Plante o Amor
Clarissa dos Anjos Melo Gráfica Sul & Editora
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Plante o Amor
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Capa Samuel Praxedes
Diagramação Samuel Praxedes Revisão xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Impressão Gráfica Sul & Editora
Melo, Clarissa dos Anjos. Plante o Amor - Natal, RN: Gráfica Sul & Editora, 2023. 56 p. ; 15 x 21 cm.
ISBN xxx-xx-xxxxx-xx-x
1. xxxxxx. 2. xxxxxx. I. Título.
CDD: xxx.xx
dos Anjos Melo“Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor”...
cSophi -Não, não podia, não era para ser assim. Eu perdi tanta coisa, eu perdi minha profissão que eu tanto amava, perdi os encontros de ex alunos da faculdade. Não entendo e não vou entender.
Camille- Calma Sophie Sophie- Irmã, Como você me pede para ter calma? A profissão que eu amava eu abandonei para cuidar do Jery. Eu sei que muitas mulheres fazem isso, cuidam do casamento, se colocam em segundo plano, e eu fui uma dessas mulheres. Então não me peça para ter calma, eu não consigo.
Camille- Sophie, o juiz já está chegando. Sophie- Camille, eu não sei se vou assinar esse divórcio. Eu o amo, apesar de tudo.
Passado um tempo, o juiz chega e Sophie finalmente assina o divórcio, com muita tristeza e lágrimas nos olhos. Levanta da cadeira e tira o anel que Jery tinha lhe dado ainda na adolescência, devolvendo-o para o ex marido ainda com muita mágoa.
Ao voltar para casa com Camille, ela olha o tanto de louça na pia da cozinha, e se da conta do tanto de trabalho que tinha. Furiosa, desconta tudo nos pratos e copos, quebrando tudo no chão, como se tivesse jogando a raiva e o rancor junto com a aquela louça.
Sophie- Só preciso respirar.
Camille- Tive uma idéia que vai te fazer bem. Eu peguei um
quadro da sua formatura, com todos os seus colegas. Você lembra de como você sonhava em ajudar os pobres, de fazer o bem, a caridade sem ganhar nada em troca?
Sophie- Eu lembro, mas isso já passou. Antigamente esse curso era meu sonho, eu passava horas estudando, eu queria ser a melhor Assistente Social.
Camille- Você é, e ainda vai ser. Você tem um Dom. Você lembra de um Natal em que fomos distribuir sopa aos pobres? Naquele Natal nossa mãe ficou com raiva porque queria que ficássemos em casa com nossa avó. Mas no outro dia você estava acordada logo cedo, fazendo companhia a nossa avó, e dando mingau na boca dela. E disse que ela ia ficar curada, mas o câncer levou nossa avó embora.
Camille- Sophie, eu tenho certeza que a avó Bia nunca se esqueceu da gente. Você se lembra que ela dizia: “vocês são minhas netas favoritas, e a gente achava graça? Depois escutávamos ela falar a mesma coisa para as nossas primas. Mas quem ela mimava mesmo era a gente. Nós riamos, pois ela falava que a gente tinha “mel”.
Camille- Nós pegamos vários álbuns da família e fomos recordar todos: aquele tio, aquela tia engraçada, a tia fofoqueira, aquele tio que ficou viúvo e sempre estava à procura de alguém, nossa mãe que era vaidosa e sempre inventava alguma cirurgia plástica, a prima que nunca se depilava.
As duas riram muito.
Sophie- Quem sabe vou comprar uma louça nova amanhã. No outro dia, na loja de departamento, Sophie encontra uma colega da faculdade, Fantine.
Fantine- Olha quem eu encontro: a aula mais dedicada da
Université Du Quebec à Trois Riviéris.
Sophie- Há quanto tempo mesmo. Fantine- Pois é, eu estou me casando e vim comprar algumas coisas aqui. Sophie- Vai ser casar? (Falou Sophie com a voz melancólica) Fantine- Eu ainda me lembro do seu casamento. Foi uma grande festa. Teve até folgos.
Sophie- Pois é Fantine, mas meu casamento acabou. Fantine- Ah que pena, sinto muito. Eu vou me casar na igreja Notre Dame-des-Victoria.
Sophie- Eu me casei lá, é uma linda igreja. Felicidades para o casal. Camille- Eu não sabia que vocês se davam bem. Sophie- Fantine é o tipo de pessoa que se da bem com todas as pessoas.
Sophie- Compramos a louça e quando saímos da loja vimos que já estavam colocando nas ruas os enfeites de Natal.
Camille- E por falar em Natal a mamãe ligou e quer que a gente vá passar o Natal em Londres. Ela falou tantas coisas da sua separação.
Sophie- Imagino! Ela vive de aparências.
Camille- A gente podia fazer uma viagem nesse Natal. Algo diferente.
Sophie- Quando Fantine falou em casamento eu me lembrei da cena direitinho dos fogos de artifício no meu casamento há dez anos. Todos diziam: “viva, viva Sophie e Jeri”. Lembro dos fogos verde, rosa e prata.
Camille- Sophie não adianta ficar relembrando o passado. Já diz a música “Tempo, compositor do destino, tambor de todos os ritmos, vou te fazer um pedido. Tempo, tempo, tempo, tempo”... Caetano Veloso.
“Um dia me disseram que o tempo é o melhor remédio, mas que tempo é esse que tem que esperar o tempo, no tempo, para tudo se acalmar, o Sol se pôr, a estrela brilhar e a Lua sumir para o tempo chegar”.
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Scophie- Se o meu passado voltasse, eu diria: eu esperei tanto do meu futuro que agora queria voltar para o meu passado, porque todo dia é um passado e todo dia um minuto do futuro vira passado. Será que Deus nos dá uma segunda chance? Ou para alguns ele dar? É privilégio? Não sei, só sei que não quero mais ficar remoendo meu passado.
Camille- Não sei se vou passar o Natal com a mamãe, ou se a gente antecipa a viagem e depois do Natal viajamos para onde você quiser. O que acha, não é uma boa idéia?
Sophie- Hum, acho que é uma ótima idéia.
Camille- Então vamos fazer uma surpresa para mamãe antes do Natal, e depois a gente decide para onde vamos viajar.
Sophie- Camille podemos visitar mais de três países com as mochilas nas costas, o que acha?
Camille- Isso é para você que gosta de aventura. Eu gostaria de conhecer as praias em países tropicais. Eu vou uma pesquisa na internet. Sophie- Ótima idéia. Agora vou à padaria comprar algumas coisas para o nosso jantar.
Ao chegar na padaria, Sophie compra tudo que tinha planejado, mas ao sair dar de cara com Jery e sua nova namorada. Sophie respira fundo e fala em um tom sarcástico: olá Jery. Jery- Olá, essa é Maitê. Ela não fala inglês, somente o francês. Sophie notou que o anel que ela devolveu para Jery estava no dedo de Maitê, logo deu uma risada e falou em francês:
Cette bague était à moi, elle m’a donné le jour où nous avons terminé un mois de rencontres amoureuses. J’espère que vous serez ensemble pendant plus d’un mois afin qu’il puisse vous donner un cœur, car les choses qui ne nous appartiennent pas, même volées, nous appartiennent toujours. J’espère donc que ma belle, de tout mon cœur, va te le faire. Jusqu’à ce que ça ait l’air bien sur votre doigt. Traduzindo :
Esse anel já foi meu, ele me deu no dia que a gente completou um mês de namoro. Tomara que vocês fiquem juntos por mais de um mês para que ele te dê um de coração, porque as coisas que não são da gente mesmo quando roubadas sempre são nossas. Então espero minha linda, de coração, que ele te faça isso. Até que ficou bem no seu dedo. Dias depois as irmãs já estavam de malas prontas para viajarem para Londres, e principalmente Camille estava contente, pois das irmãs era a mais carente, e todo carinho que Sophie tem por ela a deixa extremamente feliz. Camille estava ansiosa esperando o dia do vôo.
Sophie saí para caminhar e se encontra por acaso com um amigo muito querido chamado Romeu, que também é assistente social. Romeu- Sophie minha linda.
Sophie- Oi Romeu, tem mais ou menos uns dez anos que não nos vemos, desde o nosso baile de formatura. Como dançamos
naquela noite, nem precisamos ficar bêbados para nos divertimos. De repente, voltei ao ano 2000 em minhas lembranças: o som ótimo, a música excelente., agente conversando sobre nossos planos em ir para a África antes que eu me casasse com Jery.
Romeu- Você sabe que eu estava na fila, mas chegou o Jery. Falou em tom de brincadeira.
Sophie- Eu me diverti e dancei como se não houvesse amanhã. Eu me lembro de cada detalhe como se fosse hoje.
Sophie- Mas mudando de assunto, você está em algum projeto?
Romeu- Estou indo para a África do Sul. Você poderia ir comigo, eu ia gostar muito.
Sophie- Nossa eu estou indo para Londres hoje na madrugada, mas confesso que seria mais legal se estivesse indo com você.
Romeu- Ainda há tempo, fique com o meu contato, eu vou todo o mês para a África, é um projeto com as crianças, estou levando comigo dez voluntários bolsistas que estão acabando o curso. Estamos bem nesse projeto, estamos evoluindo. Temos outros projetos também.
