Revista Visão - Março 2018 - Edição #138

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ANO 15

Ensaio de moda mostra as tendências outono/inverno Reportagem especial aborda a questão da violência contra a mulher

INOVAÇÃO //

A trajetória do Órion Parque Tecnológico

ENTREVISTA //

Prefeito Antônio Ceron anuncia bons projetos para a cidade

ESPORTE //

Associação de Pais e Amigos do Basquete de Lages

R$

MULHERES

18,50

MAR. 18

ED. 138


SER ÚNICO, w w w.i 5 i n v e s t.c o m.b r/g r e e n v i l l e

Imagens meramente ilustrativas

Registro de Incorporação - nº31233 do 4º ORI - Lages | SC

ACADEMIA

SALÃO DE BELEZA

COMPLETA INFRAESTRUTURA • • • • • •

Fitness center com vista panorâmica Playground Quadra poliesportiva 2 Churrasqueiras e bar 800 metros de pista para caminhada Ambientes decorados e mobiliados

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Cinema Espaço Mulher Brinquedoteca 2 Salões de Festa com cozinha gourmet para 50 pessoas (cada um) • Salão de Eventos para 100 pessoas

SALÃO DE FESTAS

3 Dormitórios

Master e ( 12Suíte Demi-Suítes ) 2 Vagas de Garagem


SER EXCLUSIVO, SER GREEN VILLE

LOCALIZAÇÃO

PLANTÃO DE ATENDIMENTO

Rua Alice Rosa Ramos, esquina com a Rua XV de Novembro no Bairro Coral, Lages SC

Lages Garden Shopping - Sala 8

VENDAS

49

99951-8211 | 49 3021-1212

Financiamento próprio ou pela


04 05

primeiras palavras

de empresários Geraldo e Ruti, da RG Equipamentos de Segurança, contam sua trajetória de 25 anos à frente da empresa, que é uma das mais importantes do segmento em Santa Catarina. No Memórias do Seminário de março, o advogado porto alegrense Dr. Dirceu José Sebben relembra alguns momentos marcantes de sua trajetória enquanto seminarista na congregação de São Vicente Pallotti. Ele fala também de sua paixão pelo Direito. No espaço Cultura, você vai conhecer um pouco mais o jovem Érico Lang. Aos 19 anos, o rapaz trabalha como designer gráfico, faz estágio de Direito no Fórum de Lages e ainda estuda Direito. Como se isso não bastasse, de madrugada, feriados e finais de semana, Érico ainda encontra tempo para escrever livros, poemas e roteiros para telenovelas e radionovelas. Por fim, leia também o editorial da RV, que nesta edição faz uma diferenciação entre o jornalismo e a publicidade e propaganda. Sem falar nas belíssimas fotografias que estampam mais uma edição da revista mais bem produzida da Serra Catarinense. Ótima leitura!

As mulheres estão com tudo, sempre

N

revista visão mar. 2018

o mês dedicado às mulheres, a Revista Visão não deixa passar o assunto em branco. Uma grande reportagem fala da violência contra as mulheres, que continua fazendo suas vítimas em Lages. Alguns relatos mostram como essa violência costuma acontecer. E alerta para que as mulheres não aceitem esse tipo de comportamento de seus parceiros. Confira este mês um belíssimo ensaio de moda outono/inverno com as modelos Lariane Lins (a moça da capa) e Danielle Godinho. Elas foram fotografadas pela Camila Lima, com produção de beleza Leia Salão e looks da Loja Cadillac. Além das fotos da revista, você poderá também acompanhar na nossa Fanpage o ensaio completo. Na entrevista do mês, o prefeito de Lages, Antônio Ceron, faz um balanço de seus primeiros 14 meses à frente do Executivo da cidade. Ele fala das obras mais importantes como o projeto da Avenida Ponte Grande, a revitalização do centro de Lages e do Mercado Público e a difícil tarefa de ter de fazer muito com pouco dinheiro. Na seção Empreender, o casal

//// EQUIPE DE REDAÇÃO

capa de MARÇO

edição 138 Lariane Lins ilustra um elegante ensaio fotográfico para as estações mais charmosas do ano tema

// MODA OUTONO/INVERNO foto

// CAMILA LIMA

quem faz a sua rv Diretor Geral .....................................Loreno Siega Diretor de Redação .........................Loreno Siega — REG. PROF. 2691/165V-PR Gerência e Dir. de Criação .............Eder Pitz de Lima Diagramação e Arte ........................Chelbim M. Poletto Morales Comercial..........................................Áurea Pereira Suely Miyake Assinaturas ......................................Luiz Wolff Administrativo .................................Adriana da Luz Distribuição ......................................Robinson Marcelino Fundador ..........................................Gugu Garcia Impressão Tiragem

SulOeste 3.000 exemplares

fale conosco Redação R. Dr. Walmor Ribeiro, 115 | Coral 88.523-060 | Lages/SC | 49 3223.4723 www.revistavisao.com.br | portal.revistavisao.com.br facebook.com/revistavisao | twitter.com/revistavisao instagram.com/rvisao | contato@revistavisao.com.br

Não é permitida a reprodução parcial ou total das reportagens, entrevistas, artigos e imagens sem prévia autorização por escrito do editor. A Revista Visão não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados.


05 04 foto // CAMILA LIMA

para começar

foto // LORENO SIEGA

Antônio Ceron, prefeito de Lages, faz balanço dos primeiros 14 meses à frente do Executivo da cidade. E fala dos grandes projetos que virão pela frente.

ENTREVISTA foto // SHUTTERSTOCK

No mês dedicado às mulheres, a RV traz reportagem sobre a violência que acomete milhares de vítimas do sexo feminino, muitas delas mães, esposas e profissionais.

REPORTAGEM foto // CAMILA LIMA

As modelos Lariane Lins e Danielle Godinho arrasam neste editorial de moda da coleção outono/inverno da loja Cadillac.

ENSAIO – CAPA foto // DIVULGAÇÃO

Conheça a história do Órion Parque Tecnológico de Lages. Inaugurado em 2017, ele é referência em empreendedorismo inovador na região.

INOVAÇÃO

PARCERIAS

EMPREENDER A RG Equipamentos de Segurança completa 25 anos de atuação. E mostra o porquê se tornou uma das mais importantes empresas do segmento em Santa Catarina.

MEMÓRIAS DO SEMINÁRIO

foto // LORENO SIEGA

Dr. Dirceu José Sebben, de Porto Alegre, compartilha conosco um pouco de sua trajetória enquanto jovem seminarista no interior do Rio Grande do Sul.

VIDA E SAÚDE A automedicação é um hábito muito comum entre a população brasileira. Mas você já parou para pensar nos riscos que essa prática envolve?

foto // DIVULGAÇÃO

38 40 44

foto // ONERIS LOPES

LEIA TAMBÉM

Saiba um pouco mais sobre o que vem fazendo para os municípios da Amures o Consórcio Intermunicipal Serra Catarinense – Cisama.

O jovem talento Érico Lang quer ser juiz e produtor de novelas. E, pelo que ele já fez com apenas 19 anos, isso deverá ser apenas o começo.

CULTURA A Associação de Pais e Amigos do Basquete – APABLA – é uma entidade nova em Lages. Mas os resultados já são grandiosos no esporte.

ESPORTE

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leitor online

Tatiane Sá Sobre o post: “Recebemos o livro ‘O Amanhecer de Cada Dia’ e agradecemos o carinho e atenção”

Uma excelente leitura. Recomendo.

Camila Borges Sobre o post: “Polícia Militar prende suspeito de vários furtos em Lages”

Espero sinceramente que desta vez não fique só em promessas.

//// facebook.com.br/revistavisao

Nilceia Correia Macedo Sobre o post: “Edital de Licitação para obras de revitalização do Mercado Público de Lages será lançado”

f

Até que enfim. Esse aí é bandido antigo, estava mais do que na hora.

Em pleno século 21, aeroporto como o de Correia Pinto, que não opera voo por instrumento GPS, não é aeroporto. É mais um simples aeródromo com pouca ou nenhuma infraestrutura aeroportuária. Lamentável. Parece ser o “provenitivo”, provisório que se torna definitivo.

Você é a favor ou contra a Reforma da Previdência no Brasil? Para votar todos os meses, acesse

portal.revistavisao.com.br

João Seap “Carmen Zanotto continua em cima do muro com relação à Reforma da Previdência”

Vamos ver a quem ela deve obrigação. Aos empresários que financiam suas campanhas e ao governo corrupto que lhe libera emendas, ou aos trabalhadores que lhe conferiram o mandato.

50+25+2050A

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//// Leoas da Serra são apresentadas oficialmente para o início da temporada 2018

Sou contra ao aumento da idade, mas totalmente a favor de igualar o funcionalismo público com o privado e acabar com esse abismo de privilégio entre os dois. O funcionalismo público é um dos que ajudam a quebrar a previdência, se é que está realmente quebrada.

50%

Contra, o projeto que irá para votação só vai cortar de quem menos ganha e precisa da aposentadoria.

25%

A favor, desde que primeiro cortem os privilégios de juízes, promotores, desembargadores, procuradores e políticos.

20%

Contra, deve ficar do jeito que está.

5%

A favor. Dentro de poucos anos o Governo não terá dinheiro para pagar os aposentados.

0%

Indiferente. Não tenho opinião formada a respeito.

Inaugurado o Restaurante La Central casal de proprietários, Myrian Fernandes e Aldo Maines, com familiares, funcionários e amigos, receberam no sábado (17/02) para um almoço especial, representantes da imprensa lageana. Foi para marcar a inauguração do Restaurante La Central, que funcionará junto ao Hotel Lages e que será o segundo restaurante do casal (eles tocam há anos o Restaurante La Trattoria, na rua Emiliano Ramos, Via Gastronômica). De acordo com o casal, a intenção há muito tempo já era dispor de um restaurante também na região mais central da cidade. O La Central oferecerá um cardápio mais leve. “Aqui serão oferecidos pratos para quem aprecia uma comida leve, sem ser vegetariana ou naturalista”, explicou Aldo. A julgar pelos pratos servidos no primeiro dia, o La Central terá grande clientela, com certeza.

foto // LORENO SIEGA

foto // FOM CONRADI / FOMTOGRAPHY revista visão

Hilo Joel Sobre o post: “Simproel entrega documento contra a Reforma da Previdência”

////portal.revistavisao.com.br

Claudio Lemes Louzada Sobre o post: “Colombo vai deixar o Governo. E como vão ficar as obras em andamento na região?”


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editorial

JORNALISMO OU PUBLICIDADE E PROPAGANDA?

Quem nos aponta os defeitos, no fundo, está nos fazendo um grande favor para que reflitamos sobre nossas práticas e busquemos melhorar.”

mais fácil falar bem, bajular, agradar e elogiar do que apontar falhas ou tecer críticas. Quem assim age (só “alisando”), quer seja na imprensa ou na vida privada e pública, quase nunca tem inimigos. Afinal, quem vai ter motivos para brigar com alguém que só bajula? Jornalistas, palestrantes (e aqui incluem-se os famosos “pregadores da palavra”) e até políticos que só bajulam geralmente não sofrem de úlceras. Seus estômagos normalmente não são afetados pelo excesso de ácido gástrico, típico de quem não costuma “engolir sapos”. Por outro lado, nos perguntamos, quão sem graça deve ser a vida daqueles que só bajulam? Sim, porque duvido que os “bajuladores”, lá no fundo, concordem com tudo o que enxergam, leem ou escutam através da mídia. No fundo, são uns frustrados porque jamais agem com a digna “sinceridade do coração”. Além do mais, quem apenas “alisa” estará prestando um desserviço aos seus semelhantes. Afinal, essa pessoa “bajulada” pode estar errada numa porção de coisas. E você só elogiando a deixará convencida de que não precisará mudar em nada, o que não é verdade, já que todos, indistintamente, somos bons e ruins, perfeitos e imperfeitos, sábios e ranzinzas. Quem nos aponta os defeitos, no fundo, está nos fazendo um grande favor para que reflitamos sobre nossas práticas e busquemos melhorar. Temos visto diversos políticos e administradores públicos revoltados com as críticas que recebem sobre suas atuações (ou sobre sua falta de atuação). Eles não admitem que alguém possa criticá-los ou indicar em que pontos precisam melhorar. Oras, se são agentes públicos – e recebem dinheiro público como remuneração – têm sim de prestar atenção nas críticas “públicas”. E não apenas esperar tapinhas nas costas e sorrisos. Aprendi com o melhor professor de Jornalismo da Faculdade que a essência da nossa profissão é a indignação, a crítica, a valorização da honestidade, a busca da verdade e a indicação de soluções para os mais variados problemas. Jornalista que se preza, ao se deparar com qualquer situação desonesta, injusta ou incorreta, não pode e não deve se calar. Jamais. Tem como obrigação “meter o dedo na ferida”, como se diz. Mesmo que os veículos onde trabalhem recebam verbas públicas na forma de publicidade (no que não há crime ou irregularidade alguma), jamais devem se calar diante de algo errado. Jornalismo não é publicidade e propaganda. No jornalismo, busca-se a verdade, aprofundam-se os argumentos, tecem-se críticas, elogia-se, abre-se o leque para a plura-

lidade sobre determinado assunto. Na publicidade, ao contrário, seleciona-se apenas aquilo que interessa ao cliente – normalmente as partes boas e positivas – e divulga-se tão e somente isso. E vejam que não estamos falando mal da publicidade e da propaganda. Ela é tão importante e vital como o jornalismo. E qualquer mídia ou veículo de imprensa precisa dos dois (do jornalismo e da publicidade). Enquanto Revista Visão, nas reportagens, editorial e comentários que fazemos – e isso vale também para nosso portal de notícias online (portal.revistavisao.com.br) buscamos fazer jornalismo. Isso implica falar bem quando se precisa falar bem. E falar mal quando se precisa falar mal ou apontar erros e imperfeições. Por isso, mesmo que alguns não gostem de nossas posições (e nós também erramos e estamos sujeitos aos equívocos), não vamos arredar o pé de fazer jornalismo. Nós viemos muito mais para incomodar do que para agradar, senhores! Temos certeza que assim agindo – de forma dialética e plural – estamos cumprindo com nosso papel e missão que é tentar, com nosso trabalho, ir melhorando o mundo em que vivemos. Não à mentira! À bajulação gratuita! À injustiça! Não à corrupção! Ao “jeitinho”! Ao falso moralismo! Não à falta de honestidade e honradez! Sim à verdade! Sim à pluralidade de pensamento! Sim à crítica construtiva! Sim à dialética! Sim ao trabalho! Ao altruísmo! Sim a tudo o que constrói e enobrece a alma do ser humano. Aliás, senhores e senhoras, a gente aprendeu tudo isso já lá na Catequese, enquanto ainda pequenos. “Diga sim quando for sim. E não quando for não. Deus ficará feliz com isso”, ensinava minha primeira catequista. Ela estava fazendo sua missão. E nós estamos buscando seguir esses ensinamentos.

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MARÇO 01 a Vindima 2018 24 | 03 Vinícola Villa Francioni – 14h SÃO JOAQUIM | SC

C. C. Vidal Ramos – 19h

LAGES | SC

Encontro de 10 | 03 2ºCosplay Anime kan Lages Garden Shopping – 14h

10 a Feijoada da Serra 2018 11 | 03 Pousada Refúgio do Lago – 09h LAGES | SC

– Sebinca Christo: 17 | 03 Cinema a construção de uma devoção Teatro Sesc – 20h

LAGES | SC

17 a Otacílio Rock Festival 2018 18 | 03 Parque De Exposição Cambara – 19h OTACÍLIO COSTA | SC

+ Tirolesa na 18 | 03 Rapel Cascata do Avencal ECOxperience – 10h

URUBICI | SC

22 a Fenahort 25 | 03 Parque de Exposições

24 | 03 Exposição – “Ofício: Catador de Papel” Teatro Sesc – 18h

Manoel Prá

29/04 - Festival Automotivo Só Máquinas Perfeitas – Lages | SC

contato@revistavisao.com.br

21/04 - Trekking de Outono no Cânion Espraiado – Urubici | SC

Centro Serra – 20h

Divulgue também seus eventos! Mande sua sugestão para

19 e 20/04 - Congresso Catarinense de Cidades Digitais – Lages | SC

Geral Ordinária 28 | 03 Assembleia 2018 - Credicomin LAGES | SC

LAGES | SC

URUBICI | SC

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A B R I L

revista visão

10 | 03 Ocupa Vidal: Sarau Cultural

LAGES | SC

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entrevista

revista visĂŁo mar. 2018

AntĂ´nio Ceron

Prefeito de Lages


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“ A GENTE FEZ MAIS DO QUE PODIA. E MENOS DO QUE PRECISA” NASCIDO EM TANGARÁ (NO MEIO OESTE DE SC), ANTÔNIO CERON VIVE EM

LAGES DESDE A DÉCADA DE 70. AQUI, ELE JÁ FOI EMPRESÁRIO DE SUCESSO, ESTEVE À FRENTE DE ENTIDADES EMPRESARIAIS E ATÉ FOI PRESIDENTE DO INTER DE LAGES. POLÍTICO HÁ MUITOS ANOS (TEVE PELO MENOS TRÊS MANDATOS DE DEPUTADO ESTADUAL), FOI SECRETÁRIO DE ESTADO EM VÁRIAS PASTAS E GOVERNOS E ACUMULA UMA GRANDE EXPERIÊNCIA PÚBLICA.

texto e fotos ////

LORENO SIEGA

m de seus grandes sonhos de vida, no entanto, um dia era chegar a ser prefeito de Lages. Para esse objetivo, ele fez três tentativas. Lá no começo da carreira política foi mais para adquirir experiência. Não se elegeu, mas foi muito bem votado (então pelo MDB antigo). Depois concorreu contra Elizeu Mattos (nas eleições de 2012). E foi derrotado por pouco mais de 1.500 votos de diferença. Em 2016, finalmente, conseguiu seu objetivo de se eleger prefeito. Antônio Ceron tem 72 anos. É pai de três filhos. E avô de seis netos (dois meninos e quatro meninas). Nesta entrevista, ele avalia o atual momento de Lages. E, em alguns momentos, chega até a se emocionar. Foi quando falou do salário de prefeito que está doando todos os meses a instituições beneficentes. “Quem doa fica muito mais feliz do que quem recebe”, comenta. “Cada vez que faço essas doações, passa um filme na minha cabeça. Eu andei muito tempo descalço. Não porque eu queria. Mas porque não tinha calçados. Então hoje se Deus me permite ajudar, só tenho de me alegrar e agradecer”. Ceron, o senhor está há 14 meses à frente do comando da Prefeitura de Lages. Qual sua avaliação até agora? No período a gente fez mais do que podia. E menos do que precisava. As demandas da sociedade, das pessoas, são muito grandes. E numa época em que muitos perderam o emprego – ou tiveram diminuída sua renda – a procura por serviços públicos aumentou muito. É assim com o número de vagas nas creches, com a procura pelas unidades básicas de saúde, com a migração das escolas pagas para as escolas públicas. E assim por diante. Então, a pressão sobre o poder público cresceu. Ao mesmo tempo, a arrecadação da prefeitura não vem acompanhando o crescimento da inflação e dessas pressões e demandas. Daí nossa alegria porque fizemos bastante no período. Mas há muito ainda por fazer. Os recursos e orçamentos são finitos. Nesse cenário, precisa-se mais do que nunca eleger e estabelecer prioridades.

