Before i fall

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Lauren Oliver – Before I Fall

“Por favor.” Eu não sei o que seria pior: se meus pais já soubessem e estivessem parados lá, esperando por mim, esperando para me interrogar e falar a respeito de hospitais e terapeutas para me ajudar a lidar, ou se eles ainda não soubessem e eu tornasse nossa casa em um lugar de luto. “Aqui tem um quarto de hóspedes,” Kent diz. Seu cabelo está finalmente secando com pequenos cachos e ondas. “Nada de quarto de hóspedes,” balanço a cabeça decidida. “Eu quero ficar em um quarto. Um quarto habitado.” Kent me encara por um segundo e então diz “Vem comigo.” Ele alcança a minha mão quando passa, e eu deixo ele segurar. Nós subimos as escadas e percorremos o corredor até o quarto com todos os adesivos colados. Eu deveria ter sabido que era dele. Ele remexeu a maçaneta—“Fede.”—e finalmente abre. Inalo bruscamente. O cheiro é exatamente o mesmo que na noite anterior quando eu estive aqui com Rob, mas tudo é diferente—a escuridão parece suave, de algum modo. “Me dê um segundo.” Kent solta a minha mão, e se afasta. Ouvi o arrastar de cortinas e arquejei: de repente três enormes janelas, que iam do chão ao teto e ocupavam uma parede inteira, foram reveladas. Ele não havia acendido a luz, mas parecia que ele havia. A lua era enorme e luminosa, e reluzia através de toda a ofuscante neve branca, crescendo brilhosa. Todo o quarto estava banhado por uma linda luz prateada. “É incrível,” eu digo. Respirando fundo; nem sequer havia me dado conta de que estava prendendo o fôlego. Kent sorri rapidamente. Seu rosto contornado pela luz da lua. “É uma ótima noite. Embora não tão boa quanto o nascer do sol.” Ele começa a mexer nas cortinas. “Deixe aberto,” eu choramingo, e então acrescentei: “por favor.” De repente me sentindo tímida. O quarto de Kent é enorme, e cheira como a mesma incrível mistura de produto para lavagem e loção para barbear. É o cheiro mais fresco no mundo, o cheiro de janela aberta com biscoitos crocantes. Na última noite eu não pude perceber nada além da cama. Agora eu vejo como o quarto é preenchido com estantes para livros. Há uma mesa no canto, empilhada com um computador e mais livros. Há fotos nas paredes, figuras embaçadas que se moviam, mas eu não consigo focar nos detalhes. Um pufe monstro está no canto e Kent me pega encarando-o. “Eu tenho desde o sétimo ano,” ele diz. Soando embaraçado.

Traduzido por Grupo Shadows Secrets

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