Edição 3, Agosto e Setembro 2015. Distribuição: Rio Verde-GO

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Rio Verde-GO: Setembro e Outubro 2015 - Ano I, nº 3

O dinheiro que estava aqui, a corrupção levou? Em RIO VERDE, representantes do comércio afirmam que é impossível negar a crise. Mas, para eles, a diversidade da economia local pode ser a luz no fim do túnel. Caixa-Preta Posso falar tudo o que quero? Até onde vai a liberdade de expressão?

Terapias que curam Tratamentos alternativos auxiliam na identificação de doenças

Esporte nas ruas Atividades ao ar livre conquistam mais adeptos na cidade

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CONTEÚDO EDITORIAL

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Acordaram a inflação......................................04

CAIXA-PRETA

Não existem limites para a liberdade de expressão...................................................08

CASA

Jardim artificial é alternativa para a falta de tempo..........................................................10

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SAÚDE

Tratamentos alternativos auxiliam na identificação de doenças..........................................12

CAPA

O Brasil está com o nome sujo na praça....16

CITTÀ

Muita história para contar: radialistas falam de fatos marcantes na profissão....................20 Lei antifumo vale também para o narguilé..22

CULTURAL

Apesar dos bons autores locais, falta incentivo..................................................26

SOCIAL FOTO

A hora do sim! Clicks de casamentos......28

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OPINIÃO

Quando começa a educação sexual para crianças?......................................................30

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EDITORIA Texto:Gabi Bazzo Foto: Sagui

Acordaram a inflação!

EDITORIAL

C

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rise: este foi o tema central escolhido para a matéria de capa desta edição. O problema nacional chegou a Rio Verde e não há como negar. Mas mesmo com a alta nos preços em decorrência da inflação, a diversidade de negócios do município facilita que a cidade ainda possa se manter em meio às dificuldades. Na “Caixa-Preta” trouxemos uma entrevista com a mestre em Comunicação Midiática Márcia Mariano Raduam Caetano, que falou sobre liberdade de expressão na atualidade. A dúvida gira em torno de “Será que eu realmente posso falar tudo que eu penso?”. De olho na crise, mas em direção ao universo feminino, uma pesquisa realizada em Rio Verde comprovou que não há dificuldade econômica que afete a beleza. O segmento continua em alta.

Città Comunicação CNPJ: 21.834.787/0001-67 Rio Verde – GO (64) 8140-6560 (64) 9991-1620 cittarevista@gmail.com

Reportagens: Gabriela Guimarães Jéssica Bazzo

Conselho Editorial: Gabriela Guimarães Jéssica Bazzo Samuel Pedrosa

Diagramação: Samuel Pedrosa

Projeto Gráfico: Roca Comunicação

Capa e Ilustração: Sagui

E ainda: Um bate-papo descontraído com dois radialistas de emissoras locais falando sobre curiosidades e os prazeres da profissão. Tem risco também! Fugindo dos ambientes fechados das academias, tem muita gente se reunindo para a prática de atividades variadas ao ar livre. Os adeptos garantem que é mais qualidade de vida na certa. Vem com a gente nessa terceira edição e boa leitura! Depois nos conte o que achou pelo @cittarevista no Instagram ou e-mail: cittarevista@gmail. com. Até a próxima!

Fotos: Pedro Sá Gabriela Guimarães Jéssica Bazzo Cledson Oliveira Fábio Trancolin Ascom Acirv Colaboração: Denise da Silva Thaylline Sanqueta Caroline Arcari Vinícius Araújo


“Obtive um feedback bastante positivo sobre o anúncio que fizemos. Acredito muito na mídia de revista para engrandecer uma marca como a nossa. Ela tem uma excelente diagramação e matérias interessantes. Me apaixonei pela reportagem do Heitor, o dog. Parabéns a equipe.” LIDIANE GUIMARÃES empresária via whatsapp “Revista compacta, bem ilustrada, com fácil leitura, que aborda temas vividos no dia a dia, sou leitor Città.” JOSÉ ANTÔNIO gerente comercial via whatsapp “Achei a revista muito agradável e cheia de informações úteis. A matéria que mais gostei foi a do Nathan (Uma crise duas faces), que expôs um assunto bem atual e interessante que aborda a economia brasileira.” DARLIANY DO CARMO professora via whatsapp

“Adoro os textos da Città Revista e acompanho a publicação desde o início. Os assuntos são muito interessantes. Na última edição, gostei bastante da matéria sobre os papéis de parede. E por coincidência, a revista tratou de uma doença (a trombose venosa cerebral) que a filha de uma amiga havia sido diagnosticada. Levei a revista a elas, que puderam saber mais sobre o assunto. Fico ansiosa para ver os assuntos das próximas edições.” CLAUDETE VAZ profª aposentada via whatsapp

PÁGINA ABERTA “Rio Verde ganha uma opção de leitura e informação, a Revista Citta, com conteúdo que vai atender a todos. Se você não tem o hábito de ler sempre, mas quer começar, dê uma olhada no conteúdo da Citta. Te garanto que será uma leitura agradável. Parabenizo os meus amigos, Gabi, Jessica e Samuel pelo projeto. Essa também vale a pena ler e guardar. Como disse Voltaire: “A leitura engrandece a alma.” FÁBIO TRANCOLIN jornalista via email

“Gostei da diagramação, gostei do equilíbrio entre a publicidade e as reportagens. As revistas que conheço da cidade tem mais propaganda que informação verdadeira. O conteúdo que foi apresentado é bem diversificado e acho que pode atender diversas vertentes do mercado local.” RICARDO PADILHA dir. fac. design via whatsapp

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De Brasília para as ruas de Rio Verde T POLÍTICA Foto: Cledson Oliveira

razer os serviços oferecidos em um gabinete, na Câmara Federal, em Brasília, para os bairros de Rio Verde. É assim o projeto do deputado federal Heuler Cruvinel (PSD). A primeira edição do Gabinete Itinerante aconteceu no dia 1º de agosto, no Bairro Céu Azul. A ideia é servir a comunidade, ofertando serviços de forma gratuita, sem que a população tenha que se deslocar como, por exemplo, ao Vapt Vupt. Durante o Gabinete, uma equipe fica à disposição dos moradores para a emissão de diversos documentos, como CPF, RG, Carteira de Trabalho e tantos outros. O Gabinete vai percorrer 10 bairros de Rio Verde. A segunda edição, em 12 de setembro, é no Bairro Promissão. A terceira também tem data marcada: 10 de outubro, na Vila Mutirão. Segundo o deputado federal Heuler Cruvinel, as edições serão realizadas sempre aos finais de semana. “Queremos que a comunidade esteja no bairro para participar e facilitar a realização de diversos serviços. Por isso, os atendimentos começam sempre muito cedo, a partir das 8h da manhã. É feita a entrega de senhas para que o pessoal possa se organizar, sem tumultos, buscando o melhor atendimento a todos que participam do projeto”,

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destaca Heuler. O deputado explica ainda de onde veio a ideia de realização do Gabinete Itinerante. Segundo ele, foi a forma encontrada de aproximar o mandato ainda mais dos rio-verdenses, ouvindo queixas e sugestões da comunidade. “Isso sem contar a grande oferta de serviços. Um dos que me dá enorme satisfação é o Casamento Comunitário. Na primeira edição do Gabinete, vimos vários casais que tinham o sonho de oficializarem a união e lá, em nosso projeto, tiveram essa oportunidade”, comenta Heuler Cruvinel. Na inauguração do projeto foram realizados 100 casamentos, em parceria com o Cartório de Registro Civil. Os atendimentos na área da saúde também são feitos durante o Gabinete Itinerante. De acordo com o deputado, profissionais de cinco especialidades médicas participaram da primeira edição, como dermatologista, cardiologistas, pediatras e outros. “Ao todo, 4 mil pessoas compareceram ao Gabinete. A cada edição, a nossa expectativa é aumentar esse número e oferecer mais especialidades. Mas tudo isso é possível graças aos nossos parceiros. Pessoas e instituições que estão lá e abraçaram a ideia”, reforça Heuler.

