
RHAY tem como cerne de seu trabalho a fragilidade do ser humano, seus con itos internos e externos acerca de sobrevivência, vida e morte, pesquisa essa que veio a partir do homicídio de seu pai. A morte gerou-lhe uma inquietação, e o inspirou a criar sobre as transitoriedades e as vulnerabilidades, também com um olhar aprofundado para suas experiências como indivíduo da etnia afro.
Utilizando o arquétipo da borboleta como a alma do ser vivente, pondo em confronto e harmonização a vida e a morte, o artista traduz a ação do tempo sobre uma poética visual. Nela, as pessoas são feitas de cerâmica pigmentada em diferentes tons pelo sol, exibindo as feridas do seu passado e os desgastes naturais nas coisas físicas da vida, por meio de rachaduras na pele coladas com ouro. Procura dessa forma enfatizar a mutabilidade da identidade e o valor da imperfeição como aspectos da vida humana, analogia essa que surgiu quando o artista conheceu a loso a japonesa Kintsugi, a emenda com ouro, quando buscava reparar uma obra que havia quebrado.

Para além dessa referência, sua obra permeia a escrita de símbolos adinkra, ideogramas da nação Akan de Gana que re etem um sistema de valores humanos, losó cos e religiosos. Adinkra signi ca “Adeus” no idioma Twi, inicialmente usado em cerimônias fúnebres por conta da morte do Rei Nana Ko Adinkra que usava tecidos com os ideogramas estampados, os símbolos utilizados expressavam as qualidades atribuídas à pessoa que havia morrido, mas com o passar do tempo seu uso se extendeu ao cotidiano. Seus signi cados segundo o especialista lósofo Anglo-Ganês Kwame Anthony Appiah, simbolizam “a transmissão de um organismo complexo e nuançado de práticas e crenças”, formando uma espécie de dicionário de valores, provérbios e mensagens completas, perpetuando tradições e virtudes locais como integridade, tolerancia, harmonia e determinação, entre outros, são baseados em elementos da natureza, do cosmos e do próprio corpo humano.
Assim com as diversas misturas de estéticas de culturas e crenças que estão no imaginário Brasileiro, RHAY põe as guras da arte afro como igualmente sagradas, equiparando-a. A junção de iconogra as de símbolos de culturas diversas gera uma subversão do que foi imposto de uma loso a e religião totalitária e até hoje vigente, contrariando a monocultura e padronização, tornando sua arte laica e simultaneamente espiritual, assim como a vida e a morte estão intrínsecamente ligadas.
Por meio de uma atmosfera contemporânea, RHAY mostra que a alma está sempre exposta a tudo que é externo ao corpo, e a acessa como fonte para obter seu conteúdo pictórico, utilizando a morte como matéria prima para enfatizar a vida.
Rhailander Conceição Exaltação

Nome Artístico: RHAY
Nasc. 18/06/1993 - Jandaíra - BA
Res. Mauá, SP
RHAY é formado em Design Grá co pela Etec Carlos de Campos, e em Desenho pela Quanta Academia de Artes, mas seu interesse pelas artes visuais se manifestou ainda na infância, com forte in uência de seu irmão. Mais tarde, o contato com o gra ti o levou à desaguar nas ruas sentimentos e ideais, aprimorados nas aulas com Walter Nomura(Tinho), e aprofundados em atmosferas mais densas e contemporâneas.

ª
- Museu Barão de Mauá - SP (2014)
- São Paulo - SP (2015)
- Mauá - SP (2016)
- São Paulo - SP (2016)
- Piola - São Paulo - SP (2016/2017)
- Museu da Casa Brasileira - São Paulo - SP (2017)
- Pinacoteca de Mauá - Mauá - SP (2017)
- Museu Barão de Mauá - Mauá - SP (2018)
- Exposição itinerante pelas 7 cidades do ABC - Mauá/ Ribeirão Pires/ Diadema/ Santo André / São Caetano / São Bernardo / Rio Grande da Serra (2019)
- Hotel Unique - Shopping JK Iguatemi - São Paulo - SP (2019)
- 5ª Edição - Exposição Virtual - Niterói - RJ (2020)
- Diaspora Galeria - Exposição Virtual - São Paulo - (2020)
- SP Turismo - São Paulo - (2021)
- Shopping Cidade São Paulo / Central ParkSão Paulo / Nova Iorque - SP / NYC (2022)
- FUNARTE - São Paulo - SP (2022)
º
- Galeria de Artes Licia Simoneti - Limeira - SP (2018)
- Academia Campinense de Letras - Campinas - SP (2018)
- Galeria de artes Licia Simoneti - Limeira - SP (2018)
Mundo de vidro - Laje 795 - São Paulo - SP (2019)




Acervo: Bruno Marquez


Acervo: Rafael Ribeiro

Acervo: Elirone Rosa

Acrílica sobre vidro
42x30cm 2019
Acervo: Ana Luiza Pereira da Silva


Acervo: Alex Senna




43x33cm 2020



Acrílica sobre canvas
50x70cm 2020
Acervo: Mohsin Zizhou Khan

120x80cm 2020

Acervo: Raiane Muniz
