Caderno W - Edição 105

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QUINTA-FEIRA, 27 de agosto de 2009

entrevista so para nossa cidade . Hoje empregamos 60 funcionários. Com o hospital em funcionamento teremos 220, um aumento de 400% no número de empregos. O governo vai mandar mais verbas para atendimento do SUS, o que acarreta mais arrecadação de impostos para a cidade.

Fotos Arquivo Pessoal

Com os médicos e demais profissionais do Hospital do Câncer AC Camargo, onde se especializou

vadas faremos cirurgias oncológicas pelo SUS, uma vez que por convênios e particulares já estamos aptos. Temos seis pavimentos, com atendimento ambulatorial, diagnóstico por imagem, ultrassonografia, exames de laboratório, com exceção dos mais complexos, como os nucleares e ressonâncias, que serão feitos fora da unidade. As grandes novidades são a braquiterapia de alta dose ( técnica que coloca a radiação em contato direto com o tumor de uma maneira segura, sem afetar os tecidos vizinhos. Uma das principais vantagens em relação à braquiterapia de baixa dose (convencional) é a redução do tempo de exposição à radiação), cuja eficácia é muito maior e menos invasiva. Só em Mogi e em São José dos Campos tem este serviço, no leste do Estado. Estamos nos preparando também para executar a quimioterapia intra-arterial.Em tumores como o de fígado, o remédio é colocado direto na artéria, que vai ao tumor em grande concentração, então a agressão só existe para o tumor e o resto do corpo é preservado. Com a implantação do centro cirúrgico, temos condições de fazer também a radioterapia intra-cirúrgica. Quando se retira um tumor de mama, por exemplo, é

possível realizar uma varredura com radiação na região operada para que fique totalmente limpa. Com isso, não precisamos de muitas sessões no pós-operatório. Caderno W - No futuro, pretendem ser um centro de alta comple-

Caderno W – O governo incentiva este tipo de investimento, facilitando os empréstimos? Dr. Flávio - A verba para a ampliação do hospital vem do meu próprio patrimônio, parte do governo e parte vem de empréstimos – que são facilitados para hospitais que atendem SUS. São juros menores nos bancos do governo, tudo para facilitar a adequação exigida. Caderno W – Têm convênios

Neste sábado as lojas McDonald’s de Mogi e Suzano promovem, assim como o Brasil todo, o McDia Feliz e todo o dinheiro arrecadado com a venda de sanduíches Big Mac (exceto alguns impostos), comercializados separadamente ou incluindo McOferta número 1, - além de materiais promocionais como camisetas, bonés, chaveiros, entre outros produtos - é revertido para instituições de apoio e combate ao câncer infanto-juvenil de todo País. No nosso caso, à Rede de Combate ao Câncer “Guiomar Pinheiro Franco”, que repassará parte da verba para a compra de um Fiat Doblô, que será usado para transporte de pacientes carentes que fazem tratamento no Centro Oncológico Mogi das Cruzes.

xidade. O que isto significa? Dr. Flávio – Que podemos realizar até mesmo cirurgias neurológicas e cirurgias pediátricas. O que passa disso já compete a grandes centros como o AC Camargo e outros hospitais de referência que trabalham com pesquisas e são filantrópicos. Caderno W - Como avalia a inauguração deste hospital para a cidade e para os moradores daqui? Dr. Flávio - É um grande pas-

em câncer? Dr. Flávio - Fiz Medicina na Unesp de Botucatu e me especializei em Cancerologia no AC Camargo, na capital. Depois disto retornei a Botucatu para ser professor, o que fiz por dez anos, e montei lá um serviço de radioterapia. Fui pioneiro na Unesp. Lá também fiz pós-graduação, mestrado e doutorado em Cirurgia Experimental e Bases Gerais da Cirurgia. Também sou um dos precursores no uso de quimio e radioterapia juntas. Caderno W - O que se pode afirmar hoje sobre cura de câncer? Dr. Flávio - Todo câncer tem chance de cura total quando diagnosticado precocemente, mas no Brasil este “precocemente” é complicado porque até hoje as pessoas tomam sol do meio-dia na praia sem bloqueador solar e somos campeões em câncer de pele. Precocemente quer dizer também fazer exames de próstata, mama e útero a partir dos 40 anos e é uma luta conseguir que isso ocorra. Os exames de DNA para detecção de câncer de mama já existem ( genes BR1 e BR2) e também outros testes para detectar predisposição para a doença, porém são caros e não sei

quando teremos isso disponível, mas com o que se tem , é possível fazer boa prevenção. Caderno W - E a prevenção. Como se faz corretamente? Dr. Flávio – Prevenção pode ser feita na escola, em casa, na mídia e no posto de saúde, mas tem médico que não sabe a diferença de sapinho na boca e um tumor maligno. Não sabem nem o que é esquistossomose ou malária. Estas informações preventivas são necessárias e por isso a Prefeitura me pediu para fazer parte da Câmara Técnica de Saúde, por meio da qual faremos campanhas de prevenção, entre outras coisas. Caderno W – Por que só aos 40 anos devemos fazer alguns exames? Dr. Flávio - Geralmente depois dos 40 anos, pois quanto mais idoso, mais chance o indivíduo tem de ficar doente por conta das agressões ambientais e físicas sofridas durante a vida. Geneticamente é difícil ter câncer. A maior incidência de câncer no Brasil é o de pele por absoluta falta de cuidados de quem toma sol. Depois vem próstata e mama,

com instituições de pesquisas e universidades? Dr. Flávio – Pretendemos fazer parcerias com a Universidade de Mogi das Cruzes e com a Braz Cubas e com os hospitais Luzia de Pinho Melo, Arnaldo Pezzuti e Santa Casa.Tudo isso precisa ser estudado, mas só depois que formos Unidade de Alta Complexidade (Unacom). Caderno W – Dr. Flávio, onde fez faculdade e se especializou

Na formatura de Medicina com a mãe, Rafaela e o pai, Albano Rodrigues

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