boas energias sintonizadas com a chegada de uma nova vida, que verá em sua mãe o exemplo da busca por boas atitudes.

Saúde Business | edição 12 | 57

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Putat dolor sust ting eui eum vel nullam


SB | LIVROS

“Eu recomendo”

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Foto: Divulgação

Recomendo o livro de Paulo Coelho intitulado “O vencedor está só”, editora Agir. O assunto desenvolvido é contemporâneo e trata de valores que permeiam a sociedade e o que ela projeta para caracterizar o sucesso. A leitura leva o leitor a questionar estes valores e o induz a repensar o que realmente é importante, para que ele tenha sucesso consigo e não apenas em relação ao modus vivendis estipulado como tendência ou modelo de sucesso em um momento da sociedade. O verdadeiro sucesso individual está em desenvolver e construir ao buscar o sucesso, os valores reais e humanos baseados no respeito. São fatores que a sociedade pode se projetar e se basear para alcançar o sucesso. Se subjugar às frivolidades para ter reconhecimento e suposto sucesso pode levar à sensação de solidão. Vale a pena a leitura!

O VENCEDOR ESTÁ SÓ AUTOR: PAULO COELHO EDITORA: AGIR P REÇO: R$ 39,90 NÚMERO DE PÁGINAS: 400

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58 | EDIÇÃO 12 | SAÚDE BUSINESS Apoio: SÃO CAMILO, ANAHP, AMB, ABIMED, FBAH, SBPC/ML, ONA E ABO

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Aos que acreditam que “tempo é dinheiro”, vale a pena conferir este livro e ver que as coisas podem ser bem diferentes. Segundo os autores, existem maneiras de ganhar dinheiro sem consumir tanto tempo, assim como aproveitar mal o tempo pode custar muito dinheiro. O livro é a união de ideias entre um profissional especializado em administação de dinheiro e outro especialista em administração de tempo. Ambos chegam a uma das discussões mais presentes na vida moderna. Dizem que não importa a quantidade de tempo que as pessoas possuem, mas sim a forma como se utiliza este recurso. Autores: Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa Editora: Thomas Nelson Brasil Preço sugerido: R$ 34,90 Número de páginas: 264

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A partir de cases desde grandes organizações nacionais até pequenas menores, este livro apresenta ideias de inovação, sobretudo a riqueza criativa e o processo de elaboração das inovações surgidas no País. Ao fugir da compilação de estatísticas e preocupado em ter o próprio formato inovador, o autor apresenta o conceito das “alavancas de inovação” – modificações das atividades empresariais importantes para saltos de performance. Entre os 26 setores abrangidos pelo livro está o de saúde, farmacêutica, serviços financeiros e varejo.

Autor: Gustavo Zevallos Editora: Monitor Group Preço sugerido: R$98,00 Número de páginas: 228

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É fato que a ecomomia sustentável atingiu uma força inédita e veio para ficar. O interesse está em ambos os lados: fornecedores prezam pela produção ecológica e distribuidores e consumidores chegam a estabelecer este diferencial como um pré-requisito. Discussões em torno dessa estratégia são abordadas por um dos maiores especialistas no assunto, neste livro repleto de exemplos reais que vão desde companhias gigantes até empresas iniciantes. Com ideias e propostas práticas, são exemplos para a compreensão do complexo e lucrativo segmento da economia verde.

Autor: Joel Makower Editora: Gente Preço sugerido: R$79,90 Numero de páginas: 304

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SAÚDE BUSINESS | EDIÇÃO 12 | 59

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SB | recursos humanos

ADILSON SOUZA

Foto: Divulgação

Sócio-diretor da EstAção RH Consultoria Empresarial. Mestre em Psicologia e pósgraduado em Administração de Empresas e RH. Bacharel em Economia. Coach de Empresários e executivos. Desenvolve programas de liderança com foco estratégico. adilson.souza@estacaorh.com.br

