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cotidiano

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EF

SEGUNDA-FEIRA, 24 DE MARÇO DE 2008 ★

C1

SÃO PAULO PRESO ACUSADO DE TRÁFICO DE DROGAS MORRE EM CELA DA PF

SEGURANÇA FOLHETO ENSINA O QUE FAZER AO SER PARADO PELA POLÍCIA

Pág. C5

Pág. C6

Nove pessoas morrem esete ficam feridas em acidente de carroem rodovia de Minas )

Pág. C4

VelocidadecaiemcorredoresdeônibusdeSP Veículos estão mais lentos em 7 dos 9 trechos exclusivos da cidade, por onde passam 2 milhões de passageiros por dia Eduardo Knapp/Folha Imagem

Governo Kassab anunciou 19 medidas para melhorar o tráfego nas faixas; especialistas consideram as intervenções tímidas ................................................................................................

ALENCAR IZIDORO RICARDO SANGIOVANNI DA REPORTAGEM LOCAL

A velocidade média dos ônibus caiu em sete dos nove corredores municipais do transporte coletivo de São Paulo —prejudicando a viagem de 2 milhões de passageiros diários. Somente nos oito quilômetros de faixas exclusivas da estrada de Itapecerica e avenida João Dias, na zona sul, quem gastava 27 minutos no trajeto passou a perder 37 minutos. A piora, agravada por fatores como invasão das pistas por táxis e carros de passeio e programação inadequada de semáforos e de pontos de parada, não se deu só na periferia. No corredor das avenidas Rebouças/Consolação/Francisco Morato, os coletivos que trafegavam a 16 km/h, em 2006, passaram a rodar a 14,1 km/h, conforme balanço de 2007. Um campeão da corrida de São Silvestre é mais rápido que os ônibus de qualquer um dos nove corredores exclusivos. As velocidades médias aferidas em 2007 ficaram entre 12,2 km/h (Santo Amaro/Nove de Julho) e 17,9 km/h (Inajar de Souza/Rio Branco) —de 12% a 64% abaixo do mínimo necessário, de 20 km/h. Especialistas consideram entre 25 km/h e 30 km/h o ritmo ideal para os trechos exclusivos. No Fura-Fila, a média alcança 37 km/h. Os números da Secretaria Municipal dos Transportes refletem os tormentos diários vividos por passageiros como Gilberto Simões, 28, e que inclusive provocaram protestos semanas atrás na zona sul. O segurança Simões já se acostumou a levar broncas do chefe por causa dos atrasos diários no corredor que passa pela avenida M’Boi Mirim. Fora os descontos no seu salário —que equivalem a um dia de trabalho de 20 jornadas em um mês. Pista invadida O engenheiro Cláudio Senna Frederico, que foi secretário

Corredor na av. M’Boi Mirim, no Jd. Ângela, cujos moradores protestaram há duas semanas contra demora e superlotação de ônibus

ÔNIBUS MAIS LENTO Velocidade de coletivos cai em 7 dos 9 corredores de SP 2006 2007

Velocidade média (km/h)

17

16,4

19

18 16 14,1

15

17,4

16

14,5

12,9

Campo Limpo/ Rebouças/ Centro

Ibirapuera

Itapecerica/ João Dias/ Sto. Amaro

Parelheiros/ Rio Bonito/ Sto. Amaro

Jd. Ângela/ Guarapiranga/ Sto. Amaro

Paes de Barros

Inajar/ Rio Branco/ Centro

S. Amaro/ 9 de Julho/ Centro

12

A gestão Gilberto Kassab (DEM) prometeu fazer uma série de intervenções para aumentar a velocidade e as condições do transporte coletivo na cidade de São Paulo. Na última semana, foram anunciadas 19 pequenas e médias obras com vistas principalmente a melhorar a fluidez dos ônibus nos corredores. Mas elas ainda são consideradas tímidas por diversos especialistas para que tenham efeitos significativos. A primeira das medidas será implantada a partir de hoje, na rua Clélia, na zona oeste. A via receberá uma faixa exclusiva de ônibus à esquerda, entre a praça Cornélia e a avenida Pompéia, das 6h às 11h e das 17h às 20h. O objetivo da medida é facilitar a entrada na avenida Francisco Matarazzo, pelo corredor Pirituba/Lapa/ São João. Por conta da mudança, oito

12,2

6 km/h Velocidade de pedestre

Corredor

Pirituba/ Lapa/ Centro

Extensão

15 km

12 km

6 km

8 km

27 km

8 km

4 km

12 km

11 km

Passageiros/dia

350 mil

361 mil

427 mil

209 mil

254 mil

449 mil

76 mil

146 mil

638 mil

Variação (%) em relação a 2006

-3,5%

-8,4%

-9,4%

-8,8%

+5,3%

+1,7%

-11,9% -11,3% -28,3%

LEIA MAIS C3 Tiveram queda na velocidade média ONDE FICAM OS CORREDORES DE ÔNIBUS

