PÚBLIC DEGRA
ACADÊMICA
ORIENTADOR MAURÍCIO COUTO POLIDORI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO I ÊNFASE EM ESPAÇOS ABERTOS
SAMARA JOANA WILLE
RESUMO
Este relatório consiste na síntese de estudos realizados durante o Trabalho Final de Graduação I - Ênfase em Espaços Abertos, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas. A partir das reflexões geradas ao pensar a cidade e seu sistema de espaços livres, propôs se a implantação de uma Praça Pública, considerando a capacidade transformadora que a mesma possui, tanto sobre o território em si, quanto em relação as pessoas. Deste modo, definiu se como objeto de estudo para a inserção do projeto de cunho urbanístico e paisagístico uma grande área de vazio urbano na região periférica da cidade de Humaitá RS, proporcionando aos moradores do bairro e do município uma alternativa ao atual cenário escasso de espaços livres públicos qualificados. A partir do estudo de referenciais teóricos e com base em dados já existentes pôde se entender a definição da temática pertinente ao projeto. Pesquisas bibliográficas e documentais, análises de ortofotos e imagens de satélite foram utilizadas para viabilizar a proposta. Trabalhos com supervisão de campo, levantamento de dados e registros fotográficos foram realizados para auxiliar na elaboração do estudo do contexto, da situação urbana e do sítio. Com as informações coletadas, foram desenvolvidos mapas e análises que possibilitaram a compreensão da estrutura urbana local, suas necessidades, problemáticas e condicionantes. A pesquisa e análise de referenciais projetuais de propostas equivalentes ao tema contribuíram nas decisões projetuais empregadas, dando consistência ao projeto. O conteúdo resultante dispõe-se em sete capítulos que fornecem as informações necessárias para o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação II, etapa seguinte ao presente trabalho.
Palavras-chave: Praça Pública, Sistema de Espaços Livres, Urbanismo, Paisagismo
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
Introdução
CONTEXTO
Apresentação
SITUAÇÃO
URBANA
Pontos de Interesse
56 Topografia e Solo
58 Perfil de Elevação
Hierarquia Viária
Mobilidade Urbana
60
SÍTIO
66 Alturas das Edificações
Uso do Solo
68
Faces do Entorno
Levantamento Ger Aspectos
Levantamento Foto Vegetação
REFERENCIAL
PROJETUAL
Tetris Square
Circles
06
PROCESSO
PROJETUAL
Conceito | 96 Zoneamento
98
100 Partido
Programa
104 Materialidade
108 Sistema Construtivo
Camadas
Proposta Geral
Perspectivas
07
110
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Conclusão
+ REFERÊNCIAS ANEXOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
INTRODUÇÃO
"As cidades podem ser reconhecidas pela presença mais concentrada de pessoas e pela ocorrência de componentes tipo morfológicos representados pelas construções, pelos lotes, pelas quadras e pelas ruas, os quais podem ser descritos pela alternância entre espaços construídos e espaços abertos. Nesse caminho, dificilmente pode ser caracterizado um espaço como cidade sem construções ou sem espaços abertos, os quais são compartilhados pelos habitantes, que sobre eles exercem direitos e fruem de modo conjunto o que a vida urbana pode oferecer. Sendo assim, desde sempre os espaços abertos foram componentes estruturantes das cidades" (LAMAS, 1993).


A ideia de cidade inclui vida coletiva, interesses compartilhados e possibilidades de interação entre as pessoas. Entretanto, no cenário contemporâneo, a relação entre o indivíduo e a cidade passa a ser pautada pela negação da mesma. Sofremos com a perda da dimensão pública do território, fato constatado tanto pela ausência de espaços livres públicos qualificados, quanto pela retração da sociabilidade externa. No contexto onde o processo de esvaziamento do espaço público se estabelece, a sensação de insegurança é elevada, refletindo na diminuição do número de pessoas nas ruas e, consequentemente, na perda de vitalidade do ambiente urbano. Paralelamente a isso, o espaço privado é ampliado, produzindo se uma urbanidade fragmentada.
Na verdade, o espaço público vai diminuindo ao ser capturado e privatizado, restando apenas e tão somente aqueles necessários para a circulação de mercadorias, inclusive de mercadorias humanas; esvazia se a dimensão coletiva e o uso multifuncional do espaço público, da rua, do lugar de ficar, de encontro, de prazer, de lazer, de festa, de circo, de espetáculo, de venda. Assim, funções que recheavam o espaço público e lhe davam vida migraram para dentro de áreas privadas, tornando se, em grande parte, um espaço de circulação (ROLNIK, 2000, p.04).
Denota-se, portanto, de fundamental importância pensar a cidade em sua totalidade. Revisitar o território, observar os espaços que não contribuem para o todo e, por fim, reinseri-los. É necessário estabelecer o espaço público como chave para a configuração e estruturação da cidade, como o espaço
do urbanismo, da cultura e da cidadania, onde a sociedade se faz visível e onde é representada (BORJA e MUXÍ, 2000).
A conformação da cidade através da lógica do capital, a negação do espaço livre público e o descaso frente aos vazios urbanos são alguns aspectos que fomentam a discussão sobre o desenvolvimento das cidades contemporâneas. O presente trabalho surge das reflexões geradas por estas questões e se desenvolve a partir da abordagem e articulação de tais temas. Assim, busca se estimular o uso do local público para além de mera formalidade administrativa fruição de veículos, pessoas e distribuição de mercadorias e incentivar, através de intervenções urbanas, novas relações de dimensões coletivas construídas em sociedade, despertando a vitalidade e a dimensão pública do território urbano.
Desta forma, a proposta de intervenção urbana deste trabalho pretende transformar uma grande área que atualmente representa um vazio na malha urbana da cidade de Humaitá RS em uma praça, a Praça
Pública Degradê, proporcionando aos moradores do bairro periférico e do município uma alternativa ao atual cenário escasso de espaços livres públicos qualificados. O objetivo é capacitar o local em um ambiente voltado à dimensão humana, considerando toda sua pluralidade um espaço que possibilite as práticas de convivência, sociabilidade, contemplação e lazer. Num contexto contemporâneo, atento aos anseios e lutas por cidadania e qualidade de vida urbana, na conversão de vazios urbanos ou área subutilizadas em parques, justificavam sua criação, enumerando objetivos sociais: reduzir conflitos de classe, reforçar a unidade da família, socializar imigrantes, conter doenças e educar cidadãos” (SAKATA, 2018, p.47 49).
"Nas cidades, a implantação e a manutenção de praças públicas arborizadas e de outras áreas verdes, como parques e jardins públicos, é um artifício utilizado para amenizar os problemas urbanos. A arborização urbana proporciona, por exemplo, conforto térmico e a redução da poluição atmosférica e visual, favorecendo o bem-estar da população" (GOMES e AMORIM, 2003; COLTRO e MIRANDA, 2007; FARIA, 2013).

Em termos gerais, as cidades contemporâneas carecem de espaços livres para uso coletivo que promovam a integração e a sociabilidade entre seus cidadãos. Dentre estes espaços, destacam-se as praças públicas, áreas verdes que assumem compromissos tanto com questões ambientais quanto sociais. Segundo o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera se área verde "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização".
A integração de questões correlacionadas às áreas urbanas e ao meio ambiente é de extrema importância em virtude do crescimento demográfico e da expansão urbana nas cidades, aliados à falta de planejamento adequado. Situações estas que desencadeiam diversos desequilíbrios relacionados ao ambiente natural, como poluição, desmatamento, redução da biodiversidade e mudanças climáticas, gerando prejuízos tanto à quantidade quanto à qualidade dos espaços livres, além de comprometer a qualidade de vida e a saúde pública.
Sob este cenário, faz-se necessária a discussão e a busca por soluções que acarretem na construção de cidades mais sustentáveis, que se relacionem com a valorização e a preservação dos recursos naturais. As praças públicas resgatam esta vida mais sustentável, melhorando as condições ambientais dos espaços urbanos. A implantação das mesmas, portanto, se estabelece como uma medida transformadora do território, justificando, assim, sua inserção no sistema de espaços livres de uma cidade, bem como na cidade de Humaitá.
"O sistema de espaços livres é fundamental na composição das cidades, na configuração da paisagem urbana, na história local e na construção de uma memória coletiva. São nos espaços livres de edificações que a vida cotidiana acontece e ali a esfera pública se concretiza. Esses espaços livres também são vitais para que componentes ambientais estejam presentes na cidade e exerçam seu papel no espaço urbano: drenagem, preservação, controle de temperatura e qualidade do ar, dentre outros" (CUSTÓDIO, 2018).
A intenção da proposição de uma Praça Pública é despertar no imaginário coletivo, a perspectiva de uma realidade diferente da que foi efetivada na cidade até então, onde grande parte de sua cobertura florestal nativa foi substituída, principalmente, por lavouras mecanizadas e, também, pela área efetivamente urbanizada. Desta forma, a proposta visa resgatar a natureza original local, assegurando a qualidade ambiental e, consequentemente, garantindo o direito social à qualidade de vida.
LOCAL
Apesar de questões ambientais, sociais e culturais serem abordadas de modo mais consistente e até refletidas em ações concretas, os projetos de maior relevância são implantados, em sua maioria, em áreas de elevado poder aquisitivo. A cidade de Humaitá, localizada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, dentro deste contexto, apresenta uma desequilibrada distribuição de seus espaços livres públicos, com a diminuição de sua qualidade à medida que se direciona aos bairros periféricos.
Desta forma, o local escolhido para a inserção do projeto corrobora à uma possível solução para esta problemática. O local configura se como uma grande área de vazio urbano situada no bairro Vila Jardim, na região periférica da cidade. O bairro caracteriza se por sua população de baixa renda, com infraestrutura urbana e moradias precárias, além de possuir significativa população não atendida plenamente pelos espaços livres públicos atualmente existentes no local, justificando, assim, a pertinência para a implantação da praça pública proposta.
Embora esteja localizado na periferia, o sítio abrange uma área privilegiada por ser um ponto de fácil acesso à toda a população, possibilitando atender as demandas, inclusive, de bairros adjacentes e regiões centrais da cidade. A implantação do projeto neste terreno constituirá uma ativação urbana na localidade, inserindo-se em um vazio urbano, atualmente utilizado apenas como travessia de pedestres e para fins de plantio. Sua ocupação visa minimizar este espaço ocioso da cidade e suprir a carência de espaços livres públicos qualificados identificados no bairro.


