Jornal Roraima em tempo – edição 1256

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ESCOLA DA COREIA DO SUL OCUPA LUGARES VAZIOS COM AVÓS QUE NUNCA ESTUDARAM

Economia A10

Mundo A12

A NOTÍCIA QUE INTERESSA

BOA VISTA, SEGUNDAFEIRA, 24 DE JUNHO DE 2019

ANO 5 • Nº 1256

COMO A TECNOLOGIA AMBIENTAL ESTÁ AJUDANDO A TRAZER FLORESTAS DE VOLTA À VIDA

Zé Monteirão leva o título do grupo especial do Boa Vista Junina 2019 FOTOS DIVULGAÇÃO

GRUPO SUBIU NO TABLADO NO PRIMEIRO DIA DE FESTA E ENCANTOU O PÚBLICO E OS JURADOS COM UM ESPETÁCULO CHEIO DE EMOÇÃO Quinze anos depois o grito de campeã voltou. Marcado com muitos gritos, lágrimas e emoção, o grupo quadrilheiro Zé Monteirão foi coroado vencedor do Concurso de Quadrilhas do Boa Vista Junina 2019. A apuração dos votos, realizada nesse domingo (23), teve surpresas do começo ao fim. Mesmo no calor das primeiras horas da manhã, os quadrilheiros não deixaram de comparecer para acompanharem o resultado dos votos, com seis categorias principais, sendo casal de noivos, animação, coreografia, figurino, criatividade e desenvolvimento de tema. Os critérios foram avaliados por seis jurados. A disputa estava acirrada e foi decidida nos últimos instantes. LOCAIS A4

COM O TEMA ‘E AGORA, JOSÉ?’, O GRUPO QUADRILHEIRO CONQUISTOU O SEGUNDO TÍTULO DO BOA VISTA JUNINA DURANTE AS EDIÇÕES

BOA INICIATIVA

Edinaldo Morais

PERÍODO CHUVOSO

Projeto transforma lixo em materiais didáticos para alunos com deficiência

Rio Branco atinge 7 metros em Caracaraí

Tampinhas, papelão, clipes e caixas de ovo. Esses materiais, que teriam como destino o lixo, são vistos como materiais preciosos para uma pequena sala do Colégio Militar Estadual

Com a chegada do inverno, os focos de calor em Roraima tivdiminuíram quando comparados com números do começo do ano.

De acordo com a Companhia de Águas de Roraima (Caerr), o nível do Rio Branco está registrando 6,02 metros em Boa Vista e 7,41 metros em Caracaraí. LOCAIS A5

Irmã Maria Teresa Parodi. Desde o começo do ano, os objetos são transformados em brinquedos didáticos e ajudam no desenvolvimento intelectual de adolescentes com espectro

FATALIDADE

PESQUISA

Agricultor morre em acidente com três motos

Bancos sobem limite do cartão de crédito sem cliente solicitar LOCAIS A5

POLÍCIA A18

CLASSIFICADOS HOJE Emprego

autista da unidade. A ideia de juntar materiais descartáveis e utilizá-los como jogos interativos começou há muitos anos pelo professor Amarilo Figueiredo. LOCAIS A6

Imóveis

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TEMPO EM RORAIMA

32º 24º

Chuva: 60% Umidade: 81% a 51% Vento: 5km/h Sol: 05:46h / 17:47h

FONTE: CLIMATEMPO

A2

Últimas Notícias

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

CENA REPETIDA

Terceirizados da Educação não receberem salários desde março, denuncia funcionária De acordo com a servidora, cerca de 300 pessoas estão sem pagamento e sofrem ameaças por parte da gestão da empresa DIVULGAÇÃO

ANA PAULA LIMA

jornalismo@roraimaemtempo.com.br

Há três meses, funcionários da empresa terceirizada Limponge estão com os salários atrasados e não conseguem explicações sobre os motivos da falta de pagamento.

Em entrevista ao Roraima em Tempo, servidores garantiram que foram contratados no

MILHÕES Uma planilha do Fiplan, da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), descreve que foram feitos diversos repasses para a empresa, agora nomeada Gilce O. Pinto, no dia 9 de maio Planilha mostra que valores chegam a R$ 1.373.787,71 somente para a empresa terceirizada

mês de março e que receberam apenas 20 dias trabalhados. Desde então, o repasse nunca mais foi feito.

A empresa presta serviços auxiliares para escolas estaduais e realizou contratos de forma emergencial no início do ano letivo deste ano, conforme relatou uma funcionária de forma anônima. Eles foram alocados na função de assistentes de alunos nas unidades de ensino.

Segundo ela, os funcionários contratados na gestão

anterior estão com o pagamento normalizado, mas que para os 300 novos servidores, não há justificativa para a demora. “Depois que pagaram os primeiros dias disseram que iam normalizar. A gente não pode nem perguntar da direção o que está acontecendo, porque ela demite quem faz isso. Precisamos do emprego, então ficamos calados”, afirmou.

A funcionária contou que ela e os colegas estão

ficando sem condições de chegarem até aos postos de trabalho, mas que não podem faltar tendo em vista outros tipos de ameaça. “Uma amiga minha consegue carona para ir trabalhar e as pessoas da escola dela fizeram doações. Eu estou indo de bicicleta e sobrevivo com ajuda da minha mãe”, lamentou.

REPASSES Uma planilha do Fiplan, o Sistema Interligado de Pla-

nejamento, Contabilidade e Finanças da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), descreve que foram feitos diversos repasses para a empresa, agora nomeada Gilce O. Pinto, no dia 9 de maio.

Durante esse dia, os valores chegam a R$ 1.373.787,71 somente para a empresa terceirizada. No dia 29 do mesmo mês, a terceirizada recebeu o total de R$ 2.884.214,06, mas teve descontos de R$ 1.536.614,26 no mesmo dia.

A secretaria de Educação pediu à Sefaz, por diversas vezes, que os pagamentos fossem realizados.

OUTRO LADO Em nota, a Secretaria de Comunicação Social esclareceu que o governo tem honrado com os pagamentos das empresas terceirizadas desde janeiro de 2019, respeitando o trâmite burocrático e prazos previstos em lei.

“No entanto, ressalta que

no momento em que é feita a transferência de recursos para a empresa terceirizada, compete a ela o pagamento de salários e demais benefícios aos funcionários, e não ao governo do estado”, finalizou o posicionamento.

SEM SUCESSO O Roraima em Tempo entrou em contato com e empresa, mas as ligações não foram atendidas. O espaço está aberto para manifestação.

Caracaraí, Sul de Roraima, vai iniciar obras de iluminação e recuperação de vicinais

Brasil terá economia de R$ 1,2 bilhão ao ano com Linhão de Tucuruí, diz governo

A prefeita de Caracaraí, Socorro Guerra assinou na tarde desta sexta-feira (21), a ordem de serviço para a execução de duas obras de infraestrutura no município. A primeira atenderá ao núcleo urbano, garantindo a instalação da iluminação pública no bairro Santo Antônio, uma área iniciada a partir de uma invasão e que representa um grande desafio para a gestão municipal.

A segunda ordem de serviço permite o início das obras de recuperação de duas vicinais do assentamento Serra Dourada além das vicinais 01 e 31 da antiga RR - 432. Os investimentos serão realizados com recursos garantidos pelo presidente Nacional do MDB, Romero Jucá.

“Vivemos um dia muito importante em Caracaraí, porque essas obras vão representar melhoria na vida de muitas pessoas. A prefeita Socorro pegou a gestão numa situação muito complicada, inadimplente, sem projetos elaborados e a gente trabalhou muito aqui em Caracaraí, em Boa Vista e em Brasília para organizar a Prefeitura para que ela pudesse receber os recursos. Agora, vamos iniciar a iluminação do Santo Antônio e, em seguida, virá o asfalto.

Também teremos mais asfalto na área urbana. E, estamos dando um grande passo ao iniciar a recuperação das vicinais na Serra Dourada e na RR

Com a construção do Linhão de Tucuruí, que vai interligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional, o Brasil vai deixar de gastar cerca de R$ 1,2 bilhão ao ano com óleo diesel, que atualmente sustenta as termelétricas no Estado. Esse valor é diluído em todas as contas de energia elétrica de brasileiros dos outros Estados da Nação.

Este foi um dos pontos defendidos pela PGE (Procuradoria Geral do Estado) durante a sessão de julgamento que ocorreu esta semana no TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) em Brasília, em que deu ganho de causa ao Governo de Roraima, decidindo pela continuidade das obras do linhão de Tucuruí entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR).

O procurador Marcelo de Sá Mendes, que representa Roraima em Brasília, pontuou demais argumentos em defesa do Estado que foram levados à sessão.

“Nós apresentamos dados referentes à população que está sendo prejudicada, das comunidades indígenas que usam gerador de energia e serão beneficiadas com a energia vinda do Linhão porque não gas-

- 432”, explicou Jucá.

Conforme a prefeita, essas obras eram aguardadas com ansiedade pela população especialmente, a recuperação das vicinais que é um sonho mantido pelos produtores da região há mais de 30 anos.

“Hoje, damos início para atender as vicinais de Serra Dourada e da RR. Mas, vai vir para a Arco Íris, vai vir para a vicinal 23, os processos estão andando. São R$ 18 milhões que o nosso eterno senador Romero Jucá deixou para recuperar as vicinais de Caracaraí. Além disso, vamos iniciar a iluminação pública no bairro Santo Antônio que também está sendo contemplado com a construção de uma Unidade Básica de Saúde e em breve, receberá obras de asfalto.

Tudo isso graças a parceria que Jucá tem com o nosso município”, disse a prefeita.

VEÍCULOS Romero Jucá também formalizou a entrega de três novos veículos para Caracaraí. O município recebeu uma Van para o transporte de pacientes, uma pick up para os serviços administrativos da saúde municipal e um veículo tipo utilitário para o Conselho Tutelar.

“Esse veículo veio num momento muito importante pra gente. Já temos um carro, mas ele é antigo e com

esse agora, temos a garantia de dar continuidade ao trabalho mesmo que o outro esteja quebrado. Atendemos a sede e também o interior do município e ter dois carros é fundamental para esse trabalho. Além disso, começamos a receber os equipamentos do Kit. Já chegaram os computadores e em breve, vamos ter o refrigerador, a TV, a impressora e todo o resto. Com esses equipamentos, a nossa condição de trabalho melhora, assim como o atendimento que oferecemos à população”, afirmou a conselheira tutelar, Tatiana dos Santos.

Em parceria com o Ministério da Cidadania, Jucá também indicou Caracaraí para receber um micro-ônibus do programa MOB-SUAS. O veículo foi entregue em dezembro e já está servindo à comunidade.

“Esses veículos ajudam a Prefeitura a trabalhar melhor.

A Van tem 16 lugares e serve ao transporte dos pacientes que precisam de tratamento em Boa Vista, além da pick up que vai contribuir com o serviço da equipe de saúde. O carro do Conselho Tutelar também é de fundamental importância para o trabalho que eles realizam em defesa das crianças. É trabalhando assim que a gente melhora a vida das pessoas e o meu compromisso com Caracaraí continua”, conclui o presidente do MDB.

tarão mais com combustível. Também apontamos a necessidade de ter uma energia segura para dar suporte à saúde do Estado e quanto iremos economizar com a vinda do Linhão”, disse.

Segundo informou o procurador, por dia são necessários 1 milhão de litros de óleo diesel para o funcionamento das termelétricas, que geram energia em Roraima.

Isso equivale a 100 caminhões que transportam o combustível na BR-174 por dia. Conforme a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o custo diário é de R$ 3,5 milhões, totalizando os R$ 1,2 bilhões ao ano.

“Além da economia, a implementação do Linhão é do ponto de vista racional, muito mais benéfico para a população de índios e não-índios, bem como para o meio ambiente”, ressaltou Mendes.

Após o resultado obtido no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), pelo Governo de Roraima, o governador Antonio Denarium deu continuidade ao diálogo com a Secretaria de Governo da Presidência da República, Ministério de Minas e Energia e Advocacia Geral da União,

para o prosseguimento dos trâmites visando o início das obras.

O processo ainda será submetido a uma turma ampliada em conjunto com integrantes da sexta turma do TRF-1 que dará a decisão definitiva.

AÇÕES DA PGE Dentre as ações desenvolvidas pela Procuradoria Geral do Estado, que atua como defensora de Roraima, está o andamento do pedido de ressarcimento dos gastos com os imigrantes. Neste caso, foi pedido o cancelamento do processo após um diálogo com a União.

“Esta é uma ação que está no Supremo Tribunal Federal de ACO 3121 [Ação Cível Originária], da relatoria da ministra Rosa Weber. Recentemente nós pedimos a suspensão do processo devido ser uma matéria muito complexa por envolver muitos dados e valores, então entramos em comum acordo com a União Federal e resolvemos pedir a suspensão do processo para discutir o ressarcimento extrajudicialmente no âmbito de cada ministério”, informou o procurador Marcelo de Sá Mendes.

Opinião A3

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

Roraima Alerta NÃO TÁ FÁCIL O que mais se ouve dos prefeitos do interior é a dificuldade para gerir seus municípios. Apenas três estão em situação adimplente e o restante, precisa recorrer à justiça para receber os repasses constitucionais e ainda, as verbas de emendas parlamentares para a realização de obras que são necessárias à melhoria da infraestrutura e vida dos seus moradores. E, faltando pouco mais de um ano para as próximas eleições, o clima nos municípios é realmente de disputa política. Para os que estão conseguindo realizar algumas obras, o desafio é vencer a ideia que se instalou desde as últimas eleições com o apelo pela ‘mudança’ que aliás, no caso de Roraima tem se mostrado totalmente ineficaz.

FALTA APOIO O discurso da ‘mudança’ fez muito eleitor apostar no novo.

Só que o novo está agindo com do mesmo modo ou até pior que antes. A relação do governador Antonio Denarium (PSL) com os municípios por exemplo, vai de mal a pior. É unânime a reclamação dos gestores municipais sobre a falta de apoio do Governo Estadual e até o descaso com algumas responsabilidades que deveriam ser compartilhadas com o atendimento em saúde. Onde há hospital estadual, de modo geral, são as prefeituras que estão mantendo o funcionamento, mesmo sem receber os repasses constitucionais do Estado ou qualquer tipo de apoio pra isso. Se a saúde estadual está ruim na capital, a situação é pior ainda no interior.

ARTICULAÇÃO Voltando ao tema da agitação política no interior, começam a aparecer os pretensos candidatos de oposição aos atuais gestores municipais e, um fato interessante nesse contexto é que, de modo geral, esses principais opositores estão contando (ou tem garantido) com o apoio de Denarium. A questão é saber se contar com esse apoio representa ganhar ou perder votos. No momento, a população do interior não anda tão satisfeita com Denarium, especialmente, pelos motivos expostos acima. Para quem ainda nutre uma simpatia pelo governador, o discurso é que se deve esperar mais um pouco, visto que ele assumiu o Estado em uma situação muito delicada. Isso é fato.

lação venezuelana, ou seja, uma decisão totalmente contraditória. É nítido que Denarium precisa organizar melhor as decisões de governo.

EFEITOS DA MIGRAÇÃO Pacaraima e Boa Vista são os municípios de Roraima que mais concentram imigrantes venezuelanos. O primeiro por ser a porta de entrada no país e a capital, por ser a cidade que concentra a maior parte da oferta de serviços.

Porém, é assustador como a crise migratória também tem afetado municípios que ficam bem mais distante da fronteira com a Venezuela. Rorainópolis, por exemplo, chegou a discutir um plano de atendimento devido ao alto número de imigrantes que se instalou no município. Em Caroebe, segundo informações da Prefeitura, de cada 10 atendimentos realizados nas Unidades Básicas de Saúde, seis são de venezuelanos e o detalhe é que a Prefeitura planejou seu orçamento para atender apenas aos brasileiros com muito sacrifício. A vinda dos venezuelanos tem agravado ainda mais o desafio dos gestores do interior.

