Cartilha Unicafes

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Programa Nacional de Educação do Cooperativismo Solidário



Projeto de Formação do Cooperativismo Solidário Formação e aprimoramento de estratégias organizacionais do Cooperativismo da Agricultura Familiar e Economia Solidária

Programa Nacional de Educação do Cooperativismo Solidário Ação 2 - Elaboração de Programa Nacional de Educação do Cooperativismo Solidário

Convênio 001/2013 - UNICAFES/SESCOOP

Brasília - 2013


P964 Programa Nacional de Educação do Cooperativismo Solidário. / União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Org.). – Brasília: UNICAFES/SESCOOP, 2013. 32 p.; il.

1. Cooperativismo. 2. Cooperativa. 3. Agricultura familiar. I. União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Org.). CDD – 334


Sumário Apresentação do Programa de Educação Cooperativista

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A importância das práticas educativas no Cooperativismo

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Objetivos do Programa diante das estratégia Unicafeanas

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Metodologia de Educação do Cooperativismo Solidário

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Prioridades organizacionais do Programa

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Participantes das estratégias do Programa

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Temáticas do Programa de Educação e Módulos formativos

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Etapas do Programa de Educação do Cooperativismo Solidário

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Síntese operacional das etapas do Programa

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Processo de monitoramento e avaliação

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Cronograma de execução do Programa de Formação

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Resultados do Programa de Formação

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Editorial UNICAFES NACIONAL - União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária. Diretoria Executiva Presidente: Luiz Ademir Possamai – PR Vice-presidente: Bárbara Paes de Lima – PE Tesoureiro: Silvio Ney Barros Monteiro – TO Secretário Geral: Valons de Jesus Mota – GO Secretário de Formação: Armindo Augusto dos Santos – MG Secretaria de Mulheres: Célia Santos Firmo – BA Secretaria da Juventude: Jacionor Ângelo Pertille – RS Elaboração M.P - Guimarães - ME: VITA CRED - VITA EDUC Organização Alcidir Mazutti Zanco Projeto Gráfico www.arteemmovimento.org Ilustrações: Santiago Contepomi

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Programa Nacional de Educação do Cooperativismo Solidário 1. Apresentação do Programa de Educação Cooperativista A UNICAFES - União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária é uma organização constituída para representar e desenvolver ações de articulação, fomento e fortalecimento das 'cooperativas solidárias'¹ . Sua missão fundacional é “tornar o Cooperativismo, um instrumento popular de desenvolvimento local sustentável e solidário, representando iniciativas econômicas que ampliem as oportunidades de trabalho, renda, produção de alimentos e melhoria de qualidade de vida social, política, cultural e econômica dos associados”. Diante a sua visão e missão, a Educação Cooperativista é o fundamento essencial para o fomento, fortalecimento e consolidação deste modelo organizacional. O Cooperativismo Solidário tem como princípio norteador de sua existência, a organização com base nas pessoas, com autonomia, organização local, participação democrática e controle social, eixos que demandam processos permanentes de educação, visando aumentar o empoderamento dos cooperados, para enfrentamento fundamentado e crítico, á dinâmica econômica presente no seu contexto social, e facilitando a construção de uma nova cultura de viver a economia. Desde seu surgimento a UNICAFES constrói mecanismos, para desenvolver processos de educação, que ampliem a autonomia e empoderamento das redes e do cooperados. Seu I e II Congressos² afirmam a adesão aos princípios universais do Cooperativismo, e, ampliam os princípios e estratégias organizacionais com a inclusão de diferencias como: Cooperação fundamentada em relações de proximidade; Fortalecimento da participação de jovens e mulheres; Descentralização das estruturas; e, Gestão local com articulação em rede, de modo a equilibrar o crescimento organizacional com controle social. O III Congresso, também aprovou parâmetros orientadores, destacando-se a propostas em que a educação deve priorizar metodologias com foco no empoderamento do educando, com participação efetiva e ativa nas diversas fases, instâncias e setores organizacionais, despertando capacidade de análise e de reflexão crítica, buscando superar a baixa participação dos jovens e mulheres no quadro social e principalmente nas funções diretivas das redes de cooperação.

¹ Cooperativas Solidárias: Termo definido no I Congresso da Unicafes Nacional, como sinônimo para simplificar a expressão "Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia solidária". ² Encontro tri anual realizado para aprofundar posicionamentos e diretrizes do Cooperativismo Solidário.

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2. A importância das práticas educativas no Cooperativismo A sociedade vive em intensa transformação. Uma revolução silenciosa está ocorrendo, transformando as formas de organizar e reunir as pessoas, de dialogar e estabelecer relações, com diversas mudanças provocadas pela evolução nas formas de aprender e ensinar, pelos anseios da comunidade e pela expectativa das novas gerações. Neste meio há um novo campo de geração de riqueza e crescimento que emerge através do fenômeno da internet, com pessoas rodeadas e bombardeadas por informações emergentes de diversos segmentos, gerando pressão, demandas, inovações, produtos e serviços ambivalentes, e, escolher a melhor opção neste cenário é um desafio que exige educação e consciência crítica. O contexto neoliberal fortalece relações individuais, gerando instabilidade organizativa, e, tencionamentos ao modelo de sociedade, com necessidade de posicionamento e revigoramento, dos movimentos que buscam o desenvolvimento socioeconômico da humanidade. Na medida em que a sociedade se transforma, as organizações necessitam se configurar de forma inovada, com novas construções sociais, estruturais e humanas revitalizadas. Este processo de inovação passa pela formação das pessoas, pois, as lideranças que são os "meios" que referenciam e "constroem" as mudanças necessárias numa uma sociedade melhor. O Programa de Educação Unicafeano³, deseja promover processos de inclusão de lideranças para atuar como facilitadores deste modelo organizacional, uma vez que os "novos caminhos" são construídos, junto com as pessoas que irão percorrê-los e conservá-los. Ao preparar e qualificar sócios como facilitadores, o cooperativismo deseja diminuir a dependência de intervenções externas, e, fortalecer a sua capacidade de resposta com ações estruturadas. Para trabalhar com mudanças e novas realidades é preciso "um novo jeito de fazer acontecer", fato que requer profundidade de compreensão, e, envolvimento das lideranças para sustentar esta inovação. O Programa tem como missão ajudar na construção deste caminho, uma vez que é através da educação que se difundem a doutrina e os princípios do Cooperativismo, valores que são a identidade dos propósitos e interesses dos cooperados, e, também a solução para desafios cotidianos, além de mecanismos para que os cooperados fortaleçam o hábito de ver, pensar e julgar de acordo com os ideais do cooperativismo solidário. A educação cooperativa promove condições para que o indivíduo possa explorar suas potencialidades e habilidades, no ato de pensar e agir. Portanto, realizar processos educativos é questão de sobrevivência das cooperativas, para que o homem possa "viver à luz da cultura cooperativa" participando de maneira ativa e efetiva, com compreensão de seu papel de dono e usuário da Cooperativa. ³ Unicafeano: Diretrizes, público, ações defendidas pelas Cooperativismo Solidário.