Outro destaque são as inscrições ao programa Minha Casa Minha Vida. O deputado explica que a terceira fase do programa acaba de ser lançada. “Por isso, temos que identificar o déficit habitacional em Rio Verde, para buscarmos a liberação da quantidade de unidades habitacionais para o município. Já fizemos a entrega de 2.100 casas e vamos fazer muito mais. Reforço o convite aos rio-verdenses, a participarem do Gabinete Itinerante e fazerem o cadastro”, lembra Heuler Cruvinel. No Gabinete Itinerante tem espaço também para a criançada, com a Rua do Lazer, além do estande da beleza, onde são feitas maquiagens e cortes de cabelo. “Temos ainda auxílio na área jurídica, com estudantes de Direito da UniRV, que auxiliam a comunidade. A partir da segunda edição, acrescentamos ainda o atendimento odontológico, assim como do Sine e tantos outros. Enfim, é um projeto bastante completo e que, sem dúvida, traz mais comodidade e benefícios à população”, finaliza Heuler Cruvinel.


E quando a vítima contribui para o crime?

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iante de fatos criminosos, é necessário conhecer não apenas o principal protagonista – no caso, o criminoso – como também, na maioria das vezes, a vítima. Esta relação entre criminoso e vítima é destacada por muitos estudiosos do Direito Penal, que encontra entre ambos uma relevante ligação entre causa e efeito. Mendelsohn, estudioso do assunto, usa o termo “Dupla Penal” para explicar essa relação, que é imprescindível para o julgamento do ato e a culpa de quem o praticou. Não obstante o criminoso seja o ponto crucial na apuração do fato, vale analisar também o grau de culpa da vítima ou de sua participação no fato delituoso, circunstância em que o crime poderia até mesmo não existir. A análise delinquente e vítima pode - com legalidade - favorecer o agente pela sua conduta com respeito à vítima, até mesmo depois do delito. Além da importância dos fatos ligados à conduta da vítima e do criminoso, também são fundamentais

os elementos essenciais à personalidade moral, antecedentes e as condições particulares da vítima, que do ponto de vista lógico, influencia na classificação do delito e na aplicação da pena. Desse modo, é indispensável o estudo das relações de ordem psicológica ou psíquica que em muitas ocasiões envolvem os agentes e aqueles que lidaram com as decorrências do crime. Antes, apenas o delinquente se colocava como alvo das análises dos criminólogos e juristas. Agora, a vítima passa a fazer jus à justificável ponderação na esfera do direito penal e da criminologia. Isso porque, por meio de estudos iniciados por psiquiatras, juristas, psicólogos e sociólogos, confirmou-se que em exatos casos, igualmente o criminoso pode sofrer as consequências ou sequelas do crime, considerando-se, de algum modo, como vítima do fato em que se tornou principal protagonista. No conjunto criminoso, a vítima pode ser absolutamente inerte ou, por outro lado, ativa

JURÍDICO

e concorrente. Muitas das ve- Denise da Silva zes o papel da vítima é prepon- BACHAREL EM DIREITO derante para a prática do fato. Por exemplo, serve de estímulo à prática de roubo e até de um crime de latrocínio a pessoa que se expõe em lugares inidôneos com jóias, grande quantia em dinheiro e relógio de notável valor. Esse mesmo raciocínio vale para aquelas que buscam lugares desolados para encontros amorosos. Inumeráveis são os acontecimentos criminais em que a vítima é a causa hábil do delito que, sem ela, o fato nunca teria ocorrido. Não se está a fazer apologia ao crime, nem tão pouco mitigar o poder do Estado face ao dever de punir. Mas, sim, contribuir para o esclarecimento de que para a aplicação eficaz do Código Penal, é necessário o direcionamento da atenção tanto para o comportamento do delinquente como também da vítima. Só assim a sociedade caminhará para garantia de se alcançar a repressão e prevenção, impostas como principais objetivos do Direito Penal moderno.

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CAIXA EDITORIA PRETA

Texto:Gabi Bazzo Foto: Sagui

Alguns afirmam que ela deve ser irrestrita. Caso contrário, se houver limites, deixa de ser livre. Sabe do que estamos falando? Da polêmica liberdade de expressão, assunto discutido com a entrevistada Márcia Mariano Raduam Caetano. Ela é formada em Comunicação Social, com habilitação em Rádio e Televisão, e coordenadora do curso de Jornalismo de uma universidade de Rio Verde. Márcia é também mestre em Comunicação Midiática. Nesta entrevista, ela defende que as opiniões devem ser de fato expressadas e, principalmente, provocativas.

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Márcia, antes de qualquer coisa, o que é essa liberdade de expressão? Em linhas gerais, nada mais é que a liberdade de cada indivíduo se expressar, falar o que pensa, acha, quer, gosta e inclusive o que não gosta. É a liberdade de cada um, que todos nós temos de nos comunicar. Como vê essa liberdade nos dias de hoje? Tornou-se ampla e restrita ao mesmo tempo. Porque tenho uma liberdade de expressão até o ponto em que eu não prejudique o outro. Como funciona isso de fato? É muito complexo!

Em sua opinião, algumas pessoas extrapolam essa liberdade de expressão? Se a gente for pensar nos veículos de comunicação, até acho que não. Os veículos estão bem contidos. Para ser bem sincera, acho que nossa imprensa em geral está bem ‘bunda mole’, com medo de processos. Temas mais polêmicos, como política e economia, a mídia anda tomando muito cuidado, parece que vem trabalhando quase que em um Tribunal. Se não tem provas, prefere não falar. Enfim, acho que tem sido falado muito pouco, se comparado a tudo o que vem


acontecendo em nosso país. Mas isso é algo que vem da ditadura, que cerceou a liberdade de imprensa e até hoje sentimos os reflexos. Com isso, os conteúdos acabam ficando muito rasos, não tem um aprofundamento. Já em relação às pessoas em geral, elas querem se expressar, mas têm preguiça de conhecer profundamente os assuntos. Na internet, por exemplo, são poucos os que produzem conteúdo. A maioria acaba repetindo o que outro produziu. Já que você citou a internet... Como vê essa liberdade no meio virtual? As pessoas criam uma voz no espaço virtual que não é de fato aquela mesma pessoa na vida real. Isso não é opinião minha. Temos vários artigos científicos sobre isso. As pessoas se transformam. Somos vários ao mesmo tempo, temos papéis sociais que vamos cumprindo cada um deles conforme as necessidades. Na internet, muitos dizem que é ali que elas podem se expressar verdadeiramente. Mas essa pessoa às vezes nem sabe quem ela mesma é. As redes sociais deveriam ser espaços para a troca de ideias e conflitos também. Mas não essa carnificina que acaba acontecendo.

alguém do nosso ponto de vista. O importante é colocar o outro para pensar. Vejo que hoje, coisas simples do cotidiano se transformam em polêmica demais. Basta uma pessoa começar a denegrir que surge uma série de outras pessoas que seguem o mesmo rumo. Vejo que as pessoas perderam a capacidade de raciocinar. Tudo que me fere um pouquinho, eu quero gritar. Existem limites para a liberdade de expressão? Acho que não existe. Penso que o que deveria existir é uma educação digital, que as pessoas soubessem de fato usar as ferramentas. De forma inteligente, argumentativa, delicada. Mas respeitando a opinião dos outros. A verdade é que, em um país como o nosso, da forma como a educação é tratada é difícil cobrar do outro o mínimo de conhecimento - e também educação. Espero que a gente comece a dar os primeiros passos, para que as pessoas leiam mais, entendam mais e pensem um pouco mais antes de escrever e comentar.

