Um olhar sobre São Borja visitando pontos turísticos

EM BRANCO

um olhar sobre

São Borja visitando pontos turísticos Ritieli Ramos Belmonte Ano 2021

um olhar sobre São Borja visitando pontos turísticos

FICHA TÉCNICA Fotolivro-reportagem produzido como Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).

São Borja, setembro de 2021.

Produção, texto, edição e imagens: Ritieli Ramos Belmonte Projeto gráfico e diagramação: Carla Iann Orientação e supervisão geral: ProfªDrª Adriana Duval Capa: desenho de autoria de Carla Iann, com inspiração de fotografia do piso de entrada do Memorial Casa João Goulart de Ritieli Ramos Créditos institucionais Reitor: Roberlaine Ribeiro Jorge Pró-reitor de Graduação: Fábio Gallas Leivas Coordenador Acadêmico: Thiago Sampaio Diretor do Campus São Borja: Valmor Rhoden Coordenador do Curso de Jornalismo: Leandro Comassetto

um olhar sobre São Borja Fotolivro-reportagem visitando pontos turísticos

dedicatória

Dedico este trabalho à minha bisavó, Celanira Antunes (In memoriam), e também, à minha grande amiga, companheira e principal incentivadora para que eu chegasse até aqui, Danielly Engelmann.

Também não poderia deixar de agradecer a Danielly Engelmann, por aguentar minhas crises de ansiedade, querendo abandonar tudo. Obrigada por nunca ter desistido de mim, e menos ainda me deixado abater; sem dúvida, desde o dia em que te conheci minha vida mudou, e mudou para melhor, que nossa parceria e companheirismo perdure pelo resto de nossas vidas. À minha orientadora Adriana Duval, que foi incansável, me auxiliando e orientando em todo processo, mesmo com o pouco tempo que tínhamos, meu muito obrigada pelas orientações e incentivo.

Agradeço ao meu "mestre" Lucas Aristelo, que me ensinou muito sobre o dia a dia da profissão e da assessoria de comunicação na prática, e também às minhas colegas de trabalho Carla Iann e Lilian Machado, presentes nos surtos diários às voltas do tão temido TCC. Meu agradecimento também, à Universidade Federal do Pampa, a Unipampa, e a todos que, direta ou indiretamente, estiveram comigo ao longo da graduação. Bem como, meu agradecimento a todos que contribuíram de alguma forma com a realização deste trabalho, seja com fotos ou então, uma boa conversa.

E, por fim, e não menos importante, aos amores que a vida me trouxe e aos que ainda não conheci, que me incentivam a olhar para frente, e fazem de São Borja, um bom lugar para se viver.

agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a minha mãe, Rita Ramos, por ter me dado a vida e sempre acreditar em mim e na minha capacidade, assim como, minha irmã Adriane Belmonte, e meu pai, Eduardo Belmonte, um apaixonado pelo ato de comunicar.

“São Borja, sua terra é tão vermelha que és toda missioneira: um coração”.

Canto a São Borja, Luiz Carlos Borges

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índice

APRESENTAÇÃO TREVOS DE ACESSO Boas-vindas a quem chega A imagem de São Francisco ESTAÇÃO FÉRREA Nos trilhos da memória Onde o passado e o presente se encontram PONTE INTERNACIONAL DA INTEGRAÇÃO Um marco de integração e desenvolvimento Conquista após uma década CAIS DO PORTO Espaço de lazer, cultura e turismo Nos tempos da travessia PARQUE ESPORTIVO GENERAL VARGAS Parcão: esporte, lazer e sociabilidade Museu do Esporte Alcino Rosa FONTE SÃO JOÃO BATISTA Tradição, fé e devoção Procissão de São Joãozinho PRAÇA XV DE NOVEMBRO A praça da democracia Moradores ilustres IGREJA MATRIZ SÃO FRANCISCO DE BORJA Templo além do tempo

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O fotolivro-reportagem “Um olhar sobre São Borja” tem como objetivo principal registrar jornalisticamente, por meio de um produto experimental que integra a fotografia e o apoio textual, as potencialidades turísticas e culturais de São Borja. Promovendo o fomento ao turismo local, a preservação das tradições e a visibilidade de cada ponto turístico elencado.

O tema revela parte história de São Borja, apresentada por meio de diferentes vieses, tanto missioneiro e político, quanto cultural e religioso. A obra retrata, através de fotografias e do apoio de elementos textuais, dez pontos turísticos do município. O roteiro, criado pela autora, convida o leitor a conhecer cada um em uma determinada ordem. A começar pelos trevos de acesso - em que em um deles o padroeiro recebe a todos de braço esticado. Segue pela estação férrea, evocando o período em que as linhas de trem permitiam chegadas e partidas; continua na Ponte Internacional da Integração, elemento que liga Brasil e Argentina e chega ao Cais do Porto, em que a lembrança dos tempos da travessia se integra ao lazer da comunidade. A obra também trata do Parque Esportivo General Vargas, local de sociabilidade e prática de atividades esportivas. Inclui, ainda, a visitação à centenária Fonte de São João Batista, espaço de peregrinação e que preserva a identidade jesuítica; a Praça XV de Novembro, ponto central do município; e a Igreja Matriz São Francisco de Borja, lugar de fé que conserva história e tradição. O percurso do livro termina entre o túmulo de Maria do Carmo, importante símbolo de devoção popular, e o cemitério Jardim da Paz, que abriga os restos mortais de importantes personalidades.

Diante da escolha dos pontos turísticos abordados - que estão entre os principais da cidade intencionou-se o desenvolvimento de um produto que proporcionasse visibilidade à história, às singularidades e à cultura local. E que da mesma forma, contribuísse ao acesso de informações sobre o tema. A apresentação dos espaços reconhece em cada um a potencialidade e a importância de sua tradição, caracterizando a participação direta do turismo no desenvolvimento econômico, político e social do município.

