Revista Hypica

Page 1

EDITORIAL

RESILIÊNCIA E DISPOSIÇÃO

Prezado leitor, O ano de 2023 começou e é com enorme satisfação que trazemos mais uma edição da Revista Hypica Sports. Voltada especialmente para o mercado equestre, a 5ª edição traz histórias com muita garra, dedicação, resiliência e paixão por esse universo, além de claro, as melhores dicas para viagens e novidades do setor. Diretamente da parte serrana do Rio de Janeiro, nosso cavaleiro da edição, Marcello Ciavaglia conta mais sobre sua história de superação e planos futuros que almeja. Para homenagear e recordar os 70 anos de reinado da rainha Elizabeth II, fomos a fundo na história da monarca e resgatamos a sua paixão pelos cavalos, que se estendeu até seu último dia de vida. Você já ouviu falar sobre a prática do Safari a Cavalo? Essa é a nossa dica de viagem para aqueles que estão organizando um momento de tranquilidade em meio a vida selvagem, acompanhados de seus belos alazões. Diretamente da Europa, João Victor de Oliva fala sobre a paixão que o acompanha desde cedo e que o fez se tornar

medalhista de competições mundiais importantes, sendo um dos principais nomes do Brasil no adestramento. Assim como em outras edições, a técnica do hipismo é um assunto que marca presença em nossa revista e, nesta você entenderá sobre a diversidade de embocaduras, sobre a importância do piso de hipismo e o conceito de doma racional, uma prática que vem crescendo de forma exponencial dentro deste universo.

Para falar sobre o Mundial de Hipismo do CCE, Carlos Parro e Marcelo Tosi, marcam presença na edição e comentam sobre a competição e os próximos passos a serem tomados. Com exclusividade, trazemos um panorama geral de como foi a II Clínica Mayara Guião, com presença de Marcello Ciavaglia e Stephane Daube. Um mundo de informação te espera nas páginas a seguir!

Tenha uma ótima leitura!

Equipe Hypica Sports

3
EXPE DIENTE
Juliana Rangel Comunicação
Rangel
Vítor Neves
Ferreira
e Projeto Grá co: Monica Gularte ÍNDICE 16 MARCELLO CIAVAGLIA PISO PARA CAVALOS 4 VAMOS VIAJAR 26 18 06 MERCADO DE SÊMEN CLÍNICA MAYARA GUIÃO
Direção: Ricardo Guggisberg Apoio de Conteúdo Mayara Guião Marketing Digital: Letícia Cervi Jornalismo:
Diretora:Juliana
Repórter:
Repórter: Isadora
Diagramação
OS CAVALOS DA RAINHA ÍNDICE 47 58 69 36 EMBOCADURA CENTROS HÍPICOS JOÃO VICTOR OLIVA 5 53 MURAL DOS CAVALEIROS

CAVALEIRO DA EDIÇÃO

SUPERAÇÃO E DETERMINAÇÃO FAZEM PARTE DA HISTÓRIA DE MARCELLO CIAVAGLIA

Hoje ele é vice-campeão do torneio de saltos de 2019 e sonha em se tornar um cavaleiro olímpico

Uma prática comum dentro do hipismo são os cavaleiros e amazonas começarem as suas atividades bem cedo, por in uência dos pais ou avós que geralmente já praticam o esporte, mas esse não foi o caso de Gerônimo Marcello Viana Ciavaglia. Nascido em 1977, na Praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, se tornou vice-campeão do torneio de saltos de 2019 e teve uma infância diferente das outras crianças. Com apenas 7 anos, Marcello enfrentou juntamente com seus pais, um processo de divórcio, momento que foi morar com seu pai na parte Serrana do Rio de Janeiro. Sua família possuía um baixo poder aquisitivo, como comenta, e por isso seu início no mundo equestre se deu através da amizade entre seu pai, Décio Antônio Ciavaglia e Hugo Amaral, personalidade conhecida no meio hípico do Rio de Janeiro, após o progenitor começar a trabalhar como tratador de animais. “Eu comecei a montar no Centro Equestre Hugo Amaral, e ali, depois de uma amizade desenvolvida entre meu

pai e o próprio Hugo, eu comecei a montar de graça. Essa fase inicial foi muito boa, eu tive muito apoio dos meus pais e da minha mãe, Dulli Viana” relembra Ciavaglia, que mantinha aulas gratuitas no Haras. O cavaleiro que hoje tem 45 anos, no começo possuía medo do animal, mas com o tempo, percebeu que se dava muito bem no esporte mesmo não tendo nenhuma in uência anterior, ou pelo menos achando que não tinha. Aos 30 anos, em uma conversa de almoço, sua avó materna, Maria Cândida Tereza Viana, revelou que seu avô, Jerônimo Viana, domava animais que eram considerados “indomáveis” na época. “Minha avó disse 'o seu avô, ele ia nas fazendas para comprar os burros e as mulas que ninguém conseguia domar’. Ele comprava, porque conseguia domar, e depois vendia, ou seja, eu tenho esse laço. O curioso é que no meu início de carreira, eu me destacava justamente porque conseguia montar os cavalos mais bravos, sabe? Eles cavam mais calmos comigo, então isso foi uma coisa herdada mesmo”, conta Marcello.

Cavaleiro

UM COMEÇO MARCADO POR DIFICULDADES

Marcello Ciavaglia é um cavaleiro pro ssional, especializado na modalidade de salto e, mesmo passando por um início muito bom, com apoio familiar e de amigos, teve alguns momentos de di culdade em sua carreira.

A partir dos 17 anos, Marcello conta que as coisas começaram a se di cultar, pois muitas portas se fecharam e as pessoas não queriam dar uma oportunidade para ele, talvez pelas suas condições, segundo o cavaleiro. “Dos 17 até os 30 anos, digamos assim, foi bem difícil porque as portas não se abriam muito não, as pessoas não me davam muita chance, talvez pelo meu per l físico e social não ser compatível com o próprio esporte”, recorda o cavaleiro que hoje

fala cinco idiomas (português, inglês, espanhol, francês e italiano). Mesmo com as di culdades, principalmente em relação a conseguir um suporte nanceiro, um patrocinador ou um cliente que realmente o desse cavalos para montar, Ciavaglia sempre dedicou a sua vida ao mundo equestre. “Mesmo com as di culdades, com 18 anos eu voltei a morar no Rio e montei para o Hélio Pessoa, tio do Rodrigo Pessoa. O Hélio me deu muito apoio, junto com um cavaleiro que montava no Fazenda Clube Marapendi, o Hércules Gadelha. Ele me deu muita força, muito apoio. Eles eram pro ssionais que precisavam de um cavaleiro e eu conseguia me encaixar nesse per l”, relembra Marcello.

O cavaleiro também c�nta que eles não eram patr�cinad�res. “Os patr�cinad�res �s pr�curavam, e eles me pr�curavam para eu m�ntar. Era uma tr�ca, eu m�ntava para eles em tr�ca de ter aula, enfim, eu não tinha salário, mas eu tinha sup�rte técnico.”

PRECONCEITO DENTRO DO UNIVERSO

O hipismo é um esporte de alto padrão e por ser natural de uma família de classe C e ser negro, Marcello passou por alguns desa os até se tornar quem é hoje. A diferença social vivida dentro do esporte, foi um empecilho muito grande, mas não um motivo para que ele desistisse do sonho.

“A diferença social atrapalhou bastante, bastante mesmo. Cavaleiros com muito menos qualidade do que eu, mas porque, às vezes, a pele mais branca e uma condição social mais alta que a minha, tinham muito mais chance que eu”, comenta o cavaleiro. Marcello gosta de ressaltar também que, isso é um fato na vida dele, mas que cada um tem a sua dor. “Isso é um tema que é até difícil de abordar, porque cada um tem uma di culdade na vida né? Uma vez eu vi um grande Gines Suíço falar que para ele foi muito difícil deixar a suíça e ir pra Inglaterra passar um ano estudando inglês, e eu falei, 'bom, cada um tem a sua coisa ali, não tem como julgar.”

Cavaleiro 9

patrocinadores os procuravam, e eles me procuravam para eu montar. Era uma troca, eu montava para eles em troca de ter aula, en m, eu não tinha salário, mas eu tinha suporte técnico.”

“Os

DECISÃO DE VIDA

Aos 13 anos de idade, Marcello passou uma temporada morando com sua mãe no Rio de Janeiro e conta que a vida na cidade grande não era algo que o agradava. “Morei com ela nas férias. Na época eram férias de três meses. Eu passei mais uns dois meses com ela e aí, eu pedi para voltar a morar com meu pai.”

Após retornar a região serrana no município, passou a frequentar competições dos 13 aos 15 anos e por passar muito tempo fora de casa, percebia que tinha uma certa habilidade nessa área.

“Foi uma coisa muito automática! Meio que a paixão foi tomando lugar e na parte da razão, eu via que tecnicamente conseguiria levar a frente aquilo ali, e eu tinha como espelho cavaleiros que haviam ido muito longe. Mesmo não tendo condições nanceiras muito boas, eles conseguiram levar o nome deles muito mais longe do que eu agora nesse mesmo instante”, diz o cavaleiro. Dentre suas inspirações, Marcello ressalta cavaleiros como Luís Felipe Azevedo e Nelson Pessoa, dois brasileiros com maior destaque e lhe deram bastante inspiração para viver disso.

“Além dos dois, eu também tive dois grandes mestres que foi o próprio Hugo Amaral e o lho dele José Paulo Amaral”, conta o cavaleiro.

“O Hércules Gadelha e o Hélio Pessoa, me deram muita força emocional, sabe? Nos momentos mais frágeis que eu tive, quando eu tive dúvidas, eles foram a muralha ao meu lado, de sentar e me dar bastante apoio. Teve uma senhora com quem eu montei pouco, mas o pouco que eu montei com ela, também me deu muita força, ela chamava Rita Bezerra de Melo, ela também me deu bastante força”, relembra.

Hoje Marcello compete em vários países e vem se desenvolvendo cada vez mais, por isso, planos para voltar ao Rio de Janeiro não existem. “Eu vou te falar, eu não volto a morar no Rio hoje porque lá a única pessoa que realmente me deu chance foi um senhor chamado Dr. Roberto Jessourun. [...] O nosso esporte é um esporte muito caro, esse suporte que era necessário ter ali, até hoje quem me deu mesmo foi esse senhor.”

