Inverno do Coração
Riz de Ferelas
Inverno do Coração
Riz de Ferelas
Published by Riz de Ferelas
Riz de Ferelas is the artistic name of Rodrigo Haetinger dos Santos
Copyright 2024 Riz de Ferelas
Publicado por Riz de Ferelas
Riz de Ferelas é o nome artístico de Rodrigo Haetinger dos Santos
Direitos Autorais 2024 Riz de Ferelas
lágrimas as lágrimas que caíram no meu caderno se tornaram poemas
síntese perfeita
quando as luzes do céu e da aurora entram em convergência mil anos de solidão só um poema quando se escreve o que se pensa síntese perfeita
cem léguas você caminha para escrever uma rima mas para amar, não é preciso tanto
penso em você síntese perfeita
eclipse
desde que as coisas mudaram tenho estado em um eclipse todos estão perto de mim mas é como se ninguém me visse
eternas luzes do norte
eternas luzes do norte, onde está meu coração
piano
um piano que só tocava notas tristes não podia tocar todas as músicas e insistia em tocar
folhas de outono
em cada folha que cai de cada árvore de cada parque por onde eu passei me pergunto, se houvesse um verso escrito nelas, o que diria?
das coisas que deixei para trás ninguém vai lembrar
onde elas estão agora que já não sou mais o mesmo?
eu deixei os meus medos em algum lugar do passado junto com tudo que estava errado
não fazem mais parte da minha vida risquei porque não era poesia
talvez
Talvez meu coração ainda esteja nadando em uma tormenta
o que sobra
A arte de esquecer e o pacto de lembrar o que sobra, é o que fica
TRILOGIA DE FERRO
I - Cidade de Ferro
todos acordam cedo há trabalho para ser feito o vapor começa a subir muitos homens se encontram aqui mas já estão há tanto tempo que acho que nunca mais vão sair homem e máquina lado a lado medo, suor e tristeza já estão incrustados na liga que forma este lugar não há encaixe para a hesitação apenas os fortes permanecem onde vive a felicidade, o lugar não é este mas não foi sempre assim
havia campos e as crianças corriam a sorrir até que veio a nuvem sombria uma corporação e seus anseios para explorar e corromper todos eles vestidos de preto um homem ousou lutar e outros a ele seguiram para não permitir o fim da justiça eles quiseram se levantar mas a guerra foi cruel todos pereceram menos o primeiro que foi forçado a trabalhar para servir de exemplo
II - Rigel (A história de um homem de ferro)
desenhei uma flor no meu corpo para me lembrar que no ferro também nascem flores o aço ainda não me deixou esquecer de você
na têmpera da vida somos medidos constantemente mas só o que vem baixinho e delicadamente
será capaz de dobrar o mais duro ferro o ferro sou eu a flor é você
me chamam de Rigel sou um homem de ferro
não deixo que as pessoas pensem que do metal não vertem lágrimas
elas caem como a chuva na escuridão da noite regam o chão deste lugar e em meio a tanto cinza nova vida irá brotar para que cresçam e ensinem que nós fomos feitos para amar