SEM APOIO Seguindo ainda no tema dos municípios, a Coluna repercute o desespero dos atuais prefeitos que hoje, não contam com o apoio da maioria dos novos parlamentares eleitos. Por isso que os gestores municipais ainda seguem agradecendo ao presidente Nacional do MDB, Romero Jucá que, em seu último mandato deixou emendas garantidas para os municípios. Se não fosse por isso, os prefeitos de Roraima não teriam condições de fazer praticamente nada em 2019 e 2020. Isso porque, passado seis meses de mandato, nenhum dos parlamentares eleitos apresentou uma proposta de investimento para os municípios de Roraima. E essas pequenas prefeituras não tem orçamento próprio para realizar nenhum tipo de investimento. Hoje, a maioria está conseguindo apenas cumprir com a folha de pagamento, e nem todos estão em dias com seus servidores municipais.

MUDOU? Denarium anda contrariando muito seu próprio discurso de campanha. Todos lembrar que ele afirmou exaustivamente que o problema de Roraima não era dinheiro e sim gestão. Mas, o anunciado choque de gestão, com a reforma administrativa não chegaram e pior, o Governo pediu repactuação das dívidas com a União, claramente por falta de dinheiro, mas também anulou uma ação iniciada ano passado que pedia o ressarcimento por gastos com o atendimento à popu-

SEM PERSPECTIVA Nenhum dos município foi contemplado com as emendas de bancada definidas ainda em 2018. Pelo acordo feito entre os parlamentares roraimenses, das seis emendas, cinco foram destinadas ao Governo do Estado e apenas uma para a Prefeitura de Boa Vista onde vive 70% da população de Roraima. E foi exatamente essa, no valor de R$ 30 milhões que os atuais parlamentares decidiram anular, causando um enorme prejuízo para a população da capital.

Os municípios do interior seguem sem nenhuma perspectiva de receber ajuda de emendas parla-

mentares e pedindo que os recursos destinados ao Governo do Estado sejam usado com muita responsabilidade em benefício da população do interior, especialmente, a emenda que trata da recuperação de estradas vicinais.

DE LÁ É QUE NÃO VEM NADA MESMO Da parte do Governo Federal, pouco se pode esperar especialmente, depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) determinou o contingenciamento das emendas. Mesmo mantendo o discurso de que Roraima é a menina dos seus olhos, a União ainda não fez nenhum tipo de repasse financeiro específico de apoio ao Estado. Se o roraimense reclamava do governo de Michel Temer (MDB), passou a reconhecer que pelo menos o ex-presidente atendendo ao apelo do presidente do seu partido, Romero Jucá, teve a consideração de ajudar Roraima, criando as condições, a partir da intervenção, quando repassou mais de R$ 225 milhões diretamente para a conta o Estado. Foi esse recursos que salvou Roraima do caos financeiro deixado pela ex-governadora Suely Campos e seus aliados, entre eles o senador Mecias de Jesus (PRB), o deputado federal Hiran Gonçalves (PP) e a ex-senadora Ângela Portela (PDT) que participaram de todo o seu mandato. E salvou também o Natal e Ano Novo de muitos servidores que estavam com até três meses de salários atrasados. Bolsonaro até o momento não sinalizou nenhum tipo de socorro financeiro ao Estado e a bancada federal em sua maioria, segue inerte diante das necessidades dos municípios.

ASSUSTADOR Enquanto não há uma perspectiva de melhoria do que diz respeito ao apoio financeiros aos municípios, um estudo divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) deixou a população de Roraima ainda mais apreensiva. Conforme a publicação que trata da evolução do número de habitantes no país, em 2060, o Estado de Roraima deve chegar a quase um milhão de habitantes. Mas o pior apontado pela pesquisa é que bem ainda disso, daqui a exatamente três anos, em 2022, a expectativa é quem Roraima tenha recebido 79 mil venezuelanos. O dado é um alerta para a gravidade da crise migratória que afeta o Estado desde 2017 e que, pelo visto, só será minimizada ou resolvida, quando foram adotadas medidas mais enérgicas como o fechamento da fronteira ou quando um milagre acontecer na Venezuela de modo a reestrutura o país e a sua economia, proporcionando condições seguras para que esses milhares de imigrantes retornem ao seu país de origem. Enquanto isso, Roraima segue agonizando.

Questão de Opinião

A Charge

Os Gremlins e meus 29 anos ELIZA LIMA*

ACERTOU

ERROU DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

A Prefeitura de Boa Vista, que encerrou o Maior Arraial da Amazônia com chave de ouro. A festa durou cinco dias e movimentou milhões na economia local. Recorde quebrado da paçoca, milhares de pessoas vindas de outros estados e a cultura cada vez mais valorizada. As quadrilhas deram um show de beleza e levantaram torcidas. Que venha o próximo anarriê! Que venha o Boa Vista Junina 2020!

Mais uma vez, a Roraima Energia.

Os municípios do interior de Roraima continuam sofrendo com horas sem luz.

Quem precisa de energia para trabalhar sofre grandes prejuízos, sem contar nas residências, onde as pessoas ficam no calor durante a madrugada. Precisamos de investimentos no setor urgente e energia de qualidade e confiança.

Pra quem cresceu na década de 1990, entre tantas lembranças, existe um filme que provavelmente você não esquece: Gremlins. Pra quem é novo no assunto, Gremlins é um filme de 1984 e que teve sua continuação estreada em 1990.

Ele conta a história de um bichinho que parece ser de pelúcia, e para cuidar dele é preciso cumprir três regras, (se você acha que não é bom de memória para decorar as regras, com certeza isso vai mudar depois de descumprir uma delas), Mas que regras? O que há de tão assustador nesse filme? Simples, os bichinhos fofos do inicio do filme se transformam em seres demoníacos que atacam as pessoas. Mas, vamos lá, a primeira regra é “não expor o Gremlin a luz do sol”, a segunda é “nunca molhar ele” e a ultima é “jamais alimentá-lo depois da meia-noite”.

Regras simples e fatais se não cumpridas, já que a luz do Sol pode matá-los, a água faz eles se multiplicarem (e acredite ou não, eles se multiplicam mesmo) e se você alimentá-lo depois da meia-noite, adeus bichinho fofinho, eles se transformam em seres horrendos e difícil de combater.

A ideia do filme é simples, no primeiro eles apresentam uma criaturinha fofa, chamada Gizmo, e que sofre quando as regras são quebradas, para num segundo filme mostrar como os monstrinhos realmente

“

Uma boa história,

uma direção incrível

e bonecos “de verdade”, essa é a fórmula pra um filme da década de 1990 não sair da sua cabeça trinta anos depois

”

são, chegando a trancafiar Gizmo num duto de ventilação.

Junte isso a um monte de fantoches e bonecos de marionete e você vai ver um clássico nascendo. Uma boa história, uma direção incrível e bonecos “de verdade”, essa é a fórmula pra um filme da década de 1990 não sair da sua cabeça trinta anos depois.

Sempre chega o dia que você vê sua vida passando.

Parece “coisa de velho”, mas é fato que todos relembramos o passado vez por outra. Semana passada completei 29 anos, e foi assim que sentei pra assistir minha vida. Eu sei de cada espinho que precisei tirar, e de cada pedra que desviei, e foi jnesse momento que lembrei do filme, as duas versões de um mesmo bichinho. Um filme de “terror” que me assustou, hoje me faz

pensar em quem eu sou. Nesses 29 anos peguei muita chuva, multipliquei muito os meus problemas, e pensar nisso me faz ter consciência de quem me tornei. Aqui dentro ainda tem um bichinho fofinho que luta diariamente com sua versão nada legal, porque nós somos isso: movimento, mudança.

Nessa luta que acontece dentro de cada um de nós, o que expomos é o que nos define para os outros, mas será assim que você se vê? É fato que somente eu sei quem ganha essa luta. Uma reflexão nostálgica pode trazer à superfície sentimentos escondidos, e eu devo aprender a lidar com eles. Talvez essa seja a tarefa mais difícil para um ser humano, analisar-se e aceitar o erro. Não somos perfeitos, agimos bem e mal inúmeras vezes, isso só muda quando conseguimos ver a dicotomia em nós não como um problema, aceitando que somos falhos e que precisamos refletir o que somos, aí que começamos a viver de verdade. * A autora é professora, graduada e especialista em Filosofia. eliza.lima128@hotmail. com

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Local

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

CAMPEÃ

Quadrilha Zé Monteirão é a vencedora do grupo especial do Boa Vista Junina 2019 Grupo ganhou disputa acirrada na apuração de votos e levou o título com o tema ‘E agora, José?’; Furacão Caipira ganhou no grupo de acesso Ana Paula Lima/Roraima em Tempo

ANA PAULA LIMA

jornalismo@roraimaemtempo.com.br

Quinze anos depois o grito de campeã voltou. Marcado com muitos gritos, lágrimas e emoção, o grupo quadrilheiro Zé Monteirão foi coroado vencedor do Concurso de Quadrilhas do Boa Vista Junina 2019. A apuração dos votos, realizada nesse domingo (23), teve sur-

SEGUNDA VEZ Com o tema ‘E agora, José’, o grupo Zé Monteirão conquistou o segundo título do Boa Vista Junina presas do começo ao fim.

Mesmo no calor das primeiras horas da manhã, os quadrilheiros não deixaram de comparecer para acompanharem o resultado dos votos, com seis categorias principais, sendo casal de noivos, animação, coreografia, figurino, criatividade e desenvolvimento de tema.

Os critérios foram avaliados por seis jurados.

A disputa estava acirrada e foi decidida nos últimos instantes, depois de ser confirmado um empate entre a Zé Monteirão e a Eita Junino, ambas com 119,6 pontos. A comissão realizou um sorteio de três categorias para decidir qual grupo levaria o título para casa.

Com o tema ‘E agora, José’, o grupo conquistou o segundo título do Boa Vista Junina. Antes mesmo do anúncio final, os quadrilheiros já estavam preparados para a comemoração e invadiram o tablado novamente, mas, dessa dez, com a certeza da conquista.

“Isso representa tudo para a festa junina. A Zé Monteirão é uma das quadrilhas mais antigas desse estado e conquistou esse título com muito amor, garra e competência. O que fez a Zé vencer foi o amor de todos os componentes. Transbordamos o tablado de tanto amor e contagiamos as arquibancadas”,

Emoção dos quadrilheiros que disputaram a 19ª edição do Boa Vista Junina foi a mi Ana Paula Lima/Roraima em Tempo

comemorou em lágrimas a presidente do grupo, Lúila Oliveira.

O grupo irá receber passagens para disputar o Festival Nacional de Quadrilhas organizado pela Confederação Brasileira de Entidades Juninas (Confebraq). Em terceiro lugar ficou a quadrilha Coração Caipira, com 119,5 pontos.

As quadrilhas Explosão Junina e Filhos de Macunaíma foram rebaixadas para o grupo de acesso, com 113 e 199,8 pontos, respectivamente.

GRUPO DE ACESSO A apuração do grupo de acesso também teve emoção e coroou, pela primeira vez, a quadrilha Furacão Caipira como campeã, totalizando 118,8 pontos. O grupo levou para o tablado o tema ‘Caracaraí – o vaqueiro, a promessa, o milagre e o livramento’, apresentado na

noite do dia 21 do evento.

O presidente do grupo, Pedro Pinheiro, relembrou os meses de ensaio e visualiza o título como o melhor resultado colhido. “Foi a força e a garra do povo de Caracaraí que se juntou ao Furacão. Esperamos 13 anos por esse momento e conseguimos a vaga. Deus nos coroou com esse título, que não é meu e sim do município todo. São 25 mil habitantes que estão comemorando nossa história. Isso é inigualável!”, celebrou.

A quadrilha Garranxê ficou em segundo lugar, com 188,7 pontos e sobe para o grupo especial junto com a campeã. Evolução Junina e Namoro Caipira foram rebaixadas do grupo de acesso, com 110,9 e 108,7 pontos, respectivamente. Durante um ano ficarão de fora da competição do Concurso de Quadrilhas.

Contagem das notas começou pelo grupo de acesso e quem levou a melhor foi a quadrilha Furacão Caipira

Turistas vindos de várias partes do Brasil prestigiam o Maior Arraial da Amazônia Fernando Teixeira

Brasileiros se divertem na festa mais popular da região Norte, com sotaques, ritmos, cores e delícias da gastronomia regional

No mês de Junho, Boa Vista se transforma na capital do Maior Arraial da Amazônia. A festa atrai uma diversidade de ritmos, cores, sotaques e grupos folclóricos que encantam visitantes, principalmente, turistas vindos de diversas partes do país.

“Fiquei impressionada. A cidade é linda e nunca tinha visto um arraial dessa magnitude”, conta a Paulistana, Ana Cláudia Santos, que veio do município de Bebedouro, interior de São Paulo.

“Lá, nessa época do ano, temos uma festa diferente. Por ser um clima frio, temos mais bebidas quentes como quentão, chocolate quente e quadrilhas são tradicionais. Mas nada que se compare com o espetáculo que há em Boa Vista”, disse O mineiro Pedro Ivo disse que o Boa Vista Junina 2019 é uma festa para toda a família. “A organização desse arraial é impecável. O clima familiar é muito bom e isso dá segurança para a gente se divertir. Em Minas, o arraial é

completamente diferente. Tem caldos, vinhos, mas as quadrilhas não têm o espetáculo que Boa Vista oferece ao visitante. É um show à parte”, disse.

A jornalista manauara Isa Lima de Almeida comentou que Boa Vista tem uma festa muito legal porque faz parte da cultura da região norte. “Sabemos que todos os estados têm uma cultura diferente. A maior paçoca do mundo é um exemplo disso e assim as pessoas vão aprendendo a manter o que é delas desde muito cedo”, disse.

A cada ano, o Boa Vista Junina 2019 atrai um grande número de turistas brasileiros e também visitantes estrangeiros.

“A região Norte tem sido o destino de muita gente para curtir as merecidas férias. E todo ano, a festa leva uma diversidade de sabores e, claro, muita diversão aos visitantes, além de gerar renda e empregos temporários”, disse a Superintendente da Fundação de Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista - FETEC, Alda Amorim.

Local

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

A5

ECONOMIA

Consumidores têm aumento no limite do cartão de crédito sem solicitar; ‘dívidas’ Pesquisa feita em todo país mostra que 38% das pessoas receberam a oferta; aumento pode causar dívidas ANA PAULA LIMA

jornalismo@roraimaemtempo.com.br

Em tempos de crise, qualquer dinheiro a mais na conta parece ser a solução para os problemas. Contudo, um limite de crédito maior pode esconder perigos para os consumidores que extrapolam nos gastos.

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Di-

OFERTA Em torno de 43% dos usuários, ao receberem a proposta de um novo cartão, a recusam de forma imediata.

Entretanto, 44% tendem a aceitar a oferta

rigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que quatro em cada dez usuários (38%) receberam oferta de aumento do limite nos últimos 12 meses, mesmo sem ter solicitado ao banco.

Foi o que aconteceu com o jornalista Josué Ferreira, que teve a opção de crédito ativada pela instituição bancária devido a uma viagem para o exterior.

DIVULGAÇÃO

“O meu limite era de R$ 550 e acredito que, por utilizar sempre o cartão, o banco percebeu que eu movimentava a conta e aumentou o limite para R$ 650 sem eu pedir”, relatou.

Inicialmente o aumento não foi um problema para o jornalista até que um novo limite para o cartão de crédito foi aprovado. “Aumentaram para mais de R$ 1 mil e acabou que no último mês eu tive dificuldade para pagar. Foi quando percebi que aumentam, não contestamos e quando vemos, podemos ter criado uma bola de neve sem querer”, complementou.