O Hércules Gadelha e o Hélio Pessoa, me deram muita força emocional, sabe? Nos momentos mais frágeis que eu tive, quando eu tive dúvidas, eles foram a muralha ao meu lado, de sentar e me dar bastante apoio.
12 Cavaleiro

MARCELLO CIAVAGLIA: O CAVALEIRO

Quando o assunto é treinamento, Marcello não tem desculpas! Seu treino é diário, sete vezes na semana e com uma rotina regrada para o atleta e para os animais. “Eu monto todo dia, de segunda a segunda, faço musculação de três a quatro vezes semanalmente, e corro”, comenta.

Após anos de evolução, competições, desa os e vitórias, hoje Marcello possuí a sua própria equipe de hipismo. Desde 2018 comanda a “E-motion”. “Hoje eu já ando com as minhas próprias pernas e um dos meus maiores patrocinadores é o Haras NSA”, se orgulha em dizer o cavaleiro.

Quando falamos sobre o treinamento de seus animais, Marcello ressalta que a qualidade mais forte de um cavalo, para ele, com certeza é a inteligência do animal e a capacidade deles aprenderem todos os movimentos durante os treinos. “Eu preso sempre pela inteligência, isso o cavalo tem que ter sempre como um ponto mais forte. Muitas vezes ele não tem uma técnica muito boa, não tem toda força, mas com a inteligência você consegue adestrá-lo, criar uma parceria, um laço mais forte para conseguir superar os obstáculos que nós temos”, explica.

Após an�s de ev�lução, c�mpetições, desafi�s e vitórias, h�je Marcello p�ssuí a sua própria equipe de hipismo. Desde 2018 c�manda a “E-m�ti�n”. “H�je eu já ando c�m as minhas próprias pernas e um d�s meus mai�res patr�cinad�res é o Haras NSA”, se �rgulha em dizer o cavaleiro.

INTELIGÊNCIA ANIMAL DURANTE OS TREINOS

Para bons resultados, é necessária uma boa preparação, por isso o cavaleiro possui um cronograma semanal de treino para seus animais. Ele explica que no primeiro dia, normalmente é realizado um trabalho leve, que dura em torno de 45 minutos ou uma hora. No dia seguinte os cavalos vão para guia e de tarde para o piquete. Na quarta-feira, eles fazem mais passeio ou exterior, pois assim podem sair da rotina de cocheira e pista. Na quinta-feira salto, exercícios baixos com uma di culdade técnica mais alta e com pouca altura. “Eu não gosto de saltar alto em casa não. Um dia após o salto, eu deixo o dia livre para eles, normalmente eles cam só soltos e aí trabalham mais uma vez no sábado, trabalho de plano e no domingo, ou eles fazem guia ou exterior, dependendo dessa evolução de cada um”, explica o cavaleiro.

Esse laço é criado de uma forma, no meu caso, muita lenta. Eu gosto de dar sempre um pouco mais de tempo e sempre ir aprendendo com eles, o limite que cada cavalo tem, como qualquer ser vivo.

Marcello também ressalta que durante os treinos, é importante ter uma visão ampla e clara sobre a inteligência do cavalo, que segundo o cavaleiro, é possível identi car logo nos primeiros treinos os que possuem um QI maior em relação a outros.

“Esse laço é criado de uma forma, no meu caso, muita lenta. Eu gosto de dar sempre um pouco mais de tempo e sempre ir aprendendo com eles, o limite que cada cavalo tem, como qualquer ser vivo. Eu busco estabelecê-lo sempre de uma forma mais devagar, sempre retribuindo com algum prêmio, seja por exemplo um dia de piquete, passeios mais longos. Eu gosto muito de car bastante tempo ao passo, caminhando, para conseguir entender, conseguir criar realmente um laço e entrar dentro do movimento do cavalo, com o mínimo de interferência possível”, explica Marcello.

14
Cavaleiro

É comum dentro do esporte, alguns cavaleiros se destacarem durante as suas performances, mas para se tornar um cavaleiro olímpico, é necessário, além do destaque, muita dedicação e treino, coisa que Marcello tem de sobra.

“Eu sonho em poder ajudar a minha equipe em alguma coisa, a gente sabe que não é muito fácil, temos um nível de cavaleiros brasileiros muito bons graças a Deus, mas caso eu esteja em ótima forma e possa ajudar o nosso time, será um grande sonho”, comenta ele que diz ter esse sonho há muito tempo. O cavaleiro que já participou do Aniversário da Sociedade Hípica Brasileira, em 2019, venceu a prova que sempre quis vencer e levou o Troféu Perpétuo Roberto Marinho para casa, diz que ainda tem tempo para competir e pretende montar até o máximo que conseguir. “Eu gosto muito! Enquanto meu corpo deixar, eu vou montar”, comenta o Marcello, que também revela o segredo para entrar e se desenvolver nesse mundo.

“Pra quem faz nosso esporte, acho que o grande segredo é realmente esse, conhecer sobre cavalos, não só na parte de treinamentos, mas de como a criatura, o ser vivo equino funciona e o que eles precisam para render no máximo de tempo possível.”

O FUTURO? 15
E
16

PISO PARA OS CAVALOS NO HIPISMO A IMPORTÂNCIA DO

Não é novidade que há muito tempo os cavalos ocupam papel importante no cotidiano humano, antes somente em tarefas da agricultura, transporte de cargas e, hoje, mais do que nunca nos esportes. E quando o assunto é o bem-estar animal no esporte, como no hipismo, alguns tópicos de saúde para o cavalo competidor, precisa ser levados em conta. A principal base disso depende das superfícies adequadas e seguras da pista de treino e de competição, para garantir que todos os obstáculos estejam projetados para assumir a segurança do equino e, assim, evitar fatores que causam ferimentos. São possíveis encontrar erros comuns como: a localização, material de pouca qualidade, sistema de drenagem inadequado e tamanho. Então, é levado em conta a importância de planejamento na construção da pista, já que esse é um investimento para o animal e o resultado que acarreta um bom desempenho.

A SUPERFÍCIE E

O DESEMPENHO

O solo está entre os fatores mais comuns citados na área do hipismo quando diz respeito ao bom desempenho ou lesões inesperadas no animal competidor. A superfície inadequada pode não somente prejudicar um animal, como todos os que estão inscritos na competição. Segundo pesquisas epidemiológicas, sujeira, turfa ou areia revestida com cera podem causar efeitos drásticos quando se diz em lesões. Tudo isso porque, o esqueleto do cavalo já está adaptado ao carregamento dinâmico do osso – que é responsável pelos efeitos das superfícies – e quando algo não vai bem, ele é o primeiro a ser atingido. Dessa forma, o amortecimento depende da superfície para que a carga de pressão dos ossos seja reduzida, sem esquecer da necessidade em ajustar a pista de treino e de competição de forma simultânea.

17 Infra-Estrutura

DE SÊMEN E SUAS CURIOSIDADES O EXPONENCIAL MERCADO

Prática é ad�tada p�r aqueles que desejam ter grandes campeões em c�mpetições

O mercado de sêmen equino é um negócio que vem crescendo de forma exponencial em todo o mundo e, no Brasil, não é diferente, esse setor vem se reaquecendo de forma constante, com crescimento no número de criadores e animais registrados nos últimos anos. Segundo dados da Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceira com Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Arti cial), no primeiro trimestre deste ano, o mercado de sêmen brasileiro alcançou 4,85 milhões de doses vendidas. Apesar de ter tido uma queda de 3,4% em comparação com o ano de 2021,esse cenário de busca por sêmen

animal, demonstra a procura e a necessidade de bons garanhões (quando falamos de sêmen equino) disponíveis no âmbito nacional, assim como paletas de sêmens de garanhões Europeus.

Conforme explica Bernard Abreu, médico veterinário e titular da BVET Sport & Breeding, os rankings internacionais vão se atualizando e a procura pelos líderes é constante. “Na minha opinião, as grandes e importantes novidades consistem nos novos talentos. Garanhões jovens, mais modernos, comprovados e provenientes de famílias geneticamente comprovadas nas pistas, como Nixon Van’t Meulenhof, por exemplo”, diz ele.

MERCADO NACIONAL E

No Brasil, a equinocultura movimenta cerca R$16 bilhões por ano, segundo a Sociedade Nacional de Agricultura e, quanto maior o mercado, maior o nível de tecnologia existente nele. O setor de sêmen é movido pelo interesse dos criadores em obter a genética de grandes campeões em seu plantel, além de possibilitar cruzamentos para melhoramento genético e físico de seus animais. Além de médico veterinário, Bernard cuida há 15 anos de atletas de alta performance nas pistas e presta assessoria clínica e reprodutiva nos melhores criatórios

INTERNACIONAL

do país, por isso está sempre atento a novidades do setor. Voltou recentemente da Europa, onde passou alguns dias acompanhando os maiores criadores do mundo.

O mercado europeu, principalmente do cavalo atleta, é exponencialmente maior que o nosso. A oferta e procura por novos garanhões é constante e superaquecida.

“O mercado europeu, principalmente do cavalo atleta, é exponencialmente maior que o nosso. A oferta e procura por novos garanhões é constante e superaquecida. Acredito que temos sempre que ter essas trocas de experiências, temos excelentes criatórios hoje em dia no Brasil, dispondo principalmente de linhas maternas de excelência e sempre tivemos ótimos cavaleiros. Isso em um futuro bastante próximo, nos trará muitas alegrias nas pistas”, comenta o médico veterinário.

18 Mercado

UMA BOA INSEMINAÇÃO

Talvez você já tenha pensado no porquê utilizar o método de inseminação arti cial para a reprodução de equinos ao invés da modalidade natural, mas com a grande procura por cavalos campeões, o sêmen equino possibilitou amplo acesso a inúmeras raças de cavalos competidores e campeões. “A partir do momento em que usamos sêmens na inseminação arti cial, isso nos possibilita ter acesso a garanhões do mundo todo, levando a uma maior diversidade genética nos produtos, fazendo com que os potros, ano a ano, evoluam de forma mais rápida”, explica Bernard.