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O trabalho de educação é essencial para viabilidade social e econômica das cooperativas, sem ele todas as ações perdem respaldo e fundamentação existencial. Para se concretizar 4este trabalho, as cooperativas tem por obrigação destinar no mínimo 5% de suas sobras líquidas para o FATES , pois, a educação é a "mola mestra" para que a cooperativa cumpra com suas funções sociais. No entanto, esse princípio só é exaltado na teoria, visto que na prática pouco se faz a favor da mesma, salvo alguns casos isolados que pouco refletem no todo do movimento, e, neste meio o programa pretende provocar a melhor vivência deste valor. O Princípio da Educação Cooperativa é a base do Cooperativismo, podendo ser considerado como diretriz magna, "regra de ouro", sendo condição essencial para o bom funcionamento dos demais princípios. A não execução deste princípio no interior das cooperativas, junto às suas práticas diárias e relações internas, demonstra que as cooperativas seguem as práticas e as regras do capital, menosprezando a estrutura doutrinal que as sustentam, fato que explica diversas inconsistências no processo de sustentabilidade socioeconômica destes empreendimentos, sendo essencial iniciar um processo inovador de educação. As cooperativas precisam "aprender a aprender educação", como mencionam diversos educadores, com definição de planos concretos de incorporação da teoria da "educação com as práticas cooperativas". Atualmente, verifica-se um isolamento interno entre cooperados, e, as cooperativas que não conseguem concretizar processo de educação integrados, gerando relações superficiais centradas no mercado, e, consequêntemente, colocando a si, e, todo o sistema cooperativista em risco. O Programa de Educação do Cooperativismo Solidário tem a missão de inovar, ampliando a inserção de lideranças e articuladores no Cooperativismo Solidário, promovendo metodologias e processos educativos, com módulos e eixos de formação que reflitam de forma concreta, os desafios e potencialidades da vida cotidiana das cooperativas.

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FATES: Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social.

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3. Objetivos do Programa diante das estratégias Unicafeanas O Cooperativismo em todas as fases da sociedade, constituiu-se como meio e ferramenta importante para promoção do desenvolvimento, sendo essencial para sustentabilidade socioeconômica da agricultura familiar e das iniciativas de economia solidária. No entanto, contemporaneamente, a conjuntura vivenciada pelas organizações cooperativas, demanda processos constantes de aprofundamento, inovação e formação, objetivando fortalecer a cooperação, com novas estratégias para conviver de maneira sustentável e autônoma com o capital. O Programa de Educação visa o aprimoramento das estratégias organizacionais do Cooperativismo Solidário, com foco em ações de fomento e inclusão novas lideranças, na gestão e governança das cooperativas, com estratégias fundamentadas em processos participativos, com empoderamento e fortalecimento do capital social, ampliação do número de multiplicadores, inclusão de jovens e mulheres. Destacam-se alguns objetivos do Programa: • Ampliar instrumentos para consolidação das redes de cooperação, com fomento às práticas e iniciativas de autogestão, de integração de setores com estruturação de complexos de produção, comercialização e consumo que tornam possíveis, ajuda, intercooperação e aprendizado mútuo entre os empreendimentos. • Fortalecer a compreensão de que formação e a assessoria técnica são processos contínuos de promoção, apoio e fomento, necessários para o aperfeiçoamento da autogestão, comercialização e fortalecimento das redes de cooperação. • Empoderar lideranças cooperativas na promoção do desenvolvimento local, multiplicando a atuação em diversas frentes de trabalho, com eixos vinculados a formação técnica, operacional, e, eixos com formação estratégica e política. • Fundamentar as ações do Cooperativismo como construtor de alternativas para enfrentamento as situações de exclusão socioeconômica, capacitando lideranças para tomada de decisões nos âmbitos econômico, político, social e cultural. • Aprimorar a consciência cooperativista entre os sócios, oferecendo oportunidades de acesso à educação e espaço nas ações da cooperativas, incluindo novas lideranças nos processos internos das cooperativas. • Ampliar espaços permanentes de formação e inclusão de novas lideranças, favorecendo realização de momentos de análise e construção de alternativas para fortalecimento deste segmento organizativo. • Inserir novos membros na sociedade cooperativa, desenvolvendo os princípios e fortalecendo a cooperação entre si, e destes com a comunidade. • Multiplicar os diversos conhecimentos produzidos junto ás cooperativas de base, valorizando os potências do atores envolvidos, superando a idéia do conhecimento como instrumento restrito a alguns grupos, e, valorizando o pressuposto de que os atores são capazes de aprender, gerar e multiplicar conhecimentos.

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4. Metodologia de Educação do Cooperativismo Solidário A busca pela revitalização do sistema econômico sobre a base dos princípios cooperativos, requer uma conduta diferente daquela exercida pelas empresas ou organismos governamentais, tendo em vista o seu caráter de ajuda mútua e suas motivações organizacionais. A autodisciplina coletiva não é resultado espontâneo ou natural. Essa cultura necessita ser cultivada, visando os valores da associação cooperativa, principio que conta com pouco apoio do ensino público. O Programa de Educação Unicafeano destaca com fundamento de suas ações a utilização de metodologias adequadas para o desenvolvimento das praticas educativas, destacando-se a utilização de pedagogias participativas, com conteúdos apropriados à perspectiva da autogestão, a partir dos princípios e metodologia da educação popular em suas formas e modalidades: Educação Popular: Processo de ensino-aprendizagem fundamentado na valorização do saber popular, buscando a construção coletiva do conhecimento e das formas de saber, bem como repasse e multiplicação. Pedagogia da Alternância: Metodologia de ensino que busca reforçar a proposta da educação popular, envolvendo a problematização, debate, pesquisa, socialização, sistematização e aplicação dos conhecimentos. Formação Continuada: Elemento educativo de fundamental importância nesse processo, sendo instrumento que oportuniza não apenas o saber em sala de aula, mas o desenvolvimento de saberes elementares produzidos coletivamente. Troca de Experiência: Partilha de saberes e experiências que consolidam espaços de formação mutua, nos quais os atores envolvidos são chamados a desempenhar simultaneamente o papel de educador/educando. Multiplicação Interativa: Proposta formativa que estimula os participantes na implantação dos saberes junto aos empreendimentos de base, motivando-os a serem articuladores e multiplicadores educacionais do Cooperativismo Solidário. O Programa fundamenta suas diretrizes metodológicas primárias na troca de experiência e na partilha de saberes, buscando consolidar espaços de formação, nos quais os participantes são chamados a desempenhar simultaneamente o papel de educador e de educando, com práticas educativas realizadas “num diálogo de saberes", não em simples troca de informações, com busca do entendimento compartilhado, não em mero assentimento acrítico a proposições alheias”. Para isso, fomenta espaços de atuação pedagógica que, além de valorizar o seu cotidiano, valorizam diferentes momentos de aprendizagem da comunidade.

