Azul 40 by Naiche

Nº

40 AGO 2016

A FÓRMULA DE SUCESSO DO RESTAURANTE MANÍ, EM SP CONFORTO E BELOS CENÁRIOS EM UM ROTEIRO NA AMAZÔNIA

MAG AZINE

Rio

de Janeiro OS ÍCONES IMBATÍVEIS, OS ENDEREÇOS CULTURAIS E OS PROGRAMAS POUCO CONHECIDOS DA CIDADE MARAVILHOSA

maderobrasil

Encontre um dos nossos 75 restaurantes: www.restaurantemadero.com.br

MIAMI BEACH - OCEAN DRIVE, 1412

Sumário

AGOSTO 2016

Destaques

Atrações clássicas, endereços culturais e programas diferentes na cidade

Prestes a deixar a presidência da Embraer, Frederico Curado fala de negócios e aviação

102

116

A combinação certeira de ambiente despojado e ingredientes de primeira do restaurante

Sofisticação, natureza e sustentabilidade no hotel instalado a 40 quilômetros de Lisboa

RIO DE JANEIRO

MANÍ

A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

ENTREVISTA

AREIAS DO SEIXO

Sumário

14 CARTA DO PRESIDENTE 16 EXPEDIENTE 18 BASTIDORES

Universo Azul 22 NEWS 24 CARTÃO-POSTAL 26 GENTE AZUL 28 ENQUETE 30 ALMANAQUE

Destinos 50 CHECKLIST

72 HOTSPOT

122 NÓS TESTAMOS

76 DICA DO TRIPULANTE

124 LIFESTYLE

O Centro Histórico de Tiradentes (MG) As atrações de Alter do Chão (PA)

Executiva 90 MADE IN BRAZIL

Os segredos do ketchup Strumpf

96 POR UM MUNDO MELHOR

Ações do Instituto Sorridents

Highlights 110 MENU

54 AMAZÔNIA

112 OPINIÃO

66 PASSEIOS DE TREM

118 CONCIERGE

Roteiros de Norte a Sul do Brasil

A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

O desafio de um Escape Game Dicas de moda, beleza e bem-estar

132 7 PERGUNTAS

Cidades que já foram sede do maior evento esportivo do mundo Um cruzeiro de luxo pelo Rio Negro

110

O vegano Plant Food + Wine, em Miami A culinária brasileira, por Rusty Marcellini A reinauguração do Ritz de Paris

Para o fotógrafo Mauricio Nahas

134 ARTE

As multifunções da apArt, em São Paulo

136 AGENDA

As melhores estreias culturais do mês

Azuis 144 LINHAS DE ÔNIBUS 146 EXPERIÊNCIA AZUL 148 TV AO VIVO 149 TUDOAZUL 151 MAPA DE ROTAS 154 QUIZ

Finger. 38 anos de experiência naquilo que mais importa: encantar você.

A Finger Móveis Planejados reúne o melhor do design europeu e da precisão alemã para criar ambientes únicos e cheios de personalidade. E faz isso há 38 anos, com tecnologia de última geração, fábrica moderna e uma rede de lojas que cresce cada vez mais.

Breve em: São José do Rio Preto - SP Ribeirão Preto - SP Pelotas - RS Rondonópolis - MT Rio Claro - SP

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f i n g e r. i n d . b r

Carta do Presidente

De cara nova Caro leitor,

FOMOS CONSAGRADOS PELA SEXTA VEZ CONSECUTIVA COMO A MELHOR AÉREA LOW COST DA AMÉRICA DO SUL”

Foto: Helena Marc

É com prazer que apresentamos, neste mês, esta nova Azul Magazine. Disponível em todas as rotas da companhia, nossa revista de bordo passou por uma completa reformulação e tornou-se ainda mais moderna, com conteúdos interessantes e diversos para deixar o seu voo sempre agradável. A publicação exalta a diversidade e a riqueza do Brasil. Este e os próximos números trarão reportagens sobre cidades de Norte a Sul do País. Outras matérias lançam luz sobre os destinos internacionais que recebem voos da companhia e de suas parceiras, destacando suas culturas, histórias e atrativos turísticos. A nova Azul Magazine conta com a participação mais efetiva de Tripulantes e Clientes, que contribuem com seu olhar em reportagens de turismo e comportamento. Um novo caderno traz entrevistas com empresários de grandes companhias que atuam no País, além de pautas sobre negócios e empreendedorismo. Tendências do mundo da gastronomia, da hotelaria, da moda e do bem-estar também estão presentes em nossa revista. Nas páginas do Universo Azul, com uma seção dedicada às novidades da companhia, você fica bem informado sobre tudo o que acontece conosco. Nesta edição, os destaques são os lançamentos do Lounge Azul e do SkySofa, assim como os recentes prêmios internacionais que recebemos. Fomos consagrados pela sexta vez consecutiva como a melhor aérea low cost da América do Sul e pela primeira vez como melhor staff da América do Sul, ambos pelo Skytrax World Airline Awards. Estes dois reconhecimentos se somam ao prêmio de melhor time de gestão do mundo, conferido pela mais respeitada publicação da indústria da aviação, a britânica Airline Business. Essas láureas são méritos de nossos Tripulantes — sejam aqueles que estão em contato direto com Clientes, sejam os que estão nos bastidores —, que atuam de forma impecável em seu dia a dia e permitem à Azul alcançar conquistas como essas. Agradeço a confiança e a preferência de voar conosco. Desejo a você uma boa leitura e um excelente voo.

Antonoaldo Neves

PRESIDENTE DA AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS

AZUL NAS REDES 14 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

facebook.com/ AzulLinhasAereas

twitter.com/ azulinhasaereas

@azulinhasaereas

azulinhasaereas

voeazul.com.br

Expediente

MARKETING D IR E T O R A D E M A R K E T IN G E C O MUNI C A Ç Ã O

Claudia Fernandes

G E R E N T E D E M A R K E T IN G

Beatriz Spira

C O O R D E N A D O R D E M A R K E T IN G

Francisco Almeida

COMUNICAÇÃO E MARCA G E R E N T E D E C O MUNI C A Ç Ã O

Carolina Constantino

GERENTE DE PRODUTO

Renata Florenzano

C O O R D E N A D O R D E C O MUNI C A Ç Ã O

Fabio Abud

A N A L I S TA D E M A R K E T IN G

Euristone Custódio

REDAÇÃO

DIREÇÃO

EDITORA

CEO

Bruna Tiussu

E D I T O R A-A S S I S T E N T E

Rodrigo Ferrari

D IR E T O R C O ME R C I A L

Marina Azaredo

Rodolfo Ferrari

EDITOR DE ARTE

MARKETING

André Graciotti

D E S I G NE R C O N V ID A D O

Renan Goulart

REPÓRTER

Mônica Reolom

P R O D U T O R A E X E C U T I VA

Thais Lutti

E S TA G I Á R I A S

Ariane Amaro Rafaella Cambiaghi Garcia

FINANCEIRO/ADMINISTRATIVO D IR E T O R A F IN A N C E IR A

PARA ANUNCIAR São Paulo

contato@azulmagazine.com.br (11) 3254 9895

E X E C U T I V O S D E C O N TA S

Ana Paula Matozo Claudia Gama Daniel Stelzer Paula Rezende

C O O R D E N A D O R A C O ME R C I A L

Valquiria Gomes Vilela

Laisa D’Ambrosio

G E R E N T E A D MINI S T R AT I VA

Rio de Janeiro

A S S I S T E N T E F IN A N C E IR A

andreamedrado.rio@ftpi.com.br (21) 3852 1588

Thuany Tirapani

Andrea Medrado

Nathalí Isquierdo Vitória Batistoti

Bruna Veiga

T R ATA ME N T O D E IM A G E N S

PROJETO GRÁFICO

Luciana Mir

André Graciotti

lucianamir.brasilia@ftpi.com.br (61) 3035 3750

CONSULTOR EDITORIAL

Minas Gerais

Everaldo Guimarães

PRODUÇÃO GRÁFICA

Vitor Soares

REVISÃO

Paulo Vinicio de Brito

Marcelo Camacho

IMPRESSÃO C T P, IMP R E S S Ã O E A C A B A ME N T O

LOG & PRINT Gráfica e Logística S.A.

TIRAGEM

70.000 exemplares A Azul Magazine é uma publicação mensal da Editora Ferrari LTDA. com conteúdo desenvolvido em parceria entre as empresas Azul Linhas Aéreas e Editora Ferrari.

Editora Ferrari LTDA. CNPJ: 11.052.806/0001-40 Av. Paulista, 2200, 19º andar Consolação, São Paulo — SP CEP 01310-300 (11) 3254 9950

Brasília

Ronaldo Spagnuolo

ronaldo.minas@ftpi.com.br (31) 2105 3609

Paraná/Santa Catarina Cristiane Prataviera

cristiane.curitiba@ftpi.com.br (41) 3026 4100

Rio Grande do Sul Patrícia Koops

pkoops@jazz.ppg.br (51) 9792 9898

Nordeste

Yuri Laurentino

yuri.nordeste@ftpi.com.br (81) 2128 4350

Internacional

Marcela Miranda

marcela.miranda@ferraripublisher.com 1 (407) 701 0738

Azul Magazine não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de Azul Magazine ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em seu poder uma carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada por pessoa que conste do expediente.

A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Bastidores

AZUL MAGAZINE

Nº

Clique poético

40 AGO 2016

A FÓRMULA DE SUCESSO DO RESTAURANTE MANÍ, EM SP CONFORTO E BELOS CENÁRIOS EM UM ROTEIRO NA AMAZÔNIA

MAG AZINE

VOEAZUL.COM.BR A Z U L L I N H A S AÉ R E A S B R A S I L E I R A S A G O S TO 2 016

Rio

de Janeiro OS ÍCONES IMBATÍVEIS, OS ENDEREÇOS CULTURAIS E OS PROGRAMAS POUCO CONHECIDOS DA CIDADE MARAVILHOSA

AZUL_CAPA_RIO.indd 1

7/21/16 19:00

F O T O DE C A PA

Mauricio Nahas

Leia também no tablet. O app da Azul Magazine está disponível para os sistemas iOS e Android

O paulistano Mauricio Nahas foi ao Rio de Janeiro e teve de madrugar para capturar a imagem que estampa a capa desta Azul Magazine. Ele acordou às 4h, rumou para o Mirante Dona Marta, na Tijuca, e fez aquilo que é parte da rotina de todo fotógrafo: ajeitou o tripé, montou o equipamento e esperou a luz perfeita. “Eu queria uma névoa para deixar a paisagem mágica. Esta época do ano é a melhor para registrar cenas panorâmicas. Quando o sol nasceu, ficou perfeito.”

Para os fortes

TERAPIA EM MOVIMENTO P.128

Parte da equipe da Azul Magazine acompanhou a sessão de fotos da reportagem sobre o Spin’n Soul — modalidade que tem despertado a curiosidade do mundo fitness —, não resistiu e também subiu nas bicicletas ao lado da modelo Carol Raucci. Ao tentar entrar no ritmo da atividade, o grupo constatou: parece fácil, mas não é.

Da gema

DE BRAÇOS ABERTOS P.38

O jornalista carioca Marcelo Camacho, que atuou como consultor editorial da nova Azul Magazine, é autor do recém-lançado 1001 Razões para Gostar do Rio de Janeiro, da Editora Planeta. Ninguém melhor do que ele, portanto, para assinar a matéria de capa desta edição.

Colaboraram neste número

APRENDEMOS NESTA EDIÇÃO Fernanda Frazão

Haroldo Saboia

VOCÊ SABE TUDO SOBRE 0 MAIOR EVENTO ESPORTIVO DO MUNDO? P.154

MISTÉRIOS DA FLORESTA P.54 PELOS TRILHOS DO BRASIL P.66

CONSISTENTE E COM PEDAÇOS P.90

Para ilustrar o quiz desta edição, a designer repetiu um processo praticado desde a adolescência: garimpou em revistas imagens que fazem referência ao tema, recortou-as e então iniciou o trabalho digital. Marcia diz que alimenta sua criatividade na literatura. “Quanto mais eu leio, mais colagens faço. Quanto mais camadas adiciono em mim, mais camadas têm minhas obras”. Onde encontrá-la: marciaalbuquerque.com

Depois de experimentar três roteiros turísticos de trem no País e registrar suas belas paisagens, a fotógrafa foi mais longe: embarcou num cruzeiro pelo Rio Negro, na Amazônia. “Um episódio hilário foi quando alguns macacos pularam em nossa lancha e subiram em mim. Um deles ficou pendurado em minha câmera e não queria sair!”, lembra ela. Onde encontrá-la: fernandafrazao.com

“Uma estrada linda, um lugar maravilhoso e silencioso e uma comida incrível.” Assim Haroldo resume o dia de visita ao sítio da família Strumpf, em Itu (SP), onde registrou Eduardo e Flavia, pai e filha à frente da marca de ketchup artesanal. “A experiência rendeu boas risadas. Até parecia que eu estava de férias”, completa. Onde encontrá-lo: haroldosaboia.com

ILUSTRADORA

OUTROS COLABORADORES

FOTÓGRAFA

FOTÓGRAFO

Que a pimenta indiana bhut jolokia, a mais picante do mundo, ultrapassa a marca de 1 milhão na escala de ardência Scoville. A dedo-de-moça, por exemplo, fica em 15 mil. Mônica Reolom, repórter, autora da matéria sobre o ketchup Strumpf

TE X TO Rosa Jorge FOTO S Anna Carolina Negri, Gui Gomes, Helena Marc, Lianne Milton, Marcia Tavares, Sergio Caddah, Marcus Steinmeyer ILUSTR AÇ Õ ES Johnny Brito, Jonatan Sarmento

A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Fotos: Arquivo Pessoal

Marcia Albuquerque

Que a culinária amazônica é a com menos influência portuguesa ou africana do País. Seus principais pratos (tacacá, pato no tucupi, etc.) têm raízes indígenas. Marina Azaredo, editora-assistente, autora da reportagem sobre a Amazônia

Universo Azul

Foto: Marcus Steinmeyer

AS PESSOAS QUE VOAM COM A GENTE

p.22

p.24

p.26

O novo Lounge Azul no Aeroporto de Viracopos

Fotos do Brasil e do mundo feitas por Clientes Azul

O piloto da companhia que ĂŠ pai de trigĂŞmeos

News

AS PRINCIPAIS NOVIDADES DA AZUL E SEUS PARCEIROS

CAMPINAS O Aeroporto de Viracopos, em Campinas, acaba de ganhar um novo espaço projetado exclusivamente para os Clientes dos voos internacionais da Azul. Situado na área de embarque e com 320 metros quadrados, o Lounge Azul oferece aconchego num ambiente descontraído. Ótimas poltronas e sofás, rede Wi-Fi, mesas com tomadas, espaço kids e opções de comidas e bebidas são alguns dos benefícios oferecidos nos momentos que antecedem a decolagem. “Além de

PRODUTOS DA lojinhaazul.com.br

A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Camiseta masculina SDU (disponível também na versão feminina) R$ 69,90

aeronaves extremamente confortáveis nas ligações para os Estados Unidos e Portugal, agora garantimos a mesma qualidade antes do embarque. Apostamos em um ambiente para relaxar e curtir”, destaca Claudia Fernandes, diretora de Marketing e Comunicação da companhia. O acesso é gratuito para Clientes da Azul Business Class, Clientes TudoAzul Diamante e membros do cartão Itaucard TudoAzul Platinum. Os da Economy Xtra pagam US$ 15 pelo ingresso e os demais, US$ 30.

Combo Azulejo Português camiseta e caneca (disponível nas versões feminina e masculina) R$ 89,90

Capa Trem de Pouso para iPhone 5/5S R$ 39,90

Fotos: Cassia Linda; Helena Marc; Divulgação Azul

Relaxe antes do embarque

BAIXE O APP DA AZUL Sempre na frente Pela sexta vez consecutiva, a Azul foi eleita a melhor empresa aérea low cost da América do Sul pelo Skytrax World Airline Awards, além de conquistar o prêmio inédito por ter a melhor equipe de atendimento ao Cliente do continente sulamericano. Referência de excelência no setor, a premiação é resultado de uma pesquisa de satisfação que ouviu passageiros de mais de 160 países. A gestão da Azul também foi recentemente laureada. A companhia foi considerada uma das melhores entre todas as aéreas mundiais pela revista britânica Airline Business, no prêmio 2016 Regional Leadership Award.

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Descanso multiplicado

Imagine transformar uma fileira inteira de poltronas do avião em um confortável sofá só para você e sua família. Em outra ação inovadora, a Azul oferece, a partir deste mês, mais este conforto. O SkySofa é composto de um grupo de quatro assentos com extensores na altura das pernas e é exclusivo da classe Economy Xtra. O novo produto já está disponível em voos com destino a Fort Lauderdale/Miami, Orlando e Lisboa.

1 Ao fazer o check-in mobile, com até 72 horas de antecedência do voo, você ganha 250 pontos no TudoAzul e pode despachar a mala diretamente no balcão, sem filas 2 Compre sua passagem para mais de 100 destinos pelo celular. Preencha seus dados e escolha o local. É rápido e seguro 3 Consulte em tempo real se o seu voo está programado para sair no horário previsto 4 Antecipe o horário do seu voo sem custos adicionais. Basta conferir as opções disponíveis e adiantar em até seis horas a sua partida 5 Confira os horários de saída e os pontos de embarque dos ônibus executivos da Azul que conectam Viracopos a vários pontos de São Paulo

Presença na Europa

CAMPINAS Apresentação de dança lusitana e distribuição de pastéis de nata marcaram a festa do dia 22 de junho, quando a Azul deu início ao voo que liga diretamente Campinas a Lisboa. O presidente da empresa, Antonoaldo Neves, ressaltou a importância da nova rota internacional. “Abrimos as portas para a Europa por Portugal, onde temos a TAP como parceira para levar nossos Clientes ainda mais longe”, disse. “Hoje é um dia histórico para a Azul. Eu gostaria de agradecer a todos os Tripulantes pelo trabalho árduo feito para realizar este sonho.” A companhia opera cinco voos semanais para a capital portuguesa.

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6 Acesse sua conta do programa TudoAzul para conferir saldo e extrato de milhas, solicitar pontos de uma viagem ou acessar seu cartão virtual

Maquete Embraer ERJ 195 R$ 351,90 (médio) R$ 441,90 (grande)

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 23

Cartão Postal Cambará do Sul

Naira Mattia

// SEUS MELHORES REGISTROS NO BRASIL E NO MUNDO

RS // BRASIL

O clima da cidade é imprevisível. Saí para contemplar os cânions num dia bem cedinho, antes das excursões chegarem. Não tinha nem uma nuvem no céu e a vista estava incrível. Fotografei como nunca! Esta imagem, uma duplaexposição, é a minha favorita. Ela representa bem o vento forte do local e o infinito da panorâmica.

Nova York

NY // EUA

Logo na chegada a Coney Island já se enxerga a magistral Wonder Wheel, roda-gigante que foi pano de fundo para muitos filmes e histórias da vida real. Para mim, ela está intimamente ligada ao lúdico, que é a cara de Nova York.

24 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Camila Mazzini

Recife PE // BRASIL

Fiz esta foto em minha primeira visita à capital pernambucana. Fiquei impressionado com a preservação e o colorido do Centro Histórico. Sem falar na alegria, simpatia e receptividade do povo.

André Eisler

Miami FL // ESTADOS UNIDOS

Fotos: Arquivo pessoal

No único dia em que não choveu durante minha mais recente viagem à Flórida, corri para a praia. Até parece que o sol surgiu justamente para eu garantir a tradicional foto com o posto de salvavidas colorido, um ícone local.

Violeta Ferreira Viajou e tirou aquela foto incrível? Envie para nós (em alta resolução) pelo e-mail cartaopostal@editoraferrari.com.br que ela poderá ser publicada nesta seção. E você ainda ganha 500 pontos no programa de vantagens TudoAzul

Gente Azul

Alegria em dose tripla

No ano em que ingressou no time de Tripulantes da Azul, em 2011, o piloto Silvio Faccio ganhou também os maiores presentes de sua vida: os trigêmeos Gabriel, Guilherme e Beatriz F OTO

MARCUS STEINMEYER

É fácil conciliar o papel de pai com o de piloto? Atualmente, morando em Indaiatuba, pertinho do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, conciliar vidas profissional e particular é bem mais fácil. Estou com os meninos e minha esposa, Fabiana, sempre que possível. Nós somos muito apegados uns aos outros. Lembro-me que quando vivíamos em Florianópolis e eu tinha de sair para trabalhar, a cada despedida ficavam os três chorando no portão.

Como você recebeu a notícia de que seria pai de trigêmeos? Na época, a Fabiana era Tripulante da Azul e me avisou da gravidez justamente no dia do meu primeiro voo pela companhia. Foi uma emoção! Mas eu tinha uma sequência de voos a cumprir e só voltei para casa dias depois. Quando cheguei, ela já havia feito o ultrassom e disse que precisávamos conversar. Logo pensei que havia algo errado com o bebê. Então, ela me entregou uma caixa com três pares de sapatinhos e o exame comprovando que eram trigêmeos. Eu só consegui cair no riso.

E como foi o dia em que eles nasceram? Eu estava em Campinas trabalhando quando a Fabiana ligou avisando que a bolsa havia estourado. Peguei o primeiro voo para Florianópolis e, na hora do desembarque, o piloto, um amigo meu, explicou a situação e pediu aos passageiros que me dessem prioridade. Saí do avião correndo, sob aplausos. Foi emocionante! Hoje, sou conhecido na Azul como “o pai dos trigêmeos”.

Seus filhos gostam de ter um pai piloto? Os três são loucos por avião e falam com orgulho e admiração da minha profissão. Sempre que veem uma aeronave no céu eles dizem: “Olha o avião do papai!” Ou: “O papai está trabalhando!”