Sophie- Quem sabe um dia, eu fiquei interessada, é o que eu amo fazer. Na verdade eu me perdi no turbilhão da vida. A gente sempre perde aqui ou ali. Eu disse isso para Jery, eu não me canso de dizer que perdi muita coisa por causa do meu casamento. Eu achava que ainda podia ser mãe, fazer uma viagem com ele, como antigamente. Mas como dizia a minha vó Bia: “todo penso é torto”. Romeu você já reparou que o mundo de hoje tem vários dedos apontados para você? Você tem que ser a melhor das melhores, mas no fundo somos todos iguais. Eu passei por muitos momentos difíceis e muitas provações, acho que agora as coisas estão come-
çando a melhorar. Mas quando você pratica a caridade, ajuda o próximo você melhora. Depois que eu voltar de Londres, e fizer a minha viagem eu pretendo fazer o que eu gosto.
Sophie chega em casa aliviada por ter desabafado com seu amigo e vai dormir um pouco pois o vôo já está perto. As horas se passam e assim que acordam as meninas se arrumam e vão para o aeroporto ansiosas para chegar em Londres e ver os pais. Família é uma coisa que a gente não escolhe, já viemos entrelaçados, um bem maior. Briga, separa, briga de novo, mas tudo isso é amor.
As irmãs chegam em Londres e de lá foram para a estação pegar o Trem para Cambridge. Sophie reclamou, pois estava com muita dor na coluna e não via à hora de chegar à casa dos pais e descansar.
Chegando na casa dos pais, sua mãe as recepcionam: minhas lindas, meus bebês, há quanto tempo! Vocês não imaginam o quanto estou conte em ver vocês. Me contem todas as novidades, quero saber de tudo.
Sophie- Eu estou divorciada. Camille- Não é novidade, eu tive que contar para a mamãe. Marie- Minha filha Camille fez certo. Eu tenho certeza que vocês vão voltar. E porque você não me contou?
Sophie- A família não sabe de nada fique despreocupada. A final você está preocupada comigo ou com o que o povo vai dizer? Porque a senhora só vive de aparências.
Sophie colocou a mãe na berlinda, pois nesse mundo bizarro de hoje, quem não vive de aparência? Até o seu melhor amigo pode viver de aparências, mas as aparências enganam, ferem, machucam, não perdoa e não tem perdão.
No dia seguinte elas foram fazer um passeio de barco no Rio, já que é a tradição da cidade, não tem como ir a Cambridge e não fazer esse passeio.
As irmãs conversaram muito com a mãe, pois elas não sentem que a mãe esteja ligada a família e ficaram conversando horas e horas no passeio.
Paciência é preciso para se dar bem na vida, é um exercício para se ter qualidade de vida. Marie escutou as filhas e ficou pensando em tudo que elas tinham falado.
Sophie- Ela pode até ter escutado mas é muito difícil mudar o jeito das pessoas.
Semanas depois Sophie arruma a casa com o seu pai Lorenzo, para ficar toda decorada para o Natal. É como se ela tirasse do fundo do coração a criança que ficou nela adormecida e que todos nós temos, e que deveríamos deixar fluir.
Sophie- Ficou ótimo pai, também tudo que você faz fica bom.
Sophie tem uma ótima relação com o pai desde pequena , os dois não se largavam, faziam as coisas juntos: passeios, piquenique. Já Marie tem uma melhor relação com a filha mais nova, talvez porque Camille não bata muito de frente com ela.
Eis que chega a véspera do Natal, e como de costume, Sophie vai para a Missa, sempre levando com ela algo para ajudar os que mais precisam. Depois que os pais se mudaram para Cambridge ela sempre freqüentou essa Igreja, e faz também caridade com as crianças arrecadando doações. Seja uma boneca de pano para uma menina ou uma bola para um garoto.
Ver o ser humano feliz é muito bom. Jesus disse: “ Se três pessoas estiverem reunidas e falando o meu nome, ali eu estarei”.
“O anjo do senhor vem guardar todos com Louvores, por isso plante, plante o amor”.
Clarissa dos Anjos Melo c
Naquela noite de Natal tudo foi perfeito. Sophie agradeceu ao menino Jesus. Faltavam poucos dias para o Reveillon, Marie tentou convencer a Camille a ficar em Londres e fazer uma faculdade, porque em Cambridge tem as melhores universidades, mas Camille quer acompanhar a irmã por onde ela for. Pois a ligação que uma tem com a outra é como se estivessem entrelaçadas.
Sophie muda de idéia e convida a irmã para um cruzeiro.
Sophie- Acho melhor irmos para um cruzeiro, porque essas dores que eu estou sentindo nas costas não vão me deixar enfrentar um mochilão. Até vou ao médico para saber o que é isso.
Camille- É bom você ir logo e saber o que está acontecendo.
Sophie- Não se preocupe irmãzinha eu sei me cuidar, mas eu vou sim, é sempre bom a prevenção.
Camille- Sophie mamãe me perguntou se eu não queria ficar na Inglaterra estudando, mas você sabe que eu nunca sei o que fazer em termos de estudo. Já era para está numa faculdade, se eu estivesse já teria acabado.
Sophie- Irmã entenda de uma vez por todas que todo mundo é diferente de todo mundo, e cada um tem uma história. Não somos obrigados a nada. Um exemplo: uma mulher com mais de trinta
anos não deve se sentir na obrigação de engravidar e ficar com medo de isso nunca acontecer. Nós vivemos em um país liberal.
Camille- é verdade, não importa se eu tenho um diploma ou não. “Até onde nosso pensamento pode ir? Vivemos em um mundo de julgamentos, onde muitos vivem de aparências, às vezes esquecemos-nos de viver e julgamos muito os outros e somos muito julgados”. Clarissa dos Anjos Melo
Ccamille- é por isso que sou mais você. Te amo. Agora vamos dar a notícia da viagem para os nossos pais.
Marie diz: Como é? E eu que pensei que vocês fossem ficar mais tempo.
Camille- Nós vamos pra um cruzeiro, aproveitar a vida. Lorenzo- Eu apoio, apesar de ficarmos com saudades, nós quase não nos vemos mais. Eu separei algumas fotos da gente, eu estava arrumando umas gavetas e achei.
Sophie- Não acredito pai, são fotos antigas. O nosso Papai Noel.
Lorenzo- Venham ver. E as meninas foram, e mataram a saudade de um tempo muito bom. Na época Lorenzo trabalha em um shopping como Papai Noel, ainda em Quebec.
Sophie- A mamãe não queria que você fizesse esse trabalho. A gente morria de ciúme quando via você abraçando as crianças. Nós ficávamos direito no shopping nos brinquedos, esperando você sair, e a Vovó Bia sempre cuidando de nós.
A nossa infância foi muito boa não é Camille? Ainda hoje sinto o cheirinho da Vó e eu.
Camille- Mãe não fique sentida, mas a gente lembra que o pai cuidava mais da gente.
Marie- Vocês sempre me criticam, por eu gostar de me vestir bem, e me cuidar, e ir para as reuniões com as amigas.
Sophie- Você nunca perguntava da nossa cabana, nosso lugar secreto que a gente adorava. Dava-nos presentes, para não ficarmos tristes.
Lorenzo- Eu sempre disse isso a sua mãe, por isso que vocês ficaram tão apegadas a mim.
Marie- Eu não fazia isso por mal, eu nem percebia.
Sophie- Você não notou e o tempo passou.
Camille- É melhor esquecer isso. Já passou.
Marie- O problema é esse Camille, já passou e não tem como voltar.
Sophie- A gente te perdoa mãe, só não consegue entender. Marie-Mas eu comprava as melhores roupas e laços, eu penteava vocês para ir ao colégio.
Camille- Nessa parte de “roupa” você sempre cuidou bem de nós. Lembro-me que a gente ganhava muita roupa. Mas a gente não queria ser suas princesas, a gente queria ser suas filhas.
“Na vida não se pode querer mudanças do dia pára a noite, cada um tem o papel que merece. Nossos corações batem no mesmo ritmo” Clarissa dos Anjos Melo c
Chega o dia do cruzeiro e Marie e Lorenzo deixam as meninas no aeroporto para pegar um vôo até a Itália, pois o navio irá partir de lá. Sophie- Vida nova, destino novo.
“Peguei minhas coisas e fui viajar, buscava respostas, um cantinho, um lar. O destino é incerto e nos castiga”. (Autor desconhecido) c
As meninas foram logo para o porto para embarcar. Camille achou ótimo e disse que ia aproveitar bastante o cruzeiro e os destinos que iria conhecer: Valência, Gênova, Ajaccios, Santa Cruz do Tenerife e Rio de Janeiro que as meninas tinham muita vontade de conhecer.
Camille- Quero aproveitar muito esses momentos, só briga e só confusão, não agüentava mais.
Sophie- Você está falando de mim? Desculpe irmã, mas esses meses foram um pouco puxado, eu não tenho culpa se a vida me deu
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uma rasteira, e também sei você ficou ao meu lado o tempo todo.
Camille- é verdade, eu não conseguia me expressar diante de tudo e nem dar uma opinião sobre você e sobre o Jery. Não gosto de interferir. Mas mudando de assunto eu comprei uma máquina fotográfica para registrar e filmar tudo. Sorria Sophie vou tirar muitas fotos suas, do navio, da vista.
As meninas ficaram tirando fotos e mais fotos e Camille se identificou com o que estava fazendo. De repente o capitão falou no microfone: Todos no convés do Navio vamos passar as instruções. Meu nome é Zafir. Agora vou passar algumas instruções para o caso de alguma necessidade. Cada um receberá um folheto com tudo que precisam saber. Uma boa viagem para todos, obrigado.
Hoje as meninas vão jantar no melhor restaurante do cruzeiro, um ambiente muito envolvente e glamoroso.
