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Figura 16 - Parte interna do Heydar Aliyev Center

Figura 16 - Parte interna do Heydar Aliyev Center

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Disponível em: <https://www.anualdesign.com.br/images/blog/anualdesignnovo-projeto-polemico-de-zaha-hadid-20140703121138.jpg> Acessado em 14/06/2021

3.2.1. Identificação e descrição

No artigo publicado por Max Andrade e Regina Coeli Ruschel, eles fazem um estudo detalhado sobre 6 (seis) projetos baseados na modelagem generativa e arquitetura performativa.

Tabela 1 - Identificação e descrição dos projetos

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

3.2.2. Classes do projeto

Os autores do artigo apresentam uma separação de categorias utilizadas nos projetos para análises comparativas: geometria, forças usadas na geração da forma, técnicas, ferramentas, interoperabilidade, colaboração e nível de automação. Após as

análises, foi feita uma classificação das principais categorias de projeto performativo, e em seguida reflexões sobre o modelo. Geometria

De acordo com o quadro criado pelos autores, é possível observar que dos seis estudos de caso, 3 se utilizam de forma inicial, a “geometria básica”, e três utilizaram o “partido arquitetônico”.

Tabela 2 -Comparação de geometria

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

A reflexão feita sobre os dados é que o Modelo Performativo parte de um espaço de soluções. “Ao iniciar com um partido arquitetônico o espaço de soluções é reduzido, e a forma otimizada apresenta semelhanças formais com a forma de origem. Se for inicial de uma geometria básica, a forma que resulta pode apresentar uma morfologia diferente. Porém ainda mantém um “padrão genético” comum.” (ANDRADE, COELI, 2014).

Forças

Ao comparar as principais forças utilizadas para gerar a forma, o principal fator de desempenho para a geração nos projetos estudados se deu pela carga estrutural.

Tabela 3 -Comparação de forças

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

As forças consideradas quantificáveis (carga estrutural, luz natural, acústica, térmica) foram utilizadas diretamente nos programas computacionais, pois podem ser convertidas em dados numéricos. O programa e a perspectiva do lugar, por exemplo, por serem não quantificáveis, foram consideradas como regras, restrições ou condicionantes, reduzindo o espaço de soluções que possivelmente poderiam ser geradas ou otimizadas pelos programas de geração e otimização da forma.

Técnicas

Quatro das técnicas comparadas foram utilizadas em todos os 6 estudos: modelagem paramétrica, prototipagem, scripting e análise de elemento finito. A modelagem paramétrica utilizouse principalmente nos estágios de representação e geração da forma. A prototipagem, segundo os autores, que era utilizada exclusivamente na representação, serviu para avaliações das soluções durante os diversos estágios de amadurecimento da forma. “Embora o scripting não esteja associado a uma técnica específica, mas sim a uma habilidade, em diversas situações de projeto, empregaram-se scripts associados a programas computacionais para geração, avaliação (simulação), otimização/desempenho e mesmo representação da forma.” (ANDRADE, COELI, 2014). A Análise de Elemento Finito (FEA) foi utilizada nos estágios de avaliação (com análise e simulação) e serviu como dado de entrada na otimização/desempenho.

Tabela 4 -Comparação de técnicas

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

Ferramentas computacionais

Na comparação entre as ferramentas computacionais, ou softwares, o Rhino 3D + Grasshoper é o mais utilizado para a geração da forma, sendo inclusive o software utilizado para a realização do projeto neste trabalho. Para os esboços, foram utilizados Rhino 3D, AutoCAD e 3D Max.

Tabela 5 -Comparação de softwares

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

“Para todas as unidades-caso foram usadas soluções computacionais que exigiram do profissional capacidade avançada em programação computacional, seja na customização de softwares disponíveis no mercado, seja no desenvolvimento de novas ferramentas computacionais. Em muitas situações a solução gerada só foi possível graças ao uso de novos softwares desenvolvidos dentro do escritório (ou em parceria com universidades) para resolução de projetos vinculados à otimização da forma.” (ANDRADE, COELI, 2014).

Interoperabilidade

Na interoperabilidade (capacidade de um sistema se comunicar de forma transparente com outro sistema) se observa que um dos principais problemas ocorreu na passagem do modelo, do software utilizado na geração da forma para o software de modelagem digital da informação do edifício. Dos estudos de caso, apenas um deles, o projeto do Smithsonian Courtyard Enclosure, utilizou programa único.