“Um olhar sobre São Borja” pode ser considerado um guia rápido e essencial àqueles que valorizam as tradições e a cultura ou ainda aos que desejam conhecer alguns dos atrativos turísticos da cidade.

apresentação

índice

Relíquias da fé TÚMULO MARIA DO CARMO Turismo e devoção: o túmulo da santa profana A representação do imaginário CEMITÉRIO JARDIM DA PAZ Lugar de memória e saudade Túmulo do Anjinho SOBRE A AUTORA REFERÊNCIAS SÉRIE MEMÓRIA

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trevos de acesso

boas-vindas a quem chega Seja vindo pela BR-285 - da região do Planalto Médio e das Missões -, pela BR-287 - de Porto Alegre -, ou então pela BR-472 - em direção a Uruguaiana e ao país vizinho Uruguai -, quem passa ou ingressa em São Borja logo percebe, em seus trevos de acesso, um pouco da história e da receptividade do município.

Localizados a cerca de 600 km de distância da Capital do Rio Grande do Sul, os trevos de acesso a São Borja representam as boas-vindas aos visitantes e moradores que por ali trafegam. Em seu redor, há representações da identidade e da história da cidade.

Há dois pórticos com as imagens dos ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart. Igualmente existe uma rótula com a Cruz Missioneira, São Francisco de Borja e as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e de São Borja. Tudo isso, somado ao colorido das flores e ao horizonte verde que caracteriza a região, compõem o cenário de chegada, saída ou trânsito de quem escolhe São Borja como local de passagem, de partida ou de destino.

Os referidos trevos permitem o acesso, no perímetro urbano da cidade, às avenidas João Goulart e Leonel Brizola.

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Trevos de acesso do município apresentam a história e cultura local

Pórtico de entrada faz referência aos presidentes e ao período missioneiro

a imagem de são francisco Quem chega ao trevo de acesso a São Borja logo é recebido por São Francisco de Borja. Com o braço esticado, o padroeiro do município abençoa quem por ali passa. Nascido em 28 de outubro de 1510, o nobre espanhol Francisco de Borja e Aragão, Marquês de Lombay, Quarto Duque de Gandia e Vice-Rei da Catalunha, na Espanha, fez parte do movimento jesuíta, responsável por catequizar os indígenas que viviam em nosso território.

Antes de se dedicar à religião, foi um homem casado e pai de oito filhos. Sempre teve a vida voltada à piedade e a ajuda ao próximo. Por sua atuação como vice-rei na Catalunha chegou a ser chamado de “O Grande da Espanha”, por ter sido um exímio administrador entre 1539 e 1543. Ao ficar viúvo, em 1546, decidiu voltar-se exclusivamente ao chamado religioso, como membro da Companhia de Jesus. Para tanto, renunciou suas riquezas e títulos reais, transmitindo-os ao seu primogênito. Seguiu sua trajetória como pregador itinerante, percorrendo a América Latina em prol do trabalho missionário.

Beatificado em 1624 e canonizado em 1670, faleceu aos 61 anos e deixou um legado associado a sua principal atuação, o catolicismo. Firmou-se como um modelo de homem cristão: “Não servirei ninguém mais, senão a Deus. Não servirei ninguém que possa ser levado pela morte”, teria afirmado. São Francisco de Borja tornou-se referência e sua imagem é associada à identidade local e encontrada facilmente em diversos espaços, não apenas na igreja.

Crédito da foto: Site Salve Maria

São Francisco de Borja e Aragão destacou-se por sua atuação religiosa

São Francisco de Borja abençoa os trevos de entrada do município

estação férrea

nos trilhos da memória Cento e nove anos se passaram entre a inauguração do primeiro trem, ocorrida na Inglaterra, até a vinda da linha férrea para São Borja, em 1913. O Decreto nº 7122, de 17 de setembro de 1908, assinado pelo então presidente Affonso Penna, simbolizou o início desse marco, autorizando a empresa inglesa The Brazil Great Southern Railway Company Limited, a BGS, a iniciar a construção do primeiro trecho que contemplava o território são-borjense - a linha Itaqui-São Borja.

Da primeira estação de trem não há mais registros, apenas a lembrança de que era feita de madeira e sua localização próxima à antiga Cotrisal, no bairro Pirahy. É no espaço da segunda estação que as memórias sobre o tempo de linhas férreas estão preservadas. Conhecido popularmente como “Estação Férrea” - junto à Praça General do Nascimento Vargas, na Rua Venâncio Aires, no bairro José Pereira Alvarez -, o local é sede do Centro Cultural de São Borja, que em 2018 passou a se chamar “Centro Cultural Mário Barbará Dornelles”. Também abriga o Acervo Municipal da cidade.

O primeiro trem a chegar em São Borja foi na época da famosa “Maria Fumaça” - movida a hulha e alimentada por fornalhas para aquecer as caldeiras. A vinda das linhas férreas para o município refletiu no avanço econômico e social. O setor agrícola foi o primeiro a sinalizar desenvolvimento, uma vez que a produção e distribuição de cargas ficou mais rápida, também barateando custos e facilitando as negociações.

O sucesso e a adesão ao transporte férreo foi tanto que, logo após o primeiro ramal, já foi autorizado o início dos estudos para a instalação de uma segunda linha, que ligaria o município a Dilermando de Aguiar e, consequentemente, até Santa Maria e Porto Alegre. Além disso, em 1924 ocorreu a estatização da linha de Barra do Quaraí-São Borja. E, em 1932, a Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS), poder estadual responsável, deu início à projeção do trecho que ligaria Santiago a São Borja - sendo esse inaugurado, em 1938, pelo são-borjense e então presidente da República, Getúlio Vargas.