Um caso recente foi o de Zeca Camargo, sobre a morte do cantor Cristiano Araújo. O jornalista foi quase assassinado virtualmente. Como vê toda essa polêmica, em que ele expressou uma opinião e foi tão massacrado? Li e reli o texto do Zeca Camargo sobre a morte do Cristiano Araújo. Na semana do acontecido, Zeca Camargo passou a me seguir no Instagram. Mas, é claro, que queria aproximação com as pessoas de Goiás e acredito que tenha sido uma atitude da assessoria dele. Apesar de todo o país ter se mobilizado com o texto, aqui em Goiás o pessoal pegou mais pesado pelo fato do cantor Cristiano ser daqui. Eu entendi da seguinte forma. Zeca, como jornalista, naquele momento praticou o que chamamos de jornalismo de opinião, por meio de uma crônica. Mas que, em meio a uma comoção nacional e principalmente regional, Zeca foi, em minha opinião, muito mal interpretado. Ele não quis falar do cantor em si, mas do cenário cultural que vivemos. Cada um interpreta o texto como quiser. Isso é o risco de qualquer material e cada avaliação deve ser respeitada. Porém, todo produtor de conteúdo, neste caso o Zeca, deve ser indagado, provocado. Todos os textos tem de provocar e isso gera uma reação. Mas é preciso saber dosar, argumentar. Caso contrário, se torna crime. A partir do momento que ataco, uso xingamentos, ameaças... Estou cometendo um crime. Neste caso, o mais interessante seria uma troca de argumento. Afinal, dificilmente a gente vai convencer

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CASA

F

Beleza ARTIFICIAL

Jardins sintéticos servem de alternativa para quem busca praticidade e um espaço verde em casa

alta de tempo e disposição não são mais desculpas para não ter um jardim em casa. Isso porque os artificiais estão ganhando cada vez mais espaço e conquistando quem quer ambientes verdes, sem gastar muito dinheiro. Em qualquer cantinho da casa é possível criar um lindo jardim artificial. Pode ser numa sacadinha pequena de apartamento, ou até mesmo debaixo daquela escada que deixa o ambiente meio sem graça. É o que garante Flávia Maria de Sousa. Há um ano ela começou a montar jardins artificiais em Rio Verde. A bancária Dayane Costa foi a primeira cliente de Flávia. Ela relata que sempre quis um jardim em casa. Por falta de tempo, deixou o projeto de lado. “Até que tive conhecimento do artificial e a proximidade com o natural. Trabalho fora, tenho criança pequena e não conseguia tempo para cuidar de jardim”, lembra a bancária. Segundo Dayane, a manutenção é bastante tranquila: “É só tirar e lavar. Depois, o próprio dono consegue colocar tudo no lugar facilmente”, explica. Dayane conta ainda que tem gente que quando chega na casa dela, pensa que o jardim é natural e fica admirado. “Todos se

ANTES

DEPOIS

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surpreendem quando digo que é artificial. Ai pedem licença para tocar nas plantas e ver se realmente é de mentira”, conta. Para ela, o custo para se ter um jardim artificial vale muito à pena. Para deixar o jardim o mais próximo possível do natural, Flávia explica que é preciso muita criatividade e bom gosto para saber escolher bem as combinações. “Além disso, sempre avalio o espaço em que o cliente quer montar o jardim. Por exemplo, se pega chuva ou sol”, pontua. Segundo ela, um simples toque verde muda toda a decoração da casa. Flávia conta que o jardim artificial é uma boa opção para quem mora em construções mais antigas, que não contemplaram os tais espaços para jardins. “Temos muitos clientes que querem dar uma nova cara para a residência, mas a obra estrutural não permitia o jardim natural, porque não daria, por exemplo, para jogar água ou ter as saídas de ar, ou a iluminação natural que as plantas necessitam”, comenta. Outra vantagem, segundo Flávia, é que sempre que possível ela busca adequar o jardim artificial ao que o cliente pode pagar. “Mesclo folhagens mais caras e outras baratas que, no resultado final, ficam deslumbrantes. É claro que os mais caros chegam mais próximo ao natural. Só que quando montamos para o cliente ver com as duas opções em um mesmo jardim, eles ficam muito satisfeitos”, garante. Os queridinhos são samambaias, orquídeas e flores do campo. Outra opção, segundo Flávia, é unir o jardim artificial ao natural. “Aí que fica ainda mais difícil identificar qual é qual. Só chegando perto da planta e pegando”, brinca. Ela explica ainda que a montagem é super rápida e não faz nenhuma sujeira no ambiente. “A pessoa pode decidir montar um jardim artificial mesmo que ela já esteja morando na residência, com todos os móveis no lugar. Não faz nenhuma bagunça”.


COMPORTAMENTO

A

valiar o perfil de compra das consumidoras rio-verdenses quando o assunto é perfumaria e cosméticos foi a proposta dos acadêmicos Leandro Lima e Márcio Fabiano. Eles fazem pós-graduação em Gestão Empresarial, em uma universidade de Rio Verde. Sob a orientação do economista Maurício Faganelo, os alunos desenvolveram uma pesquisa que resultou num amplo perfil de compra. Ao todo, 170 mulheres foram entrevistadas. E o resultado? Não tem crise que afete a beleza! Segundo o economista Maurício Faganelo, cerca de 80% do público consumidor de perfumaria e cosméticos tem entre 15 e 35 anos. “Elas são bastante fiéis a marcas e produtos. Com a chegada de novas lojas, principalmente após a construção de mais um shopping em Rio Verde, criaram-se mais opções às consumidoras”, destaca o economista. Mais de 50% do público pesquisado tem renda entre R$ 750 e R$ 3 mil. “A grande maioria disponibiliza entre 5% e 10% com perfumaria e cosméticos todos os meses”, garante Faganelo. Elas buscam produto, e não preço. “Pela sequência das opções elas destacaram qualidade do produto, atendimento e localização como os principais fatores que influenciam na compra, respectivamente”, diz. Com isso, a pesquisa identificou que em Rio Verde, 80% das mulheres gastam em média R$ 200 com perfumaria e cosméticos. “Já 13% delas reservam de R$ 250 a R$ 400 com este tipo de compra. E outro detalhe é que quase 60% do público prefere pagar em dinheiro, por saber que no mês

NÃO TEM CRISE QUE AFETE A BELEZA

seguinte tem mais compras e, por isso, não querem ficar com esse débito”, analisa. Faganelo deixa uma dica aos empresários que trabalham nestes segmentos: “Quando o público é feminino, tem que atuar em produto. Trabalhar a marca é muito importante. Do ano passado pra cá, vimos em Rio Verde um choque de oferta. Entraram muitas lojas no mercado. Então, é preciso que os empresários saibam identificar o perfil deste público que consome”, orienta.

Ela confirma! Valéria Faria Oliveira é uma destas empresárias que entrou para o mercado de maquiagem em Rio Verde em novembro do ano passado. Ela é franqueada a uma marca feminina que atua no segmento há mais de 10 anos. Valéria explica que cada mulher que entra na loja compra, em média, até quatro produtos. “Se formos falar em gasto médio, a maioria leva pra casa em torno de R$ 300 em produtos”, salienta. A empresária conta que tem clientes de 3 a 60 anos e que, mesmo não vendendo produtos para o público infantil, algumas crianças querem e usam as mesmas maquiagens das mães. “Já em relação ao público adulto, vejo que a vaidade não tem crise nem preço. As mulheres não deixam de fazer as unhas, arrumar o cabelo, sair maquiada. Elas querem produtos bons e se sentir sempre bem”, acredita Valéria. Segundo ela, as consumidoras estão bastante conscientes. “Se ela precisa de um produto, ela vai comprar mesmo que em menor quantidade. E não serve uma marca inferior.