25 km/h a 30 km/h

linhas terão seus itinerários modificados —porque seus coletivos só têm portas à direita— e serão desviadas para as ruas Coriolano e Venâncio Aires. Sem definição Das 19 intervenções prometidas em corredores de ônibus pela gestão Kassab, dez têm término previsto apenas para junho (como a adequação na geometria e nos semáforos no cruzamento da rua da Consolação com a avenida Ipiranga) e quatro estão ainda em fase de projeto, sem nenhum prazo. Essas medidas envolvem intervenções como ajustes nos semáforos, facilitação do acesso aos terminais (como ao Varginha, na zona sul, e ao Bandeira, no centro) e remanejamento de pontos de parada em alguns “gargalos” existentes. O secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, declarou na semana passada, de maneira genérica, sem dar detalhes, que a meta é diminuir em “até” 25 minutos “a maioria das viagens por corredores” de ônibus. A gestão Kassab também

prometeu a reforma do pavimento de sete dos nove corredores de ônibus, além da conclusão da instalação de GPS (sistema de posicionamento global, na sigla em inglês) em toda a frota, de forma a identificar por satélite todos os veículos do transporte coletivo —agilizando a tomada de decisões, a retirada de interferência e a velocidade dos coletivos. O SP-Urbanuss (sindicato das empresas de ônibus) informou que aprova as medidas anunciadas pela prefeitura e “toda e qualquer iniciativa que tenha por objetivo” dar prioridade ao transporte coletivo em detrimento do individual. A Folha solicita desde a última segunda-feira entrevista com algum representante da Secretaria dos Transportes para falar sobre a queda da velocidade em sete dos nove corredores de ônibus municipais. A assessoria de imprensa da pasta informou que as respostas para reverter a lentidão nessas pistas foram dadas com as medidas divulgadas em entrevista coletiva na última quarta-feira.

é a velocidade ideal em um corredor de ônibus

NORTE

2

DA REPORTAGEM LOCAL

14,6

13,3

Gestão Kassab promete medidas para melhorar fluidez nas faixas exclusivas ................................................................................................

17,9

17

16

dos Transportes Metropolitanos de 1995 a 2001, no governo de Mário Covas (PSDB), avalia que parte da redução da velocidade deve ter sido “resultado de pressões pela fluidez do trânsito”, com novas interferências em favor do automóvel. Por exemplo, a reprogramação de semáforos para melhorar os acessos transversais, mas em detrimento da eficiência da pista exclusiva, e a quantidade excessiva de cruzamentos. “Não basta ter a separação da faixa. Ter uma velocidade média abaixo de 25 km/h significa que está sendo desperdiçado um investimento”, afirma. “O mais visível”, porém, diz ele, é a quantidade de veículos invadindo a pista exclusiva. “Começa com a ambulância, depois a polícia, depois os táxis. Cada um com sua justificativa, mas que, no conjunto, prejudicam muito e incentivam outros carros particulares a invadir.” O consultor em transporte Horácio Augusto Figueira faz coro e defende a proibição de táxis nos corredores. Os favoráveis à liberação desses veículos argumentam que a medida racionaliza os momentos de ociosidade da pista e que o táxi é uma opção mais racional ao carro particular. A própria gestão Gilberto Kassab (DEM) já divulgou que até 40% do tráfego em alguns corredores analisados em 2007 era de outros veículos, e não de ônibus. Hoje a prefeitura diz nem pensar em rever a liberação das faixas tanto a táxis com passageiros (diariamente) como a carros de passeio (sábados, após as 15h, e domingos). A fiscalização dos invasores é outra deficiência apontada por especialistas. A capital paulista tem 58 câmeras para flagrá-los —a multa é de R$ 127,69—, mas a punição é precária porque elas não identificam automaticamente se os carros são autorizados ou veículos infratores. Mesmo com a queda de velocidade, Figueira cobra a expansão desse transporte, inclusive com faixas reversíveis nos picos. Entre as intervenções defendidas por ele, está a presença de faixas para ultrapassagem —para evitar enfileiramento nos pontos de embarque.

Freguesia do Ó

1

Cachoeirinha

Limão

Barra Funda

CENTRO

Consolação

OESTE

4 Campo Limpo

3 Itaim Bibi

6

Bela Vista

5

Sto. Amaro

Capão Redondo

SUL

8

LESTE

Mooca

Jardim Ângela

7 Parelheiros

9

1 2 3 4 5 6 7 8 9

São Lucas

Pirituba/Lapa/Centro Inajar/Rio Branco/Centro Santo Amaro/Nove de Julho/Centro Campo Limpo/Rebouças/Centro Ibirapuera Itapecerica/João Dias/Sto. Amaro Parelheiros/Rio Bonito/Sto. Amaro Jd. Ângela/Guarapiranga/Sto. Amaro Paes de Barros

FATORES PARA A QUEDA DE VELOCIDADE NOS CORREDORES DE ÔNIBUS

1 2

Programação dos semáforos sem priorizar a fluidez no corredor Ocupação das vias exclusivas por carros particulares e táxis

Fonte: Secretaria Municipal dos Transportes/CET

3

4

Falta de faixas para ultrapassagem e localização inadequada dos pontos de parada Pavimento com ondulações e buracos

Começacoma ambulância,depoisa polícia,depois ostáxis. Cadaumcom sua justificativa,masque, noconjunto, prejudicammuito[o tráfegonos corredores de ônibus]e incentivam outroscarros particulares ainvadir [asfaixasexclusivas] Ter umavelocidade médiaabaixode25 km/h[nos corredores deônibus]significaque estásendo desperdiçadoum investimento CLÁUDIOSENNAFREDERICO secretário dos Transportes Metropolitanos de 1995 a 2001, no governo de Mário Covas

Antes nãotinha corredor,mastambém nãohaviaessetrânsito. Levava40minutosao centro. Hoje, dá2horas MARCELOJOAQUIMDOSSANTOS segurança


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