Quando falamos sobre a boa inseminação, o titular da BVET Sport & Breeding relembra que é muito importante levar em consideração também a égua. “Sem dúvida nenhuma, o bom acompanhamento do momento da ovulação da égua doadora é fundamental quando trabalhamos com sêmens congelados. A inseminação sendo realizada precisamente após a ovulação, aumenta muito as chances de sucesso,” explica o especialista.

“A partir do m�mento em que usam�s sêmens na inseminação artificial, isso n�s p�ssibilita ter acesso a garanhões do mundo t�do, levando a uma mai�r diversidade genética n�s pr�dut�s, fazendo c�m que �s p�tr�s, ano a ano, ev�luam de f�rma mais rápida”.

NEM TODOS OS CAVALOS SÃO

GARANHÕES

Muitas pessoas acham que qualquer cavalo é apropriado para a reprodução arti cial, no entanto, Abreu explica que “podem ser utilizados os sêmens dos garanhões aprovados no Studbook do BH (Brasileiro de Hipismo), e os garanhões nacionalizados que tenham obtido a aprovação em um dos Studbooks Internacionais, assim como as paletas de sêmens importadas dos garanhões internacionais, previamente aprovados.”

É importante ressaltarmos também que existe uma larga gama de opções de gara -

podem ser utilizados os sêmens dos garanhões aprovados no Studbook do BH (Brasileiro de Hipismo), e os garanhões nacionalizados que tenham obtido a aprovação em um dos Studbooks Internacionais ...

nhões doadores de sêmen, desde os nacionais até os internacionais vindo da França, Alemanha e Bélgica, por exemplo. Mas a escolha pelo garanhão ideal deve ser feita levando suas características em conta e, em conjunção, as características da sua égua. Bernard Abreu também explica que nem todos os cavalos machos são garanhões ou um reprodutor, mas isso não é algo que impeça o cavalo de se tornar um atleta de alto nível. “Só o sucesso onde praticamos a seleção dos animais através da aptidão, principalmente quando se trata de doadores de sêmens”, naliza.

19 Mercado

REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO ENCERRA O ANO COM MAIS

UMA EDIÇÃO DA CLÍNICA MAYARA GUIÃO

Evento reuniu dois grandes nomes do Hipismo: Marcello Ciavaglia e Stephane Daube, e mais 20 cavaleiros e amazonas na cidade de Cravinhos, interior de São Paulo

A segunda edição da Clínica Mayara Guião encerrou as atividades de 2022 com grandes nomes do Hipismo brasileiro em Cravinhos, interior de São Paulo. O local escolhido para os três dias (8, 9 e 10 de dezembro) de evento foi o Condomínio Fazenda Santa Maria e reuniu 20 cavaleiros e amazonas em diversas categorias de salto e adestramento. Dois grandes nomes foram os instrutores - Marcello Ciavaglia e Stephane Daube. “O objetivo foi transmitir a técnica que desenvolvi durante meu tempo de experiência, com relação ao máximo de desempenho, com movimentos nos e suaves de tronco e braços, aliados a uma boa posição de pernas e força nas mesmas. A meu ver o objetivo foi alcançado”, disse o representante da Federação Paulista de Hipismo (FPH) Marcello Ciavaglia.

Durante a clínica, os participantes também tiveram três palestras exclusivas. “A evolução do BH no Hipismo nacional” ministrada por Henrique Biagi; “A longevidade do cavalo no esporte e os cuidados com a saúde”, apresentada pelo médico veterinário Pedro Amatuzzi; e “A importância do adestramento clássico salto”, com Marcello Ciavaglia, Stephane Daube, Bruno Pessanha e Mayara Guião. O francês Stephane Daube, que é instrutor de Dressage Clássico adaptado para o salto e CCE, reforçou a importância de eventos como esse. “O meu trabalho nessas clínicas, junto com o cavaleiro de salto, é prepará-los para resolver os problemas técnicos, tanto do cavaleiro quanto do cavalo, que eles vão encontrar no salto. Problema de equilíbrio, problema de curva, problema de posição, então foi muito bem aceito e o resultado acredito que foi bom”, explicou.

18 22 Clínica Mayara Guião

Além de levar seu n�me, Mayara Melo e Guião, Bicampeã Brasileira de Adestramento, também f�i a �rganizad�ra do evento, assim c�mo o time da Pessanha Team, equipe de Hipismo do cavaleiro Bruno Pessanha e de sua esp�sa, Fernanda Pessanha.

REGIÃO DE DESTAQUE

Para Marcello Ciavaglia, um dos instrutores da clínica, a região de Ribeirão Preto tem muito a oferecer com seus cavaleiros e amazonas bem instruídos. “Achei os cavaleiros e amazonas que participaram da clínica em bom nível equestre, com bons cavalos e boa instrução. Me agradou o ambiente para os cavalos, também a amizade entre os participantes e a estrutura montada para receber alunos e

professores”, disse ele, que já tem planos para retornar a região, após suas férias.

Stephane Daube também não poupou elogios. É a terceira vez que eu vou para Ribeirão Preto. Sozinho foram duas vezes, dando aula de adestramento e adestramento para cavalos de salto. Eu estou adorando trabalhar em Ribeirão Preto, o pessoal é muito atento querendo aprender, é muito gostoso.”

A

SOBRE MAYARA GUIÃO

2315
23
Clínica Mayara Guião Mayara Guião é amazona e administradora do Special Sport Horse, que ca no Residencial Fazenda Santa Maria, na região de Ribeirão Preto. O centro hípico é um dos mais completos espaços de treinamento de alto nível do interior paulista. estrutura de treino conta ainda com terapia por infravermelho para cavalos atletas, exercitador coberto, piquetes e baias confortáveis, equipadas com câmeras 24 horas.

DOMA RACIONAL EO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO

A importância da doma racional se dá pela aproximação do animal com o domador, para que ele se acostume com a rotina de treinamento de forma amigável e saudável A doma racional existe para condicionar o animal e facilitar a obediência perante o domador, sem o uso da violência. Essa inclusive é a diferença mais relevante entre a racional e a doma tradicional, que tem a base do trabalho feita pela imposição, de maneira agressiva, acarretando reações negativas no cavalo.

Dessa forma, a partir da análise comportamental foi criada a doma mais usada nos dias de hoje, com a intenção de ir contra os maus tratos e assim, trabalhar a perseverança, paciência, repetição com ritmo progressivo e contínuo dos equinos, para que estes se tornem mais calmos, con antes e conectados com o cavaleiro.

Entre as vantagens proporcionadas pela doma racional estão a gentileza no tratamento, con abilidade, criação de laços, rapidez e e ciência, animais mais corajosos e com maior exionamento, além da diminuição dos riscos de danos na boca do equino. Ela pode ser iniciada logo nos primeiros anos de idade, quando o cavalo já consegue perceber os primeiros comandos e possui estrutura física em desenvolvimento.

A duração da iniciação e adaptação vai de quatro a seis meses. É imp�rtante que �s criad�res estejam sempre atent�s a�s aspect�s de garantia do bem-estar animal rente ao início da prática.

Lucas Moreira, que é gestor em equinocultura e trabalha com iniciação de cavalos novos, ressalta sobre a base de o trabalho ser entre a relação homem e cavalo, “acredito que o tipo de doma como a tradicional já não tem espaço, está ultrapassada. Hoje em dia temos muitos estudos e informações com métodos de como melhorar a vida do animal, além disso, a doma é considerada a primeira escola do cavalo. Se ele sentir medo, não vai processar as informações de comando e, consequentemente, não vai aprender, gerando problemas futuros ao próprio tutor que não teve leveza ao ensinar”, ressalta.

Treinamento
26

COMO ACONTECE A

DOMA RACIONAL

Entre as etapas da doma racional está a doma de baixo, chamada de trabalho de chão. Essa é uma das etapas mais importantes do processo, ou seja, é um trabalho de introdução ao que o animal terá contato logo em seguida na fase montada. A técnica do chão é usada para criar a primeira conexão com o cavalo dentro do redondel, espaço onde exerce as atividades em círculos fazendo-o ter compromisso com ritmo e direção, e logo depois, é introduzida a etapa de dessensibilização, aproveitando para apresentar os materiais como: sela, cabeçada, manta e também trabalhar as transições de trote, galope e passo.

con ança e respeito. Isso ele levará para o restante da vida e o tornará mais seguro para as novidades”, explica o gestor em equinocultura.

A doma é a primeira escola do cavalo, penso que se ele estiver com medo não vai aprender e com certeza terá problemas mais para frente. Por isso, buscamos uma base sólida através de uma relação de con ança e respeito.

É a partir da doma que o animal aprende a processar as informações de comando, “a doma é a primeira escola do cavalo, penso que se ele estiver com medo não vai aprender e com certeza terá problemas mais para frente. Por isso, buscamos uma base sólida através de uma relação de

A princípio, o cavalo precisa ter controle das patas para conseguir controlar a mente, só assim ele consegue prestar atenção aos comandos do treinador e dar início a comunicação corporal. Depois, já no cabresto, a bandeira passando pelo corpo faz a dessensibilização ao tocar em lugares mais vulneráveis com mais segurança.

O próximo passo é apresentar a manta e a sela, com o animal solto a m de que ele se sinta à vontade, se acostume com o peso da barrigueira. Quando é possível notar a con ança, é a hora de colocar o bridão e fazer as primeiras montadas para exercer o trabalho de ritmo e direção. É assim que o cavalo começa assimilar as ajudas e se sente pronto para sair do redondel e começar o treinamento fora da pista, apresentando um novo mundo.

27
Treinamento
OS EQUIPAMENTOS DOMA RACIONAL PARA COLOCAR A TÉCNICA DE - REDONDEL - BANDEIRA - CABRESTO - PROTETORES - MANTA - SELA - CABEÇADA - GUIA
QUAIS

VAMOS VIAJAR

SAFARI A CAVALO NA ÁFRICA PELOS

DESTINOS MAIS DESEJADOS: QUÊNIA E

BOTSUANA

Para os leitores apaixonados por novas experiências e muita aventura em área verde, que tal um safari a cavalo pelos destinos mais cobiçados do mundo? São eles: Quênia e B otsuana, localizados na África. Entenda a magia da montaria a cavalo durante o tour pelo continente, desbravando paisagens e culturas, assim como a biodiversidade da natureza e os mais

belos animais selvagens.