Camille- Sophie já estou pronta para o nosso jantar, vamos curtir muito, acho que é isso que está faltando na minha vida.
Sophie- Acho que eu escolhi um destino na minha vida e Deus colocou outro, mas acho que agora eu estou aceitando o que Deus colocou. E você?
Camille- Eu acho que estou bem nesse momento, viajando e conhecendo outros lugares, acho que sou muito desapegada as coisas materiais, mas ainda sinto muitas saudades da Vó Bia. Acho que todos da família sentem então vamos fazer um brinde à melhor avó do mundo. Mudando de assunto essa comida está deliciosa e essa vista panorâmica é maravilhosa. Que pena que algumas pessoas não podem enxergar. Depois que eu comecei a fotografar, muitas coisas que eu não enxergava comecei a enxergar, acho que os deficientes visuais captam alguma energia, enxergam dessa maneira.
Sophie- é verdade, pode ser. Que pena que nosso jantar já está terminando, mas eu tive uma idéia. O que acha de quando sairmos daqui irmos dançar?
Camille- Eu topo. Temos que aproveitar tudo que acharmos necessário, como se não houvesse amanhã.
No outro dia, as irmãs estavam cansadas. Sophie foi para o SPA e Camille foi curtir o navio, tirar fotos e desfrutar do lazer. Ela estava cada vez mais empolgada e envolvida com a fotografia, parece que ela tomou gosto por alguma coisa, algo maior. Às vezes nós demoramos, mas acabamos nos encontrando. Só era isso que Camille precisava, pois não devemos julgar alguém indeciso que não sabe o rumo da sua vida. Duas irmãs tão diferentes, que se quer tanto bem, isso é o verdadeiro sentimento que importa, o amor.
Enquanto isso Sophie relaxa no SPA, pois já faz algum tempo que ela reclama de dores nas costas. Apesar de ter se sentido bem melhor a dor ainda continuava.
No outro dia as meninas já estavam dançando na beira da piscina com as animadoras do navio, e aproveitando a piscina, cada dia havia uma atividade diferente. Em outros dias elas preferiam a academia.
Camille já estava com a câmera cheia de fotos, mas é claro que ela tinha vários filmes.
As meninas chegaram à cidade de Valência, na Espanha, e se encantaram com as belezas e com a parte história e moderna. A primeira parada foi na Catedral de Valência, uma Igreja muito antiga, mas muito aconchegante. Em seguida foram até a Plaza de La Virgem. É um lugar fantástico e possuí uma fonte belíssima. Seguiram então para o Mercado Central, onde provaram várias
comidas deliciosas e aproveitaram para fazer umas comprinhas. Deixaram por último um lugar esplendoroso, a Cidade das Ciências com uma arquitetura moderna belíssima.
Elas voltaram para o Navio muito felizes, mas Sophie ainda não tinha esquecido da idéia de ir para a África. Porém para tudo há um tempo.
Camille disse que quando voltasse do cruzeiro queria fazer um curso de fotografia, apesar da viagem está sendo ótima, as meninas não deixam de fazer planos. Esses planos na vida são necessários, mesmo não sabendo se vão ou não se realizar, são eles que nos movem, nos colocam para frente, em um futuro bem vindo, mesmo sendo desconhecido.
Hoje as meninas acordaram animadas, pois ia ter uma pool-party (festa na piscina), o Sol forte, música, bebidas, balões dentro da piscina, só alegria. À noite elas foram ao teatro, assistir a um espetáculo de ópera, onde particularmente as meninas tomaram gosto por causa da Vó Beatriz. E clara que elas não deixaram de lembrar-se da avó delas, mas também a noite não ficou só por aí. As meninas esticaram a noite no boliche, onde foi ótimo para fazer amizades, já que se jogava em grupos. Elas vibravam a cada jogada que ganhavam, como duas crianças. Elas chegaram quase de manhã na cabine, e quando acordaram foram para o SPA, e conversaram bastante com as novas colegas. De lá foram direto para o restaurante com uma vista panorâmica maravilhosa do pôr-do-sol. Luxo, muito luxo. O que é luxo? Obter as coisas? Estudar?Ou também é aproveitar? Se for assim tudo bem, mas se for para ostentar não dá. Você quer um garçom para te servindo champanhe o tempo todo? Se for para ostentar não.
De vez em quando eu me lembro de Romeu. Como ele deve está lá na África? Deve ser uma experiência humanitária fantástica. A maioria das pessoas se esqueceu de ajudar com o Amor.
“1° Corintios 13-V1 Excelência do Amor:
“Se eu falasse a língua dos homens e dos anjos, mas se não tivesse amor, seria um bronze que soa ou um sino que toca. E se eu tivesse o Dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e se eu tivesse toda a fé a ponto de transportar montanhas, mas não tivesse amor não seria nada. Ainda que eu destruísse todos os meus bens para o sustento do pobre e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor isso não me serve de nada. O amor é paciente, o amor é bondoso, não é invejoso, o amor não é arrogante, nem orgulhoso. Ele não faz o que é inconveniente, não busca o seu interesse, não se irrita nem se julga ofendido, não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Ele tudo perdoa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. c
As meninas chegaram ao segundo destino, Genova. Lá elas passearam pelo Porto Artico, um lugar com bares e cafés. Vão conhecer o barco do filme “Piratas”, depois vão dar uma volta pela cidade aonde vão conhecer o museu Del Mare, e em seguida a via Garibaldi, uma rua tradicional de Genova.
As meninas voltaram para o Navio, como sempre felizes. Já estão quase na metade do cruzeiro, mas mesmo assim elas já sabem o que vai ficar na memória, principalmente Sophie que estava necessitando de mudanças.
As mudanças não são por acaso, mas quando a gente escolhe fazer elas são muito bem vindas e porque não dizer, aprovadas?
Já se passaram dois dias, e as meninas já estavam no penúltimo destino: Ajaccion, na Costa da França, mas ainda tem muito para ser aproveitado. Sophia diz que foi a melhor coisa que aconteceu depois da separação. E Camille diz que começou o futuro dela agora.
As meninas saem do Navio e vão visitar os principais pontos turísticos de Ajaccio, o Caloshes de Peano, em seguida a Maison Bonaparte, a Tower Parato, um lugar muito lindo, além da Placede Gaulle e a praça de Austerlitz, de lá se vê a vista da cidade muito bela.
Camille- Um brinde a nós Sophie, e também a nossa felicidade. Ou como diria os franceses: Um Toast à nous Sophie, ET aussi notre bonheur.
Voltando para o Navio as meninas se comunicaram com a família. Marie- Aqui em Londres está tudo bem, quando vocês voltarem antes de irem a Quebec tem que passar uns dias aqui. Quero aproveitar ainda muito vocês, ainda dá tempo.
Camille- Obrigada mãe, queremos muito isso, beijos, fica com Deus.
As meninas estavam com muita expectativa de chegar ao Brasil, o último destino, o país que elas sempre quiseram conhecer.
As meninas aproveitaram à tarde para tomar um banho de piscina. Tomando uns drinks e conversando sobre a viagem, que estava sendo maravilhosa.
Sophie- Camille você está sendo uma excelente companhia e eu senti que você está mais disposta.
Camille- Eu já tinha comentado com você que quando comecei a fotografar me senti muito bem, é como se eu tivesse plantando uma raiz. E quando a gente chegar em Quebec é isso que eu quero continuar fazendo. Isso eu tenho convicção. É muito bom você ter um novo olhar. E já olho para as coisas e vejo algo a mais, é como se esse talento sempre existisse na minha vida e só agora que aconteceu aquele clique esplendoroso. Agora eu tenho três olhos, risos. Agora eu tomar um belo banho de chuveiro para resolver o que a gente vai fazer mais tarde.
Enquanto Camille foi para o banho Sophie pegou o notebook e pesquisou sobre dores nos ossos, mas não teve coragem de clicar no botão e deixou passar, e pensou que devia ser coisa da cabeça dela.
A noite chegou com bastante animação, as meninas foram jantar ao ar livre, com a Lua chegando e o Sol indo embora. Depois foram para o cinema, um programa mais light. E os dias e as horas iam passando.
Elas foram ao salão de beleza, fizeram compras e aproveitaram os últimos dias.
Clarissa dos Anjos Melo
“Muito obrigada por você está comigo, é um prazer enorme poder viver com você. Vinte e quatro horas para sorrir, vinte e quatro horas para ser feliz, vinte e quatro horas para amar”. Chiquititas c
Chegaram em Santa Cruz do Tenerife e foram visitar vários pontos turísticos: Lago Martianez, Parque Marítimo Cezar Manrique, e o centro histórico onde visitaram a Basílica Nossa Senhora de Candelária. Foi um passeio muito agradável. Não iam demorar muito para chegar no seu destino final. As vezes precisamos do recomeço para ter um novo destino, e assim por diante, como um processo. Como o processo da borboleta e da lagarta. O fim e o recomeço.
As irmãs estavam muito empolgadas com a apresentação que ia ter no navio: uma escola de samba. Elas não haviam visto nada parecido, a energia do Brasil já estava tomando conta de todos, o som do batuque, o coração batendo forte. Elas começaram a cantar “Isso aqui ioiô é um pouquinho de Brasil iaiá”...E todos gostaram muito e fizeram um bloquinho com a rainha de bateria na frente. Todos ficaram contagiados com tamanha alegria. Daqui a dois dias elas vão estar em terra firme.