Lages precisa mais do que nunca de boas áreas, com completa infraestrutura, para oferecer às empresas virem aqui se instalar. Vai dar certo (Lages Business Park). É só ter um pouco de paciência e não atropelar as questões.”

E as dívidas da Prefeitura no curto prazo? Já foram pagas? De um total de R$ 37 milhões em dívidas de curto prazo que havíamos herdado, conseguimos no período pagar em torno de R$ 30 milhões. Ainda temos um pouco para equacionar. Mas o mais importante no período foi conseguir restabelecer a credibilidade com os fornecedores. Havia muita gente não querendo mais fornecer ou vender para a Prefeitura tal a situação. Eu tenho uma frase de campanha que também é um lema pessoal: “Respeito às pessoas e ao dinheiro público”. Estamos procurando colocar isso em prática. Dos R$ 30 milhões pagos das dívidas de curto prazo, R$ 13 milhões foi com o Lages Previ. E mais R$ 6 milhões com precatórios. Qual o setor – ou setores – em que o senhor avalia que melhor tiveram desempenho neste curto espaço de tempo? Tivemos vários setores de destaque. Mas eu cito que somente em saúde e educação a Prefeitura investiu mais de R$ 40 milhões acima do seu limite obrigatório e constitucional neste primeiro ano. Ou seja, gastamos R$ 3,5 milhões a mais por mês do que a previsão em saúde e educação. A Constituição estabelece um mínimo de 25% de gastos com educação e 15% com saúde. Nós investimos neste primeiro ano bem mais do que isso nestes dois setores. É evidente que esse

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O maior sonho de qualquer administrador, com certeza, é que seus cidadãos tenham emprego e renda. E esse também é o meu sonho. Por isso, estamos e vamos trabalhar muito neste sentido.”

dinheiro fez falta em outras áreas. Eu poderia, por exemplo, com esses R$ 40 milhões, ter pavimentado várias ruas nos bairros. Mas foi preciso estabelecer e investir nas prioridades. Foi o que fizemos. Não podemos esquecer que neste começo tivemos uma das maiores enchentes dos últimos anos, que nos causou uma série de problemas e transtornos. Em janeiro deste ano, dos 31 dias, tivemos 28 dias com chuvas. Isso foi péssimo para as condições das ruas, estradas e avenidas, especialmente do interior.

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Não era prioridade também reduzir o número de comissionados? Isso foi feito? Sim, reduzimos de 428 comissionados que havia na administração anterior para 299 agora. Foi um corte de mais de 100 vagas. Reduzimos também o número de secretarias municipais como forma de promover economia. E fomos obrigados, por exigência do Ministério Público, a demitir muitos contratados que havia em vários setores e chamar funcionários concursados. Isso inclusive vai ajudar a melhorar a questão financeira do Lages Previ, que está deficitário. Atualmente, a Prefeitura tem um déficit mensal na faixa de R$ 1 milhão com o Lages Previ. E com a chamada dos concursados, queremos aos poucos ir reduzindo esse déficit.

Quantos funcionários tem hoje a prefeitura? Há três tipos de servidores na Prefeitura: efetivos (aqueles que passaram em concurso público e que já passaram pelo estágio probatório de dois anos); contratados por processo seletivo (exemplo são os professores ACTs, que substituem os professores titulares e ajudam na educação); e comissionados, que hoje tem um limite de 299 vagas. Juntos, esses três tipos de servidores hoje estão na faixa de 4,8 ou 4,9 mil. Mas já houve períodos na administração de Lages que havia pelo menos mil pessoas a mais. Nós estabelecemos o teto máximo de servidores em 5 mil. E vamos manter esse número até o final de nossa administração. O que deixou a desejar no período? Qual sua grande frustração neste tempo? Eu prometi na campanha. E ainda não comecei efetivamente a fazer pavimentações nas ruas e avenidas dos bairros onde passa o ônibus. Mas acredito que a partir deste ano vamos intensificar essa providência. E recuperar o tempo perdido. Minha promessa era pavimentar pelo menos 76 ruas nesta condição, pelo menos uma em cada bairro. E nos quatro anos da administração nós

vamos cumprir. Uma parte dessas pavimentações acredito que poderemos fazer com recursos do Fundam II, se algumas pendências burocráticas forem sanadas. E a outra parte com financiamento do Governo Federal, através da CEF, a longo prazo, que já estamos providenciando. A gente sabe que saúde pública e educação são importantíssimas e fundamentais para uma boa parte da população. Mas tem uma parte das pessoas que não precisa do poder público nestas áreas. Agora, uma rua, uma avenida e bons acessos é necessidade para todos. Por isso, queremos fazer mais nesta área a partir de agora. Como estão as obras da Av. Ponte Grande? Nós assumimos a administração e essa obra estava totalmente parada. Haviam R$ 39 milhões depositados na CEF provenientes do Governo Federal para esta obra. Mas os serviços, por um equívoco na licitação que havia sido feita na véspera do final do mandato, estavam parados. Aliás, essa também era a situação de outras obras da cidade: Unidade de Pronto Atendimento (UPA), obras do esgoto sanitário do Complexo Araucária, Revitalização do Centro, Mercado Público, a Creche do Pró Morar, entre outras. Hoje as obras da UPA estão sendo executadas com recursos próprios. As obras do esgoto do Complexo Araucária estão quase totalmente concluídas (dinheiro do Governo Federal). O Mercado Público já licitamos e as propostas serão conhecidas em breve, assim também como as obras da revitalização do centro. Na Ponte Grande as obras foram retomadas no saneamento básico em toda a sua extensão, além da implantação do acesso até

o loteamento onde vão ser realocadas as famílias desalojadas. Atualmente, inclusive, está em trâmite a licitação para as obras de pavimentação da pista de rolamento daquela importante via. A revitalização do Centro de Lages não está devagar demais, prefeito? Até concordo que esse projeto vem se arrastando, principalmente em função da demora pela decisão final da Justiça com relação ao destino que seria dado ao Colégio Aristiliano Ramos. Agora, finalmente, autorizaram a demolição. O Governo do Estado, em recente ato, através de convênio, vai nos repassar R$ 15 milhões para essas obras, que agora serão licitadas e vão começar ainda neste ano. Não tenho dúvidas que o centro de Lages ficará muito bonito. A fiação elétrica, por exemplo, já foi retirada e colocada por baixo, melhorando muito o visual. Depois dessa obra pronta, seremos a cidade de porte médio e grande do Estado com o centro mais bonito e funcional. Lages Business Park. Lá no começo, numa entrevista, o senhor confessou não estar muito convencido da importância do projeto. Já se convenceu que será bom para Lages? Naquele momento eu tinha várias dúvidas. Até porque foi um projeto gestado de forma muito afoita na administração passada já que estavam no final do Governo e queriam dar um destino final àquela grande área de terra que havia sido adquirida para abrigar a Sinotruk. Entendo que houve pouco tempo para discussão e aprofundamento do assunto, uma forçada de barra, como


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se diz. Mas eu, enquanto prefeito, estou fazendo e farei tudo o que for possível para que o projeto dê certo e se concretize. Tanto que agora no final de fevereiro conversamos novamente com o pessoal da empresa Koch, que são os empreendedores. Colocaram lá no contrato que haveria contrapartida financeira da empresa como garantia. E essas garantias até agora não foram dadas. Mas vamos continuar conversando. Tenho certeza que chegaremos a um bom termo. Lages precisa mais do que nunca de boas áreas, com completa infraestrutura, para oferecer às empresas virem aqui se instalar. Vai dar certo. É só ter um pouco de paciência e não atropelar as questões. E a Berneck, qual foi o acordo para que venha para Lages? Há um bom tempo o empresário Gilson Berneck, dono da empresa, havia demonstrado interesse em implantar

uma segunda unidade de sua fábrica em Santa Catarina. O Governador Colombo entrou em contato e as conversações se aprofundaram. Veio a crise econômica que o Brasil atravessou e o processo teve de esperar. Agora está dado o ok. Eles virão. Governo do Estado e Prefeitura estão vendo a questão do terreno, que acredito será resolvido de forma amigável e pelo bem do município. Eu acredito que dentro de poucos meses tenhamos

o início da implantação do investimento, na faixa de R$ 800 milhões, gerando 500 novos empregos apenas na etapa inicial. Será com certeza uma grande fonte de receitas para Lages e oportunidades de trabalho e renda para nossas famílias. Na sua avaliação, qual o maior problema de Lages? E como resolvê-lo? Sem dúvida, aquilo que um

Andei muitos anos descalço. Não era por vontade. Mas por limitação, porque eu não tinha calçados. Então hoje, conseguindo ajudar, me sinto muito feliz, realizado e agradecido a Deus”.

prefeito mais gostaria de ver acontecendo é a geração de empregos e renda, que a cidade pudesse assegurar trabalho a todos. E uma renda que permitisse às pessoas se sustentarem e garantirem o seu futuro sem depender de prefeituras e governos. Eu avalio que se Lages tivesse mais empresas, principalmente indústrias, que pudessem gerar de 3 a 4 mil empregos a mais, seríamos uma cidade bem diferente. Nós estamos na luta para atrair mais investimentos. O Colombo e o Luiz Henrique, enquanto governadores, tentaram de tudo para atrair a ZF, a Sinotruk, a Novaer e outras que acabaram não se concretizando em função do cenário econômico brasileiro e mundial. Nós continuamos com essa luta, principalmente, fortalecendo as empresas que já temos, incluindo os micro e pequenos empreendedores. Recentemente lançamos o Lages Mais Simples, que vai diminuir o tempo para quem quer abrir sua empresa, além de facilitar as condições para que progridam. O maior sonho de qualquer administrador, com certeza, é que seus cidadãos tenham emprego e renda. E esse também é o meu sonho. Por isso, estamos e vamos trabalhar muito neste sentido. Alguns empresários no passado receberam terreno da Prefeitura para investir – e não o fizeram. O senhor disse recentemente que terão de devolver essas áreas. Quantos terrenos existem nessa situação? São muitos terrenos. Veja que não queremos fazer uma caça às bruxas. Às vezes você tem boa intenção, fez projeto, requereu e recebeu a área. Mas a economia não ajudou e foi obrigado a abortar o projeto. Vamos chamar, conversar

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e repactuar com todos essa situação. Aqueles que de fato receberam terreno e não têm condições ou interesse mais em investir, terão sim de devolver. Dinheiro público é de todos. Nós não podemos nos dar ao luxo de que pessoas estejam aumentando seu patrimônio com o dinheiro de todos. Mesmo que tenham se passado 5 ou até 10 anos dessas doações. Se o cidadão recebeu terreno e não investiu – e não quer ou não puder fazê-lo dentro de um determinado prazo, no máximo num ano – terá de devolver sim. Não vou terminar meu mandato sem analisar e repactuar cada uma dessas situações. Temos notado que a Prefeitura tem pavimentado alguns pequenos trechos no centro da cidade. Isso vai continuar? Sim. Na medida do possível, com participação também da Semasa na substituição das tubulações de água e esgoto, vamos asfaltar algumas ruas. A Rua Jorge Lacerda, por exemplo, estava precisando muito. Faremos também o trecho que falta da Rua Cirilo Vieira Ramos (do Colégio Industrial até a ponte que leva ao Caça e Tiro), a Rua Coronel Córdova, Rua Aujor Luz (que vai da Curva da Morte até o bairro Santa Catarina). O centro da cidade não é só de quem vive no centro. É de todos os lageanos que vem para o centro. E essas ruas estão precisando muito e urgentemente desse asfalto.

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O governador Colombo iniciou a pavimentação até a Coxilha Rica. Ele deixando o Governo, essa obra terá continuidade? Foi dito que aquela obra já tem alocados todos os recursos para o primeiro trecho. Além disso, a empreiteira que está tocando, no dia

da assinatura da ordem de serviço falou que até abril querem entregar um primeiro trecho de 10 km. Eu acredito que aquela obra não tem mais volta. Até porque, até o final deste ano, quem está no Governo é e foi parceiro do PSD, é o Pinho Moreira. E quem vai ganhar com essa obra serão todos os lageanos que lá tem propriedade. E o município como um todo. Veja bem que naquele mesmo dia da assinatura do contrato já começaram a construir lá

dos aluguéis que hoje a prefeitura paga, na faixa de R$ 300 mil por mês. Depois disso, apareceram pelo menos duas outras alternativas. Uma delas são empresários que querem dar o novo prédio pronto, ao lado do Lages Garden Shopping. E a prefeitura iria pagando depois como se fosse um financiamento a longo prazo. E tem uma terceira alternativa de empresários que também querem construir para ir amortizando a dívida a longo prazo. Uma dessas três propostas – ou alguma outra que julguemos

Somente com saúde e educação a Prefeitura investiu mais de R$ 40 milhões acima do seu limite obrigatório e constitucional neste primeiro ano”.

um belíssimo hotel. Aquele asfalto vai dinamizar muito a produção, o turismo, além de atrair novos investimentos. Eu sempre digo e tenho repetido. O interior do município tem de ser tratado como prioridade e solução. E não como problema. O senhor na campanha também assumiu compromisso de construir um novo Centro Administrativo. Vai ser ao lado da rodoviária ou já não é tão certo assim que será lá? Lá é uma das regiões mais nobres da cidade. E o terreno já pertence à Prefeitura. Então, autorizamos um pré-projeto para aquela área. E tomaríamos empréstimo da CEF para construir, pagando a longo prazo e amortizando

boa para a Prefeitura – será levada adiante. Nós vamos construir esse novo prédio para a Prefeitura. Vamos abrir um debate com a comunidade para decidir qual projeto levar adiante. Na campanha o senhor prometeu doar todos os meses o seu salário pessoal de prefeito para entidades beneficentes. Isso está sendo cumprido. Qual o seu sentimento todos os meses ao assinar o cheque e doar esses valores? É um dinheiro que está sendo muito útil a quem mais precisa. Eu sempre digo que há três tipos de necessidades mais urgentes em uma cidade: a criança, o idoso e as mulheres, além das questões assistenciais. Fico muito feliz

por estar ajudando. E agradecido a Deus por me permitir isso. Vou continuar doando o salário até o final do meu mandato. A pessoa que doa se sente muito mais feliz do que quem recebe. E cada vez que faço isso passa um filme na minha cabeça. Lá na infância, na roça, eu passei muitas necessidades e dificuldades. Andei muitos anos descalço. Não era por vontade. Mas por limitação, porque eu não tinha calçados. Então hoje, conseguindo ajudar, me sinto muito feliz, realizado e agradecido a Deus. Para finalizar, uma pergunta política. O PSD e o PMDB estarão juntos nas eleições para o Governo do Estado em 2018? Eu entendo que neste momento cada partido deve escolher um nome, fortalecer esse nome e colocá-lo à disposição da sociedade para que avalie o trabalho que foi feito. O PSD, junto com o PMDB e outros parceiros, fizeram um governo que é referência no Brasil. Tanto que Santa Catarina é hoje exemplo em termos de Estado que deu certo. Dentro do PSD, esse nome hoje é do deputado Gelson Merísio. Os outros partidos estão fazendo o mesmo. Na hora das composições finais, lá na frente, nada impede que possamos estar juntos novamente. E tem também a questão do segundo turno. Podemos não estar juntos num primeiro momento. Mas juntos depois, se houver segundo turno. Tudo isso vai amadurecer ao seu devido tempo. PSD e PMDB tiveram três governos ótimos juntos, incluindo o segundo mandato do Luiz Henrique e os dois do Raimundo Colombo. Houve boa convivência. Tudo pode acontecer.


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reportagem

A MAIORIA DAS AGRESSÕES CONTRA MULHERES

mar. 2018

por ////

REVISTA VISÃO

foto // SHUTTERSTOCK

revista visão

ACONTECE NO AMBIENTE DOMÉSTICO. OS “COMPANHEIROS” SÃO OS PRINCIPAIS AGRESSORES. E NESTA LISTA TAMBÉM PODEMOS INCLUIR PAIS E FILHOS. É COMUM QUEM FOI AGREDIDA OUVIR FRASES COMO “GOSTA DE APANHAR”, “MULHER DE ‘MALANDRO’”, “O QUE VOCÊ FEZ PARA ELE?”, ENTRE OUTRAS PALAVRAS QUE, NÃO CONDIZEM COM A REALIDADE DE DOR E SOFRIMENTO. UM PENSAMENTO MACHISTA QUE CULPA A VÍTIMA E MINIMIZA A AÇÃO DO AGRESSOR.


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chista, tem de ouvir que há uma onda de mulheres feministas. É muito difícil”. Mesmo com a Lei Maria da Penha, relata que não é fácil ter os direitos garantidos.

Saiu de casa depois de 22 anos de casamento Quando decidiu sair de casa e terminar o casamento de 22 anos, não imaginava que sofreria tanto. As agressões verbais e psicológicas passaram a ter um novo ingrediente: as agressões físicas. “Quando comecei a me envolver com os movimentos sociais e voltei a estudar, percebi que não era aquilo que eu queria para mim e nem para meus filhos. Decidi sair de casa, porque ele não saía, já tinha ido morar com outras mulheres, mas não abandonava o nosso lar”. Para não afetar os filhos, ela queria uma separação amigável, mas o ex-marido não concordava. “As mulheres se sentem rotuladas quando vão fazer a denúncia, muitas não têm para onde ir, não querem ficar na Casa de Apoio à Mulher. É nesses casos que elas retornam para o lar”, afirma a coordenadora e assistente social do Centro de Diretos Humanos, em Lages, Maria Aparecida Fonseca, que desenvolve um trabalho no Centro de Diretos Humanos, localizado na Rua Correia Pinto. A coordenadora conta que as mulheres são orientadas – quando procuram – e encaminhadas para a rede assistencial, para a Secretaria de Políticas para a Mulher ou para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). “Ligamos para os centros de referências, se a mulher já é referenciada e qual o programa que está sendo acompanhada”, Maria explica sobre

o trabalho que realiza. Porém, ressalta que o órgão busca fortalecer a prevenção e trabalhar o empoderamento das mulheres das periferias.

