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NOVAS TECNOLOGIAS, TRABALHO, ESCOLA E FAMÍLIA EM TEMPOS DE RIGIDEZ E FLEXIBILIDADE

gerenciamento, que também são exigidas pelas mudanças da sociedade. Acredita-se, portanto, que a escola deve oferecer um ensino que permita ao aluno dominar os princípios teórico-metodológicos para compreender a produção científica e tecnológica contemporâneas; apropriar-se de conteúdos histórico-críticos que lhe possibilite compreender as relações sociais no seu conjunto. Neste sentido a escola não pode ser um espaço em que apenas se transmitam informações, mas um lugar da sua análise crítica, como bem afirma Kenski (1996, p. 143): As informações vêm de forma global e desconexa através dos múltiplos apelos da sociedade tecnológica. A escola precisa aproveitar essa riqueza de recursos externos, não para reproduzi-los em sala de aula, mas para polarizar essas informações, orientar as discussões, preencher as lacunas do que não foi aprendido, ensinar os alunos a estabelecer distâncias críticas com o que é veiculado pelos meios de comunicação.

O objetivo da educação escolar é preparar os indivíduos para que participem da vida política e produtiva. Sendo assim, pode ser pensada a partir de um projeto pedagógico que expresse as transformações por eles vivenciadas e o compromisso com um sistema de ensino no qual se tenha claro o tipo de cidadão que se quer formar e para que sociedade. As transformações da sociedade contemporânea, contudo, levam a questionar seriamente: os fins da educação; a responsabilidade dos que assumem o processo educativo em função daqueles que precisam de referências para suas relações sociais e produtivas e, ainda, as premissas, os valores, a concepção de mundo e de ser humano, a partir dos quais se pretende formar as gerações presentes e futuras. Entende-se que este dinamismo do mundo, trazido pelas inovações tecnológicas, tem sido muito significativo, pois pode proporcionar uma vasta aprendizagem, mesmo que de forma assistemática. Quanto à escola, pode contribuir para a sistematização deste processo e ser também um espaço no qual se manifestem o modo de ser do estudante e as contradições da sua realidade vivenciada. Conforme explicitado anteriormente, acredita-se que cada sociedade, em cada época, tem formas próprias de expressar sua cultura e também de manifestar como os seres humanos se organizam e se relacionam, produzem e difundem o conhecimento. Neste sentido, pode-se afirmar que a escola ocupa uma importante função na formação do ser humano, pois é seu dever garantir a todos o acesso aos requisitos fundamentais à vida em sociedade. Charlot (2001, p. 36) afirma que a escola é o principal lugar de convivência social [...] alguns professores queixam-se de que, para muitos dos jovens, a escola é ‘apenas um ponto de encontro’ [...] No entanto, o encontro é uma das condições necessárias para que as relações de ensino/aprendizagem sejam realmente frutíferas,

90 | COMUNICAÇÃO - REFLEXÕES, EXPERIÊNCIAS, ENSINO |Curitiba | v. 2| n.2|p77-96| 1° Semestre 2009


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