A pesquisa apontou ainda que além da oferta de aumento, 34% dos usuários tiveram aumento no limite de empréstimos e de crédito pré-aprovado.

O aumento do limite no cartão de lojas foi ofertado para 28% dos usuários e a expansão do limite disponível no cheque especial para 24% dos entrevistados.

O estudo estimou que 53% dos que receberam a oferta acharam a proposta interessante.

Vinte e um por cento contestaram a oferta porque não viam necessidade no uso. Por estarem precisando do dinheiro naquele momento ou até mesmo sem que houvesse necessidade, 18% dos usuários utilizaram o crédito disponível.

NOVO CARTÃO A pesquisa ouviu consumidores acima de 18 anos e de

todas as classes residentes nos territórios brasileiros que relatam também a abordagem das instituições financeiras na oferta de um novo cartão. Em torno de 43% dos usuários, ao receberem a proposta, a recusam de forma imediata. Entretanto, 44% tendem a aceitar.

Da margem dos usuários que aceitam 31% visualiza a necessidade de um novo cartão e 9% só aceitam caso não tenha cobrança de anuidade. Apenas 4% dos usuários ficam com o novo cartão sem qualquer tipo de avaliação prévia.

CUIDADOS Na avaliação do economista Fábio Martinez, o aumento no limite do cartão de crédito deve ser feito apenas mediante solicitação do cliente que tem responsabilidade no pagamento da fatura. Nos casos em que a agência realiza essa ação sem o pedido do usuário, é possível que as dívidas aumentem consideravelmente.

O especialista destacou a importância do acompanhamento da fatura do catão para que o consumidor tenha consciência dos custos e saber se houve aumento do qual não vai conseguir arcar futuramente.

“Se a pessoa só para de usar o cartão quando passa na maquineta e diz não foi autorizado, quer dizer que ela usou todo o limite que não estava esperando que fosse maior e pode começa a se endividar.

Ter apenas um cartão de crédito diminui as chances de endividamento

Caso não tenha necessidade, não permita que a operadora dê o aumento”, explicou.

Por outro lado, os consumidores que conseguem ter um controle financeiro e fazem o acompanhamento da fatura, ter um limite a mais pode não ser um problema. Ele orientou ainda que as chances de se endividar é procurar ter apenas um cartão de crédito e evitar os de lojas, pois assim o pagamento da anuidade é fei-

to apenas uma vez.

SAIR DAS DÍVIDAS Martinez destacou que o primeiro passo para conseguir sanar as dívidas é fazer uma avaliação do que gerou o problema, se gasta mais do que recebe ou se teve uma queda de receita. Na primeira opção, a ideia é cortar o que não é necessário e juntar o dinheiro para pagar o cartão. Já no segundo cenário, o economista justificou

que o cliente tente negociar o débito.

“O interessante, em ambos os casos, quando se estiver endividado é entrar em contato com o credor do cartão de crédito e verificar quais são as possibilidade de negociar. Às vezes, oferecem o parcelamento com juros mais altos. Assim, caso o cliente esteja com o nome limpo, pode tentar um crédito consignado. Isso vai causar uma dívida mais barata”, concluiu.

Focos de queimadas em Roraima diminuem com período chuvoso Edinaldo Morais/Roraima em Tempo

ANA PAULA LIMA

j o r n a l i s m o @ ro r a i m a e m t e m p o. c o m . b r

Nível do Rio Branco está registrando 6,02 metros em Boa Vista e 7,41 metros em Caracaraí

Com a chegada do inverno, os focos de calor em Roraima tiveram significativa diminuição quando comparados com números do começo do ano. Em 2019, o registro de queimados atingiu o maior número de casos na história, com 4,6 mil focos apenas entre janeiro e maio. O mês de março contabilizou o número mais expressivo de todos, com 2.433 .

Em junho, nenhum foco de queimada foi registrado até o momento, conforme demonstrado pelo Boletim Hidroclimático da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). No ano passado, foram cinco focos de queimada em junho e 2.383 em todo

ano. Devido às chuvas, a previsão de fogo para os próximos dias é considerada baixa.

CHUVAS De precipitação, a Femarh utilizou dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) e teve 75 milímetros de água no acumulado em Roraima. Em maio, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostrou que durante 23 dias de chuvas em maio, o acumulado foi de 416,5 milímetros e temperatura média de 28 graus. Já em junho, os dados registraram 333,8 milímetros no acumulado em Boa Vista.

O Boletim Climatológico da Defesa Civil compara que nos quatro primeiros meses do ano, a precipitação foi abaixo do normal. As chuvas tiveram registros inferiores

quando comparado com o mesmo período de 2018.

Os meses de maio e junho, com o inverno, os dados apontam para um aumento na quantidade de chuvas em relação ao ano passado, mas a condição é considerada normal.

RIO BRANCO De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr), o nível do Rio Branco está registrando 6,02 metros em Boa Vista e 7,41 metros em Caracaraí até as primeiras horas desse domingo (23).

A previsão do tempo para os próximos dias é parcialmente nublado com pancadas de chuvas em áreas isoladas, com temperaturas variando entre 23 e 32 graus. Umidade deve ficar entre 65% a 95%.

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Local

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

MEIO AMBIENTE

Projeto transforma lixo em materiais didáticos para alunos com deficiência Atividade escolar desenvolvida por professor tem ajudado estudantes a desenvolverem o intelecto por meio de materiais recicláveis Ana Paula Lima/Roraima em Tempo

ANA PAULA LIMA

com limitações. O projeto é uma forma de poder minimizar as barreiras da educação e sociais para o grupo.

Figueiredo sonha que o projeto ultrapasse os portões da unidade e não fique somente nos 30 alunos que atende atualmente.

“Tem alunos que sequer falavam e já se desenvolveram e participam. Tudo aqui é reciclado. Além do grande apelo ecológico, tenho muita vontade que esse projeto tome dimensão estadual, quem sabe até nacional. Teríamos grandes resultados, muita coisa deixaria de ser lixo e eles aprenderiam”, reforçou.

jornalismo@roraimaemtempo.com.br

Tampinhas, papelão, clipes e caixas de ovo. Esses materiais, que teriam como destino o lixo, são vistos como materiais preciosos para uma pequena sala do Colégio Militar Estadual Irmã Maria Teresa Parodi. Desde o co-

RESULTADO Atividades simples, como o jogo de memória feito com EVA, possibilitaram que os alunos tivessem um aprendizado melhor

meço do ano, os objetos são transformados em brinquedos didáticos e ajudam no desenvolvimento intelectual de adolescentes com espectro autista da unidade.

A ideia de juntar materiais descartáveis e utilizá-los como jogos interativos começou há muitos anos pelo professor Amarilo Figueiredo. Docente há 30 anos, ele percebeu que os alunos precisavam de um incentivo para se interessarem pelas disciplinas. Com o tempo, aperfeiçoou as habilidades e hoje tem o trabalho focado para as crianças com algum tipo de deficiência.

Atividades simples, como o jogo de memória feito com papel EVA ou uma pescaria inteira de peixes de papelão e até mesmo uma batalha naval com a caixa de ovo, possibilitaram que os alunos tivessem um aprendizado melhor. “Com os jogos, eles se apaziguam. Temos conseguido resultados formidáveis”, comemorou.

O professor faz parte de uma equipe de outros seis profissionais que trabalham em conjunto na sala multifuncional em horário oposto às aulas comuns. A mudança de comportamento dos estudantes com o projeto deu tão certo que toda escola se mobiliza para ajudar de alguma forma. “Uma vez fui às salas e disse que ia dar uma caixa de

Pescaria inteira de peixes feitos com papelão e uma batalha naval com a caixa de ovo foram confeccionadas Ana Paula Lima/Roraima em Tempo

PARCERIA O projeto tem chamado atenção pelos resultados positivos. Por isso, surgiu uma parceria com o Senac para que os professores pudessem dar cursos de formação a outros docentes a fim de ensinar as técnicas de elaboração dos materiais. Amarilo Figueiredo confessa até que daria aulas para pessoas fora da escola dele se tivesse a oportunidade e visibilidade que o projeto precisa.

“Foi uma evolução [dos alunos] que impressionou.

Hoje, os professores daqui

gostaram tanto que estão fazendo mais jogos que eu.

Todos os dias fazemos pelo menos um jogo, mas dá para fazer muito mais”, afirmou.

‘O LIXO QUE EDUCA’ O sonho de educar cada vez mais pessoas com deficiências não fica restrito à unidade militarizada, tampouco ao estado de Roraima. Há anos o professor escreve um livro didático ensinando passo a passo de como fazer as atividades com os materiais recicláveis. Porém, assim como a dificuldade em implantar o projeto em outras escolas, aqui, o problema está no financiamento.

Uma Vakinha virtual foi feita para que o livro se torne real e possa incentivar professores de diversas partes do Brasil. Para que o “O Lixo que Educa” possa estar nas estantes das bibliotecas, basta ajudar pele internet.

DOAÇÕES Em relação aos materiais, a escola recebe doações para que mais atividades sejam desenvolvidas pelos alunos. O Colégio Militar Estadual Irmã Maria Teresa Parodi fica na rua principal do Residencial Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite.

Ana Paula Lima/Roraima em Tempo

Trabalho é voltado para crianças com algum tipo de deficiência

chocolate para quem trouxesse mais tampinhas. Eles adoraram!”, relembrou.

SONHO Emocionado, o docente comentou que não tem

pessoas com deficiências na família, mas que entende as necessidades de alguém

Objetos são transformados em brinquedos didáticos

Projetos podem ser inscritos até 30 de junho no prêmio Desafio Criativos da Escola A um mês do fim das inscrições, o Desafio Criativos da Escola 2019, realizado pelo programa Criativos da Escola, do Instituto Alana, tem recebido histórias de transformação feitas por crianças e jovens de todo o Brasil.

A 5ª edição do Desafio reconhecerá sete ações que promovam histórias de mudanças e tragam soluções para questões que afetam suas escolas, comunidades ou mesmo municípios onde moram.

Como parte da premiação, além de receberem prêmios em dinheiro, três estu-

dantes e um educador de cada grupo selecionado viverão uma imersão cultural na Itália, acompanhados da equipe do Criativos - que arcará com todos os custos da viagem.

Criatividade, empatia, protagonismo e trabalho em equipe serão alguns dos critérios de avaliação dos projetos, que podem ser enviados tanto por professores quanto por estudantes do Ensino Fundamental ou Médio, até o dia 30 de junho.

INTERCÂMBIO Na capital, Roma, os grupos farão intercâmbio com

mais de três mil estudantes de diferentes partes do mundo que também tenham implementado soluções transformadoras em suas realidades na defesa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU. As crianças e jovens participarão da Conferência Global “Eu Posso”, com a presença do Papa Francisco, de artistas e demais lideranças mundiais.

Também viverão uma imersão em escolas locais com adolescentes italianos que participam do movimento global Design For Change – o qual

deu origem, no Brasil, ao Criativos da Escola - criado pela educadora e designer indiana Kiran Bir Sethi.

“Desde a primeira edição do Desafio, já somamos mais de 4,5 mil projetos realizados por milhares de crianças e jovens de todo o país! Em 2018, por exemplo, a premiação recebeu 1.654 projetos de todos os estados brasileiros. E são ações que transformam desde questões relacionadas à sustentabilidade até iniciativas que tratam sobre economia, história local, cultura, arte, inovação pedagógica e combate

a bullying e preconceitos, por exemplo. Neste ano, estamos ampliando ainda mais este movimento, levando para o mundo estes projetos incríveis.

E ainda dá tempo de inscrever suas iniciativas!”, disse Gabriel Salgado, coordenador do programa Criativos da Escola.

MATERIAL DE APOIO Para auxiliar os educadores interessados em inscrever experiências de transformação protagonizadas por alunos, o Criativos da Escola disponibiliza um material de apoio, além de textos, vídeos

e reflexões que podem contribuir com sua prática dentro e fora da sala de aula.

Já para os estudantes, há o jogo de cartas “A Missão”, um baralho transformador que tem como propósito estimulá-los, de maneira autônoma, a ultrapassar desafios para a melhoria de suas realidades.

Outra fonte de inspiração são os programas do canal do Criativos da Escola no YouTube. No programa “Lu de Lupa”, por exemplo, a jovem Luiza Geiling propõe um bate-papo leve, divertido, ágil e cheio de questionamentos.

Política Nacional

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PÉROLAS

Bolsonaro diz que Legislativo quer deixá-lo como rainha da Inglaterra Jair Bolsonaro conversou com a imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília, onde fez exames de rotina José Cruz/Agência Brasil

Gente de dentro do Brasil também.”

“Se a [reforma da] Previdência sair, nós voltamos a ter confiança, e os investimentos virão. E aí, atrás disso, vem emprego. O pessoal cobra de mim, [mas] quem emprega não sou eu. Eu emprego em cargo de comissão e quando faço concurso. E [o ministro da Economia] Paulo Guedes decidiu basicamente que poucas áreas terão concurso por que não tem como pagar mais”, justificou.

O presidente Jair Bolsonaro disse no sábado (22) que o Poder Legislativo tem cada vez mais “superpoderes” e que quer transformá-lo em “rainha da Inglaterra”, que reina, mas não governa.

“Querem me deixar como rainha da Inglaterra? Este é o caminho certo?”, questionou.

O QUÊ?

Presidente fez o comentário ao dizer que foi informado que a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que torna a indicação de integrantes de agências reguladoras privativa do Parlamento Bolsonaro conversou com a imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília, onde fez exames de rotina em um posto médico, antes de viagem para o Japão na próxima semana.

O presidente fez o comentário ao dizer que foi informado que a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que torna a indicação de integrantes de agências reguladoras privativa do Parlamen-

Ele se referia a projeto que limita suas indicações para agências

to. “Se isso aí se transformar em lei, todas as agências serão indicadas por parlamentares.

Imagina qual o critério que vão adotar. Acho que eu não preciso complementar”, afirmou.

Sobre a viagem para o Japão, onde ocorrerá reunião

do G20, Bolsonaro afirmou que estarão presentes “vários líderes mundiais”, que querem fazer reuniões bilaterais. Ele declarou que, junto com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, tentará um encontro com o presidente dos Estados

Reforma da Previdência: discussões seguem durante semana de São João

Unidos, Donald Trump. No último dia 19, Bolsonaro adiantou que terá reunião privada com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. REFORMA DA PREVIDÊNCIA Sobre a reforma da Pre-

vidência, Bolsonaro disse que os investidores esperam pela aprovação para a volta da confiança. “[Em] todas as minhas andanças pelo mundo, parece que a palavra mágica passou a ser reforma da Previdência.

Muita gente quer investir aqui.

REELEIÇÃO Bolsonaro disse ainda que, se for feita uma “boa reforma política”, aceitaria acabar com a reeleição para presidente. Mas, sem essa reforma, Bolsonaro admitiu que pode concorrer à reeleição.

“Se, em 2022, eu estiver razoavelmente bem, eu venho.

Caso contrário, estou fora.

Não existe bom governo com má economia. O Paulo Guedes está confiando que, ao entregar essa nova Previdência, a gente vai deslanchar na economia”, afirmou.

Após sair do Palácio do Planalto, Bolsonaro foi a um supermercado em Brasília, que costumava frequentar antes de ser eleito. Lá comprou xampus e cumprimentou clientes. Depois visitou clubes ligados às Forças Armadas. De volta ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro cumprimentou eleitores.

Deputada federal Flordelis cita calúnias e defende os filhos após morte de marido

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O avanço nas discussões sobre a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados alimenta as esperanças do governo de uma votação em breve na comissão especial criada para debater o tema. As chances de que isso aconteça ainda esta semana, no entanto, são pequenas – em dois dias de discussão na semana passada, 75 deputados foram ouvidos. Ainda faltam 80.