Núcleos de Promotoras Legais Populares Um dos trabalhos mais fortes é nos bairros e comunidades, com o fortalecimento de uma rede de apoio por meio dos Núcleos de Promotoras Legais Populares, onde se tem um contato mais próximo com as vítimas. Muitas vezes, são essas promotoras que levam ao conhecimento do centro os casos de agressões, porque muitas das vítimas não conseguem sair de casa para fazer a denúncia. Entretanto, as mulheres das periferias não são as únicas vítimas. Mulheres de todas as classes sociais passam por isso. “A gente percebe muito que elas não denunciam. O processo da violência é [ainda] mais velado e escondido, até pela questão social e o fator econômico”, conta. O centro não absorve apenas os casos de violência contra a mulher, mas também outros tipos de violação de

direitos. Assim que as denúncias chegam, são encaminhadas aos órgãos competentes. A coordenadora espera que possam colher, futuramente, os frutos das iniciativas para diminuir os casos de violência contra a mulher.

De vítima a militante Maria Regina Neto, 52 anos, é a proprietária da residência que abriga a Rede Comunitária Casa de Gente, um espaço voltado para o desenvolvimento da educação popular. Um local onde as mulheres que sofrem algum tipo de violência no Bairro São Pedro – bairro sede da casa – acabam procurando para serem orientadas. “Já aconteceram alguns casos em que mulheres vieram pedir ajuda para a gente. Muitas aqui no bairro não sabem aonde ir e o que fazer em casos de agressão”, conta. A falta de conhecimento acerca dos direitos acontece porque muitos dos casos de violência contra a mulher ocorrem aos finais de semana, quando os órgãos competentes estão fechados. E a realidade de algumas vítimas torna difícil o deslocamento até a polícia. foto // REVISTA VISÃO

u já passei por isso”. A frase da lageana, mãe de três filhos, que prefere não se identificar, está carregada de sofrimento. Essa compreensão vem logo após dizer que entende o que sentem as mulheres vítimas de violência ao buscarem atendimento na Delegacia da Mulher. Ela sofreu violência física do ex-marido e teve de passar pelo “constrangimento de denunciar em uma delegacia”. “[A gente] chega lá, vai fazer a denúncia e se depara com um homem que já é grosseiro na maneira que vai te interrogar. Já dá vontade de virar as costas e ir embora”, declara. Quando teve de fazer a denúncia, a mulher conta que a estrutura burocrática da polícia é tão “vitimadora” quanto a agressão que se está passando. Isso porque, ao denunciar, a mulher precisa contar várias vezes a história de violência que sofreu. “Para mim, esse processo foi muito doloroso”, diz. Quando tomou a decisão de se libertar, sentiu o machismo na alma, “como um punhal através das atitudes do filho, que na época achava que o pai estava certo”. Hoje, ela está bem. Depois de inúmeras sessões de terapia, conseguiu enxergar que a culpa da violência psicológica patrimonial que sofreu, durante anos, não era sua. “Atualmente estou bem com os filhos”, conta. Sofreu todo o tipo de agressão. Desde o companheiro quebrando peças do seu carro – e não ter como provar – até a violência psicológica. Como foi vítima diversas vezes, teve de ir denunciar cada nova agressão, o que a traumatizou muito. Depois de tudo isso, o ex-marido ainda não aceitava a separação. “A Justiça trabalha com provas. E quando você se depara com uma Justiça que ainda é ma-

//// Maria Regina Neto, 52 anos, é a proprietária da residência que abriga a Rede Comunitária Casa de Gente, um espaço voltado para o desenvolvimento da educação popular

revista visão mar. 2018


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Educação para a libertação A educação é a melhor forma para que as mulheres evitem relacionamentos abusivos. Na comunidade que mora, Maria percebe uma triste realidade: as meninas deixam de estudar

muito cedo. Por isso, entende a importância dos projetos na Casa de Gente para incentivar, principalmente as mulheres, a retomarem os estudos. Quando decidiu voltar aos bancos escolares, e terminar o ensino médio, os problemas se intensificaram. “Ele dizia que mulher não precisava trabalhar, era machista, mas eu voltei a estudar mesmo assim”, relata. A determinação dela fez com que fosse mais longe, mesmo com a pressão do marido, que não queria vê-la independente e apesar das constantes humilhações e de ouvir que não era capaz, conseguiu seguir em frente. Hoje, pós-graduada, lembra das dificuldades que teve de passar.

A REALIDADE

revista visão mar. 2018

m 2015, a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) divulgou através do site Mapa da Violência, um levantamento de homicídios em todo Brasil. O estudo foi dividido em partes, entre elas o de violência contra a mulher, que foi realizado

em 2012 com os dados referentes aos anos 2008 a 2010. Os índices publicados assustaram a sociedade de modo geral, em especial Lages, que ficou em 1º lugar em Santa Catarina e 17º, no Brasil, com relação à morte de mulheres em decorrência de violência doméstica. A divulgação dos números intensificou

Liberdade Atualmente, vive com um companheiro que não a oprime e a deixa livre para ser quem é. Mas vê na própria família os casos de agressão. Contudo, a oportunidade de esclarecer as pessoas, especialmente as mulheres, é parte da vida de Maria. Ela, que por muito tempo não percebeu a violência do ex-marido – hoje já falecido –, teve a ajuda do

o debate sobre violência, no que se refere a falta de políticas públicas e ações preventivas – e efetivas – que pudessem reduzir o número de mortes e, também, as agressões. A partir daquele ano, organizações não-governamentais e até as governamentais começaram a trabalhar em cima da educação da população, por meio de oficinas e palestras, levando às comunidades informação sobre o assunto. A Câmara de Vereadores foi um dos órgãos que realizou uma série de debates pelos bairros, com especialistas, a fim de levar luz sobre o tema. Os dados coletados pela pesquisa levaram em consideração as mortes violentas, divulgadas no sistema Datasus. Além dessas informações, a violência contra a mulher pode ser percebida pelos no-

filho mais velho, que não admitia os maus-tratos do pai. Foi ele quem teve a ideia da Casa de Gente. “Eles (o filho e uma amiga) tiveram a ideia de montar essa rede comunitária para ajudar as pessoas”. Maria topou. Ela acredita que os números da violência contra a mulher seriam maiores se todas denunciassem. “Muitas acobertam, e infelizmente têm medo. A gente sabe que são ameaçadas, mas não denunciam”, lamenta. Maria Neto faz parte de um grupo de mulheres que conseguiu sair de um relacionamento opressivo. Entretanto, muitas não conseguem porque não percebem que estão sendo violadas – física e psicologicamente – ou por não terem opção. A dependência emocional e econômica impede a libertação.

foto // DIVULGAÇÃO

NÚMEROS AINDA NÃO MOSTRAM

Para Maria, frequentar as aulas e sair para se reunir com os colegas nos grupos de estudos era muito sofrido, pois o marido a acusava de estar se encontrando com outros homens. Depois de inúmeras discussões, um dia apanhou e ouviu muitas humilhações. “As agressões verbais foram piores que a violência física”, compara.

foto // SHUTTERSTOCK

A empatia de Maria Neto com as mulheres vítimas de violência doméstica é por conta da própria história. Depois de um casamento de 32 anos, decidiu sair de casa. Estava cansada de sofrer opressão de um marido que não aceitava que ela estudasse e buscasse a independência. Para chegar à vida que leva hoje, morando com dois dos três filhos, com um companheiro que a respeita e desenvolvendo um projeto que ensina artesanato para mulheres, o Casa de Marias, teve de lutar muito.

//// Josilaine Antunes (“Jô”), professora doutoranda em Educação e pesquisadora do grupo Gênero Educação e Cidadania na América Latina (Gecal)

ticiários e números de agressões nas estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina. A exemplo disso, no primeiro trimestre de 2017 houve um aumento de 23,88% nos casos, comparando com 2016.


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mulher ou doméstica, como é tipificado? Como feminicídio? Como homicídio?”, questiona a professora. Os números tiveram um salto enorme e a posição de Lages pode refletir o verdadeiro cenário.

Enfrentamento do problema

Novos números

MAPA DA VIOLÊNCIA UM RETRATO NUMÉRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, EM LAGES, SANTA CATARINA E BRASIL

2012

(ANO DE REFERÊNCIA 2008 - 2010)

2015

(ANO DE REFERÊNCIA 2009 - 2013)

POSIÇÃO DE LAGES NO BRASIL

POSIÇÃO DE LAGES NO BRASIL

POSIÇÃO DE LAGES EM SANTA CATARINA

POSIÇÃO DE LAGES EM SANTA CATARINA

ções a serem analisadas no Mapa da Violência. Primeiro, que não dá para negar que os números do levantamento estão equivocados. “Até porque nós sempre tivemos como referência para apontar a vio-

lência, em Lages, o Mapa de 2012. Então, o de 2015 está equivocado”. A segunda, é: Como estão sendo tipificadas as mortes? “Quando uma mulher é morta por seu companheiro ou por situação de violência contra a

17º

714º

1º 12º

fonte // MAPADAVIOLENCIA.ORG

Além disso, o Observatório da Mulher contra a Violência constatou um aumento de 29% no número de mulheres que sofreram algum tipo de violência no Brasil. Números que revelam a realidade e contrastam com o recém-divulgado Mapa da Violência 2015. Esse novo levantamento, feito há três anos, mas divulgado somente em 2017, trouxe informações completamente diferentes daquelas que o país vinha trabalhando. Isso porque a base de referência do estudo levou em consideração os anos de 2009 a 2013. Ou seja, encontram-se nessa nova pesquisa, anos de referência (2009 e 2010), que já haviam sido levados em consideração no estudo anterior. Assim feito, o mapa colocou Lages na posição 714º, no Brasil, e 12º em SC, com relação a morte de mulheres em decorrência da violência. A professora doutoranda em Educação e pesquisadora do grupo Gênero Educação e Cidadania na América Latina (Gecal), Josilaine Antunes (“Jô”), pondera duas situa-

Ao mesmo tempo, Jô analisa que o município teve muitas campanhas contra a violência nos últimos anos. Além disso, tem a Secretaria de Política para Mulheres, entre outras ações de enfrentamento que já foram realizadas – e continuam a acontecer. “Isso também é um ponto que temos de levar em consideração, porque de alguma forma, nesses quatro anos tem algum impacto”. Em quatro anos, Lages teve um enfrentamento contundente, sejam as organizações não-governamentais, as governamentais – a partir de uma secretaria –, um conselho e a Casa da Mulher, houve a luta, segundo a pesquisadora. “Esse debate esteve em pauta e de alguma forma isso vai impactar na formação dos sujeitos, da população, na tomada de consciência. Pelo menos os homens agressores e a sociedade se cuidam um pouco mais, sabendo que vão ser responsabilizados por seus atos”, completa. “Mas nós não podemos também deixar de pensar e analisar os números. Todos os dias quando se abre o jornal constata-se um aumento assustador [nos números]”. Jô conta que a secretaria está alarmada com a quantia de denúncias que estão fazendo, em menos de um ano. “Então, a violência contra a mulher está aí, é uma realidade, que temos de enfrentá-la”. Contudo, quanto ao Mapa da Violência, é uma incógnita que tem de se pensar,” conclui a professora.

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saúde

SENTIMENTOS vivenciados por mulheres com Câncer de Mama

PENSANDO NO ACOLHIMENTO MAIS HUMANIZADO

E NO BEM-ESTAR DOS PACIENTES, A ANIMI É A PRIMEIRA CLÍNICA PRIVADA DO SUL DO PAÍS A DISPONIBILIZAR A TOUCA DE RESFRIAMENTO CAPILAR. O APARELHO MINIMIZA E EVITA A QUEDA DE CABELO NAS PACIENTES QUE FAZEM QUIMIOTERAPIA. câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres. A cada ano cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama. Inicialmente, o câncer de mama se manifesta como um pequeno tumor imóvel e indolor que, com o

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curso natural da doença, aumenta de tamanho, tornando-se mais facilmente palpável, podendo causar metástases para as axilas ou para órgãos à distância se não descoberto a tempo. No que se refere às vivências das mulheres portadoras de câncer, a literatura aponta que além dos aspectos relacionados ao físico, como dor e mutilações, as mulheres passam por forte impacto psicológico, resultando em sentimentos de várias intensidades e naturezas, como medo, dúvida, angústia e ansiedade. A vivência do

diagnóstico de câncer de mama confronta a mulher com uma série de eventos estressores, compatíveis com o enfrentamento de uma doença que ameaça sua integridade física e que exige cuidados intensivos, além das repercussões emocionais em relação a um tratamento longo, invasivo e turbulento. É uma experiência assustadora, ela sente-se angustiada, insegura e preocupada com o tratamento, efeitos colaterais e sobrevida. Desse modo, temos que pensar no câncer de mama e em toda a sua amplitude. A mulher acometida por essa doença não tem apenas o seu corpo modificado, mas também a sua imagem corporal e diferentes aspectos da sua vida social e afetiva. Ao receber esse diagnóstico, ela passa a vivenciar a expectativa de um futuro incerto, de um caminho de dificuldades, que vem acompanhado do medo da morte e mutilação. Diante desse contexto, a equipe ANIMI encontrou uma maneira de acolher essas pacientes de uma maneira mais humanizada e adquiriu um aparelho chamado de touca de resfriamento capilar em outubro de 2017 para minimizar e evitar a queda de cabelo nas pacientes que fazem quimioterapia. Dra. Maitê de Liz Vassen Schurmann participou do Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que ocorreu em outubro de 2017 no Rio de Janeiro e lá conheceu o fabricante dessa máquina. E pensando nas pacientes, a ANIMI providenciou a aquisição do equipamento. Esse aparelho

já está em pleno funcionando na ANIMI desde novembro de 2017 e tem obtido ótimas experiências com as pacientes. Trata-se de uma touca rígida feita em plástico de engenharia ABS, que deve ser acoplada ao equipamento gerador de ar extremamente frio. É um sistema silencioso, confiável, fácil de operar e confortável ao paciente. Superou todos os métodos até hoje utilizados. A ANIMI é a primeira clínica privada do Sul do País que está utilizando essa máquina, porque tem enorme preocupação com o bem-estar e autoestima das suas pacientes. Sabe-se que o resfriamento do couro cabeludo é um método efetivo para reduzir o risco de perda de cabelo induzida por quimioterapia. Esse dispositivo é usado durante cada sessão de quimioterapia. O resfriamento do couro cabeludo deverá começar pelo menos 15 minutos antes do início da quimioterapia, continuar durante a infusão, e por mais 90 minutos após o término da infusão do medicamento. Para os oncologistas da Animi, a questão vai além da estética: “A perda do cabelo não é apenas mais um dos efeitos colaterais do tratamento contra o câncer. Constitui um dos fatores de maior impacto psicossocial, especialmente para as mulheres, podendo afetar severamente a autoimagem e a identidade, bem como a capacidade de enfrentamento da doença”, destaca Dra. Maitê. “Estamos felizes em poder oferecer esse cuidado diferenciado para as nossas pacientes”, complementa Dra. Maitê.



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COLEÇÃO OUTONO/INVERNO LOJA CADILLAC loja Cadillac nasceu de um sonho da empresária Jesana Antunes, e já vai completar 6 anos de existência. “Nossa missão é fazer a diferença na vida das mulheres, fazendo com que se sintam lindas”, declarou a proprietária. A loja tem exclusividade em Lages nas marcas Colcci e Forum, que se completam.

Xadrez Fenômeno na década de 80, quando o grunge era o estilo musical do momento, o xadrez surge repaginado no inverno, com tendências como saia Midi, a camisa xadrez e o trend coach (que foi a peça hit nas últimas semanas de moda europeia), com quadradinhos de todos os tamanhos. São tendências para você investir na coleção outono/inverno 2018.


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Sobreposição Truque fashion de sobreposição: misturar peças é uma alternativa para deixar a produção cheia de estilo.

Veludos Tecido que teve seu auge nos anos 70, o veludo retorna com tudo em 2018, resultando em looks elegantes e cheios de personalidade.

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Já pensou em sair do trabalho com seu jeans e não precisar trocar de roupa chegando na academia? Pois é, para a Colcci agora isto é possível. Batizada de Extreme Power, a nova linha traz peças com a tecnologia dual fix, uma fibra de poliéster que, quando esquentada, transforma-se em líquido. A novidade conta com um tecido mais firme, difícil de lacear e ultra confortável. Em Lages, você encontra esses produtos com exclusividade na loja Cadillac.

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O inverno pode ficar florido com a tendência dos bordados. Super versátil, a trend transita entre os looks do dia e da noite. Transparência + bordados: a união de duas apostas fashionistas resulta em um look que desperta o desejo, sexy e romântico ao mesmo tempo.

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revista visão mar. 2018

Assim que as temperaturas caírem, alguns tecidos surgem para nos ajudar a manter o look quentinho e estiloso. O couro, por exemplo além de ser um item básico, voltou com recortes mais modernos em jaquetas, vestidos e calças.


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tecnologia & inovação

ÓRION PARQUE: O LEGADO DA INOVAÇÃO NA SERRA CATARINENSE

Órion Parque tem trabalhado para ativar o Ecossistema de Inovação da região e ser referência no apoio ao empreendedorismo inovador, visando promovê-lo por intermédio da criação de negócios de alto valor agregado, para fortalecer a atração de investimentos e unir o poder público com o setor privado e as instituições de ensino.

O INÍCIO

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Ver Lages se desenvolver neste segmento sempre foi o anseio do líder empresarial da cidade, Roberto Amaral. E, a passos largos, hoje ele vê com entusiasmo o projeto criar corpo. O início dos estudos se deu na década de 90, quando avistava o prédio centenário no alto do Morro do Posto – local onde hoje funciona a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). “Eu pensava sobre como aquela imponente edificação estaria contribuindo para o desenvolvimento econômico de Lages e da região serrana, assim

como na transformação do conhecimento em empresas e negócios”, recorda-se Amaral. Inquieto com a vontade de ver o desenvolvimento da região como o Ecossistema da Inovação da Serra Catarinense, Amaral viu, em meados de 1993, a oportunidade de aplicar aqui o que já vinha sendo feito em outras partes do mundo. Exercendo seu primeiro mandato frente à Associação Empresarial de Lages (Acil), foi convidado pelo então governador de Santa Catarina, Vilson Kleinübing, a conhecer os trabalhos de inovação nos países na época chamados Tigres Asiáticos – Taiwan, Coreia do Sul, Cingapura e Tailândia – onde conheceu as Cidades da Ciência, sendo que a interação das empresas com os pesquisadores e com recursos do governo fomentava a inovação e, consequentemente, o desenvolvimento.