Enquanto isso o tempo está passando não só para elas, mas para todos. Marie está tentando mudar porque está com saudades das filhas e está fazendo isso por elas. Lorenzo está empolgado com a possível mudança da esposa.
Enquanto isso em Quebec, Jery acaba com a namorada, não consegue ter nenhum relacionamento duradouro, já vai para a quarta namorada. E Maitê ficou com o anel de Sophie, e disse que assim que encontrá-la vai entregar para ela. Já Romeu está muito bem na África, e sempre lembra de Sophie, imaginando como ela estaria feliz se estivesse lá.
Camille- Acho que você deveria procurar um médico Sophie quando chegar no Brasil, porque esses incômodos que você sente no corpo não está normal.
Sophie- Eu estou com medo.
Camille- Não deve ser nada grave, é somente para você não ficar sentindo dores. É prevenção. Tenho certeza que você não está com nada.
A capacidade do medo no ser humano chegar a ser tão grande, tão grande, que chega a ser desproporcional quando levamos um baque. Nunca estamos preparados, só estamos acostumados com os nossos afazeres, sejam eles quais forem e nosso cotidiano por mais que alguns achem chato e não gostem. Uma hora pode ser um novo capítulo da sua nova vida. Ou para o bem ou para o mal. Para o alegre ou triste. E assim continua nossos dias, nossos anos, nossas vidas.
O capitão Zafir fala ao microfone: obrigada, esperamos que tenham gostado e se divertido, pois esse é o propósito da nossa empresa. Vou deixar vocês no último destino: Rio de Janeiro.
As meninas chegam no Rio. Estamos em terra firma fala Sophie. E foram para o hotel Atlântico. Sophie estava cansada, mas assim que descansou foi pesquisar um médico na internet. Já Camille estava olhando as fotos que tirou, super empolgada.
O hotel tinha uma vista linda para a Lagoa Rodrigo de Freitas. Sophie e Camille estavam tão cansadas que só acordaram no outro dia.
Na manhã seguinte Sophie disse que para irmã que se sentia aliviada por ter agendado o médico, é como se tivesse tirado um peso das costas.
As meninas tomaram café da manhã e saíram para aproveitar e conhecer a Lagoa, andaram de bicicleta, de pedalinho e depois sentaram na grama e ficaram apreciando a vista. Algumas pessoas em grupo tocaram violão, outros brincavam com seus animais, mas com certeza animação não faltava, e também dava para ver o Cristo de longe. As meninas ficaram encantada. Foi um passeio leve, mas muito prazeroso.
Sophie foi ao médico e disse o que estava sentindo, ele ouviu tudo com atenção, mas falou que só poderia dar algum diagnóstico depois dos exames. Indicou que se ela pudesse fazer logo seria melhor.
Sophie voltou para o hotel, porque estava bastante aflita, se sentindo ruim, com umas angustia no peito, mas logo passou, esperou sua irmã voltar do passeio para conversar com ela.
Quando Camille chegou foi logo conversar com ela.
Sophie- Eu tenho uma missão, mas hoje levei um susto. Porém acho que vai dar tudo certo. Mas eu preciso ir para a África e ficar uma semana lá, só uma entende?
Camille- Não está gostando do Brasil? A gente veio aqui pra se divertir e esquecer um pouco o passado. E o que combinamos? Nos divertir, conhecer pessoas novas?
Sophie- Sim, o Brasil é lindo, mais do que eu imaginava. Eu não estou dizendo que vou amanhã, mas preciso ir.
Camille- É só isso que você tem para me dizer ou tem mais alguma coisa? Isso não é uma coisa típica sua.
Sophie- Eu posso está doente, mas se Deus quiser isso será só um pesadelo. A doença pode ser um pouco grave.
Camille- Qual é a doença? E você quer ir para a África? Surtou?
Sophie- Eu vou para a África até o médico dizer o que eu tenho, depois eu volto.
Camille- Mas se eu te conheço você não vai para passear, vai ficar com o Romeu cuidando das crianças naquela tenda. Eu não quero que você esteja doente, mas se você estiver, lá você não tem comunicação.
Sophie- Também não é assim, eu posso ficar em uma pousada, mas durante o dia eu vou ficar com as crianças.
Camille- Você acabou de me dizer que pode estar doente, e nem está raciocinando e vai para a África.
Sophie- Você não vai ficar ao meu lado? Eu preciso só olhar as crianças, é só uma semana, vai passar rápido, depois eu volto para o Rio.
Camille- Você não pode ir sozinha, eu vou com você. Sophie- Não, você tem que ficar aqui passeando como tínhamos imaginado.
Camille- Eu não concordo, mas eu tenho que ir com você.
Sophie- Então tudo bem, eu preciso de você. Eu me sinto bem ajudando as pessoas, é como você se sente quando está fotografando. No dia seguinte, Sophie já havia comprado a passagem.
Sophie- Eu vou com a cara e a coragem, sinto um amor maior.
Amor Fraterno
“Não tenhais dívida com ninguém a não ser da caridade mútua, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a lei”. Romanos V.8.
Ucm dia depois ela já estava no aeroporto para a África, precisamente Madagascar, esperando seu vôo que iria sair daqui a duas horas. Enquanto esperava seu vôo, passeou pelo aeroporto olhando vitrines, tomando café, olhando alguns livros e decidiu comprar um e colocou na sua bolsa para ler no avião. Madagascar é uma ex-colônia Francesa que vive a baixo da linha de pobreza, um dos países mais pobres do mundo. Enquanto na Inglaterra sua mãe Marie com algumas amigas e decide tomar um chá. Durante o chá uma das amigas de Marie sugere que elas abram uma conta para ajudar os mais necessitados. Marie expõe sua opinião, ela acha que ajudar agora é moda, mas que ajudar com o pouco já é suficiente. A maioria das suas amigas não concordou mais agiu naturalmente.
O mundo ainda não se acostumou com o ser que pensa diferente, seja em uma roda ou em uma discussão, até na escolha de religiões.
Nesse dia Marie foi para o shopping e fez várias compras, só para se sentir bem.
Como é bom agradar a nós mesmos. Mas será que devemos ajudar o próximo? Para algumas pessoas isso faz bem, para outros
tanto faz. Tem alguns que ajudam só para divulgar que ajudou e achar que têm um lugar no céu. E tem outros que ajudam por acreditar que plantam uma semente que espalha amor.
África raiz do batuque e da dança, do candomblé que nos traz o axé. África do sofrimento estampado no rosto das crianças. África das crianças esquecidas, de olhares tristes, de infância sofrida e de crianças de pés calejados e de mulheres maltratadas com baldes na cabeça. Clarissa dos Anjos Melo
Scophie se levantou e respirou fundo, lavou o rosto e pensou: amanhã começa uma nova vida para mim. No dia ela se encontrou com Romeu e ele explicou um pouco sobre o projeto. Ele explicou o contato que tem com as mães para colher informações sobre as crianças, muitas vezes passamos o dia visitando as crianças pobres da comunidade. A gente frisa os pontos mais importantes, o projeto tem 2 pilares: Saúde e Lazer. A gente analisa as necessidades de todos e o que faremos para melhorar, muitas vezes dormimos nos alojamentos.
Romeu: Bem-vinda Sophie, minha amiga. Vamos continuar esse trabalho excelente.
Sophie- Eu estou realizada. Vamos começar?
Romeu- Vamos primeiro visitar as mães, a gente vai a pé mesmo, a distância daqui para lá dá uns 500 metros.
Por onde Sophie passava observava as mulheres dando de mamar aos seus filhos, crianças sujas de barro, algumas chorando, outras olhando para o nada. Romeu percebeu que ela estava abismada e falou: é impactante o primeiro contato.
Sophie- Pior que era assim mesmo que eu imaginava, eu estou de pernas bambas. O pouco que sofri não se compara com o que eu tenho que aprender. Mas estou aprendendo que na vida o sofrer é a coisa mais necessária para nós evoluirmos.
Quem não carregar a sua cruz e me seguir não pode ser o meu discípulo. MT 10.26.28
Scophie- Eu sou a nova voluntária, meu nome é Sophie. Sophie começa a fazer as avaliações e ao terminar as mães se despedem com um sorriso no rosto. Sophie avisa que vai voltar o que deixa as mães muito feliz.
Algumas mães relatam que perdem seus filhos por desnutrição. Muitas fazem papa com farinha e água. Mas muitas delas nem isso tem. No outro dia Romeu leva Sophie para apresenta-la no segundo projeto. Nesse projeto há mais crianças. Elas ficam sem graça e com vergonha quando conhece a pessoa pela primeira vez, principalmente se não for negros como elas, pois eles não estão acostumados a ver
pessoas brancas. Depois de um dia ou dois eles já estão apegados aos voluntários. E foi o que aconteceu com Sophie. Ao final da reunião Sophie anotou o nome de todos: Amim, Bem, Darem, Chinara, Kalifa, Adia, Gimbia, Akim, Baber, Aquiles, Adimu, Kadija.
Sophie- Adia porque está assim olhando para o chão?
Adia ficou quieta, deu um abraço bem forte em Sophie e disse que estava com fome.
Sophie preparou um lanche com alimentos que ela e Romeu trouxeram e que eles nunca haviam comido. Colocaram a toalha no chão e puseram as comidas: frutas, biscoitos, pães e tantos outros alimentos. No final todos estavam contentes e já enxergavam Sophie como uma amiga.
Ao final Sophie juntou todos para agradecer pela comida. Todos ouviram atentamente, mas já estavam inquietos querendo fazer várias perguntas para Sophie.