A contribuição da liderança no

processo empreendedor Em um mundo cada vez mais competitivo e globalizado, percebe-se uma necessidade que demanda profissionais diferenciados, com características e perfis diferentes do que até então estávamos acostumado a encontrar. Tal cenário exige líderes que apresentem duas competências determinantes: visão estratégica e visão do negócio. A primeira delas diz respeito a como a empresa organiza seu ciclo virtuoso, sendo essa competência responsável pela interação da empresa com o mercado em que atua. É a partir dessa visão que se trabalha o médio e longo prazo, a criação e interação com cenários, de tal forma que eles sejam favoráveis à organização. A segunda competência diz respeito à visão do negócio, tão necessária para uma melhor tomada de decisão. Conhecer o negócio significa compreender as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades e somar a demais análises e dados da empresa e mercado para desenvolverem o tão falado Planejamento Estratégico. Até aqui nenhuma novidade, certo? Certíssimo! Pois o diferencial se dá não pelas visões e planejamento, mas sim pelas ações. E aqui entra justamente o aspecto

determinante da liderança, a qual deve estar preparada para lidar com os novos talentos, fazendo com que as visões e o planejamento sejam um mapa efetivo e não imutável para o alcance de resultados. E também vale lembrar que visão sem ação não serve para nada. Se então, a necessidade é de pelo menos caminhar, caminhe na direção certa. E qual é a direção certa? Certamente é aquela na qual você tem muitas dúvidas e algumas convicções, suficientes para você avançar, superar, surpreender e se necessário retroceder, pois é na convicção que se encontra aonde você, profissional ou organização, quer chegar. É também esse um dos mecanismos (modelo mental) dos empreendedores. Primeiro onde quero chegar e depois o que tenho que fazer para chegar lá. Talvez um dos melhores exemplos seja a estratégia de criatividade “WD”, a qual preconiza três pontos estratégicos: sonhador, crítico e realista. A princípio é muito simples, o sonhador simplesmente se permite sonhar, sem limites. Aliás, no sonho tudo pode. O segundo ponto diz respeito ao crítico, que sempre aponta o que deve ser feito para que tudo dê

certo. Lembre-se o que devemos fazer para que o sonho se realize, isso significa analisar e nos precaver para preservar o sonho de tal forma que nos permita realizar. Trata-se de um olhar capaz de criar condições para realizar, o que nos leva ao terceiro ponto, que é o realista. Tratase do plano de ação com tudo o que estamos dispostos a fazer para tornar o sonho uma realidade. Já identificaram o que significa “WD”? Em 2007, participei de um seminário internacional pela Florida Christian University em Orlando, onde tive a oportunidade de estudar e conhecer os bastidores da Disney, o que me deu uma melhor compreensão de como a estratégia de criatividade utilizada, e, logicamente, criada por Walt Disney se configurava naquele mundo extraordinário. Nem preciso dizer o quanto o processo foi, é e provavelmente será empreendedor. E para finalizar um pensamento de Walter Elias Disney, certamente um dos maiores empreendedores que já tivemos. “Você pode sonhar, projetar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é preciso pessoas para o tornar o sonho realidade.”

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SB | CARTÃO DE VISITA

Johnson & Johnson

ROBERTO MARQUES

Foto: Divulgação

CHAIRMAN DE CUIDADOS PESSOAIS E PARA A

SAÚDE

O executivo iniciou há 22 anos sua carr eira na empresa como gerente de produto, no Brasil. Em 199 6, Marques esteve a frente da vice-presidência de marketing da Johnson & Johnson e logo após assumiu a presidência da empresa na Colômbia. Além disso, recentemente, ocupava a presidência mundial da Divisão de Cuidados Visuais da emp resa (Vision Care). Marques atuará nos Estados Unidos e terá como responsabilidade os negócios e produtos globais do seto r.

ini Hermes Pard ROBERTO SA

NTORO

PRESIDENTE

de Vio no lugar rg a c o iu m o assu m MeO executiv Formado e s. to n a S o Couto A executiv tor Sérgio e com MB , G M F n a U ro atu a dicina, pela bral, Santo a C m o D ão o cargo da Fundaç do o últim n se s, o n a seis óstica. empresa há icina Diagn d e M e d r ava como de direto ro, que atu st a C e d s vice-presiRenato Dia assumiu a , o v ti a tr is in diretor adm tiva. cu e x e dência

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ardini

RUBENS SEPPI Foto: Divulgação

Ameplan

DIRETOR COMERCIAL

ência de 18 O executivo tem experi , sendo 16 anos na área comercial planos de anos em operadoras de emergênsaúde, odontológicos e de ssado pela cias médicas, tendo pa os grupos Universal Saúde e pel e N.S. de Bem, Santa Marina Saúde Lourdes - Saúde Medicol.

