Tratado de versalhes

O Tratado de Versalhes

Fig. 1 - Capa da versão ingles do Tratado de Versalhes

Trabalho no âmbito da disciplina de História A Rita Bastos, Nº19 12º Ano, Turma E

Évora Outubro/2015

1

Índice Introdução...................................................................................................................... 3 Antecedentes................................................................................................................. 4 O tratado de Versalhes.................................................................................................. 5 Condições do tratado..................................................................................................... 6 Consequências do Tratado e da Primeira Guerra Mundial............................................ 8 Conclusão.................................................................................................................... 10 Bibliografia................................................................................................................... 11

2

Introdução O Tratado de Versalhes foi um documento redigido na conferência de paz ajusante da Primeira Guerra Mundial. Assinado em 28 de Junho de 1919 e ratificado em 10 de Janeiro de 1920, o tratado fora construído pelas potências vencedoras. Este documento ditara as condições a que os países vencidos, neste tratado em particular, a Alemanha, tinham de se submeter. Esta apenas se encarregou de assinar sem grande espaço para criticar ou delatá-lo.

Este documento revelou ser uma grande injustiça para com a Alemanha, ao humilhá-la e não respeitar a sua opinião. Se, após a Grande Guerra, a Alemanha estava destruída, o tratado só veio agravar a situação. Obviamente, o país ficara furibundo com as condições tirânicas do Tratado.

As consequências depois da Primeira Guerra Mundial foram, também elas, consequentes do Tratado de Versalhes. Desde a emergência dos Estados Unidos da América, até à transformação geopolítica do continente Europeu, o Tratado de Versalhes mudou radicalmente, não só a Alemanha, que se vira no inferno, mas também a Europa e o mundo. O Tratado de Versalhes foi dos mais importantes documentos do Século XX.

3

Antecedentes O Tratado de Versalhes deve a sua existência à Primeira Guerra Mundial. Esta, tendo o seu começo e término, respetivamente, em 1914 e 1918, englobou todos os cantos do mundo, direta ou indiretamente. O centro do conflito foi na Europa central, entre as maiores potências da época, divididas em duas alianças – Aliados (França, Império Britânico, Império Russo, Itália, Estados Unidos entre outros) e os Impérios Centrais (Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Império Otomano entre outros).

A causa deste conflito é extremamente complexa e diversificada. O que iniciou a Guerra foi o Assassinato de Sarajevo1. No entanto, há muito mais do que este simples ato revolucionário: O Imperialismo, governo utilizado em algumas das potências europeias2, e a partilha dos territórios africanos3; disputas anteriores inacabadas, como a revolução franco-prussiana em 1871; a corrida ao armamento, provocando um clima de tenso na europa.

Esta guerra terminou com o Armísticio no dia 11 de Novembro de 1918, depois de a Alemanha concordar desistir devido aos problemas internos4 que sofria.

1

O assassinato de Sarajevo ocorreu a 28 de junho de 1914. O herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, o Arquiduque Francisco Fernado, e a sua esposa, a duquesa Sofia de Hohenberg foram vitimas de um atentado por parte de um nacionalista sérvio. Este acontecimento iniciou a Primeira Guerra Mundial.

2

Os impérios em questão eram o Império Austro-Húngaro, o Império Alemão, Império Russo, Império Britânico, Império Otomano.

3

Havia uma grande rivalidade entre as potências possuídoras de colónias em África, uma vez que, os planos de expansão dos seus territórios entravam em conflito com os planos de outra potência qualquer. O nosso país experienciou estes dilemas com o Mapa Cor-de-Rosa e o Ultimato Inglês, em 1890.

4

A Alemanha teve de lidar, simultaneamente, com a Primeira Guerra Mundial e uma revolução interna que provocou a saída do Kaiser e o estabelecimento de uma república parlamentarista.

4

O tratado de Versalhes No dia 28 de Junho de 1919, assinou-se, na Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes, o Tratado de Versalhes. Este documento que contém 440 artigos, fez parte de um conjunto de acordos 5 elaborados na Conferência de Paz de 1919, visando estabelecer as condições impostas aos vencidos da guerra. A conferência foi liderada pelas mais importantes potências vencedoras, os Estados Unidos, representado por Woodrow Wilson, o Reino Unido, representado por Lloyd George, a França, representada por Georges Clemenceau, e a Itália, representada por Vittorio Orlando.

Como é possível notar, nenhum dos países vencidos teve direito a participar neste evento que serviu para ditar as condições a que seriam submetidos. Em suma, os países perdedores não tiveram voto na matéria.