TRÍPLICE HÉLICE Nessa época já se falava na integração da tríade Governo/

Universidade/Empresa que caracterizam a chamada Tríplice Hélice, termo criado para descrever o modelo de inovação. “Após vários anos de estudos, num trabalho a muitas mãos, Lages foi pioneira nestes Centros “da” Inovação com o Órion Parque, pela necessidade de desenvolver este eixo da economia criativa e de base tecnológica, com o modelo da Tríplice Hélice, para o seu desenvolvimento regional Sustentável”, explica Roberto Amaral. Com o passar dos anos, as ideias foram tomando maiores proporções e, entre 2003 e 2005, com o incentivo do então governador do Estado, ex-senador e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Luiz Henrique da Silveira, procurou a criação do BioSantaCatarina em Lages. O centro seria criado com a base de conhecimento da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), através do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV-Lages), voltados à Biotecnologia animal e vegetal, para que mais

INAUGURADO HÁ POUCO

MAIS DE UM ANO E MEIO, O CENTRO DE INOVAÇÃO LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, DO ÓRION PARQUE TECNOLÓGICO DE LAGES, FOI O PRIMEIRO DOS 13 CENTROS DE SANTA CATARINA A ESTAR EM PLENO FUNCIONAMENTO. por //// fotos ////

REVISTA VISÃO ARQUIVO SCC E ÓRION PARQUE

tarde pudesse apresentar o ecossistema voltado às “Ciências da Vida”. “As pesquisas foram intensas. Junto com mais 12 representantes das entidades empresariais, prefeitura, governo estadual e universidades, fomos conhecer o BioRio, Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro e também as estruturas do BioMinas no estado de Minas Gerais, o que nos deu mais fundamentos para entender melhor o nosso projeto”, conta. Já no seu terceiro mandato frente à Acil, em 2007, Roberto Amaral viu a necessidade de dar continuidade aos trabalhos para a constituição do Órion Parque e, para isso, o Núcleo de Tecnologia da Informação da Entidade, encampou a ideia com entusiasmo. “Lages não podia ficar fora da Economia do Conhecimento”,


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//// Com o governador Vilson Kleinübing visitando a Cidade da Ciência na Coreia do Sul – 1993

//// Catarinenses no Parque Científico de Lleida, Catalunha em 2011

//// Roberto Amaral, líder empresarial de Lages

afirma. Desde a ideia, construção, desenvolvimento e consolidação do Órion Parque, demandaram apoio e recursos de várias administrações governamentais, especialmente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina (SDS) e Governo Estadual, mesmo sendo uma obra executada pelo Município.

INSTITUTO ÓRION Após conversas e pesquisas, deu-se início ao projeto para a construção do parque tecnológico e também a formalização da entidade gestora, o Instituto Órion, constituído em 2011, sendo uma Organização Não

//// Visita ao Parque Científico de Barcelona (PCB), GEPIC 2012

Governamental (ONG) com base na Tríplice Hélice (com seu Conselho de Administração formado por representantes dos Governos – das três esferas – Universidades e Empresas – especialmente entidades empresariais como ACIL E CDL). O Instituto é formado por 13 conselheiros – dois do governo estadual e dois do governo municipal; quatro empresários e quatro pessoas do meio acadêmico, com a Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Campus Lages e a Fundação Carlos Joffre (FCJ), sendo Roberto Amaral o primeiro presidente do Instituto Órion e reeleito em 2015. “Foram mais de 20 anos

de estudos e pesquisas até que o projeto ganhasse forma e chegasse onde está hoje. O Órion Parque faz parte da minha vida desde a sua idealização até a concretização do projeto”, afirma Amaral. Um ano depois da formalização do Instituto, em 2012, o projeto do Centro de Inovação foi lançado. “A partir daí vimos os trabalhos se intensificarem. Tudo foi construído e planejado para que as empresas sejam incentivadas a empreender e inovar, buscando contribuir socioeconomicamente com a região apoiando as novas vocações, integrando a Biotecnologia (animal e vegetal) e Tecnologia da Infor-

mação para criar uma cultura inovadora, empreendedora e competitiva”, pondera. Nesse meio tempo, ainda em 2012, Amaral foi buscar ferramentas para melhor desenvolver esse papel e, para sua tese doutoral e pós-doutoral, pesquisou sobre parques tecnológicos da Catalunha, na Espanha. Durante quatro meses, como pesquisador da UFSC/ FAPESC/FINEP, estudou os parques da Catalunha e participou de importantes encontros, como o curso de Gestores de Polos de Inovação e Cluters (GEPIC) na Universidade de Barcelona.

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REALIZAÇÕES DO INSTITUTO ÓRION

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Principais realizações desta administração do Instituto Órion junto com Município e Estado, em consonância com os conceitos da Tríplice Hélice: Empresas-Universidades-Governos: • Compra do terreno, projetos, cons-

• ÓrionLab: simplificação dos proce-

trução, aparelhamento, divulgação e

dimentos para instalação de novas

funcionamento do Centro;

empresas no Centro de Inovação,

• Assinatura do convênio, junto ao Governo do Estado-SDS na ordem de R$ 551.224,00, que garante o custeio das atividades do Órion Parque para 2018;

//// Roberto Amaral recebendo estudantes do ensino médio no Órion Parque Tecnológico – 2017

• Reuni Experience: Incentivo ao empreendedorismo – iniciativa para o

de startups;

crescimento do ecossistema da ino-

o terceiro em maior número de candidaturas ao Sinapse da Inovação 2017;

• Fonte de fomento e financiamento com mais de dez entidades, entre nistério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, SEBRAE,

priedade Intelectual;

BADESC, Fapesc, BNDES, entre outros;

de Núcleos de Inovação Tecnológica

• Mais de 20 empresas parceiras e/

(NITs), visando criar debate entre

ou incubadas no Órion, entre elas:

Instituições Científicas, Tecnológicas

Ciacon, Canal Telecom, Serkat, Bubl-

e de Inovação (ICTs);

lez, 90inove, Echosis, Flex Contact

sanal Serrano – entrega da requisi-

mar. 2018

Parque desde a inauguração;

Núcleo de Projetos, Negócios e Pro-

Geográfica com foco no Queijo Arte-

revista visão

• 235 eventos de Inovação no Órion

elas: Finep Inovação e Pesquisa, Mi-

• Sediou o Seminário de Indicação

Construído o primeiro edifício do Órion Parque, denominado Centro de Inovação Luiz Henrique da Silveira, possui quatro pavimentos com 4.097,11 metros quadrados de área total construída, contendo 35 salas para alojar empresas e startups de tecnologia com projetos incubados e residentes. Localizado na Rua Heitor Villa-Lobos, bairro São Francisco, ao lado do Instituto Federal – IFSC Campus Lages – em um terreno de

vação na região;

• Escritório de Projetos do Gênesis-

• Foi sede do 3º Seminário Catarinense

Esse período de estudos resultou na tese doutoral: “A Arquitetura da Liderança nos Parques Científicos e Tecnológicos da Catalunha: Uma Abordagem Estratégica”, o que gerou maior alicerce para fazer o modelo de Ecossistema da Inovação. “Minha tese doutoral tem como objetivo contribuir para a governança eficaz dos parques tecnológicos e centros de inovação”, explica.

• ÓrionConnect – Empoderamento Di-

Exponential Business – aceleradora

presas contempladas. O município é

A INAUGURAÇÃO

incubados;

• Apoio às empresas junto com a Spin

Inovação catarinense, com 11 em-

//// Roberto Amaral apresentando o Órion Parque Tecnológico de Lages aos alunos do CEDUP – 2016

dores ou com potencial para serem

gital à Melhor Idade;

• Consolidação de Lages no pódio da

//// Estudantes do município de Bocaina do Sul em visita ao Órion Parque Tecnológico – 2017

para o fomento de Projetos Inova-

Center, Senac, NDDigital, Biosul, MG Tek, Softecsul, Ronnin, Scienco, entre outras;

ção de registro da Indicação Geográ-

• São parceiros do Órion: SDS- Gover-

fica (IG) do Queijo Artesanal Serrano

no do Estado, Prefeitura de Lages,

ao Instituto Nacional da Propriedade

FAPESC, FIESC, Câmara de Vereado-

Industrial (INPI), através da Federa-

res, Amures, SEBRAE, UFSC, UDESC,

ção das Associações de Produtores

Uniplac, IFSC, iBem Pós-graduação,

de Queijo Artesanal Serrano de SC e

Epagri, ACIL, CDL Lages, Cisama, In-

RS (Faproqas);

veste SC e Adrel.

90 mil metros quadrados, a estrutura do Órion Parque ainda apresenta aproveitamento da luz solar, elevador panorâmico, Video Wall, quatro auditórios para convenções, seis salas de reunião, laboratório de informática, praça de alimentação e área de convivência. Inaugurado no dia 24 de junho de 2016 pelo então governador Raimundo Colombo e pelo então prefeito Elizeu Mattos, Lages assinou importante página na história referente à evolução tecnológica

da região serrana do Estado. Empresas-satélite edificarão suas estruturas nos espaços em torno do edifício central do Órion Parque, como a lageana NDD – empresa de desenvolvimento de Software – e uma unidade da Faculdade de Tecnologia da Informação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), esperando apenas a resolução de impasses burocráticos. Sendo um habitat de inovação, o Órion Parque visa fortalecer o ecossistema em-


99 29 98 28

foto // GUGU GARCIA

//// Reunião com os membros do Conselho de Administração do Instituto Órion

//// Vista externa do Centro de Inovação Luiz Henrique da Silveira

//// Valmir Tortelli, Roberto Amaral e Raimundo Colombo na inauguração do Órion Parque Tecnológico em 2016

//// Discurso do então prefeito Elizeu Mattos na solenidade de inauguração do Órion Parque Tecnológico – 2016

preendedor da região serrana, buscando convergir serviços e equipamentos de uso comum das empresas e das universidades, criando uma economia de espaços criativos e inovadores. Possibilitando contar com setores jurídicos, de tecnologia da informação, de manutenção do Parque e da administração geral do mesmo, engloba serviços comuns a favor do desenvolvimento sinérgico direcionado ao processo de inovação, tendo como fio condutor o Capital Social e Intelectual eficaz e gerador de competitividade.

TRABALHO EFETIVADO Depois de inaugurado, os desafios foram lançados e os trabalhos no Órion não param. Focando em delinear a vocação para o Ecossistema da Inovação, trabalha para integrar a Biotecnologia (animal e vegetal) e Tecnologia da Informação (TI), ativar a cultura empreendedora e privilegiar o Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) Endógeno, ou seja, por intermédio do processo de crescimento econômico, ampliando a agregação de valor sobre a produção, bem como da capacidade de

absorção do Capital Humano qualificado. Para isso oferece apoio de entidades, acesso a investimentos, Networking, Assessoria e Mentoria: Jurídica, Contábil, Propriedade Intelectual, Planejamento Digital, Gestão Estratégica, Gestão Empresarial e toda infraestrutura necessária.

SUCESSÃO NO INSTITUTO ÓRION Roberto Amaral esteve por sete anos à frente ao Instituto Órion. Foi um dos instituidores e primeiro presidente. Agora, assume a presidência do Instituto o também empresário Valmir Tortelli (NDDigital), que já havia assumido em outros

impedimentos do titular. A decisão de afastamento, por questões éticas, foi motivada pela possibilidade de sua participação no próximo pleito eleitoral, visto que seu segundo mandato iria até o início de 2019. Amaral entrega a presidência do Órion com a certeza de dever cumprido, deixando um legado inegável a Lages e à região serrana. “Criar uma cultura inovadora e empreendedora, articulando ações para ativar o Ecossistema de Inovação e viabilizar negócios inovadores com alto potencial de crescimento para transformar a economia da região, essa é a missão do Órion Parque”, reitera Roberto Amaral.

revista visão mar. 2018


foto // ALESSANDRO CASTILHOS

30 31

//// Rogério e Lucimeri Sartor com Rosangela Freitas e Antônio Casali comemorando o sucesso do Luau no Clube Caça e Tiro

foto // GUGU GARCIA

//// Andrei Ramos Rosa Pereira e Vanessa De Nez Soares Pereira festejando o aniversário do pequeno Francisco. A família está ansiosa à espera de Sofia

foto // GUGU GARCIA

por ////

“O

SUELY MIYAKE

dia da Mulher deveria ser comemorado todo dia. Mas o mundo escolheu o 8 de

Março para reverenciá-la. Esta data só vem a reforçar a convicção de seu exemplo de determinação, sempre em busca da ampliação de seus direitos na consolidação do papel fundamental que desempenha na nossa sociedade. Parabéns a todas as mulheres que com seu amor e delicadeza contribuem para um mundo melhor!

revista visão mar. 2018

Beijos, Suely. //// Michele Schurmann Ribeiro, Pedro José Schurmann, Jane Specht Schurmann e Pedro Ervin Schurmann. Família reunida para prestigiar grande evento


31 30 foto // GUGU GARCIA

foto // GUGU GARCIA

//// Francine e Agenor Coldebella felizes da vida inaugurando nova Clínica //// Os empresários Candida Abou Wadi e Hussein Mohamad Abou Wadi ao lado da filha Daruichi Abou Wadi

foto // GUGU GARCIA

foto // GUGU GARCIA

//// Gabriela Batalha, Diego e a mana Vitória, no aniversário de 1 aninho de Rogério

//// A dermatologista Dra. Camila Castaldo Tessarollo com o esposo Thammy Tessarollo e seus lindos filhos Maria Fernanda e André

foto // GUGU GARCIA

foto // GUGU GARCIA

//// O elegante casal Jorge e Marisa Bernardes //// Monique Oliveira Grisolia comemorando sua formatura em Fisioterapia com as amigas Karolina, Fernanda, Janaina, Gabriella, Gabriela e Paula

revista visão mar. 2018


foto // MARCOS NARCISO AGOSTINI

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parcerias

CISAMA:

“ JUNTOS A GENTE PODE FAZER MAIS”

UM EXEMPLO DE SUCESSO QUANDO SE FALA NA FORMULA-

ÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COLETIVAS É O CISAMA, CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DA SERRA CATARINENSE, INSTITUIÇÃO QUE FUNCIONA JUNTO E EM PARCERIA ESTREITA COM A AMURES. NOS ÚLTIMOS ANOS, FRUTO DE UM INTENSO TRABALHO DE ARTICULAÇÃO E PARCERIAS, O CISAMA FOI E É RESPONSÁVEL POR INÚMERAS CONQUISTAS //// LORENO SIEGA PARA O POVO SERRANO. por

revista visão mar. 2018

frente do Cisama, na sua coordenação político/institucional, esteve durante o ano de 2017 o prefeito Tito Freitas, de Capão Alto. “O Cisama é um grande exemplo prático de que juntos somos mais fortes”, disse ele. “Com uma equipe técnica reduzida, mas muita disposição para o diálogo e para as parcerias, o consórcio tem conseguido superar inúmeras dificuldades e barreiras”, sinalizou o prefeito. Na Coordenação da equipe está o Diretor Executivo Selênio Sartori, que por muitos anos atuou com projetos de desenvolvimento local e regional sustentável, cooperativismo de crédito e produção agroecológica no Centro Vianei de Educação Popular. “Através da cooperação os gestores municipais conseguem levar adiante políticas públicas eficazes e eficientes à população. Estabelecendo parcerias com o Governo Federal e Estadual, Universidades, entidades de cooperação e regulação e da

sociedade civil. E cabe a nós, e à nossa equipe do Cisama, ajudar os gestores municipais a promover as devidas amarrações para que esses arranjos aconteçam em benefício de projetos coletivos para a população destes 18 municípios”, frisou. Tito Freitas explica que o Cisama funciona por programas. E que tudo é feito através de um planejamento anual. “Esse planejamento de trabalho é apresentado pela equipe do Cisama ao conjunto dos prefeitos, que avaliam, sugerem e no final todos se colocam à disposição para ajudar”, informou Tito Freitas.

Programas de trabalho do Cisama

1.

Atenção à Sanidade Agropecuária – Serviço de Inspeção Coordenado pela Médica Veterinária Andressa Steffen Barbosa, esse programa já tem cadastradas e acompanha sistematicamente 54 pequenas

agroindústrias no âmbito da Amures, que juntas representam 353 diferentes produtos da agricultura familiar, com mais de 700 diferentes rótulos e especificações técnicas. Esses produtos são comercializados sob uma mesma marca regional denominada “Sabor Serrano”. De acordo com a coordenadora, o Serviço de Inspeção Municipal – SIM - atua no âmbito dos municípios, com 12 médicos veterinários contratados. Mas segue os preceitos, normas e metodologia do Sistema Brasileiro de Inspeção (SISBI). O Queijo Artesanal Serrano, com 35 queijarias, por exemplo, é um desses produtos, que inclusive encontra-se com pedido de equivalência do SIM ao SISBI no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, para poder ser comercializado em todo o território nacional.

2.

Saneamento Básico – Atua com água, esgoto e resíduos sólidos É coordenado no Cisama pela engenheira sanitarista Katynara Goedert. Neste programa, os vários municípios da Serra Catarinense estão trabalhando para implantar seus respectivos sistemas de coleta e tratamento do esgoto sanitário, bem como os devidos cuidados com as nascentes e a água de abastecimento dos municípios e da população rural, além de um trabalho intenso com a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Neste programa, 11 diferentes

municípios estão implantando ou em vias de implantar projetos de saneamento básico com recursos da Fundação Nacional de Saúde - FUNASA. Em alguns desses municípios os projetos já estão aprovados como Capão Alto, Bom Retiro e Urupema, entre outros em fase de elaboração e análise. Na questão dos resíduos sólidos, o Cisama coordena o Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborado pelo CAV/UDESC. Para implantação de suas metas, já foram destinados recursos de emenda da Deputada Federal Carmen Zanotto para implantação de três reciclagens: Campo Belo do Sul (que atenderá também os municípios de Capão Alto, Cerro Negro e Anita Garibaldi); Otacílio Costa (com os municípios de Palmeira e Bocaina do Sul) e São Joaquim (com a participação de Bom Jardim da Serra). As centrais serão geridas por cooperativas de trabalho de catadores de materiais recicláveis, que são assessoradas pela ITCP/UNIPLAC.

3.

Educação Municipal É um programa recente, implantado em 2017 e coordenado no Cisama pelo Professor Dr. Carlos Eduardo Moreira. “É um arranjo cooperativo para o desenvolvimento da educação pública municipal na Serra Catarinense.”, explicou o coordenador. “Em sua primeira fase está sendo feita uma revisão na legislação municipal do Sis-


33 32

4.

Regularização de Cascalheiras Uma grande dificuldade dos prefeitos, nos últimos anos, foi extrair e utilizar cascalho para conservar e melhorar as condições das estradas rurais. A legislação brasileira pertinente ao assunto é extremamente restritiva e exigente. E para regularizar cada cascalheira demandava-se muito tempo, conhecimento técnico e dinheiro. A solução foi a contratação dos serviços em conjunto através do Cisama, que contratou um Engenheiro de Minas, Rogério Pereira Lopes, para coordenar o programa, atuar na questão das regularizações dessas cascalheiras junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral e FATMA, permitindo a sua exploração e uso, dentro das normas preconizadas pela legislação. O estabelecimento de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) envolvendo o Ministério Público, Fatma, Polícia Ambiental, Municípios e Cisama possibilitou a implementação da regularização dentro de metas e prazos possíveis de serem atendidos, sem prejuízo ao meio ambiente. Até agora, em pouco tempo, já foram regularizadas um total de 47 cascalheiras, o que está fa-

foto // ONERIS LOPES / AMURES

tema de Ensino, o trabalho de fortalecimento dos Conselhos Municipais de Educação e o acompanhamento das metas dos Planos Municipais de Educação, além de outras demandas das secretarias Municipais de Educação”, acrescentou. “Assim como na Assistência Social, o Cisama atua na Educação de forma complementar, somando aos agentes dos municípios e apoiando na execução e na efetividade das políticas educacionais”, destacou. O objetivo principal, claro, é melhorar os níveis de eficiência e qualidade da educação nos vários municípios.

cilitando a vida sobremaneira dos municípios. Esse programa, agora, vai ampliar seu escopo voltando-se para dar apoio aos municípios na questão das estradas rurais.