Fragmentos dos trilhos evocam o passado

A concretização de linhas férreas, a modernização da estrutura e a boa localização dos trechos fizeram com que São Borja se tornasse um importante pólo ferroviário, ponto estratégico para diversas transações. O apito do último trem, em 1982, deixou saudades aos que viveram a fase ferroviária de São Borja, restando-lhes a lembrança de boas histórias.

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Painéis artísticos homenageiam a resistência de São Borja durante a Guerra do Paraguai

Prédio fica em frente à praça Getúlio Vargas

Do terraço, pelas grades de proteção, se observa o movimento da praça

onde o passado e o presente se encontram O prédio da antiga estação, inaugurado em 1929, possui, no piso térreo, o Centro Municipal de Cultura Mário Barbará Dornelles - assim batizado através do Projeto de Lei n° 5.477, de 28 de dezembro de 2018. No ambiente interno ainda é possível detectar indícios do passado: azulejos portugueses permanecem nas paredes, originais dos primeiros tempos de funcionamento da linha férrea. Já na parte externa, fragmentos de trilhos podem ser vistos, provocando memórias ou a imaginação sobre as idas e vindas dos trens.

Ainda na entrada da construção existe uma sala destinada à Banda Municipal Tusnelda Lima Barbosa.

Instrumentos musicais são ali armazenados, e os integrantes da banda realizam ensaios periódicos, interna e externamente.

No piso superior está localizado o Acervo Municipal - setor ligado à Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer - que conserva mais de mil itens, entre documentos, fotos e recortes de periódicos.

Seja como local para exposições, apresentações artísticas ou eventos culturais, o espaço composto pelo prédio da estação, a Praça General do Nascimento Vargas e o Mercado Público promove a reunião de pessoas de diferentes idades. Na praça há quatro painéis denominados “Estação da Paz”, do artista argentino José Kura, esculpidos em camadas de concreto pigmentado. A obra foi lançada para lembrar os 150 anos de resistência ligados à Guerra do Paraguai. Pelos bancos ou gramados, a comunidade aproveita os momentos de lazer para o exercício da sociabilidade Muitos frequentam o Mercado Público Municipal, que comercializa produtos da agroindústria são-borjense. Quando são promovidos grandes eventos ao ar livre, aquela região é fechada e proporciona diversas atividades gastronômicas e de integração.

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Ferrovia contribuiu para o desenvolvimento econômico e social de São Borja Crédito da foto: Site Estações Férreas

Crédito da foto: Site Estações Férreas Vagões levavam passageiros e cargas

Crédito da foto: Site Estações Férreas Prédio atual foi construído em 1927

Ferrovia contribuiu para o desenvolvimento econômico e social de São Borja, sendo local de negócios e transportações - Crédito da foto: Site Estações Férreas

ponte internacional da integração

um marco de integração e desenvolvimento Localizada na Fronteira Oeste do Estado do Rio Grande do Sul, na divisa entre Brasil e Argentina, interliga, de um lado, Santo Tomé e, do outro, São Borja, a Ponte Internacional da Integração conecta a BR-287 com a RN-121 - Rota Nacional/Argentina. Trata-se de um cartão postal para quem chega ou parte de uma dessas localidades ou, simplesmente, cruza entre os dois países.

Ao longo de sua extensão - 1,4 mil metro -, juntamente com os cerca de 15 km de acesso dos dois lados da Fronteira, é possível admirar o marco do desenvolvimento local cruzando pelo Rio Uruguai. Sustentada por 33 vãos de 42,5m de altura cada, serve de trajeto para mais de 6,5 mil caminhões por mês, representando um percentual de 26% de todas as transações comerciais entre Brasil e Argentina.

Considerada o segundo maior corredor logístico do Rio Grande do Sul, a Ponte Internacional Santo ToméSão Borja integra o primeiro Centro Unificado de Fronteira da América Latina, totalizando mais de 12.000m² de área construída em 90 hectares de terra.

Inaugurada em 9 de dezembro de 1997, representa a transformação e o progresso, tanto econômico quanto social e turístico entre as municipalidades dos dois países e da região.

A ponte vista a partir do lado argentino - Crédito da foto: Mário Robalo

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Crédito da foto: DECOM

O por do sol, com a ponte, se constitui em um dos cartões-postais da cidade

Perspectiva pelo lado brasileiro, às margens do Rio Uruguai

conquista após uma década Quem trafega pela Ponte Internacional pode não imaginar que todo o processo, desde sua idealização até sua construção e inauguração, durou mais de 10 anos. Tratativas, discussões, investimentos financeiros particulares, articulações políticas e persistência fizeram parte do empenho da Comissão Mista ArgentinoBrasileira (COMAB), formada por representantes dos dois países.

A iniciativa reuniu esforços de brasileiros e argentinos para que a região fosse contemplada dentre as cidades que concorriam para ter uma ponte de ligação com o país vizinho. Para a ação, que na época dividiu opiniões, foi necessária a contratação de um estudo técnico para atestar a importância e a validade de tamanho investimento - o qual representava um valor de 36 milhões de dólares, sendo 18 milhões da iniciativa privada e 18 milhões de recursos públicos -, dividido igualmente entre Brasil e Argentina.

A Ponte simboliza a concretização de um trabalho que valeu a pena - tanto pela geração de renda e oportunidades, com os mais de 500 empregos diretos, quanto pelos mais de sete bilhões de dólares por ano que circulam por ali em mercadorias. Também representa uma obra que contribui para o contato e a integração entre os povos, no aspecto social e cultural.

