Contra o aminianismo e seu ídolo pelagianoo livre arbítrio por john owen

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considerada uma causa suficiente da nossa regeneração, na medida em que nenhum outro, de mesmo tipo, é necessário. Ela também pode ser resistida in sensu diviso, abstraindo a partir da consideração em que é vista como o instrumento de Deus para tal fim. Em sexto lugar, a graça interna é distinguida, por teólogos, da graça inicial ou de prevenção, ou a seguinte graça cooperante. A primeira é aquele princípio espiritual vital que é infundido em nós pelo Espírito Santo, aquela nova criação e concessão de uma nova força, pelo que somos conduzidos à capacidade para realizar ações espirituais, crer e prestar obediência evangélica: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras” (Efésios 2:10). Por esta graça interna Deus nos dá um coração novo, e põe dentro de nós um espírito novo, ele tira de nós o coração de pedra, e nos dá um coração de carne; ele põe dentro de nós o Seu Espírito, para que andemos nos Seus estatutos (Ezequiel 36:2627). Agora, esta primeira graça não é própria e formalmente um ato vital, mas somente causaliter [casualmente], sendo um princípio de movimento para tais atos vitais dentro de nós. O hábito da fé é concedido a um homem, para que ele seja capaz de suscitar e praticar os atos de fé, dando nova luz à compreensão, novas inclinações à vontade, e novas afeições ao coração, pois a eficácia infalível desta graça é o que nós pleiteamos contra os Arminianos. E entre aquelas inúmeras passagens da Sagrada Escritura que confirmam esta verdade, farei uso apenas de um número pequeno, reduzido a estes três tópicos: Em primeiro lugar, nossa conversão é operada por uma ação Divina onipotente, a que a vontade do homem não resistirá, e portanto, não pode resistir. A impotência da mesma não deve se opor a esta graça onipotente, que certamente efetuará a obra para a qual foi ordenada, sendo uma ação não inferior à “sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus” (Efésios 1:19-20). E, este poder que pode superar o inferno, e desatar os laços da morte, não será eficaz para levantar um pecador da morte no pecado, quando, pela intenção de Deus, ela é designada a esta obra? Deus cumpre a “obra da fé com poder” (2 Tessalonicenses 1:11). É o “seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade” (2 Pedro 1:3). Certamente, a persuasão moral resistível não seria tantas vezes chamada de: o “poder” de Deus, o que denota uma eficácia real, a qual nenhuma criatura é capaz de resistir. Em segundo lugar, posto que esta graça consiste em uma eficácia real — não pode de modo algum ser considerada assim, senão quando e onde ela realmente opera o que intenciona, e não pode ser resistida a ponto de tornar-se inoperante —, toda a sua natureza constitui uma operação real. Agora, que a própria essência da Divina graça consiste em um

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