5.

Assistência Social Programa coordenado no Cisama pelo Assistente Social Lauro Francisco dos Santos Filho. Assim como na educação, busca acompanhar, estabelecer parcerias e implementar políticas de assistência social, quer seja com as populações de maior vulnerabilidade social, idosos, crianças e jovens, quer seja com os demais envolvidos. O programa atualmente concentra forças na formação de uma estrutura de apoio aos abrigos municipais de crianças e adolescentes. A qualificação dos agentes que atuam neste setor nos municípios, bem como articulações em nível regional, como a formação do Fórum Regional da Assistência Social, também tem demandado bastante trabalho do Programa.

6.

Saúde Fiscal É um programa concebido pela AMURES, através da assessora jurídica da advogada Zenalda Martins Vanin de Moraes, visando atender a um termo de cooperação firmado pelos municípios com o Ministério Público. Nele está prevista a criação de um conselho intermunicipal de tributos no Cisama, como segunda instância para os contribuintes recorrerem nos casos em que não sejam sanados prejuízos à ordem tributária local. Criado no final de 2017, com a parceria da Prefeitura Municipal de Urupema que cedeu quatro dias por mês seu fiscal de tributos: o advogado Luciano Anzilieiro para coordenar o Programa. Visa fortalecer os municípios nas questões fiscais/tributárias e de incremento de receitas. Para além do Conselho, o programa

//// Tito Freitas, prefeito de Capão Alto e Coordenador político/institucional do Consórcio Intermunicipal da Serra Catarinense (CISAMA)

visa apoiar os fiscais e auditores de tributos dos municípios em atividades de capacitação, trocas de experiências, implementação de ferramentas e procedimentos administrativos, atualização/revisão da legislação tributária, código de obras, cadastro multi-finalitário, culminando com a atualização/revisão do plano diretor dos municípios.

“Costuramos parcerias” Embora funcione no mesmo prédio – e em estreita sintonia com os projetos levados adiante pela Amures, o Cisama tem autonomia de trabalho e receitas específicas para se manter. Para a manutenção da sua estrutura de pessoal, apoio e coordenação dos vários programas, cada município contribuiu através de um contrato de rateio de seus programas entre os 18 municípios. Além disso, a equipe técnica busca recursos em projetos específicos junto ao Governo Federal, Governo do Estado e até através de emendas parlamentares ou recursos oriundos do Judiciário ou da Polícia Ambiental (TACs e multas ambientais). Porém, o grande diferencial

do Cisama é promover e articular parcerias. Isso acontece de maneira permanente com a própria Amures. Mas também com os vários municípios (Executivos e Legislativos), com Ministérios (Agricultura, Cidades, Fundação Nacional da Saúde, MEC, MAPA e outros), Epagri (queijo artesanal serrano, por exemplo), Cidasc, CAV/Udesc, Uniplac - Incubadora tecnológica de Cooperativas Populares - (ITCP), IFSC, Órion Parque Tecnológico, Ministério Público (Federal e Estadual), Polícia Ambiental, Governo do Estado, ADRs de Lages e de São Joaquim, entre outras. “As parcerias permitem otimizar recursos humanos e financeiros, bem como experiências e saberes nos mais diferentes setores e áreas. E colocar tudo isso a serviço de projetos comuns dos municípios da Serra Catarinense”, resumiu o prefeito Tito Freitas, um grande entusiasta do Cisama. No dia 26 de fevereiro, em reunião dos prefeitos da Amures, aconteceu a transição do prefeito Tito Freitas (Capão Alto) para Luís Carlos Xavier (Tio Ligas – Otacílio Costa) no comando do Cisama para o exercício de 2018.

revista visão mar. 2018


34 35

cooperativismo

CREDICOMIN FARÁ A MAIOR AGO DE SUA HISTÓRIA

CREDICOMIN – A MAIOR COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LAGES – MARQUE EM SUA AGENDA A DATA DE 28 DE MARÇO. NESTE DIA, A PARTIR DAS 19 HORAS, SERÁ REALIZADA NO CENTRO SERRA A ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA INSTITUIÇÃO (AGO 2018). por ////

LORENO SIEGA

e acordo com o Diretor Executivo da Credicomin, Cláudio Roberto Muniz, esta será até hoje a maior AGO já realizada pela instituição. “Queremos neste evento a presença de no mínimo 700 cooperados, que são os verdadeiros donos da cooperativa”, disse.

Motivos para isso não faltam: “Em primeiro lugar, vamos informar os números de desempenho da Credicomin no exercício de 2017, que mais uma vez foram ótimos”, explicou Cláudio. Uma parte dessas boas notícias os cooperados já perceberam nas suas respectivas cotas capital. No começo deste ano

foto // GUGU GARCIA

SE VOCÊ É UM DOS MAIS DE 7 MIL COOPERADOS DA

foto // LORENO SIEGA

foi remunerada em 8,5%, um valor bem acima do que rendeu a poupança. E haverá na AGO ainda algumas sobras para os cooperados decidirem no que serão aplicadas. Na AGO deste ano, de forma inédita, está previsto um jantar após os trabalhos. “Será em função do lançamento das comemorações de nossos 10 anos, que vamos completar no dia 25 de ju//// Nilton Rogério Alves, presidente da Credicomin nho deste ano”, explicou o presidente da Credicomin, Nilton Rogério para cada um dos 30 primeiros Alves. sócios, em 2008) para mais de Em apenas 10 anos, o caR$ 8 milhões no final de 2017. pital próprio da Credicomin Atualmente, a instituição adpassou de R$ 60 mil (R$ 2 mil ministra em torno de R$ 50 milhões em ativos. E teve um crescimento de 22% no ano passado na disponibilização de crédito e de 50% no número de depósitos. No final de janeiro deste ano, a Credicomin inaugurou seu 4º PA (Posto de Atendimento) na cidade de Lages, nas dependências do Centro de Convivência da Uniplac. A sede fica na Rua Quintino Bocaiúva (Centro), com PAs ainda na Av. Dom Pedro II (em frente à concessionária Ford – bairro São Cristóvão), na Av. Luiz de Camões, no bairro Coral (próximo ao Hospital Infantil Seara do Bem) e também na Rua Quintino Bocaiúva (junto à sede).

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//// Última Assembléia Geral Ordinária da Credicomin - AGO - Março de 2017



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Curiosidades SEJA INTELIGENTE, COMO UMA MULHER

Curiosidades TRISTE INSPIRAÇÃO

Curiosidades PODERIA SER AQUI TAMBÉM, NÃO? O Dia Internacional da Mulher é feriado nacional na China, Armênia, Rússia, Azerbaijão, Bielorrússia, Bulgária, Casaquistão, Quirguistão, Macedônia, Moldávia, Mongólia, Taijiquistão, Ucrânia, Usbequistão e Vietnã.

dia 8 de março passou a ser o Dia Internacional dos Direitos da Mulher e pela Paz em 1977, por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Existem algumas versões para sua escolha. A versão mais conhecida diz que, nessa data, em 1857, 129 operárias de uma fábrica têxtil de Nova York entraram em greve. Além de salário igual ao dos homens, elas reivindicavam a redução da jornada de trabalho, que era de até 16 horas diárias. Os patrões trancaram as operárias e incendiaram a fábrica. Todas as grevistas morreram queimadas.

Shots

revista visão mar. 2018

Os dois maiores QIs já registrados na história pertencem à mulheres. O maior deles é da colunista e escritora americana Marilyn vos Savant, que entrou para o Livro dos Recordes com seu QI de 228 pontos.

Curiosidades PODER FEMININO Em 2012, 17 países do mundo tinham mulheres como chefes de Estado. Esse número mais do que dobrou desde 2005.

PERFUMES O nariz tem 10 milhões de ‘receptores de cheiros’, que podem distinguir cerca de 10 trilhões de cheiros diferentes;

A validade média de um perfume é de 3 anos;

Peles oleosas retém melhor o aroma dos perfumes do que as secas. Não existe fixador de perfume. O que determina a durabilidade da sua fragrância é a concentração das notas;


PEDAGOGIAS ATIVAS Para adaptar-se à realidade dos estudantes brasileiros e às demandas do século XXI, a escola precisa repensar suas abordagens e estruturas como principal canal de comunicação, precisa estar atualizado. Inovar é necessário! uma equipe de profissionais especializados e afinados com a solidez da Metodologia Montessori – Filosofia e Método. O Ensino no Sigma pressupõe um conjunto de procedimentos e estratégias, coordenados entre si, que requer um ambiente rico em estímulos, um professor preparado e materiais de desenvolvimento inovadores – conteúdos didáticos planejados com o Vinicius Beppler Ramlov, 8º Ano, acessando a Plataforma Mindzup foco no aluno, prioridade na ara potencializar a aprendizagem o Sigaquisição de conceitos e desenvolvimento do ma desde 2015, integrou no seu currípensamento crítico. A solidariedade e a ética culo o Programa MenteInovadora (Jogos ampliam a visão de convivência social e a disInteligentes). Neste ano de 2018 dá um salto cussão de valores, com o objetivo na formação potencial oportunizando aos alunos a utilizado sujeito que aprende a agir e a comunicar-se ção de novas tecnologias através da Platano contexto atual, como cidadão do mundo. forma Virtual MindZup – inova a busca pelo Ao longo dos 45 anos tornou-se possível às conhecimento – a aprendizagem de diferentes nossas famílias e à comunidade o reconheciáreas ou disciplinas é reforçada na escolha de mento dos ganhos do aluno Sigma computaestratégias de avaliação formativa e somativa dos pelos resultados positivos deste projeto – pais e professores, como mediadores, podepedagógico de educação básica. Para o Corão melhor instigar a geração de novas ideias, légio Sigma “o caminho se faz caminhando e refletir o contexto, a intermediação na resoluem todo o caminho tem um método”; assim, ção de problemas de significados e conceitos a escolha pelo Método Montessori permite (cultura e cognição). www.mindlab.com.br Os alunos também participarão de testes trimestrais com avaliações referenciadas pela Prova Brasil até o 8º ano e do ENEM, no 9º ano. Acabam as comparações com outros métodos de ensino-aprendizagem quando os alunos participam de diferentes formas de avaliação e premiação, em âmbito nacional e internacional. Certamente, um grande avanço, pois o aluno Sigma estará dialogando com o mundo. Falar do Colégio Sigma é fazer referência a Alunos de 6º e 7º Anos na aula de Mind Lab uma estrutura de aprendizagem pensada por trabalhando com os jogos de raciocínio

P

FORMANDO O CIDADÃO PARA O MUNDO

• SOMOS UMA ESCOLA PEA/UNESCO – OMB

Nicolas Sbroglio e Caetano Ampessan Andrade, 5º ano, concentrados no Jogo Taças Estratégicas

Ana Julia Floriani de Liz e Laura Lehmkhl Schmidt, 2º Ano, buscando solucionar o desafio do Jogo dos Sapinhos

C

omo escola associada recebe os estímulos para aplicação dos conceitos contidos nos 4 pilares do PEA/UNESCO, ou seja, aprender a conhecer, a conviver, a ser e a agir, permitindo que o conteúdo e forma da aprendizagem sejam inteiramente referentes ao aluno como indivíduo e membro da sociedade do século XXI.

uma aprendizagem mais eficaz assegurando a sustentabilidade da motivação do aluno e dos professores. O investimento em Educação, no Sigma, tornou-se um diferencial considerado por todas as famílias que sonham com o melhor futuro possível para seus filhos. NEIDE BUNN GUGELMIN Diretora do Colégio Sigma

2015-2024 – DÉCADA INTERNACIONAL DE AFRODESCENDENTES 2011-2020 – DÉCADA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE A BIODIVERSIDADE 2014-2024 – DÉCADA DA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA TODOS

EDUCAÇÃO INFANTIL • Período Regular • Período Integral • Período Especial (8h às 14h30min e das 11h às 17h30min) ENSINO FUNDAMENTAL – 1º ao 9º ANO

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38 39

RG EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA E UNIFORMES ELES COMBINARAM NO AMOR E NO CASAMENTO.

E TAMBÉM ESTÃO COMBINANDO MUITO BEM NA PARCERIA PROFISSIONAL E EMPREENDEDORA. É O CASAL RUTI MICHELS E GERALDO PEREIRA, PROPRIETÁRIOS DA EMPRESA RG EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA E UNIFORMES. EM OUTUBRO DESTE ANO, A EMPRESA DELES COMEMORA 25 ANOS DE ATUAÇÃO NO MERCADO. E ESTÁ MAIS FORTE E CONSOLIDADA DO QUE NUNCA.

revista visão mar. 2018

onversando com o casal, é possível sentir um pouco da garra, determinação e seriedade com que tocam o negócio desde o começo. O nome RG vem das iniciais do casal. “O R é da Ruti. E o G é do meu nome, Geraldo”, contou o empreendedor. “Acredito que nossa parceria vem dando certo porque levamos muito a sério tudo o que buscamos e queremos”, reforçou Ruti.

Nos primeiros anos, a RG atuava apenas no segmento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de Segurança no Trabalho. “Começamos numa pequena sala de nossa casa, no bairro Sagrado Coração de Jesus. Eu tinha a representação dos produtos de uma empresa de Erechim. E fazia visitas a clientes de vários municípios. Para isso, meu sogro me emprestou uma Brasília

VOCÊ

SE VOCÊ PODE SONHAR,

por ////

LORENO SIEGA

para as viagens”, contou Geraldo. “Foram anos muito difíceis. Lembro-me de ter adquirido um aparelho de fax e parcelar em 24 vezes”, acrescentou.

Uniformes Profissionais Com o passar do tempo – aos poucos – a empresa foi ficando conhecida. E, os clientes passaram a solicitar de Geraldo e Ruti também que produzissem ou fornecessem uniformes profissionais. Depois de muitos anos no mercado, em 2017 os dois decidiram que não atuariam mais com Uniformes Profissionais e que focariam apenas em Equipamentos de Segurança. Não conseguiram. Os clientes não deixaram. “Pedido de cliente é uma ordem. Apontaram-nos uma série de motivos para que continuássemos a produzir uniformes profissionais. Fomos obrigados a obedecer”, falou, sorridente, Ruti. Hoje, a RG é uma das em-

PODE FAZER

fotos ////

GUGU GARCIA

presas mais fortes e importantes de Santa Catarina no segmento Equipamentos de Segurança (EPIs e EPCs – Equipamentos de Proteção Individual e Equipamentos de Proteção Coletiva). E uma grande referência também no segmento Uniformes Profissionais.

Segurança, praticidade e conforto “Lá no começo”, lembra Geraldo, “a Legislação não exigia tanto na questão da segurança do trabalho. Por isso, trabalhávamos com um número menor de itens”, conta. Hoje, no entanto, a realidade mudou muito. Trabalhar com EPIs e EPCs não é apenas uma questão de segurança para o trabalhador. Mas também de saúde, praticidade e conforto. Fruto dessa nova realidade, hoje a RG Equipamentos de Segurança e Uniformes trabalha com mais de 700 diferentes itens. São luvas (para várias finalidades e usos pro-


//// A filha Joana, Geraldo e Ruti Pereira, proprietários da RG

fissionais), botinas e botas, óculos de segurança, capacetes, além das roupas especiais para uma série de atividades, como: apicultores (colheita de mel), profissionais que atuam em câmaras frias (carnes e/ ou maçãs refrigeradas), entre outros. Desde 2012 a RG possui com exclusividade na cidade de Lages, o Certificado de Aprovação (CA), emitido pelo Ministério do Trabalho para confeccionar roupas especiais Retardante a Chamas (usadas por eletricistas e pessoas que trabalham próximas ou com equipamentos energizados). A empresa também disponibiliza cintos de segurança para trabalho em alturas, cadeiras especiais para pintura e manutenção em alturas (edifícios, por exemplo), cones de sinalização de trânsito, entre uma infinidade de outros itens.

com outra empresa, a RG também vai comercializar jaquetas certificadas pelo Ministério do Trabalho. São jaquetas 100% impermeáveis, que não vão deixar o seu usuário molhado em nenhuma situação”. A RG hoje está localizada na Rua Humberto de Campos, próximo ao Estádio Municipal Vidal Ramos Júnior, no bairro Sagrado Coração de Jesus. Em espaço próprio, a área útil da loja de EPIs e EPCs, indústria de uniformes, administração e setor de expedição ocupam uma área construída superior a 1.000 m². A empresa da Ruti e do Geraldo emprega diretamente 25 pessoas, além de pelo menos outros 30 de empresas parceiras e terceirizadas (a fabricação dos uniformes profissionais é feita através de facções parceiras).

A empresa busca qualificar constantemente seu time de profissionais e colaboradores, bem como ir introduzindo gradativamente sempre mais inovações e tecnologia a seus produtos e serviços.

20% de crescimento em 2017 Com relação à crise econômica, a RG praticamente não viu isso acontecer. “Em 2017, no auge da crise econômica brasileira, nosso crescimento foi de 20%”, informou Geraldo Perei-

ra. Quando perguntados sobre o segredo do sucesso da RG, nestes 25 anos de empresa, os dois empreendedores parecem ter combinado a resposta: “Trabalho, foco, honestidade e entregar sempre qualidade a nossos clientes”, respondeu Geraldo. “Dedicação, confiança no que se faz, seriedade e credibilidade. O Brasil precisa muito de credibilidade. Eu não quero fazer apenas uma venda. Quero vender sempre. E quero clientes, fornecedores e colaboradores sempre satisfeitos”, complementou Ruti.