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As obras levaram mais de 24 meses até a inauguração da Ponte Crédito da foto: Delegação de Controle da Comissão Mista Argentina-Brasileira para a Ponte Internacional Santo Tomé-São Borja (DELCON)

Crédito da foto: DELCON Cerimônia de Inauguração contou com a presença dos presidentes do Brasil e da Argentina

Crédito da foto: Assembleia Legislativa do RS Processo para construção da Ponte Internacional de Integração envolveu tratativas com diferentes grupos brasileiros e argentinos

Crédito da foto: DELCON

espaço de lazer, cultura e turismo

cais do porto

Às margens do Rio Uruguai, na divisa de Brasil e Argentina, o Cais do Porto é um espaço de lazer, que preserva a história e a cultura do município de São Borja. Local que, por muitos anos, abrigou um dos principais pontos de comércio, através da importação e exportação de mercadorias entre os dois países, e teve sua primeira reforma em 9 de dezembro de 1997 - ano em que o trânsito fluvial entre os dois lados foi desativado, quando da criação da Ponte Internacional. De lá para cá, o ambiente recebeu diversas melhorias e novos estabelecimentos, tornando-se uma importante atração turística aos visitantes e nativos que buscam um espaço de sociabilidade, gastronomia e diversão. É possível admirar, das arquibancadas que compõem o espaço de eventos ali construído – como o palco Carlito Campos, a integração entre os frequentadores, que vêm de partes distintas da cidade. Além disso, há uma boa variedade de bares e restaurantes, que permite experiências gastronômicas diferenciadas. E, ao final do dia, da ponta da faixa - que outrora servia para atracar embarcações e que hoje leva às águas do rio -, pode-se admirar uma das cenas mais belas e representativas do município: o pôr-do-sol na Fronteira Oeste.

Palco para atividades de várias ordens, o Cais do Porto é utilizado, por exemplo, para a realização das procissões de Nossa Senhora dos Navegantes e de Iemanjá, para o Cais Folia e Festival de Músicas para o Carnaval Apparício Silva Rillo, além de eventos alusivos à Páscoa, Festival de Bandas Escolares e atividades tradicionalistas, como o Fandango de Ramada.

Palco Carlito Campos é espaço para diferentes atrações artísticas e culturaiss

Diariamente podem ser vistas pessoas, de diferentes idades, visitando o local, para apreciar as belezas naturais, experimentar a gastronomia da região ou, simplesmente, descansar.

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Cruz Missioneira localizada próxima ao Rio Uruguai

Ponta da Faixa era utilizada para embarque e desembarque de cargas

Quiosques e bares oferecem opções gastronômicas no Cais do Porto

nos tempos da travessia As águas do rio Uruguai foram, por muitos anos, responsáveis pela travessia de cargas e pessoas. Na divisa do Brasil com a Argentina, a zona portuária contribuiu para o desenvolvimento de São Borja. Dos tempos da travessia e do transporte aduaneiro restam apenas lembranças de quem vivenciou a época.

A casilha, construção em formato de choupana, servia de resguardo aos fiscais encarregados de verificar as mercadorias que chegavam. Foi apenas em 1935 que a atual sede da Receita Federal foi inaugurada, sendo ainda nesse ano oficialmente inaugurado o Cais do Porto. A chamada “Ponta da Faixa” foi construída em 1937 e servia para o atracamento de embarcações que carregavam mercadorias dos mais diferentes negócios - por exemplo, as sementes de linho que se destinavam à Europa ou as cargas vindas de Montevidéu e Buenos Aires.

O transporte fluvial foi responsável também por potencializar o comércio local e o intercâmbio de moedas. Fosse de barca, balsa, chalana, de piráguas - embarcações com velas transversais - ou a nado, a travessia do Rio Uruguai era comum. Embarcações saíam para diferentes destinos, mas as que faziam a ligação entre São Borja e Santo Tomé eram constantes e tinham horários específicos. Não apenas a importação e exportação formais eram vistas, movimentando o cais. Havia igualmente a figura dos chibeiros, contrabandeando mercadorias do dia a dia, como cebola e batata, entre os itens mais corriqueiros.

Marcados historicamente por uma cultura própria, os tempos da travessia misturavam elementos da identidade brasileira e argentina e se somavam às tradições ribeirinhas. Foi uma época de notável relevo às práticas sócioculturais e econômicas do município

Imagem aérea revela panorama do local antes de 1997 - Crédito da foto: Divulgação gratuita na internet

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Crédito da foto: Baú de São Borja Caminhões eram constantes no local

Crédito da foto: Baú de São Borja

Balsa fazia a travessia de veículos e cargas - Crédito da foto: Baú de São Borja.

parque esportivo general vargas

parcão: esporte, lazer e sociabilidade Céu aberto, opções de lazer, prática de atividades físicas, integração cultural: o Parque Esportivo General Vargas proporciona diferentes experiências para os mais variados públicos.

O Parcão, como é popularmente conhecido, é ponto de encontro para as crianças, que se divertem na Pracinha de Brinquedos Dona Maria Drago – homenagem à são-borjense com forte atuação social; para os jovens, que lá praticam esportes ou se utilizam da área verde para compartilhar histórias e momentos, ou então para os adultos, que encontram na área de 17.700m², um espaço de lazer. O local também é freqüentado pelos praticantes do vôlei, do basquete e do atletismo, além de grupos de skatistas.

Sua localização compreende as ruas Borges do Canto, General Marques, José Ribeiro e a travessa Pedro Carneiro Pereira. Lugar que durante mais de quarenta anos, esteve instalada a sede do Sport Club Internacional de São Borja.

Considerado um dos principais pontos de integração e sociabilidade do município, serve também como palco para atividades culturais e manifestações públicas.

Pista de skate é um dos atrativos do local

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Quadras servem de espaço para a prática esportiva e eventos em geral

Sofá de mosaico é uma das atrações do Parque Esportivo General Vargas

Pracinha Dona Maria Drago oferece opções para a alegria das crianças

museu do esporte alcino rosa Quem passa pelo Parque Esportivo General Vargas logo percebe a ligação histórica do local com o esporte.

Seja por intermédio dos pórticos - estruturas que restaram do estádio que ali havia -, da quadra ou da arquibancada, o local fomenta a história e memórias do esporte são-borjense.

