A VONTADE E A SOBERANIA DE DEUS JOHN GILL Tradução do livro 1, capítulo 11 de A Body of Doctrinal Divity 1. Provo que há uma vontade em Deus; à razão de que em todos os seres inteligentes há uma vontade, como também uma compreensão; como em anjos e homens, assim é com Deus; como Ele tem uma compreensão do que é infinito e imperscrutável, assim ele tem uma vontade; fazer a vontade dEle é o mais apropriado. As influências de Sua compreensão guiam a sua vontade, e a Sua vontade determina todas as suas ações; e a Sua vontade sendo dirigida assim, sabiamente, é chamada de "o conselho da sua vontade" (Ef. 1:11). A vontade freqüentemente é atribuída à Deus na Bíblia; "Faça-se a vontade do Senhor" (Atos 21:14). "Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?" (Rm. 9:19). "Descobrindo-nos o mistério da sua vontade" (Ef. 1:9) e em muitos outros lugares; a vontade de Deus não é de nenhum modo diferente de Sua própria propensão; é essencial a Ele; é a Sua natureza e essência; não é separada, ou considerada como distinta, ou como uma parte de um todo; o que seria contrário ao claro senso de Deus; ou para ser um simples espírito desapiedado que fora estabelecido. A vontade é atribuída a cada uma das pessoas divinas; para o Pai, (Jo 6:39, 40) para o Filho, como uma pessoa divina, (Jo 5:21, 17:24) e quem também, como homem, teve uma vontade distinta dessa, entretanto sujeitou-se, (Jo 6:38; Lc 22:42) e para o Espírito que é dito que restringe e não sofre algumas coisas que são feitas; quer dizer, não os permite; e não permitir é um ato da vontade, como também decidir, (Atos 16:6, 7) é dito que ele reparte os seus dons aos homens "como quer" (1 Cor. 12:11). E estes três, como eles são um Deus, concordam em um, em uma mente e vontade. 2. Mostrarei agora no que consiste a vontade de Deus: há apenas uma vontade em Deus; mas para nossa melhor compreensão, pode-se distinguir isso. Eu não aborrecerei o leitor com todas as distinções feitas pelos homens; algumas são falsas e outras vãs e inúteis; como absoluto e condicional, antecedente e conseqüente, eficaz e ineficaz, etc. A distinção de "secreta" e "revelada" vontade de Deus é obtida entre as perfeições divinas; a primeira é propriamente a vontade de Deus, a segunda somente a sua manifestação. Qualquer que seja a resolução de Deus em Si mesmo, quer para Si ou para outros, ou permitir ocorrer, enquanto está em seu íntimo, não se faz saber por qualquer evento da providência, ou pela profecia, que é a Sua vontade secreta; assim são as profundezas de Deus, os pensamentos de Seu coração, os conselhos e determinações de Sua mente; que são impenetráveis a outros; mas quando se abrem pelos eventos da providência ou pela profecia então