Às vezes, as mulheres esperam um pouco mais para comprar, mas não desistem de determinado produto”, conta. E os brindes são ótimas opções para conquistar clientes. Na loja de Valéria, acima de R$ 80 em compras durante a semana, as consumidoras ganham uma maquiagem profissional. “E a franquia tem ajudado bastante nós empresários, oferecendo produtos de ótima qualidade, só que em embalagens menores, ou seja, mais econômicas. Quando o assunto é beleza, a gente sempre dá um jeitinho”, brinca Valéria.

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SAÚDE

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ecorrer a um tratamento não convencional foi a melhor escolha da autônoma Lenilda Caetano. Por meio de uma amiga, que lutava contra o câncer, ela conheceu a Iridologia. Muito se diz que os olhos são a janela da alma, não é mesmo? Mas, para esta ciência, a expressão tem ainda mais valor. Mediante a íris dos olhos, o profissional iridólogo consegue detectar diversos problemas no organismo. Foi assim no caso de Lenilda. “Eu cheguei ao consultório e o iridólogo me viu por poucos segundos de pé. Após as etapas iniciais da consulta, assim que ele avaliou a íris dos meus olhos, disse: ‘Me fala mais sobre o que você tem na perna esquerda’. Aquilo para mim foi surpreendente. Desde então fiquei encantada”, confidencia Lenilda. Ela tem artrose desde os 12

ALTERNATIVAS QUE

CURAM anos. “Já tomei muito corticóide”, lembra a autônoma. Segundo ela, após decidir por um tratamento natural, as melhorias foram significativas. “A medicação não é agressiva. Meu intestino, por exemplo, melhorou bastante. Eu confio e vejo diariamente os resultados da medicina alternativa”, garante. E não é só ela, não. Em alguns países, como Canadá e França, mais de 70% da população recorrem a tratamentos não convencionais. Na opinião de boa parte dos adeptos às técnicas alternativas, a justificativa é uma só: Tratar o organismo como um todo. Ou seja, não se pensa apenas na doença. Mas, sim, em um corpo doente, que necessita de cuidados. Themison Sirqueira é iridólogo. Ele conta que a íris dos olhos possui uma espécie de mapa,

que orienta o profissional na identificação das causas do malestar, por meio de cores, sinais e demais alterações. “Depois de detectarmos o problema, fazemos um processo de desintoxicação com resultados interessantes. Em poucos dias conseguimos desaparecer com sintomas a exemplo de dores de cabeça, dificuldade de digestão e demais dores pelo corpo”, garante. Themison explica que a Iridologia, assim como outras terapias alternativas, não exclui a medicina convencional. “É complementar. O profissional terapeuta identifica as causas, orienta e acompanha o paciente na recuperação da saúde. Quando necessário, indicamos que a pessoa procure um médico específico no tratamento da área afetada, para trabalharmos em sintonia”, reforça.

Por meio das mãos, Karen estimula o organismo a chegar ao processo de autocura

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Microfisioterapia e Leitura Biológica Outra técnica bastante interessante é a Microfisioterapia. Para falar sobre ela, convidamos Karen Ferrell Fiuza, especialista no assunto. Ela diz que consiste em uma abordagem manual, em que o profissional precisa ter um amplo conhecimento da anatomia humana e dos tecidos embrionários. “Por meio disso conseguimos identificar a causa inicial dos sintomas, que chamamos de memória celular. Então, começamos a estimular o organismo para chegarmos a um processo que leva o nome de autocura ou autocorreção”, explica. Parece inacreditável! Mas a técnica consegue identificar situações traumáticas que podemos ter vivido ainda na barriga de nossas mães. “O tecido do nosso organismo tem memória. Mesmo que inconsciente, os problemas se afloram”, explica. A Microfisioterapia é nova no Brasil: chegou por aqui há cerca de 10 anos. “Ela pode ser usada na prevenção de doenças e na melhora do bem-estar. Por meio das mãos,

conseguimos identificar nos pacientes baixas energias ou desequilíbrios que, com o decorrer da vida, podem gerar doenças”, esclarece Karen. A duração do tratamento é variável. Vai depender de diversos fatores, já que cada pessoa “Quando necessário, tem um nível de reação indicamos que a pessoa e percepção à técnica. “Na primeira sessão procure um médico conseguimos melhoras em específico no tratamento torno de 80%, a depender da área afetada, para dos sintomas. Por exemplo, trabalharmos em tenho pacientes que em uma única sessão me disseram sintonia.” que tiveram resultados de 110%, como no tratamento da ansiedade e insônia”, explica. Karen diz que a Microfisioterapia é indica para todas as pessoas, desde recém-nascidos à melhor idade. “É mais uma ferramenta para o corpo se curar. Identificamos a causa do bloqueio e o eliminamos.”

Mapa da Íris: manchas, alterações da cor e outros sinais auxiliam na identificação das causas do mal-estar

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Queridinhos

MODA Por THAYLLINE SANQUETA

do Verão

O São Paulo Fashion Week (SPFW) Verão 2016 foi em abril, mas o que vi por lá começa a chegar agora nas lojas. Por isso, vou mostrar a vocês quais as tendências que mais chamaram a atenção nas passarelas durante a semana de moda mais badalada do Brasil. CORES O branco e cru reinaram em todos os desfiles que assisti. Também tiveram espaço os tons vibrantes - destaque para o amarelo e laranja. Além de cores pasteis, aparecendo principalmente no azul e rosa.

LAÇO Símbolo romântico, ele agora ganha cores e tamanhos imponentes nas mãos de Esther Bauman, estilista do ateliê da Acquastudio.

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TEXTURAS A Acquastudio apresentou uma coleção com muitas aplicações, que criavam o efeito 3D. Destaque para as flores e missangas nas aplicações.

ARTESANATO Lenny Niemeyer apostou em tecidos tramados, lembrando redes. Já a Trya destacou o crochê. Além de lindos vestidos e capas na coleção de Wagner Kallieno, usar artesanato na coleção do estilista já era esperado.

PANTALONA E CLOCHARD Vitorino Campos apostou no modelo em algodão, com estampas quadriculadas delicadas e modernas. As calças clochard retornam. Elas são aquelas com cintura alta, barra encurtada e ligeiramente estreita, com quadril folgado e pregas logo abaixo do cós.

ASSIMETRIA Saias, vestidos e até blusas apareceram com assimetria no desfile de Wagner Kallieno.

SAIAS TRANSPARENTES Contrastando com a parte de cima, a tendência em saias aparece em tecidos transparentes.


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CAPA Ilustração: Sagui Fotos: ebc.com.br

O BRASIL

ESTÁ COM

O NOME SUJO NA PRAÇA

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oder de compra reduzido, preços mais altos no supermercado, demissão de funcionários ou férias coletivas. Esses e outros assuntos foram os principais destaques desde o início deste ano, tanto na imprensa nacional como internacional. A crise é realidade, ainda que muitos tentem negá-la e a instabilidade do país tem afastado investidores. O Brasil está com o nome sujo na praça. Mais recentemente, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s diminuiu a nota do país de BBB- para BB+, isso quer dizer que o Brasil é considerado um país perigoso financeiramente e com maior possibilidade de dar calote. E nesse cenário de crise, o governo não tem dado condições para a nação se reerguer. A presidência alega que