Sede do Museu do Esporte Alcino Rosa - que leva o nome em homenagem ao goleiro e ex-futebolista do Sport Club Internacional de São Borja e da Sociedade Esportiva São Borja -, logo em sua entrada podem ser avistados documentos, fotos, objetos e uniformes que rememoram importantes momentos da vida esportiva e de atletas são-borjenses que se destacaram dentro e fora da cidade, do estado e até do país.

Dentre os itens em exposição estão o troféu conquistado com a vitória do Campeonato Estadual sub-20 em 1996; a conquista do II Campeonato Brasileiro Feminino de Bocha em 1988; as faixas de Campeão Estadual Amador de 1980, Campeão da América de 1983 e Campeão da Copa ACEG em 1985; e a chuteira usada pelo exlateral direito Giba na conquista do Campeonato Mundial pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Mais de trezentas peças integram o acervo e contribuem para o resgate histórico do futebol, do vôlei, do basquete, do atletismo, do motociclismo, do ciclismo e da motonáutica de São Borja.

Acervo conta a história do esporte são-borjense

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Chuteira usada por Giba na conquista de títulos integra o acervo

Museu Alcino Rosa fica localizado abaixo das arquibancadas do Parcão

Antigo pórtico do Sport Club Internacional evoca lembranças do clube esportivo

fonte são joão batista

tradição, fé e devoção Quem passa pelo endereço da rua Bompland nº 776, no Bairro São João Batista, nem imagina que há um espaço histórico escondido ao final do corredor entre as residências do local. É a Fonte de São Batista, importante referência da história e da cultura são-borjense. O espaço, durante o período jesuíta, era utilizado como ponto de descanso, abastecimento e refúgio para homens e animais.

Uma expressiva área verde acompanha a caracterização do local. Ao longo do ano, pessoas de diversas regiões chegam para realizar pedidos e agradecimentos ao santo. A fonte é um importante ponto turístico de visitação e de preservação da história missioneira.

A fonte está localizada aos fundos de um terreno onde há moradias particulares

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Fonte era usada pelos jesuítas para descanso e abastecimento

O lugar apresenta natureza exuberante e ambiente tranquilo

A fonte de São João Batista é patrimônio dos tempos missioneiros

procissão de são joãozinho A história da mãe que, ao ter o filho participando da Guerra do Paraguai, encontrou na fé a esperança por seu retorno, ultrapassou os anos e tornou-se tradição. A Procissão de São João Batista - carinhosamente chamado pela comunidade de São Joãozinho - celebra a devoção e a gratidão de uma mãe. A história conta que, ao reencontrar o filho, a senhora foi surpreendida pelo fato dele carregar uma imagem do santo, ao qual ela teria recorrido em suas orações.

Desde então, há mais de um século, em todo dia 23 de junho, devotos de São João Batista realizam a procissão que finaliza com o tradicional banho ao santo nas águas da fonte. A cerimônia, de cunho popular, é responsável por marcar a crença na entidade, pedir proteção e reverenciar o santo por graças atendidas.

O reencontro daquela mãe com seu filho também suscitou outra prática tradicional. Um gesto de solidariedade, com a comunidade mais humilde, que deu origem à “Mesa dos Inocentes” - ação que consiste na preparação de uma extensa mesa com doces e guloseimas a serem distribuídas às crianças das proximidades. A atividade permanece sendo feita, nos dias atuais.

São Joãozinho Batista reúne fiéis em sinal de devoção e gratidão

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Procissão reúne fiéis em caminhada até a fonte

Crédito da foto: Miro Bacin Velas e preces ao santo por ocasião de seu dia

Cerimônia do banho do santo permanece como tradição

praça xv de novembro

a praça da democracia Localizada na área central do município, mais especificamente tendo as ruas General Marques, Cândido Falcão, Presidente Vargas e Apparício Mariense ao seu entorno, a Praça XV de Novembro pode ser considerada um dos principais pontos turísticos de São Borja. Em seus 14.000m², serve de local para sociabilidade e lazer, feira de produtos oriundos da agricultura familiar, ponto de encontro entre amigos e aqueles que buscam pelo amor e uma boa companhia, além de ser palco para atividades culturais como, por exemplo, os eventos ligados a datas comemorativas – como alusão à 7 e 20 de Setembro, Natal e Feira do Livro -, e manifestações políticas.

O local, que antes da Proclamação da República em 1889, era denominado de Praça da Matriz, no ano seguinte passou a ser XV de Novembro, por decisão unânime da Câmara Municipal de Vereadores. Em seu miolo localiza-se o Mausoléu do expresidente Getúlio Vargas, onde estão seus restos mortais. Junto à calçada da Rua General Marques está a Plataforma Cívica Teotônio Vilela, ao lado da pira da Pátria e da Chama Crioula.

Defronte à prefeitura consta uma estátua, em tamanho natural, do ex-presidente Getúlio Vargas e, próximo a ela, um busto de Apparício Mariense. Em frente à Igreja São Francisco de Borja há um recanto de brinquedos, intitulado de “Praça de Recreação Infantil João das Balas”. No trecho do cruzamento entre a Rua Presidente Vargas e a Cândido Falcão há outro busto, em homenagem a Leonel Brizola, bem como um monumento que caracteriza o local como “Esquina Colorada”, em referência aos torcedores do Sport Club Internacional.

A Praça XV de Novembro é um ambiente para troca de experiências, seja ao som dos pássaros ou da Banda Municipal Tusnelda Lima Barbosa - que recorrentemente utiliza o local para apresentações - ou, então, de algum artista de rua que se sinta acolhido para demonstrar seu talento.

Estátua de Getúlio Vargas recepciona quem circula pela praça

Aos quatro cantos, é possível observar personagens e fatos curiosos, além de conhecer novas histórias, seja pelos taxistas que por ali fazem seu ponto de trabalho, ou então por meio dos ambulantes, frequentadores assíduos e turistas. A Praça XV, como é popularmente chamada, pode ser considerada um ambiente cercado de movimento. Ao seu redor, o comércio e a proximidade dos estabelecimentos bancários conferem uma rotina agitada ao lugar.