O safari a cavalo também é conhecido como viagem a cavalo e essa experiência reúne adrenalina e turismo equestre ao redor do mundo.

Por esse motivo, os cavaleiros pro ssionais costumam dizer que com o safari a cavalo é possível chegar a lugares em que o turismo (mais precisamente, o safari tradicional em

jipes) desconhece, não chega. Essa hipótese conta com dois tipos de cavalgadas durante o safari a cavalo – a com a presença de leões e a outra sem a presença desses felinos, por conta do risco. Esse último é o clássico passeio a cavalo próximos de animais considerados mais inofensivos, como girafas, zebras e antílopes, do que os Big Fives.

TRAVESSIA E INCLUSÃO ENTRE OUTROS ANIMAIS

Big Fives (traduzido do inglês: cinco grandes), presentes nas duas regiões - é um termo muito usado nos safaris e quase que obrigatório para classi car o leopardo, elefante, rinoceronte, leão e búfalo. Eles eram considerados tradicionalmente os animais mais difíceis de serem caçados na África, tidos como perigosos. Hoje, se transformaram nas estrelas mais fotografadas pelos turistas nos safaris do país.

Quanto as cavalgadas, as principais acontecem na parte Sul, como em Botsuana, que faz fronteira a oeste com a Namíbia, a leste do Zimbábue, ao norte com Zâmbia e sem saída para o mar. Já a região do Quênia, é banhada a sudeste pelo Oceano Índico, e limita-se ao norte com a Etiópia, a nordeste com a Somália, a noroeste com o Sudão, a oeste com Uganda e ao sul com a Tanzânia - outro destino que também é muito desejado.

30 Vamos Viajar

A viagem a cavalo pelo Quênia é considerada a mais cara do mundo, seguida de outra curiosidade: corresponde a Grande Migração. Esse fenômeno natural se dá na África Oriental entre Quênia e Tanzânia, onde mais de 1 milhão de espécies, como ebras, girafas, elefantes e gnus (mamífero ungulado nativo do continente africano) se movem de uma país para o outro. Esses mamíferos buscam pastos mais férteis para alimentação e hidratação durante determinada época do ano, dependendo das chuvas.

Embora existam inúmeros safaris a cavalo em grandes reservas da África, com área cercada por arames e atividade controlada de animais, Quênia e Botsuana estão entre as preferidas pelos viajantes, em que é possível ver ou não animais de grande porte. Ou seja, o espaço dos passeios é totalmente aberto e de livre circulação. Existem também buscas por experiências distantes de leões e outras onde os carnívoros podem ser vistos a 5 metros de distância ou nas redondezas. Ambas as experiências de safari a cavalo são válidas e alcançam diferentes admiradores. Em Botsuana, os valores do safari a cavalo são a partir de US$ 4 mil dólares, com uma semana de atividade e hospedagem inclusa. Já no Quênia, o mais caro na atualidade, é a partir de US$ 8 mil dólares, com os mesmos atrativos.

BIODIVERSIDADE E SEGURANÇA

Por questões de segurança, o safari a cavalo no Quênia ou em Botsuana geralmente é limitado para um grupo de 10 pessoas, guiado pelos cavaleiros pro ssionais, sendo um na frente e o outro atrás para comandar a visita e possíveis contratempos, além da passagem livre da mata, entre arbustos baixos, que permite melhor visualização dos ambientes e animais. O cavaleiro pro ssional e diretor da agência Cavalgadas Brasil, Paulo Junqueira Arantes, possui mais de 20 anos de experiência e anda a cavalo desde criança, já teve criações de equinos e diz que isso está no seu DNA. ‘’Viajei os principais destinos do mundo a cavalo, realizando em média cinco viagens internacionais por ano. Agora, em 2022, cavalguei pela Islândia, Inglaterra, Quênia e sigo rumo a Escócia e Patagônia também. Quando falo de viagem, são cavalgadas de pelo menos uma semana em cada país’’, explica. Ele também fala sobre a importância de um cavaleiro guia quali cado para a operação na África, que domina desde informações com o animal, sela, hospedagem, até uma indicação assertiva baseada nos desejos, interesses e experiências que o grupo ou família busca adquirir durante o safari, agradando todos.

31 Vamos Viajar
32

As categorias vão de desa adoras, de super luxo e excelentes acomodações, reforçando que o trajeto só pode ser feito com cavaleiros experientes. Mas em campo aberto, ou seja, fora de uma hípica ou picadeiro de hipismo. ‘’Essa habilidade é um diferencial, se não, usariam os clássicos jipes e essas questões, assim como a escolha de Big Fives ou não, são de nidas no momento da venda e consultoria de viagens, por exemplo’’, naliza Paulo.

O cavaleiro experiente no safari a cavalo representa outro nível de guia: potência no controle e retomada de situações embaraçosas pelo percurso, galope diferenciado e mais rápido, caminhada entre girafa e outros animais, expert no desvio de árvores e vegetação característica, conhecida como rasteira.

33

JOÃO VICTOR OLIVA: RECORDES EM NÚMEROS E EMPATIA COM O EQUINO

Essa é a história do medalhista de c�mpetições mundiais imp�rtantes e um d�s principais n�mes do Brasil no adestramento, m�dalidade clássica do Hipismo

provas que participou além de um 3º no GP Freestyle.

A pressão e responsabilidade de representar o País em importantes competições é grande. “A sensação de tudo isso é muito boa, ela se dá como muito importante para toda a equipe, principalmente porque estamos representando uma nação inteira. Eu e meu cavalo representamos todos os brasileiros nas competições, como nas Olimpíadas no Rio de Janeiro, de Tóquio e tantas outras, por isso acredito muito em dar o meu melhor sempre”, ressalta João Victor, que atualmente treina o cavalo de forma gradativa após pausa que respeita o atual momento de reprodução do animal.

PAIXÃO QUE MOVE

Desde muito cedo, João Victor Oliva cultivava sua paixão por cavalos. Isso graças ao pai que antes mesmo dele nascer, e até hoje, já criava o animal da raça Lusitano. Junto a isso, surgiu o adestramento com um dos funcionários que se tornou o treinador e viabilizou a primeira prova dentro da categoria quando Oliva alcançava seus 12 anos de idade. Nesta época, o companheiro de competição era o Trunfo e juntos ganharam a primeira prova da vida do atleta que sonhava, mas nem imaginava aonde chegaria. É graças a essa prova que atualmente João Victor está entre os mais importantes nomes do adestramento no Brasil, sendo medalhista de mundiais importantes. E o que antes era motivo de nervosismo em meio às primeiras competições, hoje, a insegurança deu lugar a con ança e diversão.

De lá para cá foram muitas conquistas, com o cavalo portu-

guês Escorial Horsecampline. Uma das mais atuais foi a vaga inédita para o Brasil no Mundial de Hipismo Adestramento, na Dinamarca. Oliva alcançou a nota 72.112% e se classicou entre os 30 melhores do mundo para a segunda fase da competição. Nas Olimpíadas de Tóquio, o cavaleiro já havia feito a pontuação de 70.419% garantindo a 25ª colocação entre os 50 participantes. Além disso, o brasileiro foi bronze por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, e de Toronto em 2015.

Durante os mundiais de 2014 e 2018, João Victor ganhou o posto de melhor atleta da equipe brasileira. Já em 2021, o cavaleiro quebrou seu próprio recorde com 72.979% no GP Special Lindt-Prize em Aachen, na Alemanha, categoria quatro estrelas. A atual pontuação brasileira também é dele com 74,000% este ano no Grand Prix três estrelas de Jerez de La Frontera, Espanha, ocasião em que o conjunto venceu três das quatro

A paixão pelo esporte acontece justamente por todo amor que envolve o animal através do convívio. A rotina de treino transborda empatia respeitando sempre os limites e o tempo do equino, por isso, não há uma ordem certa de seguir. Do trabalho montado, de chão, ao trabalho de guia e até mesmo um simples passeio fora do redondel, por exemplo, fazem parte da rotina de trabalho. “A gente se ganha no afeto e a partir daí permanece o sentimento de parceria, competimos juntos, então é indispensável a construção da con ança, amor e amizade”, conta.

36 Carreira
João Victor M. Oliva e Escoeial Horsecampline - Mundial de dressage 2022 - Foto Luís Ruas - CBH CDI Aachen - alemanha - 2022 - Fotos Rui Pedro Godinho
36

A composição da equipe por trás da dupla que se apresenta nas provas é essencial para manter a saúde e con ança sempre em dia. O treinador, proprietário, tratador, veterinário, ferrador e outros, trabalham juntos, cada um com sua função, focados para o bom desempenho de ambos. O segredo de tantos recordes é a união. Juntos, João Victor Oliva, o cavalo e a equipe colecionam muitos momentos marcantes. Em todos os nais de prova o sentimento é de dever cumprido, ganhando muitas ou poucas medalhas, todo o esforço de treinamento faz valer a pena o resultado. A evolução, segundo o cavaleiro é algo construído de forma constante. Para ele é impossível encontrar somente um momento em que se orgulha, já que a junção de todos compõe a vontade de se manter rme no esporte.

A PERSISTÊNCIA SEMPRE

Olhando para o menino do início, com seus 12 anos de idade, João Victor falaria para que ele ouvisse o que seu pai falava em constância: “Mantenha o ritmo de treinos, tenha fé e trate sempre o animal com respeito que você chega lá. Nada é impossível. Quando você dá um passo na direção do impossível, o impossível dá um passo em sua direção”. E o Oliva complementa: “A gente sempre olha para frente e busca chegar em um alto patamar. Eu sempre pensei em ser um cavaleiro reconhecido mundialmente, co feliz por onde consegui chegar até agora, mas ainda busco melhorar e aprender muito para subir mais ainda nos rankings e nos pódios pelo mundo nas competições a fora.”

“Mantenha o ritmo de trein�s, tenha fé e trate sempre o animal c�m respeito que v�cê chega lá. Nada é imp�ssível. Quando v�cê dá um passo na direção do imp�ssível, o imp�ssível dá um passo em sua direção”.