Durante uma semana Sophie ficou com as crianças fazendo brincadeiras, construindo brinquedos educativos com os recicláveis, as crianças aprenderam.
Enquanto isso no Brasil Camile liga para os pais para falar que está preocupada com a irmã e que ela foi para a África. Camile não sabe se liga para saber notícias da irmã ou se espera ela entrar em contato.
Anoitece em Madagascar e Sophie e Romeu ainda estão no projeto cuidando de algumas coisas, ela confessa para Romeu que pode está com alguma doença, mas ainda não sabe qual é, porém apesar de tudo se sente bem olhando para os africanos, pois apesar da vida que eles têm, sempre estão rindo e felizes. Lógico que não são todos, existe muita miséria, solidão, mas o que admira Sophie é que eles sabem cultivar a vida, seus costumes, sua dança.
Tanta gente reclama da vida por tão pouco, na África passamos a dar mais valor as coisas, podemos observar como o mundo é desigual. Na minha vida desde pequena vivi bem, minha família tinha muitas posses, mas até hoje sempre fui desprendida delas. Comecei a frequentar a igreja muito cedo e conheci o verdadeiro amor de Cristo para conosco, no início quem me levava era a minha avó Beatriz, mãe da minha mãe. As duas eram muito diferentes, enquanto minha mãe era madame, minha avó já era tão caridosa. Mas faz parte da vida, todos nós somos diferentes. E como fez o criador cada um com suas qualidades, seus Dons e seus talentos. Até as estrelas mudam de lugar.
E por falar em mudar amanhã vamos conhecer um orfanato, vai ser o meu último compromisso. Vou rezar para que esteja tudo bem comigo. Vou tentar me comunicar com a minha irmã. Passou rápido mais esses dias marcaram minha alma e minha história de vida para melhor. É realmente está na África é um Estado de espírito, se envolver, abraçar, amar e ser amado por eles é algo deslumbrante.
No outro dia pela manhã Romeu com sua amiga Sophie chega ao orfanato.
Romeu- Não julgue para não serem julgados. Muitas mães deixam seu filhos aqui para que eles tenham uma vida melhor, pois sabem que não vão ter condições de mantê-los. Algumas até veem visitar. Muitos bebês já nascem com doenças genéticas, outros desidratados, alguns até morrem quando nascem. Falta tudo: alimentação, saúde, educação.
Quem cuida desse orfanato é Aluan, ele apresentou e contou um pouco sobre o orfanato: existe o berçário que sobrevive com as doações que chegam, mas ainda assim não atende todas as crianças
como deveria, muitas crianças dormem em lenções no chão. A situação é difícil. Sophie ouviu tudo atentamente e ficou muito emocionada. A noite ela nem conseguiu dormir.
No dia seguinte ela foi visitar outra sala das crianças que tiveram queimaduras, mas elas agem com naturalidade.
Em outra sala Sophie conheceu uma menina que a mãe teve problemas no parto e ficou com sequelas. Foi um parto muito difícil e ela teve que ser puxada. Já um outro caso que ela pode ver foi um menino que nasceu com má formação, um olho era em cima e o outro embaixo. Sophie ficou muito triste com tudo o que viu.
“Enquanto a gente pede um pouco mais de calma, eu sei a vida não para. Enquanto o povo espera a cura do mal, eu sei eu finjo ter paciência. Até quando temos tempo para perceber? A vida é tão rara, a vida não para...” LENINE.
Scophie- Meu amigo agradeço esses momentos que estive com você, cada criança, cada mãe, cada sorriso. Aqui tem muita gente sofrida, com uma pureza no olhar, mas que leva a vida na batalha.
Romeu- Sophie eu tenho certeza pela nossa amizade que você não vai estar doente e vai voltar para cumprir sua missão, quem sabe passar 2 meses aqui na África. Você vai
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ser nossa guerreira. É uma ordem, quero você de volta. Sophie- Muito obrigada meu querido amigo de longas histórias. Sophie embarca com destino ao Rio de Janeiro. Assim que chegou ao Brasil se sentiu um pouco debilitada e pediu uma cadeira de rodas para se locomover melhor. Enquanto a bagagem está sendo retirada ela liga para Camille e a irmã chega meia hora depois. Quando se encontram Sophie explica que está muito cansada.
Camille- Pensava que ia te encontrar melhor, mas estou vendo que essa viagem só fez piorar o seu estado, porque você já estava se sentindo cansada. Agora só falta você pegar os exames ou em último caso você voltar ao médico para ver o que realmente você tem. No dia seguinte as irmãs vão ao médico, Sophie conseguiu um encaixe.
Tarso- Oi Sophie você demorou a voltar, isso deve ter piorado o seu quadro.
Sophie- O que eu tenho doutor?
Tarso- Os resultados dos exames não são bons. Você precisa ser forte. Mas ainda hoje quero que você faça outros exames. Você terá que ficar aqui no hospital até a noite.
Sophie- Então é grave?
Tarso- Vamos aguardar com calma.
As irmãs ficaram até a noite no hospital. Camille não queria transparecer que estava preocupada. Já Sophie estava começando a ficar triste, mas sempre com fé, por mais difícil que fosse aquela situação.
Por um minuto duvidamos da nossa fé, mas será que duvidamos mesmo ou nesse momento perdemos a fé porque a gente não ora e não reza quando passamos por alguns momentos difíceis? Será
que a fé está ligada a um mistério? Sim a fé está ligada no mistério mais profundo de nossas ações e objetivos, porque você tem que ter fé para conseguir um objetivo. Se você tiver um objetivo mais não tiver força de vontade você não consegue. Mas cabe a você cultivar novos hábitos para mudar. Quando você muda tudo fica mais claro e mais fácil.
Sophie foi chamada e entrou na sala com sua irmã.
Tarso- Sophie já tenho o diagnóstico, infelizmente você está com câncer nos ossos.
Sophie ficou em choque mas o médico tentou acalmá-la dizendo que o câncer estava no início.
Tarso- Você tem que começar o tratamento logo. Pode ser aqui no Brasil, mas acho melhor você ir para perto de sua família. Quanto mais cedo começar o tratamento mais chances você vai ter de cura, não perca esperança pois tenho certeza que você vai conseguir.
Sophie- Doutor o que eu faço? Estou sem rumo. Apesar de saber que eu tenho chance de vida a pessoa sempre acha que vai morrer, e eu não quero morrer.
Tarso- Não fique assim, isso prejudica seu tratamento. Quero noticias suas caso você decida fazer o tratamento no seu país. Fique com meu contato.
No dia seguinte Sophie comunica a Camille que já comprou as passagens de volta.
Camille- Não fique assim, é um choque, mas não quero ver você calada.
Sophie- Eu sei, mas tudo na minha vida estava voltando ao normal depois da separação. Agora eu entendo porque eu tinha tanta dor. E você sempre me dizia para ir ao médico, mas eu não te ouvi.
Camille- Nossa avó morreu assim, ela estava indo bem com o tratamento, e de repente já sabemos o final, mas o seu final pode ser diferente. Vai ser diferente.
Sophie- Está passando um filme de novo na minha cabeça desde o início do ano, o fim do casamento, depois fomos para Londres passar o Natal com nossos pais, depois nosso cruzeiro, que ia ser um mochilão e eu já estava sem coragem. Os lugares que paramos no cruzeiro até o meu primeiro dia na África onde eu reencontrei meu amigo Romeu que eu não via a muito tempo. Um laço de amizade e até aqui já passamos por tantas coisas. No dia seguinte finalmente as irmãs seguiram para Quebec.
A verdade é que quando ficamos desesperados pensamentos negativos vem nos visitar, e perdemos a força e a vontade de fazer alguma coisa, até abrir uma janela e completar o dia e a noite.
É assim que Sophie estava se sentindo como tantas pessoas que passam por momentos de superação.
No trem, já a caminho de Quebec ela confessa para a irmã o quão difícil vai ser ao abrir a porta de casa. Ela queria estar mais feliz ao voltar.
Camille- Um dia de cada vez como você mesmo falava.
Quando as meninas abriram a porta Sophie não entendeu porque os pais estavam lá. Então Camille explicou que quando soube do diagnóstico ligou para os pais explicando o que estava acontecendo e pedindo para eles irem até a nossa casa para nos receber.
Sophie- Então vocês já sabem que estou com câncer?
Marie- Já sabemos sim filha.
Lorenzo- Você tem que ser valente.
Marie- Vamos mudar para Londres, não estou acostumada em Quebec, não sei se vou permanecer aqui.
Camille- Talvez nossa mãe tenha razão, os médicos em Londres estão mais a frente no tratamento.
Sophie- Eu não acho que tenho que ir para Londres.
Lorenzo- Porque não fazemos uma pesquisa? Até porque é muita informação para Sophie.
Sophie- é pai, é assim que estou me sentindo. Em poucas horas minha vida parece uma montanha. Eu estava tão feliz, renovada, eu pensava que essas dores eram dores normais, mas é como se mudassem alguma página da minha vida em poucas horas. Então está sendo muito delicado para mim. Eu só quero respirar um pouco. Eu estou cansada, sinto um pouco de dor nos ossos, quero me deitar.
Camille- Eu vou ajeitar o quarto.
Sophie- Eu só quero uma boa cama para descansar, renovar minhas forças.
Camille- Com certeza você vai ficar mais animada quando descansar. Qualquer coisa pode me chamar. Vou desfazer as malas e estou por aqui por perto.
Marie chamou Camille na sala para avisar que já tinha pesquisado os melhores médicos na Inglaterra. Ela concordou que em Quebec tinha alguns bons, mas na Inglaterra tem melhores na opinião dela.