O Tratado de Versalhes inclui o «Estatuto da Sociedade das Nações», elaborado, de acordo com as diretrizes de Wilson 6, «para desenvolver a cooperação entre as nações e para garantir a paz e a segurança.»7. Wilson pretendia assinar uma paz sem vencedores nem vencidos, deixando dessa forma resolvidos os anteriores problemas, de maneira que nunca mais pudesse haver outra guerra. No entanto, as suas ideias não foram aceites pelo parlamento Americano8 e, por essa razão, os Estados Unidos não se associaram à Sociedade das Nações9.

Neste tratado em especial foram abordadas as condições e regras que a Alemanha teria de cumprir. Ao todo, os acordos, mudaram o mapa político da Europa e do Médio Oriente e debilitaram os países vencidos, mais concretamente, a Alemanha, que assinou o tratado sem muitas escolhas: a França e a Inglaterra ameaçaram a Alemanha de invadir o seu território se esta não assinasse o Tratado de Versalhes.

5

Os acordos foram no total cinco, o Tratado de Versalhes, de Saint-Germain-en-Laye, de Trianon, de Neuilly e de Sévres, assinados com a Alemanha, a Aústria, a Hungria, a Bulgária e o Império Otomano.

6

Woodrow Wilson(1856-1924), foi presidente dos Estados Unidos da América. Foi uma figura importante do processo de paz pós-guerra. As diretrizes de Wilson refere-se aos Catorze Pontos por ele redigidos. Estes pontos foram criados para a reconstrução da Europa após a Primeira Guerra Mundial. O seu objetivo era evitar uma nova guerra e promover a paz. Wilson pretendia que os Tratados pós-guerra não punissem nenhuma nação a fim de não nutrirem motivos para um segundo conflito.

7

Grande Crónica do século XX (1900- 1941), Volume 1, Barcelona, Oceano (pg.157)

8

O congresso Americano, maioritariamente formado por republicanos isolacionistas, não ratificou o Tratado de o Versalhes nem participou na Sociedade das Nações, devido aos planos problemáticos que os países vencedores tinham para os vencidos. Os Estados Unidos, iluminado pelas ideias pacíficas de Wilson, não concordaram com o tratamento injusto e humilhante das potências europeias para com os vencidos.

9

Este foi um grande dilema, uma vez que, a Europa, completamente destruída, não tinha maneira de se erguer sozinha. A presença dos Estados Unidos no Pós-Guerra era absolutamente crucial. Tinham participado na Guerra e claro que também sofreram as consequências, no entanto, estas foram muito mais atenuadas quando comparando com os países europeus envolvidos. A Europa estava dependente da nova potência mundial que viu a sua oportunidade de emergir com a Primeira Guerra Mundial.

5

Condições do tratado As condições do Tratado de Versalhes não foram as mais justas e as mais sensatas. Quando se pretendia, acima de tudo, que a paz e a estabilidade reinassem, as potências vencedoras preferiram espezinhar os países vencidos, principalmente a Alemanha, o país mais afetado pelo Tratado de Versalhes.« A dureza destas condições torna difícil a consolidação do novo edíficio de paz – Sociedade das Nações.»10 Em muito o Tratado de Versalhes retirou e enfraqueceu os alemães. Neste excerto, retirado do Tratado de Versalhes, é possível observar algumas das suas cláusulas respetivas à Alemanha: «Art. 45 – [A Alemanha] cede à França a propriedade inteira e absoluta das minas de carvão situadas na bacia do Sarre. […]

Art. 51 – Os territórios [Alsácia e Lorena] cedidos à Alemanha em virtude dos preliminares de Paz assinados [em 1871] são reintegrados na soberania francesa. […]

Art. 80 – Reconhece e respeitará estritamente a independência da Áustria […]. Art. 81 – A Alemanha reconhece […] a completa independência do Estado checoslovaco. […]

Art. 87 – A Alemanha reconhece […] a completa independência da Polónia. [...] Art. 102 – A cidade de Dantzig, com o seu território […], é constituída cidade livre e colocada sob a proteção da Sociedade das Nações. […] Art. 119 – A Alemanha renuncia a todos os seus direitos e títulos sobre as suas possessões de além-mar. […]

Art. 168 – O fabrico de armas, munições e material de guerra não poderá ser efetuado senão em fábricas sob a aprovação das principais potências aliadas e associadas. […]