O presidente Jair Bolsonaro já tirou a pressão do Congresso Nacional e disse não ver problema caso a votação do relatório na comissão especial demore mais uma semana para ocorrer. Além das discussões, que devem continuar ao longo dos próximos dias, festas de São João realizadas em diversos Estados podem enfraquecer o quórum e dificultar a votação.

“Minha experiência de Parlamento: em festa junina, geralmente, o parlamentar fica no seu Estado. É quase uma festa religiosa isso daí. Se atrasar mais uma semana, não tem problema não. Toca o barco”, disse Bolsonaro na última sexta-feira (21), após almoço no Ministério da Defesa.

ENTENDA Os deputados debatem o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) desde a última terça-feira (18). A próxima reunião do colegiado está marcada para a esta terça-feira (25) e a tendência é que uma nova reunião seja marcada para o dia seguinte. O presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que há

Expectativa é que parecer final seja votado até sexta-feira

possibilidade de que a votação comece no mesmo dia em que for encerrada a discussão.

ACORDO Os deputados governistas fizeram um acordo com a oposição: todos que quisessem falar teriam tempo para fazê-lo e, em troca, a oposição não obstruiria a sessão. Após o fim dos debates, o relatório de Moreira será votado na comissão. Em seguida, o texto será apreciado no plenário da Câmara e precisará de uma aprovação de 3/5 dos deputados. Caso aprovada, a proposta segue para apreciação dos senadores.

ALTERAÇÕES Samuel Moreira fez diversas mudanças em relação à proposta original enviada pela equipe econômica do governo no fim de fevereiro. Dentre elas, retirou o sistema de capitalização da reforma, que determinava que cada trabalhador contribuísse para a própria aposentadoria. É possível que

o governo insista no quesito posteriormente, apresentando uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Além disso, Moreira manteve a idade mínima de 62 anos para mulheres e de 65 anos para homens após o período de transição, mas alterou o tempo mínimo de contribuição para as mulheres, retornando para os 15 anos vigentes atualmente. O tempo mínimo de contribuição dos homens permanece conforme proposto pelo governo: 20 anos.

As alterações reduziriam a economia com a reforma para R$ 913,4 bilhões até 2029. No entanto, o relator decidiu propor a transferência de 40% de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a Previdência Social e aumentar tributos sobre os bancos, o que reforçaria as receitas em R$ 217 bilhões, resultando numa economia final de R$ 1,13 trilhão, próximo do montante inicial de R$ 1,23 trilhão estipulado pela área econômica do governo.

A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) usou as redes sociais para se defender de acusações envolvendo a morte do marido, o pastor evangélico Anderson do Carmo, 49 anos, no dia 16 de junho.

No Instagram, a parlamentar disse que vem sendo alvo de calúnias e notícias confusas relacionadas ao assassinato de Anderson.

“A semana me passou a ideia de que o tempo parou. A dor é enorme, pela perda e pelas calúnias e notícias confusas que, a cada minuto, cada minuto mesmo, brotam sabe-se lá de onde. Já falaram ter sido um crime passional, já disseram ser um crime por dinheiro, já incluíram a infidelidade”, defendeu-se, na rede social.

Na postagem, Flordelis se diz atordoada com a perda de Anderson. “Faz uma semana que perdi meu marido.

Quem conheceu a minha vida com ele imagina a falta que

ele me faz e pode imaginar o quanto estou atordoada. Mas, sou forte. Deus me fortalece.

Por isso, não perco a fé”, desabafou.

Ela também se manifestou sobre os dois filhos do casal que estão com a prisão temporária decretada por 30 dias pela Justiça. Flávio dos Santos Rodrigues, 38 anos, já confessou à polícia que foi ele quem matou o pai adotivo.

Ele é filho biológico apenas de Flordelis. Já um dos filhos adotivos do casal, Lucas Cézar dos Santos Souza, 18 anos, foi quem comprou a arma usada no crime.

“Acusam meus meninos, mas eu tenho esperança de os acusadores estarem errados e quero muito confiar na Justiça. É uma dor, às vezes, insuportável. O crime aconteceu na nossa casa e isso me faz reviver aquele momento trágico cada minuto em que estou presente”, avaliou. Flordelis tem 55

Em rede social, parlamentar disse querer confiar na Justiça

filhos, sendo 51 adotados.

A parlamentar foi convocada a depor hoje (24) na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, que investiga a morte do pastor.

“Na segunda-feira, serei ouvida pela polícia. O primeiro depoimento, como manda a lei. Já fiz isso várias vezes. A primeira, poucas horas após o crime. Sem direito ao luto”, explicou no texto postado no Instagram.

A deputada federal disse também que, no dia seguinte ao depoimento, vai conversar com os jornalistas.

“Na terça-feira (25), à tarde, falarei com a imprensa. Um calvário necessário, para ver se consigo aplacar as insinuações, as dúvidas que criam versões desencontradas.

Quem sabe, conseguirei?

Peço as orações, mesmo daqueles que, sem conhecer a história, me condenam e condenam meus filhos”.

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Política Nacional

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

MAIS MENSAGENS

‘Bola nas costas’, teria dito Sergio Moro após vazamento de planilhas da Odebrecht Mensagens foram reveladas ontem (23) pelo jornal Folha de S. Paulo, em parceria com o site The Intercept Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um conjunto de mensagens revelado nesse domingo (23) pelo jornal Folha de S. Paulo, em parceria com o site The Intercept, indica que o ex-juiz federal Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança, temia um conflito com o Supremo Tribunal Federal (STF) que levasse a Corte a retirar processos da Lava Jato que estavam sob a tutela

SEGREDO Documentos ficaram pouco tempo disponíveis no processo até que Moro impusesse sigilo sobre eles

de Moro e do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná.

O caso ocorreu no dia 23 de março de 2016. Na véspera, a Polícia Federal (PF) havia anexado a um inquérito sobre a empreiteira Odebrecht, cujo acesso era possível pelo sistema de processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná, planilhas com nomes e codinomes de políticos com mandato em andamento, ou seja, detentores do chamado foro privilegiado no STF. Os documentos ficaram pouco tempo disponíveis no processo até que Moro impusesse sigilo sobre eles. Nesse ponto, conduto, veículos de comunicação já haviam tido acesso aos papéis.

Em conversa com o procurador federal Deltan Dallagnol, Moro censurou a PF por ter divulgado o material, o que poderia acirrar o confronto com o STF sobre a distribuição dos processos.

“Coloquei sigilo 4 no pro-

Sergio Moro negou a autenticidade das mensagens

cesso, embora ja tenha sido publicizado. Tremenda bola nas costas da Pf. Nao vejo alternativa senão remeter o processo do santana ao stf”, escreveu Moro a Dallagnol. “E vai parecer afronta”, completou. O sigilo nível 4, imposto por Moro àqueles documentos, significa

que apenas magistrados e cargos de chefia no tribunal têm acesso aos autos.

Moro avaliava que, por força daquele vazamento, teria que enviar ao STF um processo sobre o publicitário João Santana, ex-marqueteiro de cam-

panhas dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Dallagnol informou a Moro, logo em seguida, ter “ajustado” com a Procuradoria-geral da República (PGR) em Brasília uma divisão dos pro-

cessos, para que eles pudessem manter no Paraná as apurações contra Santana e o lobista Zwi Scornicki, que representava o estaleiro Keppel Fels. As investigações contra ambos foram, de fato, separadas de ligações com políticos com foro privilegiado

e processadas no Paraná.

Moro voltou a afirmar, por meio de nota, que não confirma a autenticidade das mensagens reveladas. Já o MPF do Paraná não se manifestou até o final da manhã deste domingo.

Por: Congresso em Foco

Glenn Greenwald falará à Câmara sobre vazamentos de mensagens da Lava Jato peito das revelações feitas pelo site sobre conversas entre o ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, e a força-tarefa da operação Lava Jato, na época em que o Fernando Frazão/Agência Brasil

Greenwald aceitou convite da Comissão de Direitos Humanos

ministro era o magistrado que julgava os processos decorrentes da investigação.

Greenwald falará na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), atendendo a um convite dos deputados Camilo Capiberibe (PSB-AP), Carlos Veras (PT-PE), Márcio Jerry (PCdoB-MA) e Túlio Gadelha (PDT-PE). Os paramentares afirmaram no pedido para chamar o jornalista, que os “direitos dos cidadãos objeto da Operação Lava-Jato, particularmente do cidadão Luiz Inácio Lula da Silva, foram violados sistematicamente” durante a operação, e que as reportagens do Intercept “jogam dúvidas contundentes sobre a imparcialidade na atuação do juiz Sérgio Moro e de

EXPEDIENTE

O jornalista Glenn Greenwald, editor do The Intercept, confirmou presença em uma audiência pública na Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (25), às 15h, a res-

outros juízes e procuradores”.

“Essa comissão precisa dirimir dúvidas sobre a veracidade das denúncias e o conteúdo do material coletado pelo jornalista, que demostram grave violação dos princípios do devido processo legal sem qualquer tipo de distinção, evidenciando a atuação parcial e política de um poder que deveria ser neutro”, diz um trecho do convite aprovado na semana passada.

Outra comissão da Câmara, a de Segurança Pública, também fez um convite a Greenwald, mas com o viés oposto: inquirir o jornalista sobre a maneira como o site obteve as mensagens trocadas entre Moro e o procurador federal Deltan Dallagnol. Até

DIREÇÃO GERAL: ROSILENE BRITO DIREÇÃO COMERCIAL: CYNTHIA NOLETO EDITOR-CHEFE: JOSUÉ FERREIRA EDITORA: NEIDIANA OLIVEIRA EDITORES SETORIAIS: NONATO SOUSA, PLINIO VICENTE, SÉRGIO PAULO REPÓRTERES: ANDERSON SOARES, GABRIELA GUIMARÃES, NAILSON ALMEIDA, RIKALLY SILVA, YARA WALKER E WINICYUS GONÇALVES FOTÓGRAFOS: EDINALDO MORAIS

o momento, o jornalista não respondeu a este chamado, o que provocou protestos do autor do requerimento, deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). A audiência será conjunta.

“Após meu convite, alguns parlamentares da esquerda também convidaram, e espalharam a mentira de que eu havia recuado. Normal para eles agir na mentira. Agora, querem encher a comissão da matula esquerdista para terem voz. Vamos lotar também, quero ver no que dá”, escreveu o parlamentar no Twitter.

O pedido de convite desta comissão afirma que o Intercept “vazou irregularmente informações extraídas de igual forma criminosa dos

dispositivos de telefonia” de Moro e Dallagnol, e faz alusão a notícias de que o celular do ministro teria sido clonado.

Em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada, Moro disse que recebeu três ligações de seu próprio número, o que indicaria clonagem, e que já encaminhou o aparelho à Polícia Federal (PF) para investigações.

“Os dados podem ter sido não só extraídos e veiculados ao arrepio da Lei, mas tendo também alterado o seu conteúdo, o que sem sombra de dúvidas nos remete a pratica de crime ainda maior”, afirma Silveira em seu requerimento.

Por: Congresso em Foco

DIAGRAMADORES: NAZARENO NEVES E JÚNIOR PINHEIRO EDITORA ON LINE LTDA ENDEREÇO: ALAMEDA CANARINHO, 150, CANARINHO, BOA VISTA/RR – CEP. 69.306-580 FONE: 95 3624 6958 EMAIL JORNALISMO: jornalismo@roraimaemtempo.com.br EMAIL ADMINISTRATIVO: administrativo@roraimaemtempo.com.br EMAIL COMERCIAL: comercial@roraimaemtempo.com.br

Economia A9

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

ESPECIAL PROFISSÃO: DECASSÉGUI

Filhos de brasileiros superam barreiras no mercado de trabalho qualificado do Japão Oficialmente, o Japão não admite imigrantes. Mas em 1990 mudou a lei para receber mão de obra formada por descendentes de japoneses até a 3ª geração e lhes deu visto de residência permanente MIRSAD SARAJLIC/GETTY IMAGES

Renan migrou aos 8 anos, fez Direito em universidade púbica e hoje é advogado Renan Teruya migrou para o Japão com oito anos acompanhando a mãe Regina. “Como ela trabalhava muito na fábrica, depois da aula eu ficava sozinho em casa assistindo a seriados policiais pela TV. Acho que isso despertou em mim o interesse por Direito”, diz.

Para ascender profissionalmente, ele conta que precisou se esforçar em dobro em relação aos japoneses. Conseguiu vaga na universidade pública de Aichi, onde se formou em 2014, e depois a aprovação para a Ordem dos Advogados.

A intenção no início era ser promotor ou juiz. Desistiu, porque não queria trocar de nacionalidade, e resolveu se tornar advogado, profissão que passou a ser permitida aos estrangeiros desde

uma mudança feita em 1977 pela Suprema Corte japonesa. Renan quer atuar na área de Direito do Trabalho para ajudar, principalmente, os brasileiros no Japão.

A via-crúcis percorrida por Renan até a faculdade é muito parecida com a de outros conterrâneos que entraram em escolas japonesas sem saber quase nada do idioma. No Japão, a criança é matriculada sempre na série correspondente à idade. Quanto mais velho for o aluno recém-chegado, maiores serão as dificuldades que enfrentará.

O jovem advogado diz que a barreira linguística impede o estrangeiro de exercer seus direitos, por isso a importância de estudar o idioma local, por mais difícil que ela seja.

ACERVO PESSOALI/RENAN EIJI

Os primeiros decasséguis começaram a chegar no Japão na década de 1990 - a palavra em japonês significa ‘trabalho fora de casa’

Renan Eiji Teruya, 27, é o primeiro brasileiro a ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Japão. Fez a prova em 2016, quando havia 6.899 candidatos, e foi um dos 1.583 que passaram.

E na primeira tentativa. “Nunca estudei tanto na minha vida”, relembra. Ele já passou por um treinamento específico a fim de se especializar na área e está pronto para atuar na profissão.

Há um aumento de imigrantes brasileiros no Japão que

está começando a alcançar postos inacessíveis a seus pais quase três décadas após o início da migração ao país asiático. Hoje, cavam espaço como professores, artistas e executivos de empresas.

Oficialmente, o Japão não admite imigrantes. Mas em 1990 o país mudou a lei para poder receber mão de obra formada por descendentes de japoneses até a terceira geração, e ofereceu-lhes visto de residência permanente.

Conhecidos como decasséguis,

eles sempre tiveram sua imagem associada ao macacão das fábricas. E embora sejam considerados imigrantes, continuam estrangeiros e não têm obrigação de matricular as crianças na escola.

Quando os filhos conseguem atuar em profissões também visadas pelos japoneses, acabam despertando o interesse local, porque é como estivessem seguindo um caminho não natural ao seu destino. Ou seja, longe das fábricas e do trabalho braçal.

DECASSÉGUIS Conhecidos como decasséguis, os estrangeiros sempre tiveram sua imagem associada ao macacão das fábricas. Embora sejam considerados imigrantes, continuam estrangeiros

Intercâmbio ajuda a entender as diferenças culturais Renan Teruya migrou para o Japão com oito anos acompanhando a mãe

ACERVO PESSOALI/ANDRÉ IGI

Entrar numa sala de aula calçando tênis e mascando chiclete: erros intoleráveis Apesar do longo tempo de permanência no Japão, muitos brasileiros avançaram pouco no aprendizado da língua, mantendo-se fechados na roda de amigos com quem só se comunicam em português.

Levantamento feito pelo Ministério da Educação do Japão em 2017 identificou 34.334 alunos estrangeiros e 9.612 japoneses (de famílias internacionais ou crescidas no exterior) que precisavam de assistência especial na escola, devido à dificuldade de se comunicar e entender o idioma japonês. Entre os estrangeiros, 25,6% eram crianças falantes nativas do português.

Na época dos irmãos Igi, não existia esse auxílio que a maioria dos alunos recebe atualmente para poder acompanhar as aulas. Assim que chegaram do Brasil em 1996, Rodrigo foi matriculado na quarta série e André, na segunda série do ensino fundamental de uma escola pública de Toyokawa.