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A Educação Cooperativista deve ser pensada de forma estratégica, política e técnica, com uma intencionalidade desenhada a partir de Projetos de Sociedade, mostrando que a cooperação necessita de processos permanentes de formação reflexiva, sendo a educação uma prática indissociável no Cooperativismo Solidário, uma “construção social” inerente aos processos de trabalho autogestionário, elemento fundamental para viabilizar as iniciativas econômicas, ampliar a cidadania ativa e a democrática de um movimento econômico, cultural, ético e societário. As metodologias utilizadas necessitam fundamentar um movimento de engajamento e interatividade, com foco na construção do desenvolvimento alternativo e sustentável, no qual se integram projetos de vida, produção e mercado, ampliando a importância da autonomia e da solidariedade. As estratégias de formação do Cooperativismo, buscam o empoderamento dos sujeitos, construção do conhecimento, e, fortalecimento dos empreendimentos. Neste sentido, a metodologia a ser trabalhada, na execução das atividades, deverá adaptada de acordo com as atividade propostas no Programa, respeitando as especificidades de cada região do País, a diversidade organizacional dos diferentes segmentos cooperativos, prevendo reuniões preparatórias, oficinas de construção, cursos formativos e análise dos resultados, buscando construir práticas que estimulem a participação, envolvimento ativo e a multiplicação dos resultados.

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5. Prioridades organizacionais do Programa O Cooperativismo Solidário tem como estratégia e diferencial, o estímulo à experiências de descentralização e autogestão, priorizando a formação como meio para aprimoramento da capacidade de governança dos cooperados. Neste contexto, o conhecimento é um elemento imprescindível, no entanto, esse processo remete co-responsabilidade, tanto dos educadores, quanto das organizações, no referente articulação de dinâmicas, que viabilizem a multiplicação da formação, nos espaços das cooperativas e nos projetos de vida dos cooperados. Destacamos fundamentos da Unicafes, referentes à temática Educação Cooperativista5: • O Cooperativismo Solidário destaca a formação e educação cooperativista, como uma prioridade, para que este modelo de organização, não represente apenas uma iniciativa econômica, ou, uma obra de natureza caritativa, mas um modelo de desenvolvimento econômico e social, com base nas pessoas... • A Educação é uma ação pensada de forma estratégica, política e técnica, com uma intencionalidade desenhada a partir de um determinado Projeto de Sociedade... • ... é uma ferramenta para o desenvolvimento do homem... fundamental para plantar bases sólidas de uma sociedade autônoma e livre... • ... possui caráter emancipatório, pelo qual se busca aumentar as capacidades e o grau de empoderamento dos participantes... estimulando sua participação ativa, e despertando sua capacidade de análise e de reflexão crítica diante dos cenários... Verificamos que a Educação Cooperativista possibilita aos cooperados, respostas, perspectivas e alternativas para suas dificuldades econômicas. A educação através dos processos formativos, abre espaço para que os atores deste processo, participem da dinâmica e construção cooperativa. Destacamos algumas metas prioritárias propostas às Cooperativas e ás Unicafes Estaduais6. • As filiadas da Unicafes deverão priorizar a organização de programas educacionais próprios, e, articular com instituições e organizações da sociedade civil que atuam na área da educação, formas de interação, reforçando a idéia da cooperação como instrumento de fortalecimento econômico e social... • ... o campo necessita ser visto com um espaço de vida, sendo prioritário o desenvolvimento de processos de ensino no, e, do campo. Para a efetivação da educação do campo como novo paradigma, precisam ser concretizadas propostas de ações que valorizem o campo como espaço de vida, lugar da dialetização da cultura, do saber e da formação de identidades... 5

Artigos 87-95 do Documento Base do III Congresso da Unicafes Nacional. Artigos 320-333 do Documento Base do III Congresso da Unicafes Nacional.

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• ... articular para que na escola seja abordado à temática do Cooperativismo e Economia Solidária, bem como, elaboradas ações de educação para cooperação para os agricultores e as agricultoras familiares ... • ... a necessidade de aprofundamento da parceria com institutos e centros de formação, bem como com universidades que tenham cursos específicos para a Agricultura Familiar e Economia Solidária... • A Unicafes buscará fortalecer a Secretaria de Formação... cujo objetivo principal será o desenvolvimento da educação cooperativista e capacitação do quadro social, funcionários/as e diretores/as de suas associadas. • Os processos de formação serão fortalecidos pela Secretaria Nacional e constituição das Secretarias de Formação em todas as Unicafes... • ... buscará formalização do coletivo de formação como instância consultiva. O trabalho dos coletivos tende a fortalecer as ações da Secretaria de Formação, uma vez que tem o papel de fazer a ponte entre os grupos... • ... desenvolver parcerias com instituições de ensino para estímulo as publicações, e, desenvolvimento de pesquisas voltadas a temática do Cooperativismo Solidário... No geral, a Unicafes tem feito o debate sobre a implantação dos Coletivos e das Secretarias Estaduais de Formação, e, o Programa possui como objetivo fortalecer as ações destas Secretarias, ampliando o debate sobre estratégias e diretrizes desenvolvidas pelas cooperativas na formação do quadro social, objetivando formar novos formadores e multiplicar o número de pessoas envolvidas na organização e fortalecimento do Cooperativismo Solidário. Todas as Cooperativas, Centrais e Unicafes Estaduais necessitam ter pessoas referência no Programa Nacional de Educação Cooperativista. Essas pessoas defenderão a inclusão desta temática nas atividades cotidianas, articulações, eventos externos, e, buscarão construir parcerias para que as atividades sejam executadas de maneira permanente, garantindo que todos os associados, e principalmente, sócios que ocupam cargos diretivos, vivam processos permanentes de formação. Essa referência também deverá motivar as cooperativas a utilizar de maneira sustentável os recursos do "FATES para que este investimento" continue fortalecendo a sustentabilidade organizacional.