Marie- Só você Camille que pode nos ajudar a encher os ouvidos de Sophie de borboletas, devagar sem pressa, com jeito. Eu nunca vi uma irmã escutar mais a outra irmã do que a própria mãe.
Camille- Eu já estou morando com ela há um tempo e a gente
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se acostumou uma com a outra. Eu vou tentar conversar com ela.
No dia seguinte todos acordaram bem cansados, mas mesmo assim era um novo dia. Temos que repor as energias para cada dia lidar com as situações que podem ser uma caixa de surpresa. A verdade é que temos que estar preparados para o dia seguinte porque muitos imprevistos acontecem, senão vamos viver isolados com medo dos obstáculos da vida.
Hoje em dia vivemos pra dar satisfação aos outros, mas é preciso viver nossa própria vida. Talvez se Sophie não vivesse tanto para o marido dela, ela poderia ter vivido mais para ela própria e não ter que esperar se separar para recomeçar a vida.
Enquanto isso Camille tentava convencer a irmã a ir para Londres. Depois de alguns argumentos Sophie concordou.
Os pais ficaram muito contentes, foi só o tempo de arrumarem as coisas e partir. Dois dias depois já estavam em Londres.
Chegando na mansão Marie logo acomodou Sophie no quarto de hóspedes.
Sophie gostou do seu novo lar.
Camille- Eu vou estranhar no começo, mas isso é o de menos, estou no quarto ao lado, qualquer coisa é só gritar. Aliás reconheci o meu quarto apesar da reformar.
Marie- Eu não queria reformar, mas vocês falaram tantas vezes que não vinham mais pra cá que reformei.
Camille- Mas mesmo reformado aind a tem a janela, o guarda-roupa que era de madeira, quando eu era pequena eu achava tão grande. Sophie dizia a mim que ele tinha uma passagem secreta.
Ao escutar a irmã falar Sophie disse que ia ficar no mesmo quarto com ela, para matarem a saudade juntas.
Com certeza esse quarto vai trazer varias lembranças boas diz Camille.
Quando olhamos para frente e esquecemos do passado, temos uma qualidade de vida bem melhor, mas quando o passado nos envolve de qualquer maneira e olhamos para ele de vez em quando podemos também nos recordar de lembranças doces.
Sophie- Pela primeira vez vou para minha primeira consulta no Hospital Câncer Center London.
Sophie foi com a irmã e o pai, Marie disse que depois encontrava eles no hospital. No caminho Marie parou na igreja, deu alguns passos e se sentou no quarto banco próximo ao altar, ficou lá por muito tempo, desde Quebec que ela não tinha ido mais a Igreja. Ao olhar para o teto da Igreja viu vários anjos pintados e pediu que os anjos guardassem sua filha.
Enquanto isso Sophie entrava na sala do Dr. Benjamin.
Benjamin- Bom dia Sophie, quero que me conte quando tudo isso começou.
Sophie- Foi logo quando eu me separei do meu marido, há uns 7 meses. Achava que era só dor na coluna do stress, com tantos problemas acontecendo.
Benjamin- Você sabe que demorou para procurar um médico. Eu costumo dizer: “não é a vida que espera por nós, e sim nós que esperamos pela vida”. Vi os exames que você fez no Brasil, mas vou pedir novos exames para ver o seu quadro como está. Depois disso vou estudar o melhor tratamento para iniciar contigo.
“Olhando para o escuro eu acendo uma vela, e vejo minha sombra pela metade. Então vou em frente e posso clarear o ambiente, tudo com a minha vela, com a luz, com o meu olhar. Eu sinto que o senhor o meu amigo está comigo e assim sigo em frente com a minha coragem, com a minha força de vontade, levando a minha verdade, minha realidade sigo com fé. Só Deus sabe o que é viver com a minha força”. Sigo com fé. CLARISSA DOS ANJOS MELO.
Actarde Sophie foi buscar os exames com a sua família. Benjamin alertou que o caso de Sophie teve uma pequena alteração devido ao tempo que ela não procurou um médico e indicou o começo do tratamento imediatamente.
No dia seguinte, a tarde Sophie já estava no hospital para iniciar a quimioterapia. Chegou otimista como sempre e pediu a Camille par avisar ao seu amigo Romeu.
Sua mãe segurou sua mão e revelou a Sophie que mesmo sem ela saber tinha ido à Igreja rezar por ela enquanto ela fazia os exames. Fazia muito tempo que Marie não ia a Igreja, mas naquele dia deu vontade e ela tinha que fazer isso até por ela mesma.
Marie- Eu trouxe uma coisa para você que sei que você vai gostar: uma foto da sua avó Beatriz.
Sophie- Será que a vó Bia está me vendo? Será que isso pode acontecer? Não tenho como saber, pensou.
Chegando à noite Sophie acordou do cochilo pensando em Romeu, e em tudo que ele tinham conversado.
Sophie- Tudo na vida tem uma explicação. Eu estou agoniada de ficar nessa cama, eu gosto do dia, de aproveitar a natureza, de colocar os pés no chão. Estou me lembrando tanto do Brasil e daqueles dias em que ficamos lá, para mim foram poucos, mas adorei aquele país. A gente vai voltar para lá se Deus quiser, e algo me diz que ele quer (risos).
Camille- Você também vai ter que me levar na África já que não conheço.
Sophie- Sabe minha irmã eu tive uma conversa tão boa com nossa mãe hoje mais cedo. Ela foi na Igreja rezar por mim.
Camille- Sério? Muita coisa tem mudado.
De repente alguém bate na porta.
Lorenzo- O papai Noel chegou. Sophie- Ah pai você me faz rir. Lembro dos tempos de criança. Lorenzo- Separei algumas fotos daquele tempo.
Sophie- Estou ansiosa para ver. Uma semana depois o Dr. Benjamim deu alta para Sophie. Benjamim- Você só terá que voltar daqui a 16 dias. Repouso total. Sophie- Prometo que serei uma boa paciente.
Benjamim- Acredito muito em você Sophie. Como dizem os franceses “á bientât”.
No caminho de casa Sophie observava a paisagem e pensava na vida, deixando as lágrimas caírem bem de leve. É como se ela estivesse na linha do trem: as vezes ela imaginava coisas esquisitas.
Chegou em casa, tomou uma ducha e foi jantar no seu quarto. Eis que seu pai Lorenzo chega.
Sophie- Oi pai estou aqui tão fraquinha. Onde está Camille?
Lorenzo- Está conversando com a sua mãe, eu não quis incomodar.
Sophie- Olha pai, daqui da janela da para ver as estrelas. Um dia desses eu e Romeu estávamos observando. No sentido figurado eu e as estrelas mudamos de lugar.
Lorenzo- A sua estrela ainda vai brilhar muito.
Sophie- Pai estou me lembrando de quando você trabalhava de Papai Noel.
Lorenzo- Sabe filha no último ano que eu fui trabalhar de Papai Noel eu ganhei mais que nos outros anos e parte dos outros salários que eu tinha eu guardei em uma poupança. Investi no meu próprio negócio e sempre ajudando as pessoas, foi aí que as coisas começaram a melhorar. Acho que isso de ajudar as pessoas você herdou de mim.
Se Deus quiser você vai ficar boa e prometo para mim mesmo que vamos voltar a Itália para conhecer a história dos seus antepassados.
Sophie- Com certeza meu pai.
Marie bateu na porta e avisou que tinha chegado visita.
Sophie- Quem é? Ah já sei, deve ser o Romeu, ele veio para Londres só para me ver, não estou acreditando. Mas ele nem sabe o endereço, estranho!
Camille- Não é o Romeu é o Jery.
Sophie- Você me surpreende, sempre disse isso, disse Sophie para Jery.
Jery- Minha mãe mandou essas rosas para você.
Sophie- Sua mãe sempre tão gentil. Quando ela quiser falar comigo pode entrar em contato, somos amigas. Dona Emma é uma pessoa que levarei para sempre em meu coração. Sua família sempre foi muito boa comigo.
Jery- Já eu não.
Sophie- Não precisa tocar nesse assunto.
Jery- Eu sei, parece que a minha visita te deixou nervosa, não foi a minha intenção.
Sophie- Mas essa doença pelo menos me ajudou a viver um dia de cada vez. Eu agora sou o único alvo de mim mesma. Você não sabe o que é isso.
Jery- Então deixa eu te ajudar. Sophie- Acho que agora é tarde me desculpe por dizer isso.
Jery- Tudo bem. Me perdoe por tudo.
Sophie- Perdoo sim, se não fosse a nossa separação eu não teria me reencontrado de novo.
“Agora eu vejo que aquele beijo era mesmo o fim, era o começo do meu desejo se perdeu de mim. Agora é tarde, acordo tarde, do meu lado alguém que eu nem conhecia...” Paulo Ricardo.
Ocs dias se passaram e Sophie voltou ao hospital e pediu para falar com seu médico.
Benjamin- Desculpe a demora, mas eu soube que queria falar comigo.
Sophie- Sim gostaria de te perguntar uma coisa. Na verdade, é mais um pedido do que uma pergunta. Eu queria ficar em um quarto coletivo.
Benjamim- Mas os quartos estão cheios, o único que dá para você ficar é um com três pessoas. Você tem cada ideia! Vou pedir para a enfermeira trazer uma cadeira de rodas e você vai para lá. Quando a enfermeira chegou disse que tinha um quarto com uma moça, que a outra que estava ocupando o quarto teve alta e que seria o ideal para Sophie.