Tabela 6 -Comparação de interoperabilidade

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

O projeto do Smithsonian Courtyard Enclosure levou vantagem pelo fato de estar trabalhando em uma plataforma única integrada com a produção por meio de um software desenvolvido no escritório de Foster + Partners, denominado de Geometry Method Statement com Mechanical Desktop associado a um programa em AutoLISP.

Com o uso de softwares como o Rhino + Grasshopper, por exemplo, foi possível substituir a tarefa de reconstrução de modelos para a de desenvolvimento de algoritmos que pudesse servir para transformar o modelo num formato utilizado na produção.

Segundo os autores, os principais formatos utilizados na troca de informação entre os modelos e na documentação foram: 3DS, 3DM, DWG, DXF, DOJ, PDF, XLS, STL e IFC.

Colaboração

Em alguns projetos, a colaboração entre equipes de engenharia e arquitetura eram iniciadas ainda na etapa conceitual, outras, após a concepção arquitetônica.

A forma arquitetônica nessa realidade deixa de ser de propriedade do arquiteto para ser resultado de um processo colaborativo entre projetistas, que, com base nos seus conhecimentos (de várias especialidades), e buscando a otimização de certos desempenhos, geram a forma.

Tabela 7 -Comparação de colaboração

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

Automação

Tabela 8 -Comparação de automação

Nota: A (avaliação), O/D (otimização/desempenho), P (projetista), R (representação), G (geração); seta contínua (ligação explícita), seta tracejada (ligação implícita), retângulo tracejado (interação não-digital). retângulo verde (interação digital que gera representação digital), retângulo cinza (interação digital que gerada por mecanismo) Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

De acordo com os modelos designados por Oxman (2006) se fez uma tabela comparando os processos e relações dos estudos de caso.

“Nas situações em que existe uma ligação explícita com um fluxo de informação automático, entre todos os componentes do projeto digital, o processo torna-se automatizado e a interação do projetista deixa de ser com um meio não digital, com um esboço digital, com um desenho digital (projeto baseado no CAD) ou com um modelo digital (projeto baseado num modelo de informação da construção, usando um software de autoria BIM), e passa a ser com uma representação digital gerada por um mecanismo (nesse caso o projetista interage com uma estrutura digital gerada por um mecanismo de acordo com um grupo de regras ou relações predefinidas), ou por um ambiente digital que gera um mecanismo digital (nesse caso o projetista interage com um mecanismo computacional que gera uma representação digital). Esse caso é representado pelo modelo número 7 do Quadro 8.” (ANDRADE, COELI, 2014).

“Nos modelos 3, 4, 5 e 6 do Quadro 8 a sequência de decisões ocorreu de modo semi automatizada, pois o fluxo da informação entre os componentes, durante uma sequência de decisões, não era completamente automatizado e a interação do projetista com um componente (modelo 4, 5 e 6) ou dois componentes (modelo 3) se deu de modo manual, por meio

de uma interação implícita, baseado num conhecimento não formalizado.” (ANDRADE, COELI, 2014).

“Nos modelos 1 e 2, a sequência de decisões ocorreu de modo manual, pois não existiu nenhum tipo de ligação explícita entre dois ou mais componentes do projeto digital. No modelo 1, a sequência de decisões baseou-se num conhecimento implícito por meio de uma interação direta do projetista com as quatro classes de componentes das atividades de projeto tradicionais. No modelo 2, a interação do projetista com a representação se deu por meio de esboço digital, desenho digital ou modelo digital.” (ANDRADE, COELI,2014).

Após as análises, foi concluído que os processos de geração da forma são essencialmente semi automatizados, com sequências de decisões automatizadas (em alguns casos), sequências manuais e sequências semiautomatizadas.

3.2.3. Classificação dos modelos

Os autores do artigo também criaram uma tabela para representação das diferentes classificações dos modelos performativos, agrupando por algumas similaridades. Com relação ao desempenho desejado, observou-se que em todos os métodos a carga estrutural (CE) estava entre as principais forças que conduziam o processo de formação. Outro desempenho desejado era o programa arquitetônico (PR).

