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RASTREAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA

"A Sociedade Brasileira de Urologia mantém sua recomendação de que homens ‘‘ a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado, para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de 10 anos. "

O câncer de próstata permanece como a neoplasia sólida mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2018 no Brasil foram diagnosticados em média 68.220 novos casos, constituindo o tipo de câncer mais incidente nos homens (excetuando o câncer de pele não melanoma) em todas as regiões do país.

Apesar dos avanços terapêuticos, cerca de 25% dos pacientes com câncer de próstata ainda morrem devido a doença. Atualmente, cerca de 20% são diagnosticados em estágios avançados, embora um declínio importante tenha ocorrido nas últimas décadas em decorrência, principalmente, de políticas de rastreamento da doença e maior conscientização da população masculina.

O rastreamento universal de toda a população masculina (sem considerar idade, raça e histórico familiar) apresenta controvérsias, pois pode diagnosticar, entre outros, câncer de próstata de baixa agressividade, que não necessita de tratamento, cujos pacientes são submetidos a biópsias, que têm potencial de complicações (infecção local) e eventualmente, tratamentos radicais com potencial impacto na qualidade de vida. Individualizar a abordagem é fundamental neste sentido. A identificação de pacientes com risco de desenvolver a doença de forma mais agressiva, por meio de parâmetros clínicos ou laboratoriais, pode ajudar a individualizar a indicação e frequência do rastreamento. Entre diversos fatores a idade, a raça e a história familiar apresentam-se como os mais importantes.

Análise recente de dois estudos avaliando tardiamente os resultados quanto a mortalidade câncer-específica mostra vantagem a favor desses programas com redução da taxa de mortalidade de 25% a 31% (estudo ERSPC) e de 27% a 32% (estudo PLCO) em comparação aos pacientes que não foram randomizados.

Para pacientes diagnosticados com tumores de baixo risco, a visão contemporânea é o oferecimento do regime de observação vigilante como conduta e consiste em avaliações periódicas por meio de toque retal e dosagens do PSA, reservando-se a ressonância magnética da pelve e/ou biópsia prostática para ser realizada em intervalos variados. O tratamento definitivo deve ser indicado caso seja identificado progressão da doença em pacientes com expectativa de vida maior que 10 (dez) anos, poupando pacientes com tumores “indolentes” das consequências do tratamento. Por outro lado, pacientes portadores de tumores classificados como de risco de progressão alto ou moderado podem, em fases iniciais, serem adequadamente tratados e curados.

Fonte: https://portaldaurologia.org.br/medicos/destaque-sbu/nota-oficial-2018-rastreamento-do-cancer-de-prostata/

Dr. Gustavo Calais

UROLOGISTA CRM/MT 10022 - RQE 4588 | RQE 4587

Graduação em Medicina pela Unifeso - Teresópolis-RJ (Brasil) 2003 - 2008. Residência Médica em em Cirurgia Geral pela Unifeso (Brasil) 2009 - 2011. Residência Médica em Urologia pela Hospital Central da Aeronáutica(Brasil) 2014 - 2017.

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