Dr. Benjamim disse que a levasse e que ele passaria lá depois. Chegando lá Sophie se deparou com uma mulher mais ou menos da sua idade, seu nome era Tâmara. As duas se deram muito bem, trocaram experiências e conversaram. Elas se complementavam porque tinham muita fé e acreditavam muito em Deus e uma dava força para a outra.
Um mês depois Romeu fez uma surpresa a Sophie, foi até a
casa dela e os dois conversaram muito, ele disse está pensando em adotar uma criança da África.
Romeu- Desde que cheguei naquele lugar renasci, acho que tem tudo para dar certo, pois conheço muita gente lá. Eu tinha essa vontade, mas só o tempo me deu essa força e principalmente coragem. Tudo indica que vai ser uma menina de quatro anos de idade, ela é órfã.
Sophie- Eu fé que vai dar tudo certo meu amigo. Continue rezando por mim que já faz três meses que estou nessa batalha. Parece que estou me um vídeo game pulando de fase em fase, só que as vezes vem uns muros maiores do que eu. É como se eu não conseguisse passar de fase.
Romeu- Eu estou entendo você. Vou te enviar um texto lindo que fala das pedras dentro de um contexto bíblico. Para mim esse texto representa todos nós que estamos aqui na terra, porque todos os dias as pessoas sofrem por algum tipo de problema. Agora preciso ir. Mas foi muito bom te ver.
Sophie- Também gostei muito meu amigo.
Os dois se despedem com um forte abraço.
Dois meses depois Sophie entra no tratamento final. Depois se tudo der certo ela vai fazer o tratamento em casa.
Sophie- Se Deus quiser doutor dessa vez vai dar tudo certo e tudo isso vai acabar.
Enquanto isso Camille decide fazer um projeto para fotografar mulheres com câncer. Marie está mais desapegada das coisas materiais e dedicando mais atenção as filhas.
Depois de três meses Romeu adota sua filha e lhe dar o nome de Hara. Ele ficou muito feliz e ainda pretende adotar mais 2 crianças.
Já em casa Sophie decide ouvir as músicas do tempo de criança e pré adolescente. Ela escolheu o trio Hanson para começar. Os Hanson surgiram nos anos de 1990 e a primeira música que ela quis ouvir novamente foi “Weird”, e ela se identifica com uma parte da música:
“Não é estranho como todos nós nos sentimos estranho? As vezes não é difícil permanecer na chuva? Você está a ponto de ficar louco e seu coração está doendo. Ninguém pode ouvir, mas você está gritando muito alto”. Hanson
Acrotina de Sophie era um pouco mais leve. Ela é muito devota da Virgem Maria e aos domingos pela manhã ia a missa quando estava disposta. Ela rezava com o coração e com todas as suas forças. Jesus Cristo cuida de nós, mas temos que fazer nossa parte. Muita gente acha que só é preciso ter fé sem fazer o tratamento. Fé e esperança em Deus pois ele deu aos homens o dom divino para curar através dos médicos.
Um ano depois Sophie vai para o hospital e escuta do seu médico que o câncer estabilizou, mas que durante um ano vai ter que fazer exames para ser diagnosticada como totalmente curada. Dois dias antes sua mãe saiu logo cedo e foi para a Igreja fazer orações. Marie está um pouco mudada, aquelas roupas e joias glamurosas não fazem mais parte do seu guarda-roupa. Chegando lá ela
cai no choro e pede a Jesus para curar a sua filha.
Maria- Senhor eu tenho fé e peço que o senhor ajude a minha filha a ser curada. Agora nesse momento senhor me dê uma luz para minha filha.
No dia seguinte Sophie estava no médico e percebeu que das 2 vezes que Marie foi no médico antes dela, sua melhora foi muito grande.
Sophie pensou que isso não era uma simples coincidência e que poderia até ser propósito. Pois as vezes só o amor cura, mesmo que se parta dessa vida para outra.
Na bíblia já diz: “sem amor nada seria” ...
A família comemorou muito a notícia da cura de Sophie com muita gratidão.
Logo em seguida Sophie ligou para Romeu para dar a notícia. Ele disse que estava muito contente e que ia fazer uma visita a ela com sua filha Hara.
Dois dias depois Camille é convidada para o seu primeiro evento de fotografia sobre mulheres que superaram o câncer, e claro que Sophie foi sua convidada especial. No evento pediram para Sophie também tirar fotos quando souberam da história dela. Foi um evento muito divulgado e de grande repercussão.
Uma semana depois Camille chegou com uma novidade para a irmã.
Camille- Sabe quem está em turnê em Londres?
Sophie- Não Camille- Os Hanson, e a gente tem que ir nesse show. Vamos relembrar nossa adolescência.
Chegou o dia do show e eles cantaram seus maiores sucessos: Wheres the love, Thinking of you, Weird, MMbop, dentre outros.
“Ser fã é uma razão, uma paixão. Somente isso nos basta para ser fã de alguém que nos faça vivos e apaixonados. A gente mergulha em outra vida e enxergamos só o arco-íris como se as músicas tivessem cores e muita magia como se flutuasse e buscasse somente a alegria de seres eternamente gratos por ser só fã. Isso é um amor diferente, mas que nunca muda. Porque cada um dos nossos corações sempre vai ter uma batida diferente. Um ritmo”. Clarissa dos Anjos
Octempo não para os dias mudam, tudo não está no mesmo lugar. Sophie já está fazendo novos exames, mas ainda faltam dois. Já Romeu adotou mais uma nova criança chamada Emanuelle, ele se encantou pelo olhos dela que passavam muita alegria, ela não tinha um braço desde que uma bomba explodiu perto dela enquanto ela brincava e assim ela perdeu o braço, mas Romeu ficou encantado porque apesar de tantos problemas ela sorria sempre e adorava brincar com sua boneca que também não tinha um braço, pois ela mesmo tirou o bracinho da boneca para se sentir parecida com o brinquedo.
Camille foi convidada para dar uma palestra sobre fotografar mulheres com câncer e começa a ficar conhecida.
Sophie soube que Tâmara, sua colega de quarto, não conseguiu vencer o câncer e ficou muito abatida. Ela foi na Igreja fazer uma oração
pela amiga e voltou ainda muito abalada, mas foi consolada pela mãe.
Marie- Filha você tem que entender que milhões no mundo inteiro se despedem desse mundo através desse sopro de vida tão passageiro. Tem uma frase de uma música que diz assim: “é uma viagem, doce magia, uma ilusão que a gente não escolhe, mas espera viver um dia”. Mudando de assunto, o seu pai programou nossa viagem para a Itália, daqui a no máximo uma semana iremos. Ficaremos na casa dos parentes do seu pai.
A família chegou na Itália e foram para uma casa simples, mas acolhedora da irmã de Lorenzo, Giovanna. Chegando lá se depararam com uma casa alegre decora com muitas fotos da família e santos em uma mesinha. Sophie olhou tudo aquilo e se encantou. Conheceu seus tios e suas primas. Logo perguntou quem estava nas fotos e Giovanna mostrou seus avós Luigi e Francesca.
Sophie- Vi fotos dos meus avós, mas essas pintadas a mão são um pouco diferentes. Apesar de não ter convivido com eles não deixei de amá-los. Quando meu pai falava sobre eles é como se eu os tivesse conhecidos.
Sophie pediu licença para se recolher, estava cansada e no outro dia eles iriam no Vaticano, na praça São Pedro e visitar o túmulo do Papa João Paulo.
No dia seguinte a família acordou com um lindo café da manhã e a família reunida. Quando terminaram saíram para o Vaticano.
Chegando no Vaticano Sophie ficou muito emocionada e comovida e passou um filme em sua cabeça. Ela agradeceu a Deus por está viva e poder viver mais um dia.
Sophie- Senhor não me deixe cair novamente, que eu tenha fé e sabedoria para esperar minha cura.
Depois disso a família se dirigiu ao tumulo de João Paulo II, e lá rezaram um Pai Nosso e uma Ave Maria e pediram para interceder pela sua cura.
Sophie- Eu sei que os que confiam no senhor são como monte de Sião que não se abalam, mas permanecem para sempre.
Sophie se ajoelhou no tumulo e ouviu uma voz de criança dizendo: sua fé te curou vá em paz.
Eficácia da oração em Matheus 7: “Pedi e vos será dado, procurai e achareis, bate na porta e ela se abrirá para vós. Porque todo aquele que pede, recebe e o que procura acha. A quem bate se abrirá a porta.
De volta para Londres Sophia só precisava fazer mais um exame, mas ela acha que Deus já a curou.
Sophie- As vezes me pergunto por que existem ateus que vivem melhor do que os cristãos. Quando morremos acho que vamos para um lugar lindo, lá podemos ver os anjos, dar as mãos e rezar um Pai Nosso em uma roda enorme e contemplar as maravilhas de Deus sentados em uma bela cachoeira. É lá que um dia vou estar.
Sophie fez os exames, recebeu os resultados e foi comprovado que ela estava realmente curada. Ela foi do inferno ao céu. Viu estrelas e viu fogo e um clarão enorme.
A vida é assim são muitas provações, na vida dela, na sua, na minha, na de todos nós. Em um minuto nossa vida pode ser modificada. E nesse minuto tão pequeno modifica sua vida toda.
Sophie se sentiu tão pequena quando teve a separação dela e depois parece que Jesus plantou uma semente nela e ela foi crescendo, crescendo e se tornando mais forte.
Na noite seguinte os pais de Sophie fizeram um jantar para ela e comemoraram.