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6. Participantes das estratégias do Programa As práticas educativas são componentes importantes dos projetos de desenvolvimento das unidades familiares e das organizações cooperativas, mas o conhecimento necessita ser percebido como parte de um processo em permanente construção, que alterna diferentes tempos e espaços. Todas as pessoas envolvidas com os Cooperativismo Solidário, são convidadas a participar do Programa de Educação, mas "devem ser priorizadas" pessoas que prioritariamente, já estejam "inseridas na governança" das cooperativas, e, na sequência, outras que tenham como projeto de vida, assumir a missão de articular e fortalecer as cooperativas, podendo ser associados, diretores e funcionários, desde que estejam conscientes de que o programa tem como missão incluir ativamente mais pessoas nas cooperativas. Cada segmento da sociedade cooperativa, possui um perfil, com papeis e demandas diferentes, cabendo aos educadores regionais, estabelecer metodologias para boa utilização, construção e multiplicação dos conteúdos temáticos. Os cursos terão objetivo de ajudar os associados na interação cooperativa, facilitando maior vivência dos valores e consciência de ser sócio, e, dono, e, ajudar os diretores a viver a gestão de maneira integrada e participativa, com ações que garantam sustentabilidade socioeconômica. Para formação de associados os cursos necessitam conter metodologia interativa, para que os participantes iniciem aproximação com a cooperativa. Os conteúdos temáticos serão os mesmos utilizados na formação das lideranças já ativas, sendo necessário adequar a linguagem e metodologias, com noções básicas sobre o Projeto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar, papeis na autogestão e controle social, com destaque para busca de inserção dos mesmos na liderança. Na formação de novos dirigentes os cursos poderão ter foco na estrutura de funcionamento e de gestão de cooperativas, cargos estatutários, papeis, responsabilidades e atribuições, instâncias de poder e diferenciais solidários, com metodologias participativas que possam aprofundar debates sobre os valores e princípios do Cooperativismo e Economia Solidária, contribuindo com capacitação de novas direções, gerando capital humano, com condições iniciais para interação com as dinâmicas de cooperação e para inserção no quadro diretivo local.

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Na formação de dirigentes já atuantes os cursos possuem a missão de preparar um grupo de formadores para atuar no Cooperativismo, com participação de lideranças já constituídas. As temáticas podem versar sobre a teoria cooperativista, diferenciais solidários, projeto de desenvolvimento, ambos com metodologias mais elaboradas, objetivando multiplicar o número de pessoas envolvidas a partir da leitura da atualidade, das praticas de luta e persistência da Agricultura Familiar. Na formação de colaboradores e funcionários, os cursos possuem a missão de preparar novos quadros com formação técnica e consciência política, fundamentando as ações internas, e, as estratégias para interação com associados, diretores e demais membros deste modelo organizacional, fortalecendo a noção de que este Cooperativismo é formado por todos, e, portanto, os colaboradores, embora não sócios, são parte deste processo e necessitam "vestir a camisa".

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7. Temáticas do Programa de Educação e módulos formativos Os conteúdos apresentados neste material buscam fundamentar o debate e a construção de respostas para os desafios da conjuntura atual, e, para as problemáticas cotidianas vivenciadas pelas redes cooperativas. No entanto, devido às diversidades organizacionais presentes nas diversas regiões, e, nos diversos segmentos cooperativos, o material não pretende absorver todos os conteúdos que poderão ser trabalhados, mas fundamentar algumas temáticas consideradas prioritárias para o Cooperativismo.

Eixo I - Diretrizes do Cooperativismo Solidário Nesta temática, se trabalha os diferenciais e diretrizes do Cooperativismo Solidário, demonstrando aos educandos a força deste modelo organizacional e os fundamentos que norteiam suas ações diante da base organizada, frentes que devem nortear a fundação e organização de novas cooperativas, mas também fundamentar programa de renovação das Cooperativas Singulares e Centrais com maior maturidade fundacional, sendo mecanismo para construção de alternativas sustentáveis e compatíveis com nosso modelo: I. Organização social: Estimular o crescimento e fortalecimento do Cooperativismo por meio do investimento social, econômico, cultural e ambiental, pautados no desenvolvimento do ser humano. Utilizando-se de processos permanentes e complementares de educação cooperativa, atendendo 100% dos dirigentes, funcionários e colaboradores, e abrangendo no mínimo 15% do quadro social, buscando criar uma identidade social e fazer com que as pessoas se reconheçam e sejam reconhecidas no Cooperativismo Solidário, quebrando com paradigma da individualidade e competição e fortalecer a autonomia e a liberdade. II. Controle Social e Autogestão: Fortalecer os espaços de participação na cooperativa, oferecendo condições para que o quadro social exerça o poder de autogestão nos espaços políticos, administrativos, estratégicos, operacionais e cargos estatutários das cooperativas, centrais e da Unicafes. Valorizando de maneira diferenciada nos processos eletivos, lideranças que vivenciam a Agricultura Familiar e Economia Solidária, buscando aperfeiçoar práticas de transparência nas diversas instâncias do Cooperativismo, garantindo exercício de valores cooperativos. III. Desenvolvimento local sustentável: Promover desenvolvimento local sustentável com estratégias de fortalecimento do Cooperativismo da Agricultura Familiar e Economia Solidária estimulando a dinâmica da horizontalização; fortalecendo mecanismos permanentes de combate á desigualdade social, estabelecendo relações de parceria com os poderes públicos e privados.

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IV. Organização em Rede: Fortalecer a organização e gestão local com estratégias para articulação em rede, constituindo normativas democráticas de acesso ao conhecimento em práticas sociais, culturais, econômicas e políticas, com execução de diretrizes e serviços a serem implantados nas singulares e centrais, para agregação de valor e fortalecimento das iniciativas locais. V- Valorização das relações de gênero, geração e etnia: Valorizar relações inclusivas as relações de gênero e geração com foco na inclusão de mulheres, jovens e idosos, aprofundado formas de interação às diversidades étnicas. VI- Sustentabilidade econômica, social e ambiental: Promover desenvolvimento econômico, amparado pelo respeito à diversidade social e ambiental. Estimular as cooperativas, centrais e associados e construir o desenvolvimento da Agricultura Familiar, com fundamentos sólidos na busca pela sustentabilidade com preservação meio ambiente, priorizando processos produtivos diversificados e agroecológicos. VII- Relações organizacionais do Cooperativismo: Desenvolver estratégias para fortalecimento dos diversos segmentos do Cooperativismo da Agricultura Familiar e Economia Solidária, pautando-se pela relação de respeito à organicidade entre as Singulares, Centrais e Federação. Garantindo a governança, identidade e autonomia cooperativa, não incorrendo em desrespeito aos princípios cooperativos e normatizações definidas democraticamente nos sistemas cooperativos. VIII- Organização e interação cooperativa: Desenvolver ações para organização e fortalecimento cooperativo de sistemas produtivos importantes para fortalecimento da Agricultura Familiar. Buscar permanente interação entre as organizações cooperativas dos diferentes segmentos, como foco no desenvolvimento de ações conjuntas e complementares nas áreas de produção, comercialização, trabalho, crédito, assistência técnica e outras, promovendo constante intercooperação entre associadas e cooperativas. IX- Inclusão e interação Solidária: Implantar mecanismos de inclusão social como diretriz de ação permanente das cooperativas para promoção do desenvolvimento econômico e social, articulando relações entre família e cooperativa, fortalecendo práticas de solidariedade, e ações de cooperação social, político e econômico. X- Público associado: Atuar com a Agricultura Familiar e Economia Solidária. Todos estes podem e necessitam ser aprofundado de acordo com sua dinamicidade local, mas os mesmos são diretrizes institucionais da Unicafes.