37 Carreira
Sgtº João Victor Oliva e Escorial Horsecampline Foto Rui Pedro Godinho (1)

NOME: JOÃO VICTOR MARCARI OLIVA

Cavalo: Escorial Horsecampline – Puro Sangue Lusitano

Data de nascimento: 02/02/1996

Natural de: São Paulo, SP

Residência: Benavente - Portugal

Onde treina: Campline Horse – Herdade da Aroeira Santo Estevão, Benavente, Portugal.

Participações internacionais de destaque: Olimpíadas de Tóquio 2021 e Rio 2016, Jogos Equestres Mundiais da Normandia/França 2014, Tryon/EUA 2018 e Campeonato Mundial de Dressage em Herning/Dinamarca 2022; Jogos Pan-americanos de Lima/Peru 2019 e Toronto/Canadá 2015; Final da Taça do Mundo de Dressage em Omaha/ EUA 2017; Sul-americano do Chile 2014 e Campeonato do Mundo de Dressage de Cavalos Novos /Holanda 2022.

38
Olimpíadas de Tóquio 2021 - Fotos Luis Ruas - CBH

PRINCIPAIS CONQUISTAS

OLIMPÍADAS: melhor resultado do Brasil nos Jogos de Tóquio 2021 (26º entre 59 competidores e a nota 70,419%) e melhor nota do país nos Jogos da Rio 2016 (68,071%).

MUNDIAL

DE DRESSAGE E JOGOS EQUESTRES

MUNDIAIS: duas notas recordes e o melhor resultado na história do Adestramento brasileiro em Mundiais, registrado em 2022, em Herning, Dinamarca, obtendo 72,112% no Grand Prix (26º entre 93 competidores de 34 países) e levando o país a competir pela primeira vez na segunda fase da competição, o GP Special, quando registrou 73,313%, novo recorde do Brasil em concursos 5*, se posicionando em 21º lugar entre os 30 melhores conjuntos do mundo. Foi o 3º Mundial consecutivo que o cavaleiro foi o melhor atleta da equipe brasileira, antes, denominados Jogos Equestres Mundiais e realizados em Tryon/EUA em 2018 e na Normandia/França, em 2014.

JOGOS PAN-AMERICANOS: bronze (equipe) em Lima 2019 e Toronto 2015.

FINAL DA TAÇA DO MUNDO DE DRESSAGE: melhor resultado do Brasil - e segundo atleta do país a competir no evento - em Omaha / EUA, em 2017.

JOGOS SUL-AMERICANO (ODESUR): medalha de ouro (individual e equipe) nos Jogos do Chile 2014.

CAMPEONATO DO MUNDO DE DRESSAGE DE CAVALOS NOVOS: melhor resultado do Brasil no Longines FEI WBFSH. A estreia do cavaleiro na competição foi em setembro de 2022 em Ermelo, Holanda. Montando Nuelo Campline, João Victor registrou a maior nota de um Puro Sangue Lusitano em um Mundial de Cavalos Novos: 8.1 pontos no Small Final, se pocisionando em 7º lugar entre 31 competidores de 19 países, e 7.96 pontos na prova classi catória se posicionando em 18º entre 44 competidores.

39

CIRCUITO INTERNACIONAL: campeão no GP e GP Special no Concurso de Dressage Internacional (CDI4*) de Oldenburg /Alemanha, em 2021. Único brasileiro da Dressage convidado a participar do mais tradicional evento hípico do mundo, o CHIO de Aachen, “meca” dos esportes hípicos, na Alemanha, desde 2017. Único brasileiro a ser convidado a participar do CDI5* de Doha / Qatar (2022). Três vezes campeão no CDI3* de Jerez de La Frontera, Espanha, em 2022.

Desde 2014, m�rando na Eur�pa, entre Alemanha e P�rtugal, João Vict�r Marcari Oliva é o cavaleiro brasileiro da m�dalidade que mais particip�u de c�ncurs�s de 3* a 5*, e único em c�ncurs�s em três c�ntinentes (América, Eur�pa, Ásia), perc�rrendo países c�mo Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Dinamarca, Espanha, Estad�s Unid�s, França, H�landa, Japão, Luxemburgo, Peru, P�lônia, P�rtugal, Rússia, Qatar.

RANKING MUNDIAL: É o melhor brasileiro em todos os tempos no ranking elaborado mensalmente pela Federação Equestre Internacional (FEI), No ranking de atletas se posiciona em 35º lugar (novembro de 2022).

CAMPEONATO BRASILEIRO: entre 2008 e 2012 foi pentacampeão brasileiro (Amador em 2008, Mirim em 2009, Junior em 2010 e 2011, Young Riders em 2012).

PRÊMIO BRASIL OLÍMPICO: hexacampeão no Hipismo Adestramento do Prêmio Brasil Olímpico, o “Oscar” dos esportes, conferido pelo Comitê Olímpico do Brasil/COB (2014 a 2018 e 2021, além de indicado em 2012 e 2013).

40 Carreira
João Victor M. Oliva e Escoeial Horsecampline - Mundial de dressage 2022 Foto Luís Ruas - CBH (3) CDI Compiegne - França - 2022 - Fotos Rui Pedro Godinho Campeonato Mundial - Dinamarca2022 - Fotos Luis Ruas - CBH Campeonato Mundial - Dinamarca2022 - Fotos Luis Ruas - CBH EXÉRCITO BRASILEIRO: desde 2015, João Victor Marcari Oliva participa do Programa Atletas de Alto Rendimento, criado em 2008. Em 2017, o Sgtº João Victor Oliva foi condecorou com a Medalha do Mérito Desportivo Militar, a maior honraria concedida pelas Forças Armadas a atletas e personalidades ligadas aos esportes.

CAVALEIRO E CRIADOR: Estudioso das linhagens e da produção de animais atletas, João Victor, que desde a adolescência passou a se envolver com o programa de reprodução da Coudelaria Ilha Verde, assumiu no nal de 2016 a responsabilidade de selecionar os animais do plantel, Lusitanos e de raças alemãs, em busca de produtos de alta performance para o dressage.

PLANOS: Outro projeto em andamento é também treinar e preparar cavalos próprios e de terceiros e apresentá-los no circuito europeu de competições.

SOBRE SUA MONTARIA ATUAL, ESCORIAL HORSECAMPLINE:

Dono do título de “garanhão de mérito 5 estrelas”, este Puro Sangue Lusitano de 12 anos vem sendo montado por João Victor Oliva desde o nal de 2020 dentro do projeto olímpico da Campline Horse, proprietária do animal. Foi montaria de dois cavaleiros portugueses, o olímpico Daniel Pinto e Ricardo Vinhas Reis que o levou no nível de Grande Prêmio em 2019. Com João Victor, Escorial cruzou a linha dos 70%, média que mantém desde a estreia, em evolução técnica constante em concursos acima de 3*.

41 Carreira
CDI Compiegne - França - 2022 - Fotos Rui Pedro Godinho

RAINHA ELIZABETH II E OS SEUS MAIS DE 150 CAVALOS

A Rainha Elizabeth II, que morreu no dia 8 de setembro desse ano, no Castelo de Balmoral, aos 96 anos, na Escócia, governou o Reino Unido por 70 anos e vivenciou acontecimentos importantes durante a transição dos séculos XX e XXI. Ela tinha uma paixão de longa data por cavalos, tinha alguns favoritos na sua coleção de transporte, até mesmo de corridas e outros que foram premiados após sua morte. De acordo com o jornal diário estadunidense, The Washington Post, seus pais lhe deram um pônei da raça Shetland com quatro anos de idade, conhecido como Peggy e com seis anos, ela já montava no animal. Ou seja, desde jovem, quando ainda carregava o título de princesa, Elizabeth II já demonstrava uma paixão enorme por cavalos, pôneis e éguas. Foi uma vida ao lado deles, e mesmo com os desa os da idade aos 90 anos e pelas di culdades de mobilidade também, a monarca seguia andando a cavalo e pôneis por todo reino.

Ela possuía mais de 150 cavalos quando morreu, e conforme cita a autora real, Claudia Joseph, ao New York Post dos Estados Unidos e demais veículos especializados da mídia, a única lha da rainha, princesa Anne e sua neta Zara Philips, ambas amazonas olímpicas - Anne foi a primeira representante da família real a participar dos jogos olímpicos como atleta -, serão responsáveis por cuidar dos cavalos a partir de então. As duas herdaram a paixão pelos animais e esporte. A hipótese é que ambas permaneçam cuidando deles, que deverão permanecer na Família Real por longos anos. Além de criar e montar nos animais, a rainha também era fã de cavalos de corrida. Alguns dos seus conquistaram grandes premiações esportivas para a Família Real, no turfe da Grã-Bretanha e demais regiões.

Seus cavalos venceram mais de 1.500 corridas, contando os principais clássicos britânicos. Uma curiosidade é que Elizabeth II foi a única monarca na história a levar o troféu de ‘’Proprietário Campeão’’, e por duas vezes, nas temporadas de 1954 e 1957, alcançando aproximadamente £7 milhões em prêmios. Em 2020, por exemplo, a rainha saiu na capa do ‘’Horse and Hound’’ - revista semanal equestre mais antiga do Reino Unido. O veículo apresenta notícias da indústria de cavalos, relatórios de eventos do segmento, conselhos veterinários e cavalos para venda desde 1984, quando aconteceu sua primeira publicação. Nesta edição, a majestade revelou seus cavalos favoritos e memórias mais profundas com os animais, com entrevistas aprovadas por ela, que esbanjava conhecimento do seu hobby.

Uma curi�sidade é que Elizabeth II f�i a única m�narca na história a levar o tr�féu de ‘’Pr�prietário Campeão’’, e p�r duas vezes, nas temp�radas de 1954 e 1957, alcançando apr�ximadamente £7 milhões em prêmi�s.

A FAVORITA DA RAINHA: ÉGUA BURMESE

Ainda segundo a revista, os cavalos favoritos da rainha vinham em uma listagem especial com oito nomes. Uma que ela adorava cavalgar era Betsy, na qual montava na década de 60. Na sequência, aparece uma égua que foi presente da Polícia Montada do Canadá, chamada Burmese, em que montou em cerimônia por 18 anos.

Era na sela dessa égua negra, meio sangue Hanoveriano, com PSI (Puro-Sangue-Inglês), que a rainha comandava as cerimônias equestres no Palácio de Buckingham - residência o cial em Londres e no tour pela cidade. Após a aposentadoria do animal favorito da monarca, em 1987, as paradas militares passaram a acontecer em uma carruagem.