PÚBLICO-ALVO
Busca se atingir um público alvo em duas escalas distintas, a escala local e a escala municipal. A partir de uma análise de atividades realizadas no entorno do sítio, entende se como necessário atender o público que estuda, trabalha e mora no local. Dentro deste grupo destacam se as crianças da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora Aparecida, os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Mário Cândido Lena, os professores e funcionários de ambas as escolas situadas em frente à Praça Pública Degradê e os moradores dos bairros do entorno imediato. No entanto, apesar da existência de demandas locais, a praça também se estabelecerá como um ponto de interesse a nível municipal, visando atrair pessoas de diferentes locais das zonas urbana e rural, de diversas faixas etárias e etnias, com o objetivo de tornar o espaço heterogêneo e acolhedor.


CONDICIONANTES LEGAIS
Para a elaboração do projeto da Praça Pública Degradê, e a fim de viabilizar a proposta, foram consideradas a legislação que dispõe sobre as diretrizes gerais de ocupação do território do município de Humaitá Lei Municipal Nº 2.648/2017 e a legislação de acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos – ABNT NBR 9050:2020. Os documentos dispõem-se anexados, ao final deste trabalho, para consulta.


REFERENCIAL TEÓRICO
"Toda a cidade tem um sistema próprio de espaços livres, resultante e específico de seu processo de formação, do desenvolvimento de seu arruamento, do parcelamento e formação dos quarteirões, da constituição da volumetria construída, das demandas e processos de produção da sociedade que aí se instala" (CUSTÓDIO, 2013).
SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES
A cidade, o lugar onde o ser humano estabelece sua vida e suas relações, engloba algo muito maior que o seu espaço geográfico de abrangência, ali "é exercida a prática política pela comunidade de seus cidadãos, (…) a cidade no sentido da participação dos cidadãos na vida pública” (ROLNIK, 1988, p.22).
Ainda assim, seu território físico é passível de uma série de arranjos e classificações. Conforme conceitua Custódio (2013, p.02), “toda cidade é constituída por espaços livres e espaços edificados, numa relação de vazios e cheios, de áreas abertas e fechadas”, que dão suporte para a vida em comunidade acontecer.
Os espaços livres são por definição de Miranda Magnoli (1982), todos os espaços livres de edificação, ou seja, todos os espaços descobertos,
sejam eles urbanos ou não, vegetados ou pavimentados, públicos ou privados. Desta maneira, o estudo dos espaços livres vai muito além das áreas verdes, dos espaços vegetados, dos espaços públicos, ao envolver todos os espaços livres (QUEIROGA, 2011, p.27).
O principal espaço livre urbano é a rua, pública por excelência, essencial para conectar pessoas, lugares e os demais sistemas formadores de uma cidade, é nela que a vida cotidiana acontece. Segundo Preto (2009, p.32) “as vias são uma categoria primordial do sistema já que são o primeiro nível na gradação privado público; é nelas que se estabelece o primeiro contato do cidadão com a vizinhança e sua cidade”.
A palavra sistema vai de encontro à ideia que estes espaços livres de edificação se relacionam de forma dinâmica, mesmo que não estejam conectados fisicamente (CUSTÓDIO, 2013). Assim o Sistema de Espaços Livres se estabelece como agente conformador na paisagem urbana e possibilita o acontecimento de eventos essenciais para uma plena vida em comunidade, como “atividades do ócio, circulação urbana, conforto, conservação e requalificação ambiental, drenagem urbana, imaginário e memória urbana, lazer e recreação, dentre outros” (CUSTÓDIO, 2011).
Em um recorte específico dos componentes do sistema de espaços livres nos deparamos com os espaços livres públicos. O espaço público em um entendimento que vai além da propriedade pública, mas como suporte físico para a realização da esfera pública (BENFATTI e QUEIROGA, 2007).
Se a vida privada e social tem nos espaços edificados seu maior suporte, a vida pública tem nos espaços livres, sobretudo nos espaços livres públicos, seu maior suporte físico-material para ocorrer, são eles os espaços de maior acessibilidade, de maior capacidade para receber a diversidade, a pluralidade e o imprevisto, características de uma esfera pública mais rica (QUEIROGA, 2011, p.31).
A rua por mais plural e diversa não supre todas as demandas sociais de um espaço público de convivência. Para uma vida urbana diversificada os locais públicos devem responder a escalas diversas, com um desenho que possa atender pequenos grupos e/ou grandes demandas populacionais.
“A vida cotidiana e a esfera pública apresentam diversas formas de apropriação do espaço livre, variando em função das demandas dos diversos grupos sociais, do clima e sua sazonalidade, (…) da inserção do referido espaço em relação ao sistema de espaços livres” (QUEIROGA, 2011, p.33). A diversidade urbana deve ser incentivada, com espaços que possam atender as mais variadas práticas de apropriação pública; ruas, praças, parques, bosques, etc.
A vitalidade urbana está relacionada não só aos espaços públicos, sua dimensão e qualidade do projeto desenvolvido, mas à apropriação humana desses locais. Para tanto é preciso primeiro que o espaço livre público esteja presente nas cidades, bem tratados e bem localizados. É importante resgatar o caráter do espaço cidadão, conceituado por Abrahão (2008, p.48) como um “espaço urbanístico, cultural e político, cuja configuração espacial considerava de fundamental relevância para a forma da cidade”. Um local público onde todos se sintam acolhidos e convidados a ocupar e se apropriar do espaço.
Nesta contextualização, enquadra se a intenção da proposição projetual da Praça Pública Degradê, proporcionar aos moradores do bairro e do município uma alternativa ao atual cenário escasso de espaços livres públicos qualificados, um ambiente humanizado que possibilite a integração e a sociabilidade e livre para a apropriação pública coletiva.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do presente trabalho elaborou-se uma metodologia, dividida em 5 etapas, que consiste na definição do tema, definição do sítio, levantamentos, análises e, por fim, a contribuição para o município de Humaitá com o projeto da Praça Pública Degradê.
TEMA
Espaços Livres
Praça Pública Urbanismo Paisagismo
LOCAL Direcionamento do estudo
LEVANTAMENTOS
Levantamento de dados
Levantamento de campo ANÁLISES
Análise dos levantamentos Análise de projetos referenciais
PROPOSTA Lançamento do projeto
APRESENTAÇÃO
Humaitá é um município brasileiro localizado na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, ocupando uma área territorial de 135,010 km². De acordo com o censo de 2010 do IBGE, o município apresenta 4.919 habitantes, com a maior parte da população residindo na zona urbana. A população economicamente ativa representa 65,66% da população. É constituído por povos de diversas raças, tendo em maior ênfase a etnia alemã.
O município tem sua renda baseada na agricultura e em menor proporção na pecuária. A agricultura caracteriza se, principalmente, pela produção de soja, trigo e milho e a pecuária pela bovinocultura leiteira e suinocultura. A estrutura fundiária do município é, predominantemente, constituída por minifundiários, sendo a área média dos estabelecimentos agropecuários de 16 hectares. O comércio é representado por diversos estabelecimentos em pequena escala e a indústria por uma fábrica de calçados para exportação.
O quadro natural do município foi fortemente explorado e modificado pelo homem, tendo sua área de matas nativas substituída por lavouras mecanizadas e pela área efetivamente urbanizada. Originalmente, a área de mata nativa era de, aproximadamente, 30% do território e, atualmente, a cobertura florestal encontra-se reduzida para cerca de 3% da mata nativa.
Sítio
Área de estudo