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Eixo II – Gestão e governança das Redes Cooperativas O Cooperativismo Solidário fundamenta seus processos de governança na autogestão, princípio que demanda constante processo de educação e formação para qualificação e aprofundamento das diretrizes organizacionais e capacitação dos cooperados e das lideranças que coordenam as diversas iniciativas, pra que possam defender seus diferenciais de maneira autônoma e sustentável. O Programa buscará ampliar processos que permitam reconhecimento das necessidades fundamentais das cooperativas, diante do processo de organização, controle, implantação de ferramentas tecnológicas e outras inovação para ajudar os gestores na tomada de decisões, e busca por bons resultados sociais e financeiros. A formação sobre gestão cooperativa abriga demandas no conhecimento dos diferenciais da gestão cooperativa, com interação entre recursos humanos, e administração. Para tanto, se necessita desenvolver as seguintes atividades: Gestão Participativa. Desenvolver ações de capacitação sobre o modelo organizativo, processos de inclusão social, governança e gestão democrática, realizada com processos profissionalizados, mas participativos, com mecanismos que facilitem e dinamizem a concretização de resultados positivos. Gestão Política. Aprofundar estratégias que permitam a compreensão dos fundamentos deste modelo, com destaque para o papel deste Cooperativismo; Projeto de Desenvolvimento; Diferenciais Solidários; Ambos com busca pela maior conscientização quanto a força deste modelo organizacional. Gestão Financeira. Desenvolver instrumentos utilizados na gestão financeira da cooperativa, apropriando-se de exercícios práticos e aperfeiçoamento de outras ferramentas como software e matriz de monitoramento, assim como, instrumentos de controle financeiro, destacando elementos da sustentabilidade como custo de produção, formação do preços, capital de giro e desenvolvimento social. Gestão Contábil. Trabalhar os diferenciais da contabilidade cooperativa, a questão do enquadramento tributário dos diversos ramos e os procedimentos que podem ser desenvolvidos através do Ato Cooperativo. Gestão de Colaboradores. Aprofundar perfil e papeis da direção e dos colaboradores das cooperativas. Destacando a necessidade de ampla formação política e organizacional, com foco na ocupação de espaço adequado e definição de posicionamentos, sabendo interferir em momentos oportunos visando maior empoderamento das lideranças, com exercício pleno das atividades delegadas pela governança instituída pelos processos cooperativos.

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Gestão do Quadro Social. Trabalhar a definição de sociedade cooperativa, práticas de gestão participativa e mecanismos de gestão e controle social, fortalecendo ações que tenham como pressuposto o desenvolvimento humano, de modo a oferecer oportunidades para que os indivíduos usufruam de suas “liberdades substantivas”, buscando empoderar às pessoas, dando-lhes opções de escolha, de modo que possam participar das instituições e decidir questões de sua existência.

Eixo III - Estratégias para Acesso Ao Mercado. A estruturação produtiva e comercial das Cooperativas Solidárias, tem se apresentado como demanda fundamental para inclusão produtiva, distribuição de renda e manutenção da unidade familiar no campo em condições dignas de vida. O Programa buscará orientar as filiadas para a construção de bases sólidas e fundamentadas em ações mercadológicas que viabilizem seus empreendimentos e possibilite a inserção dos produtos da agricultura no mercado. O acesso ao mercado tem sido um dos grandes desafios das organizações de produtores. Agregar valor com estratégias sustentáveis é um desafio a ser enfrentado para fortalecimento das organizações locais e da articulação em rede. Destacam-se algumas temáticas: • Desenvolvimento de inteligência comercial para as cooperativas, redes de produção e comercialização, a partir de construção e fortalecimento de arranjos econômicos e mercadológicos para inserção das cooperativas no mercado. • Qualificar e ampliar quantitativamente os número de associados com acesso ao mercado institucional e no mercado privado. • Debater sobre diversidade e diversificação produtiva e valorização aos modos e diferenciais de produção das comunidades de agricultores familiares que compõem as cooperativas, bem como suas especificidades regionais, locais e culturais. • Aprofundar desafios e oportunidades do mercado, com destaque as diretrizes e estratégias para atuação local, construção de agroindústrias e marcas regionais, com diminuição de custo, agregação de valor e fortalecimento de marketing regional. • Fortalecer estratégias e fundamentos do Comércio Justo, com fluxo comercial diferenciado, baseado no cumprimento de relações comerciais fundamentadas na transparência e na valorização da diversidade. • Desenvolver estratégias para vencer os principais desafios: A aproximação entre produtores e consumidores, eliminando à figura dos atravessadores; A construção de mecanismos logísticos que aprimorem a forma de distribuição destes produtos; A redução dos custos de comercialização através dos ganhos de escala. • Aprofundar mecanismos para infra-estrutura e estocagem dos produtos com logística para entrega e diretrizes para industrialização, com acesso ás diversas formas de mercado: institucional, feiras, redes e privado.

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• Estratégias para domínio da cadeia, produção, transformação e mercado com aprofundamento da importância das redes regionais e central nacional • Construir estratégias para consolidar este segmento diante do PAA – Programa de Aquisição de Alimentos; do PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar, do SNCJS - Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário, com implantação urgente do SUASA - Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária.

Eixo IV - Inclusão participativa de Gênero e Geração. As mulheres e jovens representam no Brasil um segmento fortemente atingido, por antigos e recentes mecanismos de exclusão social. Indicadores sociais apontam o crescimento da feminização da pobreza, especialmente devido a elementos como a divisão sexual do trabalho e a dificuldade de sucessão familiar nas unidades familiares, vem provocando êxodo dos jovens para área urbana, diminuindo as possibilidades de fortalecimento do setor. Nessa conjuntura, as mulheres e jovens cooperativados buscam ampliar o debate do empoderamento das mulheres e de jovens nas cooperativas. Para desenvolvimento destas ações procura-se desenvolver estratégias para que as cooperativas desenvolvam trabalhos de gênero e geração, contribuindo para a formação/capacitação/qualificação de jovens e mulheres 7. • O Cooperativismo solidário fundamenta-se na equidade de gênero e geração nas suas estratégias de organização interna e representação institucional. As cooperativas filiadas a Unicafes buscarão desenvolver processos que fortaleçam este princípio com ações permanentes junto ás famílias associadas, processos de governança e mecanismos de formação, articulação e representação. • As organizações vinculadas a Unicafes devem desencadear políticas afirmativas visando ampliar a participação e a representação das mulheres nas organizações cooperativas. Destaca-se a realização de estratégias inovadoras que visem facilitar a participação das mulheres e da juventude nas cooperativas. • As cooperativas devem estabelecer metas visando aumentar a participação no quadro social e nos conselhos administrativo e fiscal das cooperativas, planejando estratégia para inserir e atrair os jovens e as mulheres, com Intercâmbios de Negócio e conhecer novas experiências; Programa de Educação para autonomia e independência financeira; Ações de comercialização e crédito, e, debates sobre equidade de gênero e oportunidades para a sucessão Familiar.