NIAKOVSKY

Baxter

CHER IDAL BEER E SIMONE T ICATION DELIVERY E PELA GERÊNCIA VISÃO MED RESPONSÁVEIS PELA DI , RESPECTIVAMENTE MÉRICA LATINA A A RA PA AS IN AC DE V culdade de São Pau-

la Fa do em Medicina pe ão Get úlio VarO executivo, gradua Saúde pela Fundaç de o tã es G em BA u por quatro lo, com M da Califórnia, at uo de da rsi ve ni U na gas, e extensão asil. clínico da Ba xter Br ra a anos como gerente ncia de Vacinas pa rê ge y assume a sk ov iak alrn ici he in Tc , e ecutiva Simon na companhia, a ex os an is se á H a. da tin da Uni de América La de Produtos Senior e nt re ge o m co iu gerente mente, assum os três anos, como tim úl s no e, e nc cie de Negócios Bios de Comunicação.

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SB | saúde corporativa

Funcionário saudável

gera valor

Renata Faggion – rfaggion@itmidia.com.br

Esse é o lema da diretora de Desenvolvimento e Benefícios da Rede Globo, Heloísa Machado A notícia de que a Lei Antifumo seria expandida para todo o Estado de São Paulo acabou inf luenciando várias regiões do País. Além da capital paulista, Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Salvador (BA) também aderiram a ideia. Seguindo o onda do governo paulista, a Assembleia Legislativa do Rio também aprovou um projeto de lei que proíbe fumar em locais públicos no Estado. Isso tudo, para a infelicidade ou não dos fumantes, afinal, restaurantes, bares e empresas de todos os gêneros têm vestido a camisa do antitabagismo. Até porque, além da multa a que estão sujeitos estabelecimentos que são f lagrados com fumantes, há uma perda muito maior para a humanidade: calcula-se que 5,4 milhões de pessoas morrem todos os anos por consequência do vício. Somado ao preço das mortes, o sistema de saúde também tem sentido no bolso os altos custos do tratamento das doenças decorrentes do cigarro. Consciente desses riscos e pensando no bem-estar dos seus colaboradores, a Rede Globo, maior canal de televisão aberta do Brasil, investe em campanhas que incentivam a qualidade de vida dos funcionários. A frente dessas campanhas

há mais de 16 anos está a diretora de Desenvolvimento e Benefícios da Rede Globo, Heloísa Machado, que festeja os resultados de um programa de tratamento antitabagista. “Desde que assumi a área, desenvolvemos diversas ações que têm a saúde e o bem-estar do funcionário como foco principal”, lembra.

M ais satisfação,

mais rendimento

A maneira como a Rede Globo cuida dos seus funcionários se tornou marca no mercado, indo além do seu poder de influência como mídia. Do ponto de vista dos benefícios, o departamento de Desenvolvimento e Benefícios da Rede Globo reviu todo o pacote, ou seja, a forma de gestão e ampliação da prestação de serviços com qualidade. “Gradualmente, nos adaptamos às práticas de mercado e incluímos também como dependentes cônjuges e companheiros do mesmo sexo, garantindo o respeito à diversidade”, conta Heloísa com um tom de orgulho. E há motivos para tal sentimento, afinal, cuidar dos interesses de tantos funcionários não é uma tarefa fácil. Só no benefício Bradesco Saúde o número de colaboradores chega a 9.240, além dos