Tabela 9 -Classificação dos modelos performativos

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

“Visando estabelecer uma divisão mais precisa das duas subclasses apresentadas, fez-se uma nova classificação delas com base nas similaridades e diferenças, apresentado na tabela 10 (página 39). O que se observou foi que os métodos 3, 4 e 5 são métodos de otimização (transformação, mudança) de uma forma preestabelecida num partido arquitetônico. Os métodos 1, 2 e 6 são essencialmente métodos generativos. Por meio de diretrizes formais, expressas por certas formas básicas, mecanismos guiam o processo de geração da forma visando um desempenho desejado.” (ANDRADE, COELI, 2014)

Tabela 10 -Subclasses dos modelos performativos

Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

As duas subclasses foram denominadas de Modelo Performativo Baseado na Otimização e Modelo Performativo Baseado na Geração. No primeiro, o Modelo Performativo pode ser considerado como um modelo de otimização. Baseado nos autores do artigo, a forma do edifício é resultado de requisitos de desempenho em vez de preferências formais predefinidas. “No Modelo Performativo Baseado na Geração, dados de simulação de desempenho guiam os processos de formação do objeto de modo a gerar uma nova forma por meio de uma forma previamente estabelecida. Nesse caso, durante sequências de decisão, o projetista vai interagir com mecanismos digitais que vão definir a forma (geração, com base em uma forma de referência), representá-la digitalmente, avaliá-la e otimizála, por meio dos módulos geração, representação, avaliação e otimização/desempenho. É um processo que inclui ciclos completamente automatizados.” (ANDRADE, COELI, 2014).

No Modelo Performativo, ocorre uma mudança na estrutura de projeto que passa de um processo de Geração > Avaliação > Otimização/ Desempenho para um processo que antecipa a otimização. No modelo CAD, (Figura 17a) a forma gerada é avaliada, e modificada de acordo com a avaliação. No modelo Performativo o desempenho interfere diretamente na formação do projeto, modificando a forma já definida (Figura 17b), ou gerando uma nova forma, com geometria básica (Figura 17c).

Figura 17 -Modelos de projeto digital

Nota: a) modelo convencional CAD; b) modelo performativo baseado na otimização; c) modelo performativo baseado na geração Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/13.150/4587> Acessado em 14/06/2021

Os estudos mostraram que esse processo de gerar a forma vem do uso simultâneo de várias técnicas, manuais ou digitais. A reflexão final feita pelos autores, é que o processo de geração da forma, nesse tipo de projeto, é uma atividade essencialmente colaborativa entre arquitetos e engenheiros estruturais, cada um dos quais contribuindo mais ou menos no uso de uma técnica ou outra. A participação dos arquitetos se deu majoritariamente ao manuseio de técnicas manuais, e os engenheiros à técnicas automatizdas, embora não seja regra. Os autores (ANDRADE, COELI, 2014) citam que: “os arquitetos usam um pensamento mais subjetivo, com um julgamento pessoal, com base numa subjetividade e num conhecimento empírico, os engenheiros baseiam seus pensamentos em conhecimentos formais, com uma prática de projeto baseada apenas naquilo que pode ser calculado.”

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1 44 PROPOSTA PROJETUAL 4.1. Estudo da área 4.1.1. Localização 4.1.2. Análise do terreno 4.1.3. Percepção da análise 4.2.Proposta 4.3. Programação 4.3.1. Estrutura metálica 4.3.2. Pilares 4.3.3 Aberturas e fechamentos 4.3.4 Análise solar Introdução Design generativo Processo digital na arquitetura 3 2 4.4. Projeto

PROPOSTA PROJETUAL

4. Proposta projetual

A proposta deste trabalho é entregar um ensaio projetual de uma cobertura, modelada a partir da tecnologia abordada. A área escolhida para a colocação desta arquitetura, foi a Praça dos Namorados, localizada na cidade de Vitória, Espírito Santo, pois foi notado o quanto a Praça tinha seu potencial pouco explorado, em épocas de chuva ou sol intenso.

4.1 Estudo da área

4.1.1 Localização

O terreno utilizado para o projeto está localizado na cidade de Vitória, a capital do estado do Espírito Santo, com grande movimento noturno, seja com praças e feiras, ou bares e restaurantes. Divide a fronteira com Serra ─ e através da Baía ─, Vila Velha e Cariacica. Com um território de 97,123 km² (IBGE, 2021) é uma das menores cidades do estado, mas a quarta cidade com mais habitantes, e possui a maior densidade demográfica do estado (IBGE, 2021).

Figura 18 - Mapa do Espírito Santo

Fonte: Autora, baseado em dados disponíveis em: < https://geowebgeowebvitoria.hub.arcgis.com/> Acessado em 02 de agosto de 2021.

