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PROTEÇÃO DE PLANTAS

NUNO SÉRGIO GESTOR DE MARKETING E DESENVOLVIMENTO – SELECTIS nsergio@selectis.pt

INFESTANTES NA CULTURA DO MILHO Um dos grandes obstáculos para a produção mundial de milho é a presença de infestantes na cultura. Estas interferem no seu desenvolvimento através da competição pela água, luz e nutrientes. As infestantes podem diminuir a produtividade e qualidade da cultura, quer por dificultar o seu desenvolvimento, quer por alterar as suas características, além de encarecerem as práticas agrícolas e servirem de hospedeiras para pragas e doenças. É de salientar ainda que a presença de algumas infestantes no milho para silagem pode afetar a alimentação dos bovinos devido à sua toxicidade.

Principais infestantes folha larga Entre as principais espécies de folha larga (dicotiledóneas) destacam-se as seguintes: • Bredos (Amaranthus blitoides); • Catassol (Chenopodium album); • Erva-pessegueira (Polygonum persicaria); • Sempre-noiva (Polygonum aviculare) • Figueira-do-inferno (Datura stramonium); • Erva-moira (Solanum nigrum); • Malvão (Abutilon theophrasti); • Saramago (Raphanus raphanistrum); • Bardana menor (Xanthium spp.); • Labaças (Rumex spp.); • Beldroega (Portulaca oleracea).

28 abril . maio . junho 2015 Ruminantes

folha estreita Em relação às infestantes de folha estreita (gramíneas ou monocotiledóneas) as espécies que mais estão presentes nos campos de milho são: • Milhã pé-de-galo (Echinochloa crusgalli); • Milhã digitada (Digitaria sanguinalis); • Sorgo Bravo (Sorghum halepense), que cada vez surge com mais frequência; • Erva febra ou azevém (Lolium rigidum); • Cabelo de cão (Poa annua); • Pega-saias (Setaria viridis).

ciperáceas Relativamente a infestantes da família das ciperáceas (Cyperaceae), que surgem com muita frequência na cultura do milho, as mais comuns são: • Junça (Cyperus rotundus); • Juncinha (Cyperus esculentus).

As práticas culturais utilizadas na preparação do solo para a sementeira do milho permitem a germinação das infestantes, assim como a incorporação de chorume ou estrume não curtido, de origem bovina, que pode contribuir para a reintrodução de sementes viáveis.

controlo das infestantes O controlo das infestantes tornase essencial nesta cultura e deve compreender a utilização de diferentes estratégias: cultural (rotação de culturas; preparação do solo), mecânica (sacha) e química. O controlo químico deve ser feito de forma cuidada, no momento mais adequado e nas doses recomendadas. A utilização adequada dos herbicidas na cultura do milho permite efetuar o controlo eficaz das infestantes, possibilitando alcançar boas produtividades. A identificação das espécies de infestantes existentes no campo torna-se indispensável para a correta escolha do herbicida. Os herbicidas de pós-emergência apresentam diversas vantagens, nomeadamente: • Flexibilidade na escolha do herbicida adequando a melhor solução e as doses a aplicar em função das espécies presentes e da sua fase de desenvolvimento; • Excelente eficácia sobre as principais infestantes dicotiledóneas (folha larga), gramíneas (folha estreita) e ciperáceas (junças); • Seletividade para a cultura; • Possibilidade de mistura de herbicidas para alargar o espectro de ação; • Degradação no solo sem afetar as culturas seguintes;


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