HISTÓRICO
O povoamento de Humaitá iniciou por volta de 1893, quando alguns imigrantes, descendentes de alemães e italianos, construíram residências em vários pontos do território. A colonização propiciou o início do processo de extração da erva mate, o comércio da madeira e a produção de cereais. Os índios que já habitavam a região, ocupando pequenos espaços dentro da mata e próximo às margens dos rios, foram naturalmente pressionados para o vale do Rio Uruguai e do Rio Guarita. A partir de 1936, iniciaram se as demarcações dos primeiros lotes das terras que pertenciam ao estado. O território foi se desmembrando até ser elevado a condição de distrito, em 20 de junho de 1955. Já em 18 de fevereiro de 1959, Humaitá foi elevado a categoria de município, marcado por seção solene no dia 1º de março do mesmo ano. A denominação Humaitá tem origem indígena, no entanto, o nome do município faz menção à passagem vitoriosa da frota Humaitá, na Guerra do Paraguai, culminando na conquista da fortaleza, em 25 de junho de 1868. Passados longos anos deste evento, Humaitá deixa a guerra apenas em seus arquivos históricos e passa a adotar um dos símbolos da paz: o jardim. Em 1979 Humaitá recebeu o título de "Município Jardim", devido as belezas naturais e dedicação de seus habitantes em cultivar jardins floridos nas casas e ruas da cidade.

Avenida Getúlio Vargas, 1969

Avenida Getúlio Vargas, 1976

EVOLUÇÃO URBANA
A praça como espaço público constitui, desde os seus primórdios, um importante equipamento histórico e cultural urbano que expressa o surgimento e o desenvolvimento de inúmeras cidades, especialmente, no Brasil. Em Humaitá, a zona urbana teve seu crescimento pautado a partir da construção da Praça Central Getúlio Vargas, em 1967, e da Paróquia Santa Cecília, situada em frente à praça, caracterizando a centralidade do município que se mantém até a atualidade. Posteriormente, no seu entorno estabeleceram se também edifícios públicos. A fixação das residências nas quadras adjacentes a praça, através da Avenida Getúlio Vargas, foi determinada pela posição social das pessoas. A expansão urbana obedeceu um traçado regular, através de dois eixos principais perpendiculares, a Avenida Getúlio Vargas e a Avenida João Pessoa. A partir de 1985 a cidade passa a crescer, principalmente, em direção ao nordeste, ao longo da Avenida João Pessoa, expandindo-se para a área periférica, local onde se insere o objeto de estudo do presente trabalho.






























ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS
Buscando compreender as relações e as dinâmicas existentes no sistema de espaços livres de Humaitá, foram visitados e analisados oito espaços livres públicos em nível de abrangência municipal, que se conectam direta e indiretamente entre si e com a proposta de projeto. Em termos qualitativos, nota se que os espaços apresentam resultados decrescentes do centro para a periferia da cidade. Além disso, apesar de estarem situados próximos à área de intervenção, os parquinhos indicados pelos números 6 e 8 não sustentam a demanda existente entre as crianças, os estudantes e os moradores do entorno imediato, ressaltando a necessidade de um espaço público qualificado com atrativos específicos, criando assim uma maior diversidade no território.
Praça Pública Degradê
Praça Central Getúlio Vargas
Praça Segurança do Estudante
Avenida João Pessoa
Avenida Getúlio Vargas
Infantil e Equipamentos de Ginástica
Campo de Futebol da Vila Jardim
de Futebol do Bairro Operário





Praça Central Getúlio Vargas
Principal praça da cidade. Consolidada historicamente, tem sua origem como centralidade para o processo de urbanização. Repleta de simbolismos típicos de uma praça central, recebe eventos cívicos e culturais ao longo do ano. Apresenta oito entradas, boa arborização e iluminação. A praça conta com espaço de recreação infantil, banheiros públicos e bancos dispostos em seus percursos. Destaca se, também, a presença da Biblioteca Pública Municipal. Bastante frequentada por famílias que buscam aproveitar o sol e tomar chimarrão, a praça atende, principalmente, as demandas dos moradores do centro da cidade.








Praça Segurança do Estudante Compreendida entre a Escola Municipal de Ensino Fundamental Fernando Ferrari e o Instituto Estadual de Educação Maria Cristina, é caracterizada por ocupar uma rua anteriormente destinada aos veículos. Integra os estudantes de ambas as escolas em um espaço com boa arborização, iluminação e bancos à sombra, além de espaço para recreação infantil. Frequentada, principalmente, por jovens que residem no centro da cidade, é utilizada como ponto de encontro inclusive aos finais de semana. Atualmente, a praça passa por um processo de revitalização.





Principal via de localização do comércio local. Permeia a cidade de uma extremidade à outra, ligando o centro aos bairros periféricos.
Via asfaltada, com canteiros centrais, iluminação adequada e alguns trechos carentes de arborização. Provida de calçadas em todo o seu percurso. Se conecta fisicamente com a Praça Pública Degradê.


Avenida Getúlio Vargas
Principal via de acesso à cidade. Dá continuidade à rodovia estadual que circunda Humaitá. Via asfaltada, com canteiros centrais, iluminação adequada e carente de arborização. Provida de calçadas em todo o seu percurso. Se conecta fisicamente com a Praça Central Getúlio Vargas.



Parquinho Infantil e Equipamentos de Ginástica
Área de lazer situada no bairro Vila Jardim. Conta com espaço de recreação infantil, equipamentos de ginástica e um banco ao sol. Apresenta pouca iluminação e arborização. Reforça a precariedade da sociabilidade da população local no sistema de espaços livres da cidade e a necessidade de um espaço público qualificado que promova esta integração.



Campo de Futebol da Vila Jardim


Espaço esportivo que apresenta iluminação adequada ao uso, também, noturno. Entretanto, raramente frequentado, o campo de futebol denota um uso pouco solicitado pela população local.

Parquinho Infantil
Espaço de recreação infantil situado no Bairro Operário. Apresenta pouca iluminação, boa arborização e ausência de bancos. Reforça a necessidade de um espaço público qualificado que proporcione atrativos específicos aos diferentes públicos do bairro.



Campo de Futebol do Bairro Operário

Campo de futebol que conta com área de apoio em situação de abandono. Frequentado por crianças e jovens do bairro que se apropriam do local para além do uso esportivo, como encontros e brincadeiras, constata a demanda por um espaço que possibilite a apropriação pública coletiva.