Eles levaram a primeira bronca assim que entraram na classe, de tênis, pois desconheciam a existência da sapatilha de uso obrigatório dentro da escola.

O segundo sermão veio na sequência, quando começaram a mascar chiclete. “Éramos os únicos brasileiros lá e não sabíamos das regras”, lembra Rodrigo.

Diferentemente do irmão Rodrigo, André foi trabalhar com grandes corporações

Com o diploma universitário obtido em uma das quase 780 universidades do Japão, essa geração de jovens filhos de “imigrantes” também chama a atenção dos japoneses pelo ineditismo de suas conquistas. Dados do Ministério da Justiça do Japão estimam em 2,5 milhões o número

de estrangeiros residentes no país, sendo que 196.781 são do Brasil. Desse total, mais de 20% são jovens com até 18 anos.

Mesmo tão novos, muitos se encontram trabalhando em fábricas, como seus pais. Outra parcela também decidiu seguir a vida acadêmica e tomar outros

rumos profissionais.

Karin Oshima, 25, percorre o mesmo caminho do professor veterano. Ela ensina geografia em uma escola do ensino fundamental 2 na cidade de Komaki e também passou por situações difíceis em sua vida escolar. Diz que o período de um ano em que esteve no Brasil como intercambista a fez entender muitas coisas sobre as diferenças culturais.

Também foi ao sair do Japão para fazer estágio nos EUA que André Igi tomou uma decisão para sua vida. Até então ele pensava em ser professor como o irmão Rodrigo, mas mudou de ideia e achou que poderia ser mais útil trabalhando em grandes corporações.

“Vi que poderia contribuir mais se estivesse atuando em vários países, não só no Japão”, afirma. Ele é um dos poucos brasileiros, filho de operário, a

ser contratado direto no Japão por uma multinacional na área alimentícia, com várias unidades espalhadas pelo mundo, inclusive o Brasil.

A decisão de Nayara Kinjo pela carreira de assistente social teve um pouco da influência do pai Edilson, que durante muitos anos dirigiu uma organização destinada a ajudar brasileiros. A tese de mestrado dela foi sobre o envelhecimento dos brasileiros no Japão. Esse tema a preocupa mais do qualquer outro, porque uma grande parcela de conterrâneos permanece sem qualquer proteção de seguridade social enquanto vê o tempo passar.

“Conheci algumas pessoas que, por vários motivos, não pagaram a aposentadoria e não tiveram acesso aos benefícios da assistência social do Japão. Muitos deles estão na faixa de mais de 60 anos”, afirma.

Ayane queria ser designer. Acabou sendo humorista

ACERVO PESSOAL/RODRIGO IGI ACERVO PESSOALI/AYANE MOGI

Na vida escolar de Rodrigo, bronca dos professores e bullyng dos colegas

À medida que vão abandonando o movimento pendular de ir e vir do Brasil para se fixar no país, um maior número de decasséguis brasileiros se forma nas universidades e até foge de carreiras tradicionais. Ayane Mogi, de 25 anos, estudou na faculdade de Belas Artes pensando em ser designer, mas há um ano trabalha como rakugoka (humorista) usando o nome artístico de Ramune.

Filha de brasileiros, Ayane é nascida e criada no Japão, mas não sabia nada do idioma até entrar na escola japonesa. Também cometeu muitas gafes e diz que,

se sofreu maus-tratos, relevou e tentou encarar a situação com bom humor.

O trabalho dela é entreter o público com monólogos humorísticos, num estilo criado no século 17. O humorista precisa de boa memória e expressão corporal, além de preparo físico para ficar um longo tempo sozinho no palco, sentado de joelho em uma almofada enquanto conta histórias reproduzindo as falas de vários personagens.

Ayane é a única de origem brasileira a encarar esse desafio. (Fonte: BBC News Brasil).

Filha de brasileiros, Ayane Mogi tornou-se artista performática

A10

Economia

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

ESPECIAL NATUREZA

Como a tecnologia está ajudando a trazer florestas de volta à vida Uma pequena vila no norte da Espanha, com paisagens degradada, clima árido e solos desgastados da região viraram receita para o fracasso de um potencial programa de reflorestamento GETTY IMAGES/BBC

SISTEMA EXCLUSIVO

Numa vila da Espanha a área de 17 hectares áridos recebeu um sistema exclusivo, com reservatórios de papelão biodegradável, com 25 litros d’água, que são colocados no subsolo para ajudar no primeiro ano de desenvolvimento das mudas de plantas

Mata Atlântica é alvo de recuperação florestal no Brasil com a utilização de um processo revolucionário criado por uma empresa da Holanda

Há meio milênio, as florestas cobriam grande parte da Península Ibérica. Mas séculos de guerras e invasões, expansão agrícola e corte de madeira para carvão e navegação destruíram a maior parte das matas e transfor-

maram lugares como Matamorisca, uma pequena vila no norte da Espanha, em paisagens degradadas.

O clima árido e os solos desgastados da região seriam uma receita para o fracasso de um potencial pro-

grama de reflorestamento, mas para empresa Land Life, com sede em Amsterdã, este é o lugar ideal para intervir.

“Normalmente, operamos onde a natureza não se regenera sozinha”, diz o CEO Jurrian Ruys. “Vamos aonde as

condições são mais difíceis em termos de clima, com verões instáveis e muito quentes.”

Em Matamorisca, a empresa interveio em 17 hectares áridos pertencentes ao governo regional e implantou seu sistema exclusivo: ele tem reservatórios de

papelão biodegradável, com 25 litros d’água, que são colocados no subsolo para ajudar no primeiro ano de desenvolvimento das mudas de plantas.

Cerca de 16 mil carvalhos, freixos, nogueiras, sorveiras-bravas e mostajeiros-brancos foram plantados em maio de 2018, e a empresa divulgou que 96% das espécies sobreviveram ao último verão escaldante mesmo sem irrigação adicional, um marco decisivo para uma árvore jovem.

“A natureza retorna por si própria?”, questiona Arnout Asjes, diretor de tecnologia da Land Life, que supervisiona um programa que mistura imagens de drones e satélite, análise de big data, aprimoramento do

A meta é atingir 350 milhões de hectares até 2030 Nas condições áridas da Matamorisca e em áreas similares na Espanha, a Land Life Company se preocupa com a rápida desertificação. Como seu foco é restaurar um ecossistema, a

empresa trabalha com organizações que não esperam retorno financeiro.

A Land Life já recuperou cerca de 600 hectares em todo o mundo desde 2015 e planeja fazer o mesmo com outros 1.100 GETTY IMAGES/BBC

Meta imediata é restaurar, até 2020, 150 milhões de hectares de terra de gradada

hectares este ano. Dessa forma, a motivação do grupo se encaixa no Bonn Challenge, um esforço global para restaurar, até 2020, 150 milhões de hectares de terra desmatada e degradada - uma área aproximadamente do tamanho do Irã ou da Mongólia.

Até 2030, a meta é atingir 350 milhões de hectares - uma área 20% maior que a da Índia.

Essas metas incluem tanto a reabilitação de áreas florestais que perderam densidade ou estão enfraquecidas (um processo conhecido como restauração, no jargão ambiental) quanto de áreas completamente desmatadas (o que é conhecido como reflorestamento).

Essa meta global é dividida em partes menores e

toma forma na América Latina como a Iniciativa 20x20, um esforço para contribuir com 20 milhões de hectares para a meta geral, catalisando projetos de pequeno e médio porte com o apoio político dos governos. O Brasil aderiu à iniciativa em 2016 e prometeu restaurar 12 milhões de hectares de seu território até 2030.

Esse programa regional tem como prioridade a conservação, mas tem argumentos econômicos para ocorrer ao contrário do caso da Land Life Company. “Você precisa trazer dinheiro do setor privado”, diz Vergara, da WRI, que lidera a iniciativa, “e esse capital precisa ver um retorno sobre seu investimento”.

As próprias árvores irão financiar todo o processo Um estudo coordenado por ele estima para a América Latina um retorno líquido estimado de US$ 23 bilhões (R$ 87 bilhões) ao longo de um período de 50 anos se a meta de recuperação florestal for atingida.

O dinheiro pode vir das vendas de madeira em florestas geridas de forma sustentável ou da colheita de “produtos não-madeireiros”, como nozes, óleos e frutas das árvores. É possível registrar quanto de dióxido de carbono a floresta captura e vender créditos de carbono para empresas interessadas em compensar suas emissões.

Ou pode-se ainda cultivar a floresta na esperança de que a biodiversidade atraia ecoturistas que paguem por

hospedagem, passeios de observação de aves e refeições.

Ainda assim, esses investidores não são bancos conhecidos. O dinheiro para a iniciativa 20x20 vem principalmente de organizações financeiras com objetivos triplos - um modesto retorno sobre seus investimentos, benefícios ambientais e ganhos sociais - conhecidos como investidores de impacto social.

Por exemplo, o fundo alemão 12Tree é um dos parceiros da 20x20. Ele investiu US$ 9,5 milhões (R$ 36 milhões) em Cuango, um vilarejo de 1.455 hectares na costa caribenha do Panamá, onde se combina uma plantação comercial de cacau com a extração de madeira florestal de forma sustentável. Com o

dinheiro, eles reflorestaram uma antiga fazenda de gado, criaram empregos para as comunidades vizinhas e garantiram o retorno sobre seus investimentos. Mesmo em terras desmatadas há décadas e atualmente usadas por fazendeiros, algumas culturas podem coexistir com a flores-

ta, se o equilíbrio for encontrado. Embora não seja tecnicamente um reflorestamento, a agrofloresta oferece uma oportunidade para os pequenos agricultores garantirem seus meios de subsistência ao mesmo tempo em que mantêm a cobertura florestal de suas fazendas.

GETTY IMAGES/BBC

O retorno líquido é estimado de US$ 23 bilhões (R$ 87 bilhões) em 50 anos

solo, identificação por QR code e mapeamento das árvores ideias para o local. “Provavelmente sim, mas isso pode levar décadas ou centenas de anos, por isso estamos acelerando as coisas.”

Sua empresa integra um movimento global de organizações que tentam salvar áreas degradadas ou desmatadas, desde exuberantes planícies tropicais até colinas áridas em regiões temperadas. Estimulados pela perda da biodiversidade global e pelas mudanças climáticas, esses grupos estão estendendo os limites de como trazer de volta a cobertura florestal.

“Não é uma proposta teórica”, diz Walter Vergara, especialista em florestas e clima do Instituto de Recursos Mundiais (WRI, na sigla em inglês). “Isso requer os incentivos corretos, as partes interessadas certas, a análise correta e o capital suficiente, mas pode acontecer.”

A forma como esses fatores se reúnem em torno de um projeto específico - e se salvar vegetações arrasadas é mesmo possível - vai depender do tipo de ecossistema em questão. As florestas secundárias na Amazônia são diferentes dos pinheiros do Texas após incêndios ou da floresta boreal da Suécia.

Programas de reflorestamento têm diferentes razões e métodos para recuperar cada uma desses biomas.

GETTY IMAGES/BBC

Grupo de pesquisadores do Inpa que comanda as pesquisas com jucá

Buscaroequilíbrioflorestal Um projeto global chamado Breedcafs estuda como as árvores se comportam em fazendas de café, na esperança de encontrar variedades de culturas que consigam crescer sob a copa das árvores. O café cresce naturalmente nas florestas, portanto, replicar isso nas fazendas está trazendo a plantação de volta a suas raízes.

“Ao reintroduzir as árvores na paisagem, causamos impacto positivo na umidade, na captura de chuva, na conservação do solo e na preservação da biodiversidade”, diz o especialista em café Benoît Bertrand, que lidera o projeto do Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (Cirad, na sigla em francês). Bertrand está analisando qual das dezenas de variedades de café mais bem se encaixa a este sistema.

Uma abordagem semelhante pode ser aplicada à terra com cacau, baunilha e árvores frutíferas.

Mas nem todo pedaço de terra pode ser reflorestado. Os sócios de Vergara buscam investimentos seguros e até a Land Life Company só executa grandes projetos no que considera países de “baixo risco”, como Espanha, México ou EUA. “Nós

tendemos a evitar operações de grande escala em países de algumas partes do Oriente Médio ou da África, onde a permanência não é garantida”, diz Ruys.

Mas num lugar prolífico, talvez tudo que se precise seja tempo. Na Costa Rica, 330 hectares de uma reserva nacional de vida silvestre não se parecem nada com a fazenda de gado de antes de 1987, quando Jack Ewing decidiu transformar a área em um destino de ecoturismo.

Em vez de intervir, um amigo lhe disse para deixar a natureza seguir seu caminho natural.

As antigas terras de pastagem são agora florestas exuberantes, e a propriedade possui mais de 150 hectares de florestas sem intervenção humana.

Nos últimos dez anos, macacos bugio, araras vermelhas e até pumas migratórios retornaram à terra de refúgio, impulsionando o turismo e revigorando o ecossistema.

Ewing, agora com 75 anos, explica esse sucesso usando as palavras que seu amigo escolheu há três décadas: “Na Costa Rica, quando você para de mexer com as plantas, a selva volta para se vingar”. (Fonte: BBC).

Mundo A11

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

ESPECIAL COMPORTAMENTO

A história sobre o retorno de Jesus à Terra que provocou a ira de grupos religiosos nos EUA “A história fala do retorno de Jesus Cristo à Terra sob ordem de seu Pai, para que possa aprender a se defender com o maior super-herói do mundo”, diz à BBC News Brasil o autor, Mark Russell AHOY COMICS/BBC

Contrariando as Escrituras Quando foi anunciado, em julho de 2018, o projeto não ganhou muita atenção fora do mundo dos quadrinhos. O lançamento estava inicialmente previsto para março deste ano, pelo selo Vertigo (de Sandman, Preacher, Fables) da DC Comics (editora de Batman e Super-Homem). O roteiro é de Russell, com ilustrações de Richard Pace e capa ilustrada por Amanda Conner.

Mas em janeiro, seis meses depois do anúncio, a notícia começou a chamar a atenção de sites religiosos. No dia 7 de janeiro, o site Christian Headlines (Manchetes Cristãs) publicou um texto com o título “Jesus é o próximo Super-Herói da DC Comics”.

A notícia ressaltava que,“contrariando o que dizem as Escrituras, o livro irá apresentar Jesus como tendo limitações em seu conhecimento e capacidades”. Citava também uma entrevista que Russell dera meses antes ao site Bleeding Cool, em que disse acreditar que Jesus era mal representado nas congregações dos dias atuais.

No dia seguinte, a notícia chegou ao site CBN News, da Christian Broadcasting Network (Rede de Radiodifusão Cristã), com o título “DC Comics transformou Jesus em um novo super-herói - mas há um grande problema”. O texto afirmava que Second Coming “está mais para blasfemo do que para bíblico”.

AHOY COMICS/BBC

Na trama da série, Deus está decepcionado com o desempenho de Jesus em sua primeira passagem pela Terra, quando acabou crucificado, e ordena seu retorno

NÃO-VIOLÊNCIA

Na trama, Cristo divide apartamento com um super-herói chamado Sunstar

A importância da religião Quadrinista premiado e autor de uma elogiada versão de Os Flintstones, Russell conta que cresceu entre cristãos evangélicos e que a religião desempenhou um papel importante em sua vida.

Esta não é a primeira vez que aborda o tema em sua obra. Ele também é autor de God Is Disappointed in You (Deus está Decepcionado com Você, em tradução livre), com ilustrações de Shannon Wheeler, que resume os textos da

Bíblia em linguagem acessível e irreverente, e Apocrypha Now (Apocrifia Agora, em tradução livre), uma espécie de sequência focando nos apócrifos (que não são incluídos no conjunto de textos considerados sagrados da Bíblia).

Com o cancelamento, a DC Comics concordou em devolver os direitos sobre o projeto aos autores, e em março foi anunciado que a série será publicada pela AHOY Comics.