Art. 171 – São igualmente proibidos o fabrico e importação pela Alemanha de carros blindados, anques ou outros engenhos militares. […] Art. 181 – As forças da frota alemã não deverão ir além de seis couraçados, seis cruzadores ligeiros, 12 destroyers 12 torpedeiros. Não deverão compreender nenhum barco submarino. […] Art. 198 – As forças militares da Alemanha não deve compreender nenhuma aviação militar nem naval. […] Art. 231 – A Alemanha reconhece que a Alemanha e os seus aliados são responsáveis, por tê-los causado, por todas as perdas e danos sofridos pelos governos aliados e associados e seus naturais. […] Art. 233 – O montante dos ditos prejuízos […] será fixado.»11 A Alemanha viu as suas colónias serem divididas entre os países vencedores e outros(art. 119). Também foi obrigada a renunciar os seus direitos na China 12, na Libéria e em Marrocos. Muitos dos seus territórios foram distríbuidos: A Alsácia e Lorena para a França; Schlewig para a Dinarmarca; a cidade de Dantzig foi transformada na Cidade Livre de Dantzig, sobre o comando da Sociedade das Nações; As provincías de Posen, Prússia Ocidental, leste da Alta Silésia para a Polónia; Mamel para a Lituânia.

Com a perda de 1/7 do seu território e 1/10 da sua população, a Alemanha encontrou-se profundamente humilhada. Para ferir ainda mais o orgulho alemão, o país é totalmente culpabilizado pelo conflito (Art. 231) e ainda vê a sua força militar ser 10

Grande Crónica do século XX (1900-1941), Volume 1, Barcelona, Oceano (pg. 157)

11

COUTO, Célia Pinto do e ROSAS, Maria Antónia Monterroso, 2015 – Um novo tempo da História, Parte 1, História A 12º Ano, Porto, Porto Editora (pg.13) 12

O artigo 156 transferiu as concessões alemãs em Shandong (China) para o Japão. A China não concordou com esta condição do Tratado e não o assinou, encerrando a guerra contra a Alemanha em Setembro de 1919, assinando um tratado em separado em 1921.

6

reduzida de maneira exorbitante(Art. 168, 171, 181 e 198). Todas estas punições foram exercidas na tentativa de enfraquecer a Alemanha para que esta não pudesse vingar-se e dar continuidade à primeira Guerra Mundial.

«Mais importante para o futuro económico da Alemanha foi o facto de ter perdido com isso [Tratado de Versalhes] 16 por cento da produção de carvão que tinha antes da guerra e 48 por cento da produção de aço.»13, no artigo 45, é estipulado que a Alemanha era obrigada a entregar as minas do Sarre à França, durante 15 anos, devido a esta última ter ficado sem as suas do norte do país.

Em suma, a Alemanha é abalada de todas as formas possíveis e, consequentemente, no país gerou-se um clima tenso. «Os alemães consideram o tratado como um autêntico e inaceitável diktat 14, um ajuste de contas resultante do ressentimento francês incubado desde 187115. Não apenas se impede a delegação alemão de participar na elaboração do tratado, como também se ameaça a Alemanha com o uso de força no caso de não assinar.» 16 Na figura 1, está retratada o descontentamento e fúria dos alemães acerca do tratado.

«Jamais foi infligida a um povo, com tal brutalidade, uma paz tão opressiva e ignominiosa como foi o tratato de Versalhes ao povo alemão. (…) Uma paz sem negociações prévias, uma paz ditada como a de Versalhes, é como um ladrão que deita ao chão um miserável e o obriga, a seguir, a entregar-lhe o porta-moedas.» 17 Esta é a opinião geral de um alemão acerca do Tratado de Versalhes.

Fig. 2 - A revolta dos alemães à frente do Reichstag contra o Tratado de Versalhes Fonte:

https://en.wikipedia.org/wiki/Treaty_ of_Versailles#/media/File:Mass_de monstration_in_front_of_the_Reich stag_against_the_Treaty_of_Versai lles.jpg (29/09/15)

13

GILBERT, Martin, 2009 – História do século XX, 3º Edição, Publicações Dom Quixote (pg.

117) 14

Diktat significa uma ditadura dos vencedores sobre os vencidos da guerra.

15

Em 1871, ocorreu a Guerra Franco-Prussiana, entre o império Francês e o Reino da Prússia.

A vitória da Prússia rendeu-lhe o Território da Alsácia-Lorena. Este território em particular foi muito disputado pela França e pela Alemanha tendo sido inúmeras vezes dos dois países.