Botinas para o trabalho e para passear Somente no segmento de botinas profissionais, são mais de 20 diferentes modelos. “Temos aqui um tipo de botina que serve para passear e para o trabalho. Se você olhar para ela, vai dizer que é de grife. E, de fato, só quem usa sabe todo o conforto e segurança que proporciona”, explicou Geraldo. A partir deste ano, em parceria

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40 41

Memórias do

S E M INÁ R I O RECORDAR AS VIVÊNCIAS DO PASSADO É VIVER

Dirceu José Sebben Advogado, Porto Alegre

ELE É ADVOGADO HÁ 52 ANOS. ATUA E RESIDE NO BAIRRO

ASSUNÇÃO, EM PORTO ALEGRE (RS). E FOI SEMINARISTA PALOTINO ENTRE OS ANOS DE 1951 A 1958, EM VALE VÊNETO E SÃO JOÃO DO POLÊSINE (INTERIOR DO RS). É O SR. DIRCEU JOSÉ SEBBEN, 81 ANOS, CONSIDERADO PELO GRUPO DE EX-SEMINARISTAS UMA ESPÉCIE DE “PAI E MENTOR”. //// LORENO SIEGA //// DIVULGAÇÃO por

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irceu Sebben nasceu no dia 01 de abril de 1937 no então distrito de Ibarama (hoje município), no interior de Sobradinho (RS). De família bastante religiosa, desde cedo o garoto dava sinais de liderança e de interesse pela vocação religiosa. “Eu era coroinha nas missas. Estudava na Escola Santa Terezinha, dirigida pelas Irmãs do Coração de Maria”, lembra. Com 14 anos, após completar o chamado Primário, Dirceu foi estudar no Seminário, em Vale Vêneto (RS). Ficou lá até os 22 anos, quando concluiu o Ensino Fundamental (Ginásio) e o Ensino Médio. Ele é casado há 49 com a professora aposentada Zelândia Marques Sebben. E pai de dois filhos: André e Giana Mara (ambos

advogados em Porto Alegre, sócios do pai). Fizemos algumas perguntas ao Dr. Dirceu Sebben sobre suas lembranças do seminário e enquanto bem sucedido profissional do Direito.

Dr. Dirceu, como e por que o senhor foi para o Seminário? O interesse pelo seminário se deu por influência do Pe. Zamberlan, pároco da Igreja São Paulo, em Ibarama. Eu era “coroinha”, desde os 8 ou 9 anos. Além disso, estudei na Escola Santa Terezinha – dirigida pelas Irmãs do Coração de Maria, que, igualmente, me estimulavam a seguir a carreira sacerdotal. Depois de terminar, em 1950, o primário, resolvi entrar, no ano seguinte, em 1951,

no seminário, em Vale Vêneto-RS, distrito de Cachoeira do Sul (hoje, São João do Polêsine), onde cursei o ginásio e parte do colegial. No último ano do curso, em 1958, a minha turma foi deslocada para o então Seminário Maior, em Polêsine, com formatura, no final do mesmo ano, quando, então, encerrei minha carreira de seminarista e de futuro padre, para, então, bastante imaturo e muito assustado, mas muito firme em meus propósitos, prosseguir na minha caminhada, pelo mundo a fora, enfrentando a “vida mundana”, segundo diziam meus superiores e professores, todos eles padres.

fotos

O que guarda na memória daquele tempo? Muitos amigos? Alguma inimizade? Não me lembro de ter tido inimigos e nem desafetos no seminário. Lá, fui muito feliz, minha vida foi muito boa e nunca me esquecerei do que devo à congregação dos Palotinos e aos professores e colegas, enfim, a todos quantos com quem convivi, na minha trajetória pelo seminário. A todos, meu carinho e meu afeto!

Quais foram os seus melhores amigos e o que fazem hoje? Quanto aos melhores amigos, eu não teria condições de destacar nenhum em especial, porque sempre fui muito bem tratado e respeitado, como respeitei, sempre com carinho e companheirismo a todos, embora não fosse “santo” e


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//// Dr. Sebben e sua esposa Zelândia Marques Sebben

devo ter magoado algum colega, mas disto não lembro e não guardei, até hoje, qualquer lembrança que pudesse me atormentar ou perturbar.

Por quais motivos saiu do Seminário? Alguma paixão incontrolável? Saí do seminário porque minha vocação era outra: eu queria ser advogado e queria ser, neste mundo de Deus, um “potro sem dono”, sem, entretanto, ainda não domado e nem montado. O resto, dentro desta filosofia, tudo fiz o “que um louco faz”, respeitando e ajudando, no possível, a todos quantos se cercaram e ainda se acercam de mim.

Por que optou pelo Direito? Era intenção sua lá na adolescência ser advogado? O Direito sempre foi meu sonho e sonho que realizei, graças a Deus, à minha família, à congregação Palotina e a todos quantos me cercaram e me estimularam a prosseguir e a realizar, como disse, o grande sonho da minha vida: o Direito!

Em poucas palavras, como foi a sua carreira enquanto profissional do Direito? Sou advogado há 52 anos. E posso dizer que me sinto rea-

//// Dr. Sebben com antigos colegas de Seminário

lizado quanto ao exercício da minha carreira, pois sem Norte não se vai a lugar nenhum e, por isso mesmo, busquei-o, com garra e galhardia, sem ser mais que e nem humilhar ninguém, embora, entretanto, sem me acovardar, sem me curvar e sem me submeter a ninguém, em quaisquer circunstâncias da vida, no passado, no presente e, se Deus quiser, no futuro que me resta.

acima, foram se estreitando os laços de amizade e profissionais entre nós, até hoje, cada vez mais fortes e mais sólidos, verdadeiros laços, digo eu, de amor fraternal e, até, paternal, como foi, como é e como será, pela vida afora, até quando Deus permitir!

Qual a sua visão do mundo? Como vejo o mundo? Uma obra de Deus, linda, maravilhosa e cheia de encantos e surpresas, obra que “curto” e admiro, a cada dia que me é dado viver!

Como surgiu a sua parceria com Dr. Agostinho Francisco Zucchi (também ex-seminarista Palotino e sócio no escritório de advocacia em Porto Alegre)? A história com o Zucchi teve início com lances interessantes, em que envolvidos amigos e colegas dos dois, Dirceu-Zucchi, lances estes que os colegas e amigos mais próximos já conhecem e o resto. O resto, só com calma, com tempo e espaço (não é possível contar tudo neste exíguo espaço). Em suma, nos conhecemos, em 1991, num encontro de ex-seminaristas palotinos, em Vale Vêneto. E a partir daí, com a interferência dos amigos e colegas, como dito

revista visão

//// Família de Dirceu José Sebben

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foto // LEO CORDEIRO

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Tartarugas E é desde dezembro de 2017, que lombadas eletrônicas e radares em semáforos de Lages continuam sem utilidade alguma. Motoristas que fazem das vias da cidade verdadeiras pistas de corrida, adorando a morosidade com que tratam algo que controla aloprados e evita mortes. Só por Deus. por ////

CARLA RECHE

Basta...

Lageana brilha na Sapucaí ques, carros reproduzindo animais com movimentos e a bateria que levou nota máxima em todos os quesitos. Sílvia, que estreou esse ano como rainha na Renascer de Jacarepaguá, foi majestade também e por três anos, da Unidos da Ponte – onde foi consagrada com o troféu de melhor rainha de bateria 2017. Também foi musa do Carnaval por quatro anos e atualmente é rainha do Trem do Samba e de diversos blocos cariocas. Além da formação como atriz, Sílvia está concluindo a faculdade de Biomedicina.

Ele disse “A última ação do Governador Raimundo Colombo em relação à saúde foi um FRACASSO, uma falta de atuação, uma falta de investimento, não aplicava nem o mínimo que devia aplicar [...]”. Deputado Fernando Agustini em seu discurso na Assembleia Legislativa.

EM FAMÍLIA //

foto // GESSICA BITENCOURT SILVA

ílvia Schreiber chamou a atenção no Carnaval do Rio de Janeiro. Diferente das demais majestades que desfilaram pela Sapucaí, a rainha lageana abriu mão de estilistas e a fantasia desenhada pelos carnavalescos da escola, Alexandre Rangel e Rafael Torres, foi confeccionada pela mamãe, Iris Schreiber. A professora aposentada levou um mês trabalhando para deixar perfeita a “onça pintada” usada por Sílvia e que levou mais de 60 mil pedras de cristal Swarowski e cerca de 700 penas de faisão. Sílvia veio à frente da bateria e mandou ver. A Renascer de Jacarepaguá, que pertence ao grupo A e perdeu o barracão devido a um incêndio faltando pouco tempo para o Carnaval, levantou a arquibancada ao levar a Amazônia de Villa-Lobos à avenida. Dentre os desta-

De pessoas sem moral que adoram fazer gracinha com os outros e postar nas redes sociais. Ou estão perdendo prestígio ou é mesmo falta de ter o que fazer. Como diria um velho e querido amigo: “Vai carpir um lote”.

Conquista

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Foi ao ar livre, no sítio da família, que Diogo Costa Uncini reuniu familiares e amigos para um almoço. A confraternização serviu para comemorar a formatura do rapaz. Os preparativos foram acompanhados bem de perto pela mãe do agora engenheiro agrônomo, a professora de pilates Cristina Uncini.

Diogo (de óculos) com os pais Paulo e Cris Uncini e o irmão João


VINHOS //

foto // DIVULGAÇÃO

ONÇA PINTADA //

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A linha Azul Portugal encontra-se à disposição no Martendal

De Portugal direto para o Martendal Sílvia Schreiber brilhou na Sapucaí na fantasia confeccionada pela mãe

Para a vida toda Belíssima a história de vida de Bruno e Juracy Vanderlinde. O casal, que contraiu união em plena Revolução de 64, surpreendeu a família ao apresentar um vídeo de como foi que se conheceram durante as comemorações dos seus 80 anos de idade (ele completou em dezembro e ela em janeiro). Bruno e Juracy são os pais de Edmilson, Edilma Figueiredo e Edilmara.

FORTALEZA //

foto // ACERVO FAMILIAR

Para quem gosta de apreciar um bom vinho, mas não é iniciado no assunto, escolher o melhor rótulo sem ter por perto um especialista torna a tarefa um tanto quanto difícil. Pensando nisso e para auxiliar sua clientela, o Martendal conta com os serviços da Sommelier Maisa Kauling. E a sugestão da moça para este mês de março é direcionada às pessoas que descobriram um novo mundo diante de seus olhos logo após a primeira taça de vinho e para aquelas que estão mais habituadas e apreciam marcas jovens de qualidade. Maísa conta que o Martendal está oferecendo aos seus clientes, vinhos de importação própria. Neste segmento acaba de juntar-se à adega do supermercado a linha Azul Portugal, composta por vinhos que tem sua linha de entrada de Norte a Sul daquele país. Marcas que trazem a personalidade de cada uma das regiões vitivinícolas portuguesas. Nesta edição rótulos elaborados com as castas predominantes de regiões como: Dao, Alentejo, Douro, Bairrada, Palmela e Do Tejo. Além do custo-benefício, enriquecem mais ainda as específicas prateleiras do supermercado.

Lei do retorno Nota aí rendeu muitas curtidas e comentários no Facebook. Então, aos que ainda não me acompanham nas redes sociais, replico: É preciso que se descubra, urgente, o significado de ter caráter. Muita gente não sabe o valor e o poder que tem esta palavra. Subir na vida passando por cima dos outros só comprova a mediocridade. Julgar as pessoas, ouvir só um lado, não é coisa que se faça. A Justiça humana pode ser cega, mas a Divina, ah, essa podem ter certeza, está de olhos bem abertos e não falha!!!

Bruno e Juracy Vanderlinde, na comemoração dos seus aniversários

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vida e saúde

Perigos em se automedicar É FÁCIL: SENTIMOS ALGUM DESCONFORTO

OU DOR E VAMOS LOGO À FARMÁCIA PARA “RESOLVER” O PROBLEMA. MAS ESSA ATITUDE PODE SER PREJUDICIAL EM ALGUNS CASOS. CONHEÇA OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO. por ////

P+G COMUNICAÇÃO INTEGRADA

automedicação é vista por muitas pessoas como uma solução rápida para aquela dor ou qualquer outro sintoma que as estão incomodando. Pode ser uma dor de cabeça, muscular, abdominal, e diversas outras perturbações como alergias, ansiedade, cansaço, dentre outros. Como já estão acostumadas a sempre tomar o mesmo remédio, então, quando pressentem o sintoma indesejado, vão até a farmácia e compram os medicamentos sem prescrição recente. revista visão mar. 2018

“O remédio que achamos que é o certo para nosso alívio pode até resolver no momento, mas também pode trazer outras complicações no futuro. Isso porque, se você não é um profissional da saúde, não conhece as especificidades de cada medicamento e as necessidades do organismo quando está com alguma dor ou doença” explica Dra. Patrícia Filgueiras dos Reis, que atende pelo Docway. Para a especialista, quando fazemos uso frequente do mesmo medicamento, o organismo pode criar resistência ou dependência daquele determinado remédio. Além disso, nem sempre conhece-

mos a causa do sintoma. “Às vezes uma dor comum pode ser algo mais sério e precisar de um tratamento específico. Por isso a importância de consultar um médico antes de comprar qualquer medicamento”, comenta. É claro que devemos, se soubermos, tomar algumas medicações sintomáticas numa situação repentina. Por exemplo, se tivermos um pico febril ou uma dor de cabeça isolada, devemos tomar o analgésico/antitérmico que estamos habituados a usar nestes casos e observar a evolução do quadro. Se os sintomas persistirem, aí devemos buscar atendimento e avaliação médica adequada. Outro problema são aqueles remédios que camuflam os sintomas, mas não curam a doença, como por exemplo, alguns fármacos usados para rinite e anti-inflamatórios em geral. Segundo o médico, é comum que as pessoas façam

uso desses medicamentos achando que estão resolvendo o problema, quando na verdade ele pode estar piorando e tendo os seus sintomas atenuados. E a lista de problemas quanto à automedicação não para por aí. Às vezes, um remédio pode cortar o efeito de outro. “Isso acontece com alguns tipos de antibióticos e anticoncepcionais. Varia de caso para caso, mas pode acontecer do primeiro medicamento inibir o efeito do segundo, que é de uso contínuo”, analisa. Por isso, é imprescindível consultar um médico quando sentir qualquer dor ou perturbação recorrente ou persistente, e não fazer uso de remédios continuamente sem orientação. As consequências podem ser mais sérias do que imaginamos.


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opinião

LOGÍSTICA REVERSA: a chave para um planeta mais sustentável por ////

redacao@revistavisao.com.br

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os últimos anos, a s u s te n t a b i l i d a d e se transformou em um dos temas mais discutidos no setor empresarial. Isso é fruto, principalmente, da conscientização social. O ser humano está cada vez mais certo de que os recursos naturais que estamos utilizando são finitos. Dessa maneira, se não nos preocuparmos com o planeta, as próximas gerações estarão ameaçadas. O tripé reduzir, reutilizar e reciclar é uma tendência cada vez mais presente em nossa sociedade. Seguindo essa forte tendência, o conceito de Logística Reversa também passou a ser muito difundindo no universo corporativo, se transformando em uma ferramenta para a sustentabilidade no setor empresarial. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Logística Reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Com leis relacionadas às questões ambientais muito mais rígidas, as empresas e indústrias se viram na obrigação de desenvolver projetos voltados à logística reversa.

NILO CINI JUNIOR

A Lei 12.305/2010, obriga os fabricantes e distribuidores a recolherem as embalagens usadas. Já não basta reaproveitar e remover os refugos do processo de produção. O fabricante é responsável por todas as etapas até o final da vida útil do produto. Por isso, a Logística Reversa está cada vez mais presente nas operações das empresas, desta forma, o investimento para desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis, retornáveis ou descartáveis, vem promovendo não só a redução do peso dos recipientes, que já colaboram para redução do impacto ambiental, mas também a diminuição dos custos de industrialização por serem mais leves. Além

disso, outro ponto favorável fica por conta do crédito perante a opinião pública, já que as empresas demonstram que estão preocupadas, também, com o meio ambiente. Há muito desperdício tanto nos processos industriais como nos processos de coleta seletiva e a Logística Reversa possibilita a reutilização desse material ou, se não for possível o reuso, ela promove o descarte correto do mesmo. Fabricantes de bebidas, por exemplo, têm gerenciado o retorno das garrafas desde os pontos de venda até os centros de distribuição. Em uma pesquisa feita com a cadeia de suprimentos de cervejas e refrigerantes, onde os integrantes terceirizaram o processo de coleta e retorno de embalagens usadas para reciclagem, foi obtida uma economia anual de mais de US$ 11 milhões. Ambos lados se beneficiam com a logística reversa.

O consumidor acaba cumprindo com sua consciência ecológica, recuperando parte do valor do produto, enquanto a empresa produzirá novos produtos com menos custos e insumos. Quem está no meio dessa cadeia também se beneficia, já que novas oportunidades de negócio são geradas e há uma maior inserção no mercado de trabalho

“ O TRIPÉ REDUZIR,

REUTILIZAR E RECICLAR É UMA TENDÊNCIA CADA VEZ MAIS PRESENTE EM NOSSA SOCIEDADE.”

para a parcela marginalizada da sociedade. Para completar, fica evidente que a Logística Reversa é uma maneira eficiente de recuperar os produtos e materiais das empresas que foram descartados, tornando-se peça fundamental para as empresas que querem ser sustentáveis. Atualmente, as empresas modernas já entenderam que além de lucratividade, é necessário atender aos interesses sociais, ambientais e governamentais, para assim atingir a sustentabilidade. A logística reversa ainda está em difusão no Brasil, já que é aplicada somente por empresas de grande e médio porte. Porém o potencial de crescimento nos próximos anos é muito promissor.

Nilo Cini Junior é empresário e presidente do Instituto de Logística Reversa (ILOG)

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47 fotos // GUGU GARCIA

DEZ Ozรณides

Divirta-se procurando os

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cultura

Érico Lang: o criador de histórias

O GRANDE SONHO NA VIDA DO JOVEM

ÉRICO ULISSES GARCIA LANG, 19 ANOS, É UM DIA GANHAR A VIDA COMO NOVELISTA, AQUELE PROFISSIONAL QUE CRIA PERSONAGENS, IMAGINA SITUAÇÕES E ENREDOS PARA ENTRETER O PÚBLICO ATRAVÉS DE BOAS HISTÓRIAS. OU ENTÃO, SER JUIZ DA ESFERA CRIMINAL. OU AMBOS, POR QUE NÃO? texto e foto ////

LORENO SIEGA

istórias, aliás, é o que ele mais gosta na vida. De ouvir. E de criar. Talvez isso tenha começado quando ele ainda era um bebê. O avô materno, Élio Lang (já falecido), gostava de contar histórias ao menino sobre o seu passado. Atento, Érico só escutava. E, curioso, ficava imaginando as situações. Aos 10 anos, sempre inquieto, começou a escrever e produzir suas próprias histórias. E não parou mais.

Padre, Político ou Escritor?