42 Paixão Real

TRIUNFOS EQUINOS DA REALEZA

Logo em 1971, surge Doublet, criado para ser um pônei de polo, que acabou vencendo o "European Eventing Championships" em Burghley, na Inglaterra. Esse Campeonato Europeu de Eventos (traduzido do inglês) é um de três estrelas, estando abaixo no Grand Slam, que consiste em três eventos de quatro estrelas.

Columbus é o próximo da listagem e mesmo estando lesionado, foi o campeão do Badminton um pouco mais tarde, no ano de 1974. A rainha cou bem orgulhosa com essa conquista, assim como demonstrava sentimentos diante da forte conexão com o cavalo Sanction.

Dois pôneis: Balmoral Jingle e Balmoral Curlew, da raça Highland e a Emma, pônei de raça Fell são outros destaques da premiada coleção de equinos. Continuando, agora com mais cinco cavalos, os favoritos de corrida da rainha: Aureole, criado pelo seu falecido pai, foi o primeiro cavalo herdado por Elizabeth II. Depois disso, vieram outros, como Doutelle, o Chestnut Stallion venceu grandes corridas para ela, porém faleceu

com apenas oito anos de idade.

Tem também Highclere, o vitorioso do 1000 Guineas e no Prix de Diane em Paris. Phantom Gold, vencedor do Ribblesdale no Royal Ascot, St. Simon e Geo rey Freer Stakess, além de Estimate, que ganhou a competição Ascot Gold Cup aos quatro anos de idade.

O maior triunfo nas pistas de competição aconteceu em 2013, mais precisamente em 20 de junho, no momento em que a potranca Estimate, citada acima, venceu o torneio Gold Cup em Ascot - Distrito de Windsor e Maidenhead, no condado de Berkshire, Reino Unido. Foi a primeira e única vitória de uma monarca em exercício na principal prova do turfe inglês.

O evento exibiu toda a corrida, bem como a felicidade e torcida da realeza nesse momento histórico para o esporte. Com isso, a comoção entre os cavalos e a Rainha Elizabeth II se expandiu pela conquista e foi visivelmente acolhido pela imprensa mundial, que passou a reforçar essa relação genuína e duradoura.

O mai�r triunfo nas pistas de c�mpetição ac�nteceu em 2013, mais precisamente em 20 de junho, no m�mento em que a p�tranca Estimate, citada acima, venceu o t�rneio G�ld Cup em Asc�t.

46

CENTROS HÍPICOS

47

HÍPICA JUNDIAÍ

Endereço: Rua Tashin Asad Raschid Shahrouri, 531 - Medeiros, Jundiaí, SP Telefone: (11) 99342-3207 E-mail: ndezava@me.com Facebook: Hípica Jundiaí Instagram: hipicajundiai Site: www.hipicajund.com.br/

HÍPICA VITÓRIA

HARAS DAS MANGUEIRAS

- Endereço: Rua Noemia Ferreira Miranda, 220, Bairro Ponte Nova, Itapira, SP (Km. 28,5 Rodovia SP147) - Telefone: (19)998283206 – Rosvita | (11)992520993 – Geraldo - E-mail: harasdasmangueiras@hotmail.com - Instagram: @haras_das_mangueiras - Site: www.harasdasmangueiras.com.br

RIBEIRÃO PRETO

JUNDIAÍ

Endereço: Av. Companhia Paulista de Estrada de Ferro, 3707 Horto Florestal - Jundiaí/SP Telefone: (11) 99936-2162 Instagram: hipicavitoriajundiai Facebook: Hípica Vitória E-mail: contato@hipicavitoriajundiai.com.br

ESCOLA DE EQUITAÇÃO

EUCLIDES FERREIRA

Endereço: Rua Pedro Barbieri 9003 - Vila hipica 2Ribeirão Preto

Telefone: (16) 98833-3684 / (16) 99208-2468 E-mail: escoladeequitacao.shrp.ef@gmail.com Facebook: escolaequitacaoshrp Instagram: escola_equitacao_e_ferreira

CENTRO HÍPICO GUEGA

Endereço: Rodovia Anel Viário - Contorno Sul, Km 317, Ribeirão Preto - SP Telefone: (16) 9195-0506 E-mail: centrohipico@guega.com.br Facebook: Centro Hípico Guega Instagram: centrohipicoguega Site: http://www.guega.com.br/

RIBEIRÃO PRETO

48

HARAS RAÍZES

- Endereço: Rodovia Anhanguera Km 315.

Rua Jerônimo Alfredo Amor Espin, 777

- Telefone: (16) 99224-1033

- E-mail: harasraizes@gmail.com

- Facebook: Haras Raízes

- Instagram: @harasraizes

- Site: www.harasraizes.com.br

HARAS AL KHAMSA

- Endereço: Av. Alfredo Ravaneli - Ribeirão Preto - SP

- Telefone: Júlio (16) 98147-6091

Antônio (16) 99101-6735

- Instagram: @harasalkhamsa

MATA CHICA POLO CLUBE MORRO AGUDO

HARAS FERRADURA DE OURO

- Endereço: R. Victorio Bertagna, S/NChácaras Hipica, Ribeirão Preto - SP, 14097-140

- Telefone: (16) 98829-9818

- E-mail: bertagnaandre@gmail.com

- Instagram: haras_ferradura_de_ouro

Endereço: Estrada Morro Agudo a Fazenda Perobas Km 6,5 Cidade: Morro Agudo/SP Telefone: (16) 3859.9008

Email: secretaria@matachicapoloclube.com.br Instagram: matachicapoloclube

CH EQUESTRIAN TEAM

RIBEIRÃO PRETO

- Endereço: Condomínio Chácara Hípica - R. Pedro Barbiere, 9003 - Parque Sao Sebastiao, Ribeirão Preto - SP, 14093-210

- Telefone: (16) 98155-0806

- E-mail: chequestrianteam@outlook.com

- Instagram: @chequestrianteam

49

HARAS DA TORRE

HARAS SANTA ROSA

- Endereço: Estrada municipal Bebedouro/Monte Azul Paulista. Km 3 sem número, continuação da rua Amadeu Oliva. Bebedouro-SP - Telefone: (17) 99149-3753 e (17)99149-4697 | Email: rafa.perrone2@gmail.com - Facebook: Haras Santa Rosa - Instagram: @centro.hipico.santa.rosa

HARAS

ATF BOITUVA

- Endereço: Sítio São Geraldo, Zona Rural, Jardinópolis - SP 14680-000 - Telefone: (16)99193-4592 - Instagram: @harasdatorre

HARAS

- Endereço: Estrada municipal Luiz Suplicy, 2050 - Bairro do retiro, Boituva - SP - Telefone: (15)981120005 - E-mail: af@harasatf.com - Facebook: Anette Ferraretto - Instagram: Anette_Ferraretto

BUONA

BUONAFORTUNA

COTIA

- Endereço: Rua dos Agrimensores, - 770 - Cotia - SP

- Telefone: (11) 4703-7003 - Whatsapp: (11)94305-0414

- E-mail: haras@harasbuonafortuna.com.br

- Facebook: @EscolaDeEquitacaoClassicaBuonaFortuna

- Instagram: @harasbuonafortuna

- Site: http://www.harasbuonafortuna.com.br

HARAS MANOEL LEÃO

- Endereço: Rodovia Cândido Portinari, km 327, Jardinópolis - SP

- Telefone: (16) 98219-0004

- E-mail: equoterapia@harasmanoelleao.com.br - Site: http://www.harasmanoelleao.com.br/

50

CENTRO HÍPICO DE BATATAIS

HARAS GOMIERI

PALMARES PAULISTA

Endereço: Rod. Cândido Portinari, 352 Bairro Castelo, Batatais - SP Telefone: (16) 99296-2765 Facebook: Centro Hípico Batatais Instagram: centrohipicobatatais

HÍPICA BRASIL

Endereço: Sítio Santo Antônio km 1 estrada de Palmares à Ariranha Município de Palmares Paulista SP Telefone: (17) 99766-2920 E-mail: haras.gomieri@bol.com.br Facebook: Haras Gomieri Instagram: harasgomieri

Endereço: Rua Soluções do Lar n°325, Cotia - SP Telefone: (11) 9.9218-1512/(11)9.8218-5812 E-mail: paulinhohbr@hotmail.com Facebook: hipicabrasil Instagram: hipicabrasil Site: www.hipicabrasil.com.br

ACADEMIA DE HIPISMO E CENTRO DE EQUOTERAPIA BARRETOS

HARAS AGROMIX

Endereço: R. Corredor da Prata, 2581 - Santa Cecilia, Barretos - SP

Telefone: (17) 98112-8565

E-mail: atendimento@academiadehipismo.com.br Facebook: Academia de Hipismo – Centro de Equoterapia Instagram: academiadehipismo Site: www.academiadehipismo.com.br/

JABOTICABAL

Endereço: Alameda Pica Pau - Bairro Planalto do Bosque - Jaboticabal-SP Telefone: (16) 3202-2595 E-mail: agromix@agromixtosi.com.br Facebook: Haras Agromix Instagram: haras_agromix

CT PAULO FERREIRA

Endereço: Rodovia Antônio Machado Santanna km 7 Ribeirão Preto Telefone: (16) 98163-4154 E-mail: pauloferreira2010@hotmail.com.br Facebook: CT Paulo Ferreira Instagram: @ctpaulo_ferreira

51

SOCIEDADE HÍPICA DE ARARAQUARA

HÍPICA CAROL

Endereço: Rodovia SP 255, Av. João Bosco Antônio da Silva Faria, KM 76 - Jardim Res. Água Branca, Araraquara – SP

Telefone: (16)99774-5887

E-mail: shararaquara@gmail.com Facebook: Sociedade Hípica Araraquara

Endereço:

R. Carlos Porsani 647 Chácara Flora 14805, 303, Araraquara - SP E-mail: anatiara93@hotmail.com Telefone: (16) 99626111 Site: www.hipicaararaquara-carol.com.br/

SOCIEDADE HÍPICA DE BAURU

Endereço: Avenida José Henrique Ferraz 7-15, Bauru, SP, 17054-050

Telefone: (14) 99783-0652

E-mail: sociedadehipicadebauru@yahoo.com.br

Facebook: Escola de Equitação Sociedade Hípica de Bauru

Instagram: hípica_de_bauru

HARAS

BOM JESUS

Endereço: Rod. Comandante João Ribeiro de Barros, km 367, Piratininga - SP

Telefone: (14) 99713-5031

E-mail: contato@harasbj.com Facebook: Haras Fazenda Bom Jesus Instagram: harasbomjesus Site: www.harasbj.com.br/

52
ARARAQUARA PIRATININGA

No caderno “Buy Here” você encontrará oportunidades para crescer no esporte equestre. As páginas a seguir são compostas por grandes promessas que te auxiliarão a alcançar seus objetivos. O caderno Buy Here chega a revista Hypica Sports com a nalidade de alavancar seus sonhos.