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Eixos norteadores do Documento Base do III Congresso da Unicafes Nacional.

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8. Etapas do Programa de Educação Cooperativa Os eixos temáticos desenvolvidos neste material de formação e estudo são expostos como fundamentos, que articulam em torno de si um conjunto de áreas do conhecimento, numa espécie de “grandes objetivos” a serem desenvolvidos, pois, permitem uma proposta de educação ampla e não fragmentada. Os conteúdos a serem abordados em cada eixo e etapa de estudo, bem como os objetivos que se espera alcançar, serão construídos com os participantes e organizações locais, com ações interativas e complementares, por isso, ambas devem ser desenvolvidas numa visão integrada e não de forma isolada. • I Etapa - Elaboração e aprovação do Programa de Formação O Programa de Formação foi desenvolvido e aprovado, a partir de síntese das propostas aprovadas nos Congressos da Unicafes Nacional, e, através de análises realizadas pelo Conselho Administrativo da organização, com desdobramento de ações educativas para o aprimoramento de estratégias organizacionais do Cooperativismo Solidário, com foco na capacitação, fomento e inclusão de multiplicadores, articuladores, e, mediadores das cooperativas. • II Etapa - Seminário Nacional de Formação O encontro nacional define-se como ação fundamentadora das diretrizes de formação, determinando foco das ações, espaços geográficos, linhas de condução e estratégias para obtenção de melhor resultado nas atividades a serem desenvolvidas junto ás cooperativas, com definição eixos a serem aprofundados nas diretrizes temáticas; Elaboração de Programas e Cartilhas de Formação, prevendo aprofundamento destas temáticas nos Encontros Estaduais para adequação de processos de formação e inserção de demandas específicas. • III Etapa - Encontros Estaduais de Formação Os encontros Estaduais possuem foco de diversificação e aprofundamento das ações aprovadas em nível nacional, a partir das especificidades presente em cada Estado, com definição e ampliação do público alvo e definição de diretrizes que favoreçam o desenvolvimento das metas do Programa com participação de resultados satisfatórios ás cooperativas participantes. IV Etapa - Oficinas Coletivo Nacional de Formação As Oficinas Nacionais do Coletivo de Formação do Cooperativismo Solidário, com objetivo debater e aprofundar a execução do Programa de Formação Cooperativista, bem como aprofundar as estratégias de formação continuada nas Unicafes Estaduais, a partir de diretrizes organizacionais, formas de execução do projeto,

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análise das atividades em desenvolvimento, a configuração de estratégias para execução do Programa junto aos diversos estados da nação. • V Etapa - Cursos mezorregionais de formação Os cursos efetivam ações formativas a partir da diversidade regional, tendo como foco desenvolvimento dos módulos formativos, integrando processos de participação e multiplicação nas cooperativas locais, buscando ampliar o número de lideranças conscientes da importância deste Cooperativismo para o desenvolvimento socioeconômico da sociedade e co-responsáveis pela multiplicação da programa junto às cooperativas e comunidades nas quais estão inseridos. O Programa atual poderá ser desenvolvido de acordo com estratégias e cronograma que melhor se adeque a realidade estadual, mas metodologicamente, se propõem que o programa seja executado em 8 (oito) etapas mensais de 1 (um) dia, ou, 4 (quatro) etapas mensais, de 2 (dois) dias, com 2 (dois) módulos de cada temática orientadora, no campo das diretrizes, inclusão de gênero e geração, gestão participativa e acesso ao mercado. Ambas as temáticas orientadoras, poderão ser incrementadas com assuntos e problemáticas estaduais, consideradas estratégicas para o desenvolvimento das cooperativas, sem, no entanto, prejudicar o bom desenvolvimento do Programa de Educação previsto, e, desenvolvido no material orientador. • VI Etapa - Reuniões de análise do Programa O Programa prevê reuniões trimestrais de análise e reflexão sobre as ações e metodologias desenvolvidas durante os cursos; Sobre o nível de participação das lideranças; Sobre a didática e procedimentos utilizados pela consultoria contratada para realizar os processos formativos; Sobre mecanismos e atividades utilizadas para realizar a multiplicação das temáticas desenvolvidas, com análise dos resultado apreendidos pelas cooperativas envolvidas. Esses momentos devem ser desenvolvidos e articulados junto com lideranças da Unicafes Estadual ou de representantes deste espaço de representativo do Cooperativismo Solidário. Os momentos de análise do Programa, também possuem o objetivo de desenvolver propostas inovadoras de formação, prevendo como desdobramento, articulação com outras parcerias no Estado8, buscando manter e aprimorar o desenvolvimento de ações formativas junto às cooperativas. 8

Poderão ser apresentados projetos que garantam continuidade das ações para o SESCOOP Estadual, Departamento da AF; de Economia Solidária, e, para organizações que apóiam este segmento.

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• VII Etapa - Sistematização de Casos de Sucesso Essa etapa prevê sistematizar casos de sucesso desenvolvidos durante o Programa, com registro e posterior publicação de metodologias inovadoras, atividades interativas, mecanismos participativos, ações multiplicadoras, parcerias piloto, envolvimento de parceiros externos, renovação organizacional e outras ações desenvolvidas através das provocações articuladas pelo Programa. Esse material será inserido em banco de dados nacional, do Programa de Educação do Cooperativismo Solidário, com espaço online de socialização das atividades. Bimestralmente o Coletivo Nacional, realizará processo de seleção de iniciativas piloto de educação cooperativa, as quais, serão revistas e publicadas trimestralmente em Revista Nacional, com objetivo de multiplicação às cooperativas. • VIII Etapa - Visitas da Unicafes Nacional O Programa prevê realização de oficinas, cursos e reuniões em vinte Estados do País, com enorme potencial organizativo, metodológico e formativo, mas com possíveis dificuldades operacionais geradas pela diversidade existente entre as regiões e cenários organizacionais presentes no cooperativismo solidário, e, para diminuir estas diferenças, e distâncias culturais e cronológicas a coordenação do Programa Nacional buscará 9 acompanhar as turmas mesorregionais com visitas aos Estados e articulação de processos de interação regional. • IX Etapa - Encontro Internacional A construção da Estratégia Nacional de Formação, buscará promover processos de interação com outras organizações cooperativas, com atuação internacional, buscando agrupar parcerias para execução processos interativos e complementares, entre organização local, nacional e internacional, com construção de políticas de fomento e fortalecimento do Cooperativismo. • X - Etapa - Certificação dos Educandos O Programa de Educação é uma ação permanente do Cooperativismo Solidário, e, para garantir resultados significativos, necessita provocar assimilação desta dinâmica na conjuntura e planejamento das cooperativas. Buscando valorizar a dedicação e compromisso dos participantes, a Unicafes via instituição parceira certificará todos os participantes, conforme carga horária e temáticas desenvolvidas.

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Mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais.