SITUAÇÃO URBANA
PONTOS DE INTERESSE

TOPOGRAFIA E SOLO
Localizado no Planalto Meridional do Rio Grande do Sul, Humaitá possui uma altitude de 466 metros acima do nível do mar. O relevo do município é constituído de áreas planas levemente acidentadas e montanhosas. O solo consiste em um latossolo roxo distrófico*.
O mapa topográfico foi feito através de um mapa de altitudes sobreposto a imagem de satélite da área de estudo, gerando as curvas de nível representadas com 1 metro de equidistância. O sítio possui topografia em declive na direção oeste leste, com 12 metros de desnível. O mapa servirá como base para desenvolver questões relativas à acessibilidade universal e ao sistema de drenagem do projeto.
*É um solo profundo, bem drenado, com textura argilosa e coloração vermelho escuro, que tem como substrato o basalto. Os perfis são muito homogêneos, não apresentando diferenciações nítidas entre os horizontes.
Curvas de nível
Seção transversal
PERFIL DE ELEVAÇÃO
O perfil de elevação foi gerado a partir da seção transversal do mapa topográfico, representando os aclives e declives da área de estudo.
Observa se que a área de estudo apresenta declives com uma inclinação média de 3,7% e aclives com uma inclinação média de 0,9%. Já o sítio apresenta apenas declives, com uma inclinação média de 5,6%. De acordo com a ABNT NBR 9050:2020 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, a inclinação longitudinal da superfície deve ser inferior a 5% para ser considerada universalmente acessível. Desta forma, faz-se necessária a adoção de ações corretivas no relevo do sítio para garantir acessibilidade universal.
Perfil de elevação do sítio
0 m
432 m 420 m 408 m 399 m 100 m
Sítio: 200 m
Área de estudo: 300 m 400 m
Ganho/perda de elevação: 0 m; -11,6 m 500 m
Ganho/perda de elevação: 1,93 m; 35,7 m 600 m 700 m
Inclinação máxima: 0%; -6,5%
Inclinação máxima: 1,6%; 7,1% 800 m 900 m
Inclinação média: 0%; -5,6%
Inclinação média: 0,9%; 3,7% 1000 m 1100 m
HIERARQUIA VIÁRIA
O mapa de hierarquia viária foi feito considerando as funções que cada tipo de via exerce na cidade e a forma como interagem entre si, entre as facilidades urbanas e entre as áreas a que servem.
A cidade de Humaitá é circundada pela Rodovia Estadual ERS 207 que faz a ligação regional intermunicipal. Próximo a ela, o sítio situa se no ponto de encontro entre uma via arterial, a Avenida João Pessoa, e uma via coletora, a Rua Nilo Peçanha, de extrema importância no que tange às conexões intramunicipais. Esta situação explicita o grande potencial de acessibilidade ao sítio quanto ao sistema viário. Observa se também que as Ruas Luís Cornelius, Ewaldo Niedermeyer, Marquês do Herval e Castelo Branco são relevantes vias direcionadas ao sítio. Em relação ao fluxo de veículos, constata-se um fluxo de leve intensidade durante todo o dia, tanto na via arterial quanto nas vias coletora e locais, constatando a natureza pacata da cidade. Já na via de ligação regional, observa-se um fluxo moderado de veículos.
Via de ligação regional
Via arterial
Via coletora
Via local
AvenidaJoãoPessoa
RuaNiloPeçanha
Rua Luí s Cornelius
Rua Ewaldo Niedermeyer
Avenida João Pessoa
Rua Castelo Branco
Rua Marquês do Herval
MOBILIDADE URBANA
O mapa de mobilidade urbana foi feito considerando o conjunto de infraestruturas e logísticas oferecido pela cidade para permitir a livre circulação de seus cidadãos no espaço urbano.
O entorno do sítio é atendido pelo transporte público rural que realiza o deslocamento de pessoas e estudantes oriundos de diferentes localidades da zona rural do município, o que demonstra uma boa abrangência da rota de transporte público. Além disso, o sítio apresenta um ponto de ônibus localizado em frente à EMEF Mário Cândido Lena.
Considerando a distância de, aproximadamente, 1,5 km do centro da cidade ao bairro Vila Jardim, a locomoção ao sítio pode ser feita a pé em 20 minutos. A maioria das vias direcionadas ao sítio são providas de calçadas, garantindo uma boa acessibilidade de pedestres. É perceptível, também, a ausência de sistema cicloviário na cidade, visto que a leve intensidade do fluxo de veículos não demanda tal medida de segurança aos ciclistas.
Linha de ônibus
Ponto de ônibus
USO DO SOLO
O mapa de uso do solo foi feito considerando os diferentes usos que a cidade apresenta, determinados por condicionantes naturais e sociais. Observa se o predomínio do uso residencial no entorno imediato do sítio, indicando a demanda por equipamentos e espaços no projeto direcionados aos moradores locais. Outro uso em forte evidência é institucional, principalmente ao norte do sítio, onde estão localizadas a EMEI Nossa Senhora Aparecida e a EMEF Mário Cândido Lena, indicando a necessidade de equipamentos e espaços no projeto que atendam as demandas das crianças e dos jovens estudantes. A Fábrica Reichert Calçados, uso industrial a oeste do sítio, encontra se em estado de abandono decorrente da interrupção de suas atividades, havendo um conflito de interface em relação ao sítio, sendo de fundamental importância uma solução projetual para esta questão. Além disso, o uso de área verde pública constituído pelos Campos de Futebol da Vila Jardim e do Bairro Operário e por Parquinhos Infantis e Equipamentos de Ginástica, constatam a carência de espaços públicos qualificados ao convívio social, resultando na precarização da sociabilidade da população local, situação que o projeto virá a contornar.
Residencial
Comercial
Misto
Serviço
Industrial
Institucional
Área verde pública
Plantação
Vazio
ALTURAS DAS EDIFICAÇÕES
O mapa de alturas das edificações foi feito considerando os diferentes gabaritos de altura que a cidade apresenta.
Nota se que a área de estudo abrange majoritariamente residências de um pavimento, não havendo, portanto, problemas de sombreamento no sítio, nem excesso de densidade populacional no entorno. As imediações possuem pontuais edificíos em altura, sendo eles a Fábrica Reichert
Calçados e o CTG Epopéia Farroupilha, a oeste do sítio, com prédios de um pavimento e prédios com alturas equivalentes a dois pavimentos; a EMEF Mário Cândido Lena, ao norte, com prédios de um e dois pavimentos e o Ginásio de Esportes com altura equivalente a três pavimentos; a Cooperativa Tritícola Mista Campo Novo, a leste, com prédios de um pavimento, galpões com alturas equivalentes a dois, três, quatro e cinco pavimentos e silos de secagem e armazenagem de grãos, com alturas equivalentes a cinco pavimentos.
FACES DO ENTORNO
A partir da colagem de registros fotográficos das faces da Avenida João Pessoa, vistas a partir do sítio, observa se a declividade do relevo na direção oeste leste e a localização do Campo de Futebol da Vila Jardim, da EMEI Nossa Senhora Aparecida e da EMEF Mário Cândido Lena, situados em frente ao sítio.





Campo de Futebol da Vila Jardim



EMEI Nossa Senhora Aparecida
EMEF Mário Cândido Lena








LEVANTAMENTO GERAL
O local escolhido para a inserção do projeto situa se no encontro da Avenida João Pessoa e da Rua Nilo Peçanha, no bairro Vila Jardim, região periférica da cidade de Humaitá. Uma área privilegiada por estar localizada em um ponto de fácil acesso à toda a população.
O sítio apresenta uma geometria em formato de triângulo retângulo, com dimensões de 138,58 m em um de seus catetos, 203,92 m em outro cateto e 244,37 m em sua hipotenusa. O lote dispõe de 15.000 m² de área total, configurando se como uma grande área de vazio urbano, tendo seu uso atual apenas como travessia de pedestres e ciclistas e para fins de plantio. Desta forma, sua ocupação visa minimizar um espaço ocioso da cidade e constituirá uma ativação urbana na localidade.

ASPECTOS CLIMÁTICOS
De acordo com a ABNT NBR 15220 3:2005, Humaitá se enquadra na Zona Bioclimática 2. O clima do município é subtropical úmido, com temperaturas médias que variam entre 15° e 18° C, mínimas de 0° C e máximas de 37° C. A precipitação pluviométrica média anual é de 1.900 mm, com menor intensidade nos meses de junho a setembro. Incidem sobre o sítio os ventos predominantes de direção leste e nordeste no inverno e sudeste no verão. Visto isso, tem se como objetivo capacitar o local do projeto de modo que as áreas verdes contribuam para minimizar os efeitos da radiação solar e da temperatura, melhorando as condições ambientais dos espaços urbanos.
Ventos predominantes no inverno
Ventos predominantes no verão
Trajetória solar
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
A partir da visitação de campo, foram realizados registros fotográficos do local, constatando o estado atual do ambiente, a presença do abrigo de ônibus e da vegetação existente. O percurso foi realizado na área perimetral do sítio e em um caminho linear que permeia seu interior, indicado pelo número 9, já consolidado como travessia de pedestres e ciclistas.
Vistas para o sítio




















VEGETAÇÃO
Humaitá possui seu território no domínio do bioma Mata Atlântica. A partir da visitação de campo, foi constatada a presença de algumas espécies vegetativas nativas, as quais serão preservadas e incorporadas ao projeto. Identificam se formações predominantemente herbáceas e arbustivas, além da existência de massas de vegetação arbórea. Em relação às espécies herbáceas, verifica se a presença de gramíneas por todo o sítio e plantações de milho nas extremidades. As espécies arbustivas compõem se de plantações de mandioca em grande quantidade na parte central do sítio e exemplares de mamona e vassourinha nas extremidades. Já as espécies arbóreas são constituídas por angico, mangueira, acácia, timbó, pitangueira, louro, mulemba e canafístula nas extremidades do sítio.
Angico (Anadenanthera colubrina)
Mangueira (Mangifera indica)
Mamona (Ricinus communis)
Acácia (Acacia auriculiformis)
Vassourinha (Baccharis dracunculifolia)
Timbó (Ateleia glazioviana)
Pitangueira (Eugenia uniflora)
Louro (Laurus nobilis)
Mulemba (Ficus thonningii)
Canafístula (Peltophorum dubium)
Mandioca (Manihot esculenta)
Milho (Zea mays)