O terreno de estudo será a Praça dos Namorados, localizada a alguns metros da Praça dos Desejos, e a Praça da Ciência. Está inserida no bairro Praia do Canto, tendo vista para a praia e acesso. Ao seu sul, encontra-se um Bob’s, que dá acesso a alimentação nos horários em que não há feiras na praça. Temos também um estacionamento de carros utilizados pelos visitantes (Figura 20), e um bicicletário (Figura 21). Ao norte, encontra-se a marina do Iate Clube do Espírito Santo (Ices), e seu estacionamento (Figura 19). Ao leste, a praia, e a oeste, prédios residenciais e comerciais de até 17 pavimentos. Diariamente, a Praça dos Namorados recebe moradores e turistas, durante a semana, aproveitam seu espaço amplo, quadras esportivas, pista de skate e ciclovia, para praticar esportes enquanto apreciam a vista. feira conta com 194 expositores, sendo 145 de artesanato e brinquedos de diversão e 49 na área de alimentação. (PMV, 2019)

Figura 19 -Rua de estacionamento da Marina Figura 20 -Estacionamento do Bob’s

Fonte: Google Street View, acessado em 28/10/2021 Fonte: Google Street View, acessado em 28/10/2021

A Praça tem seu movimento intensificado nos finais de semana, pois acontece a Feira de Artesanato e Artes, onde pode-se encontrar artesanatos locais, e comidas típicas. Com mais de 20 anos de tradição, a

Figura 21 -Bicicletário de bicicletas de aluguel

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 22 -Vista de cima da Praça dos namorados

Fonte: Google Maps acessado em 28/10/2021, adaptado pela autora

O bairro possui em sua maioria, edifícios residenciais, com um alto índice populacional, sendo o terceiro bairro mais populoso de Vitória, com 15.147 habitantes (IBGE, 2010). O local é movimentado durante a noite, com bares, restaurantes, e atividades pela orla.

Apesar de já existir bastante movimento na praça, e ter um suporte de estacionamento, bicicletário, uma vista convidativa em uma localização privilegiada, um problema é a falta de cobertura. o que impede sua utilização em dias de chuva e em horários de sol intenso.. Existe uma movimentação à noite, principalmente nos finais de semana, de feiras de artesanato, comida, artes, entre outros, na praça, o que convida muitos visitantes.

4.1.2 Análise do terreno

O terreno da Praça, localizado próximo a praia, tem pontos positivos a seu favor, por ter boa ventilação.

Figura 23 -Mapa de uso do solo

Fonte: Autora, baseado em dados disponíveis em: < https://geowebgeowebvitoria.hub.arcgis.com/> Acessado em 07/08/2021.

Figura 24 -Análise ambiental

Fonte: Autora (2021)

O sol da manhã abrange toda extensão da praça, e como pode ser visto na figura, não há edificações suficientes para criar sombras protetora ao sol da tarde. Sendo assim, a praça tem o dia inteiro de sol, limitando as atividades que poderiam ocorrer durante o dia, pois é bem desconfortável para aqueles que gostariam de praticar algum exercício físico na região, ou apenas passar o tempo.

As árvores ajudam, mas não abrangem toda a área. São

poucas as árvores que criam sombras significantes, visto que há palmeiras na região. A maioria das árvores também se encontram nas bordas da praça, o que ajuda a passagem de pedestres e ciclistas, mas não os convida a entrar no local.

Figura 25 -Análise de atividades

Fonte: Autora (2021)

A maior atividade na área é de prática de atividades esportivas, e turismo. As atividades se realizam nas quadras esportivas na praça, contendo vôlei e tênis, e na pista de skate.

Com a visita ao local, alguns aspectos foram considerados.

Figura 26 - Direção das vistas

Fonte: Autora (2021)

O primeiro ponto observado, foi o estacionamento. Como foi observado anteriormente, existem vagas na marina, mas o estacionamento mais utilizado é o do Bobs, até porque algumas pessoas aproveitam para utilizar o local, consumindo ou por levarem as crianças para brincarem em seu parque privado.

A pista de skate ao lado, muito utilizada por jovens, também atrai o público e deixa o local um pouco mais descontraído e seguro, por trazer vitalidade ao local.

Figura 28 - Vista 1

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 30 - Vista 3

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 29 - Vista 2

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 31 - Vista 4

Fonte: Acervo da autora (2021)

As figuras (28 à 35) mostram um pouco das opções de atividades esportivas baseados em equipamentos existentes na Praça. A figura 32 mostra o local onde se concentram crianças, com opções de brinquedos diferenciadas. A figura 33 mostra um dos pontos de ônibus presentes na Praça.