12.290 dependentes. O volume de agregados gira em torno de 1.330 vidas. Já no plano odontológico opcional, só no Rio de Janeiro são cerca de 2.270 titulares e 2.660 dependentes. Além da opção do plano médico Amil Agregados (custeado pelo funcionário), caso o colaborador deseje cadastrar pais, irmãos, filhos acima de 24 anos e netos. “Funcionários saudáveis e satisfeitos geram mais valor para a companhia.” Foi justamente neste pacote de benefícios, que abramge muito mais que atendimento médico e odontológico, que entrou o programa de tratamento antitabagista, integralmente absorvido pela Rede Globo. Os resultados são promissores: após nove meses do programa, 36% pararam de fumar e outros 34% reduziram o número de cigarros. Programas como esses fazem parte de uma postura de prevenção, uso racional do plano de saúde e também de compartilhar responsabilidades, difundida dentro da empresa. “O resultado final de qualquer esforço é sempre decorrente da contribuição de todos. Com saúde, particularmente, isto é ainda mais verdadeiro, já que há ações que dependem essencialmente de cada um.”

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Índice de anunciantes | SB

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desse importante grupo de empresas que têm acreditado em nossa responsabilidade, que é levar conteúdo de gestão relevante ao setor, aproximando os decisores que lêem a publicação dos anunciantes aqui representados. Entre em contato agora mesmo no

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Foto: Ricardo Benichio

SB | hot spot

Alberto Leite Alberto Leite é Diretor Executivo e Publisher da IT Mídia S.A

A mesma discussão de sempre Leio hoje, dia 14 de setembro de 2009, que 17 cidades brasileiras maquiaram seus balanços, deixando de destinar algo como R$ 3,6 bilhões em saúde pública. Outros recursos, avaliados em cerca de R$ 5,4 bilhões do Ministério da Saúde, também não receberam seu destino correto. Tudo isso consta em matéria escrita pela Folha de São Paulo desta mesma data. Tudo isso me leva à pergunta que me fez trabalhar na criação desta revista. Existe dinheiro e má gestão ou não existe dinheiro? Desde o início acreditei fielmente na primeira hipótese. Agora fica claro que eu estava certo. O dinheiro público, cada vez mais escasso em razão de inúmeros projetos, deve sim ser cada vez mais fiscalizado pela população e pelos veículos de imprensa, por esta razão a discussão vem à tona. Dinheiro de saúde, ainda mais, uma vez que grande parte das pessoas ligadas à gestão da saúde do País reclamam pela falta de recursos. A pergunta é: por quê? Porque um cidadão, com cargo de

prefeito, acorda cedo, vai trabalhar em algo que acreditamos que tenha sido um objetivo seu de carreira, recebe uma quantia X de recursos para investir em saúde pública e não o faz. Um cidadão desses consegue dormir, sabendo que com o dinheiro que usou, sei lá para o que, poderia ser destinado a um novo hospital que salvaria algumas vidas, ou a tecnologias e recursos para hospitais falidos, ou para o aumento do quadro ou de condições das equipes médicas de sua cidade? Enfim, perguntas que ficam no ar todas as vezes que leio algo assim nos jornais. Do mesmo jeito que leio sobre isso e fico indignado, penso que temos em mãos algo valioso: a capacidade de avaliar e criticar de forma segura e responsável. Podemos criar projetos e os levar adiante, mesmo que sejam simplesmente descartados. Vejo com orgulho os avanços na área da filantropia, o que fez que grandes e organizadas insituições da saúde conseguissem destinar seus recursos

para a gestão pública, muito mais interessantes do que simplesmente abrir seus leitos para a população carente. A transferência de tecnologia e inteligência pode sim multiplicar seus maiores ativos, que não são ligados a máquinas ou prédios, e sim, à gestão do negócio. Sinto uma imensa dor de ler e multiplicar essa notícia dos recursos. Nada me faz entender como um administrador da saúde consegue simplesmente descartar tamanho montante de recursos, ou alocá-los de forma incorreta. A crítica, apesar de severa, é responsável, uma vez que nós mesmos escolhemos quem cuida desse recurso. Aprendi há algum tempo que quando se empresta um carro, você é 100% responsável por tudo o que acontece com ele. Quando escolhemos alguém para administrar dinheiro público, somos responsáveis por isso, tanto quanto eles. Temos que simplesmente cobrar, criticar e na próxima vez escolher alguém mais competente para fazê-lo.

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Responsável técnico: Dr. J.Eduardo M. R. Sousa – CRM 8474

DeBRITO

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