A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Enquete

TRIPULANTES E CLIENTES AZUL RESPONDEM:

QUAL FOI O DESTINO DE SUA

primeira viagem de avião Salvador

O primeiro voo de minha vida foi decisivo. Aos 7 anos, embarquei para Salvador e tive a chance de conhecer a cabine do avião. Gostei tanto daqueles vários botões grandes que decidi ser piloto.

Rodrigo Bento Retratos: Marcia Tavares Fotos: Anna Carolina Negri; Gui Gomes; Chema Llanos; Julia Rodrigues; Jonne Roriz; Divulgação

PILOTO DA AZUL

Búzios

Giceli Schneider VENDEDORA

Conheci o balneário durante minha primeira viagem de avião, para o Rio de Janeiro. Fiquei encantada! Búzios tem uma paisagem incrível, além de ótimas praias. Nunca tinha ido a um local tão bonito.

Curitiba

Meu avô queria viajar de avião e me levou com ele para passear na capital paranaense, quando eu tinha 10 anos. Eu adoro a cidade até hoje: o Parque Tanguá e o Jardim Botânico são lugares muito especiais.

Ariane Venceslau FISIOTERAPEUTA

28 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Prado

Arlene Souza

FUNCIONÁRIA PÚBLICA

Fui para a cidade baiana com minha irmã, em janeiro de 1996. As praias são maravilhosas, com águas transparentes, e o arquipélago de Abrolhos fica ali pertinho. Foi um sonho visitar este lugar paradisíaco.

Rafael Sacardo

PROGRAMADOR

Florianópolis

Orlando

Ganhei a viagem em meu aniversário de 15 anos e, como estava com uma turma de amigos, foi aquela farra! Eu adorei o parque Magic Kingdom, um mundo de fantasia, de sonho, onde tudo é perfeito e organizado.

Há oito anos, tive de ir à Ilha da Magia a trabalho. Mas consegui visitar suas praias e gostei que cada uma delas é de um jeito: a areia, o mar, o clima, tudo muda. Minhas favoritas foram Jurerê, Joaquina e Barra da Lagoa.

Daniela Nessana FISIOTERAPEUTA

A Azul e suas parceiras levam você a todos esses destinos. Confira os voos em voeazul.com.br

CMY

Almanaque

O voo inaugural da Azul foi realizado no dia 15 de dezembro de 2008. Ele partiu do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, com destino a Salvador. A aeronave que fez o trajeto foi a PR-AZL, modelo Embraer 190

Por dentro dos

voos Azul

Números, curiosidades e destinos que fazem parte da trajetória da companhia

Hoje, a Azul é a empresa aérea com o maior número de destinos no Brasil. São mais de

100

cidades

Algumas delas atendidas somente pela Azul, como por exemplo: Lençóis (BA) Alta Floresta (MT) Ji-Paraná (RO) Tefé (AM) Uruguaiana (RS) Varginha (MG)

133

milhões de Clientes transportados, o que corresponde a

65% da população brasileira

Por dia, a companhia faz mais de

realizados com uma frota de

voos

aeronaves

800 125 30 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Desde a inauguração da companhia, já foram mais de

e com uma média diária de

52.500 Clientes transportados

Ilustração: Jonatan Sarmento

A rota mais recente da empresa, inaugurada no dia 1º de julho deste ano, sai de Porto Alegre e vai para uma cidade no exterior: Montevidéu, a capital do Uruguai

O primeiro voo internacional da companhia decolou no dia 1º de dezembro de 2014. Ele foi de Campinas para Fort Lauderdale/ Miami, na Flórida, Estados Unidos

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Destinos

Foto: Lianne Milton

AS MELHORES VIAGENS NO BRASIL E NO MUNDO

p.38

p.66

No Rio de Janeiro, atrações para todo tipo de turista

Cultura e belas paisagens em roteiros de trem pelo Brasil

p.54 Luxo em meio à floresta em um cruzeiro pelo Rio Negro

Rio de Janeiro

DE BRAÃ&#x2021;OS ABERTOS

38 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

NO MÊS EM QUE RECEBE O MAIOR EVENTO ESPORTIVO DO MUNDO, O RIO DE JANEIRO EXIBE TODA A SUA EXUBERÂNCIA. EM PROGRAMAS CLÁSSICOS, CULTURAIS OU EM UM SIMPLES DIA NA PRAIA, A CIDADE MARAVILHOSA ENCANTA, SEDUZ E NUNCA SAI DE MODA

Foto: Leo Lemos

P O R MARCELO CAMACHO

izem que, após seis dias criando o mundo, foi no Rio de Janeiro que Deus descansou, de tão satisfeito que ficou com sua obra. Sim, o Rio de Janeiro continua lindo! Cheio de novos e antigos problemas em vários setores, como toda metrópole brasileira, mas belíssimo! E, mais do que nunca, está no centro dos holofotes mundiais com a realização do maior evento esportivo do mundo. Nos últimos anos, a cidade viveu em ritmo frenético, com obras por todos os lados, preparandose para este grande momento. Curiosamente, a nova Zona Portuária, onde estão os imperdíveis Museu do Amanhã e Museu de Arte do Rio, servida pelo ótimo Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, não tem nada a ver com o evento. Mas o Rio agradece mesmo assim. As principais competições serão na Barra da Tijuca, na distante Zona Oeste, e em Deodoro, na pouco turística Zona Norte. Mas também haverá provas de rua no Centro (maratona) e na Zona Sul (triatlo e maratona aquática, em Copacabana; vela, no Flamengo; remo, na Lagoa Rodrigo de Freitas). Ou seja, mesmo quem não tiver ingresso pode tirar uma casquinha do torneio. Para celebrar o que a capital fluminense tem de melhor, preparamos, nas páginas a seguir, um roteiro com atrações que vão dos imbatíveis Pão de Açúcar e Corcovado, passando pelo luxo do hotel Copacabana Palace, até uma trilha que leva ao topo do famoso Morro Dois Irmãos. Confira ainda alguns dos principais museus cariocas e sugestões do que comer nos badalados endereços de alta e baixa gastronomia da cidade. Seja bem-vindo ao Rio!

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 39

Rio de Janeiro

Onde a cidade é IMBATÍVEL

De braços abertos sobre a Baía de Guanabara, no alto do Morro do Corcovado, o Cristo é o símbolo máximo da cidade. Do alto de seus 710 metros, vê-se o Rio de Janeiro em seu esplendor: o mar, a Floresta da Tijuca, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Morro Dois Irmãos, o Hipódromo da Gávea, o Pão de Açúcar, a Baía de Guanabara e o Maracanã. A panorâmica é tão impactante que o lugar já era atração turística antes mesmo de a estátua do Cristo ser ali instalada e inaugurada, em 12 de outubro de 1931. Pois foi em 1884 que Dom Pedro II abriu a estrada de ferro que até hoje liga o bairro Cosme Velho ao topo do Corcovado. Até o Cristo são 20 minutos a bordo de um trem elétrico que atravessa a Floresta da Tijuca. A dica é sentar-se do lado direito para apreciar a vista da Zona Sul quando o trem chega lá em cima, no trecho conhecido como “Curva do Oh!”.

R. Cosme Velho, 513, Cosme Velho Diariamente, das 8h às 19h. R$ 68; crianças de 6 a 11 anos, R$ 44; menores de 5 anos não pagam. O bilhete do trem dá acesso ao monumento. (21) 2558 1329 / cristoredentoroficial.com.br

VOCÊ TEM QUE COMER 40 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Fotos:Lianne Milton

CRISTO REDENTOR

PÃO DE AÇÚCAR Foi na pequena praia entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão, onde hoje está a Fortaleza de São João, que o militar português Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1565. Ou seja, o Pão de Açúcar é um marco do Rio há 451 anos. De lá para cá, muita coisa mudou. A região da Urca, que era uma ilha, foi aterrada e juntouse ao continente. Em 1912, inaugurouse o primeiro bondinho, que levava os visitantes até o alto do Morro da Urca, a primeira etapa do passeio, a 220 metros de altura. No ano seguinte, o programa ficou completo, com a chegada até o Pão

A salada de frutos do mar com feijão-fradinho do Bar do David, na comunidade Chapéu Mangueira, no Leme. R$ 35,90

de Açúcar, com 396 metros. Hoje, os bondinhos antigos podem ser vistos logo após o desembarque no Morro da Urca. Mas é no topo do Pão de Açúcar que a vista da cidade impressiona. Para onde quer que se olhe é um deslumbramento: Baía de Guanabara, Aterro do Flamengo, Corcovado, Pedra da Gávea, Morro Dois Irmãos, Copacabana e Oceano Atlântico.

Av. Pasteur, 520, Urca Diariamente, das 8h às 19h50. R$ 76; pessoas entre 6 e 21 anos e acima de 60, R$ 38; menores de 5 anos não pagam. (21) 2546 8400 / bondinho.com.br

O pato laqueado do Mr. Lam, na Lagoa, com tiras de pepino, cebolinha, molho e panquequinhas. R$ 190 (serve duas a três pessoas)

A salada de frango ao pesto do Gula Gula, em Ipanema, Leblon, Gávea, Jardim Botânico e Barra. R$ 31

IPANEMA

JARDIM BOTÂNICO

É o lugar onde todos se encontram — e podem ser encontrados: Ipanema, uma das praias mais desejadas do Brasil. No Arpoador (sua extensão natural), surfistas e famílias se misturam. Na altura da Rua Teixeira de Melo, moradores das comunidades Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, ali perto, são maioria. Em frente à Rua Farme de Amoedo, fica a turma LGBT. O trecho entre as ruas Vinicius de Moraes e Joana Angélica, o famoso Posto 9, é dominado pelos jovens que aplaudem o pôr do sol (aliás, o sol só se põe no mar no verão. No inverno, ele desce atrás do Morro Dois Irmãos, sem direito a aplausos). Na Rua Maria Quitéria, estão os turistas estrangeiros. Já em frente ao Country Club, entre a Rua Aníbal de Mendonça e a Avenida Henrique Dumont, concentram-se famílias e quem busca sossego — sim, até isso é possível em Ipanema. Seja qual for a sua turma, pegue sol, mergulhe e aproveite a vida.

O atum semicru com tagliatelle de pupunha e infusão de raiz forte ao leite do Zuka, no Leblon. R$ 82

Fundado por Dom João VI, em 13 de junho de 1808, o parque ainda mantém sua majestade. Com 54 hectares de área, abriga 6.500 espécies vegetais e o grande destaque são as palmeiras-imperiais, que podem alcançar até 50 metros de altura. Mas há também o lago das vitórias-régias, o cactário, o Jardim Japonês, as plantas insetívoras, o orquidário, o bromeliário e o tronco gigante da sumaúma (junte vários amigos para abraçá-lo). O lugar ganha ares de paraíso durante a semana, quando a visitação é menos intensa. E as crianças adoram.

R. Jardim Botânico, 1008, Jardim Botânico (entrada para desembarque) e R. Pacheco Leão, 101 (só para pedestres) Seg., das 12h às 17h; ter. a dom., das 8h às 17h. R$ 10; até 21 anos e maiores de 60, R$ 5 (pagamento só em dinheiro). (21) 3874 1808 / jbrj.gov.br

O duplo sanduíche de rabada com cebola caramelizada no pão de agrião do Riba Botecagem, no Leblon. R$ 58

O arroz de bacalhau do Laguiole, no Museu de Arte Moderna, no Centro. R$ 78

O caldinho de frutos do mar (com camarão, polvo e lula) do Bar Urca, na Urca. R$ 18

Fotos: Rodrigo Azevedo; Tomas Rangel; Divulgação A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 41

Rio de Janeiro

Porque cultura é FUNDAMENTAL Funciona na casa modernista que pertenceu ao embaixador Walther Moreira Salles, na Gávea, e já mereceria a visita só pelo valor arquitetônico do imóvel: o projeto de 1951 é de Olavo Redig de Campos e os jardins, de Burle Marx. Mas a programação do centro cultural também é de primeira. A mostra Millôr: Obra Gráfica, com 500 originais do genial cartunista, vai até 21 de agosto. E a exposição Modernidades Fotográficas, 1940-1964, em cartaz até 27 de fevereiro, tem trabalhos de nomes como Thomaz Farkas e Marcel Gautherot.

R. Marquês de São Vicente, 476, Gávea Ter. a dom., das 11h às 20h. Grátis. (21) 3284 7400 / ims.com.br

MOSTEIRO DE SÃO BENTO

Quase escondido no Centro da cidade, este tesouro está a uma caminhada de apenas dez minutos do Museu do Amanhã e do MAR. O que mais impressiona é sua rica decoração barroca, dos séculos 17 e 18, de madeira folheada a ouro 23 quilates. De segunda a sábado, às 7h30, há missa com canto gregoriano aberta ao público. Mas o que faz sucesso mesmo é a missa solene aos domingos, às 10h, na qual os monges beneditinos também entoam os cantos gregorianos.

Fotos:Lianne Milton

INSTITUTO MOREIRA SALLES

R. Dom Gerardo, 68, Centro — se a ladeira assustar, há um acesso por elevador no número 40. Diariamente, das 7h às 18h. Grátis. (21) 2206 8100

MUSEU DE ARTE DO RIO (MAR)

Como o próprio nome sugere, é a casa da arte feita na cidade e sobre a cidade. As exposições mudam sempre. Linguagens do Corpo Carioca (A Vertigem do Rio), em cartaz até 9 de outubro, traz obras de 800 artistas, de Debret a Mario Testino. Já A Cor do Brasil (leia mais na pág. 138), também até 9 de outubro, conta com a tela Abaporu, de Tarsila do Amaral, que pertence ao Museu de Arte LatinoAmericana de Buenos Aires. O MAR promove ainda festas e tem um ótimo restaurante no terraço. Aproveite para visitar o vizinho Museu do Amanhã no mesmo dia.

Pça. Mauá, 5, Centro Ter. a dom., das 10h às 17h. R$ 10; até 21 anos, cariocas e moradores do Rio pagam R$ 5; até 5 anos ou acima de 60 não pagam; grátis às terças. (21) 3031 2741 / museudeartedorio.org.br

O famoso sanduíche de filé que leva queijo e abacaxi do Cervantes, em Copacabana. R$ 32

42 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

O risoto de frutos do mar tailandês (camarões, lulas e mexilhões) do Sawasdee, no Leblon. R$ 69 (serve duas pessoas)

O cabrito com arroz de brócolis e batatas coradas do Nova Capela, na Lapa. R$ 158 (serve três pessoas)

O bolinho de feijoada, que vem com torresmo e batida de limão, do Aconchego Carioca, na Praça da Bandeira e no Leblon. R$ 29,90 (quatro unidades)

Foto: sabel Arruda

MOSTRAS QUE VALEM A VISITA

MUSEU DO AMANHÃ

Ele é a nova cara do Rio. Inaugurado no fim de 2015, na anteriormente degradada Praça Mauá, o espaço, com projeto arrojado do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, deu nova vida ao entorno e caiu no gosto dos cariocas. É um museu de ciências, com vários totens interativos, telas gigantes e muitas curiosidades sobre a relação do homem com o planeta. Nos fins de semana

as filas costumam ser longas, mas quem compra o ingresso pelo site tem acesso preferencial.

Pça. Mauá, 1, Centro Ter. a dom., das 10h às 17h. R$ 10; até 21 anos, cariocas e moradores do Rio pagam R$ 5; até 5 anos e acima de 60 não pagam; grátis às terças. (21) 3812 1812 / museudoamanha.org.br

O Paço Imperial exibe O Paço, a Praça e o Morro, com 200 imagens de fotógrafos como Marc Ferrez, Augusto Malta e Georges Leuzinger, que registraram a evolução do centro do Rio entre 1860 e 1930. Até 28 de agosto. Pça. XV, 48, Centro Ter. a dom., das 11h às 19h. Grátis. (21) 2215 2093 / pacoimperial.com.br O Centro Cultural Banco do Brasil recebe O Triunfo da Cor, conjunto de 75 obras de pintores pós-impressionistas, como Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec e Cézanne. Até 17 de outubro. R. 1º de Março, 66, Centro. Qua. a seg., das 9h às 21h. Grátis. (21) 3808 2020 / culturabancodobrasil.com.br

MUSEU DA REPÚBLICA

Foto: Rômulo Fialdini/Coleção Banco Safra

Instalado no Palácio do Catete, que foi sede da Presidência da República entre 1898 e 1960, o museu exibe móveis, lustres, objetos de arte e louças de época em seus aposentos, como o Salão Ministerial e o Salão dos Banquetes. O quarto onde Getúlio Vargas se matou com um tiro, em 24 de agosto de 1954, é a atração principal — dá para ver até seu pijama com o furo da bala no lado esquerdo do peito (foto).

R. do Catete, 153, Catete. Ter. a sex., das 10h às 17h; sáb. e dom., das 11h às 18h. R$ 6; menores de 21 anos pagam R$ 3; até 10 anos e maiores de 60 não pagam; grátis às quartas e aos domingos. (21) 2127 0324 / museudarepublica.museus.gov.br

O curry de frango com legumes, cogumelos, capim-limão, gengibre e banana do Zazá Bistrô, em Ipanema. R$ 72

A costeleta de black angus prime rib English cut do Giuseppe Grill, no Leblon. R$ 168 (dá para duas pessoas)

O agnolotti verde de queijo ao creme de funghi tartufado do La Trattoria, em Copacabana. R$ 46,80

O pad thai com camarões, ovo e amendoim do Mee, no Copacabana Palace, em Copacabana. R$ 89

Fotos: Thiago Sodré; Berg Silva; Gabi Temer; Amanda Antunes; Pedro Pinheiro; Divulgação A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 43

Rio de Janeiro UM MUSEU DIFERENTE

Programas FORA DO CIRCUITÃO Foto: Lianne Milton

Bem perto da estação do trem que leva ao Corcovado, no Cosme Velho, o Museu Internacional de Arte Naïf apresenta uma coleção de obras coloridas e delicadas sobre o Rio e o povo brasileiro. Mesmo quem não está familiarizado com o estilo naïf, que vem do francês "ingênuo”, logo reconhece os traços simples e, em geral, sem perspectivas desse tipo de pintura. Até outubro, o MIAN exibe a exposição Jogando com as Cores Naïf.

Foto: Jaime Acioli

R. Cosme Velho, 561, Cosme Velho Ter. a sex., das 10h às 18h; sáb. e dom., das 10h às 17h. R$ 12; grátis para menores de 5 anos e maiores de 80. (21) 2205 8612 / museunaif.com

SAMBA NÃO PODE FALTAR

TRILHA NAS ALTURAS

Várias trilhas ganharam popularidade nos últimos tempos, como a que leva ao topo do Morro Dois Irmãos, no Leblon. Vá de táxi pela Avenida Niemeyer até a entrada da comunidade do Vidigal. No largo que existe ali, à direita, kombis fazem o transporte de passageiros morro acima (R$ 3,50). Peça para descer no local conhecido como quadra. Chegando lá, atravesse a lateral da pista de atletismo para então avistar o início da trilha, acessível a todos, com caminhos

PARA TIRAR FOTO DO LADO 44 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

de terra e pequenos trechos de rochas íngremes. Depois de uma hora, você estará no topo mais alto do Dois Irmãos, com direito a uma paisagem maravilhosa: São Conrado e a Pedra da Gávea, de um lado, e toda a Zona Sul de outro (foto). Nos fins de semana, o movimento é grande. Portanto, vá cedo. E não se esqueça de usar tênis esportivo, passar filtro solar e levar água.

O poeta Carlos Drummond de Andrade está no calçadão de Copacabana, em frente à Avenida Rainha Elizabeth da Bélgica

São famosas as rodas de samba da Pedra do Sal, na Zona Portuária, e o Samba do Trabalhador, no Clube Renascença, em Vila Isabel. Duas boas pedidas para quem gosta de samba de raiz. Elas, porém, só são realizadas às segundas-feiras. Para ouvir boa música de terça a domingo o destino certo é a Lapa, onde estão casas como Sacrilégio, Bar Semente, Lapa 40º e Carioca da Gema. Durante o mês de agosto, o Rio Scenarium tem programação, inclusive nas segundas-feiras, com shows (são vários por noite) de samba, MPB, chorinho e forró. A decoração do lugar, com instrumentos musicais, relógios de parede e móveis antigos, é um charme extra.

R. do Lavradio, 20, Lapa Ingressos entre R$ 35 e R$ 50. (21) 3147 9000 / rioscenarium.art.br

Vizinho de Drummond, o cantor e compositor Dorival Caymmi também está na Avenida Atlântica, na altura da Rua Francisco Otaviano

Noel Rosa, servido por um garçom, ocupa uma mesa de bar na esquina do Boulevard 28 de Setembro com Rua São Francisco Xavier, em Vila Isabel

BILHETE PARA O RIO ANTIGO

Foto: Wagner Pinheiro

Fundada em 1894 — e com decoração art nouveau de 1913 —, a Confeitaria Colombo, no Centro, é como uma viagem à belle époque carioca. Os enormes espelhos belgas, as molduras e vitrines de jacarandá e as bancadas de mármore italiano são testemunhas de um tempo em que o lugar era frequentado por nobres e presidentes. O principal restaurante, O Cristóvão, no segundo andar, serve culinárias portuguesa e espanhola, mas um chá no Bar Jardim, no térreo, já faz valer a visita. Apesar do ambiente luxuoso, a confeitaria é bem informal, então, vá sem se preocupar com o que está vestindo.