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Praça de Recreação Infantil João das Balas

Mausoléu Getúlio Vargas projetado por Oscar Niemeyer

Plataforma Cívica Teotônio Vilela é palco para diversas atividades

moradores ilustres Entre uma árvore e outra da Praça XV de Novembro é possível observar curiosos personagens.

Convivendo no local há décadas, os bugios chamam a atenção de crianças e adultos.

Seja de galho em galho, ou então pelos canteiros de área verde, os animais fazem daquele espaço seu habitat. Alimentados pelas folhas das árvores e por doações de frutas e cascas de pão de quem os cuida e dos que por ali passam - muitos fazem isso na tentativa de um registro fotográfico -, os dezesseis bugios promovem uma espécie de integração da fauna com a civilização.

Comandados pelos cinco machos do grupo, os animais viram atração turística. Ao início do dia, da árvore mais alta é possível ouvir os ruídos sonoros daqueles que acordam no primeiro clarear e logo se integram aos pássaros no cantar do amanhecer.

Em bando, os bugios circulam livremente pelo ambiente. Os filhotes, sempre carregados pelas fêmeas, despertam a curiosidade de todos. E a turma tem nomes, atribuídos pela senhora Rosane Covaleski, que carinhosamente os cuida, a: Castanha, Chico, Tobias, Mumuzinho, Zeus, Faruk, Mariana, Luana, Clarinha, Branquinha, Filoka, Zara, Chica, Saddam e Jane são alguns dos responsáveis por protagonizar diferentes e divertidas cenas.

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Sempre em bando, macacos atraem a atenção de quem circula pela Praça XV de Novembro

Família de bugios circula pelas árvores livremente

igreja matriz são francisco de borja

templo além do tempo As badaladas dos sinos avisam. Aos poucos se observam os fiéis tomando seus assentos cativos. Ao sinal da cruz, inicia-se a missa na Igreja Matriz São Francisco de Borja, rua Apparício Mariense, nº 2777, defronte à Praça XV de Novembro e à direita do prédio da Prefeitura. A história e a tradição católica de décadas são preservadas através de detalhes, que revelam o encontro do passado com o presente.

No decorrer dos anos, a Igreja Matriz teve sua estrutura alterada. Obras de remodelamento, destruição e construção. Sua primeira versão, ainda no período jesuíta, foi responsável por estabelece-la em local central uma vez que, para a época, quanto mais ao centro, maior era sua ligação religiosa com a comunidade. Já entre a terceira e a sexta década do século XIX, o movimento de lideranças políticas fez com que o prédio passasse por uma reformulação. Por sua vez, a terceira versão foi construída no século XX, a partir de um novo movimento visando fortalecer a Igreja. E só então, após 1960, que se teve a construção do atual templo, com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. O estilo é minimalista e faz referência ao formato de oca, a morada indígena. Vitrais apresentam imagens religiosas e ressaltam a beleza do ambiente moderno.

Em seu interior, do piso ao altar, é possível perceber elementos de devoção. Jesus Cristo crucificado, São Francisco de Borja de Borja de braço estendido e Nossa Senhora da Imaculada Conceição recebem os fiéis que adentram. À direita do altar, duas relíquias missioneiras: a estátua de São Francisco de Borja e a pia batismal.

No segundo piso há mais imagens sacras dos tempos jesuíticos, abençoando o local.

Arquitetura minimalista caracteriza projeto da Matriz São Francisco de Borja

Passado e presente, unidos, tornam a igreja uma referência não apenas para o exercício da fé, mas para o fortalecimento da identidade local, a partir de seus indícios ancestrais.

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Matriz São Francisco de Borja reúne fiéis de diferentes idades

relíquias da fé Logo que se passa pela porta central da Matriz São Francisco de Borja, a luz dos vitrais preenche o ambiente. As obras de José Brasanelli - sacerdote jesuíta, arquiteto, pintor, cenógrafo e escultor italiano - têm lugar de destaque. Ficam no andar superior - lá estão São José, Santa Rita de Cássia, Santa Tereza de Jesus, Santo Expedito, São Francisco de Borja e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Já no primeiro piso, junto ao altar, encontram-se a pia batismal, talhada em pedra única, e uma grande estátua de São Francisco de Borja, ambas dos tempos das missões jesuíticas.

As esculturas são a representação de um dos legados mais valiosos do passado. A produção artística - que, na época de sua criação, surgiu com o propósito de fornecer um auxílio visual à catequização -, nos tempos atuais é responsável por realizar o resgate histórico e cultural. Trata-se de um importante acervo patrimonial do município, que se soma aos itens em exposição no Museu Apparício Silva Rillo, integrando-se às imagens que narram sobre a fé, a arte e a tradição das antigas reduções.

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Vitral adorna a parede atrás dos santos, de frente para o altar

Nossa Senhora Imaculada Conceição

Santos localizados na entrada, na parte superior

Pia bastimal compõe acervo missioneiro

túmulo maria do carmo

turismo e devoção: o túmulo da santa profana Vinte e sete de agosto de 1890. Naquele dia, Maria do Carmo Fagundes foi assassinada. A moça de bela aparência, que espalhava simpatia e era considerada, por muitos, à frente de seu tempo, foi esquartejada por um dos homens que dizia ser seu amor.

Na década de 1970, o local de sua morte tornou-se um cenário de fé e devoção. Relatos de populares foram contribuindo para reforçar sua imagem como “santa profana”, que atenderia a pedidos de vários tipos exceto os de natureza amorosa. Ainda hoje àquele lugar recorrem pessoas, de dentro e de fora do país, que esperam receber graças, confiantes em sua divindade.

