Jornal polo paulistano ed 245

Page 6

Jornal Pólo Paulistano

São Paulo, 1ª quinzena de maio de 2018

Produção de veículos cresce 40%, e setor volta a contratar

Foto: Divulgação

Página 06

Pequenos negócios serão beneficiados pelo Cadastro Positivo

Texto-base aprovada pela Câmara pode reduzir as taxas de juros e facilitar o acesso dos empresários ao crédito Foto: Divulgação

O setor automotivo brasileiro está em franca recuperação. Balanço divulgado na segunda-feira 07/05 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostra que a produção do setor continuou em alta no mês passado, quando 266,1 mil veículos saíram das linhas de montagem, um aumento de 40,4% em relação a abril de 2017. O resultado do mês passado levou para 965,9 mil o total produzido pela indústria de veículos no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, 20,7% a mais do que o volume registrado em igual período de 2017. Diante do melhor resultado de vendas em mais de dois anos e o segundo maior volume de exportações da história, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, fez uma avaliação positiva dos resultados da indústria automobilística em abril. Pelo crescimento de 21,3% no consumo de veículos no Brasil, para 763 mil unidades nos quatro primeiros meses do ano, o executivo avaliou que as montadoras ainda têm espaço para crescer e reduzir a ociosidade das fábricas. Segundo Megale, o aumento das vendas de caminhões, de 3,9% na passagem de março para abril, confirma a recuperação gradual, mas “progressiva”, da economia brasileira. O presidente da Anfavea destacou que a produção de veículos no Brasil está há 18 meses em alta na comparação interanual, o que permitiu um aumento de 4,1% da mão de obra empregada pelo setor no último ano. “O emprego está crescendo a ‘conta-gotas’, mas aumenta todo mês”, assinalou o executivo. O número de trabalhadores em regimes de flexibilização de jornada de trabalho – lay-off (suspensão de contratos) ou Programa de Sustentação do Emprego (PSE) – subiu de 1.500 para 1.700 de março para abril, mas a direção

da Anfavea trata a situação como um caso pontual. “Somente três empresas estão usando lay-off ou PSE”, comentou. Vendas externas. As exportações, de 73,2 mil veículos no mês passado, representaram o melhor abril em embarques da história e, considerando todos os resultados, o segundo melhor mês da série histórica, atrás apenas de maio do ano passado (73,4 mil). Já o consumo de veículos no Brasil, que alcançou 217,3 mil unidades no mês passado, teve o melhor resultado desde dezembro de 2015 (227,8 mil). Com relação a março, as vendas subiram 4,8%, e a produção teve um pequeno recuo de 0,5%. O presidente da Anfavea reconheceu que o setor observa com preocupação a situação da Argentina, principal destino das exportações das montadoras brasileiras. O executivo comentou que o aumento dos juros no país vizinho tem impacto no financiamento de automóveis. “Com certeza, nos preocupa. Tivemos movimento de volatilidade no câmbio, que também está afetando o Brasil. Fica mais difícil trabalhar com câmbio volátil”, afirmou Megale, acrescentando que a Argentina representa mais de 75% das exportações de veículos produzidos no Brasil. Apesar disso, ele salientou que o mercado argentino ainda mostra um quadro positivo, com perspectiva de vendas de cerca de 1 milhão de veículos neste ano, e informou que, até o momento, nenhuma encomenda vinda do parceiro do Mercosul foi cancelada. “É cedo para dizer se a situação argentina vai impactar de forma mais ou menos importante. O governo da Argentina está tomando medidas adequadas para impedir crescimento maior da inflação. Uma vez controlada a inflação, acreditamos que haverá relaxamento, e o mercado financeiro volta