R. Gonçalves Dias, 32, Centro Seg. a sex., das 9h às 19h30; sáb., das 9h às 17h. (21) 2505 1500 / confeitariacolombo.com.br

A HORA DO LUXO

Foto: Marcelo Camacho

Tudo bem se em agosto você não ficar hospedado no Copacabana Palace (até porque ele está todo reservado há meses). Mas não é por isso que deixará de ir ao Copa, o templo máximo do glamour carioca. Não perca o bufê do almoço aos sábados ou o brunch aos domingos (ambos das 13h às 16h), no Pérgula. Se quiser um programa ainda mais sofisticado, vale um jantar no asiático Mee, que tem uma estrela no Guia Michelin, ou no italiano Cipriani. De bônus, nos três restaurantes, a vista da mítica piscina do hotel, onde já nadaram de Tom Cruise a Lady Di. O spa, com um cardápio de massagens e terapias fantástico, também funciona para o público em geral.

OUTRO TIPO DE PEDALADA

Av. Atlântica, 1072, Copacabana (21) 2548 7070 / copacabanapalace.com.br

O músico Tom Jobim, com seu violão, está no calçadão da Praia de Ipanema, na entrada para o Arpoador

Foto: Divulgação

Junto com seu cachorro Ulisses, a escritora Clarice Lispector está sentada no Caminho dos Pescadores, no fim do Leme

A Lagoa Rodrigo de Freitas é um dos lugares mais bonitos do Rio. De suas margens, dá para ver o Cristo Redentor, o Dois Irmãos, a Pedra da Gávea e, se você tiver sorte, as capivaras que vivem na altura do Corte do Cantagalo, próximo a Copacabana. Também nesse trecho é possível fazer um passeio bacana: andar de pedalinho. O deque que dá acesso às embarcações fica perto do quiosque Palaphita Kitch. O passeio de meia hora para duas pessoas custa R$ 30. Parece pouco tempo, mas, depois de pedalar por 20 minutos, o cansaço chega. Então, a duração é perfeita.

Com microfone em punho, Tim Maia faz show permanente na Praça Afonso Pena, na Tijuca, bem em cima da estação de metrô de mesmo nome

Chacrinha fica na esquina das ruas General Garzon e Lineu de Paula Machado, perto do Jardim Botânico

Fotos: Carlos Varela/CC by 4.0 (creativecommons.org/licenses/by/4.0); Abdias Jr/CC-BY 2.0 (creativecommons.org/licenses/by/2.0); Junius/CC-BY-SA-3.0 (creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/); Divulgação A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 45

Rio de Janeiro ONDE FICAR yoo2

Brasil

BW Premier Arpoador

Com investimento de R$ 130 milhões, o primeiro hotel yoo2 do mundo (a bandeira pertence ao escritório de design Yoo, que tem Philippe Starck como sócio) acaba de ser inaugurado em Botafogo, debruçado sobre a Baía de Guanabara. São 143 apartamentos com a pegada luxo democrático e descolado. No terraço, há bar, piscina, mesa de DJ e a promessa de muita animação. O restaurante Cariocally é comandado pelo chef gaúcho Marcelo Schambeck.

Com conceitos de ambientação e decoração criados pela estilista Gloria Coelho, o hotel da rede Best Western Premier, uma novidade no Brasil, aposta no branco, na madeira e no vidro para chegar a uma linguagem tecnológica e minimalista. Nos quartos, as roupas de cama são da Trousseau e o frigobar traz opções de alimentos orgânicos e com ingredientes frescos. Dentro da mesma proposta, a cozinha do restaurante leva a assinatura de Bela Gil.

Praia de Botafogo, 242, Botafogo (21) 3445 2000 / yoo2.com/riodejaneiro

R. Bulhões de Carvalho, 337, Ipanema (21) 3577 7223 / bwarpoadorhotel.com.br

Um dos quartos do hotel yoo2, recéminaugurado em Botafogo

MG RJ

Rio de Janeiro

COMO IR A Azul leva você ao Rio de Janeiro. A companhia opera inúmeros voos para a capital fluminense (aeroportos Santos Dumont e Galeão), partindo de várias cidades brasileiras

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RIO DE JANEIRO Quatro noites no Hotel Vila Galé, com café da manhã Saída em 14/9/2016 (de Viracopos)

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MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA

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46 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Por causa do evento esportivo, a Prefeitura do Rio decretou três feriados municipais extraordinários, nos dias 5, 18 e 22 de agosto. O passaporte cultural é um programa de descontos e ingressos gratuitos para várias atrações culturais na cidade entre exposições, shows, espetáculos de dança, parques e peças de teatro. Ele é gratuito para brasileiros e custa R$ 15 para estrangeiros. Vale até setembro.

passaporteculturalrio.com

Mesmo que tenha o costume de alugar carros, tente não dirigir no Rio de Janeiro neste mês. Além de várias atrações não terem estacionamento, como o Museu do Amanhã, o Pão de Açúcar e o Jardim Botânico, muitas ruas serão interditadas durante o evento. E, até o dia 22 de agosto, vias expressas terão faixas especiais pintadas no asfalto: isso significa que só veículos credenciados poderão circular ali, sob risco de multa de R$ 1.500.

cidadeolimpica.rio

Fotos: Adriana Granado; Marcelo Camacho

Chegar ao Rio pelo Aeroporto Santos Dumont e deslocar-se pela cidade ficou mais fácil. O VLT, Veículo Leve sobre Trilhos, recém-inaugurado, tem uma estação entre os portões de embarque e desembarque. Em três minutos de caminhada a céu aberto você chega nela. Até o fechamento desta edição, o bilhete de R$ 3,80 ainda não estava sendo cobrado e o horário de funcionamento (em constante ampliação) era das 8h às 20h, diariamente — a meta é que funcione das 6h às 24h. Compre o bilhete em terminais de autoatendimento na própria plataforma (só débito ou dinheiro). Uma vez dentro do trem, valide o tíquete aproximando-o dos dispositivos junto às portas. Não há cobrador. Se a fiscalização flagrar alguém sem bilhete, a multa é de R$ 170. Saindo do aeroporto, a segunda parada já é na estação Cinelândia do metrô (R$ 4,10 o bilhete), que conecta os passageiros com o restante da cidade. O VLT vai até a Rodoviária Novo Rio.

Ultrapassar barreiras, esse é o espírito da Manserv Somos Todos Manserv Só com um time campeão conseguimos quebrar barreiras. Desenvolvemos pessoas por meio de programas que abrem oportunidades igualitárias e desafios que instiguem o desenvolvimento profissional e o trabalho em equipe.

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Rio de Janeiro

França

Sinta-se

EM CASA

ESPALHADAS PELO RIO DE JANEIRO, SEDES DE MAIS DE 50 PAÍSES PARTICIPANTES DA COMPETIÇÃO ESPORTIVA VÃO RECEBER O PÚBLICO EM EVENTOS COMO EXPOSIÇÕES, DEGUSTAÇÕES DE PRATOS TÍPICOS, ENCONTROS COM ATLETAS E FESTAS ANIMADAS

POR

ROSA JORGE

Instalada aos pés do Corcovado, a sede francesa deverá ser um dos ambientes mais festivos da temporada: uma espécie de filial de Jurerê Internacional, o polo de baladas de Florianópolis. O Café de La Musique, famoso clube que agita os verões brasileiros, produz o espaço, que terá DJs internacionais em suas festas.

Sociedade Hípica Brasileira, Av. Lineu de Paula Machado, 2448, Lagoa De 5 a 21 de agosto. R$ 20

Alemanha

Os germânicos vão montar um clube de praia aberto, descontraído e gratuito. Com quiosques de comida, cerveja alemã, torneios esportivos e transmissão de provas, o local promete ser uma das opções mais descoladas da cidade.

Praia do Leblon, perto do Posto 11 De 4 de agosto a 18 de setembro. Grátis

BARRA DA TIJUCA

Lagoa da Tijuca

SÃO CONRADO

África

República Tcheca

As 54 delegações do continente dividirão uma mesma casa, cuja principal atração será a Fly to Africa Experience, simulador ambientado como cabine de avião que exibirá vídeos sobre turismo e cultura — no fim, um dos “passageiros” será sorteado para “pousar” a aeronave.

Não daria para ser diferente. Na sede do país que inventou a pilsen, as degustações de cervejas serão as grandes atrações. A casa tcheca terá ainda exibições culturais e de produtos locais, encontros com atletas e exibição das competições. Boa parte da programação ainda será anunciada.

Casa Shopping, Av. Ayrton Senna, 2150, Barra da Tijuca. De 5 a 21 de agosto. Grátis

MHS Eventos, Av. das Américas, 3434, Bloco 8, Barra da Tijuca. De 5 a 21 de agosto. Grátis

48 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Dinamarca

Digamos que o país tirou a sorte grande. Conseguiu garantir sua casa na Praia de Ipanema. O espaço, projetado com referências à tradição marítima dinamarquesa, abrigará mostra sobre a cultura local, bar, espaço para transmissão do evento e lounge com música sob responsabilidade de DJs.

Praia de Ipanema, perto do Posto 10 De 2 a 21 de agosto. Grátis

SANTA TERESA

Grã-Bretanha

Para participar dos eventos da casa britânica, como a transmissão da cerimônia de abertura, o ciclo de debates sobre a obra de William Shakespeare e as festas distribuídas ao longo do mês, será preciso preencher cadastro pela internet e ter sorte. Apenas os selecionados — a organização enviará um convite — poderão desfrutar da programação.

Baía de Guanabara

FLAMENGO

Parque Lage, R. Jardim Botânico, 414, Jardim Botânico. De 5 a 21 de agosto. Inscrições: britishhouserio.com

BOTAFOGO

JARDIM BOTÂNICO

Lagoa Rodrigo de Freitas

COPACABANA

IPANEMA

LEBLON

URCA

Portugal Os lusitanos vão chegar ao Brasil como nos tempos do descobrimento, pelo mar. Em vez de um imóvel em terra firme, sua sede terá como endereço o navio-escola Sagres, um veleiro que será cenário de encontros com atletas e de degustações de vinhos e produtos portugueses.

Pça. XV, Centro De 5 a 21 de agosto. Grátis

Holanda

Suíça

Durante o dia, um lugar animado para assistir às transmissões; à noite, uma festa movida a chope e música eletrônica. Esta é a fama da casa holandesa, bem cotada desde sua primeira edição, em 1992, em Barcelona. Além de bar, possui piscina e áreas para prática de esportes indoor e ao ar livre.

O espaço terá três áreas fechadas e um parque ao ar livre. Rinque de patinação no gelo, cabine de teleférico giratória, trem suíço e uma chocolateria estão entre as opções de entretenimento. Dos convidados, os tenistas Roger Federer e Martina Hingis são os mais aguardados entre os 100 atletas da delegação.

Clube Monte Líbano, Av. Borges de Medeiros, 710, Leblon De 5 a 21 de agosto. € 15

Campo de beisebol da Lagoa Rodrigo de Freitas. De 1º de agosto a 18 de setembro. Grátis

Qatar

Milad, o chef de cozinha mais famoso do Brasil, assinará o cardápio da delegação do Qatar em sua sede, na Casa Daros. Milad, afinal, é o primeiro nome de ninguém menos que Alex Atala, que tem ascendência árabe. O espaço, suntuoso, terá um típico souk (mecado), com venda de comidas, demonstrações de pintura e caligrafia e projeções de corridas de camelos.

Casa Daros, R. General Severiano, 159, Botafogo. De 5 a 21 de agosto. R$ 20, com direito a dois petiscos

PARA

POUQUÍSSIMOS Nem todas as hospitality houses serão abertas ao público em geral. Uma das mais opulentas, a Casa da Itália, receberá apenas convidados. E, focada em impulsionar a candidatura de Roma a sede em 2024, a eles oferecerá tudo do bom e do melhor. Instalada no Clube Costa Brava, no Joá, área de vista espetacular, terá show com o tenor Andrea Bocelli, cardápio feito pelo chef Davide Oldani, loja Armani e spa. Até os abastados sócios do clube terão entrada limitada durante o período. Já a sede dos Estados Unidos ficará no tradicional Colégio São Paulo, no Arpoador, e receberá apenas atletas e convidados, em festas e coquetéis para celebrar as conquistas de medalhas. O único espaço aberto ao público será uma loja da grife Ralph Lauren.

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 49

Checklist

CIDADES

eleitas

1 50

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DE LONDRES A BARCELONA, CONHEÇA AS PRINCIPAIS ATRAÇÕES E HISTÓRIAS CURIOSAS DAS LOCALIDADES QUE RECEBERAM AS ÚLTIMAS EDIÇÕES DO MAIOR EVENTO ESPORTIVO DO MUNDO POR

VITÓRIA BATISTOTI

Londres 2012

O bairro que mais ganhou com o evento foi Stratford, onde foi instalado o moderno e tecnológico parque Rainha Elizabeth — e plantadas centenas de árvores. Nem por isso a região atrai hoje muitos turistas. Também, pudera. Impossível concorrer com os famosíssimos Big Ben, London Eye (foto), Palácio de Westminster e outras atrações localizadas no coração de Londres.

NA MEMÓRIA Na final do futebol masculino, o Brasil perdeu de 2 a 0 para o México, que fez o gol mais rápido da história da competição, aos 30 segundos de partida

2 Pequim

Fotos: Pawel Libera; iStock.com /Sandra vom Stein; Divulgação

2008

Com design inovador e uma iluminação noturna que se reflete em seu espelho d’água, o Estádio Ninho de Pássaro, erguido para a competição de 2008, tornou-se o novo cartão-postal da China. Sua modernidade contrasta com os principais pontos turísticos da capital, como a Praça da Paz

Celestial (foto), o Templo do Céu e a Cidade Proibida, antigo Palácio Imperial, construído segundo os preceitos do feng shui.

NA MEMÓRIA A atleta Maurren Maggi voltou para casa com o primeiro ouro individual feminino do Brasil, conquistado na prova de salto em distância

Atenas 2004

Ao receber pela segunda vez a competição na era moderna— a primeira foi em 1896 —, a capital grega exaltou sua herança histórica, presente em locais tão célebres quanto a Acrópole (foto), o Partenon e a Ágora Antiga, todos ornados com enormes colunas de mármore e esculturas. Mas também deixou claro que possui um lado cosmopolita, em que tavernas, cafés e o porto de Pireu, o maior do país, atraem moradores e turistas.

NA MEMÓRIA O brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a maratona quando, a 7km do final, foi agarrado e empurrado para fora da pista pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan. O atleta voltou à disputa, mas ficou com o bronze

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E

Checklist

Sydney 2000

Conhecida por sua riqueza natural, a Austrália marcou a história por ter organizado o primeiro torneio que levou em conta o meio ambiente. Enquanto as residências dos atletas foram abastecidas com energia solar, toda a baía de Sydney passou por um processo de limpeza. Ela é cortada pela bela Harbour Bridge, vizinha da Opera House (foto), casa de concertos que abriga ainda restaurantes e lojas.

NA MEMÓRIA Apesar de conquistar 12 medalhas, a delegação brasileira não ganhou nenhum ouro em Sydney, depois de cinco edições seguidas subindo no topo do pódio

1996

O centenário do evento teve como cenário a capital da Geórgia, que ergueu o Centennial Olympic Park. Infelizmente, o local não recebeu apenas provas esportivas, mas também foi alvo de um atentado em que houve a explosão de uma bomba que matou duas pessoas e deixou mais de 100 feridas. Hoje, o espaço é para diversão: além da refrescante fonte colorida (foto) e da imensa área verde, tem como vizinho o Georgia Aquarium.

NA MEMÓRIA Na edição em que o vôlei de praia entrou para a competição, o Brasil garantiu um ouro (Jacqueline Silva e Sandra Pires) e uma prata (Mônica Rodrigues e Adriana Samuel)

Barcelona 1992

Fotos: iStock.com /Mari; Divulgação

Atlanta

Exemplo de legado positivo, a cidade espanhola aproveitou a realização do evento em 1992 para melhorar sua rede de saneamento, a iluminação, as vias e transformar a degradada região portuária em centro de lazer. Praias como a Barceloneta

A Azul e seus parceiros levam você a todos esses destinos. Confira as opções em voeazul.com.br

subiram ao posto de atração turística, ao lado de ícones como a Igreja Sagrada Família e o Parque Güell (foto), projetados por Antoni Gaudí.

NA MEMÓRIA O Brasil levou seu primeiro ouro em esportes coletivos com a seleção masculina de vôlei

Amazônia

MISTÉRIOS DA FLORESTA P O R MARINA AZAREDO F OTO S FERNANDA FRAZÃO

UMA AUTÊNTICA EXPERIÊNCIA AMAZÔNICA COM O CONFORTO DE UM CRUZEIRO DE LUXO É A PROPOSTA DO IBEROSTAR GRAND AMAZON EM SEU ROTEIRO PELO RIO NEGRO. PREPARE-SE PARA VER PAISAGENS DE TIRAR O FÔLEGO, CONHECER RICAS FAUNA E FLORA E ESCUTAR MUITAS LENDAS LOCAIS

Amazônia

pesar dos 49 anos de andanças pela Amazônia, Edson Piro nunca deixou de respeitar a floresta. Índio da etnia piro, originária da fronteira do Brasil com o Peru, ele vive desde os 15 anos nos arredores de Manaus, onde trabalha como guia turístico em passeios pelos rios Negro e Solimões. Das jornadas com os viajantes ele não se esquece de um episódio marcante. Aconteceu quando acompanhava um grupo de estrangeiros em um pernoite na mata. Com o acampamento montado e os turistas já adormecidos, começou a ouvir um assobio, o que, entre os povos indígenas, é indício de que os deuses vieram buscar uma alma. “Passei a noite em claro achando que nem veria o sol nascer. Quando acordei, percebi que era só um pássaro”, lembra.

Com uma área de mais de cinco milhões de quilômetros quadrados — 60% destes em território brasileiro —, a Amazônia é uma terra cheia de mistérios e lendas, uma floresta gigantesca que compreende a maior biodiversidade do planeta e ainda hoje tem pouca presença humana. É, de certa forma, amedrontadora para quem ali chega pela primeira vez. No Estado do Amazonas, além da metrópole Manaus, apenas pequenas cidades e comunidades indígenas povoam as margens dos diversos rios e afluentes. O melhor jeito de explorar essa imensidão verde é, portanto, navegando ao lado de quem a conhece bem. Entre as inúmeras opções de barcos que partem do porto da capital amazonense para navegar pela região, o Iberostar Grand Amazon é a escolha perfeita para o viajante que quer entrar em contato com a natureza, mas também dormir em uma cama

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confortável e fazer refeições com bons vinhos e serviço atencioso. Em operação desde 2005, ele é um intermediário em relação às embarcações regionais amazônicas e os grandes navios de cruzeiro que operam no litoral. Com 75 cabines, transporta até 150 passageiros. O roteiro pelo Rio Negro dura quatro ou cinco noites e oferece uma experiência mais “selvagem” comparada ao tour pelo Solimões — ambos terminam no famoso encontro das águas, quando são vistos o barrento Solimões e as águas escuras do Negro correndo lado a lado sem se misturar, devido a velocidades, temperaturas e níveis de acidez diferentes. Pouco movimentado, o Negro tem menos trânsito de embarcações e é mais tranquilo, o que proporciona um navegar quase imperceptível. A probabilidade de sofrer de enjoos por conta do balanço é praticamente nula.

Acima, panorĂ˘mica durante o entardecer no Rio Negro; ao lado, o Iberostar Grand Amazon; e, aqui, menina nativa no pĂer do rio

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Em sentido horĂĄrio a partir desta foto, lancha durante passeio pelo Rio Negro; Ăndia cambeba com macaco; borboleta vista durante tour pela floresta; e boto cor-de-rosa

O primeiro espetáculo da natureza pode ser observado logo no início da viagem. O Iberostar deixa o porto de Manaus sempre no fim da tarde, e o deslumbrante pôr do sol já dá uma ideia do que a natureza vai exibir nos dias que virão: uma abundância de cores, encantos e surpresas. Mas, apesar da piscina e das instalações confortáveis, que volta e meia podem até ser tentadoras para quem está em férias, o melhor jeito de ver de perto a magia da floresta é saindo do navio. Todos os dias, de manhã e à tarde, são oferecidos passeios de lancha para observação da flora e da fauna do bioma amazônico e também de comunidades ribeirinhas. Para conhecer a rica vegetação, o melhor período é a cheia, que vai de dezembro a junho, quando o nível das águas dos rios sobe e eles praticamente beijam a copa das árvores. É nessa época que as pequenas embarcações conseguem entrar nos igarapés, cursos d’água dentro da mata que permitem ao turista ver de pertinho seringueiras, tarumãs e outras espécies locais. O passeio mais esperado, porém, é o que leva até a região de Novo Airão, onde, em uma plataforma, os visitantes

podem tocar, abraçar e tirar fotos com os botos cor-de-rosa que vivem soltos por ali. Já o tour mais eletrizante é realizado depois que o sol se põe. A partida para a focagem de jacarés é realizada quando a floresta está completamente às escuras e a única fonte de luz é mesmo a lanterna dos guias. Exímios conhecedores do local, eles navegam tranquilamente e em velocidade considerável, injetando uma dose extra de adrenalina na aventura. O objetivo é observar de perto os jacarés — três espécies diferentes vivem no Negro: jacaré-açu, jacaré-tinga e jacaré-pedra —, e o staff é habilidoso. Quando você menos espera, os guias colocam as mãos na água escura e voltam com um exemplar do animal. E, assim que os turistas terminam a sessão de fotos, eles são devolvidos ao seu habitat. Agora, se o objetivo for relaxar, há ainda a pitoresca pesca de piranhas no Rio Ariaú. Basta jogar o anzol na água com uma isca que elas aparecem. Ao sentir um puxão mais forte, recolha rapidamente a sua linha e, se a piranha não for mais esperta do que você — elas são hábeis em apenas roubar a isca —, lá estará seu peixinho, que também deverá ser colocado de volta no rio.