Foi por meio da oralidade que a história de Maria do Carmo se preservou por todas essas décadas. Pouco se tem de documentação, sendo a certidão de óbito de N° 132 o único registro oficial da existência dessa jovem solteira, natural de Bagé. O local de seu assassinato - na Rua Arthur Oscar s/n, no bairro que hoje leva seu nome - recebe turistas e fiéis, movidos pela curiosidade ou pela crença em seu poder de intercessão junto a Deus. Por lá podem ser vistas oferendas pelas graças atendidas, associadas a itens que, supostamente ela, como mulher vaidosa e frequentadora de bailes, gostaria de receber.

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Túmulo de Maria do Carmo é local de devoção e agradecimento

Crédito da foto: Ritieli Ramos

Placa faz alusão ao assassinato da moça

a representação do imaginário “Como esculpir algo que ninguém nunca viu?”. Esse foi o questionamento inicial do artista plástico Rossini Rodrigues ao ser convidado para confeccionar uma estátua com a representação da santa profana Maria do Carmo, da qual não existe nenhum registro imagético. O convite foi feito a ele e aos companheiros de atelier Magal Trindade e Júlio Aquino, pela Câmara Municipal de Vereadores de São Borja, para marcar os 128 anos de morte de Maria do Carmo, em 2018.

O processo de confecção da escultura se iniciou com uma pesquisa documental que incluiu relatos, histórias e registros da existência de Maria do Carmo. Após 48 dias, a obra estava finalizada. Em sua primeira versão, foi representada através de um protótipo de 20cm, para ser analisado. Com a aprovação, foi feita a versão final, que mediu 2,05 m de altura.

A estátua, construída com cimento, areia, argila e ferro, mostra Maria do Carmo de braços encolhidos junto ao peito, próximos ao coração. Seus cabelos longos destacam-se sobre o xale que cobre seus ombros, acompanhado de um vestido na altura dos pés. As linhas finas do rosto alinham-se ao olhar fixo e à boca desenhada, dando a impressão de um sorriso discreto. Essa representação, projetada pelos autores, de certa forma concretiza a imagem que habita no imaginário de inúmeros fiéis que recorrem à Maria do Carmo.

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Estátua está localizada em frente ao pórtico do local

Rossini Rodrigues, além de criador da estátua, é devoto de Maria do Carmo

Crédito da foto: Acervo pessoal Rossini Rodrigues

Artistas são-borjenses criaram e executaram a estátua em homenagem à Maria do Carmo Crédito da foto: Arquivo pessoal Rossini Rodrigues

cemitério jardim da paz

lugar de memória e saudade Localizado no Bairro Florêncio Aquino Guimarães, mais precisamente na Rua Engenheiro Manoel Luis Fagundes, nº 3065, o Cemitério Jardim da Paz concentra-se em uma área de 41.000 m².

Mesmo sendo local fúnebre é considerado importante atração turística, devido aos expressivos nomes que estão ali sepultados, como o ex-presidente da República João Goulart e sua respectiva família - incluindo o cunhado Leonel Brizola; o abolicionista e republicano responsável pela Moção Plebiscitária, Apparício Mariense da Silva; o compositor e poeta Apparício Silva Rillo, além de renomadas famílias e personagens sãoborjenses.

No interior do cemitério municipal é possível observar peculiaridades de diferentes realidades sociais.

Das carneiras modestas que formam um paredão ao fundo do espaço, às sepulturas cobertas de mármore e arte cemiterial. O local suscita histórias e lembranças envolvendo personalidades e anônimos. Nos corredores, flores e velas retratam o ambiente, fotos e frases relembram características e, através de arrojados projetos arquitetônicos ou de singelas construções, o espaço ganha forma.

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Cruz Mestre é local de orações e homenagens

túmulo do anjinho A sinalização indica a quadra de número um. Logo no portão principal já é possível observar a réplica de um anjo em pé, de arquitetura barroca, pintada de branco. Cercado por uma grade de meio metro de altura está um túmulo permanentemente coberto por flores, brinquedos, chupetas, mamadeiras, entre outros objetos ligados à infância. É o Túmulo do Anjinho.

Sobre tal sepultura poucas informações se tem. Não há registros oficiais preservados no Cemitério Jardim da Paz. O túmulo alimenta a fé em uma lenda. Acredita-se que ali estão os restos mortais de um bebê, que teria sido fruto de uma gestação indesejável e que, nascido morto ou morto ao nascer, teve seu sepultamento realizado às escondidas, no meio da noite, a mando da família.

O único indício está na data, em relevo, presente na pequena sepultura: 1922. De lá para cá, ninguém foi capaz de encontrar documentos ou pistas sobre quem está ali enterrado, nem mesmo sobre o sexo da criança. Não tardou para virar espaço de devoção, sobretudo visando atender a pedidos relacionados à saúde de crianças ou a mulheres que desejam engravidar e pedem proteção.

A quantidade e a constância das oferendas reforçam a crença no poder do espírito desse bebê que, de família nobre ou não, desejado ou inesperado, entrou para a história local. O famoso “Anjinho” é tido como milagroso aos olhos de quem ali ajoelhou-se para agradecer pela graça alcançada, sendo um dos lugares que mais desperta a curiosidade popular e tornando-se um dos túmulos mais procurado por quem visita o cemitério.

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Túmulo do Anjinho recebe inúmeras visitas e oferendas

Sem identificação especifica, o local é ponto turístico da cidade

EM BRANCO

Carrega consigo, desde criança, o apreço pela comunicação, herdado do pai, Eduardo Belmonte – conceituado radialista local. Encontrou no jornalismo, uma alternativa para unir o desejo profissional às conquistas pessoais.

A segunda de três filhos espelha-se na mãe Rita Ramos, em busca da coragem e determinação para conquistar seus objetivos. Nas horas livres, ao lado da irmã Adriane Belmonte, o roteiro entre os principais pontos da cidade ao pôr do sol na Beira do Rio Uruguai, completa junto ao chimarrão e uma boa música, a sua idealização perfeita de lazer e descanso.