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“Meu avô queria que eu fosse padre, político ou escritor”, contou. “Tanto que colocou meu nome de Érico por causa do escritor Érico Veríssimo” (autor da famosa obra “O Tempo e o Vento” e de tantas outras). “O segundo nome, Ulisses, ele colocou em homenagem a um político que ele adorava, o Ulisses Guimarães”. Padre e político não me anima muito a ser. Mas escritor, acredito que sim, tenho boas chances”, admitiu. Inquieto, criativo e extremamente ativo, Érico Lang conta que dorme poucas horas por noite, no máximo três ou quatro. Pela manhã, ele trabalha como web designer numa agência de publicidade (Troian). Lá, faz diagramação de textos, cria anúncios, logotipos e também edita vídeos, coisas que ele aprendeu sem fazer curso técnico, tudo como autodidata, olhando no Youtube e trabalhando com os softwares que permitem isso. De tarde, ele faz estágio na Vara Criminal, no Fórum de Lages. E de noite cursa o 5º semes-


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tre de Direito na Unifacvest. Além disso, nos intervalos, durante o dia e aos sábados, domingos e feriados – ou mesmo pela madrugada adentro – ele faz o que mais gosta: criar histórias e colocá-las no papel.

1º livro em apenas oito horas O primeiro livro impresso – “Me Espera” – ele escreveu em apenas oito horas. Isso mesmo! Em oito horas ele imaginou o tema central da história – uma menina, Violeta, que vive num orfanato e que não quer ser adotada por ninguém já que sonha um dia reencontrar sua família biológica. Com o passar do tempo, ela conhece um homem, que a trata muito bem e quer adotá-la. Fica gostando muito desse homem. Mas, ao mesmo tempo, alimenta o desejo de voltar para sua família biológica (especialmente para sua mãe, que a colocou no orfanato). O livro tem 70 páginas. E está disponível nas livrarias da cidade ou através da internet. Érico também escreveu histórias para o Jornal O Momento. E também para o projeto Lendo e Relendo, do jornal Correio Lageano. Cria diariamente inúmeras poesias e letras de músicas. Três dessas letras, inclusive, foram gravadas pelo músico lageano Daniel Finardi. São as músicas: “Amanda”, “A Lua Pode Ser Azul” e “Luz Cintilante”. Ele conta que vez ou outra, algum músico pede a ele alguma letra sobre um tema específico. Ele vai lá, imagina, escreve e até cria a melodia básica (ele toca flauta, teclado e saxofone. E agora está aprendendo violino).

Roteiros de telenovelas Não bastasse escrever poesias, livros e músicas, Érico também têm predileção especial por roteiros de telenovelas e radionovelas. Tem pelo menos quatro grandes histórias já produzidas para telenovela. E uma radionovela que ele apresentou como projeto para levar ao ar na Rádio Clube (o projeto não foi ao ar porque a emissora alegou dificuldades para conseguir patrocínios). “Gosto muito de assistir novelas”, conta. “A primeira novela que assisti inteira foi “Chocolate com Pimenta”, do Walcir Carrasco”, explica. “Lembro que logo que terminava um capítulo eu ia lá e imaginava o capítulo seguinte. E colocava no papel a minha versão da trama”, acrescenta. Como gosta do gênero, Érico já leu vários roteiros de novelistas famosos e profissionais como Walcir Carrasco, Gilberto Braga, Agnaldo Silva, Elisabeth Gim e Alcides Nogueira. Ele também lê muito, especialmente biografias de grandes autores. “Procuro tirar o que cada um desses autores tem de melhor. E vou criando e definindo o meu próprio estilo”, comenta.

Faz Direito para ouvir as histórias dos réus Perguntamos a Érico o porquê da opção pelo curso de Direito se o grande sonho da vida dele é ser novelista. “Não seria mais adequado então estudar Letras ou Literatura”?, indaguei. “Não. Lá no Fórum, na Vara Criminal, todos os dias

eu ouço inúmeras histórias contadas pelos réus. Isso me inspira a criar minhas próprias histórias”, falou. “E por que deseja ser juiz”?, voltamos a perguntar: “Porque o juiz também acabará ficando um perito em ouvir diferentes histórias”, disse. “Em cada ação ou processo temos pelo menos duas versões da mesma história. Isso é desafiador e nos faz pensar muito nas motivações de cada pessoa”, admitiu. Indagamos ao Érico se nas histórias que ele cria o bem sempre acaba vencendo o mal. Ele respondeu que não. “No fundo, não há pessoas totalmente boas. E tampouco totalmente más. Todos, no íntimo, querem ser bons. E em algum momento, por pior que o elemento seja, teve ou tem seus momentos de grandeza. Por isso, minhas histórias também têm essas variações. Afinal, o ser humano é um mistério. E esse ingrediente,

o mistério, é a matéria-prima fundamental de uma boa história”, contou.

“Escrevo porque gosto” “Você já ganhou dinheiro com tuas histórias?”, perguntei. “Escrevo e produzo muito porque gosto. Por enquanto, não estou preocupado em ganhar dinheiro com isso. Se isso acontecer, um dia, vai ser em decorrência do que gosto muito de fazer. Vivo criando histórias. Minha idade física é de apenas 19 anos. Mas meu cérebro, de tanto uso, já deve ter uns 50 ou 60”, finalizou.

//// “Me Espera” é o primeiro livro de Érico Lang e conta a história de uma menina órfã em busca dos pais biológicos

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esporte

PARA TODOS NEM SÓ DE FUTEBOL OU FUTSAL LAGES É REPRESENTADA

por ////

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REVISTA VISÃO

undada no início de 2013, a Apabla começou com escolinhas de basquete e formação de times de base. Iniciada com o intuito de levar a cidade a ter maior representatividade no esporte e, também, propiciar que centenas de crianças tivessem acesso ao esporte, a associação tem como objetivo massificar a prática do basquete. Por isso, segundo o presidente e treinador da Apabla, João Lopes, o slogan do projeto é “basquete para todos”. E funcionou. Anualmente são pouco mais de 200 alunos, além do time com atletas profissionais, que desde o início já conquistaram diversas competições e conseguiram consagrar o nome de Lages no basquete estadual.

um projeto social, o qual leva basquete gratuito para diversas crianças e adolescentes. Lopes conta que são cinco polos espalhados pelo município, dentro de escolas municipais, além de um polo no ginásio Ivo Silveira, onde também acontecem os treinos e competições. “Nosso trabalho todo é baseado em escolas públicas porque as particulares acabam cobrando as escolinhas das crianças. Então, a gente não cobra nada, é gratuito”, argumenta o presidente. Uma das intenções da associação, inclusive, é aumentar o número de escolas para dez, que podem propiciar mais espaços para o basquete.

Projeto Social

A Apabla atende crianças e jovens, meninos e meninas. Mas o forte acaba sendo os

Antes de focar em disputas, a associação é acima de tudo

Abrangência no município

foto // DIVULGAÇÃO

NO ESPORTE. O BASQUETE É OUTRA MODALIDADE QUE VEM HÁ CINCO ANOS TRAZENDO CONQUISTAS E DESTAQUES PARA O MUNICÍPIO. ATRAVÉS DA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DO BASQUETE DE LAGES (APABLA), MAIS DE MIL JOVENS JÁ PUDERAM ESTAR EM QUADRA. E OS BONS RESULTADOS ESTÃO APARECENDO.

times masculinos. O treinador até comenta que tenta se fazer um time feminino, mas acaba sendo difícil de formar. Essa dificuldade se estende a equipe masculina também. Lopes percebe que um dos desafios é incentivar os jovens à prática do esporte. “As crianças estão muito ligadas nos computadores, videogames e toda essa parte eletrônica e acabam tendo preguiça de treinar. Aí se começa com um número de alunos e aos poucos vai diminuindo porque quando começa a apertar no treinamento o rendimento, alguns acabam desistindo”, explica.

//// João Lopes, presidente e treinador da Apabla


foto // DIVULGAÇÃO

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Desafios Motivar a garotada ainda é fácil se comparado às outras barreiras que a associação enfrenta todos os anos. Dentre elas, os recursos financeiros. Como não tem fins lucrativos, a Apabla sempre precisa da ajuda de patrocinadores e do poder público para poder investir na modalidade. “O maior desafio é a falta de apoio, a parte financeira”, destaca o presidente. Isso porque se depender da Fundação Municipal de Esportes e da prefeitura, Lopes comenta que pensou que com a mudança de prefeito iria mudar a situação, mas ainda não viu melhoras no setor esportivo. “Esse desafio é sempre estar garimpando, tentando fazer atletas novos e, às ve-

zes, conseguimos trazer gente de fora pra morar em Lages e fortalecer o time”. Com o time oficial, a Apabla sempre traz atletas de fora, principalmente para as categorias Sub-17, Sub-19 e Adulto. Mas sem um apoio financeiro, acaba dificultando a contratação. No final do ano passado, por exemplo, cessaram os recursos da equipe, sendo necessário dispensar alguns atletas a retornarem para suas cidades de origem. Lopes cobra uma melhor estrutura de Lages, onde seja possível trazer sempre novos atletas e, também, manter uma casa para que eles possam ter onde ficar. “Com essa falta de apoio se acaba perdendo o atleta para as cidades

//// Time masculino sub-17 da Apabla

mais estruturadas. Todo ano perdemos atletas para Joinville ou Florianópolis”. Eles acabam indo para onde têm uma estrutura melhor do que a gente. “Mesmo assim, ainda conseguimos ficar em segundo e até terceiro no Estado”.

Conquistas

foto // DIVULGAÇÃO

Desde 2013, a associação já participou de diversas competições regionais e estaduais, das quais se destacam a vitória na Copa Santa Catarina, em 2015; vice-campeonato no Estadual Sub-19, em 2016; e as boas colocações nas Olímpiadas Estudantis de Santa Catarina (Olesc), entre 2013 e 2017. Mas o auge do time foi no ano passado, em 2017, quando participaram de todos os sub-campeonatos e se consagraram vice-campeão no Sub19 contra Florianópolis. Todas essas conquistas atraem os olhos para a modalidade. Lopes avalia que o cenário do basquete é bom, não somente por isso, mas em função do acesso facilitado. “Além das [escolas] parti-

culares, as crianças têm oportunidade através da Apabla”. A única ressalva que ele faz é referente ao planejamento que, desde a gestão passada, não tem. Segundo ele, poderia haver um mapeamento dos polos, ver as competições para participar, entre outras situações necessárias. “Sem planejamento em qualquer setor fica difícil para seguir em frente”, diz.

Parcerias e projetos Ainda assim, a associação conta com parcerias fortes, entre elas a Federação Catarinense de Basquetebol e a Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), onde os atletas podem contar com bolsas de estudo. Os planos da Apabla para este ano são conseguir participar de mais competições estaduais. Além de ter a casa do atleta novamente para receber o reforço de fora. “Esse é o principal objetivo nosso, para que consigamos participar das competições adultas”, concluiu.

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//// Principais conquistas da Apabla

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Três anúncios para um Crime

La Casa de Papel

achados@revistavisao.com.br

por

//// EDER PITZ fotos

//// DIVULGAÇÃO

ão é lá a coisa mais original que você já viu na vida: um mentor extremamente inteligente (chamado de Professor) recrutando um grupo de oito pessoas com habilidades específicas para um roubo meticulosamente planejado e de proporções homéricas. Mas esta série de origem espanhola, e que teve sua primeira temporada distribuída recentemente pela Netflix, vai muito além dos clichês dos filmes de roubo que estamos tão acostumados. Amparada por personagens bem construídos e até carismáticos, reviravoltas improváveis, fotografia e trilha sonora excelentes, a série se desenvolve na Casa da Moeda de Espanha, de onde o grupo planeja levar mais de 2,4 bilhões de euros. Nesta série você vai encontrar uma alta dose de intensidade emocional das novelas latinas permeadas por uma trama complexa. O certo e o errado se confundem o tempo inteiro. E sim, a gente vai torcer pelos “bandidos”. Aviso de antemão que a série é altamente viciante. Boa maratona.

Godless

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e você é um apreciador do gênero Western, esta poderá ser a minissérie da sua vida. Em Godless, produção original da Netflix de 2017, conhecemos a história de La Belle, uma cidade habitada quase que exclusivamente por mulheres. O local tem sua existência abalada com a chegada do fora-da-lei Roy Goode (Jack O’Connell), ex-membro e fugitivo do bando de Frank Griffin (Jeff Daniels), inadvertidamente colocando um alvo mortal na cidade. Roy consegue ajuda de Alice Fletcher (Michelle Dockery). Ambos têm um passado conturbado e se ajudam nas dificuldades, cedendo a um sutil romance, que não é o tema central da trama. Normalmente dominado por homens, o faroeste é um gênero onde pouquíssimas produções trazem mulheres como protagonistas. E Godless acerta em cheio ao dar maior espaço para as suas personagens femininas, sem fugir dos bons e velhos tiroteios sangrentos e emocionantes.

aiva, ódio, luto, rancor e busca por justiça. Essas são as motivações que passam a conduzir a vida de Mildred (Frances McDormand) em busca da solução para o assassinato da filha, na pequena cidade de Ebbing, Missouri. Mildred é uma mulher desacreditada que entra em conflito com as autoridades locais, a partir do momento que publica três outdoors questionando o delegado Willoughby (Woody Harrelson) sobre a investigação que não encontrou sequer um suspeito. Sua ousadia e coragem são o ponto de partida para o desenrolar deste excelente roteiro. O caso complica mais quando Dixon (Sam Rockwell), também da polícia, e que tem uma inclinação para violência, se envolve, o que deixa a batalha entre Mildred e a justiça de Ebbing mais intensa. A película (uma das indicadas ao Oscar de Melhor Filme de 2017) é permeada por outras inúmeras camadas. Além da violência doméstica, da temática social e, especialmente, racial que o filme transborda a cada frame, ainda há a sutileza de um humor negro. Três Anúncios Para Um Crime é excelente no essencial: história, cenas, diálogos e personagens. Um filme enganosamente simples, mas que é cinema de gente grande.

Eu, Tonya m soco no estômago. Um retrato da maldade, inveja e do sentimento de destruição inerente ao ser humano. Uma família disfuncional. Uma mãe autoritária e sádica (interpretada por Allison Janney), um marido desequilibrado e uma mulher com sede de vencer a qualquer custo (Margot Robbie, no papel de Tonya). Essa é a fórmula perfeita para um filme seco, frenético e intenso. No longa “Eu, Tonya” acompanhamos a obsessão de Tonya Harding pela fama, dinheiro e sucesso no mundo da patinação artística. Talvez tenha sido essa a única forma que ela encontrou de se livrar da dor e miséria a que foi fadada durante a infância violenta. Neste “docu-drama” a imprensa é quase um personagem. Vemos uma mídia com fome de notícias, sem ética e sem pudor. Um reality show bizarro e uma contundente crítica à ditadura das aparências, à valorização do supérfluo, à “América perfeita”, enfim.


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//// A princesa Leandra, filha de Adilson Gonçalves Lins e Elisangela Pereira completou 6 aninhos no dia 11 de fevereiro

//// Vitória Leticia de Barros Silveira completou 7 anos no último dia 24 de fevereiro

//// No último dia 10 de fevereiro, o casal Antonio Valim e Iracema Anzileiro Valim, completou 50 anos de casamento. Eles fizeram questão de celebrar as Bodas de Ouro na mesma igreja em que se casaram, em 10 de Fevereiro de 1968

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//// Parabéns ao aniversariante de fevereiro, Carlos Gorges! Ele comemorou ao lado da esposa Isabel Ramos Marinho e dos filhos Andre e Julia

//// Karla Antunes Bareta trocou de idade no dia 16 de fevereiro. Parabéns!

//// Marcos Antonio Pinheiro reuniu a família para comemorar seu aniversário em São José do Cerrito. Na foto da esquerda para direita: Ana Paula, Renato, Maitê, Marcos, Beatriz, Marquinhos, Íris e Luana

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infovisão

Lançado filme que conta a história de Carlos Joffre Amaral

Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab) é uma plataforma mercadológica para o reposicionamento e a qualificação do artesanato do país, transformando-o em objeto de desejo e consumo e, consequentemente, aumentando seu valor de mercado. De 23 de fevereiro a 12 de maio acontecerá, no Crab Rio de Janeiro, a exposição “Entre Contrastes da Indústria ao Artesanato Catarinense”. E Lages e a região serrana serão representadas pela Associação de Artesanato Tramatusa, em que serão expostos os trabalhos em fita tusa, compreendendo bala cupim, despraiado, gamela, cachepot, serviço americano, porta-travessa, ninho, prato e veste-vaso. A Tramatusa foi formalizada como associação em 2010, mas desde 2006 reúne artistas do artesanato, com o objetivo da construção social através da produção da arte conceitual e está sediada no Centro de Educação Ambiental Ida Schmidt, resultado da parceria com a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente.

espetáculo “Causos da Serra”, da Matakiterani Associação Cultural, chegou a cidades catarinenses na 2ª quinzena de fevereiro por meio da Rede de Teatros do SESC. A série começou por Chapecó e Lages e na terça-feira (20/02) foi apresentado em Florianópolis. As apresentações seguiram para Laguna, Itajaí, Jaraguá do Sul e Joinville. “Causos da Serra” é um espetáculo de narrativas da tradição oral ouvidos na Serra Catarinense. Grilo Seco e Testa de Lampião são dois contadores de causos que cantam, versam e narram histórias folclóricas e míticas que permeiam o imaginário popular dos moradores da região, em especial da zona rural. Contam, por exemplo, as histórias de lobisomem e de assombração.

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Espetáculo “Causos da Serra” foi apresentado em várias regiões

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Tramatusa, de Lages, vai expor artesanato no Rio de Janeiro

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om uma história dedicada à família, à comunicação e ao povo serrano, Carlos Joffre Amaral é o tema de um filme que foi lançado na sexta-feira (23/02), em Lages. Dirigido pelo cineasta Marcelo Machado, “A Voz da Cidade” conta a chegada de Carlos Joffre Amaral a Lages, os detalhes do seu casamento com Dona Ilse, a instalação do alto-falante na praça da cidade, para transmitir notícias da II Guerra Mundial e a ideia de criar a Rádio Clube. A produção, de 50 minutos, contou com a participação de 29 atores e foi gravada em locais históricos de Lages. Roberto Amaral, filho de Carlos Joffre e presidente do Grupo SCC, destacou: “Eu e toda a família SCC nos sentimos honrados em ver parte da história do nosso patrono, Carlos Joffre Amaral, que tanto contribuiu para a radiodifusão regional, sendo um dos precursores da comunicação em Santa Catarina, eternizada nesse audiovisual, produzido por profissionais e artistas da nossa terra”, falou.


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Espaço Maker do Sesi Lages

professor João Francisco Frank Gil é um apaixonado por tecnologia e inovação. Fica horas imerso num processo criativo no laboratório de Tecnologia e Robótica do Espaço Maker, localizado no Serviço Social da Indústria (Sesi), em Lages, onde trabalha como instrutor. Crianças e adolescentes entre sete e 17 anos podem ter experiências nesta e na área de Comunicação e Mídia em cursos de 80 horas de duração com atividades desenvolvidas no contraturno escolar. As inscrições estão abertas, as vagas são limitadas e as aulas iniciam em março. No espaço de Tecnologia e Robótica, entre diversos equipamentos, uma impressora 3D está disponível para crianças e adolescentes criarem um mundo com suas próprias mãos. No espaço de Comunicação e Mídias utilizando materiais, como máquina fotográfica, microfone, refletor, materiais de escritório, fantasias, livro, filmes e programas de edição, os alunos criarão seus roteiros e serão protagonistas de suas próprias histórias.