a funcionar normalmente”, assinalou Megale. Comentando o crescimento de 40,4% na produção de veículos em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o presidente Michel Temer atribuiu o resultado ao “bom astral” dos setores empresariais no país. Temer participou na segunda-feira 07/05 da abertura da Apas Show, feira do setor de supermercados realizada na capital paulista. Ele disse que estava satisfeito com a “animação” dos participantes do evento e que havia acabado de receber a notícia sobre os dados de produção de veículos, divulgados pela Anfavea. “Vejam que tudo isso, os dados, é fruto deste bom astral que domina esta reunião”, afirmou Temer, declarando estar “revigorado” com o desempenho da economia no Brasil. Ao se referir ao dado, o presidente se confundiu afirmando que o índice era referente ao mês de maio. O presidente da Anfavea, Antônio Megale, disse na segunda-feira 07/05 que a nova política automotiva, batizada de Rota 2030, está em fase final de elaboração e defendeu os incentivos a pesquisa e desenvolvimento, que foram o principal nó nas negociações com o Ministério da Fazenda em torno do regime setorial. “Está muito no finalzinho, mas quem anuncia é o governo. Não dou mais data. Todas que eu dei, eu errei”, afirmou. Ele observou que o presidente Michel Temer manifestou “em diversas ocasiões” que o Brasil terá uma política automotiva. Megale aproveitou para defender incentivos a pesquisa e desenvolvimento, que, segundo ele, são uma contrapartida dada para as empresas fazerem investimentos nessa área no Brasil, evitando que o país pague royalties por conta de tecnologias desenvolvidas no exterior.

Vendas de materiais de construção disparam 4% em abril Foto: Divulgação

As vendas de materiais de construção dispararam em abril. Segundo informações da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o avanço foi de 4% frente a igual mês do ano passado. Os dados foram divulgados na quintafeira 03/05. “Os dados mostram que as empresas ainda estão se recuperando quando

o assunto é faturamento”, afirmou o presidente da Anamaco, Cláudio Conz. A pesquisa revela, ainda, que o setor está mais otimista. Para 62% dos entrevistados, a expectativa é de crescimento de vendas. A projeção desse grupo é que deve ocorrer um avanço de pelo menos 10% nos próximos 30 dias. As previsões de investimento também são positivas: 42% preten-

dem tirar projetos da gaveta nos próximos 12 meses e 18% têm intenção de contratar funcionários em maio. Confiança no comércio Esse otimismo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), está disseminado pelo comércio. A entidade mantém uma pesquisa para medir a confiança dos empresários. E na comparação entre abril e igual mês do ano passado houve um avanço de 11,9%. “Influenciada pela recuperação das vendas em relação a 2017, a confiança dos empresários do comércio pode se aproximar do nível anterior à crise econômica no terceiro trimestre deste ano”, afirma o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fábio Bentes. Para ele, o crescimento das vendas tem sido influenciado pela inflação em baixa e pela queda dos juros. Bentes explica ainda que esse cenário cria uma tendência de “gradual avanço do consumo”.

Aprovado pela Câmara dos Deputados na quarta 09/05, por 273 a 150 votos, o projeto do Cadastro Positivo deve facilitar o acesso a crédito para empresários com bom histórico de pagamentos. Os parlamentares aprovaram o texto-base e ainda vão analisar os destaques dos partidos para modificar a proposta, que prevê a consolidação de uma lista pública com dados sobre bons pagadores. “Sempre tivemos uma resistência passiva do sistema bancário, por conta da arguição da inadimplência, sempre mantiveram spreads extremamente altos para jogar na média, fazendo com que o bom pagador pague uma taxa de risco pelo mau pagador”, analisa Afif. De acordo com estimativa das entidades que compõem a Frente do Cadastro Positivo, a iniciativa pode injetar, a médio prazo, até R$ 1,1 trilhão na economia, promover um aumento de R$ 790 bilhões (12% do

PIB) na geração de negócios e incluir 22 milhões de pessoas no mercado de crédito, mesmo quem não tem comprovação de renda. O Cadastro Positivo deve empoderar o cidadão que deseja tomar crédito, seja ele um consumidor ou empreendedor. Por meio do projeto, o histórico positivo do cidadão passa a ser mais relevante que o negativo para a decisão de crédito. Portanto, pessoas que possuem uma trajetória positiva, mas que enfrentam uma situação de inadimplência, serão avaliadas também pelas contas pagas em dia. “No seguro de automóvel, por exemplo, antes de calcular as taxas, é preciso primeiro saber o risco, se você guarda o carro na garagem, se mora numa região com muito roubo, se o condutor tem mais idade. Todas essas informações contribuem para fazer uma taxa de acordo com o risco. Por que com os bancos não funciona assim? Porque não