Apaixonada pelo ato de comunicar tem em “Um olhar sobre São Borja: visitando pontos turísticos” sua primeira obra autoral. O fotolivro-reportagem busca contribuir para a construção de memória e dar visibilidade aos atrativos culturais e turísticos de sua terra natal.

sobre a autora

São-borjense, a autora Ritieli Ramos Belmonte vivencia há mais de sete anos, a integração da teoria com a prática do Jornalismo, por meio de sua atuação profissional junto à assessoria de Comunicação e Imprensa da Prefeitura de São Borja.

BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira S.A, 1984.

DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio. Métodos e técnicas de pesquisa emcomunicação.

Organizadores. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.

DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros ensaios. Campinas, SP: Papirus, 1993.

KLEINA, Claudio; RODRIGUES, KarimeSmaka Barbosa. Metodologia da pesquisa e do trabalho científico. 1ª Edição. Curitiba: IESDE Brasil S/A, 2014.

LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas ampliadas: o livro reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. São Paulo: Manole, 2004.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia de Trabalho Científico. 7ª Edição. São Paulo: Atlas, 2011.

PEREIRA JR, Luiz Costa. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa.Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

PINTO, Muriel; SILVA, Jardel Vitor. História, memória e as paisagens culturais da cidade histórica de São Borja. Erechim: Editora Erechim, 2015.

RILLO, Apparício Silva. São Borja em perguntas e respostas. Coleção Tricentenário - n 2 - 1982.

4ª ed. São Borja: Câmara Municipal, 2013.

SONTAG, Susan. Ensaios sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Arbor, 1981. TEDESCO, João Carlos. (org.). Usos de memórias. Passo Fundo: UPF, 2002.

referências bibliográcas

Livros

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Acesso em: 04 de setembro de 2021.

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Acesso em: 04 de setembro de 2021.

GOMES, Karine do Prado Ferreira. O lugar do outro. Ano 2013. Disponível em <https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/4465/5/TCC-Publicidade%20e%20PropagandaKarine%20do%20Prado%20Ferreira%20Gomes.pdf>. Acesso em: 02 de setembro de 2021.

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MENDES, Francine; RODRIGUES, Fernando; PINTO, Muriel; RETAMOZO, Alex Sander. A dimensão imaterial dos bens culturais de São Borja. Ano 2015. Disponível em <https://pt.slideshare.net/murielpinto/histria-memria-e-as-paisagens-culturais-da-cidadehistrica-de- so-borjars?from_action=save>. Acesso em: 28 de agosto de 2021 PENA, Felipe. O jornalismo literário como gênero e conceito. Congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - Intercom. Ano 2006. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/77311256385591019479200175658222289602.pdf>.

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Artigos

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Portais e Sites On-lines Baú de São Borja. Disponível em <https://www.facebook.com/saoborjaantiga>. Acesso em: 12 de junho de 2021.

Blog Fátima. Disponível em <https://www.fatima.org.br/blog/sao-francisco-de-borja/>. Acesso em: 09 de junho de 2021.

Estações Ferroviárias. Disponível em <http://estacoesferroviarias.com.br/>. Acesso em: 30 de julho de 2021.

Estrutura do livro: como a publicação deve ser organizada. Disponível em <https://www.letracapital.com.br/estrutura-do-livro-como-a-publicacao-deve-ser-organizada/>.

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Folha de São Borja. Disponível em <https://www.folhadesaoborja.com.br/>. Acesso em: 02 de junho de 2021.

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Ministério do Turismo. Disponível em <https://www.turismo.rs.gov.br/cidade/343/sao-borja>.

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Orientações para diagramação. Disponível em <http://editora.ufrpe.br/orienta_diagrama_3>.

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Portal das Missões. Disponível em <http://www.portaldasmissoes.com.br/>. Acesso em: 15 de junho de 2021.

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Projeto Ciber São Borja. Disponível em <https://cibersaoborja.blogspot.com/>. Acesso em: 06 de junho de 2021.

Rádio Cultura AM. Disponível em <https://www.radioculturaam1260.com.br/>. Acesso em: 02 de junho de 2021.

Salve Maria. Disponível em <salvemaria.com.br>. Acesso em 17 de julho de 2021.

Warburg - Banco comparativo de imagens. Disponível em <http://warburg.chaaunicamp.com.br/obras/view/14008>. Acesso em: 09 de junho de 2021.

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Caderno Especial

Títulos da série 2018

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Nos tempos do internato - memórias de ex-internas da Escola Sagrado Coração de Jesus Carolina Silveira

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São Borja visitando pontos turísticos Ritieli Ramos Belmonte Ano 2021

Em busca do ouro escondido – histórias e lendas sobre tesouros debaixo da terra Darlan Witchaki

Um olhar sobre São Borja: visitando pontos turísticos Ritieli Ramos

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O fotolivro-reportagem Um olhar sobre São Borja: visitando pontos turísticos convida o leitor a um passeio guiado pela vivência da autora, pessoal e jornalística, em sua cidade natal. Ritieli propõe um percurso que começa pelos trevos de acesso e de lá segue para diversos locais, escolhidos por sua relevância à história e à cultura e pela diversidade de abordagens. Dessa forma, entre os dez pontos turísticos tratados, há lugares marcados pela identidade fronteiriça e ribeirinha, pela raiz missioneira, pela importância ao desenvolvimento do município, pela ligação com o esporte, pelo exercício da sociabilidade, pelo aspecto religioso, dentre outras características. Cada local, ao apresentar um desses pontos em fotografias apoiadas por informações essenciais, também propicia uma extensão do conhecimento, com a colocação de um destaque sobre o local, igualmente descrito com recurso imagético e textual. Trata-se de uma obra que se propõe a servir de guia e memória sobre São Borja.