Volkswagen coloca 8 mil funcionários em férias coletivas na fábrica do ABC este é um reflexo da crise internacional, mas a verdade é que parte dos problemas foi criada pelos governantes. Conforme analistas, em 2015 o país pode fechar com a maior inflação já vista nos últimos 13 anos. Segundo o Banco Central, a estimativa é que a alta de preços vai encerrar 2015 em 9,32%, resultando em maior queda do Produto Interno Bruto (PIB). Mário Furacão é presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rio Verde (CDL). Ele reconhece que o Brasil passa por um momento difícil e que não há como negar o atual cenário de crise. “Vejo mais como uma crise moral, de credibilidade, do que de outra coisa. Somos um país muito rico, mas as pessoas que investem estão com pé atrás. Não vão investir”, acredita o presidente da CDL. Mas ele faz ainda outra avaliação: “Enquanto alguns choram, outros vendem lenço”. Mário afirma que algumas empresas da cidade, assim como no restante do país, tiveram que demitir funcionários. Segundo ele, é natural a dificuldade e o principal termômetro são as vendas. “O que tem acontecido é que não houve crescimento, mas por aqui os comerciantes continuam vendendo igual. E isso é, em partes, ruim. Estamos acostumados com um crescimento anual de cerca de 20%. Agora, esse número aqui em Rio Verde deve ser de, no máximo, 5%”, esclarece. Falta dinheiro no mercado e não é uma marolinha que vai passar logo, segundo Mário. “Enquanto não mudar o nosso sistema de

governo, dando mais credibilidade ao investidor, não vai melhorar fácil. Tem que ter mudança e confiança”, enfatiza. Ele também acredita na sequência de erros internos, cometidos pela presidência do país. “A gente vê por aí tanta corrupção, além de investimentos na África, Cuba, Venezuela, Argentina. Acredito que nosso dinheiro está só saindo. Aqui temos muitos empresários com capital, mas eles não acreditam que vão ter retorno agora. Por isso, preferem segurar que investir”, analisa o presidente da CDL. Para sobreviver à crise, ele crê que o momento é de os próprios empresários darem o sangue pelo negócio. “Não é deixar apenas nas mãos de funcionários e viver de sonhos. Toda essa mudança pode ser boa pra muita gente. Temos casos de quem cresce na crise. Quem segurar as pontas e passar por esse momento difícil será um vencedor”, observa. Os empresários Kaue Garcia de Moraes e Gentil Franciel Ferreira assumiram um empório recentemente. Kaue é bancário, com experiência em finanças. Gentil já atuava no segmento de empórios há nove anos. Conforme Kaue, há poucos meses na profissão de empresário, a escolha pelo novo trabalho - mesmo em um momento de crise - foi descrita como melhor impossível.

Mário Furacão: “Enquanto uns choram, outros vendem lenço.”

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Fernando Ferreira, mecânico industrial, demitido porque a empresa precisava reduzir o quadro de funcionários

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“Eu conhecia o segmento de atuação do Gentil, almejava sair do banco e esse ramo me chamava a atenção. Íamos abrir a empresa do zero, entretanto, surgiu a oportunidade de comprar um estabelecimento já pronto. Estava um pouco mais caro do que pensávamos gastar, mas seguimos com o projeto. Você tem que acreditar no que for fazer, não adianta só pensar em crise”, relata. Ainda de acordo com o empresário, a expectativa é ampliar as vendas, principalmente para as festividades de final de ano. Mesmo com os negócios em ascensão, Kaue reconhece que a crise é real em muitos setores. “A gente vê demissão, pessoas fechando concessionárias, mas eu acredito que você tem que ser otimista e tentar, por mais que as coisas estejam difíceis. O movimento em banco diminuiu muito, isso não é normal, principalmente no início de mês. O povo está se retraindo, fica preocupado com a crise, mas não se pode pensar apenas em ‘vou ficar quieto’, ‘o que eu tenho tá bom’, ‘vou esperar melhorar’. Não é muito por aí, tem que ser diferente da maioria”, pontua. Questionado sobre por onde anda o dinheiro do brasileiro, o empresário observa que muito da real situação tem a ver com o medo. “As pessoas ficam com receio de consumir e gastar o que não podem, pela situação de instabilidade. Mas o governo tem grande parte de culpa”, conclui Kaue.

Por outro lado, prejudicado pela crise, o mecânico industrial Fernando Ferreira da Costa entrou para as estatísticas do desemprego em 2015. Ele tinha quase quatro anos de trabalho em uma grande cooperativa da região e foi demitido no mês de julho. A justificativa: a empresa estava passando por momentos difíceis e precisava reduzir o quadro de funcionários. O comunicado de demissão veio de um encarregado, que o chamou para conversar. “Ele disse que sentia muito, mas por problemas na empresa a direção havia optado por mandar todos os 27 funcionários embora. Conheço várias pessoas que foram demitidas também, junto comigo. Depois que saí houve mais dispensa no nosso setor”, conta o mecânico. Segundo ele, a cooperativa já vinha passando por vários problemas. “Eles alegaram que a safra não foi muito boa e também, em decorrência da crise, a melhor decisão foi pelo corte de funcionários”, destaca Fernando. Para ele, a crise é real e infelizmente a maior parte do dinheiro, sem dúvida, foi parar no bolso dos corruptos. “Eles roubam e quem paga somos nós, que trabalhamos honestamente”, desabafa. Agora, Fernando continua desempregado e recebendo seguro-desemprego. “O momento é turbulento. Mas ainda estamos conseguindo pagar as despesas da família. Minha esposa trabalha, eu faço alguns serviços extras e, assim, vamos levando”, diz o mecânico industrial.


Fotos: arquivo

DIVERSIDADE DA ECONOMIA LOCAL MINIMIZA A CRISE EM RIO VERDE É o que afirma Jaqueline Zaidem, recémchegada ao cargo de presidente da Associação Comercial e Industrial de Rio Verde (Acirv). Ela assumiu em junho deste ano e aposta que, por aqui, o que sustenta a economia é a diversidade dos negócios. “Com certeza temos o reflexo da retração em nosso comércio. Mas acredito que devido à força de vários setores, esse impacto é menor em Rio Verde”, salienta. Ela também reconhece que as previsões para a inflação e a atividade econômica neste e no próximo ano pioraram. Se realizada, será a primeira vez desde 1930 que o país passará por dois anos consecutivos de contração da economia. “Mas a safra agrícola brasileira cresceu 8%, o que beneficia muito o PIB local. Rio Verde é o município com agronegócio mais sólido de Goiás, além de contar com um comércio forte e competitivo, um setor de serviços bem desenvolvido e uma estrutura agroindustrial considerável. Essa diversidade nos proporciona fluxo de dinheiro em momentos distintos”, avalia Jaqueline. A presidente da Acirv acredita que o mais importante é as pessoas pararem de propagar a crise, mesmo que ela esteja na porta de cada um. “Temos que evitar divulgar os impactos, já basta a mídia bombardeando. O ideal agora é motivar as equipes de trabalho e que os

Gentil (esq.) e Kaue (dir.) mostram que também é possível investir em meio à crise

empresários se aproximem dos funcionários. É preciso entender que este é o seu time de verdade para vencer a crise”, aconselha. Jaqueline faz uma avaliação otimista de que em qualquer movimento econômico existem oportunidades de novos negócios, novos serviços, novos produtos. “Mesmo em um país que esteja em situação economicamente instável, isso não é empecilho para o crescimento. É importante compreender que talvez nesses momentos de crise é que surgem chances de crescimento. Rio Verde é solo fértil para empreendedores”, finaliza a presidente da Acirv. Jaqueline Zaidem, presidente ACIRV: “Isso não é empecilho para o crescimento“

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CITTÀ

PELAS ONDAS

DO RÁDIO

O rádio ultrapassa as fronteiras do tempo e chega a diversas gerações. Por ser um meio bastante democrático, ágil e dinâmico tem público fiel de ouvintes que buscam notícias, músicas, lazer ou mesmo companhia para realizar as atividades rotineiras. A primeira emissora de rádio que se tem notícia na cidade se chamava Rádio Difusora Brasileira de Rio Verde. Era uma rede de estações de rádio comandada pela organização de Geraldo Ladeira. No começo as rádios funcionavam como serviços de alto-falantes, levando Ely Nogueira está há 7 anos no noticiário policial informações aos moradores. Sem muita tecnologia, os equipamentos Foto: arquivo pessoal na época eram modestos. As estações eram compostas por amadores, sem experiências. As emissoras não eram 24h por falta de programação e conteúdo. A população tem no rádio voz ativa, os locutores são portavozes perante o poder público. Selecionamos aqui dois nomes conhecidos no rádio rio-verdense de hoje. E são eles que vão destacar os fatos mais marcantes da trajetória profissional. Ely Nogueira de Sousa é um deles. De quando começou a exercer a profissão até hoje, ele percebe que está bem mais fácil trabalhar,

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graças ao avanço das tecnologias, o que deu agilidade à programação.