Comissão da Alesc vai fiscalizar aplicação de recursos de emendas nos municípios ogo após a instalação da Comissão de Finanças, na manhã da quarta-feira (21/02), na Assembleia Legislativa, foi deliberado que o grupo de deputados terá a missão de fiscalizar a liberação e aplicação dos recursos das emendas parlamentares ao longo de 2018. No final do ano passado, a Alesc mudou a Constituição Estadual, transformando em lei aquilo que era apenas uma indicação dos deputados, e que cabia ao Executivo aplicar, ou não. As emendas do deputado Gabriel Ribeiro (PSD) atendem reivindicações dos 18 municípios da Serra Catarinense, fruto de entendimento com prefeituras e entidades, independente do partido que comanda o município. As emendas dele somam R$ 5,6 milhões para 2018. Por lei, as verbas precisam ser repassadas para as prefeituras, que dá o destino conforme estabelece a emenda parlamentar. Os recursos indicados por Gabriel Ribeiro atendem áreas como saúde, educação, esporte e turismo.

Lages vai sediar o 3º Conexão Serra coordenador do Núcleo de tecnologia e Inovação, Leonel Landskron, apresentou aos empresários da ACIL a 3ª edição do Conexão Serra, considerado o maior evento de tecnologia e inovação da Serra Catarinense e que é realizado pelo núcleo. Com o tema “Experiência inovadora que conecta”, o evento acontecerá de 09 a 12 de maio, no Centro Serra. E a exemplo das edições anteriores, a terceira edição do Conexão Serra contará com uma Feira de Inovação e renomados palestrantes, que abordarão temas ligados ao empreendedorismo, carreira e tecnologia.

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regional

Festa das Hortaliças em Urubici Secretário Municipal de Turismo da prefeitura de Urubici, Helvio Beckauser, juntamente com o assessor de imprensa, André Monsores, acompanhados pela rainha Maytê Cechetto e pelas princesas Seydeilla Machado e Márcia de Souza visitaram na quinta-feira (22/02), alguns veículos de comunicação de Lages convidando para a XVI

Festa Nacional das Hortaliças (Fenahort), que acontecerá de 22 a 25 de março, no Parque de Exposições Manoel Prá, em Urubici. Flyers com a programação do evento foram entregues, reforçando o convite para o evento que tem previsão de atrair mais de 40 mil pessoas este ano. Na programação deste ano, constam atrações como Fernando &

Food Trucks, uma Arena de Gastronomia e na parte campeira o 45° Rodeio Crioulo Interestadual do CTG Campestre Catarinense.

Serraria clandestina flagrada no interior de São Joaquim

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Curitibanos assinou ordem de serviço para obras em CEI

Sorocaba, Nenhum de Nós, Charlie Brown Júnior e dentre outros, Felipe Duran. Os organizadores prepararam, ainda, atrações como um Parque de

om investimento de R$ 3.074.316,69 a administração de Curitibanos assinou no dia 23/02 Ordem de Serviço para construção de um novo Centro de Educação Infantil para o Bairro Bom Jesus. O valor da obra é de R$ 1.734.316,69, somado à aquisição do terreno, no valor de R$ 1.340.000,00. A nova construção está localizada na Rua Capitão Potiguara, terá área total de 3.957,00 m² e edificação de 1.754,50 m². A empresa vencedora da licitação, Construções Herval Ltda., terá o prazo estimado de um ano para execução da obra. A nova construção seguirá o padrão do CEI do bairro São Luiz e contará com uma estrutura de 12 salas, biblioteca, banheiro com acessibilidade, sala de informática, refeitório, cozinha, vestiário, sala dos professores e área administrativa, pátio coberto e playground aberto. O CEI terá capacidade para atender 360 crianças.

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Polícia Militar Ambiental encontrou uma serraria móvel clandestina na localidade de Chapada Bonita, no interior de São Joaquim. O flagrante ocorreu na quarta-feira (31/01). O equipamento estava sendo utilizado para o desdobramento primário de toras de araucária retiradas na mesma propriedade. O uso da serraria e o corte das araucárias eram feitos sem a autorização do órgão ambiental competente. O responsável pelos crimes ambientais não foi localizado, porém a polícia continua com a averiguação da autoria e contabilização das árvores cortadas. O proprietário será multado, além de responder pelo crime ambiental.


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Comitiva de Prefeitos Serranos esteve em Brasília m grupo de ao menos dez prefeitos da região da Amures acompanhou em Brasília a tramitação do Projeto de Lei nº 01/2018, que trata do repasse do Auxílio Financeiro aos Municípios – AFM - no valor de R$ 2 bilhões, prometidos pelo presidente Michel Temer no final do ano passado. Prefeitos também de outras regiões do Estado, estão monitorando parlamentares para juntos ver aprovado o projeto que em Santa Catarina deve injetar cerca de R$ 78 milhões para ampliação do atendimento da população em áreas como saúde, educação e assistência social. O grupo de prefeitos da Serra Catarinense foi liderado pelo presidente da Amures, prefeito de Urubici, Antônio Zilli, e pelo presidente do Consórcio Serra Catarinense – Cisama, prefeito de Otacílio Costa, Luiz Carlos Xavier (Tio Ligas). Os prefeitos pressionam também pela liberação de R$ 750 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que seja cumprido o Fundam 2.

Capão Alto reformou escola municipal ecuperação de reboco em paredes com infiltrações, construção de acesso exclusivo para sala de merenda, pintura geral interna e externa e até internet para facilitar pesquisas dos alunos sem que precisem deixar a sala de aula. Estas foram algumas das melhorias realizadas pela prefeitura de Capão Alto na Escola Municipal Belisá-

Inaugurado o Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres o dia 09 de fevereiro aconteceu a inauguração do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd), evento realizado no campus do CAV/Udesc. O Cigerd trará grandes benefícios à população da Serra Catarinense, na área de prevenção e gerenciamento de crises climáticas e ambientais. Na ocasião, o Secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, disse que estão sendo implantados 20 Ci-

rio José Luiz, na localidade de Vacas Gordas. Uma das maiores unidades de ensino municipal, com 12 salas de aula e cerca de 200 alunos, a escola Belisário José Luiz teve as obras concluídas na quarta-feira (07/02), um dia antes do início do ano letivo. A reforma geral da escola foi planejada para não interferir na rotina de aulas dos alunos.

gerds estrategicamente distribuídos pelo Estado. “O objetivo é interligar todo o território estadual. A estrutura disponibilizada é autossuficiente, permanecendo operacional mesmo com falta de energia e comunicação no município. Da mesma forma é capaz de estabelecer contato com qualquer estrutura em qualquer local do Brasil e do mundo, a exemplo do Centro Integrado de Gestão de Riscos e Desastres do Estado, em Florianópolis”, explicou. O centro regional, construído com nove módulos de ferro galvanizado, totaliza cerca de 160 m² de área construída. Possui equipamentos modernos, sala de reunião e situação, garagem, depósito, banheiro e cozinha. O investimento é de R$ 853.084,57, com recursos do Fundo de Proteção e Defesa Civil (Funpedec) e do Pacto por Santa Catarina.

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A vitória das mulheres

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caça às bruxas, que se estende por toda a Idade Média “cristã” é o maior exemplo de brutalidade contra a mulher que a história registra. É um genocídio praticado contra o sexo feminino, onde o homem tenta manter seu poder absoluto impedindo que a mulher tenha qualquer tipo de conhecimento. O Tribunal da Inquisição, que precede o mercantilismo, reintroduz o Direito Romano e mostra que o poder deve ser sempre masculino e vê sacanagem em tudo que a mulher tenta fazer por conta própria. O escritor Jules Michelet, no seu clássico “La Sorciére” mostra claramente as causas deste morticínio. Paradoxalmente, durante o feudalismo o espaço de atuação da mulher foi bem maior do que na época mercantilista ou do Renascimento, quando cresce a ideologia de desvalorização da mulher que trabalha – talvez para se pagar menos por esse trabalho. Até meados de século XIX, não há registro de mulheres frequentando Universidades...

É na América que surge uma das primeiras vozes da insurreição feminina: Ann Hutchinson, uma religiosa que ousa afirmar que todos – homens e mulheres – são iguais perante Deus. Por isso foi banida de volta para a Europa... Mas é a industrialização que faz a mulher deslanchar. As fábricas exigem mão de obra barata para uma jornada de 18 horas por dia! E ainda paga menos salários para as fêmeas – na hipótese de que elas “tinham quem as sustentasse em casa”. Rosa Luxemburgo vai criticar Lenine, por suas concepções hierárquicas e masculinas de uma classe operária entregue a uma visão puramente política (e econômica) de sua missão histórica – que acabaria por criar um “estado capitalista invertido”. Posteriormente, a índia boliviana Domitila Barrios dirá que sua verdade fundamental – partiria de sua experiência vivida de maneira militante – e não de nenhum partido político dito “revolucionário”. A participação da mulher em todos os movimentos de

emancipação do chamado Terceiro Mundo é evidente. Embora muitas vezes, no dia seguinte ao da libertação proclamada, venham as mulheres a ser relegadas ao segundo plano da vida política e alijadas das novas conquistas. É sintomático, aliás, que a mulher só tenha conquistado o voto na Inglaterra em 1918

“A PARTICIPAÇÃO DA MULHER

EM TODOS OS MOVIMENTOS DE EMANCIPAÇÃO DO CHAMADO TERCEIRO MUNDO É EVIDENTE”.

e na França em 1945... O movimento da juventude de 1968 dá novo impulso à onda feminista. Ele nasce do protesto contra a guerra do Vietnã e contra o sistema educacional orientado por uma economia produtivista enlouquecida.


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Praça João Costa: “o marco zero de Lages” os primeiros tempos da fundação de Lages, o que hoje denominamos Calçadão Central era conhecido como Praça Quadrada. Nela convergiam apenas duas ruas: Rua da Praça ou Rua de Baixo (atual Rua Correia Pinto) e Rua da Direita ou Rua de Cima da Palha (atual Rua Nereu Ramos). Existiam na época da Vila somente duas praças: a Praça da Igreja e a Praça do Largo da Câmara (atual Praça João

//// Residência de João José Theodoro da Costa

Costa). Era também conhecida como Praça do Conselho, mas oficialmente era chamada de Praça do Pelourinho. O nome se deu por ter sido o local onde Correia Pinto oficialmente fundou a Vila de Lages e ergueu um pelourinho, sinônimo de soberania e respeito. Aquele local ficou por muitos anos apenas com a Câmara e a Cadeia. No século 19 a Praça João Costa era denominada Largo da Cadeia. Foi neste período que o local começou a ter residências e alguns estabelecimentos. Em 1890 foi construído na praça o edifício da Loja Maçônica “Luz Serrana” com linhas arquitetônicas que obedeciam ao estilo tradicional das lojas maçônicas. No final do século 19 funcionava também naquele local a “Phoenix Lageana”, uma sociedade dramática num antigo prédio, onde reuniam os adeptos da dramaturgia e da música. Mais tarde com a reestruturação, o prédio transformou-se num dos primeiros teatros do sul do Brasil: o Theatro Municipal São

João, que acabou sendo demolido em 1907, dando lugar à Pracinha do Cravo Preto. Uma das mais imponentes residências construídas naquele local pertencia a João Theodoro da Costa. A majestosa obra foi demolida juntamente com a Câmara, a Cadeia

EM 1890 FOI CONSTRUÍDO NA

PRAÇA O EDIFÍCIO DA LOJA MAÇÔNICA “LUZ SERRANA” COM LINHAS ARQUITETÔNICAS QUE OBEDECIAM AO ESTILO TRADICIONAL DAS LOJAS MAÇÔNICAS.

e outras edificações no início dos anos 1930 para dar lugar ao Colégio Aristiliano Ramos (Escola Normal), em 1936 (hoje, também já demolido).

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ilustração // ESTÚDIO PAES

AUXÍLIO MORADIA PARA O JUDICIÁRIO Brasil gasta R$ 1,6 bilhão por ano para pagar auxílio moradia para seus 15 mil juízes, promotores, desembargadores e procuradores (Judiciário). Com o dinheiro, daria para construir 160 mil casas populares para famílias de baixa renda (cada casa custando R$ 100 mil). Nestas residências, poderiam morar 640 mil pessoas.

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Prioridades “O Brasil primeiro precisa acabar com os privilégios e mordomias do Judiciário, Legislativo e Executivo. E só depois propor uma ampla, radical e irrestrita Reforma da Previdência”. Esta frase circulou no Facebook durante o mês de fevereiro de 2018.

ozoide@revistavisao.com.br

92% das famílias brasileiras recebem menos do que R$ 4.377,00 por mês, o valor que um juiz recebe apenas de “Auxílio Moradia”. Vale dizer que esses “senhores” (que julgam os demais mortais), têm salários altíssimos. E não precisariam desse tal de auxílio moradia. Aliás, auxílio moradia, o nome já diz, é pra quem não tem onde morar. Não é o caso dos “Meritíssimos”.

O Congresso Nacional concluiu no ano passado a CPI da Previdência Social. Foram mais de 6 meses de investigações, comparação de números, oitivas de pessoas e análise de dados do sistema. A tal da CPI, presidida pelo senador gaúcho Paulo Paim (PT), concluiu que a Previdência não é deficitária. Bastaria apenas que as grandes empresas sonegadoras pagassem a conta. Ao todo, enquanto o déficit neste ano foi de R$ 174 bilhões, os maiores devedores, somados, representam R$ 454 bilhões. Quer dizer que se essas grandes empresas devedoras pagassem o que devem, tinha dinheiro de sobra para pagar todos os aposentados e não se precisaria de reforma nenhuma no sistema que está em vigência.

Construa este espaço conosco. Elogie, critique, decuncie!

Maioria dos brasileiros recebem menos do que o auxílio moradia

CPI DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


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Projeto Tampet’s Lages (recolhimento de tampas de pet para comercialização), proposto pela Alpa, ganha cada vez mais adeptos; Proliferação de novas clínicas odontológicas na cidade, barateando custos dos procedimentos e dando mais opções aos clientes;

Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser. Mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.

VOLTAIRE Pensador francês

Retirada da fiação elétrica nas ruas e praças centrais da cidade de Lages (até que enfim!); Uniplac dando bolsa de estudos integral a quem pretende fazer Jornalismo; Novas instalações da Delegacia Regional de Polícia em Lages (ficaram ótimas); Obras do novo SEST/SENAT em Lages já estão quase concluídas.

Santa Catarina foi o último estado a entrar na crise econômica. E o primeiro a sair.

RAIMUNDO COLOMBO Governador do Estado, no Teatro Marajoara, em Lages, em 06/02/2018

SUBINDO DESCENDO Obras rodoviárias do Governo do Estado paralisadas na região. Enquanto isso, Colombo está com a cabeça que é só a eleição para o Senado; Time do Inter de Lages, que terminou o 1º turno do Catarinense, na condição de lanterna do certame; “Moção de Aplauso” sugerida e aprovada pela Câmara de Lages pelo 1 mês que o vice-prefeito, Juliano Polese, ficou no cargo de prefeito;

Gentileza é igual café. Acorda o seu espírito e melhora o seu dia.

ADAILTON CAMARGO no Facebook

Vândalos continuam espalhando lixo das lixeiras, destruindo lâmpadas da iluminação pública, arrancando árvores e flores e aprontando pela cidade; Público que frequenta nosso histórico e bonito Parque Jonas Ramos (Tanque) já não é mais o mesmo. Local exige com urgência mais segurança; Prédio do Museu Histórico Thiago de Castro está precisando urgente de uma reforma e revitalização.

Neste período fiz mais do que eu imaginava. E muito menos do que precisava.

ANTÔNIO CERON, Prefeito lageano ao analisar os primeiros 14 meses à frente da Prefeitura, em entrevista para a RV.

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BOAS RISADAS! No trabalho Conversa entre o empregado e o chefe, ambos portugueses: — Chefe, nossos arquivos estão super lotados. Posso jogar fora os que têm mais de 10 anos? — Sim, mas antes tire uma cópia de todos.

Segurança é prioridade Um bêbado chegou na frente do Palácio do Planalto e deixou sua bicicleta. O segurança o chamou e disse: — Senhor não pode deixar sua bicicleta aí! Aqui é o Planalto. Tem presidente, ministros, governadores entre outros. O bêbado olhou pra ele e disse: — Não se preocupe, eu tenho cadeado.

foto // GUGU GARCIA

JOGO DOS 10 ERROS Neste (Dez)afio, difícil vai ser você desistir antes de encontrar 10 pequenas diferenças nestas imagens. Boa sorte!

//// Fazenda Pinheiro Marcado integrada à belíssima paisagem serrana, em Bocaina do Sul

RESPOSTA Ela escolheu o nome de seus filhos de forma que a primeira sílaba de seus nomes sigam as notas musicais: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ. Assim, podemos concluir que o nome da próxima filha será: Simone, Letra C.

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A – JÉSSICA B – KELLY C – SIMONE D – ALINE

02 – O filho do meu pai é pai do Padre. O que eu sou do Padre? A – PAI B – IRMÃO C – TIO D – PRIMO E – FILHO

RESPOSTA Este desafio apresenta duas interpretações possíveis. Eu posso ser o tio do padre. Ou seja, tenho um irmão (que é filho de meu pai) e que é pai do padre. Resposta 1: Letra C, Tio. Mas, posso também interpretar que sou filho único, já que o problema não nos dá nenhuma informação sobre isso. No caso de eu ser filho único de meu pai, eu sou o pai do padre! Resposta 2: Letra A, Pai.

JOGO DE LÓGICA

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01 – Uma mulher grávida registrou seus filhos com os seguintes nomes: Dominique, Régis, Michele, Fábio e Lara. Qual será o nome da próxima filha?


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Quem é o louco?

A professora de matemática pergunta ao aluno: — Quantos dedos eu tenho nessa mão, Joãozinho? — Cinco, fessora! — Se eu tirar três, o que acontece? — A senhora fica aleijada.

Um homem vai ao psiquiatra e diz: — Doutor, acho que minha esposa está ficando louca. Ela conversa com o abajur quando não estou em casa! — Mas o senhor a viu falando com o abajur? — Não, não. O abajur me contou tudo depois e me pediu segredo.

MEME DO MÊS

Pequeno joão

TUA CARA QUANDO PEDE ALGUMA COISA PARA SUA MÃE

TUA CARA QUANDO SUA MÃE TE PEDE ALGUMA COISA

//// Resultado da edição 137 - Fevereiro 2018

ilustração // ESTÚDIO PAES revista visão mar. 2018



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