LOCAIS

Artesanato

As comunidades ribeirinhas têm farta oferta de trabalhos manuais. Destaque para os colares e tiaras feitos com semente de açaí (R$ 20) e as máscaras decorativas (R$ 20)

Jambu

Ingrediente trivial da culinária amazonense, é usado no preparo do tacacá, caldo servido com goma de tapioca e camarão seco. No Mercado Municipal de Manaus, três maços saem por R$ 5

PARADA CLÁSSICA Como o passeio pelo Rio Negro sai do porto de Manaus, a deixa é perfeita para que o turista aproveite um ou dois dias na capital amazonense. Ali, a grande atração é o Teatro Amazonas (foto), localizado no Largo de São Sebastião e inaugurado no auge do Ciclo da Borracha, em 1896, para ser um lugar de encontro da elite da época. Nas visitas monitoradas, os guias apresentam a sala de espetáculos e outros ambientes, como o quarto

dos cavalheiros e o das damas, antes reservados para o intervalo das peças e que atualmente recebem mostras temáticas, como uma exposição de figurinos de antigas óperas. Outros endereços que valem a visita são o Mercado Municipal, lugar certeiro para a compra de ingredientes da culinária regional, e o Palácio Rio Negro, prédio que foi residência de importantes barões da borracha e também antiga sede do governo estadual.

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 59

Dança típica de uma das comunidades ribeirinhas; e, abaixo, tapioca preparada por dona Neide

Como uma viagem não é completa sem conhecer os nativos, o roteiro inclui ainda passeios à comunidade indígena Cambeba, que luta para conciliar tradição e modernidade — depois de mais um dia sem nenhum acesso à internet, é aqui que o viajante encontra Wi-Fi —, e visita a uma casa típica da população ribeirinha, onde a moradora dona Neide prepara uma deliciosa tapioca com castanha. A gastronomia, aliás, é um dos pontos altos da experiência. Da cozinha do navio, saem receitas que enchem os olhos e abrem o apetite de quem chega ao restaurante Kuarup, que funciona em sistema de bufê. A especialidade, claro, são os peixes da região, como tambaqui, pirarucu, pacu e tucunaré. Preparados assados, fritos ou empanados, são os astros de almoços e jantares. No café da manhã, além do suco verde, o quitute imperdível é o x-caboclinho, deliciosa tapioca de queijo com tucumã, um fruto local alaranjado e com sabor bastante indefinido. Alguns juram que é adocicado, enquanto outros têm certeza que ele puxa para o salgado. Mais um dos mistérios da Amazônia.

60 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Amazônia

DICAS DE QUEM FOI O melhor de ficar no Rio Negro durante cinco dias é não ter telefone, jornal, e-mail, Facebook, WhatsApp, Twitter. Nada vez nada. Nenhuma informação ou problema externo. Cinco dias por ano: a gente merece! Ficamos nas nuvens, rodeados de água. Vá por mim. E volte por você.

Mario Prata

O barco é superbonito e a equipe que trabalha nele, muito atenciosa. O passeio é um descanso para os olhos, para a alma. Continente de infinitos tons de azul e verde, a Amazônia é a suprema rede ecológica que nos reconecta com o que há de mais importante: a vida.

Clarice Niskier

ESCRITOR

ATRIZ

Minha experiência no Rio Negro foi inesquecível. O navio é muito confortável, a comida, farta, e a tripulação, gentil. Insisto com todos os amigos: levem seus filhos à Amazônia. É natureza em estado puro, assim como Deus a criou. Muito melhor do que qualquer Disneylândia.

Rio Negro Novo Airão Manaus

Frei Betto

Brasil

Tropical Manaus Ecoresort

Localizado às margens do Rio Negro, já dá um gostinho da floresta, embora não esteja propriamente no meio do mato. Sua estrutura impressiona: tem um zoológico com 22 espécies de animais, cinco restaurantes e piscina com bar aquático.

Av. Coronel Teixeira, 1320, Ponta Negra, Manaus (92) 2123 5000 / tropicalmanaus.com.br

Banzeiro Comida Amazônica

COMO IR A Azul leva você a Manaus. Há voos diretos a partir de Campinas, Belo Horizonte e outras cidades brasileiras.

Mais informações: 4003 1118 / voeazul.com.br

IBEROSTAR GRAND AMAZON Uma noite no Comfort Hotel Manaus e quatro noites no navio, em cabine dupla Saída em 2/10/2016 (de Viracopos)

Ilan Brenman

ESCRITOR

ONDE COMER

10x de

Como diz o ditado: "a felicidade mora ao lado". Muitas vezes procuramos belezas naturais fora do nosso País, mas presenciar a grandiosidade do Rio Negro e tudo que o abraça é imperdível. O pôr do sol mais lindo que vi na minha vida foi nessa viagem.

ESCRITOR

ONDE FICAR

RR Rio Solimões

Desde 2001, o projeto Navegar é Preciso organiza viagens a bordo do Iberostar Grand Amazon, em que artistas comandam bate-papos sobre literatura e música. Quatro deles falam de suas experiências

422,30

sem juros

azulviagens.com.br / 4003 1181

62 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Holiday Inn

De perfil mais corporativo, conta com 238 apartamentos e suítes divididos em três categorias. Todos são equipados com internet banda larga, TV a cabo e minibar. As camas têm uma seleção de travesseiros marcados individualmente como "macio" ou "firme".

Av. Rodrigo Otávio, 3721, Crespo, Manaus (92) 3182 0100 / holidaymanaus.com.br

Amazônico Peixaria Regional

Natural de Santa Catarina, o premiado chef Felipe Schaedler rendeu-se aos sabores e temperos do Norte. Ele prepara pratos como o lombo de tambaqui premium, assado na parrilla e acompanhado de cebola assada, farofa Uarini com bacon de pirarucu e arroz branco.

A casa, aberta em 2014, também privilegia os ingredientes regionais em suas receitas. Pratos como o pastel de pirarucu seco com banana e o rocambole de tambaqui recheado de banana pacovã e queijo de coalho estão entre os preferidos dos frequentadores.

R. Libertador, 102, N. Sra. das Graças, Manaus (92) 3234 1621 / restaurantebanzeiro.com.br

Av. Darcy Vargas, 226, Parque Dez de Novembro, Manaus (92) 3236 0546

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA Devido à acidez das águas do Rio Negro, os mosquitos não são um problema quando se está no navio. Porém, para as caminhadas na mata, o repelente é imprescindível. Os guias também recomendam usar calças compridas, para evitar possíveis picadas de cobras.

Os sinais de internet e de telefone desaparecem logo na primeira noite do passeio. Por isso, vá preparado com uma seleção de boas leituras para as horas de ócio. Aos desprevenidos, o navio conta com uma minibiblioteca a bordo.

Passeios de Trem

PELOS TRILHOS DO BRASIL P O R MARINA AZAREDO F OTO S FERNANDA FRAZÃO

Litorina de Luxo que faz o percurso entre Curitiba e Morretes

O TURISMO DE TRENS AGRADA QUEM GOSTA DE NATUREZA, HISTÓRIA, CULTURA E ATÉ GASTRONOMIA. CONHEÇA ROTEIROS QUE MOSTRAM AS BELEZAS DO PAÍS A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA DIFERENTE

medida que se aproxima da plataforma, o apito da locomotiva ganha volume e avisa que uma viagem pautada pelo saudosismo está prestes a começar. Imponente, e com pintura perfeita, o trem remete a um Brasil do passado. Acomodar-se nos assentos dos vagões já é uma experiência de outro tempo. Assim como apreciar as paisagens rurais ao som de músicas que marcaram épocas. Principal meio de transporte no Brasil até meados do século 20, quando a indústria automobilística ganhou força e milhares de quilômetros de estradas foram construídos, os trens ficaram esquecidos por décadas. Agora, porém, voltam como opção de turismo para viajantes interessados em conhecer o País a partir de uma nova perspectiva — que pode incluir um serviço de bordo luxuoso ou rústico. Só a Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais (Abottc) reúne 22 linhas espalhadas pelo País, que fazem trajetos com diferentes extensões e atrativos. Alguns já são figurinhas conhecidas, como o Trem do Corcovado, no Rio de Janeiro. Mas há roteiros com natureza surpreendente, como o da Serra do Mar paranaense, que liga Curitiba a Morretes, e outros que passam por destinos pouco lembrados pelos guias de viagem, caso do que vai de Campinas a Jaguariúna, no interior de São Paulo.

LUXO EM MEIO À MATA ATLÂNTICA A distância que separa Curitiba de Morretes, na região litorânea do Paraná, até pode ser percorrida de carro, mas a bordo da Litorina de Luxo ganha dose extra de charme e requinte. A Serra Verde Express, empresa que faz o passeio de 110 km, possui três litorinas — automotrizes que operam com um carro somente —, além de um trem que tem capacidade para 1.104 passageiros. Com apenas 22 lugares, a Copacabana tem decoração inspirada nos tempos áureos dos caminhos de ferro brasileiros, em que se destacam os móveis de madeira nobre e os estofados de couro e veludo, além de referências ao bairro carioca — as outras litorinas homenageiam Foz do Iguaçu e a própria Curitiba. Uma taça de espumante é servida ao passageiro logo após seu embarque e, ao longo das três horas de passeio, ainda é servido um farto café da manhã, com pães, frios e sucos. Enquanto isso, um trecho intocado da Mata Atlântica passa pela janela: espécies vegetais, como pau-brasil, imbuia e bromélias, e animais, como o macaco-brejo e o tamanduá, podem ser observados no decorrer do trajeto, que passa por 13 túneis e 41 pontes. A que fica sobre o Rio São João, construída com aço belga em 1885 e com altura de 55 metros, tem uma vista de tirar o fôlego. E o Viaduto do Carvalho, erguido sobre rochas, dá a sensação de flutuação em meio ao verde. Após a chegada a Morretes, simpática cidade de 16 mil habitantes, é hora de conhecer suas ruas estreitas e o artesanato local. Quando bater a fome, o barreado é a solução. Prato típico da região, consiste basicamente em uma porção de carne cozida dentro de uma panela de barro com tampas vedadas. O tempo de cozimento é longo para que a carne se desfaça por completo, resultando em um caldo espesso que é servido com farinha. Saborosíssimo!

O passeio custa entre R$ 108 e R$ 328 serraverdeexpress.com.br

Brasil

PR No alto, túnel do trajeto entre Curitiba e Morretes; à esquerda, viajante na charmosa Copacabana

Morretes

Curitiba

SC A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 67

Passeios de Trem

Brasil Ao lado, músico do grupo Nostalgia Musical; no alto, Botequim da Estação, em Jaguariúna; acima, maquinista do trem

MG Jaguariúna Campinas

MEMÓRIAS DO INTERIOR PAULISTA De Campinas, principal hub da Azul, sai a maria-fumaça do início do século 20 que leva até Jaguariúna, em um percurso que muda conforme o desejo do freguês: há a opção de ir e voltar, em uma viagem de três horas e meia, ou desembarcar na cidade vizinha, uma hora e meia após a partida. Ao longo do trajeto pelos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, os passageiros são informados sobre curiosidades da ferrovia, da locomotiva, das fazendas da região e das estações Pedro Américo, Tanquinho, Desembargador Furtado e Carlos Gomes, nas quais há curtas paradas. O entretenimento fica a cargo do grupo Nostalgia Musical, que toca clássicos da música brasileira em ritmos como vanerão, samba e sertanejo — e passa o chapéu ao som da marchinha Me Dá um Dinheiro Aí. “Nosso objetivo é oferecer um passeio interessante para as crianças e também

68 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

para as pessoas mais velhas, que muitas vezes andavam de trem na infância ou na juventude e chegam aqui cheias de saudosismo”, conta Vanderlei Alves, gerente responsável pelo trecho, operado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). Na estação de Jaguariúna, o viajante é convidado a conhecer o funcionamento do veículo a vapor, observar a lenha queimando e o sino e o apito em funcionamento, além de acompanhar a operação de giro da locomotiva, quando são iniciados os trabalhos para o percurso de retorno. Os que ficam na cidade podem finalizar o tour deliciando-se com os bem servidos PFs do Botequim da Estação.

O passeio custa entre R$ 70 e R$ 100 mariafumacacampinas.com.br

CAMINHOS IMPERIAIS

Brasil No alto, a locomotiva de 1928 do Trem das Águas; acima, funcionário na estação de São Lourenço abastecendo o veículo com lenha

Varginha

MG Soledade de Minas São Lourenço

RJ SP

O mineiro Trem das Águas, que parte de São Lourenço (a 120 km de Varginha, cidade servida pela Azul) e vai até Soledade de Minas, trafega sobre um trecho de dez quilômetros de uma ferrovia projetada e construída pelos ingleses há 115 anos. Seu maior atrativo? O fator histórico. Era este o trajeto percorrido por D. Pedro II e sua comitiva quando o imperador buscava o clima ameno e a salubridade das águas das Minas Gerais. A trilha sonora nos vagões, puxados por uma locomotiva de 1928, é dedicada aos ritmos locais, sob o comando do grupo Violeiros do Trem das Águas. Quem viaja na classe especial, além do assento estofado — os bancos são de madeira no restante do trem —, ainda desfruta de uma degustação de queijos, cachaças, sucos, doces e outros quitutes tradicionais. Uma vez na região, assim como fazia D. Pedro II, não deixe de conhecer o poder das águas medicinais de São Lourenço. O Parque das Águas tem fontes minerais ferruginosas, sulfurosas e alcalinas. No balneário, há banhos de espuma e sais, ducha escocesa e massagens, por preços bastante acessíveis.

O passeio custa entre R$ 55 e R$ 75 abpfsuldeminas.com/trem-das-aguas

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 69

Passeios de Trem

Conheça outras opções de passeios de trem que circulam pelas ferrovias do País

Foto: Zéto Telöken

NÃO PERCA TAMBÉM

Trem do Vinho

O tradicional passeio da Serra Gaúcha começa na estação de Bento Gonçalves, onde os turistas são recepcionados com uma degustação de vinhos locais. Ao tocar o sino da locomotiva, todos embarcam na viagem que traduz o jeito de ser dos imigrantes italianos, seus costumes e sua tradição. Na parada em Garibaldi há música típica, degustação de espumante moscatel e suco de uva. Após a breve parada, o trem segue até vencer os 23 quilômetros do percurso (feitos em duas horas), que termina na pequena cidade gaúcha de Carlos Barbosa. Ali, outras canções italianas dão o tom da recepção organizada para os viajantes.

Entre R$ 110 e R$ 120 giordaniturismo.com.br

Trem de Guararema

Trem do Forró

A composição com três carros de madeira fabricados na Inglaterra entre 1896 e 1937 é tracionada por uma locomotiva a vapor fabricada nos Estados Unidos em 1927, a maior em atividade no Brasil. O trecho percorrido vai da Estação Central de Guararema até a Vila Luis Carlos, num total de 6,8 km em que a natureza da região metropolitana de São Paulo é o grande atrativo.

Munidos de zabumba, triângulo e sanfona, um trio de músicos toca o autêntico forró pé-de-serra ao longo do trajeto entre Recife e Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco — são 84 km e seis horas de passeio (ida e volta). Além da música, a comida também é típica: canjica, pamonha, pé de moleque, milho cozido e bolo de rolo podem ser degustados a bordo.

R$ 50. tremdeguararema.com.br

R$ 160. tremdoforro.com.br

Ouro Preto–Mariana

Trem das Termas

A antiga ferrovia que liga as duas cidades históricas mineiras data de 1883, mas foi revitalizada entre 2004 e 2006. Em seus 18 km, percorridos em uma hora, é possível apreciar montanhas, cânions, rios e cachoeiras, como a do Tombadouro. Com estrutura transparente, o vagão panorâmico oferece as melhores vistas da região.

O trajeto catarinense de 25 km começa em Piratuba e termina em Marcelino Ramos. No caminho, observam-se pequenas propriedades rurais e uma antiga vila ferroviária. O ponto alto do tour é a travessia do Rio Uruguai, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, sobre uma ponte metálica de 455 metros de extensão.

Entre R$ 40 e R$ 80. tremdavale.org

R$ 85. abpfsc.com.br/web/piratuba

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Hotspot

Simpatia mineira UMA DAS PRINCIPAIS RELÍQUIAS DO BARROCO BRASILEIRO, O CENTRO HISTÓRICO DE TIRADENTES (MG) REÚNE IGREJAS, LOJAS E ENDEREÇOS CULTURAIS QUE EXALTAM A TRADIÇÃO LOCAL. TAMBÉM CONHECIDO POR SUA COZINHA PRIMOROSA — A 19ª EDIÇÃO DO FESTIVAL CULTURA E GASTRONOMIA SERÁ DE 26 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO —, O LOCAL AGRADA COM RESTAURANTES CUJOS CARDÁPIOS VÃO DAS TRADICIONAIS RECEITAS REGIONAIS ÀS CRIAÇÕES TAILANDESAS POR

MÔNICA REOLOM

5 10 7

3 2

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Igreja de Santo Antônio

Um dos cartões-postais de Tiradentes, está situada num terreno elevado e, por isso, pode ser avistada de todos os pontos da cidade — lembrete de uma época em que a religião guiava a vida dos moradores. De 1810, a fachada desenhada por Aleijadinho tem duas torres e um relógio de sol. Os detalhes internos deixam em evidência a quantidade exagerada de ouro usada em sua construção tipicamente barroca: 482 kg.

R. da Câmara, esquina com R. Padre Toledo, s/nº

Centro Cultural Yves Alves

Design by Somers

Desde sua inauguração, em 1998, o espaço oferece gratuitamente sessões de cinema, eventos, exposições e espetáculos musicais, teatrais e de dança. A instituição ainda dá cursos de piano e teatro, atendendo crianças e jovens. Seu nome presta homenagem a um fluminense defensor do patrimônio de Tiradentes e especialista nas manifestações artísticas do barroco.

A região mineira é uma das maiores produtoras de estanho do Brasil, e é no centro de Tiradentes que está um dos ícones do design envolvendo a liga de metal. Filho de John Somers, inglês que foi precursor da indústria de estanho na década de 70, Gregory e sua mulher vendem e customizam objetos, como jarras e bandejas. Os talheres com cabos personalizados são as peças mais cobiçadas, especialmente por noivos.

R. Direita, 168 (32) 3355 1604 / fiemg.com.br

R. Direita, 159 (32) 3355 2813 / designbysomers.com.br

Ilustração: Johnny Brito. Fotos: Gui Gomes; Lufe Gomes

Uaithai Bistrô

Novidade fresquinha na cidade (foi aberto em setembro de 2015), apresenta menu ousado, com receitas que misturam propostas da culinária tailandesa com ingredientes da cozinha mineira — o carrochefe é o Mangethai, que leva filé-mignon, ervilha, cebola roxa, shitake, gengibre, tâmaras e pimentões. Fundada pelo chef Ricardo Martins e por seu irmão, o fotógrafo Lufe Gomes, a casa exibe itens trazidos da Tailândia em viagem feita pelos dois em 2013.

R. Direita, 205 (32) 99927 9903 / uaithai.com.br

Hotspot

Ouro Canastra Q’jaria

A proposta do espaço é retomar a venda de secos e molhados à moda antiga, com itens fabricados por pequenos produtores locais de forma artesanal. Os grandes protagonistas são os queijos, sobretudo os da região da Serra da Canastra, cujas características são a densidade e o sabor levemente apimentado. Também é possível encontrar geleias, pimentas, cervejas e azeites.

R. Direita, 26 / (32) 8703 9421

Museu da Liturgia

Maria Fumaça

Único local dedicado ao tema na América Latina, tem um acervo de 420 peças sacras dos séculos 18 a 20, que celebra a devoção religiosa da região mineira. O espaço leva o visitante a conhecer os rituais cristãos por meio de pinturas, peças de madeira e instalações multimídia. Um aplicativo para celular permite explorar o conjunto das obras.

Com mais de 15 anos de história, a loja tem como lema vender “saudades, recordações e diversões” em forma de brinquedos. São itens como fantoches, jogos de alfabetização, casinhas de madeira e até livros, tudo com o intuito de educar ao mesmo tempo que entretém. O local também se dedica a projetos personalizados de brinquedotecas e bibliotecas infantis.

R. Jogo de Bola, 15 (32) 3355 1552 / museudaliturgia.com.br

R. Direita, 266A (32) 3355 1622 / mariafumacabrinquedos.com.br

Ateliê do Arquiteto

Pacco & Bacco

O restaurante combina o cenário de um antigo casarão colonial, onde está localizado, com uma cozinha internacional contemporânea. Chama a atenção a iluminação: suave nas mesas e intensa na parede coberta de vinhos. A adega, grande destaque da casa, conta com mais de 150 rótulos para todos os bolsos. Comece a harmonização com a refrescante salada com tartare de salmão (foto).

R. Direita, 166 (32) 3355 1136 / paccobacco.com.br

Fotos: Alberto Lopes; Bianca Aun; Divulgação

Formado em arquitetura e urbanismo, o paulista de Guaratinguetá Sergio Ramos começou a desenhar ainda jovem. Hoje, se dedica exclusivamente às pinturas, neste ateliê que é também mostruário e loja. Em tons de laranja e azul, suas obras “escondem” em meio aos traços geométricos instrumentos musicais, animais e itens do cotidiano, como telefones e bicicletas.

R. da Câmara, 83 (32) 3355 2690 / atelierdoarquiteto.com.br

Tragaluz

Um dos encantos deste restaurante é o seu cardápio: montado como literatura de cordel, traz desenhos das atrações da cidade e histórias como a da Pintada Tragaluz, uma galinha d’angola, principal prato da casa. Uma atmosfera intimista é produzida pela luz de velas e pelas paredes de madeira de demolição, itens que, juntos, conferem um ar rústico.