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Síntese geral das etapas do Programa de Formação Metodologia O Programa prevê momentos de análise, construção e multiplicação dos conhecimentos, com atividades realizadas em nível nacional, estadual, regional e local, desdobrando-se em no Programa Permanente de Formação com cursos mesorregionais de formação. Carga horária Os cursos serão compostos por quatro temáticas, dividas em quatro módulos formados por aulas presenciais e práticas, somando 32 hrs por módulo, e, resultando num programa com tempo total de 128 hrs, 64 presencial, e, 64 a distância (momentos previstos como estratégia para multiplicação dos conteúdos). As temáticas e a carga horária prevista nos módulos, poderá ser planejada de acordo com metodologia que melhor se adeque a realidade de cada uma das turmas, desde que não desvirtue o número total de horas previstas, e, não desqualifique ou modifique a ordem dos assuntos propostos pelo Programa. Educador Para realização do Programa, são necessários recursos operacionais e estratégicos, visando boa execução e empoderamento dos educandos: - Na parte operacional estão abrigados ao programa, valores para deslocamento e alimentação dos participantes (recursos para 8 (oito) cursos de 1 (um) dia, com valores previstos para alimentação e deslocamento dos participantes). - Na parte estratégica estão previstos valores para liberação dos tutores/educadores, que terão a missão de moderar aulas presenciais e acompanhar desenvolvimento de ações e atividades multiplicadoras. - Cursos presenciais: O educador deve preparar e moderar os cursos presenciais (4 módulos de 16 hrs presenciais, somando total 64 hrs presenciais10 ). Estes cursos deverão provocar metodologias que facilitem aos educandos, processos de implantação e multiplicação das temáticas. O Educador pode envolver de forma didática e participativa, outras referências e lideranças na moderação dos cursos, mas mediante o Programa, possui total responsabilidade perante as atividades.

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Os módulos presenciais, podem ter distribuição da carga horária planejada de acordo com critérios da turma, mas metodologicamente, sugere-se que sejam executados num espaço mínimo de 15 dias e máximo de 30 dias.

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-Multiplicação: Para acompanhar/assessorar a implantação destas temáticas junto às cooperativas (ou outros espaços definidos), o Programa prevê horas técnicas à serem dedicadas exclusivamente a cada um dos educados, (4 hrs para cada um dos 20 educandos, com no mínimo 2 visitas de 2 hrs, durante o curso, por participante, somando um total de 80 hrs de atividades de aplicação das temáticas). O Programa também prevê recursos para deslocamento até o local definido como espaço para multiplicação das temáticas em curso. Os tutores terão acesso a recursos para deslocamento e material didático. Os participantes terão acesso a recurso para pagamento de diárias de alimentação e deslocamento. Tempo de execução do Programa Os cursos deverão ser modulados ao longo de 6 meses de execução, prevendo cronograma metodológico de 128 (cento e vinte oito) hrs de educação cooperativa, com 64 (sessenta e quatro) hrs de cursos presenciais, e, 64 (sessenta e quatro) hrs extensão (a extensão deve ser realizada individualmente), demandando plano para execução de 40 (quarenta) horas de orientação e atividades supervisionadas de estágio/vivencia dentro das temáticas debatidas nos cursos. Participantes Os cursos de formação terão como público, maior número de participantes possível, sendo no mínimo 25 educandos por turma. Os cursos também devem abranger o maior número de cooperativas possível, garantindo participação descentralizada em nível mesorregional. Ambos os critérios, necessitam ser devidamente analisados para não inviabilizar execução e participação no Programa Formativo. Serão beneficiárias do Programa de Formação, Cooperativas Solidárias, as quais, podem delegar como participantes, funcionários ou associados, devendo ser priorizada a indicação de lideranças que compõem os Conselhos Administrativo ou Fiscal.

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9. Processo de Monitoramento e Avaliação O Programa de Educação e os Cursos de Formação serão analisados e aprofundados, através de encontros permanentes de monitoria do projeto, com participação de diretores, secretarias/departamentos de formação do Cooperativismo solidário. Esta monitoria será aprofundada com processos permanentes de análise e avaliação realizados junto ao Coletivo Nacional e Estadual de Formação. O Processo de Monitoramento e Avaliação das Atividades, pretende possibilitar que durante o Programa sejam observados eventuais dificuldades, e, sejam sanadas executados processos imediatos de resolução dos problemas. O processo de monitoria também pretende garantir mapeamento e orientação aos beneficiários, após o término do projeto, através de ações de continuidade em suas cooperativas. Para tanto, a Unicafes solicitará o envio dos seguintes documentos: • Inscrição de turmas mesorregionais no Programa de Educação, com envio de fichas com cooperativas, pessoas (termos de compromisso), entidades participantes, e, demais documentos solicitados pela Unicafes Nacional. • Protocolo de ata de reunião da direção executiva da Unicafes Estadual, contendo posicionamento da organização, diante do termo de parceria proposto pela Unicafes Nacional, com envio anexo, de termo lavrado, contendo indicação de liderança e educador referência pelo desenvolvimento do projeto de formação. • Plano de ação do Programa, prevendo datas em que serão desenvolvidos as oficinas, cursos, reuniões, e, momentos de visita na Nacional. • Relatório mensal contendo atividades desenvolvidas, com relato dos cursos, fotos datadas, listas de presença a cada curso, com no mínimo 25 participantes, e, relatório síntese das ações de multiplicação desenvolvidas pelos educandos, prevendo no mínimo dois relatos por educando participante do P rograma. • Relatório final contento resultados alcançados pelo programa, com indicadores compatíveis ao plano de ação proposto no plano de trabalho. • Participação em reuniões do coletivo nacional de formação, com envio prévio de informações solicitadas pela coordenação nacional do Programa. • Articulação e participação em reuniões da Unicafes Nacional, com relato do curso e proposição de alternativas para fortalecer o trabalho de formação. • Envio de no mínimo 10 casos de sucesso por turma durante o desenvolvimento do Programa, com abertura para envio de possíveis ajustes propostos pela Nacional.