AHOY COMICS/BBC

Um abaixo-assinado pediu à DC Comics que cancelasse a publicação da série

O super-herói Sunstar aprende que a abordagem não violenta de Cristo, apesar ter sido crucificado, é mais relevante do que seus superpoderes para resolver os problemas atuais

Uma história em quadrinhos protagonizada por Jesus Cristo deve chegar às bancas dos Estados Unidos em julho, depois de meses de

polêmica, acusações de blasfêmia, ameaças e uma campanha online que resultou no cancelamento inicial da publicação da obra.

Na trama da série Second Coming (“Segunda Vinda”, em tradução livre), Deus está decepcionado com o desempenho de Jesus em sua primeira passagem pela Terra, quando acabou crucificado, e ordena seu retorno.

Desta vez, Cristo vai dividir um apartamento de dois quartos com um super-herói chamado Sunstar, que usa a força e seus superpoderes para combater o mal. O Messias, por sua vez, prefere

uma abordagem não violenta. Como passou os últimos dois milênios sem saber o que acontecia na Terra, Jesus fica chocado ao descobrir como os humanos distorceram sua mensagem.

“A história fala do retorno de Jesus Cristo à Terra sob ordem de seu Pai, para que possa aprender a se defender com o maior super-herói do mundo”, diz à BBC News Brasil o autor, Mark Russell.

“Mas o que acontece é que eles desenvolvem uma amizade improvável e o super-herói começa a entender como a abordagem (não violenta) de Cristo, apesar do

fato de ter feito com que fosse crucificado (da primeira vez), é mais relevante do que seus superpoderes para resolver os problemas atuais”.

Russell diz à BBC News Brasil que não esperava que a história fosse provocar tanta polêmica antes mesmo de ser publicada. “Suponho que fui ingênuo o suficiente de pensar que as pessoas iriam ler o livro antes de se sentirem ofendidas”, observa.

“E você pode ter certeza, há pessoas que vão e devem se sentir ofendidas, mas entre todas as pessoas sendo zombadas nesse livro, Cristo não é uma delas”, ressalta.

A reação maior veio de quem não leu a obra AHOY COMICS/BBC

Russell diz que a mudança de editora acabou sendo positiva. “Permitiu-nos criar uma história mais longa e bem desenvolvida para o primeiro número. Richard e eu ganhamos mais liberdade artística para fazer o que inicialmente queríamos com a série.”

Russell acredita que muitas das pessoas que se sentiram ofendidas reagiriam de maneira diferente caso lessem a obra e salienta que não é Cristo o alvo de sua sátira. O quadrinista diz que seu livro é muito respeitoso às ideias de empatia e perdão pregadas por Cristo, mas não tanto em relação àqueles “que tentam usar Cristo como uma mascote para sua própria ganância e violência”.

O CBN News também citava trechos da entrevista de Russell ao Bleeding Cool em que dizia que a série é sobre Jesus “ficando chocado com o que vê que foi feito em seu nome”, que “a religião cristã não se baseia realmente no

que ele ensinou, particularmente as grandes igrejas evangélicas modernas” e que “(essas igrejas) o têm mais como um mascote em camisetas, para provar que estão no time que está ganhando”.

De lá, a notícia pulou para a rede conservadora Fox News, e logo uma campanha na CitizenGO, uma plataforma de petições online que diz promover “vida, família e liberdade”, pedia que a DC Comics cancelasse a publicação da série. O texto da petição dizia que “a DC Comics irá lançar uma nova série ultrajante e blasfema” e perguntava: “Você consegue imaginar o barulho no meio político e na mídia se a DC Comics estivesse alterando e zombando da história de Maomé ou Buda?”

A petição reuniu mais de 235 mil assinaturas. Russell e o ilustrador Richard Pace começaram a receber insultos e ameaças online. Em 13 de fevereiro, a DC Comics cancelou a publicação. (Fonte: BBC)

A série se chama Second Coming (“Segunda Vinda”, em tradução livre)

A12

Mundo

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

ESPECIAL TERCEIRA IDADE

Escola na Coreia do Sul ocupa lugares vazios com avós que nunca estudaram Sem a crianças para matricular e salvar a escola de 96 anos, veio a ideia: que tal matricular moradores mais velhos que quisessem aprender a ler e escrever?

Todas as manhãs quando vai para a escola, Hwang Wol-geum, aluna da primeira série, usa o mesmo ônibus amarelo que três de seus parentes: um está no jardim da infância, outro na terceira série e outro na quinta. Hwang tem 70 anos - e seus colegas são seus netos.

Analfabeta durante toda a vida, ela lembra que se escondia atrás de uma árvore e chorava quando via suas amigas indo para a escola, há 60 anos.

Enquanto outras crianças da aldeia aprendiam a ler e escrever, ela ficava em casa tratando de porcos, colhendo lenha e cuidando dos irmãos menores.

Mais tarde ela criou seis filhos, e mandou todos para o colégio e depois a faculdade. Mas ela sempre sofreu por não poder fazer a mesma coisa que outras mães faziam.

“Escrever cartas para meus filhos, era o que eu mais sonhava”, disse Hwang.

A ajuda veio inesperadamente neste ano, de uma escola local que estava ficando sem crianças em idade escolar e precisava desesperadamente encher as classes de alunos.

CHANG W. LEE/THE NEW YORK TIMES

LÁGRIMAS E PORCOS Hwang Wol-geum, analfabeta durante toda a vida,conta que chorava quando via suas amigas indo para a escola, há 60 anos e ela ficava em casa cuidando de porcos

Da esq uerda para a direita: Hwang Wol-geum, 70; Kim Mae-ye, 64; e Park Jong-sim, 75, durante a aula na escola em Gangjin , Coreia do Sul

A taxa de natalidade na Coreia do Sul despencou nas últimas décadas, para menos de um filho por mulher no ano passado, um dos índices mais baixos do mundo.

As áreas mais atingidas são os municípios rurais, onde os bebês são uma visão rara hoje, enquanto jovens casais migram em massa para as cidades buscando empregos mais bem pagos.

Como outras escolas rurais, a Elementar Daegu, no distrito de Hwang, viu o número de seus estudantes diminuir. Quando o filho mais moço de Hwang, Chae Kyong-deok, 42,

a frequentou nos anos 1980, tinha 90 alunos em cada série. Hoje a escola tem só 22 alunos ao todo, incluindo um em cada uma das classes de quarta e quinta séries.

Lagrimas de alegria no primeiro dia de aula Para pessoas mais jovens que querem ficar na região, o futuro de sua cidade dependia de manter a escola viva. “Quem começaria uma família aqui se não houvesse escola?”, per-

guntou Noh Soon-ah, 40, cujo marido - um dos filhos de Hwang - deixou o emprego numa fábrica de automóveis numa grande cidade e reassentou sua família aqui cinco CHANG W. LEE/THE NEW YORK TIMES

Park Jong-sim, 75, distribui doces a alunos da escola em Gangjin

anos atrás para continuar no negócio agrícola dos pais.

“As crianças são o que traz riso e vitalidade a uma cidade”, diz ela. Então, o departamento de educação local acalentou a ideia, e Hwang começou as aulas no mês passado.

Assim como muitos alunos da primeira série no primeiro dia, Hwang chorou. Mas eram lágrimas de alegria. “Eu não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo comigo”, disse ela. “Carregar uma mochila para a escola sempre foi meu sonho.”

Na sala de aula da primeira série, Hwang e duas outras avós trabalharam com afinco, decididas a aprender a ler e escrever. De lápis na

mão, elas entoaram as 14 consoantes e dez vogais do alfabeto coreano enquanto seu professor, Jo Yoon-jeaong, 24, conduzia uma a uma ao quadro branco. Elas ouviram palavras ditadas como “tia”, “pescador” e “gambá” e as escreveram com sua caligrafia lenta e tortuosa.

Entre esses exercícios, Jo ligou uma canção animada, “Não há nada errado com a minha idade” e conduziu uma rotina de dança para que as avós sorridentes o seguissem. “A escola é muito divertida”, disse Hwang.

Seu filho, Kyong-deok, concordou: “Minha mãe se tornou uma pessoa muito mais feliz desde que começou a ir à escola. O sorriso quase não sai do seu rosto”.

Um sonho: aprender a ler e escrever antes de morrer O município de Hwang, Gangjin, na ponta sudoeste do litoral da Coreia do Sul, é típico das áreas rurais deixadas para trás na rápida industrialização do país.

A última grande indústria de Gangjin, de artigos de cerâmica, morreu quando os plásticos começaram a substituir a louça nas cozinhas coreanas nos anos 1970. Sua população, que envelhece rapidamente, hoje ganha a vida plantando morangos e groselhas ou colhendo ostras, mariscos e polvos na maré baixa.

Park jong-sim, 75, é uma apanhadora de polvos campeã em sua aldeia.

Mas num dia recente ela estava mais preocupada

em não se atrasar para a aula na escola primária.

Ela piscou os olhos enquanto tentava mantê-los enfocados no caderno, e às vezes tirava os óculos para enxugar lágrimas causadas pelo cansaço. Pronunciar palavras também era difícil.

Para praticar caligrafia, ela acordava antes do dia nascer.

“Minha memória, a mão e a língua não funcionam como eu gostaria”, disse Park.

“Mas vou aprender a escrever antes de morrer. Você não sabe como me sinto quando vou a um departamento do governo, eles me pedem para preencher um formulário e a única coisa que sei escrever é meu nome.”

Ir à escola se tornou um sonho distante para Park depois

que o pai dela morreu, quando tinha 8 anos. Ela passou a infância colhendo mostarda marinha, criando bichos-da-seda e colhendo rami. Décadas atrás, as famílias coreanas concentra-

vam os poucos recursos que tinham na educação dos filhos.

Muitas meninas deviam ficar em casa e cuidar dos irmãos menores enquanto os pais trabalhavam no campo.

CHANG W. LEE/THE NEW YORK TIMES

Sempre alegres e bem dispostas, as vovós alunas dançam durante aula

Entretanto, dar educação não era tarefa fácil. naquele ano a pior calamidade atingiu o distrito.

“Percorremos as aldeias procurando apenas uma criança preciosa para matricular na primeira série”, disse o diretor, Lee Ju-young. “Não encontramos.

“Então Lee e outros moradores, desesperados para salvar a escola de 96 anos, tiveram uma ideia: que tal matricular moradores mais velhos que quisessem aprender a ler e escrever?

Hwang e sete outras mulheres, de 56 a 80 anos, deram um passo à frente, e pelo menos outras quatro pediram para ser matriculadas no ano que vem.

CHANG W. LEE/THE NEW YORK TIMES

As senhoras, no ônibus que leva os alunos para a escola de Gangjin

A humilhação sofrida por serem analfabetas Hwang disse que seu pai encontrou uma nova mulher depois que sua mãe deu à luz a cinco filhas, mas nenhum menino. Sua madrasta se recusava a mandar Hwang à escola e zombou da ideia de “ensinar letras a uma filha” quando seu pai tentou lhe ensinar a ler em casa.

Ser analfabeta lhe causou muitas humilhações na vida.

Postar pacotes sempre foi um problema porque ela não sabia escrever os endereços.

Anos atrás, ela e o marido, Chae Jan-ho, 72, estavam visitando seu filho em Seul quando se separaram no metrô movimentado. Hwang não sabia ler nenhuma das placas e ficou perdida até que um desconhecido a ajudou a encontrar o caminho.

Agora ela e seus colegas estudantes estão decididos a compensar o tempo perdido.

Uma das mulheres que voltou à escola primária neste ano tinha abandonado a escola na quinta série nos anos 1970, quando foi mandada para ser empregada de uma família rica para sustentar a sua.

“Elas estão ansiosas para aprender”, disse Jo, a professora, sobre seus alunos da primeira série. “Provavelmente são os únicos estudantes que pedem mais lição de casa.”

Ao contrário de outras classes, a dos primeiranistas tem um sofá e um colchão aquecido. Nos intervalos, as mulheres idosas se sentam no colchão e cobrem os pés com cobertores.

Elas também têm um cesto de doces para as da segunda série, ao lado, que às vezes vêm visitar.

Mas Hwang se sentiu mal por estar na escola durante a agitada temporada da colheita de morangos. Para compensar, ela acordava às 4h e ajudava seu marido, seu filho e a nora a apanhar morangos antes de ir para a escola. Hwang já tem um plano ambicioso.

“Vou me candidatar a presidente da sociedade de mulheres da aldeia”, disse ela.

“As pessoas me pediam para disputar, mas eu sempre recusei. É um cargo para alguém que sabe ler e escrever.” (Fonte: The New York Times).

Variedades A13

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

CULTURA

Mostra da Ciranda de Filmes disponibiliza obras para serem assistidas de modo online Sensibilizar e fortalecer caminhos que dialoguem sobre infância e educação estão entre os objetivos da Ciranda DIVULGAÇÃO

Com o tema “Música, Linguagem da Vida”, a mostra Ciranda de Filmes 2019, especializada em filmes dedicados à infância e à educação, disponibiliza no Videocamp, entre os dias 1 e 30 de junho, uma seleção exclusiva de obras para serem assistidas online e gratuitamente.

Durante esse período, todos os filmes da Mostra Online

passo para ampliar o alcance do público a essa pesquisa que vem sendo realizada ao longo das cinco edições da Ciranda de Filmes. Estamos tornando realidade o sonho de compartilhar ideias e trocar saberes com um número maior de pessoas de diversas regiões do país”, ressalta Patricia Durães, curadora da Ciranda de Filmes.

“A Ciranda de Filmes tem tradição em proporcionar ao público uma experiência cultural múltipla. Neste ano, a mostra física, recheada de apresentações que encheram olhos e corações das cirandeiras e cirandeiros, ganha também uma versão online no Videocamp que vai possibilitar que as obras cheguem aos mais diversos territórios do país,” diz Josi Campos, coordenadora do Videocamp.

QUANDO? Mostra estará disponível até o dia 30 de junho. Trata-se de seleção exclusiva de obras para serem assistidas online e gratuitamente

estarão disponíveis em formato de play aberto, ou seja, bastará acessar a página especial da mostra no Videocamp para assistir aos títulos disponíveis, sem a necessidade de organizar exibições públicas, como é o padrão da plataforma.

A mostra Ciranda de Filmes, que tem curadoria de Patricia Durães e Fernanda Heinz Figueiredo, tem como proposta “trazer filmes e experiências capazes de sensibilizar e fortalecer caminhos e utopias,

Usuário pode acessar conteúdo exclusivo de maneira gratuita

ampliando a percepção de que não estamos sozinhos”. Pelos

quatro cantos do mundo, pessoas “cirandeiam” juntas, tecen-

do sonhos e histórias ricas em sentido, aprendizados e beleza.

“A realização da mostra online será um importante

DIVULGAÇÃO

Veja dicas valiosas de como o empreendedor pode melhorar a comunicação nos negócios É impossível ter uma boa vida profissional sem saber se comunicar de forma clara e objetiva. Para o empreendedor, ou PME, essa é uma qualidade fundamental, já que ele está constantemente atuando com investidores e funcionários.

A boa comunicação é essencial para o andamento da empresa.

A comunicação eficaz é capaz de transformar a atitudes das pessoas.

Uma comunicação eficaz é aquela que atinge objetivos, que com clareza utiliza os diferentes meios existentes. Como o empreendedor pode melhorar no processo de se comunicar?

Confira agora, cinco dicas para você aprimorar essa habilidade, listadas pelo consultor empresarial da T4 consultoria, Marcelo Viana: Empreendedor e Comunicação – Atitudes essenciais Atenção no discurso: preste atenção na forma como o outro se comunica com você. Isso parece um pouco estranho, mas, prestar atenção em como o seu interlocutor fala e tentar falar de maneira adequada, é uma grande forma de começar uma conversa.