R. Direita, 52 (32) 3355 1424

A companhia opera voos para Belo Horizonte, a 190 km de Tiradentes, a partir de várias cidades do País. Confira as opções em voeazul.com.br

Um mundo melhor está em obra.

E, p a r a a T i g r e, i n o v a ç ã o é m a t é r i a - p r i m a . Todo ano, a Tigre lança em média 500 novos produtos. Foi a primeira a usar plástico sustentável na construção civil e trouxe os tubos de PVC para o Brasil. O que, além de pioneirismo, mostra seu jeito de fazer negócio ouvindo o mercado e antecipando tendências. Um mundo melhor está em obra. E , n o q u e d e p e n d e r da g e n t e , e s t a o b r a n ã o f i c a u m d i a pa r a da.

t i g r e . c o m . b r

É TIGRE pra toda obra.

Som ambiente

Beleza selvagem

Dizem que o balneário ficou conhecido depois que o jornal inglês The Guardian o colocou entre as praias mais belas do Brasil. O que de fato é. Mas o lugar guarda outros encantos, como a praça central, com forró e samba ao vivo nos bares que a rodeiam.

Banco de areia

Na estação quente (de agosto a dezembro) a Ilha do Amor emerge em frente à pracinha e torna-se local disputado, com várias barracas. Diversas canoas fazem a travessia até lá (paguei R$5) — aproveite para observar a água cristalina do rio.

Alter do Chão não é uma praia de rio qualquer. É especial, no meio da selva amazônica, com areias finas e as águas claras do Tapajós. O lugar apresenta um cenário único, com muitos pássaros e árvores grandiosas.

Encanto amazônico

PAULA KUBO, COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO INTERNA E CULTURA DA AZUL, SUGERE ATRAÇÕES DE ALTER DO CHÃO (PA), BALNEÁRIO A 37 KM DE SANTARÉM QUE COMBINA O VERDE DA FLORESTA COM AS ÁGUAS CRISTALINAS DO RIO TAPAJÓS

Delícias do mar Tucunaré, tambaqui, filhote, pirarucu e outros peixes amazônicos brilham nos cardápios locais. Minha sugestão é o pescado assado na folha de bananeira servido com farofa de camarão e banana do Restaurante Farol da Ilha (foto).

Cenário duplo

Um lembrete importante para quem vai a Alter é prestar atenção na época da viagem. Afinal, as praias “aparecem” apenas no verão amazônico, na vazante do Tapajós. No resto do ano, a água predomina e a vegetação é ainda mais abundante.

A Azul leva você a Alter do Chão. A companhia opera voos para Santarém desde Belém e Manaus. Confira todas as opções em voeazul.com.br

Fotos: Chema Llanos; Tiago Silveira; Débora Diniz; Paula Kubo; Divulgação

Dica do Tripulante

Executiva Foto: Haroldo Saboia

GRANDES NEGÓCIOS E EMPREENDEDORES DO BRASIL

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Os valores, as conquistas e os planos da Embraer

Os cobiçados ketchups artesanais da família Strumpf

Os atendimentos gratuitos do Instituto Sorridents

Entrevista

EU COMBATI UM BOM COMBATE Desde 2007 à frente da Embraer, Frederico Curado deixa o posto de diretor-presidente depois de implantar uma série de estratégias que levaram a empresa a ser líder global no mercado de jatos comerciais de até 130 assentos POR

BRUNA TIUSSU

RETRATO GUI GOMES

trajetória de Frederico Curado, 55 anos, se desenvolveu lado a lado com a da Embraer, fabricante de aeronaves que é motivo de orgulho para o Brasil. Logo que se formou engenheiro mecânico no

Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o carioca ingressou na companhia, em 1984. De lá para cá, passou por

áreas diversas, assumiu posições na gerência e na diretoria e, em 2007, tornou-se diretor-presidente. Um percurso que lhe permitiu participar de marcos como a privatização da empresa, a diversificação de seu portfolio, a consolidação da parceria com a Azul — fundada em 2008 por David Neeleman, a aérea brasileira já nasceu com contrato com a Embraer e hoje possui 84 aviões da marca em sua frota — e a implantação de fábricas no exterior. Agora, com a empresa na posição de liderança no mercado de jatos comerciais de até 130 assentos e com uma receita anual de US$ 6 bilhões, o executivo passa o bastão para o colega Paulo Cesar de Souza e Silva com a certeza de que a companhia seguirá trilhando seu caminho de sucesso. A seguir, ele fala das conquistas, dos novos projetos e dos valores da Embraer.

82 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 83

Entrevista

Durante sua gestão a Embraer tornou-se a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais e a quinta de jatos executivos. Quais fatores a levaram a essa posição de destaque? Nós sempre fomos muito felizes em nossa percepção de mercado. Identificamos um nicho e temos a competência de desenvolver um produto absolutamente perfeito para tal aplicação. Ninguém fez isso no setor de aviões de poucos assentos, por exemplo. A Embraer soube fabricar os mais eficientes jatos de 50 e de 100 lugares.

Como o senhor vê o papel de David Neeleman, fundador da Azul, para a Embraer alcançar a liderança no mercado de jatos de pequeno porte? David é um visionário. Uma das pessoas mais competentes que conheci na aviação. Tivemos a felicidade de fechar um contrato com ele no início dos anos 2000, quando fundou a JetBlue. A companhia faria várias rotas que pediam um avião menor. O 190 mostrou-se perfeito. David, então, solicitou 100 unidades. Ele foi o verdadeiro lançador do 190.

Mais tarde, com a fundação da Azul, David reforçou essa parceria? Sim. Ele começou a companhia já com contrato com a Embraer. Utiliza aviões 190 e 195 porque são ideais para as rotas da Azul. David questiona o status quo: chegou ao Brasil, enxergou o potencial da região de Campinas e investiu em Viracopos, um aeroporto até então esquecido.

LINHA DO TEMPO

IDENTIFICAMOS UM NICHO E TEMOS A COMPETÊNCIA DE DESENVOLVER UM PRODUTO ABSOLUTAMENTE PERFEITO PARA TAL APLICAÇÃO” E trouxe inovações fantásticas, como um serviço de bordo diferente, ônibus que ligam São Paulo a Viracopos, a TV ao vivo, além dos aviões menores.

Ao longo da última década, o portfolio da Embraer passou por uma diversificação, certo? Sim. A Embraer foi fundada em 1969 e precisava se diversificar. Enxergamos no mercado uma oportunidade, e, então, o desenvolvimento de jatos executivos e de defesa cresceu consideravelmente na empresa. Lá atrás, os comerciais correspondiam a 90% de nossa receita. Hoje representam 65%. Os executivos, 20 a 25%, e os de defesa, entre 10 e 15%.

Qual o faturamento anual da Embraer e quanto dele vem das exportações? A Embraer fatura US$ 6 bilhões por ano e exporta 90% de sua produção. Os maiores compradores são os Estados Unidos, depois a União Europeia como um todo, em seguida, a China.

Assim como a Azul, a Embraer tem um DNA inovador. Em que áreas vem trabalhando? E quanto ela investe em pesquisa?

Sempre tivemos inovação na engenharia. Nos últimos três anos, porém, nos esforçamos em inovar em áreas como vendas, financeiro e jurídico. Atuar no produto é muito natural para nós. US$ 650 milhões por ano são destinados a projetos de tecnologia — área que soma seis mil funcionários. É mais de 10% da receita. Uma das vantagens da Embraer é sua solidez. Ela gera caixa e consegue se autofinanciar. Enquanto o Brasil perdeu investment grade, o dela ficou estável.

Um dos projetos atuais é o dos E2, segunda geração da família dos E-Jets — que teve encomenda de 30 unidades pela Azul. Quais as melhorias deste modelo? Os E2 apresentam um enorme salto de desempenho. Mantivemos o que é importante para o cliente: a arquitetura dos sistemas. O piloto vai voar no E2 como se fosse o E1. Mas todo o resto foi melhorado. Trocamos as asas e os motores, os comandos são totalmente eletrônicos, há mais volume para combustível e menor custo de manutenção. Resumindo: terá maior desempenho com custo de operação reduzido. Não à toa, investimos US$2 bilhões nele. É algo que pouca gente sabe fazer.

1969

1973

1983

1994

1999

Fundação da Embraer

Entrega dos primeiros aviões Bandeirante

Lançamento do Brasília, turboélice de alta velocidade

Privatização da empresa

Lançamento da família de jatos 170/190

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Entrevista

Considerando que o tempo médio de desenvolvimento de uma aeronave é de seis anos, a Embraer se encaixa entre as empresas de ciclos longos. Quais os maiores desafios de sua gestão? Quanto aos custos, o real controle está na cadeia de fornecedores — áreas de hidráulica, elétrica, eletrônica, entre outras. Ela é muito forte, com poucos players globais. O esforço está, portanto, em não deixar seus valores crescerem, pois dois terços do custo de um avião são os componentes. Num olhar mais amplo, acredito que o mais difícil seja manter a capacidade de reinvestimento. Se a empresa para de investir hoje, ela começa a morrer daqui a três, quatro anos. Por isso digo que enxergar oportunidades é muito importante neste negócio. E isso não é nada óbvio.

Estar próximo do cliente ajuda na hora de identificar esses nichos de mercado? Quanto mais intimidade com o cliente, maiores são as chances de acertar em um projeto. A Embraer investe em pontos de contato que vão do marketing inicial até o pósvenda. Da primeira conversa até a última entrega de aviões existe um ciclo de 30, 40 anos. Depois, começa uma nova relação, a fase de suporte. Para fidelizar um cliente é preciso fazer um bom pós-venda, como em qualquer setor. Estamos falando em tratar bem, respeitar, ter consistência e ser competitivo.

mil

aeronaves Embraer já foram vendidas até hoje

16 forças aéreas utilizam jatos da empresa

60 19

mil

países contam com aviões da marca

funcionários compõem a equipe Embraer

Essa valorização das pessoas também é feita dentro da companhia? Sim. E a Embraer tem sido bastante reconhecida por isso. Nosso setor tem um ponto curioso: há uma paixão pelo produto. Existe um respeito, um fascínio pelo avião. Ainda vejo uma percepção do tipo Davi e Golias: a Embraer fazendo produtos de primeiro mundo num país complicado como o nosso. Mas não dá para se apoiar apenas nesses dois pontos. Temos uma ótima gestão da cultura da companhia, focada em gente. Nosso programa de excelência empresarial é uma grande ferramenta. Ao juntar esse amor com orientação, você consegue realizações surpreendentes. Isso é visível tanto nos funcionários brasileiros quanto nos norte-americanos e nos europeus.

Esses funcionários são os que trabalham nas fábricas de Melbourne, na Flórida, nos Estados Unidos, e de Évora, em Portugal, correto? Por que produzir também no exterior? Uma organização grande como a nossa precisa se globalizar. A Embraer é hoje uma exportadora brasileira que quer se tornar uma empresa global sediada no Brasil. Tem de ter operação, funcionários e poder de decisão no exterior. Os Estados Unidos representam 72% do mercado de jatos executivos e estar lá é importantíssimo, é um fator competitivo. Em Portugal, chegamos em 2005, quando o governo quis criar um polo de excelência em aeronáutica. Nós nos tornamos, então, a Embraer de Portugal. Lá encontramos mão de obra altamente qualificada e baixo custo de produção. É uma excelente porta para a Europa.

Depois de quase nove anos como diretor-presidente, o senhor está deixando o cargo. Como espera ver a Embraer daqui a 10, 15 anos? Quero vê-la mais forte, diversificada e global. Passei 32 anos na empresa, 22 deles como dirigente, e acredito que combati um bom combate. A Embraer é quase uma filha. Creio que chegou a hora de deixar a filha ir para frente. O caminho da excelência não termina, é preciso estar sempre andando, investindo. Na minha opinião, o grande objetivo de um CEO é assegurar a perpetuidade de seu negócio.

2000

2005

2008

2011

2013

2015

Desenvolvimento da aeronave executiva Legacy

Lançamento do jato executivo Phenon

Entrega do primeiro E-195 à Azul

Inauguração da fábrica em Melbourne, nos EUA

Desenvolvimento da segunda família dos E-Jets

Primeiro voo do avião militar KC-390

86 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Quando um nĂŁo pode, dois se divertem do mesmo jeito.

Grandes relações são as que marcam a nossa vida. E, para a Unimed, isso significa estar sempre ao seu lado, cuidando de você para que possa realizar todos os seus planos.

#ESSEÉOPLANO

Made in Brazil

Eduardo e Flavia Strump no sĂtio da famĂlia, em Itu

CONSISTENTE e com pedaços Fabricados de forma artesanal em um sítio em Itu, no interior de São Paulo, os produtos da Strumpf conquistaram vários estados do Brasil e derrubaram o conceito de que ketchup é sempre igual POR

MÔNICA REOLOM

duardo Strumpf nem era tão fã de ketchup quando saiu para jantar com a família, há quase quatro anos, no St. John, em Londres. Ali, no restaurante do premiado chef Fergus Henderson, o administrador de empresas paulistano provou um que o fascinou de forma a mudar sua vida. De volta ao Brasil, com o tal ketchup como inspiração — e o livro de receitas da casa inglesa em mãos —, ele decidiu testar suas habilidades cozinhando um molho num tacho em seu sítio, em Itu, no interior de São Paulo. O resultado surpreendeu especialmente a filha Flavia: “Ficou tão bom que propus: pai, vamos falar sério sobre isso?” Eduardo topou, e pouco tempo depois nasceu a Strumpf, empresa dedicada à fabricação de ketchups artesanais que tem ele e Flavia no comando. Hoje, há quase dois anos no mercado,

F OTO S

HAROLDO SABOIA

seus produtos alcançaram nove estados brasileiros, além do Distrito Federal. Nesse pouco tempo, a produção quintuplicou, passando para 15 mil potes por mês — a estrutura atual tem capacidade para até 30 mil. O ketchup tradicional, batizado de rústico, já ganhou mais duas variações: o defumado e o muito, muito picante, além de uma espécie de “primo”, o molho barbecue. E existem planos para expandir mais o portfolio, com experimentos (ainda tímidos) em direção à mostarda. A boa fase atual, porém, teve um início um tanto quanto amedrontador para a dupla. Naqueles dias em que começaram a falar sério sobre o ketchup, o mestre-cuca da família, como Flavia define o pai, trabalhou bastante na receita. Sem compromisso, mudava um detalhe aqui, incrementava outro ali. Passaram quase um ano nesses testes, e os amigos eram usados como cobaias. Eles ganhavam potes de presente, provavam e aprovavam a fórmula (não revelada). Mas ainda não havia nada formalizado e nem produção em grande escala.

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 91

Made in Brazil

Até que, em agosto de 2014, a food hunter do grupo de supermercados St. Marche, Claudia Gelpi, amiga de Eduardo, experimentou o molho e decidiu que iria vendê-lo. Encomendou de uma só vez três mil unidades, que deveriam ser entregues dali a um mês e meio. “Nós comemoramos a notícia por dez segundos. Até percebermos que o máximo que havíamos feito eram 30 potes”, lembra Flavia. Para Eduardo, que até então fazia todo o processo manualmente, sobrou a difícil incumbência de formalizar a receita: usar balança, calcular a quantidade de cada ingrediente e verificar temperaturas. Para dar conta da encomenda, os dois ficaram internados por uma semana na cozinha do sítio, numa temperatura ambiente que chegava aos 45

graus, já que o ketchup deve alcançar até 90 graus antes de ser embalado. Após muito empenho e correria, os três mil potes estavam, enfim, prontos. E dentro do prazo. A empresa foi de fato levada a sério quando outras pessoas passaram a se interessar pelo produto. “No começo conquistamos tudo no boca a boca. Depois dessa primeira encomenda, sinto que fui abduzido, e, então, o negócio decolou”, conta Eduardo, que, no momento do “clique empreendedor”, transformou a cocheira do sítio na cozinha industrial da Strumpf. Já os filhos do caseiro tornaram-se funcionários da empresa. Os três, aliás — Beth, Carlinhos e Zé Roberto —, trabalham com alto-astral, o que certamente contribui para o sabor especial do ketchup. >>

SEGREDOS GUARDADOS NO POTE Rústico

Feito com açúcar mascavo no lugar do refinado tradicional

92 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Defumado

Enriquecido com liquid smoke, produto obtido da queima da madeira

Muito, muito apimentado

Leva bhut jolokia, a pimenta mais forte do mundo

Molho barbecue

Tem como base o ketchup defumado acrescido de pimenta e vinagre

Made in Brazil Passo a passo da fabricação dos ketchups Strumpf

SIGA O

MESTRE CONFIRA A RECEITA DO KETCHUP DO RESTAURANTE ST. JOHN, QUE INSPIROU EDUARDO STRUMPF 3,5kg de tomate rusticamente fatiado 1kg de maçã descascada 6 cebolas 800g de açúcar 1 litro de vinagre de malte 2 colheres de sopa de sal 1 colher de chá de pimenta caiena 12 grãos de pimenta-do-reino 12 grãos de pimenta da Jamaica 12 cravos da índia Coloque todos os ingredientes — os grãos de pimenta e os cravos devem estar amarrados em um tecido musseline — em uma panela de aço inoxidável e deixe ferver. Reduza o fogo e cozinhe até que vire uma polpa (cerca de duas horas). Retire do fogo e peneire o conteúdo pressionando-o. Coloque a mistura de volta na panela e esquente até que ela fique homogênea. Distribua o ketchup em frascos e deixe descansar por pelo menos dois dias.

94 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

mil

potes de ketchup são produzidos por mês

16 tomates são utilizados para fabricar cada pote

90 minutos são necessários para cozinhar 80 litros de ketchup

funcionários tem a Strumpf atualmente

O maior diferencial do produto é a consistência. “Ficou claro que a textura do ketchup, com pedaços de tomate, fez a diferença. Nós nos baseamos na ideia de trazer o chutney (molho de especiarias mais grosso) de volta”, explica Flavia. Os primeiros potes tinham abertura larga e a proposta era pegar o ketchup com colher. Eles ainda estão à venda para consumo doméstico, mas a dupla teve de investir em uma alternativa para os restaurantes, que, por exigência da Vigilância Sanitária, não podem oferecer sobre a mesa um produto em que várias pessoas colocam o talher. Hoje, não são os supermercados que mais vendem os produtos Strumpf. A Lanchonete da Cidade, rede de São Paulo que requisitou a fabricação de um ketchup exclusivo para suas lojas, tornou-se o maior cliente da marca. Enquanto tocam a empresa e prospectam novos locais para vender suas mercadorias, pai e filha dedicam-se a outras tarefas, sem ligação com tomates e cozinhas. Flavia é psicóloga e atende em um consultório próprio na capital paulista. Já Eduardo trabalha também com o filho, Roberto, na consultoria ambiental Pangea Capital. A dupla encontra-se com o restante da família — a irmã e filha, Ana, e a mãe e esposa, Regina — preferencialmente no sítio em Itu, local que os Strumpf há muito tempo tentavam tornar produtivo, sem grande sucesso. Com o ketchup artesanal, a propriedade finalmente encontrou sua verdadeira vocação. strumpf.com.br

@filabr

/fila.br

Por um Mundo Melhor

Para distribuir sorrisos

ão é na Avenida Paulista nem na Avenida Rio Branco, para surpresa de muitos. Fica na Vila Cisper, bairro de classe média baixa no extremo Leste da cidade de São Paulo, a sede da quinta empresa nacional a virar objeto de pesquisa na prestigiada Harvard Business School, ao lado de Magazine Luiza e Itaú, entre outras. Há seis meses, a dentista Carla Sarni esteve na universidade norteamericana para acompanhar a apresentação do estudo que exalta a capacidade de sua empresa, a Sorridents, de fazer do tratamento odontológico algo acessível para a população carente do Brasil. Tudo começou em uma sobreloja do bairro periférico, a 20km da Praça da Sé. Depois de passar por dois empregos que não a realizaram, a jovem de Pitangueiras, São Paulo, implantou o que chama de tratamento 100% humanizado: material de última geração e pagamento facilitado. Seis meses mais tarde, tinha fila de espera em seu consultório. Hoje, sua empresa soma 203 clínicas em 16 estados e 3,2 milhões de pessoas já atendidas. E seu grande chamariz ainda é o

Carla Sarni em ação com o Sorrimóvel no bairro Grajaú, Zona Sul de São Paulo

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A empresária Carla Sarni, fundadora da rede de clínicas odontológicas Sorridents, criou um instituto para levar tratamentos gratuitos a escolas e comunidades carentes do Brasil P O R MARINA AZAREDO F OTO ANNA CAROLINA NEGRI

preço acessível: há planos odontológicos que custam R$ 19,90 por mês. Mas, não satisfeita em atingir uma parcela da população que sequer ia ao dentista — atualmente este número é de 20 milhões de pessoas —, Carla decidiu investir em responsabilidade social. Em 1995, criou o Instituto Sorridents para atender gratuitamente moradores da favela Pantanal, também na Zona Leste de São Paulo. O projeto cresceu e se espalhou por clínicas de outras regiões, com foco em alunos de escolas públicas. No entanto, ao perceber que os pacientes deixavam de ir às consultas por falta de recursos para o deslocamento até os consultórios, ela resolveu o problema de forma prática: se o paciente não vai até o dentista, o dentista vai até o paciente. Desde 2009, o Instituto conta com o Sorrimóvel, uma van equipada com um consultório que estaciona em escolas, restaurantes populares e eventos organizados em comunidades carentes, levando saúde bucal para quem precisa. Só em 2015, 23 mil pessoas passaram pelo veículo — e dele saíram com um novo sorriso no rosto.

