CENA #03 INT/BALNEÁRIO MUNICIPAL ALCÂNTARA/NOITE Anacleto toma um retemperante duche. Na sua cara está estampado um enorme sorriso.
Transpira no rosto o imenso
prazer proporcionado pelo duche. O vapor de água misturase no ar. Vê-se um corpo magro, mas musculado entre água e vapor. No compartimento do duche, Anacleto coloca os ténis estrategicamente na sua linha de olhar e de maneira a nunca os perder de vista. CENA #04 INT/RECEPÇÃO BALNEÁRIO MUNICIPAL ALCÂNTARA/NOITE Anacleto maneira
caminha sóbria:
em
direcção
calças
de
à
ganga
recepção.
Veste-se
usadas
casaco
e
de
azul
escuro. Traz a mochila ao ombro, o par de botas numa mão e o par de ténis noutra. Senta-se no banco corrido do balneário, arruma os ténis num impecável saco de pano e começa
a
calçar
as
botas.
Nisto,
é
interrompido
por
Manjerico, o cão de Dona Ana. Dona Ana, uma quarentona, toma conta do Balneário e é uma mulher com ar atrevido, bem disposto e faladora. No rádio toca a música “Alfama” dos Madredeus e o balneário está decorado com motivos das marchas populares. DONA ANA (enquanto desce as escadas e conserta a camisa) Oh Manjerico, ‘tá quietinho, não incomodes o Sr. Anacleto. ANACLETO (enquanto faz uma “festa” a Manjerico e sorri) Deixe lá estar o animal... DONA ANA (enquanto pega no Manjerico ao colo e senta-se na sua secretária onde está um manjerico)