REFERENCIAL PROJETUAL
TETRIS SQUARE
Com uma estrutura de paisagem unificada, a Praça Tetris é formada por um sistema de grade pixelizada que fornece espaço de uso flexível e interativo, criando uma forte identidade comunitáira.
Neste projeto, os arquitetos paisagistas formularam espaços para diferentes idades, atendendo aos desejos de seus principais usuários a família. A praça oferece instalações tridimensionais para recreação infantil, áreas de convivência para jovens e adultos e um anfiteatro para eventos e sala de aula ao ar livre.
As árvores, dispostas em uma ordem de gradiente densa a esparsa, foram habilmente integradas ao espaço retilíneo e fornecem a sombra necessária para o clima tropical e úmido.
Aspectos relevantes para o projeto:
O sistema de modulação não apenas torna a fabricação e o arranjo de materiais muito mais baratos, como também torna os custos de construção mais previsíveis e controláveis. Esta estratégia de desenho geométrico em malha inspira o desenvolvimento do projeto da Praça Pública Degradê, fazendo o uso do quadrado como módulo para a composição espacial com variação de escala. Outro ponto que se conecta com a proposta do projeto é a utilização da linguagem cromática, realçando elementos da praça.
Arquitetos: Atelier Scale/Lab D+H
Localização: Guangzhou, China
Área: 6.000 m²
Ano do projeto: 2017
Ano de construção: 2019
a s 8 4 , 8 5 e 8 6



THE CIRCLES
A estratégia paisagística central deste projeto é o círculo. A paisagem inclui vários círculos temáticos em uma série de espaços abertos que estão ligados por um caminho multifuncional, reunindo os jovens em seus “círculos de amigos”. Esta linguagem espacial forma uma identidade altamente icônica para a comunidade.
O design interessante e inclusivo das instalações também atrai pessoas de bairros adjacentes, não apenas jovens, como também crianças, adultos e até idosos. Os círculos ganham diferentes dinâmicas e novas interpretações devido à coexistência desses diversos grupos de usuários.
Aspectos relevantes para o projeto:
A riqueza dos espaços abertos se dá através da arte e a arte contemporânea não é apenas contemplativa, mas também interativa. Esses pontos se relacionam com a proposta do projeto da Praça Pública Degradê, através da inserção de instalações artísticas contemplativas e interativas, voltadas para usuários de diferentes faixas etárias e aliadas a utilização da cor como ponto focal. Além disso, a inclusão do elemento água para recreação e experiências sensoriais influi no projeto em desenvolvimento.
Arquitetos: Atelier Scale
Localização: Nanjing, China
Área: 7.726 m²
Ano do projeto: 2017
Ano de construção: 2019
a s 8 7 , 8 8 e 8 9



THE GOODS LINE
A abertura do parque elevado traz vitalidade e inovação à um espaço negligenciado em uma tentativa de tornar a cidade mais verde, mais conectada e cada vez mais habitável.
A antiga linha férrea é reinterpretada para transportar a preciosa carga de um bairro próspero: cultura, criatividade e comunidade. Os arquitetos criaram um espaço público que conecta estudantes, moradores e visitantes em um corredor arborizado e energizado, criando uma nova identidade para o local.
Além de sua função de conectividade, o parque está repleto de infraestrutura social, promovendo oportunidades para pausar e ocupar o ambiente de maneiras que vão além da mera passagem.
Aspectos relevantes para o projeto:
Sem ser apenas um elemento de ligação entre níveis, a escada pode se configurar como um ponto de estar, exibindo suas formas expressivas. Visto que o sítio em estudo constitui um relevo em declive, a utilização desta estratégia se conecta com a proposta do projeto no desenvolvimento de suas escadarias. Além disso, outros pontos que se relacionam com a proposição da Praça Pública Degradê são a utilização de sistemas construtivos pré-fabricados e elementos coloridos, destacando-se no ambiente.
Arquitetos: ASPECT Studios
Localização: Sydney, Austrália
Área: 6.995 m²
Ano do projeto: 2015
Ano de construção: 2016
s 9 0 , 9 1 e 9 2



PROCESSO PROJETUAL
CONCEITO
"É preciso produzir espaços públicos, com tudo o que possa haver de público nisso. Não se quer apenas que sejam acessíveis fisicamente, mas que sejam lugares de encontro, de tolerância, de mistura de raças, credos, rendas, agradáveis, seguros, de fruição e, principalmente, um lugar onde a cidadania possa se manifestar, onde o exercício da pólis possa acontecer. É isso que faz a cidade ser cidade: o encontro" (SANTORO, 2013)
EN.CON.TRO
(s.m.)
1. ato ou efeito de encontrar(-se), de chegar um diante do outro ou uns diante de outros.
2. reunião; agrupamento de duas ou mais pessoas – ou coisas – que se movem em vários sentidos ou se dirigem para o mesmo ponto.
3. ligação; junção; união.
4. descoberta.
Como conceito norteador do projeto se estabelece o encontro, a nível espacial e interpessoal. A praça é o espaço onde ocorrem os encontros, as trocas, as interações. Entende se como substancial, para a criação da Praça Pública Degradê, promover a conexão entre os espaços, estabelecendo o local como parte da cidade, integrando o ao sistema de espaços livres públicos, de forma a possibilitar novos fluxos e encontros. Desta forma, busca se, também, o encontro entre as pessoas que, intuitivamente, se afastam de lugares vazios e sem interações. É indispensável pensar na escala humana e proporcionar, aos locais ociosos, atração, permanência, movimento e usos em diferentes períodos do dia. Por fim, ressalta se a importância do encontro entre as pessoas e os espaços, especialmente o espaço verde, incorporando a natureza como elemento de articulação e possibilitando a participação ativa e contemplativa da mesma no território, permitindo, inclusive que as pessoas fortaleçam sua conscientização ambiental.
ZONEAMENTO
Através das análises direcionadas às necessidades, problemáticas e condicionantes do sítio e seu entorno imediato, verifica se que o projeto demanda um zoneamento de acordo com a realidade constatada. Desta forma, o zoneamento foi dividido em quatro zonas: área infantil, área jovem/adulto, área de conexão e área verde. Área infantil, atendendo
das crianças da EMEI Nossa Senhora Aparecida; Área jovem/adulto atendendo as demandas dos jovens estudantes da EMEF
Mário Cândido Lena, os professores e funcionários de ambas as escolas situadas em frente ao sítio e os moradores dos bairros do entorno imediato e de diferentes locais do município; Área de conexão, integrando todas as zonas em um espaço livre para a apropriação pública coletiva; Área verde, preservando a vegetação nativa existente no sítio e incorporando mais espécies nativas como forma de renaturalização da área, visto que a cobertura florestal nativa município encontra-se drasticamente reduzida.
O mapa de uso do solo foi feito considerando os diferentes usos que a cidade apresenta, determinados por condicionantes naturais e sociais. Observa se o predomínio do uso residencial no entorno imediato do sítio, indicando a demanda por equipamentos e espaços no projeto direcionados aos moradores locais. Outro uso em forte evidência é institucional, principalmente ao norte do sítio, onde estão localizadas a EMEI Nossa Senhora Aparecida e a EMEF Mário Cândido Lena, indicando a necessidade de equipamentos e espaços no projeto que atendam as demandas das crianças e dos jovens estudantes. A Fábrica Reichert Calçados, uso industrial a oeste do sítio, encontra se em estado de abandono decorrente da interrupção de suas atividades, havendo um conflito de interface em relação ao sítio, sendo de fundamental importância uma solução projetual para esta questão. Além disso, o uso de área verde pública constituído pelos Campos de Futebol da Vila Jardim e do Bairro Operário e por Parquinhos Infantis e Equipamentos de Ginástica, constatam a carência de espaços públicos qualificados ao convívio social, resultando na precarização da sociabilidade da população local, situação que o projeto virá a contornar.
Zona 1 Infantil
Zona 2 - Jovem/Adulto
Zona 3 - Conexão
Zona 4 - Área Verde


PROGRAMA
A construção do programa de necessidades da Praça Pública Degradê é proveniente do estudo dos aspectos sociais e ambientais, a partir de suas características e necessidades determinantes de seu respectivo zoneamento. O programa alia questões referentes as propriedades quantitativas e qualitativas de projeto. As questões quantitativas englobam os aspectos técnicos, definindo os usos e as áreas necessárias destacando se as atividades que, diferentemente dos espaços, não são estáticas. Já as questões qualitativas representam a parte mais complexa, definindo os aspectos construtivos, formais e funcionais. O programa parte de uma ideia que direciona ação. São definidas as áreas de ação projetual e as atividades que acontecem neste local, especializando os desejos para o programa sobre o mapa do sítio. Em seguida, estes tópicos são correspondidos com a configuração de como o espaço se conforma em resposta às atividades propostas.