240 eventos em comunidades carentes receberam o Sorrimóvel em 2015

mil

pessoas foram atendidas no veículo no ano passado

800 palestras sobre saúde bucal foram ministradas pelo Instituto em 2015 institutosorridents.org.br

Highlights Foto: Gustavo Sosa Pinilla

DESTAQUES E NOVIDADES PARA APRIMORAR SEU ESTILO DE VIDA

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Boa comida e clima descontraído no Maní, em São Paulo

Como é desvendar o desafio de um Escape Game

Rio de Janeiro recebe Abaporu, obra-prima de Tarsila do Amaral

Gastronomia

Em sentido horário, a partir desta foto, sobremesa Da Lama ao Caos; ambiente do Maní; peixe no tucupi; e o chef Daniel Redondo

Descomplicado e autoral As grandes estrelas do premiado Maní, em São Paulo, são os ingredientes. Pelas mãos dos chefs Helena Rizzo e Daniel Redondo eles protagonizam receitas cheias de sabor e personalidade POR

BRUNA TIUSSU

102 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

ambiente claro, com iluminação natural, piso de pedra e de cimento queimado e mesas de madeira sem toalhas ou frescuras, demonstra que o 41º melhor restaurante do mundo (de acordo com o mais recente ranking da revista britânica Restaurant), dono de uma estrela Michelin, é também um lugar simples, despretensioso. Completando 10 anos em 2016, com inúmeros prêmios no currículo, o paulistano Maní é do tipo que não deixa a fama subir à cabeça. E os clientes agradecem. Desde o princípio, as grandes estrelas da casa são o tutano, a banana-da-terra, a mandioca, o tucupi e os outros ingredientes de seus pratos. Algo caro aos chefs-celebridades — muito mais chefs do que celebridades — Helena Rizzo e Daniel Redondo, no comando da cozinha ao longo dessa década. A gaúcha, de 38 anos, recebeu em 2014 o prêmio Veuve Clicquot

ONDE COMER

POR HELENA RIZZO 1

Izakaya Matsu

Bom lugar de comida japonesa quente. Gosto dos lámens e de me sentar ao balcão

Av. Pedroso de Morais, 403, Pinheiros (11) 3812 9439 Fotos: Gilberto Bronko; Fernando Mazza; Bruno Geraldi; Lufe Gomes; Divulgação

Carlos Pizza

Assadas no forno a lenha, as pizzas são bem gostosas e o ambiente é agradável

R. Harmonia, 501, Vila Madalena (11) 3813 2017 2

Mocotó

Tudo lá vale a pena. O lugar é ótimo e a comida brasileiríssima do Rodrigo Oliveira, melhor ainda.

Av. Nossa Senhora do Loreto, 1100, Vila Medeiros (11) 2951 3056

de melhor chef mulher do mundo. Porém, prefere mesmo a denominação cozinheira. Com 39 anos, o catalão, por sua vez, foi eleito pela Restaurant o melhor do mundo também em 2014, mas o assunto não faz seus olhos brilharem tanto como quando fala de ovas de truta, cogumelos ou pupunha. A paixão pelo ofício foi desenvolvida no prestigiado El Celler de Can Roca, em Girona, na Espanha, onde se conheceram — Daniel entrou no restaurante aos 15 anos e chegou ao cargo de subchef, enquanto Helena foi estagiária. De lá partiram juntos para São Paulo, em 2004, para abrir, ao lado de outros quatro amigos e sócios, o seu empreendimento: uma casa de cozinha brasileira, contemporânea e autoral. “O Celler foi nossa grande escola. Ali cultivamos o amor pelo trabalho e aprendemos como é incrível uma gastronomia simples”, explica a chef.

APRENDEMOS COMO É INCRÍVEL UMA GASTRONOMIA SIMPLES” Helena Rizzo

Enquanto ela traz o calor e a descontração brasileiros às receitas do Maní, Daniel entra com o rigor técnico e imprime toques da culinária mediterrânea no cardápio. “Procuro sempre colocar algo de minha cultura. Tem a ver com a saudade que sinto de casa, dos sabores e dos momentos em família”, diz ele, que deixou a Espanha meio a contragosto do então patrão Joan Roca. “Quando avisei que estava saindo, ele não me demitiu. Achava que eu voltaria dentro de dois, três meses.” Pois ele não só ficou como pesquisou exaustivamente os produtos nacionais e construiu, com a parceira de bancada, uma das cozinhas mais celebradas atualmente. Seus destaques são as receitas — criadas em conjunto pela dupla e preparadas por uma equipe de 30 pessoas — em que ingredientes simples “crescem” ao serem manejados com tamanha criatividade. É o caso da entrada Ovo do Maní, cozido a 63 graus durante uma hora e meia e servido com uma espuma de pupunha, um dos ícones da casa, e dos pratos bochecha de boi com purê de taioba e tutano, peixe no tucupi com banana-da-terra e arroz de chouriço com grão-de-bico e bacalhau. Para garantir a qualidade do que vai à mesa, os chefs contam com fornecedores no Brasil todo. Os queijos vêm do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais; as farinhas, de Pernambuco; as ovas de tainha e as pancs (plantas alimentícias não convencionais), do interior de São Paulo; e o tucupi e as polpas de frutas amazônicas, do Pará. Algumas frutas menos óbvias, aliás, assim como legumes e verduras, são também protagonistas de sobremesas-ícones do Maní, como a que leva pérolas de lichia, aros de pepino fresco, creme de iogurte com chocolate branco e sorbet de pepino e lichia. Outro sucesso é a chamada Da Lama ao Caos: berinjela defumada, coalhada de leite de cabra, pele de lima da Pérsia, gelatina de flor de laranjeira, pistaches caramelizados, crocante de massa árabe kneff e sorvete de gergelim preto. Uma combinação inusitada que se mostra deliciosa após a primeira colherada. “Não temos formação em confeitaria, então utilizamos ingredientes e técnicas da cozinha salgada para fazer nossos doces. Vamos testando, experimentando uma coisa aqui, outra ali. E vai dando certo”, explica Helena. Falando assim parece mesmo tudo muito simples. >>

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 103

Gastronomia

Fotos: Lufe Gomes

O ambiente do restaurante Manioca; e, ao lado, o combinado Café Padoca

TRÊS BELOS FRUTOS Lá fora, é o Maní que brilha. Mas aqui, em território nacional, já é sabido que a marca vai muito além do restaurante premiado. Logo que ele começou a crescer, os seis sócios do negócio — além de Helena e Daniel, Giovana Baggio, Fernanda Lima, Rafael Lima e Paulo Diniz compõem o grupo — decidiram investir em um espaço para eventos no terreno vizinho. Em 2009 nascia, então, a Casa Manioca. Hoje ela é um disputado endereço para pequenas confraternizações e os tão na moda mini weddings. Mais recentemente, o grupo ganhou duas outras ramificações. A primeira surgiu para suprir uma necessidade do próprio Maní. “Precisávamos de uma cozinha de produção e havia um sobrado vazio em nossa rua. Resolvemos montá-la ali e começamos a fabricar pães para o restaurante. Daí pensamos: por que não vendê-los no térreo?”, conta Helena. A Padoca do Maní foi inaugurada em 2014 e, desde então, nunca passou um fim de semana sem ter fila na porta.

MANÍ

R. Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulista, São Paulo (11) 3085 4148 / manimanioca.com.br

104 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

CASA MANIOCA

Com o mesmo ar despojado da casa mãe, o espaço vende apenas pães feitos à mão, dispostos em prateleiras para o cliente escolher. Para comer lá, o carro-chefe é o Café Padoca, cesta de pães acompanhada de manteiga, requeijão, geleia, mel, salada de frutas, iogurte e granola. Na parte dos doces está o imbatível bolo de chocolate, amado e comentado freneticamente nas redes sociais. Seu sucesso é tanto que ele foi incorporado ao menu do caçula do grupo, o Manioca, instalado dentro da Livraria Cultura, no Shopping Iguatemi, em 2015. Além do bolo, alguns pratos do primeiro restaurante, como o talharim de pupunha, também são preparados na casa. “A ideia é oferecer alguns ícones do Maní, mas também pratos mais comerciais”, explica Giovana, responsável pela administração das unidades. Entre os mais pedidos estão a torta de pupunha com salada de folhas e o burger na brasa, com gruyère, tomate confitado, rúcula e maionese de bacon. Sem frescuras e saborosos, do jeitinho Maní de ser.

R. Joaquim Antunes, 212, Jardim Paulista, São Paulo (11) 4304 9942

PADOCA DO MANÍ

R. Joaquim Antunes, 138, Jardim Paulista, São Paulo (11) 2579 2410

MANIOCA

200 funcionários compõem a equipe do grupo

30 pessoas trabalham na cozinha do Maní — 23 delas são mulheres

560 clientes por dia são atendidos no Manioca

Shopping Iguatemi, Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232, Jardim Paulista, São Paulo (11) 2924 2333

Gastronomia

Tradição na tigela A exemplo de metrópoles como Nova York e Londres, São Paulo também se rendeu à moda do lámen. Nos últimos meses, a cidade ganhou restaurantes que apostam na popularização do prato oriental POR

MÔNICA REOLOM

s chineses dizem lámen, os japoneses, rámen. O prato, com origem na China, desenvolveu-se e tornou-se famoso no Japão. Depois, virou febre em capitais dos Estados Unidos e da Europa. E, graças aos descendentes de orientais que se aventuram na cozinha por aqui, ganhou força na metrópole mais foodie do Brasil, que já exibe casas que o colocam como protagonista de seus cardápios. Apesar de o macarrão ser o chamariz — é feito de farinha de trigo, sal e água alcalina (rica em bicarbonato de sódio e carbonato de potássio, garante a cor amarelada e a consistência firme da massa) —, a iguaria tem no caldo seu segredinho. Ele é geralmente extraído da fervura de ossos de porco ou galinha, e são adicionadas infinitas variações de temperos. Conheça restaurantes paulistanos que preparam receitas de dar água na boca.

O QUE VAI NO PRATO Macarrão feito com farinha de trigo, sal e água alcalina

Caldo resultante da fervura de ossos de porco ou galinha e temperado com shoyo, missô (pasta de soja) e shiô (sal)

Uma alga (nori ou wakame) inteira no canto ou picadinha por cima da massa

Lombo de porco é a carne mais utilizada, mas eventualmente é substituída por frutos do mar

Ovo cozido e kamaboko (massa de peixe prensada) também são ingredientes comuns

Legumes e verduras: cenoura, vagem, broto de feijão, acelga e nirá são opções

JoJo

Ramen Depois de se apaixonar por rámen durante uma temporada no Japão, Simone Xirata colocou na cabeça que iria montar um restaurante para servir o prato aqui no Brasil. Neta de japoneses, inaugurou o Jojo Ramen há cinco meses, após convidar o chef japonês Takeshi Koitani (foto), especialista na iguaria, para ajudá-la na elaboração das receitas. O cozinheiro e sua equipe fizeram uma vasta pesquisa com o intuito de substituir ingredientes importados por nacionais, e um seleto grupo de fornecedores foi escolhido. A massa, fabricada artesanalmente, é servida com shoyo, missô ou shiô. O menu ainda tem o tsukemen, em que o macarrão vem à parte para então ser mergulhado no caldo.

R. Dr. Rafael de Barros, 262, Paraíso (11) 3262 1654 / jojoramen.com.br

2nd Floor Momo

Fotos: Rafael Salvador; Divulgação

Noodle Bar

O menu da casa informa que todos os caldos são feitos da junção de três: o de frango, assado por 16 horas, o japonês, que leva kombu (alga) e shitake, e o de legumes, com cebola, cenoura, cebolinha e alho-poró. O resultado são rámens criativos e com inspirações em países diversos, como o Thai Ramen, com camarão, capim-santo, cebola roxa e leite de coco. Aberto em 2014, na Vila Clementino, — fora do eixo gastronômico moderninho da capital paulista —, o 2nd Floor Noodle Bar tem cozinha aberta, o que permite ao visitante ver o preparo dos pratos a partir do balcão ou do salão. O empreendimento é a concretização da ideia promissora de Luis Yscava, descendente de japoneses que enxergou nos noodle bars londrinos um modelo a ser trazido para o Brasil.

R. Leandro Dupret, 980, Vila Clementino (11) 94163 6593

Lamen House Uma casa reformada na Liberdade transformou-se, em junho, no mais recente endereço cobiçado pelos amantes de lámens. Com o auxílio de uma máquina importada do Japão, a massa é feita ali, pelos mesmos cozinheiros que podem ser vistos preparando o prato na cozinha do térreo, instalada atrás do balcão. Há mesas distribuídas por mais de três andares, e a comida sobe e desce por um elevador interno. O carro-chefe é o apimentado Aka Missô, que leva brotos de feijão e de bambu em conserva. O cardápio conta com a versão big das receitas, com mais 50% de macarrão, com um custo adicional de R$ 5.

R. dos Estudantes, 34, Liberdade (11) 3207 5626

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 107

Gastronomia

Tan Tan

Noodle Bar

Com ascendência chinesa, Thiago Bañares sempre levou no paladar o gosto do lámen de seu avô, de Macau. Depois de passar pelos restaurantes D.O.M., Arturito e Z Deli, em São Paulo, o chef morou um tempo nos Estados Unidos estudando o prato oriental, preparado nos famosos noodles bars. E, de volta à metrópole brasileira, decidiu abrir um espaço ao estilo dos norte-americanos para servir a sua versão da iguaria. Instalado no bairro Pinheiros, o Tan Tan caiu no gosto dos paulistanos, que fazem filas e não se importam de esperar sua vez na calçada da casa. O cardápio apresenta cinco opções de lámen, cujo caldo é sempre denso, feito com frango e com 12 horas de fervura. Posteriormente é temperado com shoyu, missô ou shiô, e servido quente ou frio. Como todo bar que se preze, também chama a atenção pelas 11 opções de coquetéis.

R. Fradique Coutinho, 153, Pinheiros (11) 2373 3587 / tantannb.com.br

PRESENÇA CONFIRMADA RESTAURANTES ORIENTAIS FORA DE SÃO PAULO TAMBÉM DÃO ESPAÇO PARA O LÁMEN EM SEUS CARDÁPIOS

Izakaya Danjou

PORTO ALEGRE, RS A proposta da casa, aberta em 2013, é justamente ser similar aos izakayas, bares orientais informais frequentados durante o happy hour. Seus lámens são servidos em três variações: tradicional (com molho shoyu e porco), picante e com camarão. Todos levam temperos importados do Japão. R. Félix da Cunha, 641, Floresta (51) 3029 8158 / izakayadanjou.com.br

Azumi

O mais tradicional restaurante de lámen da capital paulista, situado no bairro Liberdade, reduto da colônia nipônica, é simples, pequeno e tem o melhor custobenefício: a tigela sai por R$ 15. Trabalha com a proposta de servir boa comida àqueles que não dispõem de muito tempo — permanecer por lá batendo papo com os amigos durante horas pode render olhares atravessados. Por isso, prefira ir sozinho ou com apenas um acompanhante e prepare-se para encarar uma fila enorme (a espera pode ser de até duas horas). Entre as opções mais pedidas do prato oriental está o Missô Tonkotsu, com caldo temperado com pasta de soja e à base de porco. A casa também faz sucesso com sua porção de guioza. Importante: não aceita nenhum tipo de cartão.

R. Galvão Bueno, 466, Liberdade (11) 3277 9682

108 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Kazu

Quase tão tradicional quanto o Aska, a casa, inaugurada em 2008, também na Liberdade, é outra com filas frequentes. O motivo são os lámens supersaborosos, feitos com macarrão, missô e caldo importados de uma empresa japonesa, a Try, que desenvolveu os produtos especialmente para o restaurante. Para ajudar na escolha, o menu possui um glossário de ingredientes nipônicos, onde está escrito, por exemplo, que tyashu, condimento usado em diversas receitas, significa fatia de carne de porco cozida e temperada no shoyo. A opção mais pedida é o lámen ao estilo Hokkaido (ilha do arquipélago japonês), que leva milho, alga e um pedaço de manteiga derretida e é temperado com alho, gengibre e cebolinha.

R. Thomaz Gonzaga, 51, Liberdade (11) 3277 4286 / lamenkazu.com.br

Lamen House

CURITIBA, PR O chef japonês Tatsuya Sodeyama aposta em um menu enxuto e com predominância de pratos quentes para homenagear a cozinha de seu país natal. De fabricação própria, os lámens são servidos em cumbucas generosas, como o tradicional missô, com pasta de soja, alho, gergelim, gengibre e lombo de porco. Outro sucesso são as porções de guioza e de karaage (frango frito). R. Petit Carneiro, 272, Água Verde (41) 3342 8767

Foto: Divulgação

Aska

Lamen

RIO DE JANEIRO, RJ Fundado em 1989 pela família Ohara, o restaurante mantémse fiel aos hábitos japoneses. E não só na comida. A cultura nipônica tem destaque até nas TVs, que exibem programas do país oriental. A casa prepara sua própria massa de lámen e um dos melhores pedidos é o Hiyashi Chuka: servido gelado, leva fatias de chashu (carne de porco marinada), pepino, ovo, kani e tomate. R. Ministro Viveiros de Castro, 127, Copacabana (21) 2541 4294

NOVIDADES E ENDEREÇOS PARA COMER E BEBER BEM

LEO PAIXÃO, CHEF DO GLOUTON, EM BELO HORIZONTE, VAI PARTICIPAR DO EVENTO PELA QUARTA VEZ QUANDO COMEÇOU SUA RELAÇÃO COM O FESTIVAL?

Participei pela primeira vez em 2013, quando fiz um festim junto com os chefs Felipe Rameh e Henrique Gilberto e ficamos conhecidos como “a nova geração mineira”. Em 2014, assinei um jantar sozinho e pude mostrar a minha cozinha. No ano passado, dei aulas e montei uma barraquinha mais arrumadinha. Agora minha ideia é assar um porco no rolete no meio da praça, para 150 pessoas.

Festa da cozinha nacional

O QUE VOCÊ MAIS APRECIA NA INTERAÇÃO ENTRE CHEF E PÚBLICO?

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO Oficina Como Fazer Pão em Casa, com Luiz Américo Camargo

Aula sobre queijos de cabra com Joaquim Vilar, da paraibana Fazenda Carnaúba

NOVIDADES

FITNESS

110 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Festim assinado pelo chef Flávio Trombino, do restaurante Xapuri, de BH

TRATO MPB

Peça infantil O Aprendiz Natural, do grupo mineiro Giramundo

Mix de castanhas de licuri, de caju, de baru e nibs de cacau da linha assinada por Bela Gil. Da Mãe Terra. R$ 10,80

Show do instrumentista paulistano Curumin, com repertório de Stevie Wonder

SORGO INTEGRAL

Cereal sem glúten, com capacidade antioxidante e anti-infalamatória, substitui o arroz e cai bem em saladas. Da Farovitta. R$ 6,10

As pessoas querem entender os processos culinários. E nas aulas tenho a chance de ensinar os “pulos do gato” das receitas. Muita gente diz que não consegue preparar tal coisa, mas é só porque aprendeu de maneira incorreta. O QUE VOCÊ LEVA DO FESTIVAL PARA O SEU RESTAURANTE?

A experiência toda reflete em meu trabalho, porque temos de criar receitas novas e há um intercâmbio com outros chefs. Você ajuda um aqui, come um prato de alguém de longe. Eu sempre levo algo comigo e deixo alguma coisa com eles. O QUE RECOMENDA PARA QUEM VAI AO EVENTO PELA PRIMEIRA VEZ?

Vale a pena ir a pelo menos um festim. E aproveitar o Largo do Chef, onde ficam as barracas dos restaurantes e o palco em que rolam os ótimos shows da programação.

SNACK SAL MARINHO

Feito de quinoa, óleo de palma e sal marinho, é fonte de ferro e vitamina. Cebola e salsa e pizza são alguns dos outros sabores. Da Q/snack. R$ 14,90

Fotos: Edson Teixeira; Alexandre Rezende; Adrian Mueller; Tadeu Brunelli; Divulgação

Os principais chefs do Brasil estão de malas prontas. Seu destino? A pequena cidade histórica mineira de Tiradentes que, a partir do dia 26 deste mês, cresce de tamanho ao dar a largara da 19ª edição de seu Festival Cultura e Gastronomia, o mais importante do setor no País. Morena Leite, do Capim Santo (São Paulo e Trancoso), Carlos Kristensen, do Hashi (Porto Alegre), Leo Paixão, do Glouton (Belo Horizonte) e Onildo Rocha, do Roccia (João Pessoa), são alguns dos nomes de peso do elenco de cozinheiros que vão comandar os festins — principais jantares do evento —, as aulas e as barracas que levarão cor e sabor às praças do município até o dia 4 de setembro. farturagastronomia.com.br TIRADENTES

Frutos da terra

O DRINQUE

MIAMI Matthew Kenney, chef

PERFEITO

norte-americano especializado em comida vegana e crua (a chamada raw food), com 12 livros publicados, inaugurou neste ano a quarta unidade de seu Plant Food + Wine. O lugar escolhido foi o descolado Wynwood District, em Miami, frequentado por locais e turistas. Como nas demais casas, a lasanha (foto acima) preparada com abobrinha, molhos de pimenta e pesto (com menta) e ricota de macadâmia figura como destaque nas opções salgadas. Entre os doces, a banana split (foto ao lado.) é a mais pedida: com sorvetes cremosíssimos de cacau, caju e coco, que levam abacate em sua fórmula, e crisps de banana, a sobremesa reflete a culinária simples, porém inventiva do cozinheiro.