As outras fotos, mostram de forma geral como ocorrem as feiras. Existe um núcleo de mesas e cadeiras, onde as pessoas se reúnem para consumir os alimentos comprados nas barracas, que geralmente ficam em volta deste núcleo. Fora da concentração de mesas, existem outras barracas, não focadas em alimentos, mas sim, em artes, artesanato, roupas, acessórios, entre outros.

Figura 32 - Vista 5

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 33 - Vista 6

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 34 - Vista 7

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 35 - Vista 8

Fonte: Acervo da autora (2021)

Figura 36 - Vista aérea da Praça dos Namorados

Fonte: Google Street View (2018), acessado em 25/10/2021

Na figura 36, percebemos melhor como ocorre a organização dessa praça, mesmo que tenham tido algumas pequenas mudanças com o tempo, mostradas adiante.

4.1.3 Percepção da análise

Como dito anteriormente, falta de um local coberto faz com que o movimento não exista durante chuvas, e seja no mínimo desconfortável durante a tarde em horários e estações mais quentes, o que atrapalha a renda dos comerciantes. Desta forma, a proposta é trazer uma área coberta para melhorar o espaço já habitado e já existente. marina, mas ali, percebe-se um denominado ‘ponto cego’, que seria um local onde durante a noite, é escuro, vazio, e deserto. Por isso, busca-se aumentar esse fluxo próximo a marina, para que intensifique o fluxo de pessoas na área.

No meio, marcado com cículo roxo, são onde hoje, se concentram as mesas, um pouco diferente de como mostra a figura 36 (p. 60), fotografada em 2018.

Figura 37 - Mapa de fluxos

Fonte: Autora (2021)

Foi identificado na visita, alguns pontos que definiram a forma da cobertura. Por exemplo, o fluxo de entrada, por mais que a praça seja aberta e tenha entrada por todos os lados, os pontos mais usados são o caminho vindo das quadras, em direção para as feiras, e o caminho saindo do ponto, na rua principal. Existe um fluxo de entrada na praça próximo ao estacionamento da

4.2 Proposta

A proposta é criar uma cobertura para que durante o dia, sejam possíveis realizar atividades físicas no local, trazendo conforto para permanência no local, e a passagem. Também trazer novas possibilidades de usos, e equipamentos que podem ser utilizados no local, afinal, a praça tem um amplo espaço, que comporta grande quantidade de pessoas. E para que durante a noite, em casos de chuva, possibilite que aconteça as feiras normalmente, afinal, em tempos chuvosos, os comerciantes são impedidos de trabalhar, pela falta de cobertura para eles, e a de um local para que os visitantes possam sentar e consumir.

A ideia inicial foi uma cobertura que trouxesse a maior área de sombra possível durante o dia, mas que tivessem aberturas para que ainda entrasse alguma iluminação.

Figura 38 -Delimitação da forma

Fonte: Autora (2021)

Foi definido inicialmente, onde seria coberto, dessa forma, todas as mudanças que o programa fizesse seria delimitado por essa forma definida pelo programador. A partir dessa forma, foram criadas diferentes alturas a partir dos pontos de controle, para que a altura da cobertura variasse por seu percusso.

Figura 39 - Visualização dos pontos de controle

Fonte: Autora (2021)

4.3 Programação

Figura 40 - Código final

Fonte: Autora (2021)

4.3.1 Estrutura metálica

A figura 41 mostra o código finalizado, e neste subcapítulo, será mostrado o que foi feito para chegar em tal resultado.

O primeiro passo para a criação da forma, foi a definição da forma da grelha metálica. A forma criada no Rhinoceros é trazida ao Grasshopper, dessa forma, consegue-se programar para que as alterações feitas sejam delimitadas apenas dentro da forma escolhida pelo projetista.

Como não se tem uma forma retangular, a estrutura também não seguiu uma linha padronizada, e sim uma forma orgânica, que pode ser visualizada na figura 42 (p.64).

Figura 41 - Código da estrutura metálica

Fonte: Autora (2021)

Figura 42 - Visualização da definição da estrutura metálica

Fonte: Autora (2021)

4.3.2 Pilares

Após a definição da estrutura metálica, focou-se em definir os pilares. Os modelos criados são de pilares em árvore, com o topo definido a partir de pontos da grelha que o programa encontra, assim, os pilares são sempre conectados nas extremidades das formas, não importando suas dimensões. A base, por sua vez, foi definida a partir de pontos encontrados no piso, em paineis triangulares, de forma que os pilares tenham sempre a mesma distância entre si, ou uma distância mínima.