Fatos Marcantes, segundo Ely Nogueira

Homicídios em 2012: Estou há sete anos no noticiário policial e 2012 foi de extrema violência em Rio Verde, com quase 130 homicídios. Lembro que por duas noites, me levantei, fui para a rua atrás da reportagem, avisado do crime de homicídio para acompanhar o trabalho da polícia em três assassinatos. Eu sai, fiz a cobertura, voltei para casa, dormi, me ligaram de novo, e mais tarde uma nova ligação de outro caso. A gente dava a notícia de morte todos os dias. Sem apuração: No início da carreira eu acabei “matando” um vereador de Montividiu, por confiar demais na fonte, a qual estava equivocada. Foi um transtorno muito grande, mas acabou servindo de lição, porque hoje se for até meu pai que ligar para mim afirmando que “fulano” morreu, eu agradeço a informação, mas vou ligar lá no IML para ver se o corpo realmente está lá. Grande susto: Quem trabalha com notícia policial precisa ter certa cautela para fazer qualquer


de Caçu exigindo explicações. Mas, felizmente, acabou tudo bem. Morte na estrada: Eu estava no ar na Interativa, em Montividiu, e alguém ligou falando de um acidente entre uma carreta e uma moto. O motociclista em questão trabalhava para um produtor rural conhecido e morreu no local. Eu divulguei a notícia e a esposa que tinha acabado de se despedir dele estava ouvindo rádio tranquilamente, lavando louça, e ela ligou na emissora para confirmar a informação. Tempo depois encontrei com ela, e a viúva me disse que não conseguia mais ouvir rádio pelo trauma. Cinco ou seis anos depois voltamos a nos encontrar e ela, já ouvindo rádio, disse que superou o incidente, mas que ainda assim quando me ouve recorda o ocorrido, ainda que sem mágoa.

Para Reginaldo Ramos, o rádio em Rio Verde tem muitos ouvintes assíduos divulgação, pensando na própria segurança. Aqui em Rio Verde, eu estava noticiando que um indivíduo extremamente perigoso havia sido preso. Divulguei a prisão com receio, conhecendo a periculosidade do bandido. No mesmo momento, entrou no estúdio um cidadão de porte alto, usando uma jaqueta preta, touca, óculos escuros e fones de ouvido, que depois descobriuse que tinha problemas mentais e passou pela recepção, pelo guarda, sem ser anunciado, e foi até o estúdio porque queria me conhecer. Isso somado ao fato de eu já estar receoso fez com que eu me assustasse. Eu falava com os ouvintes, e na mente, com Deus, pedindo ajuda. Felizmente, depois tudo se explicou. Já recebi muitas ameaças via telefone. Precisamos ter respeito até pelo bandido, porque ele tem família, mãe, que podem estar ouvindo. Uma frase: “Precisamos de muita responsabilidade para falar, porque o que a gente fala, vira lei. Não deveria, mas é o que acontece”. Outro grande nome do rádio rioverdense é Reginaldo Ramos, que está há 16 anos no ar. Para ele, a

figura do radialista varia muito de região para região. Em alguns locais são muito bairristas, todo mundo conhece todo mundo, tem-se ouvintes, mas não fãs, mas em outras cidades, ouvintes e fãs. “Aqui em Rio Verde ainda temos muitos ouvintes assíduos, aqueles que te veem na rua, querem tirar foto. Gente que acorda cedo, vai para o curral e deixa o rádio ligado”, observa.

Fatos Marcantes, segundo Reginaldo Ramos

Explodimos Caçu: Eu trabalhava no rádio, com entretenimento, e era uma época em que recebíamos muitas mensagens de texto de humor. Estava jantando com um amigo, repassei o sms, e ele levou a sério e ligou na emissora de rádio. No texto falava que um homem bomba tinha explodido em Caçu - na época as histórias de homem bomba estavam em todo lugar - e que dez mil pessoas haviam morrido, sendo que a cidade tinha 4 ou 5 mil habitantes. Foi noticiado, o prefeito de Caçu estava viajando e acabou voltando em função da notícia. No outro dia, chegando para trabalhar, meu chefe nos chamou para conversar e junto dele estavam autoridades

A última música: Muitos ouvintes já ligaram pedindo uma música e argumentando que seria a última que iriam ouvir na vida, e que iriam cometer suicídio. Num primeiro momento a gente pensa que é brincadeira, mas em um determinado dia, em um programa na madrugada, uma mulher me ligou e eu comecei a conversar. Vi que ela estava decidida a se matar em função da traição do marido, não debochei, a ouvi, e aconselhei. Um bom tempo depois ela me ligou agradecendo, dizendo que estava de fato decidida a suicidar e se eu não tivesse conversado, ela teria morrido. Uma frase: “É tudo imediato. O radialista paga pelo que falou”.

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CITTÀ

FUMAÇA?

AQUI NÃO

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Desde dezembro de 2014 há menos locais onde é permitido fumar. As propagandas estão banidas e os fabricantes de cigarros tiveram que aumentar os avisos dos danos causados pelo tabaco. A Lei Antifumo (12.546), que foi aprovada em 2011 e regulamentada em junho de 2014, fechou o cerco ao cigarro. E olha que tem muita gente que ainda têm dúvidas quando o assunto é tabaco. E a pergunta é: ‘Então, pode fumar onde?’ Com a lei ficou proibido fumar em locais de uso coletivo que não sejam completamente ao ar livre. Ou seja, não se pode fumar em locais fechados apenas por uma parede ou toldo. Além disso, extinguiram-se os fumódromos, restringiram-se as propagandas e aumentaram as exigências quanto à conscientização. Se desrespeitadas podem resultar em multas. Em contrapartida, é permitido fumar em casa e ao ar livre como em parques e ruas - desde que estes não apresentem estruturas que impeçam a corrente de ar. Vale também em cultos religiosos em que o fumo faz parte do ritual, áreas abertas de estádios de futebol e em tabacarias especialmente voltadas para este fim. A lei não vale apenas para o cigarro, mas também para cigarrilhas, charutos, cachimbos

e narguilés. Este último, inclusive, tem conquistado cada vez mais público e espaços em Rio Verde. Proprietário de uma tabacaria, Perivaldo Araújo Silva Júnior lembra que a disseminação do arguilé ou hookah começou com a vinda de imigrantes árabes, mas que o boom aconteceu há quase dois anos em função da guerra na região do Líbano e Síria, com a vinda de refugiados para o Brasil e fortalecimento das influências culturais. “O mercado de arguilé está em franca expansão no país e se tornou febre, principalmente entre os mais jovens, por inúmeros motivos. Desde a curiosidade, confraternização, até por ser modismo. Mas existem muitos mitos que são compartilhados pela mídia como verdade, e cujas pesquisas precisariam de maior aprofundamento”, salienta. Segundo Perivaldo, a legislação é bem rigorosa. Por se enquadrar na lei do cigarro, ele enfatiza que assim como todo produto fumígeno, o arguilé deve ser usado com responsabilidade. Para Perivaldo, o que falta no Brasil é a fiscalização quanto ao consumo por menores, que é proibido. “Parece que acabam tentando criar leis sobre leis, na tentativa de controlar o problema. Mas o que falta é fiscalização para


