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cotidiano

Estacionamentos:

as vagas são demarcadas mas o respeito ainda é difícil...

G

randes lojas, shoppings, supermercados... todos têm vagas demarcadas para estacionamento de pessoas com deficiência e idosos, cumprindo a legislação. O problema é que muita gente ainda ignora a determinação e usa as vagas sem qualquer cerimônia. Algumas ações estão sendo feitas pelos estabelecimentos para aumentar a conscientização, como cartazes espalhados nos elevadores e avisos pelos microfones, mas fiscalização, praticamente não existe. Da parte dos diretamente interessados, a ação mais organizada, que se espalhou rapidamente pela Internet, é a campanha: “Essa vaga não é sua nem por um minuto”, que pode ser vista no YouTube (http://www.youtube.com/watch ?v=C50FAN9bYqU&featur e=related). A ideia nasceu de um problema enfrentado em Curitiba/PR, por Mirela Prosdócimo, tetraplégica desde os 17 anos, dona da Adaptare, empresa que presta consultoria para garantir a plena inclusão. Em março, no estacionamento de um supermercado, Mirela viu quando uma mulher com um casal de filhos, que não necessitava da vaga especial, estacionou. Ela advertiu, mas não teve resposta. Falou com o gerente, que disse nada poder fazer, pois, segundo ele, a competência era do DIRETRAN. Mirella ligou para o órgão, esperou e nada. Quando a mulher voltou, ela foi conversar mais uma vez, mas a mulher quase partiu para a agressão física. O pior só não aconteceu porque apartaram a briga. Depois que ela foi embora, Mirella, já no carro, viu outro rapaz chegando e estacionando na mesma vaga, também sem necessidade. A história de vida dela, publicada em uma revista, havia interessado muito ao diretor institucional e sócio fundador da

agência The Getz, Maurício Ramos. Ele pensou em fazer uma campanha de acessibilidade em Curitiba, mas um pouco antes de colocar a ideia em prática aconteceu o problema no supermercado. “A repercussão da sociedade ao relato que ela postou no Facebook, mostrou claramente que a campanha já tinha nascido e que nossa missão era fazer uma boa embalagem e ‘viralizar’. Daí, saiu a criação do selo com a frase: ‘Esta vaga não é sua nem por um minuto’, assim como uma página no Facebook, perfil no twitter e um site com peças para serem utilizadas por empresas interessadas em lavar a campanha para dentro de suas estruturas”, conta Ramos (http://estavaganaoesua.wordpress.com). A agência está no mercado há 10 anos e já fez várias campanhas para causas sociais sem nenhum tipo de remuneração.

Ação em São Paulo

Na zona leste paulistana, um grupo também está se mobilizando para defender as vagas demarcadas, encabeçado pela jornalista Cláudia Souza e o irmão Gilberto Cândido de Souza. Ele é pai de uma menina de 10 anos com Síndrome de Leigh, que afeta a força muscular e causa problemas psicomotores, dentre outras dificuldades, o que a faz usar cadeira de rodas. Ao sair com a menina, vê constantemente as vagas ocupadas por quem não precisa. Souza tomou como exemplo a atitude dos criadores da campanha paranaense e quer formar um grupo que realizará ações de conscientização, com pessoas com e sem deficiência, para apoiá-las contra possíveis ameaças físicas. “Todos trabalharão com o


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