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10. Cronograma de execução do Programa de Formação • Inscrição das turmas de Formação O Programa de Formação prevê inscrição de 40 turmas em 20 Estados do País, conforme anexo11, para as quais é previsto participação de ao menos 25 educandos por turma, com realização de no mínimo 64 presenciais (cursos teórico práticos sobre as temáticas previstas no caderno de formação, prevendo inserção de mais temáticas específicas de cada turma), e, 64 a distância (processos de multiplicação que serão desenvolvidos a distância pelos educandos, com acompanhamento periódico do educador, com no mínimo 2 visitas por educando durante o curso, conforme previsto no plano de ação). O educador tem a missão de cadastrar a turma junto a Unicafes Estadual/Nacional, com possibilidade de interessados buscarem inserção junto às unidades estaduais, ou pelo contato das cooperativas pertencentes a Unicafes. • Perfil dos educandos O Cooperativismo Solidário é formado por lideranças que vivem este modelo organizacional, portanto, o Programa busca listar em ordem, perfis prioritários para participação nos processos educativos a serem desenvolvidos pelo Programa: 1- Associados de cooperativas que já exerçam cargos diretivos, nos Conselhos Administrativo ou Fiscal das cooperativas associadas na Unicafes; 2- Associados de cooperativas que ainda não exerçam cargos diretivos, mas que possuam predisposição para ajudar a cooperativa nestes papeis. 3- Colaboradores que prestem serviços operacionais, técnicos ou estratégicos para cooperativas, desde que não somem número maior que os demais participantes. Obs.: Os participantes do curso devem ser legitimados pelas suas cooperativas, e, as turmas de formação devem agregar entre os participantes, representantes do maior número possível de cooperativas solidárias. Os participantes também deverão se co-responsabilizar pela participação em todos os módulos, e, pela multiplicação de ações formativas junto ás cooperativas e redes, nas quais são associados, com execução de momento de repasse junto a sua base municipal. Portanto, antes de formar o grupo inicial, deverá se debater estratégias para garantir participação dos educando durante todos os cursos. 11

Verificar anexo - Mapeamento das turmas de formação do Cooperativismo Solidário ano 2013.

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• Inscrição dos educandos Para inscrição dos educandos deve-se organizar banco de documentos contendo termo de participação das cooperativas representadas pelo candidato e Assinatura consciente de Termo de compromisso com o curso. • Perfil dos educadores Os educadores dos cursos deverão se co-responsabilizar pela execução do Programa de Formaçao do Cooperativismo Solidário, demonstrando total interação com os princípios e diretrizes contidos neste documento, e, com as demandas organizacionais previstas no Programa de Formação e nas estratégias definidas no Estado, destacam-se algumas atividades que irão compor o plano de trabalho: • Leitura e aprofundamento do material orientador, Programa de Formação e outros subsídios que orientem o Programa de Formaçao do Cooperativismo Solidário. Participação nos cursos e seminários nacionais, estaduais e regionais como processo de preparação, aprofundamento e análise do Programa de Formação. • Aprofundamento e construção de metodologia das aulas coletivas, e, tutoria dos cursos mesorregionais com utilização de didáticas inovadoras, para participação interativa e, proposição de dinâmicas para aplicação de atividades teórico práticas. • Aprofundamento e construção de metodologia para multiplicação prática dos conteúdos, e, apoio presencial aos educandos na multiplicação das temáticas junto às comunidades locais, cooperativas ou redes de cooperação. • Organização, coleta e arquivamento de mecanismos de avaliação do curso, com listas de presença, materiais produzidos, relatórios mensais, fichas de avaliação e sistematizações trimestrais e anuais, descrevendo resultados do Programa.

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11. Resultados do Programa de Formação O Programa de Formação do Cooperativismo Solidário realizará ações permanentes de formação. Nesta primeira etapa estão previstas ações formativas diretamente relacionadas com 1000 participantes, sendo os mesmos, representados nos encontros de articulação Nacional e Estadual e participantes de 40 turmas continuadas de formação, compostas por funcionários, público composto pelas pessoas que trabalham em cooperativas, seja nos setores internos ou externos; Associados, público composto por Conselheiros das cooperativas e membros do quadro social com maior proximidade das estratégias cooperativas; Familiares de associados, de funcionários e comunidade em geral: Público que poderá participar do projeto, prioritariamente buscando inclusão produtiva de jovens e mulheres no Cooperativismo Solidário. O Programa também pretende beneficiar indiretamente 5000 lideranças cooperativas, os quais terão acesso às revistas síntese do projeto em desenvolvimento e as ações multiplicadoras desencadeadas pelos Cursos de Formação em Cooperativismo, com ênfase na inclusão, gestão e mercado, destacam-se algumas metas almejadas pelo Programa: • Constituir e fortalecer os coletivos de estaduais formação do Cooperativismo Solidário, com desenvolvimento de ações permanentes junto às Unicafes Estaduais, e, desenvolvimento de ações para atender as demandas das cooperativas. • Instituir e fortalecer Secretarias de Formação Estaduais de formação, junto às Unicafes, buscando ampliar o debate sobre a temática junto ao Conselho. • Estabelece processos para melhor utilização do FATES nas cooperativas, buscando ampliar as ações socioeconômicas. • Construir estratégias de lobby para construção de parcerias para replicar o Programa e ampliar as ações formativas na esfera estadual. • Fortalecer o Coletivo Nacional de Formação do Cooperativismo Solidário, com desenvolvimento de ações permanentes de aprofundamento do plano de ação, estratégias de lobby para construção de parcerias para replicar o Programa.

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• Publicar revistas semestrais de formação do Cooperativismo Solidário, elaboradas e distribuídas junto ao público das cooperativas solidárias, com orientação às estaduais de formação e socialização de casos e metodologias desenvolvidas. • Contribuir para viabilizar soluções para as principais demandas das cooperativas na formação e educação politicas e profissional. Para tanto, o Programa pretende atender diretamente 1000 participantes, sendo os mesmos representados nos encontros de articulação Nacional por 40 turmas representantes. • Integrar na dinâmica cooperativa, 40 educadores estaduais buscando ampliar o quadro de assessores deste modelo organizacional, e, constituir ou fortalecer 20 secretarias ou departamentos/coletivos de formação. • Elaborar e executar Programa Nacional e Estadual de Formação Cooperativista em 05 regiões do País, com coparticipação das Unicafes Estaduais e desenvolvimento de Programas Estaduais de Formação de acordo com diversidades regionais. • Elaborar e executar cartilhas temáticas sobre organização de base, inclusão de gênero e geração, gestão cooperativa e acesso ao mercado, com inserção de problemáticas regionais, de modo a atender as demandas das Cooperativas. • Replicar parcerias entre Unicafes Estaduais e Sescoop para ações de formação no cooperativismo dos diversos segmentos e parcerias com Governo Federal e Estadual, aprimoradas para execução de políticas de fomento e fortalecimento do Cooperativismo. Vimos que a Educação Cooperativista é de extrema importância, que não é possível implementá-la sem esforço, e dedicação e que são necessários a colaboração e o apoio de outras pessoas para que esta seja permanente. O trabalho de educação nas cooperativas é tão importante que, sem ela, a cooperativa não se desenvolve plenamente. Portanto, um cooperado educado adequadamente dentro dos princípios e valores cooperativistas estará apto a contribuir com suas opiniões e ideias atuando ativamente na sua cooperativa, expondo seus pontos de vista e experiências, tendo, assim, responsabilidade no desenvolvimento da cooperativa, sabendo exercer seus deveres e exigir seus direitos e participar em todos os momentos da vida da mesma, ajudando em sua constante melhoria.

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Cooperativismo Solidรกrio: Desenvolvimento com Inclusรฃo Social.

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União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária

Parceria

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