CARIRI POR MARCOS FELIX

BARTENDER DO BAR. SP E VENCEDOR DA ETAPA BRASILEIRA DA WORLD CLASS COMPETITION 2016

500 ml de Ypióca Cinco Chaves 30 ml de Cynar 2 dashes de bitter de aipo Faça o bitter de aipo: 3 aipos secos + 5 cm de canela em pau + 10 zimbros + 3 limões siciliano (só a casca) + 1 lasca de carvalho americano + álcool de cereais. Colocar tudo num vidro, cobrir com o álcool e sacudir uma vez por dia durante 20 dias. Você também pode substituir o bitter de aipo por 2 dashes de Angostura de laranja

105 NE 24th, Miami, Flórida 1 (305) 814 5365 / matthewkenneycuisine.com

Combate ao desperdício

RIO DE JANEIRO Legumes, verduras, frutas amassadas e outras sobras de alimentos serão a matériaprima de chefs estrelados que passarão pelo ReffetoRio, que servirá, durante o maior evento esportivo do mundo, refeições gratuitas para moradores de rua da cidade. A ideia, capitaneada pelo brasileiro David Hertz (foto), da ONG Gastromotiva, foi desenvolvida em parceria com o italiano Massimo Buttura (cujo restaurante Osteria Francescana acaba de ser considerado o melhor do mundo pela revista britânica Restaurant), aos moldes do Reffetorio Ambrosiano, por ele instalado no subúrbio de Milão durante a Expo Milano, em 2015. O projeto contará com a participação de cozinheiros tão famosos como Alain Ducasse, Joan Roca e Alex Atala. Depois, o endereço será transformado em um restaurante-escola. R. da Lapa, 108, Centro

MODO DE PREPARO: Colocar todos os ingredientes num mixing glass e servir com gelo, em copo baixo. Decorar com uma fatia de limão-cravo

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 111

Opinião

Um Brasil que me pertence POR RUSTY MARCELLINI

112 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

POR MEIO DO CONHECIMENTO, O COMENSAL DÁ MAIS VALOR AO ALIMENTO DO QUE ALGUÉM QUE NÃO SABE A SUA HISTÓRIA” derativas nacionais. O resultado desses estudos foram obras, documentários, curadorias e palestras. O objetivo é comum: gerar e divulgar conteúdo que funcione como um livro de receitas ao inverso. Se a obra tem como meta reproduzir algo delicioso dentro da própria casa, prefiro despertar a vontade de experimentar os sabores in loco. Somente assim cada um poderá descobrir por si mesmo, com sua impressão particular, o quão surpreendente e plural é a culinária brasileira. Mel de cacau em Uruçuca, caldeirada de filhote em Macapá, farofa de içá em Silveiras, picadinho de tartaruga em Xapuri, sururu de capote em Maceió, jaraqui frito com açaí em Belém, arroz de capote em Teresina, sagu com creme em Garibaldi, caldo de piranha em Cáceres, barreado com banana em Morretes, macaxeira com melaço em Água Branca, pastel de angu em Itabirito, paçoca de

pilão em Natal, doce de gila em São José dos Ausentes... Isto é Brasil! Raras experiências sensoriais exercem tamanha atratividade quanto a gastronomia. Muitos buscam o chamado “turismo de experiência”. Estes não querem apenas estar em um lugar, mas, sim, vivenciá-lo. Querem sentir o cheiro acre de um “quartim” de queijo, encarar o vermelho vivo de uma goiabada borbulhante em um tacho de cobre, puxar e esticar o melaço até se transformar em alfenim e, é claro, degustar sabores exultantes. Peço licença para incluir aqui mais uma citação, desta vez, da chef Mara Salles, do restaurante Tordesilhas, em São Paulo. Em seu livro Ambiências, ela diz: “A escuridão do Rio Negro, o assovio do minuano, o silêncio dos quiçaças do Grande Sertão, as histórias de Lampião, as tropas e os tapuias, as chalanas, as senzalas (...) Reconheço que está nesses lugares tudo o que sempre me pertenceu”. // RUSTY MARCELLINI é pesquisador gastronômico,

comentarista da rádio CBN, fotógrafo e autor de inúmeros livros, como as séries Caminhos do Sabor e Expedição Brasil Gastronômico. rustymarcellini.com.br

Foto: Arquivo pessoal

filósofo inglês Bertrand Russell relata em um de seus ensaios como ocorreu a chegada de pêssegos e abricós ao Ocidente, saindo da China, passando por Índia, Pérsia, até chegar a Roma. Seu objetivo, ao descrever a longa trajetória, é intensificar o sabor da fruta. Por meio do conhecimento, o comensal dá mais valor ao alimento do que alguém que não sabe a sua história. A gastronomia é um dos instrumentos mais reveladores da cultura de um povo. Pelo contato que podemos estabelecer principalmente com as pessoas que lidam com o cultivo, a comercialização e o preparo de alimentos, criamos um vínculo afetivo. E, assim, fortalecemos a identidade da culinária brasileira. Mas como alcançar o que pode ser por muitos considerado uma utopia? Minha sugestão: viajar pelo País e provar de tudo, sem preconceitos. Desde 2004, quando abandonei a rotina diária da cozinha profissional, rodo o Brasil em busca de histórias de pessoas cujo ofício tem relação com o universo gastronômico. Em meu trabalho de pesquisador, tive o privilégio de conhecer todas as 27 unidades fe-

UMA RETRO. 30 MIL HISTÓRIAS DE SUCESSO.

RETRO É CASE. DESDE SEMPRE. A Retroescavadeira CASE é o primeiro e único equipamento de construção a atingir o patamar de 30 mil unidades vendidas no Brasil. E nada melhor que comemorar essa marca histórica com quem mais importa para nós: clientes CASE, como estes, que sempre acreditaram e nos deixaram fazer parte de suas histórias de sucesso. Manoel Inácio - Sesagre | Rudi Hilário Dalmora - Ceccato George Petrucci - Sanccol Saneamento | Éverton Machado - Terraplanagem Machado Cláudio Ellery - Aquidaban Confira as histórias destes e de outros clientes em www.30milretros.com.br e aproveite para contar a sua.

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RETROESCAVADEIRAS

Hotelaria

Área de banho de uma das suítes, com muita pedra e madeira em sua estrutura

Experiência orgânica POR

BRUNA TIUSSU

A 40 km de Lisboa, o cinco estrelas Areias do Seixo funciona em harmonia com a natureza. Além do design rústicochique das suítes e áreas comuns, organiza atividades como aula de jardinagem, cinema a céu aberto e luau com fogueira 116 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

s portugueses Marta e Gonçalo Alves idealizavam uma hospedagem que em nada se assemelhasse à clássica referência de hotel de luxo. Como se projetassem a extensão de sua casa, desejavam construir um espaço que combinasse conforto, irreverência e diálogo com a natureza. Sem lugar para firulas ou para “cantos burocráticos”, como uma recepção e corredores frios. Com essa ideia na cabeça, algumas referências em mãos e incontáveis conversas com o arquiteto-estrela Vasco Vieira, eles concretizaram seu sonho em 2010. À beira do mar da tranquila Praia de Santa Cruz, a 300 metros de seu lar e a 40 km de Lisboa, o casal abriu as portas do cinco estrelas Areias do Seixo.

Um dos quartos do Areias do Seixo; ao lado, fachada do hotel; e lual realizado ao redor da fogueira

COM CAPRICHO CUIDADOS EXTRAS

Uma robusta porta chinesa dá as boasvindas no spa do hotel, que dispõe de sauna seca, banho turco e salas para tratamentos corporais

DENTRO D’ÁGUA

Fotos: Divulgação

A piscina externa da propriedade, vizinha ao gramado do jardim, tem 16 metros de comprimento e aquecimento solar

MENU SAUDÁVEL

Diante do portão da propriedade é difícil prever seus detalhes arrojados. Camuflado pela vegetação e pelo desnível do terreno, entre dunas, o hotel se exibe aos poucos, como se respeitasse o ritmo de cada hóspede. Na área comum — misto de restaurante (com cozinha aberta), bar, sala de estar e loja de produtos naturais, e ainda um aconchegante cantinho com lareira — percebe-se uma sobriedade sofisticada, fruto da escolha dos materiais usados na arquitetura e na decoração: muita pedra (justificando o seixo do nome), vidro e madeira. Os pontos de cor ficam por conta essencialmente das flores, provenientes do jardim, que divide espaço com a enorme e linda horta orgânica, de onde saem 70% dos legumes, verduras e hortaliças utilizados no restaurante. Essa área verde entre a casa e a praia é cenário para algumas das atividades oferecidas pela hospedagem, como o cinema a céu aberto, a minipalestra sobre compostagem, o passeio de bicicleta, as aulas de yoga, pilates e jardinagem, e um luau organizado à noite, ao redor de uma fogueira, regado a vinho. Foi justamente para incentivar o convívio dos hóspedes com o rico ambiente exterior do Areias do

Seixo que Marta e Gonçalo optaram pela ausência de TV e telefone em suas 14 suítes. Também projetadas para estar em harmonia com as belezas do entorno, todas possuem ventilação natural (nada de ar-condicionado), baixa iluminação e varandas privativas com vista do mar ou do jardim. Na decoração, repete-se a predileção por móveis de madeira e estruturas de pedra, no melhor estilo rústicochique. Porém, cada uma mantém uma identidade própria. Os tons predominantes mudam, os adornos, quase todos oriundos de viagens do casal pela Ásia e pela África, nunca se repetem, e os espaços são distribuídos de maneiras diferentes. Um fato curioso é que quase sempre a área de banho ganha mais destaque do que o dormitório em si. Banheira de pedra, chuveiros cheios de tecnologia, que imitam a chuva caindo, espelhos enormes, bancos feitos de troncos e até uma árvore no meio do espaço são algumas das boas surpresas das suítes. Duas delas, as preferidas dos casais em lua de mel, possuem jacuzzis externas, instaladas ao lado de uma lareira. É a chance de ter novamente a natureza como cenário, em um banho iluminado apenas pelas estrelas do céu.

O restaurante funciona por meio de reserva — diariamente, a partir das 19h; nos fins de semana, também para almoço, a partir das 13h — e seu cardápio dá preferência a ingredientes vindos da terra e do mar, respeitando suas sazonalidades

ESPORTE

Com grandes ondas, a Praia de Santa Cruz é bastante frequentada por surfistas e costuma sediar etapas de campeonatos. Hóspedes podem consultar o concierge do hotel caso queiram ter aulas sobre a prancha

AREIAS DO SEIXO

Praceta do Atlântico, Mexilhoeira, Praia de Santa Cruz, Portugal Entre € 265 e € 425. (351) 261 936 340 / areiasdoseixo.com

A Azul oferece cinco voos por semana para Lisboa — o hotel Areias do Seixo está a 40 km da capital portuguesa. Confira as opções em voeazul.com.br

O retorno de um ícone PARIS Coco Chanel viveu ali por mais de 30 anos, até sua morte, em 1971. Ernest Hemingway definiu o espaço como o paraíso. E Marcel Proust escreveu trechos de Em Busca do Tempo Perdido em uma de suas poltronas. Símbolo da hotelaria de luxo mundial por um século, o Ritz de Paris foi reaberto há dois meses, após quatro anos fechado para reformas — foi a primeira vez que ele ficou fora de operação desde sua inauguração, em 1898. O número de quartos passou de 159 para 142, sendo 15 deles em homenagem a celebridades, como Maria Callas e F. Scott Fitzgerald, e o mobiliário original foi restaurado para manter a aura exclusiva de suas suítes, de seus restaurantes, salões e spa. Confira a seguir curiosidades sobre o prédio situado na Place Vendôme, endereço mais glamouroso — e caro — da capital francesa. ritzparis.com

MIMOS ADORÁVEIS CONHEÇA HOTÉIS COM AMENITIES CHEIROSAS, FOFAS E CURIOSAS

118 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

HOTEL UNIQUE SP

Itens de higiene Bvulgari, velas aromáticas, homespray, doces e frutas no quarto

HOSPEDAGENS QUE GARANTEM UMA EXPERIÊNCIA PERFEITA

Bar Hemingway

Epicentro da boemia intelectual da década de 20, tinha frequentadores tão célebres quanto o próprio Hemingway e Cole Porter — o compositor passava até nove horas por dia no bar. Hoje é comandado pelo bartender-estrela Colin Field.

Extravagâncias

Manfred Mautsch, há 35 anos na recepção do hotel, continua a postos para atender a pedidos curiosos como o de Elizabeth Taylor, durante uma de suas estadas: ela solicitou a retirada da escrivaninha da suíte, pois sua cadelinha se cansava ao ter de contorná-la.

Paleta autoral

Para a reforma, 78 cores foram criadas exclusivamente para o Ritz pelo decorador Pierre Finkelstein. Na restauração da mobília, algumas cadeiras foram pintadas até 15 vezes para replicar suas cores originais.

Modernidades

O novo sistema elétrico incluiu a instalação de 2 km de fios em cada quarto — escondidos por um revestimento de couro. Arcondicionado e cortinas agora são controlados a partir de um tablet e a TV fica camuflada atrás de espelhos.

400

euros é a tarifa do quarto mais barato do hotel, com 35 metros quadrados

euros é o valor da diária da Suíte Imperial, com 218 metros quadrados

de euros foram gastos durante os quatro anos de reforma

mil

SHERATON GRAND RIO RJ

Produtos da L’Occitane e comidinhas personalizadas no quarto

milhões

HOTEL FASANO SP

Linha própria de itens de higiene, massagem de boas-vindas e comidinhas na suíte

Fotos: Vincent Leroux; Juan Photo Studio; Divulgação

Concierge

Conforto multiplicado

PORTUGAL Instaladas em prédios históricos, castelos e fortalezas, as Pousadas de Portugal passaram neste ano por reformas ao custo de 4 milhões de euros para atualizar suas infraestruturas. A cadeia Pestana, responsável pelas hospedagens, requalificou 27 de suas 33 unidades, presentes de Norte a Sul do país. Os maiores destaques são os novos spas das pousadas Mosteiro do Crato e Convento de Arraiolos (foto), ambas no Alentejo. O primeiro ganhou jacuzzi, sauna, banho turco e massagens, enquanto o segundo conta agora com piscina interna com vista privilegiada da bela paisagem do entorno. pousadas.pt

Estilo carioca

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS A rede paranaense Bourbon Hotéis e Resorts, com 14 unidades espalhadas por Brasil, Argentina e Paraguai, acaba de lançar o primeiro empreendimento de sua nova grife, a Rio Hotel, em São José dos Pinhais — região metropolitana de Curitiba. Inspirados no modo de vida da Cidade Maravilhosa, os quartos são decorados com papéis de parede praianos, enquanto os espaços comuns contam com quadros de cenas do Rio de Janeiro. A marca pretende inaugurar nos próximos dois anos mais sete hospedagens no País e uma no Uruguai. riohotelbybourbon.com.br

QUEM RESISTE

a um spa? JERICOACOARA Como se não bastasse estar à beira da paradisíaca praia cearense, o The Chili Beach investe forte em seu spa para que o hóspede tenha uma experiência completa de relaxamento. A hidroterapia é um dos destaques, com oferta de banhos com ervas, como lavanda e arruda. Massagens ayurvédica, sueca e holística, drenagem linfática e tratamentos específicos para grávidas, que ajudam a diminuir o inchaço de pernas, pés e rostos, completam o cardápio da casa. chilibeach.com

ANAVILHANAS JUNGLE LODGE AM

KENOA RESORT AL

CRISTALINO LODGE MT

Produtos da L’Occitane e da Terra Brasilis, squeeze personalizado, livro sobre a Amazônia e sacola ecológica

Itens de higiene da marca australiana Aesop, drinques de boas-vindas e de despedida, chinelos, frutas e doces no quarto

Produtos da linha de castanha-do-pará da Granado, drinque de boas-vindas e castanhasdo-pará na suíte

A Azul e seus parceiros levam você a todos esses destinos. Confira as opções em voeazul.com.br

Nós Testamos

Fotos: Divulgação

Acima, detalhes do cenário da sala CSI; aqui, a equipe da Azul Magazine depois de vencer o jogo

122 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Detetives

Aceitamos o desafio de tentar desvendar o mistério de uma das salas do Puzzle Room, em São Paulo. Durante 60 minutos, reviramos pistas, abrimos cadeados, exploramos caixas e levamos muitos sustos

por uma hora

ra uma noite pós-expediente quando chegamos — eu e alguns colegas da redação — ansiosos ao Puzzle Room, na Zona Sul de São Paulo. Depois de muito ouvir falar sobre os escape games, fomos enfim experimentar os tão comentados jogos de imersão, em que os participantes são trancados em uma sala e têm de desvendar um mistério em 60 minutos para conseguir escapar. Ou melhor, para vencer o desafio. Ao descobrirmos que apenas 30% dos jogadores decifraram o assassinato de um espião na sala CSI: Investigação Criminal, a iniciante do Puzzle Room, ficamos mais “motivados” a entrar nesse seleto grupo. “Se a gente não conseguir, eu morro”, sentenciou a leonina Vitória Batistoti, estagiária de jornalismo da Azul Magazine. Antes de darmos início, recebemos orientações e um rádio, por meio do qual poderíamos nos comunicar com a equipe da casa — que estaria nos observando o tempo inteiro — e pedir até três dicas. Já trancafiados, nos deparamos com um quarto sombrio, com móveis de madeira, roupas velhas e rastros deixados pela perícia, que teria saído para investigar outro crime.

FEBRE EM EXPANSÃO

Os escape games surgiram no Japão há oito anos, inspirados nos jogos on-line, e rapidamente se espalharam pelo mundo

Aportaram na Europa em Praga e lá fizeram fama. Eles aparecem entre as 15 melhores atrações do destino no site TripAdvisor

P O R MARINA AZAREDO

Imediatamente começamos a revirar tudo o que encontramos. Até que os primeiros indícios surgiram e nos levaram a abrir cadeados, que nos davam senhas. Aos 15 minutos, pedimos a primeira dica, decisiva para continuarmos no jogo. Aos 19, o momento mais emocionante: uma pista nos levou a outra, que nos levou a uma pequena caixa que... pum! Ampliou nosso horizonte de investigação. Depois de um susto gigantesco, veio o êxtase. Agora vai, time! Mas a tarefa revelou-se difícil e o tempo passava sem que conseguíssemos avançar. Muitos objetos não ajudavam e até mesmo tiravam a nossa atenção do que era importante. Pareciam faltar peças naquele quebra-cabeça. Nervosos, pedimos a segunda dica, que nos fez voltar um pouco na investigação para recuperar indícios perdidos. Aos 45 minutos, ainda parecíamos distantes de solucionar o homicídio. Mais uma dica, por favor! Por fim, aos 55, quando eu já estava conformada em engrossar a estatística dos 70% de “perdedores”, Thais Lutti, produtora da revista, e Vitória gritaram bem alto. Haviam achado uma pista decisiva, que abriu a porta e nos colocou entre os vencedores. Viva!

A primeira unidade chegou ao Brasil em 2015, em São Paulo, e, desde então, o mercado não parou de crescer. Hoje, a cidade conta com pelo menos 25 salas

Além da capital paulista, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Santo André já contam com escape rooms

PUZZLE ROOM

Av. Senador Casemiro da Rocha, 634, São Paulo A partir de R$ 299. (11) 2371 3810 / puzzleroom.com.br

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 123

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Inverno

POR

THAIS LUTTI NATHALÍ ISQUIERDO

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Figurinha onipresente nas passarelas — e nas ruas —, o animal print veio para ficar. Inspire-se na estilista e blogueira italiana Chiara Ferragni para montar um look casual 124 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

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Fotos: Daniel Zuchnik/Getty Images; Marcos Vianna; Zé Takahashi/Fotosite; Leo Faria; Divulgação

Lifestyle

DICA DO MÊS BY

Pijamas

Conjunto Apartamento 03 Camisa R$ 1.150 Calça R$ 1.950 apartamento03. com.br

HISTÓRIA // Originário do vestuário masculino,

o pijama ganhou o guarda-roupa feminino na década de 30 pelas mãos de Coco Chanel, que o combinava com pérolas, sua marca registrada. Nos anos 1960 e 1970, as versões amplas de seda, batizadas de palazzo pyjamas, transformaram-se no uniforme do jet-set para os momentos de lazer e eram assinadas por estilistas como Emilio Pucci e Ossie Clarke.

NA MODA // Uma nova safra de marcas vem

tratando o pijama com tanto apuro que seria desperdício não exibir suas peças também fora de casa, caso da londrina Olivia Von Halle e da italiana F.R.S. (For Restless Sleepers). Enquanto isso, grifes high fashion, como Dolce&Gabbana, Gucci e Valentino, levaram à passarela belos conjuntos com cara de sleepwear, feitos de jacquards, tafetás e lamês. O pijama promete ser tendência forte no próximo verão brasileiro — foi destaque nos desfiles da Apartamento 03 e da A.Brand na mais recente São Paulo Fashion Week.

COMO USAR // Deixe de lado os modelos mais

Look da marca italiana F.R.S.

Conjunto A.Brand Camisa R$ 998 Calça R$ 1.598 abrand.com.br

simples de algodão e aposte em versões de seda decoradas com estampas ou bordados. Complementos sofisticados são essenciais para o visual não parecer obra do acaso. Combinado com salto alto e maquiagem caprichada, o pijama faz bonito à noite como um substituto do vestido-coquetel. Quando usado com mules sem salto ou tênis estilo slip-on, encara com louvor compromissos diurnos informais. E não poderia haver look mais confortável para viajar de avião.

NA PALMA DA MÃO Lapidação especial

Inspirado na visita que fez ao acervo da Swarovski, nos Alpes Suíços, o estilista francês Jean Paul Gaultier decidiu trabalhar aquilo que chamou de “beleza imperfeita” do cristal Kaputt em sua segunda coleção para a grife de joias. Batizada de Reverse, e com lançamento marcado para este mês no Brasil e no mundo, ela traz 12 peças em que os pontos fortes são a assimetria e a forma bruta do cristal — parte de suas facetas é fosca, enquanto outras têm um brilho intenso. swarovski.com

Você vê alguém na rua com uma roupa linda e fica com vontade de tê-la, sem saber onde procurar. O aplicativo ASAP54, criado pela brasileira radicada em Londres Daniela Cecilio, pode ajudá-lo na busca pelo cobiçado look. Basta tirar uma foto — discretamente, claro — do visual que gostou, jogá-la no app e selecionar a peça de sua preferência (saia, blusa, sapato, entre outras). Num instante a ferramenta escaneia a imagem e exibe dezenas de itens similares, de marcas como Topshop, Kenzo e Zara, com o valor de cada uma. Disponível apenas para sistema iOS.