Não é não!: entendemos que, algumas vezes, ouvir uma crítica negativa não é uma das melho-

res sensações, mas, em muitos casos, a pessoa só está querendo tirar o seu melhor. Se for necessário, marque outra reunião e tente usar outra estratégia para transformar esse não em um sim.

Não seja um robô: as pessoas percebem quando você está falando algo que foi decorado ou programado, fique atento. Procure falar com naturalidade (mesmo se for algo que você leu), e coloque um pouco de sentimento em sua fala.

Equilíbrio na fala: não assuste o interlocutor! Ter equilíbrio na fala durante uma conversa é muito importante. Claro, você não pode ser frio, mas também, não pode assustar o cliente com excesso de entusiasmo na conversa. Em muitos casos, o interlocutor vai achar que você está fingindo ser uma pessoa que você não é. Fale das suas qualidades, porém, não é necessário exagerar nos adjetivos.

Converse olhando nos olhos: conversar com alguém olhando nos olhos é uma forma de mostrar que você é confiável. Mantenha o olhar focado no interlocutor e ele entenderá que você é uma pessoa de credibilidade.

Quais os efeitos da boa comunicação em um

negócio?

Assertividade – Um dos problemas mais recorrentes no mundo dos negócios é decorrente da falha na comunicação. Ao corrigir esse problema, consequentemente a assertividade passa a fazer parte dos processos do negócio, influenciando na melhoria dos resultados; Propõe engajamento – Quando o processo de comunicação é eficaz, e equipe tende a se sentir mais satisfeita, isso porque a clara comunicação transmite transparência, objetividade e espírito de cooperação; Menos conflitos – Sem as falhas na comunicação que podem gerar mal entendidos, obviamente o resultado é a diminuição dos conflitos; Ajuda a melhorar o clima organizacional – A transparência presente na comunicação clara reflete também melhorando o clima organizacional, o que se relaciona com o item anterior.

Feedbacks realmente são importantes para a boa comunicação?

Viana acredita que a comunicação precisa sempre ser aperfeiçoada e, que por isso, a cultura de feedbacks é tão

essencial. Como assegurar que a mensagem foi transmitida da melhor maneira ou que o resultado gerado foi o esperado? Apenas os feedbacks ajudam nisso.

“No momento do feedback após uma mensagem ter sido repassada é importante que todos tirem as dúvidas quanto ao que ouviram, e a partir disso, o interlocutor consegue ter uma noção sobre se a mensagem repassada foi assertiva ou não”, explica o consultor.

Saiba para quem vai comunicar Conhecer o receptor é fundamental. Para quem a mensagem será repassada? Como é a pessoa ou quais são as pessoas com quem se pretende estabelecer uma comunicação? A escolha das palavras, o tom da voz, lugar em que será repassada a mensagem, dentre outras questões, são fundamentais ao se pensar na boa comunicação. É preciso pensar em quem vai receber a mensagem, em todas as suas particularidades, comportamento, cultura… É um processo complexo?

De certa forma sim, mas se comunicar bem requer esses importantes detalhes.

SOBRE O VIDEOCAMP O Videocamp é uma plataforma online e gratuita que possibilita que produções audiovisuais em busca de impacto e transformação alcancem o maior número possível de pessoas. Por meio de exibições públicas, que podem ser realizadas por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, o Videocamp democratiza o acesso à cultura e à informação.

Para os realizadores, a plataforma potencializa a formação de público e atua como ferramenta de promoção dentro da estratégia de lançamento do filme.

Faça fondues de queijo e chocolate sem precisar comprar utensílios específicos

Fondue na panela elétrica de arroz: veja como fazer Quando o clima começa a esfriar, nada combina melhor do que uma reunião em casa com amigos ou um tempo a sós com a pessoa amada. Receitas quentinhas são o pedido ideal para as temperaturas mais baixas, e não dá para falar de receitas quentes sem falar em fondue.

Se você não tem panelas e acessórios específicos para fazer fondue, saiba que isso não te impede de desfrutar dessa receita deliciosa em boa companhia. Veja como fazer fondue na panela elétrica de arroz e deixe a receita marcar presença no próximo programa em casa.

Doce ou salgado?

Você pode fazer tanto fondue de queijo quanto de chocolate na panela elétrica de arroz. A diferença entre ambos é que o fondue de chocolate é feito em banho-maria para que a mistura não queime ao ser aquecida, ou seja, é necessário que um recipiente de vidro seja encaixado na boca da

panela para fazer o fondue.

Como fazer o fondue Independentemente dos ingredientes da receita de fondue de queijo, siga o modo de preparo descrito e, para derreter o queijo, simplesmente selecione o modo “cozinhar” da panela e mexa até que se torne uma mistura homogênea.

Para fazer o fondue de chocolate na panela elétrica de arroz, adicione água até a metade da altura da panela e coloque os ingredientes em um recipiente de vidro que encaixe na boca dela, seguindo a ordem e o modo de preparo da receita. Selecione o modo “cozinhar” e mexa do mesmo modo que o fondue de queijo, até obter uma mistura homogênea.

Assim que o fondue estiver com a consistência certa, mude o modo da panela de arroz de “cozinhar” para “aquecer” e aproveite seu fondue quentinho! Apenas tome cuidado com as bordas quentes da panela.

Social

jornalismo@roraimaemtempo.com.br

BOA VISTA, SEGUNDAFEIRA, 24 DE JUNHO DE 2019

Fotos: Reprodução/Instagram

A gente começa essa semana com o coração apertado de saudade do Boa Vista Junina. E nada melhor que lembrar do Maior Arraial da Amazônia do que parabenizando a grande campeã do concurso de quadrilhas deste ano, a Zé Monteirão. O grupo celebrou seus 30 anos com #MuitoAmorEnvolvidoBV

E dançar quadrilha é tradição que faz parte da vida de muitas roraimenses.

Este ano quem voltou ao tablado, foi nossa querida Rosinha Rodrigues que fez bonito junto com a Coração Caipira. Muito linda!

Aniversariante do Dia

Artur Sampaio

Parabéns também para a campeã do grupo de acesso, a quadrilha Furacão Caipira. O grupo fez sua estreia no Boa Vista Junina, com uma homenagem ao município de Caracaraí.

Em tudo que ele faz tem emoção! Não seria diferente ao dançar no tablado do Melhor Arraial do Norte. Compartilhamos com vocês esse click do nosso amigo Richard Oliver que simboliza bem a paixão do roraimense pela tradição junina. Adoramos.

Não poderia faltar aqui a mulher que comanda toda a organização do Boa Vista Junina. Em nome da prefeita Teresa Surtia, parabenizamos a todos os profissionais que fizeram deste arraial uma festa bonita, segura e pra toda família. Vocês arrasam!

A nossa lista de aniversariantes está espetacular! Desejamos muito amor para essa lista de gente querida que completa mais um ano de vida hoje.

Janice Ferreira

Não poderíamos deixar passar em branco o niver da nossa querida Marion Bastos, comemorado no último sábado. Desejamos que esse novo ano venha repleto de alegria!

Luan Nunes

Nossa homenagem também ao chefinho lindo do Roraima Em Tempo. Apenas amamos o querido Josué Ferreira que fez niver também no sábado. Que seu caminho seja de muitas realizações!

Esporte Local A15

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

ESTRELA RORAIMENSE

Rafael Lucena fica em 2º no troféu Nelson Piquet, no Distrito Federal Etapa contou pontos para Copa Planalto, Goiano e Brasiliense de Kart; foram três baterias de 20 minutos cada DIVULGAÇÃO

No último sábado (22), no Paranoá (DF), o piloto Rafael Lucena conquistou mais um ótimo resultado. Ele subiu ao pódio, na segunda colocação, na 3ª Etapa da Copa Planalto, que também contou pontos para o Campeonato Goiano e Brasiliense de Kart, o “Troféu Nelson Piquet”.

No total, 23 pilotos do Distrito Federal e Goiás estiveram presentes. Foram três baterias de 20 minutos cada. O roraimense completou a primeira delas na terceira colocação e

MELHOR As três baterias foram vencidas por André Martinho (DF), parceiro de Rafael Lucena na equipe Demolidor Racing nas demais chegou em segundo, o suficiente para garantir o lugar no pódio.

As três baterias foram vencidas por André Martinho (DF), parceiro de Rafael Lucena na equipe Demolidor Racing.

Os dois pilotos representarão o time no Brasileiro de Kart (BK) no próximo mês em Cascavel, Paraná.

“Foi uma etapa bem equilibrada, cinco pilotos praticamente brigando o tempo todo e valeu muito esse resultado, fui constante e cresci muito nas últimas baterias. Foram três etapas até então da Copa Planalto e subi ao pódio em todas.

E foi produtivo também como

‘Foi uma etapa bem equilibrada, cinco pilotos praticamente brigando o tempo todo e valeu muito esse resultado’, disse

preparação para o Brasileiro de Kart, o crescimento é visível e é continuar assim para buscar um bom resultado em Cascavel”, disse Lucena, que irá competir no BK na categoria F4 Sênior.

André Martinho disputará o título na categoria F4 Graduados.

O chefe da equipe, Carlos Demolidor, ressaltou a importância do trabalho em equipe e parabenizou seus pilotos.

“Os dois correram em categorias diferentes, mas em todas as baterias andaram entre os líderes. Graças a Deus deu tudo certo. Parabéns Andrezinho e Rafael, andaram muito.

Agora é o Brasileiro, vamos que vamos”, comemorou.

Rafael explicou que agora o foco são os treinos para o Brasileiro de Kart. “Essa foi a última corrida que disputei antes do

BK. Agora é se dedicar nos últimos treinamentos, acertar alguns detalhes e chegar competitivo no Paraná. São 3 semanas praticamente até lá”, completou o roraimense.

Everton brilha, Brasil goleia o Peru por 5 a 0 e se garante nas quartas de final Enfim, sem vaias! A seleção brasileira conseguiu uma atuação mais regular e convincente ao logo dos 90 minutos na tarde de sábado (22) contra o Peru e venceu por 5 a 0. O resultado construído com tranquilidade na Arena Corinthians, em São Paulo, garantiu ao Brasil a primeira colocação do Grupo A com sete pontos e, consequentemente, a vaga nas quartas de final da Copa América.

O placar foi inaugurado aos 13 minutos do primeiro tempo, com gol de cabeça de

Casemiro, que nunca havia marcado pelo time canarinho.

Aos 19, aproveitando falha grotesca do goleiro Pedro Gallese, Roberto Firmino ampliou. Ainda na etapa inicial, o xodó Everton, craque do jogo, fez bonito gol, aos 31. Depois do intervalo, Daniel Alves precisou de nove minutos para anotar mais e Willian, já aos 45, fez um golaço de fora da área para fechar o passeio.

O rival do Brasil nas quartas de final será um dos dois melhores terceiros da fase de

grupos, menos os peruanos, caso se classifiquem - assim, até a Argentina pode entrar no caminho. Essa partida está prevista para as 21h30 da próxima quinta-feira, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. O Peru precisa aguardar a definição dos terceiros colocados das demais chaves para saber se avança.

Quem foi bem: Everton e Casemiro Everton, o Cebolinha, já se transformou no queridinho Amanda Perobelli/Reuters

Casemiro comemora depois de marcar o seu primeiro gol com a camisa da seleção brasileira

da torcida brasileira nesta Copa América. Depois do golaço na estreia contra a Bolívia, fez mais um bonito gol contra o Peru, além de levantar o público com seus dribles e arrancadas. Quem também teve tarde especial foi Casemiro, apesar de ter levado o segundo amarelo e agora estar suspenso para o jogo das quartas de final. Ele fez seu primeiro gol pela seleção brasileira, sete anos depois da primeira convocação. Outra curiosidade é que o volante nunca perdeu com o Brasil.

Quem foi mal: Guerrero e Cueva Perseguidos o tempo todo pelas vaias dos brasileiros, devido ao histórico nos clubes do país, a dupla não conseguiu repetir as grandes atuações que levaram o Peru até a uma Copa do Mundo, no ano passado. Guerrero parecia mais preocupado em brigar com os zagueiros e discutir com o árbitro e foi substituído no início do segundo tempo, logo após o quarto gol do Brasil.

Cueva só apareceu em lances de bola parada e deixou a torcida eufórica ao errar um passe simples na etapa inicial.

Atuação do Peru Ricardo Gareca adotou uma estratégia diferente dos rivais anteriores da seleção brasileira. Em vez de um estilo conservador ou de uma retran-

ca, tentou sair para o jogo. E até conseguiu mostrar superioridade nos primeiros minutos da partida. Mas o argentino não contava com a fragilidade de sua defesa. Depois de levar o quarto gol, tirou Guerrero e lançou um meio-campista para evitar uma goleada maior.

Atuação do Brasil O começo ruim, diante do ímpeto peruano, poderia gerar um ambiente ruim para a seleção na Arena Corinthians. Algo que o gol de Casemiro logo derrubou. O que se viu a partir daí foi um time bem mais leve e confiante para tabelar, driblar e arriscar chutes, em que pesem as trapalhadas da defesa do Peru. A atitude não mudou na volta do intervalo e gerou mais um bonito gol, além da tranquilidade que Tite precisava para testar opções. Alex Sandro entrou na lateral esquerda e Allan já pôde calibrar uma dupla com Arthur, já que Casemiro está suspenso e Fernandinho é dúvida por lesão para as quartas de final.

Cronologia do jogo A forma como o Peru começou jogando deixou a Arena Corinthians tomada por certa apreensão. O time de Guerrero e companhia ganhava as divididas, mantinha a posse de bola e conseguia lances bonitos no ataque. Só que essa imposição

durou 13 minutos. Foi quando Philippe Coutinho cobrou escanteio, Thiago Silva desviou na primeira trave e Casemiro precisou de duas tentativas de cabeça para abrir o placar.

Seis minutos mais tarde, Roberto Firmino apertava a saída de bola peruana de forma quase protocolar. Até que resolver apertar o passo contra Gallese. O goleiro errou a tentativa de lançamento e acertou o brasileiro. A bola encobriu o arqueiro e parou na trave esquerda, mas retornou para Firmino, com muita frieza, driblar Gallese e bater de esquerda para ampliar a vantagem brasileira.

Ainda no primeiro tempo, já aos 31 minutos, Coutinho acionou Everton pela esquerda e o Cebolinha não teve dúvidas: arrancou e bateu de fora da área, com o pé direito, no contrapé de Gallese. Na volta do intervalo, a seleção de Tite não baixou o ritmo e precisou de só nove minutos para marcar de novo.

Firmino fez pivô excelente e achou Daniel Alves sozinho na área. O capitão estufou a rede peruana e levou a torcida ao delírio. O golaço de Willian, que chutou de longe e acertou o ângulo já 45 minutos da etapa final, deixou a festa ainda mais animada. E só não foi mais porque Jesus perdeu o pênalti sofrido por ele mesmo nos acréscimos.

A16

Esporte Nacional/Editais

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

NÃO FOI DESSA VEZ

Brasil leva gol de Henry na prorrogação e perde vaga para França na Copa feminina Nas quartas de final de final, dia 28, no estádio Parc des Princes, França encara o vencedor do embate entre Espanha e Estados Unidos Franck Fife/AFP

Não deu para o Brasil. Apesar de bastante intensidade, uma atuação coletiva em alto nível e o flerte com a virada de placar, a seleção brasileira perdeu ontem (23) para a França por 2 a 1, já na prorrogação, no estádio Océane, pelas oitavas de final da Copa do Mundo feminina, e deu adeus à competição, sendo eliminada jus-

COMO FOI? O jogo foi agitado do início ao fim com chances de gol para ambas as equipes.

O Brasil pecou individualmente; e foi assim que a França balançou as redes

tamente pelas anfitriãs.