Figura 45 - Visualização da criação dos pilares

Fonte: Autora (2021)

O programa nos possibilita algumas formas diferentes para definir a localização dos pilares, ao utilizar o Galapagos, podese através dos códigos já criados, deixar que o programa nos dê outras opções de localização, onde novamente, entra o papel do arquiteto. O programa nos dá opções, que são lógicas e calculadas, mas através do olhar do arquiteto, pensandose na estética e na humanização do local, é possível cruzar informações e chegar no melhor resultado possível.

Figura 43 - Definição da localização dos pilares

Fonte: Autora (2021)

Figura 44 - Definição do topo dos pilares

Fonte: Autora (2021)

4.3.3 Aberturas e fechamentos 4.3.4 Análise solar

O próximo passo foi definir as áreas de abertura. Afinal, a intenção é ter algo coberto, mas que ainda possibilite a entrada da luz.

Os materiais utilizados para o fechamento da cobertura foram a Lona Vinílica, ou Tecido Acrílico, para que tenha a proteção solar necessária, e também Policarbonato, para que tenha iluminação em partes da cobertura.

Com um número mínimo definido de aberturas na cobertura, é também possível realizar uma análise solar após a cobertura ser definida, de maneira a tentar minimizar a quantidade total de horas, mantendo sempre um mínimo de aberturas, e também de fechamentos em policarbonato.

Figura 46 - Definição das aberturas

Fonte: Autora (2021)

Figura 47 - Visualização das aberturas

Fonte: Autora (2021) Lona vinílica

Policarbonato

Utilizando o Plug-in LadyBug, foi possível realizar uma análise das horas de sol na Praça, após a implantação da cobertura.

Figura 48 - Código do LadyBug

Fonte: Autora (2021)

Com o LadyBug, foi possível definir o período de análise, no nosso caso, durante todo o ano. Foi utilizado

o arquivo solar da cidade de Vitória, disponibilizado pelo próprio site do Plugin.

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

A partir do resultado encontrado pelo LadyBug, com a ajuda do Galapagos, foi realizada uma análise de forma a tentar minimizar as horas de sol, aumentando então, a sombra criada pela cobertura.

Figura 49 - Interface do Galapagos

Fonte: Autora (2021)

Figura 50 - Perspectiva da análise feita pelo LadyBug

Fonte: Autora (2021)

Figura 51 - Horas de sol

Fonte: Autora (2021)

4.4. Projeto

As imagens renderizadas do projeto foram feitas pelo software Lumion, com a intenção de demonstrar possíveis usos e a implantação da cobertura na praça. As árvores existentes foram consideradas, e novas vegetações foram adicionadas nas imagens. Os pilares representados são apenas a propósito de representação de iluminação no local.

Figura 53 - Vista do observador: renderização 3D do Lumion

Fonte: Autora (2021)

Figura 52 - Imagem vista de cima: renderização 3D do Lumion

Fonte: Autora (2021)

Figura 54 - Vista do observador: renderização 3D do Lumion

Fonte: Autora (2021)

Figura 55 - a-d: Vista do observador, dentro da praça: renderização 3D do Lumion

Fonte: Autora (2021)

Figura 57 - a, b: Vista do observador, dentro da praça, a noite: renderização 3D do Lumion

Fonte: Autora (2021)

Considerações finais

A arquitetura generativa já é usada em nível mundial, mas tão pouco explorada no mercado quando comparada às outras tecnologias que também foram abordadas no trabalho. É interessante trazer esse conhecimento nesse trabalho, para que se abra a discussão sobre a importância de explorar o método em sala de aula.

O sistema estudado traz a oportunidade de melhorar a otimização no projeto, quando se tem a possibilidade de avaliar vários pontos de performance simutaneamente, e modificar o projeto através disso. Através de toda a análise, é uma ferramente excelente para a velocidade em que tudo é processado e avaliado, reduzindo o tempo utilizado normalmente para modelagem de projeto. É importante relembrar que o arquiteto participa de todo o processo, e é o responsável pela forma final do projeto.

Entender os processos realizados, o método, como funciona cada etapa, e conseguir produzir e atingir o objetivo na prática, através desse aprendizado, é algo recompensador.

Referências

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