53
54 Filiação: Pai: Cascorrado II ST Ghyvan Z Avô: Cassini I Sexo: Macho Idade: 8 anos Natural de: São Paulo Filiação: Catalist x X-Tra GMS Avós: Calypso II x Diamant de Semilly Sexo: Fêmea Data de nascimento: 21/09/2007 Natural de: São Paulo Contato: Cavalos Shop 011.989741343 (whatsapp) Instagram: @cavalos.shop Contato: Cavalos Shop 011.989741343 (whatsapp) Instagram: @cavalos.shop Cavalli Candy

Hot Rod

Filiação: Northern A eet (USA) / Northern Snow

Avô Materno: Royal Academy (USA)

Sexo: Macho

Pelagem: Castanho

Data de Nascimento: 15/07/2010

Natural de: São Paulo

Criador: Stud TNT / Haras Vale Verde

55

A SENSIBILIDADE DO CAVALEIRO

E A EMBOCADURA DO CAVALO

É preciso c�municação entre �s d�is para que haja um trabalho efetivo na f�rma de guiar e d�mar o animal

A embocadura é uma conquista antiga no trabalho feito com cavalos, isso porque ela está presente durante a condução e, consequentemente, a doma em suas variadas modalidades. Na sua maioria, a melhor delas é aquela a qual o cavalo responde de modo brando, sem reações bruscas. Isso signi ca que o modo aplicado necessita de suavidade para e cácia da ação. Dentre as diversidades da embocadura existem as com alturas, modelos e matérias diferentes, começando pelos três mais conhecidos: bridão, freio-bridão e freio. A forma mais justa de entender a e cácia das embocaduras durante o processo de doma com o cavalo é testando as mais leves e gradativamente mudando conforme a necessidade, a m de obter a conexão ideal com a boca do animal e saúde dele. A nal, a escolha certa desse instrumento de trabalho pode evitar, entre outras coisas, problemas odontológicos e cólicas equinas.

A forma mais justa de entender a e cácia das embocaduras durante o processo de doma com o cavalo é testando as mais leves e gradativamente mudando conforme a necessidade,

É nesse sentido que o resultado da prática depende da sensibilidade do cavaleiro em relação ao cavalo no momento de sentir a resposta do animal, não forçar a ação e estar sempre atento. Vale lembrar que por mais que a intenção da embocadura seja a doma, o animal pode não reagir como o esperado logo na primeira tentativa e por isso é preciso ter atenção aos sinais.

“Quando o cavalo não se sente confortável com o instrumento, ele reage, pode bater a cabeça e tenta tomar as rédeas da sua mão. Mas também, não adianta somente ter uma embocadura perfeita sem que o cavaleiro tenha a suavidade em conduzi-la. Tudo depende da conexão e a racionalidade do ser humano para uir de forma saudável e precisa”, explica Rowin.

Para Rowin Gustav von Reininghaus, cavaleiro e pro ssional de hipismo, é necessário ter atenção com as rédeas, “não existem cavalos duros de boca como dizem. Quando o seu animal se torna pesado nas rédeas é um sinal de que ele está desequilibrado. Nesse momento é importante, antes de trocar o bridão por algo mais forte, trabalhar seguramente o balanço e equilíbrio do seu cavalo”, conta.

Os primeiros contatos do equino com o instrumento irão de nir o grau de aceitação dele. A preferência é que ela não cause incômodo e nem tão pouco tenha um gosto impalatável – molhando de forma antecedente na água com açúcar, mel ou melaço. Quanto mais amena a doma, maior cooperação do cavalo. O tempo da embocadura na boca também não pode exceder e o repouso do instrumento é necessário. Sendo assim, o cavalo só deve car com a embocadura enquanto estiver trabalhando em companhia com o cavaleiro.

5854 Mundo Hípico
Foto_Carol Cotrim

O tempo da embocadura na boca também não pode exceder e o repouso do instrumento é necessário. Sendo assim, o cavalo só deve car com a embocadura enquanto estiver trabalhando em companhia com o cavaleiro.

Foto_Maurício Vieira

TIPOS DE EMBOCADURAS MAIS CONHECIDAS

BRIDÃO

O modo de ação é a pressão principal nas comissuras labiais, região sensível no interior da boca do animal, ele é praticamente uma embocadura de transição. Para tanto, gera uma reação dele elevando a cabeça como forma de amenizar o incômodo, como dito na matéria, quanto mais discretos forem os comandos de rédeas, menor será a reação.

FREIO-BRIDÃO

É uma embocadura considerada de transição entre o bridão e o freio. O bocal é articulado, atuando como um bridão, pressionando as comissuras labiais. Mas as hastes são de freio, tipo alavancas que atuam sobre a pressão da barbela, no queixo. Assim, um freio-bridão atua sobre dois pontos principais de controle – comissuras labiais e queixo. Sua ação de efeitos duplos tende a melhorar a exão da nuca.

FREIO

É a embocadura pro ssional, que tem condições de ajudar o treinador a explorar o máximo de potencial do cavalo funcional. O modo de ação do freio é mais complexo do que o do bridão, porque atua sobre três pontos de controle, enquanto o bridão atua basicamente sobre um único ponto de controle. Ele exerce ação complexa, de efeitos múltiplos. O segredo do uso correto do freio está no ajuste da barbela, se a barbela estiver muito apertada pode causar desconforto e até mesmo ferimentos ao animal.

Mundo Hípico
60

O TRIATLO DA EQUITAÇÃO RUMO A PARIS 2024:

ANÁLISE PÓS-EVENTO DO CAMPEONATO MUNDIAL DE HIPISMO CCE

O Campeonato Mundial de Hipismo CCE aconteceu de 14 a 19 de setembro de 2022, em Rocca di Papa, na Itália - an triã da competição, garantiu vagas para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Após a largada ao FEI Eventing

World Championship 2022 / Mundial de Concurso Completo de Equitação, as colinas de Pratoni del Vivaro foram palco da inspeção veterinária, e por m, receberam a ordem de entrada de 89 conjuntos. Ao todo, 16 equipes completas participaram do campeonato, incluindo 26 países, seja por títulos individuais ou por equipe, durante três fases. São elas: adestramento, cross-country e salto. O campeonato garantiu para as sete primeiras equipes, a classi cação para Paris, seguindo as provas de adestramento e saltos no Mundial de Hipismo de Herning (Dinamarca), em agosto desse mesmo ano - conhecido como o principal evento da modalidade e o primeiro a garantir vagas para o Palácio de Versalhes daqui dois anos. A categoria dos saltos é a modalidade mais tradicional para o Brasil no hipismo e foi no ano de 1998 que o país garantiu o ouro no Mundial em Roma com o cavaleiro Rodrigo Pessoa, que se tornou o mais jovem campeão do mundo da história do esporte.

CLASSIFICAÇÃO NOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE

No nal de julho, a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) comunicou que os integrantes selecionados para a equipe foram os cavaleiros olímpicos e medalhistas Pan-Americanos Carlos Parro / Goliath HFI; Marcelo Tosi / Gen y; Marcio Carvalho Jorge / Kilcoltrim Kit Kat e Ruy Fonseca / Ballypatrick SRS. O evento também foi transmitido no Canal Olímpico do Brasil. O técnico britânico William Fox Pitt, destaque do Concurso Completo de Equitação Mundial, que assumiu o cargo em maio, segue comandando o ciclo até a próxima disputa olímpica. Ele já conquistou três medalhas olímpicas por equipe, além da prata em Atenas 2003 e Londres 2012. O bronze veio em Hongkong 2008 - sede do hipismo nas Olimpíadas de Pequim, entre outras vitórias que coleciona no hipismo mundial.

O time brasileiro também veio acompanhado pela chefe de equipe, Julie Purgly, o veterinário, Paulo Eduardo Limongi Pacheco e o diretor da CBH, João Aragão. No confronto, o Brasil terminou em 13º lugar por equipes no Mundial, sendo Carlos Parro o atleta com melhor desempenho nos saltos, com apenas quatro pontos descontados. Enquanto isso, Marcio Carvalho Jorge com 12,8 e Marcelo Tosi com 37,6 de faltas. A equipe brasileira ocupou o mesmo lugar nos saltos e cross-country. Já no adestramento, levou três posições melhores: Carvalho Jorge cou em 53º lugar, Carlos Parro foi o 65º e Marcelo Tosi o 66º.

61 Equitação
Cavaleiro em ação - Carlos Parro

Carlos Parro traz seu ponto de vista sobre o Campeonato Mundial de Hipismo CCE na Itália. ‘’A equipe estava bem-preparada com cavalos e cavaleiros experientes. Infelizmente o resultado foi longe do esperado. Mas isso às vezes acontece. Temos que nos preparar melhor e ver o que foi feito de errado para não acontecer de novo’’, diz ele.

Marcelo Tosi também analisou de perto a participação do Time Brasil e disse que o país se fez presente. ‘’Os cavaleiros e equipe técnica absorvem parâmetros de outras equipes para poder planejar e desenvolver uma evolução da competitividade dos atletas e da modalidade em território nacional’’, comenta.

A medalha de �uro f�i para a Alemanha, �s Estad�s Unid�s ficaram c�m a prata e N�va Zelândia, o br�nze de CCE. Países c�mo a Grã-Bretanha, Irlanda, Suécia e Suíça, também garantiram classificação �límpica. Outro destaque f�i o �uro no individual da Grã-Bretanha c�m a amaz�na Yasmin Ingham, seguida da prata pela Julia Kajewski, da Alemanha, que f�i campeã �límpica em Tóquio 2020. Tim Price, da N�va Zelândia, f�i br�nze no mundial.