O jogo foi agitado do início ao fim com chances de gol para ambas as equipes. O Brasil pecou individualmente; e foi assim que a França balançou as redes. As donas da casa, por sua vez, se atrapalharam enquanto coletivo, dando brechas para rápidas e envolventes subidas canarinhas ao ataque. Gauvin abriu o placar, e Thaisa empatou, levando o jogo à prorrogação. Foi então que Henry aproveitou bola aérea e chutou no canto esquerdo de Barbara para selar a eliminação brasileira.

Agora nas quartas de final de final, em jogo previsto para a próxima sexta-feira (28), no estádio Parc des Princes, a França encara o vencedor do embate entre Espanha e Estados Unidos, que se enfrentam hoje (24), às 13h (horário de Brasília), no estádio de Reims. Tricampeãs, as estadunidenses chegam como favoritas.

Quem foi bem: Diani e Debinha A dobradinha de ataque formada pelas francesas Diani e Gauvin infernizou a defesa brasileira. A primeira se destacou com bons dribles, arrancadas e cruzamentos; a segunda, com presença de área e oportunismo. Em lances quase idênticos, balançaram as redes duas vezes: num o VAR anulou; no outro, a França se classificou.

Do lado brasileiro, quem fez por merecer palmas dos torcedores foi Debinha. A camisa 9 foi quem mais se movimentou, principalmente no primeiro tempo, finalizando e criando oportunidades para as companheiras. Na etapa final, foi dela a jogada que culminou no gol de Thaisa. Na prorrogação, ela já havia superado a goleira francesa quando viu sua bola ser tirada quase em cima da linha pela zaga.

Cristiane também se destacou: teve chute defendido por Bouhaddi, cabeceio explodindo no travessão e ainda uma enfiada de bola para gol que seria corretamente anulado pelo VAR. Quem foi mal: Barbara e Tamires Se as francesas brilharam no ataque, a responsabilidade para tal do lado brasileiro foi, individualmente, de Tamires e Barbara. A lateral encontrou muita dificuldade para marcar

Henry comemora o gol da França diante do Brasil na prorrogação

Diani inclusive nos dois lances já citados. A goleira, além de se atrapalhar nas duas divididas com Gauvin, cometeu erro semelhante numa levantada de bola na grande área.

Gols anulados A árbitra canadense Marie-Soleil Beaudoin e o árbitro de vídeo italiano Massimiliano Irrati anularam primeiro um gol anotado aos 22 minutos. A francesa Gauvin se antecipou à marcação e, com a mão (ainda que próxima do peito), dividiu com a goleira Barbara e viu a bola morrer nas redes. Após atendimento médico para as protagonistas do lance, este foi revisto, e o tento, cancelado.

Já nos minutos finais da partida, foi o Brasil quem viu um tento anulado pelo VAR. Tamires, em posição de impedimento, recebeu enfiada de bola de Cristiane e, na saída da goleira Bouhaddi, estufou as redes. O lance rapidamente foi cancelado pela arbitragem.

Gol confirmado

Antes, o Brasil também já havia balançado as redes com direito a consulta do VAR. Debinha avançou pela esquerda, cruzou e, após rebate da defesa francesa, Thaisa encheu o pé para empatar o jogo. A arbitragem inicialmente anulou o tento alegando impedimento de Debinha; o VAR, então, confirmou posição legal da atacante.

Atuação da França Comandadas pela técnica Corinne Diacre, as anfitriãs chegaram para o duelo como favoritas, mas não jogaram a bola que delas se esperava. Ainda assim, beneficiaram-se da individualidade de jogadoras como Diani e Gauvin. Quando teve de se defender, a França foi por muitas vezes vencida pelas jogadas de canto do Brasil.

Atuação do Brasil Ainda que lançando mão de uma escalação considerada “tradicional”, o Brasil foi além do óbvio com a bola rolando. Com bastante intensidade, a equipe se destacou ofensivamente

em contra-ataques e principalmente nas jogadas laterais. No decorrer do segundo tempo, Vadão inclusive colocou o time para o ataque -- exemplo principal foi a substituição de Formiga por Andressinha.

90 minutos para Marta?

Que tal logo 120?!

A intensidade alta do Brasil pode ser muito bem ilustrada por Marta, que enfim teve seus primeiros 90 minutos em campo num único jogo deste Mundial. A camisa 10 do Brasil usou praticamente todo o período que precedeu a Copa da França para se recuperar de lesão muscular. Na fase de grupos, foi desfalque contra a Jamaica, saiu no intervalo diante da Austrália e acabou substituída no segundo tempo frente a Itália.

Vadão foi para a prorrogação com uma substituição na manga, mas teve de queimá-la logo aos três minutos após Cristiane sentir dores na coxa esquerda. E se havia dúvida sobre Marta aguentar 90 minutos Yves Herman/Reuters

Jogadora francesa impede gol do Brasil

diante da França, coube à camisa 10 ficar logo 120 seguidos em campo.

Cronologia do jogo Como era de se esperar, a França foi quem tomou a iniciativa em Le Havre. O Brasil, por sua vez, tinha a seu favor a intensidade: as canarinhas mostravam potencial nos contra-ataques -- Debinha foi quem deu o primeiro chute a gol do jogo.

Ainda na etapa inicial, Cristiane também teve boa chance, após boa jogada de Debinha, mas teve finalização defendida por Bouhaddi.

Mas seria uma trapalhada casada de Tamires e Barbara e um consequente gol anulado que agitaria o primeiro tempo.

A lateral foi driblada por Diani, que cruzou fechado; Barbara saiu atrapalhada e perdeu dividida com Gauvin. A bola foi para dentro das redes, mas o gol foi anulado pelo VAR -- a camisa 13 francesa usou a mão irregularmente.

No segundo tempo, logo aos seis minutos, não houve VAR que ajudasse o Brasil. Quase num replay do lance anulado na etapa anterior, Diani girou

sobre a marcação de Tamires, venceu a lateral na corrida e cruzou para a pequena área.

Gauvin se infiltrou entre Kathellen e Mônica e, de carrinho, empurrou para o fundo do gol.

Bárbara, mais uma vez, errou o tempo da bola na tentativa de cortá-la.

O Brasil não entregou os pontos, e Cristiane ainda acertaria a trave antes do gol de empate. Exatos dez minutos após as francesas abrirem o placar, aí sim o Brasil empatou o duelo, com gol de Thaisa. Destaque para a jogada de profundidade e o cruzamento de Debinha.

Correria dos dois lados (principalmente do brasileiro) marcaria o restante da partida.

A forte intensidade canarinha se sustentou ao longo dos 120 minutos de bola rolando -- quase recompensada com a virada no placar. Mas foi a França, já no segundo tempo da prorrogação, quem conseguiria a classificação: Henry, em posição legal graças ao posicionamento avançado de Bia, aproveitou cruzamento na grande área para carimbar a vaga francesa nas quartas de final.

Polícia A17

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

AÇÃO RÁPIDA

Cinco são detidos minutos após assalto a entregador de pizza, na zona Oeste de BV Um dos integrantes do grupo se passou por cliente e atraiu a vítima ao local. Entregador acionou a PM após o assalto Arquivo/Roraima em Tempo

WINICYUS GONÇALVES

jornalismo@roraimaemtempo.com.br

Cinco pessoas, entre elas dois adolescentes, foram detidas por policiais do Batalhão de Operações da Polícia Militar (Bope), suspeitas de assaltar um entregador após pedir uma pizza na noite de sexta-feira (21).

O roubo ocorreu no bairro Laura Moreira, zona Oeste de Boa Vista. O homem, de 36 anos, foi atender a um pedido quando foi surpreendido pelos

CRIME Vítima chegou ao endereço para entregar as pizzas e foi surpreendida por um assaltante, que chamou os outros suspeitos assaltantes, que se passaram por clientes.

A vítima chegou ao endereço para entregar as pizzas e foi surpreendida por um assaltante de 19 anos, que chamou os outros quatro que estavam na casa e todos roubaram o entregador.

Ainda segundo a vítima, foram levados R$ 100 em dinheiro, um celular e cinco pizzas.

POUCO DEPOIS Depois de ser assaltado, a entregador acionou a Polícia Militar e a Força Tática do Bope, que estiveram no local do crime e minutos depois encontraram

Três homens foram presos e dois adolescentes apreendidos durante a ação e levados ao 5 ºDP

os suspeitos. Câmeras de segurança de uma casa ao lado flagraram a ação dos envolvidos.

As imagens mostraram a chegada do entregador e os indivíduos efetuando o roubo.

Um dos presos confessou o crime e ainda confirmou a presença de mais um indivíduo conhecido como ‘Saci’.

O assaltante de 19 anos, segundo a PM, confessou que

Divulgação/Dicap

ligou para a pizzaria e fez o pedido para atrair a vítima ao local do roubo. Ele afirmou ainda que outro envolvido, apelidado de “Saci”, fugiu do imóvel levando quatro pizzas e os outros per-

tences do entregador.

Ao chegarem ao local, os policiais encontraram os cinco com as pizzas e os pertences da vítima.

Os três homens, identifi-

Foragido é recapturado pela Polícia Militar durante patrulhamento de rotina em BV Militares do Batalhão de Operação de Policiais Especiais (Bope) prenderam, na noite de sexta-feira (21), Levy Viana dos Santos, que estava foragido da Justiça. Segundo a polícia, a prisão foi feita durante patrulhamento e abordagem no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste de Boa Vista.

A prisão foi efetuada após denúncia de moradores, que

acionaram os militares durante o patrulhamento de rotina feito no bairro.

Aos militares, os moradores informaram que um homem foragido do sistema prisional estava escondido em uma casa.

Depois de identificarem Levy, os militares consultaram o banco de dados da Polícia Civil e constataram que o homem

Valdinei estava foragido e Evanildo descumpria prisão domiciliar

Dois homens são presos na zona Oeste da capital por descumprimento de pena Dois homens identificados como Valdinei Dos Santos Ferraz e Evanildo Ferreira Rodrigues foram presos por militares do Batalhão de Operações da Polícia Militar (Bope) na noite de sexta-feira (21). A prisão ocorreu após patrulhamento de rotina feito no bairro Asa Branca, zona Oeste de Boa Vista.

Durante o patrulhamento, os policiais viram Valdinei e perceberam que ele agia com atitude suspeita.

Após a abordagem ter

sido feita, os PMs consultaram o banco de dados de foragidos da Polícia Civil e foi constatado que Valdinei estava foragido e deveria continuar a pena.

Os policiais não informaram há quanto tempo Valdinei estava foragido e qual o motivo da condenação.

OUTRO Ainda no mesmo local, os militares abordaram Evanildo e, após nova consulta ao sistema da PC, também

identificaram outra pena em aberto: prisão domiciliar. Os PMs, porém, não souberam dizer se os dois faziam companhia um para o outro.

Após ser detida, a dupla foi encaminhada à sede da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).

Conforme a polícia, Valdinei deve continuar a cumprir a pena na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), zona Rural de Boa Vista.

cados como Erick Jhonatan Teles da Silva, Wesley Alexandre Teles da Silva e Nelson Rafael Agarrista e dois adolescentes foram levados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil.

Levy estava escondido em uma casa no bairro Senador Hélio Campos

estava com pena em aberto. Os militares não falaram o motivo da pena e nem o tempo que Levy precisa cumprir na prisão.

Ele foi apresentado aos Agentes da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap), da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e deve voltar a cumprir a pena na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc).

A18

Polícia

Boa Vista, segunda-feira, 24 de junho de 2019

FATALIDADE

Agricultor morre em acidente com três motos na BR-174, próximo à Penitenciária De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a vítima bateu a motocicleta que conduzia contra uma bicicleta WINICYUS GONÇALVES

jornalismo@roraimaemtempo.com.br

Um homem, identificado como Fábio Silva, de 31 anos, morreu em um acidente envolvendo três motocicletas na BR-174, no início da noite de sexta-feira (21). A batida aconteceu na região de Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista, próximo à

ACOMPANHADO Homem morava próximo ao local do acidente na região do Monte Cristo 3. Ele estava indo para um retiro da igreja que frequentava, com um sobrinho na garupa

Penitenciária Agrícola. Todos os envolvidos seguiam no sentido Pacaraima.

De acordo com a Polícia

Reprodução/WhatsApp

Rodoviária Federal (PRF), a vítima bateu a motocicleta que conduzia contra uma bicicleta, onde seguia um jovem de 25 anos. Com o impacto, o agricultor caiu e foi atropelado por outras duas motos que também trafegavam na via.

VÍTIMA Ainda de acordo com os militares, através de informações da família, o homem morava próximo ao local do acidente na região do Monte Cristo 3. Ele estava indo para um retiro da igreja que frequentava com um sobrinho na garupa.

A primeira moto que atropelou o agricultor era conduzida por um homem de 29 anos. Ele sofreu lesões leves.

Na moto que colidiu em seguida estavam três pessoas, um homem de 42 anos, e duas mulheres, de 40 e 36 anos, e todos sofreram ferimentos graves.

Eles foram levados ao Pronto Socorro Francisco Elesbão. O corpo do agricultor foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML), onde foram realizados os trâmites e liberado à família ainda no sábado (22).

Fábio foi atropelado na BR-174, logo depois da entrada da Penitenciária Agrícola Monte Cristo

Ilustração/Exército

No Camboja, 18 operários morrem e 24 ficam feridos em queda de prédio Ao menos 18 corpos e 24 feridos já foram resgatados dos escombros de um prédio em construção que desmoronou na madrugada de sábado (22), na cidade de Sihanoukville, no sudoeste do Camboja. Segundo a agência de notícias local Fresh News, equipes de resgate continuam vistoriando o local do acidente e o primeiro-ministro, Hun Sen, chegou ontem (23) a noite à região.

O edifício pertencia a chineses e estava quase pronto, faltando cerca de 20% das obras. As autorida-

des vão investigar a razão do desmoronamento. Quatro chineses foram detidos para prestar depoimento: um dos donos do prédio, o engenheiro responsável pelo projeto de construção e um empreiteiro. O proprietário do terreno, cambojano, também está detido.

De acordo com a rede de notícias japonesa NHK, o prédio estava sendo construído em uma região de forte apelo turístico, onde vários hotéis e prédios residenciais estão sendo erguidos, atraindo mão de obra de todo o

Equipe militar patrulhava no Rio Uraricoera, quando foram atacados

DIVULGAÇÃO

Militar tem parte da mão decepada durante operação contra garimpo em TI Yanomami Um sargento do Exército teve parte da mão decepada durante uma operação contra garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, ao Norte de Roraima. A 1ª Brigada de Infantaria de Selva, informou no sábado (22) que o acidente ocorreu no fim da noite de sexta-feira (21), quando uma embarcação com um grupo de garimpeiros tentou furar o bloqueio feito pelas tropas no rio Uraricoera, na co-

munidade Waikás.

Na ação, o piloto jogou a embarcação em que os garimpeiros estavam contra o barco do Exército. Com a batida, o sargento se feriu e um garimpeiro caiu no rio Uraricoera. Logo em seguida, o piloto fugiu do local sem conseguir ultrapassar o bloqueio.

‘ESTÃO BEM’ De acordo com informa-

país. Autoridades locais suspeitam de que a construção era ilegal e que o proprietário chinês ignorou as ordens para paralisar as obras.

Por meio de redes sociais, o primeiro-ministro Hun Sen pediu que a população do Camboja ajude as famílias das vítimas com doações. De acordo com a Fresh News, o premier anunciou a doação de U$ 10 mil para a família de cada um dos mortos, e US$ 1.250 para os feridos, além de tratamento grátis.

Por: Agência Brasil

ções do Exército, o garimpeiro foi socorrido e levado para o posto da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), onde foi atendido e passa bem. O militar recebeu os primeiros socorros e foi trazido para a capital Boa Vista.

A 1ª Brigada de Infantaria de Selva destacou ainda que não há relatos de disparo de arma de fogo por parte da tropa.

Edifício pertencia a chineses e estava quase pronto