Marie- Um brinde a nossa querida Sophie.
Sophie- Um brinde a vida e ao amor que vocês expressaram por mim. A gente teve que se redescobrir de novo e reencontrar uns aos outros, isso foi muito importante para mim. Ainda quero realizar muitas outras coisas junto com vocês.
Camille- essa comemoração me deu uma ideia. Não sei onde nem quando mais como fotógrafa tive uma ideia diferente. Pensei em fazer um mural com as mulheres que fotografei.
Sophie adorou a ideia, ficou muito empolgada. Em seguida foi ligar para Romeu para dar a notícia que estava curada.
Sophie- Eu já estava cansada de remar contra ondas gigantes, mas quem conduziu esse barco foi Jesus e ele me curou.
Uma semana depois o evento de Camille já estava organizado. A exposição tinha 22 mulheres e o evento aconteceu em uma praça. No mural se via frases de superação e otimismo.
E a frase da foto de Sophie foi: “plante o amor”.
Sophie- Foi uma ideia muito boa fazer o evento em uma praça. Camille tinha deslanchado na carreira de fotógrafa.
Camille- você tinha razão Sophie quando naquele tempo eu não sabia o que fazer da vida, e me lembro que você disse: você gosta de fotografia, invista nisso. Naquele dia fiquei pensando e hoje estou aqui feliz, e até nossos pais vieram e a mãe está orgulhosa de mim.
Sophie- Estamos evoluindo em silêncio.
Camille- eu acho que esse tempo demorou. Sophie- Eu acho que não, tudo tem sua hora. Escuta essa música:
“Eu sou maior do que era antes, e estou melhor do que era antes. Eu sou filho do mistério do silêncio, somente o tempo vai me revelar quem sou. As flores mudam, as plantas crescem. Quando o Sol se deslumbra, quando não se esquece, daquelas noites que deixamos para trás, sem saber que aquele choro vai virar ouro. Estamos evoluindo em mistério e silêncio, a cada Lua, a cada Sol. Se era certo se era súdito ou sou Rei. Somente a voz do tempo saberei”. Milton Nascimento
Ucm dia depois Sophie arrumou a mala para ir novamente para a África, cumprir sua missão, dessa vez não será interrompida.
Marie vai até o quarto de Sophie.
Sophie- Olá mãe.
Marie- Você vai mesmo? Podia esperar mais um pouco. Sophie- Até que eu podia, mas as vezes a vida não espera a gente.
Marie- Até Camille vai viajar a trabalho. Quem diria?
Sophie- Eu diria, sempre acreditei nela.
Marie- Desculpe, tem razão. O tempo dela chegou.
Marie- Pena que é tarde, se não iria com você.
Marie vai na sala e pergunta a Lorenzo se ele pode comprar uma passagem para ela ir para África no dia seguinte, sem Sophie saber. Sophie entra na sala para se despedir do pai.
Sophie- Pai vim falar com o senhor, dessa vez vou passar mais tempo na África, mas a gente se vê qualquer dia desses. Amo o senhor até breve. Agora eu entendo que as estrelas mudam de lugar. E também quero dizer que quando voltar da África volto para Quebec que é o meu cantinho.
Lorenzo-Então até lá.
Já é madrugada e Sophie já está no avião a caminho da África.
Enquanto Marie arruma suas malas, Sophie chega na África, em Madagascar.
E Romeu diz – Minha amiga, sabia que um dia você iria voltar para cá.
Estou ansiosa para conhecer suas filhas, você vai adorar elas. Eu fiquei muito feliz com sua decisão. Que bom, eu fiquei muito feliz quando soube que você vinha. Eu tenho uma noticia para te dar. Depois de amanhã no auditório você vai dar uma pequena palestra e a TV vai estar lá.
Nossa! Me pegou de surpresa.
Papai, papai, tô com fome. Crianças são a sinceridade em pessoa. Nossa, elas são lindas. Oi Hana, oi Emanuelle.
-Oi tia Sophie.
-Romeu parabéns por ter adotado assim sem um padrão que o mundo pede.
-Tia, olha a minha boneca, eu arranquei o braço dela.
-Porque Emanuelle?
-Para ela ficar igual a mim.
-Você é fofa e meiga, aliás, vocês duas. Sim, seu cabelo dá pra fazer um monte de penteados e eu já vou fazer.
-Eu não disse Sophie que tudo isso ia passar? E passou mesmo.
Eu quero te perguntar uma coisa, você quer ser madrinha de uma delas?
-Assim você foi lá no fundo do meu coração. Claro que eu quero.
- E tenho outra notícia, vou ficar de férias e queria saber se quer me substituir.
-Claro que sim. Com muita honra e com medo de não estar a altura.
-Vamos lá no projeto.
Sophie foi falar com as crianças com aquele jeito dela, muito alegre e as crianças ficaram de revê-la. Sophie todos gostaram por ela estar de volta. Ela estava sentindo falta do olhar e do carinho das crianças e vai aproveitar bastante a coordenação do projeto. Chega o dia da palestra.
-Sophie, você lembra que eu ia ler para você um texto quando você estivesse curada? Eu vou ler na palestra.
Chegou a hora da palestra. Sophie começou a falar.
-Oi, meu nome é Sophie, não sei se você sabe porque você está aqui. Eu posso pensar que no inicio do mundo surgiu uma bomba e o universo foi criado. Mas eu prefiro acreditar que eu estou aqui pelo meu Deus, o meu amor e a minha fé, e essas crianças que só tem esperanças. Só basta isso para elas. Um dia você vai se perguntar porque eu fiz isso, porque eu fiz aquilo. Você vai se perguntar porque não fez aquilo nem isso. Sua vida pode ser boa ou ruim, mas, a gente sempre vai colocar um ponto de interrogação. Mas sua vida é assim porque é assim que ela deveria estar. Porque Deus que muda sua vida todos os dias. Eu não sei porque a gente passa por dificuldades, mas ficamos mais fortalecidos e damos mais valor as nossas vidas. Porque se plantarmos o amor, ele vive dentro de nós. Até onde eu fui devo ter plantado muito amor,
porque acreditei no amor do Pai. Então eu só tenho a agradecer. (Clarissa dos Anjos Melo).
Assim que Sophie terminou de dizer essas palavras, olhou lá no fundo, eu muito surpresa, vi que sua mãe estava lá. E continuou a falar, eu pensei que esse dia não ia chegar, mas chegou. Como esperei por esse dia. Eu queria que minha mãe entendesse mas ela não entendia. Eu estou curada de um câncer e está é a vida da gente, mudando sempre. É isso que eu tenho para dizer. A vida da gente é uma constante mudança.
-Mãe, que bom que você está aqui, diz Sophie com lágrimas nos olhos. Se me permiti vou ler um texto que meu amigo me deu e se encaixa com todos nós porque todos nos estamos para passar por desafios e lembrar que Deus é amor. Obrigada.
Sophie lê o texto de mãos dadas com a sua mãe.
Agora vou ler um poema que Romeu entregou para mim. Poemas das pedras – Aprendiz do amor de Cristo: Uma das decisões mais importantes das nossas vidas é escolher um caminho para seguir. Este caminho dirá muito do futuro que queremos seguir e dos sonhos e objetivos que planejamos. Mas a verdade é que num momento ou outro todos encontramos uma pedra no meio do caminho. E sobre o problema não são as pedras que encontramos não. Para Moisés as pedras foram o papel perfeito para Deus escrever os seus mandamentos. Para Davi a pedra foi a arma que derrubou o seu gigante. Para Gedião pedras foram necessárias para reedificar um altar. Para Jacó uma pedra se tornou um travesseiro para o seu descanso. Para a mulher adultera as pedras no chão foram o maior livramento recebido em sua vida. O problema está naquilo que deixamos que eles gerem dentro de
nós. Você consegue entender? As pedras podem destruir sim, mas nas mãos de quem é disposto e tem visão, pedras são instrumentos para reconstrução de algo ainda mais bonito e forte. Pedras podem fazer cair sim, mas nos olhos de quem é sincero e arrependido, sempre serão motivos para se levantar mais uma vez. Pedras ferem e machucam sim, mas no caminho no qual está vivendo, são marcas de um sofrimento que não foi maior e nem mais forte do que o amor por quem está esperando ao final do caminho, Jesus Cristo. Se permitirmos elas irão nos derrubar sim, mas sabem, elas passam, e ainda podemos levantar e retificar o ato que se quebrou. Pedras não param ninguém, apenas quem já queria um motivo para parar. Talvez se reagirmos de uma forma diferente, elas não destruiriam tanto, elas não seriam queda sempre, elas não seriam feridas por tanto tempo, elas se tornariam vestígios de um caminho que nos tornou muito mais resistentes, firmes e constantes. Jesus nos ensina que a casa que está edificada sobre a rocha não será abalada, oi seja, não é sobre derrubar ou destruir a casa não: a rocha está lá mas para levantar e ser construída sobre ela, o nosso erro é usar como desculpa para permanecer no chão. Aquilo que Deus permite que para nos ensinar a caminhar. E a verdade é essa, cada pedra no meio do caminho nos ensina a caminhar melhor. Sobre a pedra que tapou o sepulcro, para muitos significou o fim, mas para Cristo e para todos o que acreditam Nele, foi a porta que se abriu para o reconhecimento entre o nosso Deus e o que nós somos. Lapide suas pedras, pode existir um tesouro escondido em cada uma delas.
Marie diz: - Me dê um abraço minha filha, meu amor. O recomeço.