existe o Cadastro Positivo, porque não existe o histórico do bom pagador”, conclui Afif. Por meio da pontuação de crédito, a inadimplência poderá ser reduzida em até 45%. Esse instrumento pode aumentar o PIB anual em 0,54% ao ano. Sendo que, consumidores nas piores faixas de escore e que, em sua grande maioria, possuem menor renda, serão as maiores beneficiadas pelo Cadastro. A lei atende aos requisitos do Código de Defesa do Consumidor, pois o cancelamento de cadastro pode ser feito a qualquer momento, dando ao consumidor o controle sobre as suas informações. No sistema atual, os dados do histórico de crédito ficam abertos a todos os interessados. Com a nova lei, esses dados entram automaticamente na pontuação de crédito e a abertura de dados é feita pelo tomador de crédito junto ao proponente.

Mais de 40% da população adulta brasileira está inadimplente, diz SPC Número de brasileiros nos cadastros de devedores aumentou em abril; maior parte dos inadimplentes está na faixa dos 30 aos 39 anos Foto: Divulgação

Aproximadamente 62,2 milhões de brasileiros terminaram abril com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou compras parceladas. O número representa 41% da população adulta do país. A estimativa é do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). De acordo com o SPC e CNDL, o número de brasileiros nos cadastros de devedores aumentou em abril. O crescimento de

inadimplentes foi de 3,54% em relação a abril de 2018. É a sétima alta consecutiva na série histórica do indicador. Em comparação ao mês passado, o indicador apresentou um acréscimo de 0,04%. De acordo com a pesquisa, o crescimento da inadimplência nacional foi puxado pela região Sudeste, que teve como alta 8,56% em abril em relação a março. O motivo do aumento, segundo a SPC Brasil e CNDL, foi a revogação de

uma lei no estado de São Paulo, que limitava o processo de registro de inadimplência. Com a derrubada da lei, registros que estavam represados foram inseridos de uma vez só na base de devedores. Nas outras regiões, também foram observadas altas. No Centro-Oeste, o aumento foi de 3,37%, enquanto que no Nordeste e Norte, de 3,34%. A região Sul registrou 1,86% no crescimento de inadimplentes. Segundo o indicador, a maior parte dos inadimplentes está na faixa dos 30 aos 39 anos. Aproximadamente 17,6 milhões de consumidores com contas atrasadas nesta faixa etária. Em segundo lugar, estão os consumidores com idade entre 40 e 49 anos (13,8 milhões) e em terceiro os adultos de 50 a 64 anos (12,7 milhões). O indicador de inadimplência do consumidor contabiliza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil e a CNDL têm acesso. Os dados são das capitais e cidades do interior de 27 unidades da federação.

A Sabesp recebeu autorização para reajustar suas tarifas vigentes em 3,507%, informou a empresa de saneamento básico de São Paulo na quinta-feira 10/05. O reajuste autorizado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) será aplicado a partir de 10 de junho de 2018. Com as novas tarifas, a conta de água residencial para consumo de até 10m³/mês passará de R$ 24,15 para R$ 25,00. Para os consumidores enquadrados na tarifa social, o valor passará de R$ 8,19 para R$

8,48. Para indústria e comércio o valor passa de R$ 48,50 para R$ 50,20 para consumo até 10m³/mês. O último reajuste, de 7,88%, aconteceu em novembro do ano passado. O reajuste faz parte da revisão tarifária da Sabesp, feita a cada quatro anos. A Sabesp atende mais de 27 milhões de pessoas com serviços de abastaecimento de água e tratamento de esgoto em 368 municípios de São Paulo. Segundo a Sabesp, a revisão tarifária é uma reposição de custos dos serviços de fornecimento de água

potável e coleta e tratamento de esgoto. Ela é feita com base no índice de revisão tarifária determinado pela Arsesp. Esse cálculo leva em conta itens como: a projeção de demanda de água pelos clientes e de custos operacionais; o plano de investimentos da companhia; a avaliação dos investimentos já realizados, chamada de base de ativos (a estrutura física existente, como as tubulações, estações de tratamento e bombas, por exemplo). O índice definido deve cobrir esses gastos, assegurando o equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Sabesp recebe autorização para reajustar tarifas em 3,5%


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.