PROGRAMA
"Os espaços públicos, então, traduzem-se como oportunidades de encontro. Hoje, porém, esses espaços são plurifuncionais, tornando-se difícil prever com exatidão qual será seu uso urbano" (ALEX, 2008).

PARTIDO
A partir do aprofundamento do zoneamento e da criação do programa de necessidades deu-se início à tradução do conceito geométrico retilíneo ao desenho da praça. As diretrizes projetuais foram definidas considerando o impacto de um equipamento deste porte na dinâmica da cidade e no seu caráter estruturador em um sistema de espaços livres públicos que dialogue com as demandas do atual contexto urbano. Desta forma, definiu se como diretrizes:
A preservação da vegetação nativa existente no sítio e a implantação de outras espécies nativas para compor o paisagismo da praça, como forma de renaturalização da área e distribuição espacial no limite do sítio paralelo a Fábrica Reichert Calçados, a qual encontra se em estado de abandono, visando minimizar o conflito de interface entre ambos; A definição dos fluxos principais, em caminhos lineares que permeiam o interior do terreno vazio, já consolidados como travessia de pedestres e ciclistas. Para o fluxo menor, propõe se um calçadão e para o maior, uma rua compartilhada, realçando e qualificando o atual sistema de circulação. Ao remover as distinções físicas entre as áreas de pedestres, ciclistas e veículos, os tratamentos de ruas compartilhadas forçam todos os usuários a utilizarem as ruas em conjunto, reforçando a conscientização e reduzindo a velocidade dos veículos motorizados. A proposta de abertura da via também apresenta-se com o intuito de minimizar o conflito de interface com a fábrica;

PARTIDO
A implantação de uma ciclovia, considerando um cenário futuro de reabertura da fábrica observado seu antigo papel econômico de grande relevância no município e, consequentemente, um aumento no fluxo de veículos pesados, garantindo, assim, a segurança do ciclista através da faixa exclusiva. Além de conectar se, fisicamente, aos outros espaços livres públicos do sistema da cidade;
A modulação, partindo do uso da forma quadrada como módulo para a composição espacial. A base é norteadora, sobretudo, da paginação de piso, da delimitação das áreas verdes e também das estruturas, mobiliários e equipamentos propostos, com variação de escala e tonalidades. O desenho de piso parte dos princípios de agrupamento e dispersão em sua distribuição pelo espaço, através da malha, formando uma transição suave entre as cores. Este gradiente de cor faz referência ao nome concedido à Praça Pública Degradê, fortemente evidenciado nas ambiências do espaço;
A utilização da linguagem cromática, além das diferentes tonalidades de cinza do piso, atua como ponto focal destacando elementos e equipamentos presentes na praça, através da cor vermelha, contrastante à paleta de cores neutras obtidas a partir da visualização do entorno imediato;
O uso de triângulos retângulos em diferentes escalas para a demarcação do desenho de piso além da modulação que tem como base o quadro – retomando a forma do terreno, tendo em suas centralidades as nuances mais suaves da cor cinza.

MATERIALIDADE
Em um projeto de cunho paisagístico, é fundamental que a escolha dos materiais esteja vinculada ao propósito sustentável. A escolha dos materiais aplicados no projeto da Praça Pública Degradê e seus respectivos sistemas construtivos faz referência direta a esta questão, empregando técnicas e materiais de baixo custo e fácil manutenção. Visto isso, e prezando pela unidade na composição formal paisagística da praça, opta-se por utilizar materiais como concreto, madeira e metal em toda a praça.




SISTEMA CONSTRUTIVO
Entre os sistemas construtivos escolhidos seguindo premissas sustentáveis, figuram sistemas pré fabricados para uma obra limpa e seca, racionalização de recursos e minimização de resíduos.
Consideradas um recurso moderno e inovador, as estruturas metálicas se destacam frente aos demais sistemas construtivos devido a leveza, praticidade, custo, manutenção e durabilidade. Propõe se que a estrutura modular das pérgulas seja composta por perfis quadrados em aço carbono galvanizado, oferecendo alta resistência à corrosão no ambiente externo, sujeito a intempéries.
Uma solução para a reciclagem dos plásticos grande problema para a natureza, pela degradação lenta no meio ambiente , a madeira plástica substitui a madeira natural obtida, principalmente, através do desmatamento ilegal, evitando a destruição de ecossistemas, além de possuir inúmeras vantagens em relação à madeira natural. Juntamente com o aço, propõe se perfis de madeira plástica para compor a estrutura das pérgulas.
Para o abrigo de ônibus opta-se pela mesma estrutura metálica e acabamento em madeira plástica, porém, com a necessidade de fechamento em chapas de policarbonato compacto, oferecendo alta resistência a impactos e, consequentemente, proteção e segurança aos passageiros.
O grande diferencial blocos de concreto é a sustentabilidade. A construção em blocos de concreto elimina recortes e quebras de material, reduzindo resíduos na obra. Em relação a construção destinada aos banheiros e a área técnica, pretende se que seja feita de blocos pré moldados de concreto de vedação aparente, conciliando qualidade e flexibilidade com economia, além de simplificar as instalações elétricas e hidráulicas. Propõe se que a estrutura seja revestida por perfis de madeira plástica, garantindo a unidade de composição formal com as demais estruturas.
Uma das soluções mais práticas, econômicas, duráveis, resistentes e sustentáveis quando o assunto é pavimentação de vias públicas é o sistema construtivo de placas de concreto. Propõe se para os pavimentos das circulações, tanto de pedestres quanto de veículos, placas pré fabricadas de concreto.
Aliado à construção de uma base drenante, este piso contribui para a melhoria dos níveis de permeabilidade do solo, diminuindo assim a sobrecarga do sistema de drenagem pluvial da praça,
reduzindo o escoamento superficial em até 100%, dependendo da intensidade da chuva. Além disso, possui uma superfície antiderrapante, assegurando a caminhabilidade aos pedestres, mesmo em condições de piso molhado.
Para os pavimentos das áreas destinadas ao uso infantil, propõe se um revestimento sintético modular flexível de segurança, em placas pré fabricadas de borracha EPDM. Os pisos emborrachados são reciclados, produzidos a partir de borracha de pneus inservíveis, 100% ecológicos e sustentáveis. Possuem alta resistência a abrasão e durabilidade, oferecendo elevada elasticidade e absorção de impactos e ruídos, garantindo a segurança em caso de eventuais quedas. Além disso, sua superfície antiderrapante ajuda a evitar escorregamentos e lesões, tornando o caminhar dos usuários muito mais confortável e agradável.
CAMADAS
MODULAÇÃO
A modulação, partindo do uso da forma quadrada como módulo (2,5 m x 2,5 m) para a composição espacial, é norteadora, sobretudo, da paginação de piso, da delimitação das áreas verdes e também das estruturas e equipamentos propostos. A partir dela, definiram se os fluxos principais, baseados em caminhos lineares que permeiam o interior do terreno vazio, já consolidados como travessia de pedestres e ciclistas, Assim, propõe se a abertura de uma rua compartilhada no limite do sítio paralelo a Fábrica Reichert Calçados, com o intuito de minimizar o conflito de interface entre ambos e um calçadão, fortalecendo e qualificando o atual sistema de circulação. Propõe se, também, a implantação de uma ciclovia, garantindo a segurança do ciclista em um cenário futuro de reabertura da fábrica e, consequentemente, um aumento no fluxo de veículos pesados. A ciclovia é interrompida ao encontrar-se com a rua compartilhada, tendo seu uso amplificado ao serem removidas as distinções físicas entre as áreas de pedestres, ciclistas e veículos, forçando todos os usuários a utilizarem a rua em conjunto.


CAMADAS
NÍVEIS
O sítio possui topografia em declive na direção oeste leste, com 12 m de desnível e uma inclinação média de 5,6%, fazendo se necessária a adoção de ações corretivas no relevo para garantir a acessibilidade.
Foram sobrepostas as curvas de nível, representadas com 1 m de equidistância, para viabilizar a implantação das rampas, escadas e patamares. Estas intervenções propostas no relevo atingem, na contabilização de altura total, um nível de 10,50 m, considerando a extremidade leste do sítio como nível
0. Os diferentes níveis convergem ao centro da praça local zoneado como área de conexão por integrar todas as zonas , tonrnando o atrativo e convidativo, conformando um espaço multiuso e livre para a apropriação pública coletiva. Os patamares, além da funcionalidade técnica, auxiliam na demarcação dos usos e atividades zoneados no espaço. As escadas propostas, sem serem apenas elementos de ligação entre níveis, configuram-se como um ponto de estar, exibindo suas formas expressivas que destacam-se na paisagem, compondo ambiências características e sendo o principal diferencial do projeto da Praça Pública Degradê.


