Ruminantes 32

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ALIMENTAÇÃO

FIGUEIRA-DA-ÍNDIA

NA ALIMENTAÇÃO DE BORREGAS DE SUBSTITUIÇÃO

A

TEXTO EMANUEL PASCOAL, ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

TEXTO ABEL VELOSO, ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

TEXTO ANTÓNIO MOITINHO RODRIGUES, ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO CERNAS-IPCB CENTRO DE ESTUDOS DE RECURSOS NATURAIS, AMBIENTE E SOCIEDADE.

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figueira da índia (Opuntia ficus-indica (L.) Miller) é uma espécie da família Cactaceae com origem e domesticação no México. Crescendo nas mais diversas condições ecológicas, a figueirada-índia está amplamente distribuída por todo o Mundo (Sáenz et al., 2006). A introdução desta espécie na Península Ibérica ocorreu no final do século XV, após a descoberta da América, espalhando-se posteriormente por toda a bacia do Mediterrâneo (Anderson, 2001). Em Portugal, a figueirada-índia está amplamente naturalizada. É cultivada para produção de frutos comestíveis em solos marginais de zonas com verões quentes e secos. Os cladódios resultantes da poda dos pomares de figueira-daíndia apresentam elevado valor nutricional (Rodrigues et al., 2016). É biomassa que pode ser utilizada como forragem para ruminantes (Reis et al., 2018). Vários autores têm avaliado a utilização dos cladódios como fonte de água (Tegegne et al., 2007; Costa et al., 2009, por exemplo) ou como forragem para a alimentação de ovinos (Rekik et al., 2010; Costa et al., 2012; Rodrigues et al., 2015). Com o presente trabalho pretendeu-se avaliar o efeito que a utilização como forragem de cladódios de cultivares de figueira-da-índia sem espinhos teve sobre a ingestão

ruminantes janeiro .fevereiro .março 2019

alimentar, a ingestão de água, a ingestão de nutrientes e sobre o crescimento de borregas de substituição.

MATERIAL E MÉTODOS O ensaio decorreu durante 63 dias na Quinta da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESA-IPCB) utilizando-se 16 borregas de raça Merino Branco. Foram criados 2 grupos de 8 animais cada um, homogéneos relativamente ao peso vivo e à idade. Cada grupo foi organizado em quatro subgrupos de 2 borregas cada um e o controlo da ingestão alimentar foi feito para cada um destes subgrupos de

dois animais. Em ambos os grupos foi utilizado feno de consociação (F) como alimento forrageiro base em regime ad libitum controlado. O grupo controlo teve como suplemento alimentar farinha forrageira de milho (FM). O outro grupo teve como suplemento alimentar farinha forrageira de milho mais cladódios de Opuntia "ficus-indica (OFI) sem espinhos (Figura 1). A quantidade de alimentos e de água ingerida por cada grupo foi controlada diariamente e o peso vivo de cada animal foi avaliado semanalmente. Os alimentos forrageiros utilizados foram produzidos na ESAIPCB (feno de consociação e

FIGURA 1 Cladódios de figueira-da-índia sem espinhos utilizados na alimentação das borregas.

TABELA 1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ALIMENTOS UTILIZADOS (%MS). ALIMENTO

MS

CINZAS

PB

NDF

NFC

EM

Figueira-da-índia

5,86

Farinha de milho

87,95

21,45

9,48

20,86

46,56

2,46

1,61

10,31

13,96

70,19

2,82

Feno

88,72

6,11

7,12

66,83

19,14

1,71

MS: matéria seca; PB: proteína bruta; NDF: fibra em detergente neutro; NFC: hidratos de carbono não fibrosos; EM: energia metabolizável (Mcal/kg MS).


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