16

Grande Crónica do século XX (1900-1941), Volume 1, Barcelona, Oceano (pg. 157)

17

BÜLLOW, Von, 1931 – Mémoires, t.3, Ed. Plon

7

Consequências do Tratado e da Primeira Guerra Mundial Depois da Guerra, «os vencedores estavam tão esgotados e decepcionados como os vencidos»18. Os países vencidos arcaram com os castigos, no entanto, os países vencedores não estavam em condições melhores. A França, parte dos países vencedores, estava tão desvastada como se tivesse perdido pois uma parte significante da guerra acontecera em solo francês.

Economicamente, a Europa estava destruída. As indústrias concentraram-se somente na produção massiva de armamento e, no fim da guerra, era necessário voltar às indústrias que sustentavam as populações.Era necessária uma adaptação das indústrias à economia de paz. Porém, não havia capital para tal e a Europa viu-se dependente dos Estados Unidos da América. «A guerra tinha arruinado alguns países europeus e criado, em contraste, condições de notável prosperidade noutros países, como o Japão e os Estados Unidos da América do Norte.»19 Os Estados Unidos, participantes na guerra, não viram o seu território ser afetado e, por tal, com as exportações de material bélico, mantimentos e capitais com destino à Europa, puderam emergir e tornar-se, no fim da guerra, a primeira potência mundial.

Consequentemente, os países europeus endividaram-se profundamente, uma vez que, continuaram a importar bens dos Estados Unidos. Para ser possível o pagamento das dívidas, os países europeus recorreram à emissão massiva de notas.

Porém, a maior circulação da moeda não foi acompanhada pela produção, «daí resultou uma tendência geral inflacionista.»20 e a desvalorização da moeda. Para além das dívidas aos Estados Unidos, a Alemanha ainda tinha de pagar as indeminizações estabelecidas no Tratado de Versalhes. Para agravar ainda mais o panorama económico europeu, a Europa tinha perdido uma parte significante da sua população ativa masculina.21 Com a falta de mão-de-obra e uma população profundamente traumatizada pelo horror da guerra, foi ainda mais díficil lidar com o pós-guerra.

Geograficamente, o mapa político da Europa é alterado drasticamente com os acordos de paz. Para além de muitas linhas fronteriças terem mudado, alguns países foram criados a partir dos países vencidos ou envolvidos na Guerra. A Europa do Leste e o Médio Oriente sofreram muito destas transformações. Os quatro impérios desapareceram: o Império austro-húngaro, o alemão, o otomano e o russo.

O mapa da figura 2(pg. 9) representa as alterações: A Alemanha ficou separada da Prússia Oriental por ceder a prússia ocidental à Polónia, conectando-a ao mar Báltico; Da Rússia criou-se quatro países costeiros, a Filândia, a Estónia, a Letónia e a Lituânia (a Rússia ainda cedeu uma parte significativa da Polónia, no entanto esta apenas estava ligada ao Báltico através do Corredor de Dantzig 22); do Império Austro-Húngaro, a Aústria e a Hungria desagregaram-se, dando um fim ao Império autocrático, e do seu território, as minorias nacionais emergiram: a 18

SILVA, Manuel Lopes da (Dir.) 1979 – História das civilizações, 5º Volume: séculos XIX e XX, Santa Maria dos Lamas, Editorial presença (pg. 98) 19

MONNIER, Jean, 1970 – História Universal, 11º Volume, Lisboa, Verbo Juvenil (pg. 21)

20

MONNIER, Jean, 1970 – História Universal, 11º Volume, Lisboa, Verbo Juvenil (pg. 21)

21

Da população europeia, 13 milhões de pessoas morreram e 20 milhões ficaram incapacitadas ou feridas.

22

O corredor de Dantzig separava a Alemanha da Prússia Oriental.

8

checoeslováquia e a Jugoslávia; a Bulgária cedeu a Trácia à Grécia; O império Otomano transforma-se na Turquia e perdeu alguns dos seus territórios no Médio Oriente.

Fig. 3 - O mapa da esquerda e o da direita mostram, respetivamente, a Europa em 1914 e 1919

https://bibliblogue.files.wordpress.com/20 14/06/slide_14.jpg (visitado em 10/10/15)

«Nestas condições, a paz afigura-se frágil, num mundo abalado com a perda de cerca 13 milhões de vidas humanas, como consequência imediata da própria guerra. Os países mais sacrificados foram a Alemanha e a França, não só sob o aspecto social, mas ainda sob o aspecto económico, traduzido em perdas e prejuízos incalculáveis.»23

23

SILVA, Manuel Lopes da (Dir.) 1979 – História das civilizações, 5º Volume: séculos XIX e XX, Santa Maria dos Lamas, Editorial presença (pg. 98)