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Lifestyle

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Lifestyle

Terapia em movimento

QUAIS PARTES DO CORPO SÃO TRABALHADAS?

Além de pedalar e estimular os membros inferiores, a prática inclui alteres e pesos, flexões e alongamentos. A bike se torna, então, ferramenta para exercitar o corpo inteiro. O QUE HÁ DE TERAPÊUTICO NO EXERCÍCIO?

O método se baseia no full body and mind work out. Ou seja: corpo e mente trabalham. Os professores incentivam a turma a superar limites físicos e emocionais. E a ambientação da sala também é pensada com esse propósito. COMO AS PESSOAS SE SENTEM APÓS A AULA?

700 30

minutos é o tempo de uma aula na Spin’n Soul

calorias são queimadas em uma sessão

reais é o valor cobrado por sessão

pessoas, em média, participam de cada aula

Look: Top Pliê; Calça Lichia

Pedal com estímulo

VITÓRIA Após ganhar ciclovias, a capital capixaba agora oferece um sistema de compartilhamento de bicicletas. Inaugurado há dois meses, o Bike Vitória já conta com 200 magrelas distribuídas em 20 estações instaladas entre os bairros Jardim Camburi e São Pedro. Para utilizar o serviço, é preciso se cadastrar no site ou no aplicativo. A diária custa R$ 5,40; a mensalidade, R$ 10,80; e a anuidade, R$ 67,50. Cada bike é liberada para o uso durante 60 minutos. Depois disso, o usuário deve devolvê-la, mas pode retirar outra sem custo adicional.

bikevitoria.com

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Realizadas. Por terem atingido seus objetivos físicos e extravasado a ansiedade do dia a dia. Também saem com uma energia positiva, fruto da sintonia do grupo.

PLAYLIST POR RENATA KUERTEN

A MODELO E APRESENTADORA SUGERE DEZ MÚSICAS PARA PRATICAR MUAY THAI Can’t Stop the Feeling Justin Timberlake Gold Kiiara Work from Home Fifth Harmony Hotline Bling Drake Somebody Natalie La Rose

Calm Down G-Eazy Work Rihanna Sorry Justin Bieber Takes my Body Higher Shoffy feat. Lincoln Jesser 7/11 Beyoncé

Fotos: Sergio Caddah; Diego Alves; Divulgação

Demi Lovato, Alessandra Ambrosio, David Beckham e outras tantas celebridades já foram fotografadas praticando a atividade da moda nos Estados Unidos: o SoulCycle. Enquanto o cycle antecipa que se trata de uma modalidade feita na bicicleta, o soul explica que há exercícios mental e emocional envolvidos. Salas à luz de velas, músicas divertidas e professores animados são premissas da atividade criada em 2006 para trabalhar o físico, dar prazer e se distanciar do conceito de “ginástica obrigatória” — tanto que os praticantes não pagam mensalidade, mas um valor por aula realizada. A ideia chegou ao Brasil por intermédio do empresário Daniel Nasser, que adaptou o conceito e fundou, no fim de 2014, a Spin’n Soul, em São Paulo. spinsoul.com.br

SPIN’N SOUL O EMPRESÁRIO DANIEL NASSER FALA SOBRE A ATIVIDADE

Lifestyle

Modelo clássico da Vans, o tênis de lona AV Classic High apresenta alta durabilidade, graças aos reforços extras nas áreas de muito atrito. R$ 399,99 vans.com

De aço inoxidável, a chaleira da KitchenAid suporta temperatura de até 200 graus. Sua capacidade é de 1,9 litro. R$ 379 kitchenaid.com.br

EM BUSCA DO

equilíbrio

Cores capazes de despertar a serenidade, como os tons de azul Riverside e Airy Blue e o cinza Sharkskin, são as apostas da Pantone para um inverno mais zen. Veja uma seleção de itens que estão no clima da estação POR

THAIS LUTTI

PRODUÇÃO

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NATHALÍ ISQUIERDO

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Fotos: Divulgação

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7 Perguntas

Em terras

pouco exploradas Com vasta trajetória na fotografia, o paulistano Mauricio Nahas lança neste mês um documentário autoral que esmiúça o modo de vida e o trabalho de ceramistas no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais POR

MÔNICA REOLOM

Imagens que estão no documentário sobre o Vale do Jequitinhonha

132 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

Fotos: Mauricio Nahas/Arquivo Pessoal

otógrafo premiado internacionalmente com imagens feitas para campanhas publicitárias, o paulistano Mauricio Nahas — autor da foto de capa desta Azul Magazine e eleito para fazer a nova campanha publicitária da Azul, em breve nas páginas da revista — também percorre uma trajetória paralela, pautada em seus projetos autorais. Apaixonado pelo desconhecido e defensor das casualidades da vida, ele já caiu na estrada para registrar comunidades do interior do Brasil e a cultura de países como Cuba, Rússia e China. Acostumado a planejar seus projetos pessoais à semelhança de um roteiro de um filme, decidiu investir em seu primeiro documentário, com lançamento marcado para este mês. Do Pó da Terra mostra o trabalho desenvolvido por ceramistas do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A iniciativa já foi tema de uma exposição e também ganhou versão em livro com o mesmo nome. A seguir, Nahas fala sobre o documentário e outros trabalhos que marcaram sua carreira.

De onde surgiu a ideia de fazer o documentário?

Com quais tipos de fotografia você trabalha hoje?

Para mim, fotografia e cinema conversam de uma forma muito forte. Penso em meus trabalhos autorais como um roteiro de filme. E quando meu sócio, Fernando Machado, veio com a proposta de contar a história dos ceramistas do Vale do Jequitinhonha em vídeo, eu abracei. A região é muito vasta, é um Brasil cheio de idiossincrasias.

Atualmente eu atuo em três frentes: a publicidade, área que me dá o dinheiro para pagar as contas e tocar outros projetos; o editorial, setor em que já tenho um pouco mais de liberdade e que funciona como minha vitrine e é o meio de eu me aproximar de pessoas interessantes; e meus projetos pessoais, que são minha alma, minha cara, meu oxigênio. É dessa forma que gosto de trabalhar. Se você focar em apenas uma vertente não se alimenta totalmente. Acho importante transitar por vários mundos.

Este foi um projeto pessoal meu e de meus três sócios, feito de 2005 a 2011. A ideia era fotografar Cuba, Rússia e China, países que viveram uma ruptura ou não com o comunismo. Fizemos três viagens, lançamos três livros e tivemos três exposições. No meu caso, trabalhei com a fotografia intuitiva, menos planejada. Eu acredito na sincronicidade jungiana, nas casualidades. Então ficava esperando a foto acontecer para mim, não a procurava. E ela acontecia.

Como foi registrar a região?

Nós andamos mais de três mil quilômetros, tudo era muito longe. Mas, em cada canto, encontrávamos pessoas singulares. A Noemisa [uma das personagens do filme], por exemplo, é uma senhora semianalfabeta e alcoólatra que tem um trabalho incrível. Ela representa aquele talento que você nem sempre sabe de onde vem. Por meio de temas simples falamos de assuntos atuais, como a força da mulher e o machismo ainda presente. É um tapa na cara desse mundo cosmopolita em que acreditamos viver.

Você sempre quis ser fotógrafo? Não. Cursei até o terceiro ano da faculdade de medicina. Mas, nessa época, eu já fazia um curso de fotografia como hobby e estava planejando uma viagem. Queria passar um tempo na Europa. Foi quando fiquei sabendo que o Estúdio Abril estava atrás de um assistente de fotógrafo. Falei: vou lá ver como é. Fui auxiliar de laboratório, depois boy e logo assistente. Aquele mundo me fascinou. Fiquei apaixonado pelo assunto e deixei a medicina para trás.

Uma de suas grandes obras é a Trilogia Vermelha. Como foi seu desenvolvimento?

Você destaca algum episódio em especial vivido nessas viagens?

O fotógrafo paulistano Mauricio Nahas

Sim. Eu estava navegando no Rio Li, na China, no dia 09/09/09, número mágico para eles. De repente, vi um monte de guarda-chuvas cor de rosa: iria ter um casamento coletivo ali. Mais de 100 noivas se casariam naquele dia. Pedi ao meu intérprete para irmos lá e foi incrível. As noivas estavam num barco, todas de branco, e o prefeito celebraria as uniões. Tanto na China como na Rússia, vários amigos de meus intérpretes me pediam para fotografar seus casamentos. Essa coincidência de cerimônias foi louca.

Qual lugar você ainda gostaria de fotografar? A Coreia do Norte, que inclusive tem a ver com a Trilogia Vermelha. O país é como uma ilha no mundo. Abomino a ditadura comunista. Acho surreal que exista uma nação assim, mas, para um fotógrafo, é um banquete. Atualmente as pessoas estão ficando muito iguais, em todos os lugares. É difícil achar um local muito autêntico. Na Coreia do Norte deve ser complicado apontar uma câmera. Em todo lugar terá alguém olhando para você.

A G O STO 2016 A Z U L M A G A Z I N E 133

Arte

Apê

multifuncional

Misto de casa, galeria, ateliê e espaço para eventos, a apArt, em São Paulo, reverencia a arte em todas as suas formas e ajuda a divulgar o trabalho de novos talentos POR

134 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016

MARCELO CAMACHO

aleria de arte? Espaço para eventos? Palco de performances? Ateliê? Apartamento descolado? A apArt Private Gallery é tudo isso. Instalado em um imóvel de 350 metros quadrados num prédio residencial de 1953 no bairro Jardins, em São Paulo, o lugar abriga, sim, uma galeria de arte. Mas é também todas as outras coisas, inclusive a casa de Thais Marin e Leo Macias, idealizadores do projeto. Funciona assim: a galeria propriamente dita ocupa um cômodo envidraçado de 30 metros quadrados integrado à imensa sala de estar. As mostras em cartaz podem ser visitadas pelo público após agendamento feito pelo site da apArt. Mas quem vai não resiste a dar uma espiadinha no restante do imóvel, cheio de outras obras de arte. Já nas noites de vernissage, geralmente incrementadas por pocket shows ou leituras de poesia, o local ganha vida com até 200 convidados. A ideia do projeto surgiu quando o publicitário e artista plástico colombiano Leo Macias reformava o apartamento para que funcionasse também como seu ateliê. Porém, durante uma viagem a Berlim, ele conheceu a galeria do colecionador Christian Boros, um antigo bunker da 2ª Guerra Mundial transformado em espaço de exposições e em sua residência. Foi então que vislumbrou o futuro de seu lar. Após ser inaugurada, em 2013, a apArt virou uma lançadora de talentos, muitos deles amigos do casal. Com o tempo, outros artistas foram surgindo. “A maioria está em começo de carreira e nem sabe por onde começar a expor. A apArt está aqui para ajudá-los”, explica a também publicitária Thais, que promove ainda uma espécie de democratização da arte ao alugar trabalhos a serem expostos em eventos ou festas. Há exemplares do pintor e escultor Alex Flemming, dos fotógrafos Gustavo Lacerda, Mauro Phazan e Gustavo Zylbersztajn, entre outros. O preço médio é de 5% do valor da obra, para o prazo de um mês de aluguel. Caso o cliente opte por comprá-la depois, o casal cobra os 95% restantes. A apArt também está preparada para hospedar, literalmente, artistas. Eles podem morar lá por um tempo (há um enorme quarto de hóspedes), desenvolver trabalhos e expor na galeria. Como se fosse um Airbnb artsy. Essa residência ainda não foi posta em prática, mas a estrutura está pronta. Por enquanto, só mesmo Leo cria no espaço, como era a ideia inicial durante a reforma. “Quando a galeria está ocupada com mostras ele usa o resto da casa. Suja o meu chão, faz a maior bagunça”, diverte-se Thais.

Fotos: Gustavo Flauzino; Divulgação

Thais Marin e Leo Macias na porta de entrada da apArt

Sala de estar da apArt; Ă direita, acima, parte da galeria; ao lado, sala de jantar do apartamento

apartprivategallery.com

Agenda

O MELHOR DO MÊS NO MUNDO DO ENTRETENIMENTO

Trupe do mal CINEMA Em Esquadrão Suicida, produção dirigida por David Ayer (de Corações de Ferro, 2014), os mais perigosos supervilões dos quadrinhos da DC têm a chance de reduzir suas sentenças penitenciárias caso cumpram uma missão para o governo. Equipados com um poderoso arsenal, os anti-heróis devem

derrotar uma entidade enigmática, porém, descobrem que não foram chamados para vencer, mas sim para falhar na empreitada. A atuação do vencedor do Oscar Jared Leto, na pele do bizarro Coringa, promete ser o ponto alto do longa. Estreia no dia 4 de agosto.

OS ESCALADOS PARA ENTRAR EM AÇÃO

Jared Leto

Crocodilo

Adewale Akinnuoye-Agbaje

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Arlequina

Margot Robbie

El Diablo

Jay Hernandez

Pistoleiro Will Smith

Magia

Cara Delevingne

Katana

Karen Fukuhara

Amarra

Adam Blech

Capitão Bumerangue Jai Courtney

Rick Flag

Joel Kinnaman

Fotos: Eduardo Ortega; Diego Bresani; Divulgação

Coringa

Para todos os leitores

LITERATURA A Bienal do Livro de São Paulo chega a sua 24ª edição mantendo sua característica multifacetada. A best-seller Marian Keyes, da Irlanda, marca presença na festa, assim como autores conceituados, como os professores Leonardo Boff e Mário Sergio Cotella, e os jovens youtubers Jout Jout, PC Siqueira e Kéfera. O público mirim é contemplado com o divertido Espaço Mauricio de Sousa e grandes editoras nacionais expõem seus títulos em estandes.

Pavilhão de Exposições do Anhembi, Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, São Paulo. De 26 de agosto a 4 de setembro. Seg. a sex., das 9h às 22h; sáb. e dom., das 10h às 22h. Seg. a qui., R$ 20; sex. a dom., R$ 25. (11) 3060 4717 / bienaldolivrosp.com.br

Palco cosmopolita

TEATRO O espetáculo Naufragé(s) (foto), desenvolvido na França pela companhia brasiliense Teatro de Açúcar, faz sua estreia na 17ª edição do Cena Contemporânea, entre os dias 23 de agosto e 4 de setembro. O festival, que exibe anualmente criações de grupos nacionais e internacionais em vários palcos da capital

federal, ainda tem em sua programação Noite, peça da trupe portuguesa Circolando, inspirada na obra do poeta Al Berto, que fala sobre força, energia e exaustão.

Vários espaços culturais de Brasília. De 23 de agosto a 4 de setembro. Haverá espetáculos às 19h, 20h e 22h. R$ 20. (61) 3349 3937 / cenacontemporanea.com.br

Figuras cotidianas EXPOSIÇÃO O cangaceiro, a

lavadeira, o garimpeiro, os jangadeiros e outros tipos brasileiros retratados por Candido Portinari são o mote de Portinari Popular, exposição que tem como proposta revisitar o trabalho do artista com um olhar voltado ao seu conteúdo social. Com inauguração marcada para o dia 12 deste mês, no Masp, a mostra conta com 18 obras do acervo do museu paulistano — entre elas O Lavrador de Café (1939, foto) e Retirantes (1944) — e outras de instituições públicas e coleções particulares.

Masp, Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, São Paulo. De 12 de agosto a 15 de novembro. Ter. a dom., das 10h às 18h; qui., das 10h às 20h. R$ 25 (grátis às terças-feiras). (11) 3149 5959 / masp.org.br

Imersão Fab Four

EXPOSIÇÃO Ansiosamente aguardada pelos brasileiros, a mostra Beatlemania Experience enfim abre as portas de seu universo pautado no quarteto mais famoso de Liverpool. A partir do dia 24 deste mês, vídeos, fotos, instrumentos, capas de revistas e réplicas de roupas estarão em exibição na capital paulista, num espaço de 2 mil metros quadrados. Destaque ainda para a réplica do Cavern Club, local em que o grupo se apresentou várias vezes, e para os shows de All You Need is Love, famosa banda que faz tributo a John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

Pátio do Shopping Eldorado, Av. Rebouças, 3.970, Pinheiros, São Paulo. De 24 de agosto a 8 de novembro. Diariamente, das 12h às 22h. R$ 50.

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Agenda

De passagem pelo Brasil EXPOSIÇÃO Símbolo do modernismo

nacional, Abaporu, de Tarsila do Amaral, desembarca na capital fluminense para ser a estrela da exposição A Cor do Brasil, inaugurada no dia 2 deste mês e reforçada com trabalhos de Anita Malfatti, Alfredo Volpi e Candido Portinari, entre outros. Desde 1995, a obra-prima de Tarsila reside na vizinha Argentina. Ela faz parte do acervo do Malba, Museu de Arte Latino-americano de Buenos Aires, fundado pelo empresário e colecionador de arte Eduardo Costantini — que, aliás, já adquiriu estas outras relíquias brasileiras:

Mulheres com Frutas (1932) Di Cavalcanti

Aventura épica

Museu de Arte do Rio, Pça. Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro. De 2 de agosto a 9 de outubro. Ter. a dom., das 10h às 17h. R$ 10. (21) 3031 2741 / museudeartedorio.org.br

O Último Baluarte (1940) Candido Portinari

CINEMA Câmeras instaladas na areia e um conjunto de Go-Pros foram utilizados para dar mais emoção às cenas de ação de Ben Hur, clássico do cinema que ganha nova versão pelo diretor Timur Bekmambetov. Falsamente acusado de traição por seu irmão (Toby Kebbell), o jovem Ben Hur (Jack Huston) resiste a

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A Luta Diária (1966) Antonio Dias

Metaesquema (1958) Hélio Oiticica

anos de escravidão para buscar vingança. A trama conta ainda, em paralelo, a história de Jesus Cristo, interpretado por Rodrigo Santoro. O elenco também é reforçado por Morgan Freeman, no papel de Ildarim, homem que ensina o protagonista a pilotar uma biga.

Estreia no dia 18 de agosto.

Fotos: Gustavo Sosa Pinilla; Philippe Antonello; Myles Aronowitz/Netflix; Divulgação

Tropicália em dose dupla MÚSICA Depois de viajarem o Brasil, a Europa e os Estados Unidos, Caetano Veloso e Gilberto Gil voltam a pegar a estrada em terras nacionais com a turnê Dois Amigos, Um Século de Música. O show, que celebra seus 50 anos de carreira e a grande amizade dos dois baianos, será apresentado no Rio, no dia 27 deste mês, e em setembro (16 e 17), em São Paulo. Sucessos como Sampa e Drão estão garantidos.

Metropolitan, Av. Ayrton Senna, 3.000, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Sáb. (27), às 22h. Entre R$ 150 e R$ 480. (21) 2430 5100

Metamorfose social e cultural

SÉRIE A street dance, as rimas freestyle, o grafite e as disputas de gangues do Bronx, em Nova York, dão o tom de The Get Down. A nova série da Netflix relata o surgimento do hip hop, do punk e da disco na cena musical da Big Apple, nos anos 1970. A produção, de Baz Luhrmann — de Moulin Rouge (2001) e O Grande Gatsby (2013) —, tem a participação de Jaden Smith no papel de um artista de rua e do DJ Grandmaster Flash, que fez fama na época por jogar o microfone em suas festas para que o público improvisasse rimas. A trilha sonora é do rapper NAS. Estreia no dia 12 de agosto.

Transformar o futuro de uma região e contribuir para um planeta melhor com cidadãos mais conscientes é o principal compromisso do Circuito Cultural MRN. Executado pelo Grupo Komedi, o projeto estimula a leitura e promove a cultura, levando teatro, educação e diversão para 24 mil crianças e adolescentes de escolas públicas em Óbidos, Oriximiná, Faro e Terra Santa, na região oeste do Pará. O Circuito Cultural MRN envolve apresentações de teatro, doações de livros com os temas das peças e brinquedotecas, criando um ambiente de aprendizado com diversas atividades relacionadas ao meio ambiente, à literatura brasileira, à cidadania e à mineração. Não existe um futuro melhor sem transformação. E não existe transformação sem pensar no futuro.

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A G O STO 2016 AMAIS Z U LSOBRE M A G A Z I N E 139 CONHEÇA O PROJETO CIRCUITO CULTURAL MRN

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23 AGO . 20H TEATRO GUAÍRA . CURITIBA Rua XV de Novembro, 971 WWW.DISKINGRESSOS.COM.BR (41) 3315-0808

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Os horários dos ônibus executivos da companhia

Filmes, séries e programas disponíveis na TV ao vivo

Os benefícios do TudoAzul, o programa de vantagens da companhia

Linhas de Ônibus // Bus Shuttles

Transporte exclusivo

EXCLUSIVE TRANSPORTATION

A Azul oferece ônibus executivos gratuitos, com Wi-Fi e ar-condicionado, em lugares estratégicos no Estado de São Paulo. Entre a capital paulista e o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, a companhia opera linhas de 30 em 30 minutos. Para utilizar o serviço, apresente seu cartão de embarque ou seu itinerário 15 minutos antes da partida do ônibus.

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Azul offers free executive buses, with Wi-Fi and air conditioning, to and from Viracopos Airport, in Campinas, to strategic locations in the cities of São Paulo and Sorocaba. To use the service, present your boarding pass or itinerary 15 minutes before the departure of the bus. Please check bus schedules according to the location of your departure.

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DOMINGOS SUNDAYS

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