nem sequer fumam cigarro. E até mesmo aqueles que fumavam e buscavam um novo meio para se livrar das altas taxas de nicotina e produtos tóxicos, acharam nessa cultura árabe, turca, libanesa dentre outras, um novo hobby. Ao contrário do cigarro, que é utilizado em momentos de stress, o hookah é descontração, união, diálogo. E em Rio Verde, esses fundamentos de uma cultura distante uniram-se com nossa cultura goiana, de recepcionar amigos, de festas em casa, de risos e confraternizações”, pontua. Segundo a fiscal da Vigilância Sanitária Ednea Freitas Portilho, a fiscalização da Lei Antifumo em Rio Verde foi intensificada há um ano, com ações de notificação e educação. Nesse período só houve uma denúncia relacionada a um clube social. “A atuação da Vigilância funciona mediante a entrega de folders e panfletos explicativos, conscientização, educação, notificações e intimações durante as fiscalizações rotineiras e/ ou direcionadas, em estabelecimentos descritos na legislação, as quais são realizadas em conjunto com o podermos apreciar esta cultura, sem estigmas ou Procon e a Polícia Militar”, salienta. generalizações”. Em caso de denúncia contra descumprimento da Um dos primeiros rio-verdenses a exportar arguilés, Lei Antifumo a população pode entrar em contato Leonardo Azevedo teve contato com os produtos em via telefone ou pessoalmente na Vigilância Sanitária 2002 e acredita que a popularização no município se Municipal, por meio do número (64) 3620-2094. deu também pela busca de uma alternativa ao cigarro. Ainda há a possibilidade de denúncias anônimas para “O narguilé e suas essências com sabores frutados e o Procon, através do 151, em que deve constar o mix dos mais diversos gostos atraíram o público que nome do estabelecimento e endereços corretos.

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EDITORIA CITTÀ Fotos: arquivo pessoal

VENTO NO ROSTO, SAÚDE NA CERTA!

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Os benefícios da atividade física vão além de fazer as pazes com o corpo e a melhora da autoestima. Oferece mais ânimo, disposição, saúde e qualidade de vida. Saindo das academias para as ruas de Rio Verde, grupos em prol da prática de exercícios têm surgido nos bairros da cidade. E as aulas são diversas: pedal, corrida, crossfit e dança são as mais comuns. O administrador de empresas Mauricio Pires, 32, é fundador-presidente de um grupo de pedal que surgiu em abril de 2014. Ele relata que os passeios são programados diariamente, de acordo com a disponibilidade de dia e horário da maioria dos integrantes do grupo. E o destino? Esse pode variar de terreno - terra ou asfalto. “Pedalamos em grupo visando uma maior interação entre os integrantes e também pelo fato de ser mais seguro. Na época, criei o grupo com o intuito de sair da vida sedentária”, relata. Mesmo com tantos grupos de ciclistas no município, Mauricio reconhece que o que vale é o respeito e que cada equipe tem suas regras, as quais devem ser respeitadas pelos participantes. “Os ciclistas que tiverem interesse em participar de nossa equipe poderão entrar

em contato com algum conhecido que seja integrante do grupo, ou então seguir/curtir alguma de nossas redes sociais. Basta nos enviar alguma mensagem mostrando interesse, que entraremos em contato pelo Instagram @equipervmtb ou Facebook: Equipe-RVMTB”, orienta. Todos os participantes devem estar devidamente equipados com capacete, sinalizadores na bike, óculos diurno e noturno, luvas, squeeze de água e lanterna de bike para pedais noturnos. Prova de que 2014 foi um ano favorável para a atividade física em Rio Verde, a educadora física Valquíria Carmona Bellodi, 44, deu início em janeiro do ano passado ao grupo de corrida Gente que Corre. “Comecei a correr sozinha e aí pensei: ‘correr sozinha é ruim’, e fui chamando amigos. Tomou uma proporção tão grande, chegando pessoas que eu nunca tinha visto e cada um falando boca a boca até que virou uma assessoria esportiva. Hoje estamos com mais de 100 membros. Faço o cadastro dos participantes, planejo as atividades e os inscrevo em corridas”, explica. Para Valquíria, a corrida é motivadora e a rua é a melhor terapia. O Gente que Corre se reúne às segundas e quartas-feiras, às 7h e 18h45, e aos sábados às 7h30. Já nos domingos


acontecem os chamados “longões”, que são corridas de longa distância em que participam corredores mais experientes. Quem tiver interesse pode entrar em contato diretamente pelo e-mail valbellodi@hotmail.com ou pelo telefone (64) 8438-868. É enviada uma proposta de assessoria esportiva com uma apresentação e cobrado o valor de R$ 60 pela mensalidade. Em janeiro de 2015, a personal trainer Eliziane Santos Peres, 43, decidiu sair do ambiente fechado das academias para sentir o vento no rosto com um grupo de caminhada, corrida e exercícios. Mesmo tendo começado a pouco tempo, a equipe conta com 40 alunos. As atividades acontecem às terças e quintas-feiras, às 19h, e aos sábados, às 17h, na Praça do Bairro Morada do Sol. O projeto também tem parceria com a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde, além do apoio do presidente da Câmara Municipal, tendo custo quase zero aos participantes, que só pagam o valor único de R$ 50 pela camiseta. “Realizamos nossos treinos ao ar livre e em grupo para proporcionar aos participantes novas

experiências, novos amigos, novos ares, chance de promover a saúde de forma prazerosa”, salientou. Quem tiver interesse basta ir até a Praça da Morada do Sol, nos dias especificados, na quadra coberta, onde acontecem os alongamentos, aquecimentos e exercícios educativos. Os requisitos básicos são roupas adequadas – tênis e malha – além da liberação médica para a prática de atividade física.

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CULTURAL

SOBRA AMOR, MAS FALTA INCENTIVO ompanheiro de cabeceira, viagem, estudos. O livro tem papel fundamental na formação do ser humano e, pelas obras, os escritores imortalizam a história, seja ela real ou fictícia. A leitura é um hábito que está totalmente ligado à cultura de um povo. Em Rio Verde, a Academia Rio-Verdense de Letras, Artes e Ofícios (Arlao), criada em 1994, tem buscado preservar e auxiliar a publicação de livros e divulgação das obras de escritores regionais. A presidente da Arlao, Nilda Barros Martins, destaca que o rio-verdense tem se mostrado bom leitor. Segundo ela, o que falta para a Academia são verbas para produzir e vender livros. “Queremos que todos leiam e reconheçam nosso esforço. Os escritores sempre têm inspiração e estão acostumados a participar de jornais e revistas, valorizam o local, retratam a cultura, costumes, e também registram informações. Ler é muito bom, mas escrever é melhor ainda. Passar uma ideia para o papel é uma satisfação tão grande. Escrevemos por amor e pelo compromisso com nossos leitores”, afirma a escritora emocionada. Conforme a presidente da Academia Rio-Verdense de Letras, Artes e Ofícios, um bom escritor se forma a partir da leitura. “Você vai lendo e percebe que também tem dom para isso. Basta pegar a ideia e passar para o papel. Vou muito às escolas, eles me convidam para participar de projetos de leitura e os professores incentivam a prática na rede pública e particular. As bibliotecas são bem sortidas. Onde eu passo sempre tem uma criança falando que leu um livro, reconhecem os autores na rua, isso é um conforto para nós”, relata. Nilda avalia que existem muitos escritores nacionais e bons profissionais, o que falta é a sociedade conhecer esses autores. “As pessoas leem, mas quase nunca gostam de comprar, não só dos escritores nacionais como dos regionais. Em contrapartida, compram bastantes obras estrangeiras”, observa. Zilda Pires, escritora: “Nossa cidade olha com desprezo para a literatura.“ Gerente de uma livraria em Rio Verde, Camila Barbosa acredita que as pessoas ainda