DESTAQUE DO TIME BRASIL NA COMPETIÇÃO

O cavaleiro Carlos Parro, atleta eleito com o melhor desempenho nos saltos em Rocca di Papa, coleciona diversos títulos, como: quatro medalhas em Pan-Americanos, sendo

duas de prata e duas de bronze, além de três medalhas de ouro em Sul-Americanos. Ele conta que a paixão pelo esporte e cavalos começou quando ainda era criança. ‘’Meu avô tinha um sítio perto de São Paulo e lá ele tinha um cavalo. A gente ia passar férias com ele e sempre montava. Isso com 5 ou 6 anos de idade. Depois disso, ele comprou nosso primeiro cavalo em um leilão na Festa do Cavalo de Colina - SP’’, diz. Hoje com toda sua experiência, Carlos acredita que o animal precisa con ar 100% nele, principalmente no treinamento, ressaltando que isso faz com que o cavalo seja bom na modalidade cross-country. ‘’O treinamento para um cavalo de alto nível é de mais ou menos cinco anos. Durante esses cinco anos, aprendemos um pouco de cada modalidade. Depois disso é só aprimoramento e condição física. Mas, o adestramento sendo a base de todas as modalidades acaba sendo o que mais trabalhamos’’, explica.

Equitação
Cavaleiro em ação - Carlos Parro Cavaleiro em ação - Carlos Parro
62

Carlos Parro também analisa outras competições e premiações do Time Brasil. ‘’Acabamos de voltar da Argentina onde fomos medalha de ouro individual e por equipes nos Jogos Sul-Americanos, conseguindo a vaga do Brasil para o Pan-Americano. Esse foi um resultado muito bom e mostra que estamos no caminho certo em busca de um grande resultado no próximo Pan-Americano e Olimpíadas’’. Concluindo a temporada na Inglaterra, os cavaleiros seguem se preparando para os novos desa os, o Pan-Americano em 2023 e os Jogos Olímpicos de

’Acabamos de voltar da Argentina onde fomos medalha de ouro individual e por equipes nos Jogos Sul-Americanos, conseguindo a vaga do Brasil para o Pan-Americano

Paris em 2024. Outro cavaleiro experiente é Marcelo Tosi, que teve seu primeiro contato com cavalos quando tinha apenas um ano de idade. Seu pai o levava esporadicamente para dar uma volta na cocheira. E atualmente, ele coleciona vários recordes na carreira.

Foi seis vezes Campeão Brasileiro, ocupou o 7º lugar em Pan-Americanos e 21º em Jogos Olímpicos. Além de Campeão Sul-Americano na modalidade individual, também conquistou por equipe. Já são duas medalhas de prata e uma de bronze em Pan-Americanos.

Sobre o cenário do esporte e sua atuação, conta que ‘’a sensação é de muita responsabilidade e ao mesmo tempo de ter que fazer o melhor resultado possível pois somos nós, o Brasil, naquele momento. Essa responsabilidade é a mesma de quando comecei em 1997, na minha primeira participação pela equipe brasileira na Argentina, só que agora com mais experiência’’. Tosi também fala sobre a relação com cavalos e o bem-estar animal. ‘’A relação é muito forte, existe muita a nidade com cada cavalo, não chega a de ser um ‘pet mimado’ pois o cavalo para ser um campeão, tem que ser um atleta e ter muita disciplina também, ter seus instintos e caráter preservados o mais natural possível para garantir o bem-estar animal’’, diz.

Segundo ele, a rotina de um dos seus cavalos é bem completa, realizando treino em estrada duas vezes na semana, um treino de galope na semana (no mínimo), um dia de adestramento, um dia de treino de salto e um dia de trabalho de plano com mix de cavaletes e exercícios de controle, além de um dia de descanso. Essa programação pode ser ajustada conforme a idade do cavalo, mais próxima das provas e grau de di culdade daquele desa o.

O atleta adianta que os próximos objetivos da sua vida pro ssional incluem evolução de dez cavalos jovens de salto e completo que estão no Brasil, no Haras Agromix e dois cavalos que estão na Inglaterra, seguindo rumo aos Jogos Pan-Americanos de 2023 no Chile e os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris.

63 Equitação
Cavaleiro em ação - Marcelo Tosi Cavaleiro em ação - Marcelo Tosi - Libby Law Cavaleiro em ação - Marcelo Tosi
64

DOÇURA E INTELIGÊNCIA DA RAÇA FRIESIAN

GANHAM O CORAÇÃO DE CRIADORES BRASILEIROS

Originári�s da região do lit�ral n�rte da H�landa, quando imp�rtad�s, raça Friesian precisa de adaptação para viver no Brasil

65

Com uma crista abundante e pelagem escura, os cavalos da raça Friesian vêm ganhando bastante notoriedade no Brasil. Naturais do norte da Holanda, essa é uma raça muito dócil e que chama a atenção pelo seu andar majestoso e aptidão para montaria, atrelagem e diversos níveis de adestramento. Essa é uma raça que, ao longo de toda a história, passou a ser utilizada de diferentes formas, como por exemplo, no século XVII, os Friesians faziam transportes de cargas. Durante a Revolução Francesa, eram utilizados como cavalos de corrida. No século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, os cavalos eram usados para puxar canhões, atitude que quase causou o extermínio da raça.

OS CUIDADOS E A VINDA DA RAÇA PARA O BRASIL

André Ganc tem 52 anos, é engenheiro agrônomo, cavaleiro, treinador, criador da raça e, desde o início é um grande admirador do Friesian. Foi introdutor do Stud Book no Brasil e diretor da raça em seus primeiros anos. A vinda dessa raça para o Brasil, é algo relativamente novo e deve ser realizada com muito cuidado, a nal, esse cavalo é acostumado com o clima mais ameno e gelado.

“Os caval�s imp�rtad�s c�stumam ter um primeiro ano bastante difícil. É a partir do segundo ano que melh�ram. Os animais nascid�s no Brasil, em geral não p�ssuem pr�blemas de adaptação de clima”, diz Ganc, que explica a necessidade de um pr�cesso de “aclimatização” d�s caval�s que veem para o país.

66
Raça da Edição

Essa é uma raça que necessita de alguns cuidad�s exclusiv�s p�r p�ssuírem vísceras pequenas, �u seja, seu c�ração, pulmão, aparelho repr�dutivo, etc., são men�res e precisam de mais tempo para recuperação. O criad�r da raça ref�rça que é necessário, p�r exemplo, realizar trabalh�s mais brand�s c�m o animal, c�m várias pausas e c�m bastante atenção a frequência respiratória.

67

“Esse cavalo muitas vezes não se adaptam a um regime de trabalho diário, às vezes o cavalo, ele se recupera do trabalho num período um pouco mais longo, então algumas pessoas preferem trabalhar dia sim, dia não, para que ele tenha um período de descanso maior”, comenta Ganc.

Outro ponto importante segundo André Ganc, é a higiene no animal. Conforme explica, essa é uma raça que possui pelagem comprida nas patas e pode causar infecções no animal. “A presença dos pelos compridos

cria um microambiente propício para desenvolvimento de fungos e micoses, então isso tem que ser muito bem cuidado”, frisa o engenheiro, que também comenta sobre a propensão da raça a ter determinadas alergias. “Esse é um animal que tem uma certa propensão a algumas alergias, então você tem que ter uma atenção a detecção de distúrbios de rotina, quer dizer, car atento a pequenas alterações no corpo do animal, por exemplo, a reação do corpo a picadas, e reação da pele a determinados produtos de limpeza”, explica o cavaleiro.

É UMA RAÇA POUCO ENCONTRADA NO BRASIL

Os Friesians são cavalos muito bonitos, mas que possuem uma atenção redobrada. Por mais que a raça venha ganhando no coração dos brasileiros, ainda existe um pequeno número de exemplares no país. “Você tem um grupo bastante limitado de criadores e é por isso também que o Studio Book do cavalo Friesian está hospedado na Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo (ABCCH). Não é registrado como um cavalo de hipismo, mas a estrutura administrativa da associação é compartilhada”, expli -

ca André Ganc.

A raça de cavalos Friesian não é uma raça voltada para o uso no hipismo, no entanto, são ótimos cavalos para competições de adestramento e atrelagem. “A gente usa todo o setor administrativo, nanceiro, etc., da ABCCH e registra lá os cavalos Friesian. Essa é uma raça de lazer, eventualmente de adestramento, mas ela não é um cavalo de salto. Ela também se presta muito a atrelagem, de uma forma bem boa”, naliza o cavaleiro.

“A presença d�s pel�s c�mprid�s cria um micr�ambiente pr�pício para desenv�lvimento de fung�s e mic�ses, então isso tem que ser muito bem cuidado”
............................................ ............................................ ............................................ ............................................ CAVALEIROS MURAL DOS FERNANDO GODOY @FERNANDORPGODOY RAFAELA JOVELIANO @RAFAELAJOVELIANO BENJAMIN FERREIRA PIES BISPO AC K-PAX @BENJPIES SAMIRA VALADARES KHAWLI IMPERADOR @SAMIRA_VKHAWLI RAFAEL XAVIER FUNDADOR DO APLICATIVO V8HORSE @RAFAELDSXAVIER GIOVANNA D’AMICO RODRIGUES GDR RAYA JMEN I @GIOVANNA_DAMICO_RODRIGUES MARIA LUÍSA LAURE PÉ DE PANO ANTONELLA RAMOS FERREIRA JACKIE @CTPAULO_FERREIRA
ALICE LOZANO FUGITA ZURKIS @ALICELFUGITA ISABEL LOZANO FUGITA HERÓI Esporte 64 ............................................ ............................................ CAVALEIROS MURAL DOS ULYSSES FERNANDES @ULYSSESFERVILHA BECCA FURTADO GB CACHARREL @BECCACFURTADO WILLIAN FESTUCI @WILLIANFESTUCI VALENTINA BARBOSA LIMA QUEBECK DA BOA VISTA LUCAS MOREIRA GOMES DRÃO SI LUCAS_MG10 ALESSANDRA ORICCHIO OLIVEIRA FENOMENAL CHANTEBLED @ALESSANDR_A25

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.