9

Conclusão Terminada a guerra, o principal objetivo era não provocar uma segunda que pudesse eclodir de uma forma ainda mais catastrófica. Por essa razão, criou-se a Sociedade das Nações baseada nos 14 pontos de Woodrow Wilson, «professor ilustre»24. No entanto, nem a Sociedade das Nações nem o Tratado de Versalhes tiveram um efeito suavizador na tentativa de acalmar a tensão pós-bélica. A Sociedade das Nações, que nascera a partir dos 14 pontos de Wilson, esses que não atribuíam penalizações a qualquer país e que visavam a paz duradoura, não seguiu a sua filosofia inicial. Como consequência, os Estados Unidos da América não se juntaram à Sociedade de Nações, sendo ela o membro-chave. Se os Estados Unidos não se juntaram à Sociedade das Nações, obviamente que também não assinaram o Tratado de Versalhes pela colisão de ideias evidente com os países vencedores da guerra.

O Tratado de Versalhes, supostamente um acordo de paz, não trouxe nada relacionado com ela. Por ser extremamente intrasigente, opressor e autoritário só veio a despertar ressentimento e rancor por parte da Alemanha: «[…] na Alemanha, a falta de tradição democrática, a humilhação que trouxeram os acordos de Versalhes, assim com a violência da crise económica e as suas consequências, proporcionam o marco que explica o aparecimento e o desenvolvimento do Estado Totalitário.»25 Os acordos de paz, incluíndo o Tratado de Versalhes, alteraram o mapa da Europa drasticamente, criando novos países e dividindo outros. «A verdade é que este tratado não solucionou os importantes problemas derivados do Nacionalismo, apesar da formação de novos estados e a profunda modificação extensão territorial de outros.»26Os países vencedores, tentaram, com o Tratado de Versalhes, enfraquecer e humilhar a Alemanha, evitando assim uma vingança inevitável. Porém, as claúsulas inflexíveis do documento só vieram a agravar mais a situação política da Europa, onde se gerou uma grande onda de revoltas, mudanças políticas na década de 20 e o desenvolvimento do Ultranacionalismo, no caso da Alemanha, o Nazismo.

O Tratado de Versalhes acabou por se tornar no carvão que ardeu a partir de 1935, a Segunda Guerra Mundial.

24

TORÍBIO, José, 1992 – História universal da segunda revolução industrial (século XIX) ao mundo de hoje, Lisboa, Oceano (pg. 153) 25

TORÍBIO, José, 1992 – História universal da segunda revolução industrial (século XIX) ao mundo de hoje, Lisboa, Oceano (pg. 1003) 26

TORÍBIO, José, 1992 – História universal da segunda revolução industrial (século XIX) ao mundo de hoje, Lisboa, Oceano (pg. 1013)

10

Bibliografia COUTO, Célia Pinto do e ROSAS, Maria Antónia Monterroso, 2015 – Um novo Tempo da História, Parte 1, História A 12º ano, Porto, Porto Editora GILBERT, Martin, 2009 – História do século XX, 3º edição, Publicações Dom Quixote Grande crónica do século XX(1900-1941), Volume 1, Barcelona, Oceano Grande enciclopédia portguesa e brasileira, Volume 34, Editorial Enciclopédia Limitada HOFSTÄTTER, Hans H. e Pixa, Hanes, 1984 – História Universal Comparada, 8º Volume: de 1900 aos nossos dias, Círculo de Leitores MONNIER, Jean, 1970 – História Universal, 11º Volume, Lisboa, Verbo Juvenil SILVA, Manuel Lopes da (Dir.), 1979 – História das civilizações, 5º Volume: séculos XIX e XX, Santa Maria das Lamas; Editorial Presença TORÍBIO, José, 1992 – História universal da segunda revolução industrial (século XIX) ao mundo de hoje, Lisboa, Oceano

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_franco-prussiana (visitado em 01/10/15) https://pt.wikipedia.org/wiki/Quatorze_Pontos (visitado em 01/10/15) https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial (visitado em 03/10/15) https://bibliblogue.files.wordpress.com/2014/06/slide_14.jpg (visitado em 07/10/15) https://bibliblogue.wordpress.com/tag/tratado-de-versalhes/ (visitado em 07/10/15) https://pt.wikipedia.org/wiki/Assassinato_de_Sarajevo (visitado em 07/10/15) http://histdocs.blogspot.pt/2011/10/o-tratado-de-versalhes.html (visitado em 10/10/15) https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919) (visitado em 17/10/15) https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b8/Treaty_of_Versailles %2C_English_version.jpg (visitado em 18/10/15)

11