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têm preconceito com livros nacionais. Os campeões de venda vão de acordo com as ‘modinhas’, afirma. Dentre eles, um dos mais procurados foi “A Culpa é das Estrelas”, de John Green, principalmente na época de adaptação do livro para o cinema. “Rio Verde tem excelentes leitores, um público fiel. Inclusive, o infanto-juvenil é bastante consumista”, destaca. Camila salienta que a livraria disponibiliza obras de autores rio-verdenses e incentiva a compra por meio de tardes de autógrafos. “É importante que a sociedade se envolva na leitura, conheça os autores locais. Se o autor divulga o trabalho dele, ele ganha e nós também”, diz. A gerente acrescenta que cada gênero tem um público específico. Mulheres gostam mais de romance. Homens, de saga. E no período de férias, a procura por livros infantis aumenta. A escritora Zilda Pires concorda que muitos valorizam mais os livros de autores internacionais. Mas diz que em âmbito local, as escolas dão valor e reconhecem os autores, tratando-os com carinho. “Isso incentiva as crianças a se tornarem leitores melhores e se inspirarem em nosso trabalho. A cultura local é voltada para o meio agrário. O estudo, a literatura e o trabalho intelectual em Rio Verde não fazem tanto parte do cotidiano da população”, expõe. Zilda acredita, por outro lado, que apesar dos incentivos à leitura terem aumentado, ainda falta apoio aos escritores, tanto de empresários quanto de órgãos públicos. “Tenho muitos livros ‘encalhados’, porque se eu vou escrever eu quero publicar, e se eu publico, eu quero que esse livro seja lido. É muito dispendioso produzir um livro, ainda mais sem apoio. Não justifica uma cidade rica como a nossa olhar com desprezo Camila Barbosa (esquerda), gerente: e sem interesse para a literatura”, pondera. “O leitor tem preconceito com livros Zilda finaliza com um apelo à sociedade rio-verdense: “Incentivem mais os escritores nacionais.” e as escolas para que as crianças tenham contato com os livros e autores da cidade. Nilda Barros (abaixo), escritora: Um povo culto é um povo que tem progresso. Por meio da leitura, literatura e escrita “As pessoas preferem obras é que o cidadão se torna mais consciente”. estrangeiras.“

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SOCIAL WEDDING

@gcontefotografia

@luciana01santos

@bortolibeatriz

@voceforadacaixa

@andressandradel

O amor está no ar e nas páginas da Città. Na próxima edição queremos saber como é o seu dia a dia de trabalho. No “Social Work”, mande registros para a gente. Pode ser no escritório, na rua. Use a #cittarv e apareça aqui.

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Carlson Mesquita e Tayse Rabelo via facebook


Fotos: arquivo pessoal

Relatos de um viajante

O ROTEIRO MAIS BELO DA EUROPA

O mais antigo dos continentes, berço da arte, cultura e o destino dos sonhos de muitos viajantes. Este foi o roteiro escolhido pelo jornalista Vinícius Araújo. Acompanhado de um amigo, a viagem teve início no dia 20 de julho e foi até 11 de agosto. Começando por Lisboa, os aventureiros seguiram pelas principais cidades do continente: Paris, Londres, Amsterdã e Berlim, encerrando em Praga. “Estava de férias e fazer um mochilão pela Europa era uma ideia antiga. Cheguei a desistir, mas a oportunidade veio e decidi embarcar nessa aventura”, relata. Vinicius explica que teve três meses para se preparar financeiramente. “Acho que é uma questão de planejamento. Agora, a quantidade de dinheiro que se vai gastar também é uma escolha, que inclui hospedagem, alimentação e passeios”, salienta. Dentre os locais visitados, o jornalista diz que não fugiu dos mais conhecidos. Os destaques estão para Paris, onde além da Torre Eiffel e do Louvre, conheceu o Centre Pompidou, que é um complexo voltado para arte. Em Londres visitou o Candem Town, um distrito/bairro que respira música e arte. Foi onde Amy Winehouse viveu. Em Amsterdã, Vinicius sugere uma volta pelo Red Light, que é o distrito onde as garotas de programa ficam em vitrines, e que não deixa de ser uma experiência diferente para qualquer turista. Berlim

é marcada por episódios históricos que tiveram reflexo no mundo. Por isso, ele indica a visita ao East Side Gallery, uma galeria a céu aberto. Já Praga é uma cidade relativamente pequena e que tem uma arquitetura belíssima. Lisboa, além da região histórica, tem o Parque das Nações. Moderna, onde está o oceanário, além de teatro, jardins, arena e até um teleférico. Com tantas curiosidades, ele acredita que é uma missão difícil escolher um lugar preferido. “Recomendo o mesmo roteiro. Mal cheguei e já quero voltar”, confidencia. Mas como nem tudo são flores, Vinicius conta que a viagem já começou com um transtorno, quando a companhia aérea despachou a bagagem em outro voo. “Chegando a Paris não encontrei minha mala. Felizmente, a bagagem foi localizada, mas tive que retornar ao aeroporto no outro dia para buscá-la”, relata. Para o jornalista, viajar é muito mais do que entretenimento. O principal ponto é o conhecimento que se adquire. Já os pontos negativos da aventura, que valem como experiência, é que quem quiser ser um mochileiro, precisa ser de verdade. “Resolvi viajar com uma mala daquelas de rodinhas e foi um sacrifício percorrer seis países, pegar ônibus, metrô, achar hotel. Da próxima vez vou levar mochila mesmo (risos)”.

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OPINIÃO

A partir de quantos anos deve-se começar a Educação Sexual para crianças?

E

CAROLINE ARCARI Diretora da Escola de Ser e escritora

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se eu perguntasse: quando deve-se começar a falar sobre bichos para as crianças? Alguém responderia: ‘desde sempre, afinal, a criança convive, vê, brinca, absorve informações todo dia sobre isso!”. Para a Educação Sexual deveríamos seguir o mesmo fluxo de pensamento, já que a sexualidade é algo presente na personalidade da criança desde o seu nascimento e por meio dela convive, se relaciona, observa e absorve informações diárias sobre o tema. Uma tia grávida, uma visita a um bebê novo da família, uma cena quente na novela, uma campanha de camisinha no carnaval, um banho de piscina com os primos – tudo conspira para que as “perguntas cabeludas” surjam bem cedo. E crianças curiosas querem respostas, não é mesmo? Bem, se queremos uma educação de qualidade, pautada no diálogo e em laços de afeto para nossas crianças, conversar com honestidade e estar disponível para papos sobre qualquer assunto é tarefa dos pais e da escola.

E nos dias de hoje, em tempos de violência sexual, Aids, erotização precoce e bombardeio de imagens da mídia, é mais que tarefa: é RESPONSABILIDADE. O passo número um é quebrar aquele mito de que falar sobre sexualidade com a criança vai ‘tirar a inocência’ dela. Ou então ‘colocar minhoca na cabeça’ da pobrezinha. Pobrezinha é a criança carente de informação. Um grande estudo da Organização Mundial de Saúde provou que crianças e adolescentes que tinham contato com programas de Educação Sexual iniciavam a vida sexual muito mais tarde do que aquelas que tinham pouca ou nenhuma informação sobre sexualidade. Resumindo: estatisticamente, quanto menos informações, mais cedo começa a vida sexual. O segundo passo é saber que é possível prevenir violência sexual. Como? Por meio da Educação Sexual.

Uma criança que confia nos pais e nos professores, que pode fazer perguntas, que obtém respostas honestas sobre sexualidade, apresentase bem menos vulnerável à violência sexual. É um indivíduo que sabe se comunicar e não tem vergonha de se expressar quando o assunto é corpo, intimidade e sentimentos. Claro que a maioria dos pais e professores ainda se sente desconfortável para conversar sobre sexo com os filhos e alunos, ainda mais quando eles são pequeninos. Mas frente a esses dados, vale a pena o esforço: até 30% das crianças sofrerão algum tipo de violência sexual até a idade de 12 anos. Como prevenir? EDUCAÇÃO SEXUAL. Quer dicas de como realizar educação sexual? Acesse www. pipoefifi.org.br – materiais gratuitos, livros e atividades para as crianças fazerem orientadas pelos pais e professores.

www.facebook.com/institutocores www.facebook.com/carolinearcari.5




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