CAMADAS
PAGINAÇÃO
A modulação partindo do uso da forma quadrada como módulo para a composição espacial é norteadora da paginação de piso, com variação de escala e diferentes tonalidades de cinza. O desenho de piso parte dos princípios de agrupamento e dispersão em sua distribuição pelo espaço, através da malha, formando uma transição suave entre as cores. O uso de triângulos retângulos para a demarcação do desenho de piso além da modulação que tem como base o quadro retomando a forma do terreno, tendo em suas centralidades as nuances mais suaves da cor cinza. Seguindo os preceitos de uma praça contemporânea, a paginação de piso ultrapassa os limites da Praça Pública Degradê e penetra por meio de intervenções artísticas como a pintura – as ruas e as calçadas, demarcando os percursos de acesso a praça, convidando e conduzindo os usuários ao seu interior, além de integrar-se a paisagem do entorno.


CAMADAS
ÁREA VERDE
A modulação partindo do uso da forma quadrada como módulo para a composição espacial é norteadora da delimitação das áreas verdes. A proposta da Praça Pública Degradê tem o objetivo de capacitar o local do projeto de modo que as áreas verdes contribuam para minimizar os efeitos da radiação solar e da temperatura, melhorando as condições ambientais dos espaços urbanos. Ademais, estes espaços propostos proporcionam áreas de gramados sombreadas para livre uso da população, além de possuírem decks para descanso e contemplação distribuídos em meio ao paisagismo e instalações artísticas.


CAMADAS
VEGETAÇÃO
A proposta visa a preservação da vegetação nativa existente no sítio e a implantação de outras espécies nativas para compor o paisagismo da praça, como forma de renaturalização da área e distribuição espacial no limite do sítio paralelo a Fábrica Reichert Calçados, a qual encontra se em estado de abandono, visando minimizar o conflito de interface entre ambos. Em verde claro representam se as espécies existentes e em verde escuro as espécies propostas. Dispostas em uma ordem de gradiente densa a esparsa, foram habilmente integradas ao espaço retilíneo e fornecem a sombra necessária para o clima subtropical úmido. A vegetação proposta tem o intuito de resgatar a natureza original local, assegurando a qualidade ambiental e, consequentemente, garantindo o direito social à qualidade de vida.


CAMADAS
ESTRUTURAS, MOBILIÁRIOS E EQUIPAMENTOS
A modulação partindo do uso da forma quadrada como módulo para a composição espacial é norteadora das estruturas, mobiliários e equipamentos propostos, com variação de escala, além de delimitar seu espaço no projeto. As estruturas, os mobiliários e os equipamentos dispõem-se, principalmente, nas bordas da praça, de acordo com o zoneamento, os usos e as atividades propostas, mantendo o centro como um grande espaço livre. Estes itens proporcionam atrativos específicos aos diferentes públicos do bairro – infantil, jovem e adulto – atendem as demandas constatadas.


CAMADAS
ILUMINAÇÃO
A iluminação proposta para a Praça Pública Degradê, além de tornar os locais mais atrativos visualmente, trazendo vida e cor às diferentes ambiências, estimula o uso noturno, fazendo com que a praça seja um local seguro. Em laranja representam se os raios da iluminação pública existente e em amarelo os raios da iluminação proposta, através de três níveis de posteamento, abrangendo todas as áreas da praça, com menor intensidade nas áreas verdes. Os balizadores retráteis, distribuídos ao longo de toda a rua compartilhada, são equipados com fonte de luz LED, isento de manutenção, demarcando os limites da via. O posteamento de maior altura proposto distribui-se, principalmente, nos espaços livres, proporcionando uma iluminação direta. O posteamento de menor altura proposto distribui-se pelas ambiências que concentram os usos através das estruturas, mobiliários e instalações, proporcionando uma iluminação indireta.


CAMADAS

DRENAGEM
O sentido de escoamento das águas pluviais da praça acompanha a topografia em declive na direção oeste leste, como observado através da sobreposição das curvas de nível, representadas com 1 m de equidistância. Para que as escadas não funcionem como condutoras de água, propõe se que o sistema de drenagem superficial seja composto por grelhas e canaletas de concreto, com o objetivo de captar e escoar as águas precipitadas sobre as superfícies de forma mais eficiente para fora do corpo da estrutura. Para que os patamares não retenham a água, propõe se uma declividade de aproximadamente 0,5% em direção aos canteiros propostos, apropriados ao desague seguro. Além disso, para garantir um sistema de drenagem de qualidade, optou se pela pavimentação de vias públicas com o sistema construtivo de placas pré-fabricadas de concreto. Aliado à construção de uma base drenante, este piso contribui para a melhoria dos níveis de permeabilidade do solo, diminuindo assim a sobrecarga do sistema de drenagem pluvial da praça, reduzindo o escoamento superficial em até 100%, dependendo da intensidade da chuva.

PROPOSTA GERAL
Ciclovia
Rua compartilhada
Caminho sensorial
Banheiros e área técnica
Espaço para feira
Playground
Jatos de água
Redes de descanso
Estar descoberto
Gramados
Instalação artística
Espaço livre
Calçadão
Abrigo de ônibus
Área de jogos
Estar coberto














CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONCLUSÃO
A Praça Pública Degradê propôs o uso do paisagismo para a criação de um espaço livre público qualificado na região periférica da cidade de Humaitá, transformando e capacitando o atual vazio urbano em um ambiente convidativo e acolhedor voltado à dimensão humana, considerando toda sua pluralidade. Um espaço que possibilita encontro, integração, sociabilidade, contemplação, lazer e apropriação pública coletiva, principalmente pela população do bairro, mas também a nível municipal. Acredita se que grande contribuição deste projeto acadêmico foi a demonstração de como uma área verde, projetada com estudos paisagísticos, é capaz de transformar uma cidade, preservar a natureza nativa e promover a qualidade de vida para as pessoas que por ela circundam. Mesmo que os resultados possam ser considerados satisfatórios, entende se que o projeto não está finalizado. É preciso desenvolver, no Trabalho Final de Graduação II, novas etapas para a conclusão da Praça Pública Degradê, como aprimorar a acessibilidade universal, definir as espécies vegetativas que irão compor o paisagismo da praça, explorar as plantas baixas, seus cortes e elevações, bem como detalhar e especificar as estruturas e equipamentos propostos no projeto.
REFERÊNCIAS
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Humaitá - RS - Visual Aéreo. 2022. Fonte: Roque Otto.
Figura 2. Árvore Vista de Baixo. 2022. Fonte: Luigi Jankowski.
Figura 3. Localização de Humaitá RS. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 4. Mapping the Attendee Journey. 2018. Fonte: Gale Casey.
Figura 5. Acessibilidade em Projetos de Arquitetura. 2017. Fonte: Shiota Arquitetura.
Figura 6. Área de Estudo e Sítio. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 7. Avenida Getúlio Vargas. 1969. Fonte: Acervo da autora.
Figura 8. Avenida Getúlio Vargas. 1976. Fonte: Acervo da autora.
Figura 9. Evolução Urbana. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 10. Imagem de Satélite Humaitá RS. 1985. Fonte: Google Earth.
Figura 11. Imagem de Satélite Humaitá RS. 2007. Fonte: Google Earth.
Figura 12. Imagem de Satélite Humaitá RS. 2014. Fonte: Google Earth.
Figura 13. Imagem de Satélite Humaitá RS. 2017. Fonte: Google Earth.
Figura 14. Imagem de Satélite Humaitá RS. 2020. Fonte: Google Earth.
Figura 15. Imagem de Satélite Humaitá RS. 2021. Fonte: Google Earth.
Figura 16. Espaços Livres Públicos. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 17. Praça Centra Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 18. Praça Centra Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 19. Praça Centra Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 20. Praça Centra Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 21. Praça Centra Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 22. Praça Centra Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 23. Praça Segurança do Estudante. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 24. Praça Segurança do Estudante. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 25. Praça Segurança do Estudante. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 26. Praça Segurança do Estudante. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 27. Praça Segurança do Estudante. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 28. Praça Segurança do Estudante. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 29. Avenida João Pessoa. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 30. Avenida João Pessoa. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 31. Avenida João Pessoa. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 32. Avenida Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 33. Avenida Getúlio Vargas. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 34. Parquinho Infantil e Equipamentos de Ginástica. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 35. Parquinho Infantil e Equipamentos de Ginástica. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 36. Parquinho Infantil e Equipamentos de Ginástica. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 37. Campo de Futebol da Vila Jardim. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 38. Campo de Futebol da Vila Jardim. 2022. Fonte: Acervo da autora.
LISTA DE FIGURAS
Figura 39. Parquinho Infantil. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 40. Parquinho Infantil. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 41. Parquinho Infantil. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 42. Campo de Futebol do Bairro Operário. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 43. Campo de Futebol do Bairro Operário. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 44. Pontos de Interesse. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 45. Topografia e Solo. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 46. Perfil de Elevação. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 47. Hierarquia Viária. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 48. Mobilidade Urbana. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 49. Uso do Solo. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 50. Alturas das Edificações. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 51. Faces do Entorno. 2022. Fonte: Google Street View.
Figura 52. Levantamento Geral. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 53. Aspectos Climáticos. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 54. Levantamento Fotográfico. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 55. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 56. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 57. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 58. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 59. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 60. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 61. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 62. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 63. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 64. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 65. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 66. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 67. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 68. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 69. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 70. Sítio. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 71. Vegetação. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 72. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 73. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 74. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 75. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 76. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 77. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 78. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
LISTA DE FIGURAS
Figura 79. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 80. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 81. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 82. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 83. Vegetação. 2022. Fonte: Acervo da autora.
Figura 84. Tetris Square. 2019. Fonte: Landezine.
Figura 85. Tetris Square. 2019. Fonte: Landezine.
Figura 86. Tetris Square. 2019. Fonte: Landezine.
Figura 87. The Circles. 2020. Fonte: Landezine.
Figura 88. The Circles. 2020. Fonte: Landezine.
Figura 89. The Circles. 2020. Fonte: Landezine.
Figura 90. The Goods Line. 2015. Fonte: Landezine.
Figura 91. The Goods Line. 2015. Fonte: Landezine.
Figura 92. The Goods Line. 2015. Fonte: Landezine.
Figura 93. Zoneamento. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 94. Programa. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 95. Programa. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 96. Partido. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 97. Linha Placa 40 Drenante. 2022. Fonte: Salvador Pré-Moldados.
Figura 98. Madeira Plástica. 2021. Fonte: Chalé de Madeira.
Figura 99. Mossop Construction + Interiors. 2013. Fonte: KS Design Studio.
Figura 100. Modulação. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 101. Níveis. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 102. Paginação. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 103. Área Verde. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 104. Vegetação. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 105. Estruturas, Mobiliários e Equipamentos. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 106. Iluminação. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 107. Drenagem. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 108. Proposta Geral. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 109. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 110. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 111. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 112. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 113. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 114. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 115. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 116. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 117. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
Figura 118. Perspectiva Praça Pública Degradê. 2022. Fonte: Produção da autora.
BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2020.
ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL. Clima, temperatura e precipitação. Porto Alegre, 2020. Disponível em: <https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/clima temperatura e precipitacao>. Acesso em: 10 mar. 2022.
GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013.
HUMAITÁ. Lei Municipal Nº 2.648, de 21 de fevereiro de 2017. Dispõe sobre as diretrizes gerais de ocupação do território do município de Humaitá e dá outras providências. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/a1/rs/h/humaita/lei ordinaria/2017/265/2648/lei ordinaria n 2648 2017 dispoe sobre as diretrizes gerais de?q=2648>. Acesso em: 12 mar. 2022.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Perfil dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/humaita/panorama>. Acesso em: 10 mar. 2022.
LANDEZINE. Tetris Square. Disponível em: <https://landezine.com/tetris square by lab dh/>. Acesso em: 5 abr. 2020.
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LANDEZINE. The Goods Line. Disponível em: <https://landezine.com/the goods line by aspect studios/>. Acesso em: 5 abr. 2020.
MACEDO, Silvio; QUEIROGA, Eugenio; CAMPOS, Ana; GALENDER, Fany; CUSTÓDIO, Vanderli. Os Sistemas de Espaços Livres e a Constituição da Esfera Pública Contemporânea no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2018.
MUNICÍPIO DE HUMAITÁ PODER EXECUTIVO. Perfil do Município. Humaitá, 2018. Disponível em: <https://humaita.rs.gov.br/perfil do municipio/>. Acesso em: 10 mar. 2022.
YOKEMURA, Maiga. Parque Urbano Central. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2017.
ANEXO A: LEI MUNICIPAL Nº 2.648/2017
Humaitá, RS, 21 de fevereiro de 2017.
Dispõe sobre as diretrizes gerais de ocupação do território do município de Humaitá, RS e dá outras providências.
Capítulo I Das disposições preliminares
Seção II Das políticas e diretrizes de ocupação do território
Art. 3º São políticas de ocupação do território:
IV incentivar a ocupação dos vazios urbanos, mediante a utilização dos instrumentos urbanísticos previstos nesta Lei, nas demais leis municipais e no Estatuto da Cidade; Art. 4º São diretrizes para se firmar as políticas do artigo 3º desta Lei:
III diretriz para desenvolvimento social: preservar o meio ambiente, como forma universal de garantir a qualidade de vida, e o patrimônio histórico e cultural, como instrumento de identidade e cidadania.
IV - diretrizes para o desenvolvimento físico-territorial:
b) estimular o cumprimento da função social da propriedade, assim como a ocupação dos vazios urbanos
em locais já densamente edificados e com infraestrutura disponível e ociosa, nos termos da Constituição Federal.
Capítulo II Da função social da propriedade Art. 23 A intervenção do Poder Público para condicionar o exercício do direito de propriedade urbana ao interesse comunitário tem como finalidade:
II promover o adequado aproveitamento de vazios urbanos de terrenos subutilizados, incentivando a sua ocupação dentro do perímetro urbano e reprimindo a sua retenção especulativa, mediante a utilização dos instrumentos urbanísticos previstos nesta Lei; Capítulo IV Da política municipal de meio ambiente
Seção II Das áreas verdes e de preservação
Art. 35 Os espaços e sistemas de lazer de propriedade da administração municipal deverão ser cadastrados e submetidos a um programa permanente de manejo, ficando prevista, ainda, a implantação junto às escolas e centros comunitários palestras e atividades com vista à Educação Ambiental.
ANEXO B: ABNT NBR 9050:2020
Rio de Janeiro, RJ, 2020.
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
4 Parâmetros antropométricos
4.2 Pessoas em cadeira de rodas (P.C.R.)
4.2.2 Módulo de referência (M.R.)
Considera se o módulo de referência a projeção de 0,80 m por 1,20 m no piso, ocupada por uma pessoa
utilizando cadeira de rodas motorizadas ou não.
4.3.4 Área para manobra de cadeiras de rodas sem deslocamento
As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento são:
a) para rotação de 90° = 1,20 m × 1,20 m;
b) para rotação de 180° = 1,50 m × 1,20 m;
c) para rotação de 360° = círculo com diâmetro de 1,50 m.
6 Acessos e circulação
6.3 Circulação – Piso
6.3.3 Inclinação
A inclinação transversal da superfície deve ser de até 2 % para pisos internos e de até 3 % para pisos externos. A inclinação longitudinal da superfície deve ser inferior a 5 %. Inclinações iguais ou superiores a 5 % são consideradas rampas e, portanto, devem atender a 6.6.
6.5 Área de descanso
Recomenda se prever uma área de descanso, fora da faixa de circulação, a cada 50 m, para piso com até 3 % de inclinação, ou a cada 30 m, para piso de 3 % a 5 % de inclinação. Recomenda se a instalação de bancos com encosto e braços. Para inclinações superiores a 5 %, deve ser atendido o descrito em 6.6.
Estas áreas devem estar dimensionadas para permitir também a manobra de cadeiras de rodas.
6.6 Rampas
6.6.1 Gerais
São consideradas rampas às superfícies de piso com declividade igual ou superior a 5 %. Os pisos das rampas devem atender às condições de 6.3.
6.6.2.1 As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na Tabela 4. Para
ANEXO B: ABNT NBR 9050:2020
inclinação entre 6,25 % e 8,33 % é recomendado criar áreas de descanso (ver 6.5) nos patamares, a cada 50 m de percurso.
6.8 Escadas
6.8.1 Uma sequência de três degraus ou mais é considerada escada.
6.8.2 As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada ou degraus isolados.
Para o dimensionamento, devem ser atendidas as seguintes condições:
a) 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m, b) pisos (p): 0,28 m ≤ p ≤ 0,32 m e c) espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m;
6.8.7 As escadas devem ter no mínimo um patamar a cada 3,20 m de desnível e sempre que houver mudança de direção.
6.8.8 Entre os lances da escada devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal mínima de
1,20 m. Os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura da escada. Quando houver porta nos patamares, sua área de varredura não pode interferir na dimensão mínima do patamar.
6.8.9 A inclinação transversal dos patamares não pode exceder 1 % em escadas internas e 2 % em escadas externas.
"PRIMEIRO NÓS MOLDAMOS AS CIDADES –ENTÃO, ELAS NOS MOLDAM" (GEHL, 2013, p.9).